Ciências no Ciclo de Alfabetização - Caderno 8, PactoPnaic
1. no Ciclo de Alfabetização
Ações Integradas PactoPnaic 2016
Caderno 8
Formadora: Denise Oliveira
2. • conhecer conceitos das Ciências da Natureza em um processo
que envolve curiosidade, busca de explicações por meio de
observação, experimentação, registro e comunicação de
ideias, utilizando diferentes linguagens;
• entender os movimentos do “fazer Ciência” reconhecendo o
seu papel neste processo;
• trabalhar com experimentos em Ciências entendendo-os como
modelos para o estudo da realidade;
Oferecer subsídios aos professores para que planejem modos
de levar o aluno a:
Objetivo do Caderno 8
3. • identificar problemas que podem ser resolvidos pelo “fazer
Ciência”, coletar dados, levantar hipóteses e propor modos de
investigá-los;
• compreender as relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade
de modo a explicar, argumentar e se posicionar a respeito do
mundo que o cerca;
• experimentar as potencialidades das tecnologias na
Alfabetização Científica;
• ler e interpretar textos de divulgação científica, de livros
didáticos, de livros paradidáticos e de literatura;
• perceber as possibilidades de se “fazer Ciência” e de se
aprender Ciências nos diferentes espaços de Educação.
PNAIC 2015, Caderno 8, p. 6.
4. O que é ciência?
A ciência se define como um conhecimento
necessariamente fundado por:
• Basear-se em argumentação racional auto
demonstrável;
• Formular hipótese (suposições justificadas e baseadas
em argumentos) e meios para desenvolvimento,
análise e verificação;
• Ter compromisso com a esfera coletiva – ser um
conhecimento público, questionável e verificável por
qualquer um que se qualifique para isso.
5. O próprio conhecimento em sua temporalidade histórica,
ou seja, aprender que todo conhecimento não é absoluto,
mas fruto das possibilidades de uma época e de um campo
da ciência, organizado em um contexto histórico, cultural e
social.
(...)
O modo de sustentação das verdades científicas se dá
sempre de acordo com os debates públicos de
paradigmas, teorias e dados que legitimam o conhecimento
como uma verdade aceita e justificada em uma época e
por uma determinada sociedade (ANDRADE, 2012, p. 15).
É importante destacar que:
6. O que vem a ser Alfabetização Científica?
A Alfabetização Científica será concebida como um processo que
deve articular: domínio de vocabulário, simbolismos, fatos,
conceitos, princípios e procedimentos da ciência; as características
próprias do “fazer ciência”; as relações entre ciência, tecnologia,
sociedade e ambiente e suas repercussões para entender a
complexidade do mundo possibilitando, assim, às pessoas, atuar,
avaliar e até transformar a realidade.
PNAIC 2015, CADERNO 8, p. 7
7. A atividade científica possibilita às crianças aprimorarem seus
pensamentos e ideias na medida em que podem observar e
conjecturar, assim como investigar as suas realidades,
aperfeiçoando suas explicações sobre os fenômenos observados e
investigados. (PNAIC 2015, CADERNO 8, p. 8)
Por que Alfabetização Científica no Ciclo de
alfabetização?
Para “assegurar e garantir o acesso às oportunidades e aproximação com
conceitos, procedimentos e valores/atitudes relativos às Ciências da
Natureza bem como reconhecer que os conhecimentos científicos são
produzidos por diversos grupos sociais e econômicos, contrapondo-se
com a ideia de que fazer ciência é privilégio de uma elite social,
intelectual e masculina”. (Direitos de Aprendizagem, 2012, p. 107)
8. Aprender ciências é:
Aprender uma nova forma de linguagem própria de pensar e de
explicar o mundo. A educação em Ciências, pautada na
investigação, proporciona espaço e tempo para que as crianças do
Ciclo de Alfabetização se expressem de maneiras diversas e por
meio de variadas linguagens, privilegiando a oralidade como
propulsora para a organização de fatos, informações e ideias que
podem ser também apresentadas em forma de registros
esquemático ou escrito (Direitos de aprendizagem, 2012, p. 102).
9. Algumas características da atividade científica
• Mobilização de conhecimentos;
Isso nos leva a uma pergunta, um
questionamento, e pode nos
impulsionar a uma investigação. Então,
temos o foco sobre a interação entre a
curiosidade da mente humana e a
realidade do mundo. A pergunta e a
tentativa de buscar uma resposta é
aquilo que move o conhecimento
científico (PNAIC, 2016, p. 8).
10. As explicações científicas obedecem a quatro modelos lógicos (NAGEL, 1991):
1) explicações dedutivas, cujo produto é resultado de premissas;
2) explicações probabilísticas, quando as premissas são insuficientes para
garantir a verdade do produto, afirmando sua submissão às variáveis;
3) explicações funcionais ou teleológicas, quando a unidade do sistema
explicativo reside na indicação de um ou mais elementos funcionais, definindo
seu papel instrumental para alcançar seu objetivo;
4) explicações genéticas, que se baseiam na descrição da sequência de
evolução de um objeto ou sistema originário a partir da transformação de outro
anterior.
• Criação de modelos explicativos;
a criação de modelos explicativos é influenciada pelos mais diversos vínculos
que envolvem o ser humano: sociais, culturais, econômicos, ideológicos,
religiosos, entre outros (PNAIC, 2016, p. 10).
