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DISTURBIOS ASSOCIADOS À VENTILAÇÃO 
Edirceu Luiz Lourenço 
Goiânia 
MARÇO - 2014
2 
EDIRCEU LUIZ LOURENÇO 
DISTURBIOS ASSOCIADOS À VENTILÇÃO 
Trabalho apresentado ao curso de pós-graduação, 
lato sensu, em Enfermagem Terapia 
Intensiva. Disciplina: Distúrbios Respiratórios 
e Ventilação Mecânica, sob orientação da 
professora: Fernanda Alves Ferreira. 
Faculdade Universo 
Goiânia Março 2014
3 
SUMÁRIO 
1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 
2- DERRAME PLEURAL..............................................................................................4 
3- PNEUMOTÓRAX......................................................................................................7 
4- TROMBOEMBOLISMO PULMONAR....................................................................9 
5- SINDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO...........................11 
6- CONCLUSÃO..........................................................................................................13 
7- BIBLIOGRAFIA......................................................................................................14
4 
4 
1-INTRODUÇÃO 
A respiração consiste no processo fisiológico responsável pelas trocas gasosas entre 
o organismo e o meio ambiente. O processo envolve a entrada do oxigênio (O2) e a remoção 
do gás carbônico (CO2) do sangue e depende de um complicado aparato: o aparelho 
respiratório, Vias aéreas, pulmões, diafragma, caixa torácica, o controle do sistema nervoso 
central (SNC) e periférico e o aparelho cardiocirculatório, todos interagem para adequar o 
balanço entre o volume de ar que chega aos alvéolos e o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar, 
de onde resulta a troca gasosa (GOLDMAN, AUSELHO, 2005). 
A desregulação deste processo, traduzida pela incapacidade em manter normal a 
oferta de O2 aos tecidos e a remoção de CO2 dos mesmos, definem os distúrbios ventilatórios. 
O tratamento para cada distúrbio respiratório deve ser individualizado, em função 
das causas desencadeantes e dos mecanismos fisiopatológicos, envolvidos. Os Bronco 
dilatadores, os corticosteroides, diuréticos, antibióticos e procedimentos cirúrgicos poderão 
ser utilizados(GOLDMAN, AUSELHO, 2005). 
O enfermeiro intensivista é um profissional especializado e responsável pelos 
cuidados e assistência ventilatória ao paciente criticamente na unidade de terapia intensiva, 
monitorização ventilo-respiratória, e prevenção dos efeitos decorrentes do repouso 
prolongado no leito. 
Tendo em vista a complexidade dos distúrbios associados à ventilação, torna-se 
necessário o aprofundamento dos conhecimentos e de recursos terapêuticos que objetivem 
melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes acometidos pelo Derrame pleural, 
Pneumotórax espontâneo e traumático, Tromboembolismo pulmonar e Síndrome do 
Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). O objetivo da presente estudo é descrever, 
Conceito, Quadro Clínico, Fatores de risco, Diagnóstico, Tratamento, Profilaxia e Cuidados 
de Enfermagem aos pacientes acometidos por estes distúrbios em unidade de terapia 
intensiva. 
2. DERRAME PLEURAL 
Os pulmões são revestidos por uma fina membrana denominada pleura visceral que 
adere intimamente ao tecido subjacente e recobre as fissuras pulmonares. Uma membrana
5 
similar, denominada pleura parietal, reveste não somente todo o gradeado costal, mas 
também, o diafragma e o mediastino (SCANLAN et.al., 2000). 
O espaço pleural tem como função principal facilitar a movimentação dos pulmões, 
permitindo que eles deslizem com mínimo atrito. O espaço tem em média 10 a 20 μm de 
largura e embora seja considerado virtual é preenchido por uma fina película de líquido, em 
que o volume é aproximadamente 0,16 a 0,36 mL/Kg (VARGAS et.al, 2004). 
O derrame pleural, é caracterizado pelo acúmulo excessivo deste líquido no espaço 
entre a pleura visceral e a pleura parietal. De acordo com a composição química, ele pode ser 
classificado em transudato, quando não há lesão no espaço pleural nem sinal de células 
inflamatórias, e em exsudato, causado pelo aumento da permeabilidade dos vasos da 
microcirculação e com presença de células em decomposição (VARGAS et.al, 2004). 
2.1. Quadro clínico 
Os sintomas que se apresentam no quadro de derrame pleural são dor, dispneia e 
tosse seca. Sendo que a dor provém do acometimento da pleura parietal, e que geralmente 
acontece por processos inflamatórios, como nos casos das pneumonias e na tuberculose 
pleural; são características do tipo ventilatório dependente. A dispneia somente aparece na 
presença da dor, ou seja, devido a limitação imposta que os movimentos ventilatórios 
provocam, ou quando acontece o derrame pleural volumoso, que se dar por perda de área 
pulmonar ou ventilatória. (ROZMAN, 1999). 
