2. 1. Os bandeirantes: escravidão indígena e
exploração do ouro
• Expedições particulares que percorreram o
interior do Brasil
– Objetivos: buscar riquezas minerais e
escravizar indígenas.
– Origem: Vila de São Paulo.
– Tipos de bandeiras: apresamento (caça ao
índio), sertanismo de contrato (destruição de
quilombos ou outros serviços no interior),
busca de metais
6. 1.1. As bandeiras e a conquista do
sertão mato-grossense
• Manoel de Campos Bicudo e Bartolomeu
Bueno da Silva: primeiros (1673-1682/Arraial
de São Gonçalo Velho);
• Objetivo dos bandeirantes em Mato Grosso:
escravizar índios;
7. • A bandeira de Antônio Pires de Campos
(1718):
– Chegada à região do Coxipó-Mirim;
– Objetivo: aprisionar
os Coxiponé (Bororo);
8. • A bandeira de Pascoal Moreira Cabral (1719):
– Interessada no apresamento indígena;
– Encontrou ouro no rio Coxipó (Lavras do Coxipó-
Mirim);
– Confronto com os índios Coxiponé;
– Auxílio da bandeira dos Irmãos Antunes Maciel e
da bandeira de Fernão Dias Falcão;
– Fundação do Arraial da Forquilha (confluência dos
rios Coxipó e Mutuca);
• Consequência da descoberta de ouro: aumento
dos interesses dos paulistas e dos portugueses no
território mato-grossense.
10. 2. A fundação de Cuiabá
• Descobrimento das primeiras minas mato-
grossenses (1719).
• Início da colonização da região.
• Ata do descobrimento de ouro valeu com
documento fundador das minas cuiabanas.
• Nomeação de João Antunes Maciel
(Superintendente Geral das Minas) e Fernão
Dias Falcão (Capitão-Mor Regente).
12. 2.1. As Lavras do Sutil
• A chegada de Miguel Sutil (1722):
– Descoberta de ouro no Córrego da Prainha;
–“Lavras do Sutil”;
– Deslocamento populacional para as “Lavras do
Sutil”;
– Início do povoamento às margens do Córrego da
Prainha;
• Origem histórica da atual cidade de Cuiabá.
14. 2.2. Abastecimento das minas
cuiabanas
• Produtos de primeira necessidade –
agricultura de subsistência (Rio Abaixo e
Serra Acima);
• Comércio de maior porte (Capitania de São
Paulo – monções de abastecimento).
15. 2.3. As monções paulistas
• Expedições fluviais de comércio - partiam da
Capitania de SP com o objetivo de abastecer as
regiões mineradoras.
• Mercadorias: escravos, ferramentas de trabalho,
manufaturas em geral.
• Constituía-se no meio mais seguro de se atingir a
vila de Cuiabá durante o século XVIII e início do
século XIX.
• Em razões das dificuldades enfrentadas, as
mercadorias tinham preços exorbitantes.
20. 3. A escravidão negra em MT
• Mão de obra por excelência.
• Trazidos através das monções e da
Companhia de Comércio do Grão-Pará e
Maranhão (1755-1778).
• Determinante na edificação de aldeias,
arraiais, fortes e vilas.
• Utilizados em diversos ofícios.
• Péssimas condições de trabalho, alimentação
precária.
• Intensamente marcada por vários atos de
resistência à escravidão.
21.
22. 3.1. Resistência negra
• Queima de plantações.
• Suicídio, infanticídio, aborto, banzo.
• Assassinato de feitores e de proprietários de
escravos.
• Prática de religiões de matriz africana.
• Formação de quilombos.
• Prática do compadrio.
23.
24. 3.2. Os quilombos
• Comunidade de fugitivos da ordem colonial.
• Apresentava população variada: negra,
indígena e branca pobre.
• Proliferaram-se em Mato Grosso nos séculos
XVIII e XIX.
• Principais quilombos: Piolho e Aldeia Carlota
(Vila Bela), Rio Manso ou Cansanção
(Chapada dos Guimarães).
26. 4. Os tratados de fronteira entre
Portugal e Espanha
• Capitania de MT (09/05/1748).
• O governo de Rolim de Moura.
• O governo de Luís de Albuquerque.
• Os tratados de limites – consolidação da
fronteira oeste no século XVIII.
27.
28. 4.1 Criação da Capitania de MT
• Rolim de Moura: 1º capitão-general.
• Fundação de Vila Bela: 1ª capital, instalada
em local insalubre.