11. • O aspecto metodológico;
No planejamento e execução da metodologia científica, coisas não previstas
podem ocorrer, mas a organização do trabalho deve estar presente em toda e
qualquer situação a ser estudada ou pesquisada, pois é um aspecto
fundamental da Ciência (PNAIC, 2016, p. 12).
1. Escolher um tema de interesse ou observar um fenômeno e formular
um problema ou uma questão a ser investigada;
2. Fazer um levantamento de informações sobre o assunto e formular
hipóteses;
3. Realizar experimentações;
4. Analisar os resultados;
5. Estabelecer conclusões.
Procedimentos metodológicos
12. Para a apropriação compreensiva da linguagem científica, os
professores podem:
• Usar linguagens do contexto dos alunos;
• Articular a linguagem cotidiana progressivamente ao
vocabulário específico de uma determinada Ciência;
• Usar os mais diversos recursos didáticos;
• Valorizar todas as formas de representação utilizadas pelas
crianças.
• Linguagem científica: vocabulário específico, simbolismos;
a linguagem científica traz novas palavras, assim como símbolos, que também
precisam ser incorporados e significados (PNAIC, 2016, p. 13).
13. É preciso que as crianças sejam incentivadas a escrever
com autonomia diferentes formas de representação da
linguagem científica, como o desenho, as tabelas, os
gráficos entre outros, para relatar situações estudadas
em ciências. Essa importante estratégia para o
desenvolvimento da linguagem exige uso de registro das
observações, organização de informações, debates,
levantamento de hipóteses, entre outras ações mediadas
pelo professor.
(Direitos de aprendizagem, 2012, p. 105)
14. I. Encantar-se com o mundo e com suas transformações, bem como com as
potencialidades humanas de interagir com o mundo e de produzir
conhecimento e outros modos de vida mais humanizados.
II. Ter acesso a informações pertinentes à Ciência e conhecê-la como
processo que envolve curiosidade, busca de explicações por meio de
observação, experimentação, registro e comunicação de ideias.
III. Compreender as relações socioambientais locais para construção
de uma cultura de pertencimento e de convivência sustentável, em
dimensões universais.
Direitos de Aprendizagem: Ciências da Natureza
15. IV. Assumir atitudes e valores de admiração, respeito e preservação
para consigo, com outros grupos, com outras espécies e a natureza.
V. Conhecer ações relacionadas ao cuidado – para consigo mesmo,
com a sociedade, com o consumo, com a natureza, com outras
espécies - como um modo de proteger a vida, a segurança, a
dignidade, a integridade física, moral, intelectual e ambiental.
VI. Inventar, perguntar, observar, planejar, testar, avaliar, explicar
situações, interagindo socialmente para tomar decisões éticas no
cotidiano.
(Direitos de aprendizagem, 2012, p. 106)
16. Deve ser evitado: o ensino iniciando por definições.
Iniciar por definições “levaria o aluno a enunciar um conceito sem
ter a compreensão científica do mesmo” (PNAIC, 2016, p. 13).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais evidenciam a necessidade de que
sejam abordados e avaliados, em situações de ensino, conteúdos conceituais,
procedimentais e atitudinais. (Direitos de aprendizagem, 2012, p. 100)
As atividades investigativas devem ser entendidas como problemas a serem
resolvidos individualmente ou em grupo, pela utilização de “dados empíricos
obtidos na manipulação direta de materiais ou na análise de informações
coletadas em entrevistas e pesquisas” (Direitos de aprendizagem, 2012, p.
101).
A ênfase antes dada ao conteúdo recai agora fortemente sobre
estratégias de resolução de problemas (Direitos de aprendizagem,
2012, p. 102).
17. Vida nos ambientes
Eixos Estruturantes do ensino de Ciências
• Usos e transformações que ocorrem no solo, na água, no ar, bem como as
características da diversidade animal e vegetal e da sua conservação e manejo;
• Os diferentes comportamentos de animais em relação à alimentação, locomoção,
reprodução e revestimento do corpo;
• A observação das variedades de sementes, dos tipos de dispersão e do
desenvolvimento, altura de uma planta, tipos de habitat e a importância das
plantas na cadeia alimentar, na ornamentação e na cultura;
• As modificações ocorridas nos ambientes próximos das
crianças como resultado da intervenção humana.
18. Ser humano e Saúde
• Hábitos de higiene;
• Cuidados com a alimentação;
• A importância da vacinação;
• A necessidade de se praticar atividades físicas para uma vida
saudável;
• Cuidados com o corpo e sobre a segurança física e emocional,
seja individual ou coletiva.
19. Materiais e Transformações
• A diversidade dos materiais e sua composição;
• A associação entre os materiais e suas propriedades
específicas com os variados usos na produção de objetos;
• Os cuidados na manipulação de diferentes
materiais, de modo que possa evitar acidentes
• A influência das diferentes propriedades dos
materiais nas escolhas das matérias-primas
para a fabricação de objetos;
20. Sistema Sol e Terra
• Os elementos constituintes do céu durante a noite e durante o
dia;
• As relações entre luz e sombras;
• Eventos repetidos na natureza;
• A sucessão de dias e noites.
21. Referências
ANDRADE, Julia Pinheiro. Bahia, Brasil: espaço, ambiente e cultura. São Paulo: Geodinâmica,
2012.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Elementos Conceituais e Metodológicos para
definição dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento do Ciclo de Alfabetização (1º, 2º e
3º Anos) do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/DICEI/COEF, 2012.
NAGEL, E. La estructura de la ciencia: problemas de la lógica de la investigación cientifica.
Barcelona: Paidós, 1991. p. 17.