2.2. Diagnóstico Clínico 
As descrições sobre os sinais e sintomas geralmente sugerem um rápido ou 
repentino surgimento da doença. Sendo que a dor pode estar associada primeiramente com 
respiração profunda e a tosse. Estando presentes também quando acontece a dispneia. 
Podendo desenvolver atelectasia no tecido pulmonar adjacente à efusão pleural, quando o 
paciente fica por muito tempo imóvel. (PRYOR et.al, 2002). 
Na ausculta muitas vezes os sons respiratórios ficam reduzidos ou ausentes na efusão 
e sons respiratórios tubulares ou brônquicos podendo ser ouvidos a um ou dois espaços 
intercostais acima do nível do líquido e uma fricção pleural característica descrita como um 
som de rangido como se dois pedaços de couro áspero fossem friccionados um no outro. 
(PRYOR et.al, 2002).
6 
O exame físico e colocado como tendo anormalidades proporcionais ao volume do 
derrame, causando maciez, diminuição do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular. 
Sendo que, o atrito pleural pode ser audível em casos de exsudato fibrinoso com a presença de 
mínima quantidade de líquido. É mais intenso durante a inspiração e não há modificação 
auscultatória após exercício e tosse (SILVA et.al, 1993). 
2.3. Quadro radiológico 
Quando ocorre a suspeita do diagnostico do derrame pleural com os dados das 
informações clínicas, e necessário se fazer uma radiografia de tórax nas incidências póstero-anterior 
(PA) e perfil. Sendo que isso se confirmará a presença e a extensão do derrame, 
informando sobre a sua natureza livre na cavidade pleural ou loculado, como também sobre a 
ocorrência ou não de outros envolvimentos torácicos, sendo ele pulmonar, cardíaco ou 
mediastinal que estão associados. (CHIBANTE, 1992). 
Outras ocorrências causadas por lesões torácicas ajudam também a fazer a evidencia 
das possíveis causas do derrame. Com a radiografia em PA, o derrame pleural livre, e 
caracterizado por uma presença de um velamento homogêneo, que tem uma densidade de 
partes moles, e que estão localizados, na parte inferior do hemitórax, obliterando o ângulo do 
seio costofrênico e desenhando uma curva de convexidade para baixo, que é chamada de 
curva de Damoiseau ou sinal o menisco (CHIBANTE, 1992). 
Essa curva se apresentará um tanto quanto mais alta e quanto mais volumosa for o 
derrame. Evidenciando-se por um desvio do mediastino ou a sua ausência para o lado oposto, 
que será também proporcional ao volume do derrame, como também pela ocorrência que 
acontece simultaneamente com a atelectasia homolateral. Sendo que a radiografia, em 
decúbito lateral, com raios auxiliará a evidenciar o líquido livre na cavidade pleural, nos casos 
duvidosos (CHIBANTE, 1992). 
2.4.Procedimentos diagnósticos invasivos 
Quando se constata clinicamente e radiologicamente o derrame pleural, fica obrigado 
a seguir-se os passos para buscar o que causou o derrame. Sendo que esses passos vão desde a 
fazer punção do espaçopleural, retirando uma amostra do líquido e nele fazer a dosagens das 
proteínas e a desidrogenase lática, o que permitirá fazer a classificação dos derrames como 
sendo exsudatos e os transudatos; fazendo também o diagnóstico de exsudato, e de outros
7 
exames laboratoriais, como os bioquímicos, citológicos e bacteriológicos, que devem ser 
conduzidos no líquido. (SAHN, 1995). 
2.5. Assistência de Enfermagem no Derrame Pleural 
Deve-se implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem, trançando 
diagnósticos de enfermagem como as troca de gazes prejudicada que estarão relacionada ao 
déficit na oxigenação devido à dispneia e respiração anormal; observar o volume excessivo de 
líquido que estarão evidenciado pela congestão pulmonar e mudanças no padrão respiratório; 
observar a desobstrução ineficaz das vias aéreas que estarão relacionada a secreções retidas 
evidenciadas por sibilos em ápice do pulmão direito; observar e ter maior cuidado com o risco 
de infecção que são evidenciado por drenagem torácica e acesso venoso periférico no MSD; 
atentar para o risco de hipertemia relacionado ao processo infeccioso pulmonar; tratar contudo 
as prescrições de enfermagem para aferir Pressão Arterial (PA), Frequência Cardíaca (FC), 
Frequência Respiratória (FR), Tax. 3x ao dia, ausculta respiratória de 6/6 h ou conforme as 
necessidades do paciente; colocar o paciente em posição de Fowler; atentar para a presença de 
crepitações e roncos e diminuição do murmúrio vesicular; monitorar valores laboratoriais 
(NADA, 2008). 
