O documento discute a importância da escrita e como aprimorá-la. Aprender a escrever bem requer prática diária, auto motivação e leitura frequente. Escrever não é um dom nato e sim uma habilidade que se desenvolve através do esforço e do aprendizado com os erros. Autores como Lucília Garcez e Fernando Sabino destacam que a escrita é um processo complexo que demanda muita revisão e correção.
3. Para escrever bem é imprescindível:
• Escrever todos os dias;
• Acreditar que você pode escrever bem, está
melhorando e que vai chegar lá...
• Ser automotivado, deixar a preguiça de lado e se
esforçar;
• Querer saber muito mais, ir mais profundamente às
questões;
• Considerar a escrita como uma habilidade
importante para o sucesso profissional;
• Reconhecer que pela escrita participamos mais do
mundo;
• Ler muito, ler diversos tipos de texto, ler
melhor a cada dia.
4. DESVENDANDO MITOS
• Escrever não é:
▫ um dom que poucas tem;
▫ Um ato espontâneo que não exige empenho;
▫ Uma questão que se resolve com algumas “dicas”;
▫ Um ato isolado, desligado da leitura;
▫ Algo desnecessário no mundo moderno;
▫ Um ato autônomo, desvinculado das práticas
sociais.
5. COMO ESCREVEMOS
• Três caminhos para se entender o processo de
escrita:
– Considerando os depoimentos de escritores
(pessoas que escrevem todos os dias, vivem de
escrever...);
– Descobrindo como procede durante a própria
escrita, para explorar melhor e com mais
consciência esses procedimentos, seja para
aperfeiçoá-los ou para transformá-los;
– Analisando as contribuições da linguística.
6. Lygia Fagundes Telles
Define o ato de escrever como “uma luta. Uma luta que pode ser
vã, como disse o poeta, mas que lhe toma a manhã. E a tarde.
Até a noite. Luta que requer paciência. Humildade. Humor. Me
lembro que estava num hotel em Buenos Aires, vendo na tevê
um drama de boxe. Desliguei o som, ficou só a imagem do
lutador já cansado (tantas lutas) e reagindo. Resistindo.
Acertava às vezes, mas tanto soco em vão, fugidio, desviando a
cara. E ele ali, investindo. Insistindo – mas o que mantinha o
lutador em pé? Duas vezes beijou a lona. Poeira, suor, sangue.
Voltava a reagir, alguém sugeriu que lhe atirassem a toalha, é
melhor desistir, chega! Mas ele ia buscar forças sabe Deus onde
e se levantava de novo, o fervor acendendo a fresta do olho
quase encoberto pela pálpebra inchada. Fiquei vendo a imagem
silenciosa do lutador solitário – mas quem podia ajudá-lo? Era
a coragem que o sustentava? A vaidade? Simples ambição de
riqueza, aplauso?...(...) E de repente me emocionei: na imagem
do lutador de boxe vi a imagem do escritor no corpo-a-corpo
com a palavra.”
7. LUCÍLIA GARCEZ
A primeira versão de um texto ainda é muito
insatisfatória. Procuramos relê-lo com olhos não
mais de autor, mas de leitor. Tentamos descobrir
o que nosso leitor compreenderia do texto, quais
são os pontos obscuros, confusos, ambíguos, que
merecem reestruturação. Quando há tempo e
paciência estendemos essa tarefa ao infinito..
8. FERNANDO SABINO
Para mim, o ato de escrever é muito difícil e
penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever
várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que
escrevi 1100 páginas datilografadas para fazer
um romance no qual aproveitei pouco mais de
300. [...] Quando escrevo sob encomenda, não
há muito tempo para corrigir. Quando escrevo
para mim mesmo, costumo ficar corrigindo dias
e dias – uma curtição. Escrever é estar vivo.
9. E para mim... como é escrever?
Qual a sensação que tenho diante de
uma folha em branco?
• Faça um desenho que mostre essa sensação;
• Escreva uma palavra referente a essa sensação;
• Escreva um parágrafo contando sobre essa
sensação;
10. Empreendendo uma viagem à memória...
• Lembre-se de quando aprendeu a escrever.
Pensando em todo o seu percurso escolar e
profissional, focalize principalmente as situações
de escrita gravadas em sua memória.
• Formule uma narrativa que explique ou
justifique como foi construída a sua experiência
de escrita até hoje.
11. No particular, o que posso melhorar no meu registro?
Observando seu registro, faça uma avaliação da sua
escrita:
– Autoria;
– Objetividade/fluência;
– Entrelaçamento das idéias – coesão e coerência (organizar
as idéias numa rede de significados e entrelaçar
gramaticalmente as frases e os períodos);
– Vocabulário (repetição de palavras, uso da palavra mais
apropriada, uso de clichês, gírias...);
– Estrutura dos períodos – parágrafos, frases...(frases curtas,
sintaxe da oração, ordem direta);
– Pontuação e acentuação;
– Ortografia;
– Forma, legilibilidade e estética;
– Densidade/Superficialidade (descrição/narração sem
aprofundamento, detalhes, análise crítica)
12. No geral, o que podemos melhorar nos registros?
• Descrições/narrações sintéticas;
• Acentuação e pontuação;
• Frases muito extensas;
• Concordância;
• Estética: grafia, parágrafo, margem...
• Letra maiúscula;
• Discursão, discurção, ao invés de discussão;
• Opniões , ao invés de opiniões;
• Dá (dar);
• Há/a
• A cerca/acerca, afim/a fim, agente/a gente;
• Atrás/traz
• Am/ão
• Porque/por quê/porquê
• Mas/mais.
13. Lembrando sobre a importância da
prática do registro...
• Como exercício cotidiano de escrita;
• Como desenvolvimento da autoria;
• Como possibilidade de produção e
sistematização de conhecimento;
• Como processo reflexivo da prática pedagógica;
• Como estudo.
14. Roteiro para o registro de hoje
• Ler o registro da aula anterior;
• Data (tópico);
• Pauta da aula (tópico);
• Metodologia (1 parágrafo);
• O que aprendi? (No mínimo, 1 parágrafo
introdutório podendo conter tópicos, desde que
sejam bem explicados);
• Como me senti? (1 parágrafo);
• Avaliação - dinâmica da aula, da turma e pessoal (1
parágrafo);
• Proposições (1 parágrafo).