• Abastecimento através da Companhia de
Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755-
1778).
• Estabelecimento do poder metropolitano no
Vale do Guaporé.
• MT = “Antemural da colônia”.
31. 4.2 Tratado de Madri (1750)
• Principal dos tratados;
• Princípio do “Uti Possidetis” – posse por
ocupação reconhecida.
• Defendido por Alexandre de Gusmão;
• Garantiu a Portugal a bacia Amazônica e o
oeste do Brasil.
• Efetivação do “Uti Possidetis”: construção
de Vila Bela (Guaporé);
33. 4.3. Luís de Albuquerque de Melo
Pereira e Cáceres
• Principal governante do período colonial.
• Consolidou a fronteira Oeste.
• Cidades e fortes em posições estratégicas:
– Vila Maria de Cáceres, Casalvasco, Cocais,
São Pedro D’El Rey, Albuquerque.
– Fortes: norte: Príncipe da Beira; no sul, o
Forte de Coimbra.
35. 4. A Rusga (1834)
• Definição: movimento de caráter sócio-
político ocorrido em MT.
• Causas: disputa pelo poder político entre
liberais e conservadores. condições
socioeconômicas de MT.
• Grupos envolvidos: liberais (Sociedade dos
Zelosos da Independência), conservadores
(Sociedade Filantrópica) e camadas
populares.
36.
37. 4.1. Características da Rusga
• Luta travada no interior das elites.
• Contra os portugueses e demais estrangeiros
da província de MT.
• Apesar das reações de violência, o
movimento não defendia nenhuma alteração
nas relações de trabalho, no regime político
ou no processo eleitoral.
38. 5. A Guerra do Paraguai
• O maior conflito armado da América do Sul.
• Tríplice Aliança X Paraguai.
• O território mato-grossense foi invadido e
ocupado pelo exército paraguaio.
39. 5.1. MT no início do conflito
• Dificuldades de comunicação com o RJ.
• Parte mais fragilizada da fronteira Oeste.
• Província precariamente militarizada.
• Defesa do território = militares + índios +
população livre e escrava.
40.
41. • Ocupação paraguaia no sul da província
(Dourados, Corumbá, Miranda e Nioaque).
• Batalhão dos “Voluntários da Pátria”:
– Comando de Augusto Leverger;
– Defesa da capital nas colinas de Melgaço.
• Ao final da guerra, Augusto Leverger assumiu
a presidência da província.
44. 5.5. Repercussões em MT
• Alteração no cotidiano da população (fome,
medo e doenças).
• Medo de uma invasão paraguaia à Cuiabá.
• Intensificação dos ataques indígenas e de
quilombolas (Quilombo do rio Manso –
Chapada dos Guimarães).
• Insegurança em relação aos escravos.
• Dificuldades de abastecimento.
• Epidemia de varíola.
45. 5.6. Consequências para MT
• Reabertura da Bacia Platina.
• Integração ao capitalismo internacional:
- exportação de matérias-primas;
- importação de produtos industrializados;
• Emergência de uma burguesia comercial:
- proprietária das casas comerciais;
- desenvolvimento de cidades portuárias;
• Lento processo de modernização da província
de Mato Grosso.
46. 6. Características políticas durante a 1ª
República
• Personalismo dos chefes políticos, partidos políticos
de pouca expressão.
• Formação dos “batalhões patrióticos” sob o comando
dos coronéis.
• Lutas coronelísticas financiadas pela máquina estatal.
• Domínio exercido pelos coronéis e ação de bandos e
bandidos.
• Primeiras manifestações separatistas no sul do estado.
47. 6.2. Movimentos políticos na República
Velha em MT
• A Revolução de 1892.
• O massacre da Baía do Garcez (1901).
• A Revolta de 1906.
• A Caetanada (1916).
• Morbeck X Carvalhinho (década de 1920).
48. 7. Economia de Mato Grosso na 1ª
República (1889-1930)
• Usinas de açúcar
• Pecuária
49. 7.1. As Usinas de açúcar
• Importação de máquinas e equipamentos.
• Localização: margens do rio Cuiabá e do rio
Paraguai.
– facilidade de transporte do produto;
– fertilidade do solo;
• Importante atividade econômica até a
meados do século XX (década de 1940).
50. 7.2. A Pecuária
• 1ª fase: no início da colonização:
– Atividade complementar à mineração;
– Chapada (Serra Acima) e Rio Abaixo;
– Pantanal (Cáceres e Poconé);
– Mão de obra livre;
• 2ª fase: final do séc. XIX:
– favorecida pela navegação fluvial;
– exportação de derivados bovinos;
51. 8. Tanque Novo (1933)
• Movimento social ocorrido em Poconé.