3. PNEUMOTÓRAX 
De acordo com Lisboa, et al., (2007), pneumotórax é o acúmulo anormal de ar entre 
o pulmão e uma membrana (pleura) que reveste internamente a parede do tórax. Este espaço, 
que normalmente é virtual, se chama espaço pleural. 
Existem dois tipos de pneumotórax: Pneumotórax espontâneo e pneumotórax 
traumático. O pneumotórax espontâneo, é o mais comum, é causado pela ruptura de uma 
pequena bolha na superfície do pulmão que anatomicamente se encontra na superfície do 
pulmão. Já O pneumotórax traumático é aquele que resulta de um traumatismo na região do 
tórax tais como: lesões ocasionadas por armas de fogo e por arma branca, contusões diversas 
como, por exemplo, nos casos de acidentes de transito (LISBOA et al., 2007) . 
3.1 Quadro clínico 
O pneumotórax constitui uma emergência clínica e apresenta progressiva angustia 
respiratória, taquicardia e sinais de desvio do mediastino, tais como desvio traqueal e 
deslocamento do choque apical. Causando com isso dependendo do tamanho do pneumotórax
8 
deslocamento do coração, levando a alterações nos batimentos cardíaco podendo evoluir ao 
óbito (LASELVA et al., 2006). 
3.2 Fatores de Risco e profilaxia 
Os casos de pneumotórax relacionados às bolhas de enfisema e ao câncer de pulmão 
podem ter como medidas profiláticas a erradicação do tabagismo. Uma vez que depois do 
primeiro episódio de pneumotórax espontâneo, o indivíduo tem 40-50% de chances de 
desenvolver novo episódio (LISBOA, et al., 2207). 
A violência urbana, incluindo acidentes de trânsito, também estão inseridas entre os 
fatores de risco para os traumas de tórax de uma forma geral e, por conseguinte, os casos de 
pneumotórax. 
3.3 Diagnóstico 
O diagnóstico do pneumotórax é baseado no histórico e exame físico, e confirmado 
com a utilização de métodos de imagem (LASELVA et al., 2006). 
3.4 Tratamento 
O tratamento do pneumotórax é complexo, pois depende de inúmeros fatores. Desde 
as condições clínica do paciente a causa da lesão e devendo atentar-se para os demais quesitos 
tais como: doenças pulmonares associadas, tamanho do pneumotórax, ventilação mecânica , 
bem como outras doenças e traumas associados. Dependendo do tamanho e tipo de 
pneumotórax pode se realizar a aspiração do pneumotórax como forma de tratamento inicial 
aplicada em lesões menores e a drenagem torácica em casos mais avançados com o objetivo 
de manter a saída de ar secundária a uma eventual fístula aérea, evitando punções aspirativas 
seriadas (LASELVA et al., 2006). 
3.5 Cuidados de enfermagem 
Os processos de enfermagem em relação ao dreno torácico necessitam acontecer no 
sentido de evitar a transmissão e o desenvolvimento bacteriano em todas as etapas. Além 
disso, inclui também: posicionar o paciente de forma adequada para a inserção do dreno, 
manter vigilância constante verificando se a drenagem está ocorrendo adequadamente,
9 
garantir o funcionamento correto dos equipamentos e, o conforto do paciente para evitar 
complicações (LASELVA; LAMBLET; ALBALADEJO in KNOBEL 2006). 
Durante as prescrições de enfermagem é importante explicar o procedimento ao 
paciente e a sua família, a fim de reduzir a ansiedade e promover a colaboração. Para Moreira; 
Teles e Espinheira in Knobel (2006) o paciente bem informado quando tem possibilidade, 
pode colaborar durante o procedimento posicionando-se adequadamente e mantendo-se 
imóvel facilitando a colocação do dreno e evitando complicações. 
Para a inserção do dreno de acordo com o que descrevem Laselva; Lamblet e 
Albaladejo in Knobel (2006) a equipe de enfermagem se faz presente com participação em 
todo o processo intervindo desde o início com a preparação do material cirúrgico, e do 
paciente, na assistência ao médico e após a colocação do dreno nos cuidados com o curativo e 
na verificação do funcionamento correto dos materiais, checando as conexões, realizando 
ausculta pulmonar e inspecionando o tecido próximo ao local de inserção e solicitando a 
radiografia de tórax. 
4. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 
O tromboembolismo pulmonar é uma condição potencialmente grave que ocorre 
devido a migração de um êmbolo ou coágulo para o pulmão. Geralmente este coágulo é 
formado em alguma veia, sobretudo nos membros inferiores, quando se desprende ele segue 
pela circulação venosa até os pulmões obstruindo a passagem do sangue por uma artéria. 
Tromboembolismo pulmonar é a terceira doença cardiovascular mais comum depois da 
doença cardíaca coronária e doença cerebrovascular. Tem uma alta morbidade e mortalidade 
na população em geral (MASIKIN, et al., 2012). 
4.1 Quadro Clínico 
O quadro clínico depende da carga embólica e do estado cardiorrespiratório prévio 
do paciente, sendo os principais sinais e sintomas dispneia, taquipneia e taquicardia e em 
menor números de casos, encontram-se dor pleurítica, hemoptise, cianose, cianose, sinais de 
TVP e hipotensão (MASIKIN, et al., 2012). 
4.2 Fatores de Risco
10 
Existem diversos fatores de risco, sendo alguns maiores, tais como: cirurgia 
abdominal ou pélvica, cirurgia ortopédica, gestação, parto cesáreo, puerpério, fratura de 
membros inferiores, câncer abdominal ou pélvico, dentre outros. E outros menores, por 
exemplo: ICC, HAS, cardiopatia congênita, trombose superficial, cateter venoso central, 
anticoncepcional, terapia de reposição hormonal, DPOC, obesidade, disfunção neurológica 
(MASIKIN, et al., 2012). 
4.3 Diagnóstico 
A confirmação diagnóstica em tempo hábil para o tratamento é um desafio para o 
médico, que precisa ter em mente esta suspeita e realizar exames prontamente. Salienta-se a 
importância da história clínica e a atenção aos fatores de risco do paciente para o 
tromboembolismo. Os exames iniciais são Gasometria, Raios-X, de tórax e 
Eletrocardiograma. Após os exames iniciais mantendo-se a suspeita de TEP, anticoagula-se o 
paciente e prossegue-se a investigação para confirmação através da angiotomografia, 
cintilografia perfusional, e estudo do sistema venoso profundo e etc (MASIKIN, et al., 2012). 
4.4 Profilaxia e Tratamento 
A prevenção da trombose venosa das veias profundas dos membro inferiores, a 
principal causa de embolia pulmonar, é o elemento chave na prevenção do tromboembolismo 
pulmonar. O uso de anticoagulante em cirurgias de risco para trombose venosa, a 
movimentação precoce dos pacientes no pós-operatório e pós-parto, a mobilização das pernas 
em pacientes acamados, o uso de meias elásticas e da compressão pneumática das pernas, são 
fundamentais para a prevenção (MASIKIN, et al., 2012). 
Uma vez que haja a suspeita do diagnóstico de tromboembolismo pulmonar agudo, o 
paciente deve ser internado em uma unidade de terapia intensiva, para ter seus dados vitais, 
ritmo cardíaco e oxigenação do sangue monitorado. A administração de oxigênio por cateter 
ou máscara, poderá ser necessário (MASIKIN, et al., 2012). 
O uso de heparinas injetadas na veia ou de forma subcutânea, deve ser iniciado 
imediatamente. Em alguns casos, utiliza-se trombolíticos, injetados de forma intravenosa. A 
realização imediata de uma arteriografia pulmonar, em casos de embolia pulmonar maciça, 
visando fazer o diagnóstico e aspirar imediatamente o coágulo causador da embolia, poderá 
ser necessária nestes casos graves (MASIKIN, et al., 2012).
11 
Precocemente faz-se o uso de anticoagulantes por vários meses após o diagnóstico da 
doença. A dose desses anticoagulantes orais, dependerá dos valores dos exames de tempo de 
ativação da protrombina e relação normalizada internacional, o qual deverá ser feito 
periodicamente, conforme a orientação médica (MASIKIN, et al., 2012). 
4.5 Cuidados de Enfermagem 
O Papel fundamental da enfermagem é identificar os pacientes em risco de embolia 
pulmonar e minimizar tais riscos. A prevenção da formação do trombo é de grande 
responsabilidade da enfermagem (MASIKIN, et al., 2012). 
Deve-se estimular a deambulação e os exercícios ativos e passivos das pernas para 
prevenir a estase venosa nos pacientes em repouso no leito; aconselhar o paciente a não ficar 
sentado ou deitado por períodos prolongados, e não cruzar as pernas, não vestir roupas 
constritivas. Os pés dos pacientes devem repousar sobre o chão ou numa cadeira; não deixar 
os cateteres venosos instalados no local por períodos prolongados; oferecer o posicionamento 
mais confortável possível para a respiração; realizar mudança de decúbito frequentemente 
para melhorar a ventilação do pulmão; administrar analgésicos prescritos para melhora da dor; 
ofertar oxigenoterapia continuada, e observar sinais de hipoxemia; monitorizar o paciente; 
oferecer suporte emocional melhorando a ansiedade; estar alerta quanto aos sinais de choque 
cardiogênico, devido ao efeito da Embolia Pulmonar sobre o sistema cardiovascular e 
verificar sinais vitais (MASIKIN, et al., 2012). 
5. SINDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) 
A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é uma condição clínica de 
insuficiência respiratória aguda grave, decorrente da quebra da barreira representada pela 
membrana alvéolo-capilar, o que determina o influxo de um edema rico em proteínas para 
dentro dos espaços alveolares. Ao mesmo tempo, a lesão do epitélio alveolar reduz a produção 
de surfactante e o próprio edema contribui para a inativação de parte dessa lipoproteína que 
ainda é sintetizada. A redução do surfactante favorece o colapso alveolar que, associado ao 
edema, determina importante prejuízo nas trocas gasosas e na mecânica pulmonar. Os achados 
histopatológicos incluem o acúmulo de neutrófilos, macrófagos e eritrócitos, a presença de 
edema rico em proteínas nos espaços alveoalres e a formação de membrana hialina, 
constituindo o dano alveolar difuso (DAD). Embora em alguns pacientes essa lesão se resolva
12 
completamente após a fase aguda, em outros ela evolui para um segundo estágio, dito 
fibroproliferativo, caracterizado pela presença de inflamação crônica, fibrose e 
neovascularização (LISBOA, et al., 2007). 
5.1 Quadro Clínico 
A fase aguda é caracterizada por insuficiência respiratória aguda. Em casos graves 
surge hipoxemia, dispneia associada a tosse seca taquipneia com uso da musculatura 
acessória, a cianose pode estar presente, assim como estertores difusos (LISBOA, et al., 
2007). 
Na radiografia pode-se observar a presença de infiltrado alveolar difuso e bilateral, 
com broncograma aéreo podendo ocorrer ainda derrame pleural. Os exames laboratoriais são 
inespecíficos, incluindo leucocitose, diminuição no número de plaquetas (LISBOA, et al., 
2007). 
5.2 Fatores de Risco 
Os Fatores de risco podem estar associados a alguns traumas e ou queimaduras assim 
como embolia gordurosa pulmonar, que geralmente aparecem após fraturas de ossos longos 
lesões traumáticas (LISBOA, et al., 2007). 
5.3 Diagnóstico 
Os critérios diagnósticos da lesão pulmonar aguda compreendem: antecedentes 
históricos significativos, infiltrado difuso de tórax, hipoxemia refratária ao aumento da 
concentração de oxigênio, diminuição da complacência pulmonar e ausência de insuficiência 
cardíaca. A medida da complacência pode ser estimada pela reação entre o volume corrente e 
a pressão de platô no indivíduo relaxado, o que poderá ajudar na distinção entre as duas 
formas básicas de lesão pulmonar aguda (LISBOA, et al., 2007). 
Diagnóstico Clínico: a dispneia e a cianose são os principais sinais normalmente 
observados, sonolência ou agitação de início recente podem ser manifestações de hipoxemia. 
Gasometria Arterial: A gasometria arterial além de auxiliar nos parâmetros da 
ventilação e demonstrar hipoxemia refratária, serve também como critério para o desmame do 
paciente (LISBOA, et al., 2007).
13 
Radiografia de Tórax: Na radiografia de tórax haverá infiltrado difuso. Os pulmões 
menos complacentes poderão apresentar enfisema intersticial e/ou pneumotórax por 
barotrauma (LISBOA, et al., 2007). 
Tomografia Computadorizada de Tórax: revela imagens alveolares densas que se 
mostram dependentes do decúbito migrando com relativa velocidade após a troca de posição. 
A brusca mudança sugere microatelectasia, decorrente da compressão de grupos alveolares 
sobre outros. Também permite o diagnóstico precoce de barotrauma e infecções como 
abscessos pulmonares (LISBOA, et al., 2007). 
5.4 Profilaxiaia e tratamento 
Apesar da SDRA não ter tratamento específico, muitos dos fatores que causam e 
perpetuam esta patologia podem ser tratados ou controlados. Por exemplo, pacientes com 
choque hipovolêmico devem ser prontamente identificados e tratados com rápida reposição 
volumétrica, de forma a minimizar o impacto deste estado na evolução e manutenção da 
SDRA. Da mesma forma, pacientes com abdômen agudo infeccioso devem ser tratados com 
antibióticos e intervenção cirúrgica precoce, quando indicada. Pacientes com choque séptico 
ou pneumonias que evoluem para SDRA devem ser prontamente tratados com expansão 
intravascular e antibióticos, uma vez que o tratamento do fator causador infeccioso e controle 
hemodinâmico são fundamentais no sucesso do manejo da patologia pulmonar subsequente 
(LISBOA, et al., 2007). 
5.5 Cuidados de Enfermagem 
Como ventilar o paciente com SDRA 
Modos ventilatórios 
Recomendação: No início (primeiras 48-72 horas) do ajuste da 
ventilação mecânica em pacientes com SDRA (todas as categorias de gravidade) são 
recomendados modos controlados: volume controlado ou pressão controlada, nesta última, o 
valor da pressão das vias aérias se equipara a pressão de platô ou pressão alveolarquando o 
fluxo inspiratório cai a zero (BRASIL, 2013). 