• Contexto histórico: eleições para a formação
da Assembleia Constituinte.
52. 8.1. Repressão ao Tanque Novo
• Interventor Leônidas Matos.
• Nomeação de Antônio Correa da Costa
(prefeito de Poconé).
• Perseguição aos opositores de Getúlio.
• Prisão de Doninha, que apoiava o Partido
Constitucionalista (oposição). Libertada
pouco tempo depois.
53. 9. Características econômicas de MT
na Era Vargas (1930-1945)
• Marcha para o Oeste:
– 1º movimento promovido pelo governo
federal visando a ocupação e colonização das
terras mato-grossenses.
– Durante o Estado Novo, no inicio da década
de 1940.
54. 9.1. Desdobramentos da
Marcha para o Oeste
• Criação de dois territórios federais em Mato
Grosso:
– Ponta Porã e Guaporé;
– Questões políticas e militares;
56. • Criação da Colônia Agrícola Federal de
Dourados (1943):
– Expansão da fronteira agrícola para o Oeste
do país;
– Estímulo à vinda de migrantes gaúchos;
– Controle da fronteira;
– Quebra do monopólio da Empresa Mate
Laranjeira;
57. 10. Divisão do estado de MT (1977)
• Proposta pela Lei Complementar nº 31 de
11/10/1977.
• Efetivada em 1979.
• O Sul possuía ligações históricas com os
vizinhos (Paraguai, São Paulo, Minas Gerais e
Paraná).
• O Norte possuía ligação restrita com o Rio de
Janeiro.
58. 10.1. O processo histórico da divisão
do estado de MT
• Longo movimento que permeou boa parte
do século XX.
• Concretização das lutas históricas das
lideranças sulistas.
• A crise separatista inicia-se ao final do século
XIX (1896).
• Na Revolução Constitucionalista (1932) o sul
optou pelo engajamento com SP.
59. • Fundação da Liga Sul-mato-grossense (1932):
defesa da bandeira do separatismo.
• Criação do território de Ponta Porã (1943):
segurança das fronteiras (reintegrado em
1946).
• 1958: Surgimento do MDM (Movimento
Divisionista de Mato Grosso).
• Ditadura Militar (1964-1985): binômio
desenvolvimento (tecnocratas) + segurança
(militares).
60. • A lei que dividiu MT foi aprovada no governo
do presidente Ernesto Geisel (Ditadura
Militar).
• Contou com o apoio das lideranças políticas
estabelecidas no sul de Mato Grosso.
• Garcia Neto (governador de MT) oposição à
ideia de divisão.
• Na ótica da geopolítica militar a divisão
garantiria a soberania nacional.
61. A DIVISÃO DO ESTADO
(11/10/1977)
• MT após a divisão: 38
municípios;
• MS após a divisão: 55
municípios.
62. 11. A colonização do norte de MT
• A intenção de promover a colonização de
MT não era novidade.
• Discurso de integrar a Amazônia (MT, RO e
AC).
• Visava resolver os problemas sociais
existentes nas regiões Nordeste e Sul.
• Utilização de intensa campanha
propagandística.
63. • Parceria do poder público com a iniciativa
privada (colonizadoras particulares).
• Criação do INCRA (1972): venda de terras
devolutas da Amazônia para as colonizadoras
privadas e instalação de projetos
agropecuários e de exploração mineral.
• Criação da SUDAM e da SUDECO.
• Construção de rodovias: BR 163 e BR 364.
64. • Criação da CODEMAT (Companhia de
Desenvolvimento do Estado de MT):
– Estímulo ao projetos de colonização;
– Criação da infraestrutura em áreas de fronteira;
– Promoção do desenvolvimento da economia;
– Integração territorial do estado.
• Atração de muitos colonizadores e colonos
(principalmente sulistas).
65.
66. • Surgimento de cidades ao longo das
rodovias.
• Edificação de cidades planejadas pelas
colonizadoras particulares.
• Atração de novos moradores através da
mídia.
• Crescimento populacional de MT.
67.
68. 11. Consequências da colonização
• Conflitos com os índios, depredação da
natureza, expulsão dos seringueiros e dos
pequenos agricultores.
• Concentração da terra (latifúndios).
• Conflitos sociais no campo.
• Alteração no espaço urbano de Cuiabá.
• “Choque cultural”: chegada dos “paus-
rodados”.