6. CONCLUSÃO
14 
A partir do exposto, observou-se que os distúrbios associados à ventilação promove 
falha dos pulmões e consequentemente uma adequada oxigenação. Sendo as patologias de 
maior prevalência em UTI, causada por uma grande variedade de doenças, não 
necessariamente pulmonares, apresentando significativa mortalidade. 
A abordagem do enfermeiro intensivista no paciente com distúrbios ventilatórios será 
para promover condições para uma adequada ventilação e oxigenação, deve apresentar 
medidas imediatas para promover a desobstrução de vias aéreas; oxigenioterapia (catéter, 
máscara, VMNI ou VMI); posicionamentos adequados (elevação de decúbitos); 
monitorização do paciente. 
Os cuidados de enfermagem oferecidos aos pacientes em UTI se faz presente em 
vários segmentos do tratamento intensivo, uma vez que sua atuação evita complicações, 
diminui o tempo de internação, o número de óbitos e libera mais rapidamente os leitos. 
Deste modo, observa-se que a assistência de enfermagem para ser efetiva deve 
ser sistemática e estar inter-relacionada com vistas ao Processo de Enfermagem, sempre 
buscando avaliar os achados clínicos e através dos mesmos implementar os cuidados de 
enfermagem ao paciente com distúrbios ventilatórios. 
7. BIBLIOGRAFIA 
BRASIL. Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Diretrizes Brasileiras de Ventolação 
Mecânica. 2013. Disponível em: 
<http://www.sbpt.org.br/downloads/arquivos/Dir_VM_2013/Diretrizes_VM2013 _SBPT_AM 
IB.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2014. 
Diagnósticos de Enfermagem da NANDA – Definições e Classificação 2007/2008 / North 
American Nursing Diagnosis Asociation; tradução Regina Machado Garcez. –. Porto Alegre: 
Artmed, 2008. 
CARNEIRO, M. et.al. Pneumonia associada á ventilação mecânica por Acinetobacter 
baumannii resistente a carbapenem. Rev.Panam. de Infecto, 10 (2). p.28-33, 2008.
15 
GOLDMAN, Lee, AUSIELLO, Dennis. Tratado de medicina interna. Ed. 22ª, São Paulo: 
Editora Elsevier, 2005. 
LASELVA, Claudia Regina; LAMBLET, Luiz Carlos Ribeiro; ALBALADEJO, Renata in 
KNOBEL, Elias.Terapia intensiva:enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006. 
LISBOA, T. et.al. Prevalência de infecção nosocomial em unidades de terapia intensiva do 
Rio Grande do Sul. Rev.Bras. de Terap. Intensiva, 19. P. 414-20, 2007. 
MASKIN, L.P. et al . Tromboembolismo pulmonar secundario a migración intrapulmonar de 
filtro de vena cava inferior. Med. Intensiva, Barcelona, v. 36, n. 9, dic. 2012 . Disponível 
em: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0210- 
56912012000900011&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 14 abr 2014. 
MOREIRA, Alceni do Carmo, TELES, Cristiane Ramos; Espinheira, Ana Paula in KNOBEL, 
Elias.Terapia intensiva:enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006. 
PRYOR, Zenrifer. WEBBER, A. Barbara. Fisioterapia para problemas respiratórios e 
cardíacos. Ed. 2ª, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 
ROZMAN, C. Medicina Interna. São Paulo: Manole Editora, 1999. 
SAHN AS. Técnicas de diagnóstico pleurais. Med 1: 324-330, 1995. 
SILVA, C.C. Luiz. Compêndio de Pneumologia. 2.ed. SP: Fundo Editorial BYK, 1993. 
VARGAS F, Teixeira l. Marchi E. Derrame Pleural. 1ª ed. São Paulo: Editora Roca, 2004.

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Disturbios associados à ventilação

  • 1. DISTURBIOS ASSOCIADOS À VENTILAÇÃO Edirceu Luiz Lourenço Goiânia MARÇO - 2014
  • 2. 2 EDIRCEU LUIZ LOURENÇO DISTURBIOS ASSOCIADOS À VENTILÇÃO Trabalho apresentado ao curso de pós-graduação, lato sensu, em Enfermagem Terapia Intensiva. Disciplina: Distúrbios Respiratórios e Ventilação Mecânica, sob orientação da professora: Fernanda Alves Ferreira. Faculdade Universo Goiânia Março 2014
  • 3. 3 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 2- DERRAME PLEURAL..............................................................................................4 3- PNEUMOTÓRAX......................................................................................................7 4- TROMBOEMBOLISMO PULMONAR....................................................................9 5- SINDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO...........................11 6- CONCLUSÃO..........................................................................................................13 7- BIBLIOGRAFIA......................................................................................................14
  • 4. 4 4 1-INTRODUÇÃO A respiração consiste no processo fisiológico responsável pelas trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente. O processo envolve a entrada do oxigênio (O2) e a remoção do gás carbônico (CO2) do sangue e depende de um complicado aparato: o aparelho respiratório, Vias aéreas, pulmões, diafragma, caixa torácica, o controle do sistema nervoso central (SNC) e periférico e o aparelho cardiocirculatório, todos interagem para adequar o balanço entre o volume de ar que chega aos alvéolos e o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar, de onde resulta a troca gasosa (GOLDMAN, AUSELHO, 2005). A desregulação deste processo, traduzida pela incapacidade em manter normal a oferta de O2 aos tecidos e a remoção de CO2 dos mesmos, definem os distúrbios ventilatórios. O tratamento para cada distúrbio respiratório deve ser individualizado, em função das causas desencadeantes e dos mecanismos fisiopatológicos, envolvidos. Os Bronco dilatadores, os corticosteroides, diuréticos, antibióticos e procedimentos cirúrgicos poderão ser utilizados(GOLDMAN, AUSELHO, 2005). O enfermeiro intensivista é um profissional especializado e responsável pelos cuidados e assistência ventilatória ao paciente criticamente na unidade de terapia intensiva, monitorização ventilo-respiratória, e prevenção dos efeitos decorrentes do repouso prolongado no leito. Tendo em vista a complexidade dos distúrbios associados à ventilação, torna-se necessário o aprofundamento dos conhecimentos e de recursos terapêuticos que objetivem melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes acometidos pelo Derrame pleural, Pneumotórax espontâneo e traumático, Tromboembolismo pulmonar e Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). O objetivo da presente estudo é descrever, Conceito, Quadro Clínico, Fatores de risco, Diagnóstico, Tratamento, Profilaxia e Cuidados de Enfermagem aos pacientes acometidos por estes distúrbios em unidade de terapia intensiva. 2. DERRAME PLEURAL Os pulmões são revestidos por uma fina membrana denominada pleura visceral que adere intimamente ao tecido subjacente e recobre as fissuras pulmonares. Uma membrana
  • 5. 5 similar, denominada pleura parietal, reveste não somente todo o gradeado costal, mas também, o diafragma e o mediastino (SCANLAN et.al., 2000). O espaço pleural tem como função principal facilitar a movimentação dos pulmões, permitindo que eles deslizem com mínimo atrito. O espaço tem em média 10 a 20 μm de largura e embora seja considerado virtual é preenchido por uma fina película de líquido, em que o volume é aproximadamente 0,16 a 0,36 mL/Kg (VARGAS et.al, 2004). O derrame pleural, é caracterizado pelo acúmulo excessivo deste líquido no espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal. De acordo com a composição química, ele pode ser classificado em transudato, quando não há lesão no espaço pleural nem sinal de células inflamatórias, e em exsudato, causado pelo aumento da permeabilidade dos vasos da microcirculação e com presença de células em decomposição (VARGAS et.al, 2004). 2.1. Quadro clínico Os sintomas que se apresentam no quadro de derrame pleural são dor, dispneia e tosse seca. Sendo que a dor provém do acometimento da pleura parietal, e que geralmente acontece por processos inflamatórios, como nos casos das pneumonias e na tuberculose pleural; são características do tipo ventilatório dependente. A dispneia somente aparece na presença da dor, ou seja, devido a limitação imposta que os movimentos ventilatórios provocam, ou quando acontece o derrame pleural volumoso, que se dar por perda de área pulmonar ou ventilatória. (ROZMAN, 1999). 2.2. Diagnóstico Clínico As descrições sobre os sinais e sintomas geralmente sugerem um rápido ou repentino surgimento da doença. Sendo que a dor pode estar associada primeiramente com respiração profunda e a tosse. Estando presentes também quando acontece a dispneia. Podendo desenvolver atelectasia no tecido pulmonar adjacente à efusão pleural, quando o paciente fica por muito tempo imóvel. (PRYOR et.al, 2002). Na ausculta muitas vezes os sons respiratórios ficam reduzidos ou ausentes na efusão e sons respiratórios tubulares ou brônquicos podendo ser ouvidos a um ou dois espaços intercostais acima do nível do líquido e uma fricção pleural característica descrita como um som de rangido como se dois pedaços de couro áspero fossem friccionados um no outro. (PRYOR et.al, 2002).
  • 6. 6 O exame físico e colocado como tendo anormalidades proporcionais ao volume do derrame, causando maciez, diminuição do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular. Sendo que, o atrito pleural pode ser audível em casos de exsudato fibrinoso com a presença de mínima quantidade de líquido. É mais intenso durante a inspiração e não há modificação auscultatória após exercício e tosse (SILVA et.al, 1993). 2.3. Quadro radiológico Quando ocorre a suspeita do diagnostico do derrame pleural com os dados das informações clínicas, e necessário se fazer uma radiografia de tórax nas incidências póstero-anterior (PA) e perfil. Sendo que isso se confirmará a presença e a extensão do derrame, informando sobre a sua natureza livre na cavidade pleural ou loculado, como também sobre a ocorrência ou não de outros envolvimentos torácicos, sendo ele pulmonar, cardíaco ou mediastinal que estão associados. (CHIBANTE, 1992). Outras ocorrências causadas por lesões torácicas ajudam também a fazer a evidencia das possíveis causas do derrame. Com a radiografia em PA, o derrame pleural livre, e caracterizado por uma presença de um velamento homogêneo, que tem uma densidade de partes moles, e que estão localizados, na parte inferior do hemitórax, obliterando o ângulo do seio costofrênico e desenhando uma curva de convexidade para baixo, que é chamada de curva de Damoiseau ou sinal o menisco (CHIBANTE, 1992). Essa curva se apresentará um tanto quanto mais alta e quanto mais volumosa for o derrame. Evidenciando-se por um desvio do mediastino ou a sua ausência para o lado oposto, que será também proporcional ao volume do derrame, como também pela ocorrência que acontece simultaneamente com a atelectasia homolateral. Sendo que a radiografia, em decúbito lateral, com raios auxiliará a evidenciar o líquido livre na cavidade pleural, nos casos duvidosos (CHIBANTE, 1992). 2.4.Procedimentos diagnósticos invasivos Quando se constata clinicamente e radiologicamente o derrame pleural, fica obrigado a seguir-se os passos para buscar o que causou o derrame. Sendo que esses passos vão desde a fazer punção do espaçopleural, retirando uma amostra do líquido e nele fazer a dosagens das proteínas e a desidrogenase lática, o que permitirá fazer a classificação dos derrames como sendo exsudatos e os transudatos; fazendo também o diagnóstico de exsudato, e de outros
  • 7. 7 exames laboratoriais, como os bioquímicos, citológicos e bacteriológicos, que devem ser conduzidos no líquido. (SAHN, 1995). 2.5. Assistência de Enfermagem no Derrame Pleural Deve-se implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem, trançando diagnósticos de enfermagem como as troca de gazes prejudicada que estarão relacionada ao déficit na oxigenação devido à dispneia e respiração anormal; observar o volume excessivo de líquido que estarão evidenciado pela congestão pulmonar e mudanças no padrão respiratório; observar a desobstrução ineficaz das vias aéreas que estarão relacionada a secreções retidas evidenciadas por sibilos em ápice do pulmão direito; observar e ter maior cuidado com o risco de infecção que são evidenciado por drenagem torácica e acesso venoso periférico no MSD; atentar para o risco de hipertemia relacionado ao processo infeccioso pulmonar; tratar contudo as prescrições de enfermagem para aferir Pressão Arterial (PA), Frequência Cardíaca (FC), Frequência Respiratória (FR), Tax. 3x ao dia, ausculta respiratória de 6/6 h ou conforme as necessidades do paciente; colocar o paciente em posição de Fowler; atentar para a presença de crepitações e roncos e diminuição do murmúrio vesicular; monitorar valores laboratoriais (NADA, 2008). 3. PNEUMOTÓRAX De acordo com Lisboa, et al., (2007), pneumotórax é o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e uma membrana (pleura) que reveste internamente a parede do tórax. Este espaço, que normalmente é virtual, se chama espaço pleural. Existem dois tipos de pneumotórax: Pneumotórax espontâneo e pneumotórax traumático. O pneumotórax espontâneo, é o mais comum, é causado pela ruptura de uma pequena bolha na superfície do pulmão que anatomicamente se encontra na superfície do pulmão. Já O pneumotórax traumático é aquele que resulta de um traumatismo na região do tórax tais como: lesões ocasionadas por armas de fogo e por arma branca, contusões diversas como, por exemplo, nos casos de acidentes de transito (LISBOA et al., 2007) . 3.1 Quadro clínico O pneumotórax constitui uma emergência clínica e apresenta progressiva angustia respiratória, taquicardia e sinais de desvio do mediastino, tais como desvio traqueal e deslocamento do choque apical. Causando com isso dependendo do tamanho do pneumotórax
  • 8. 8 deslocamento do coração, levando a alterações nos batimentos cardíaco podendo evoluir ao óbito (LASELVA et al., 2006). 3.2 Fatores de Risco e profilaxia Os casos de pneumotórax relacionados às bolhas de enfisema e ao câncer de pulmão podem ter como medidas profiláticas a erradicação do tabagismo. Uma vez que depois do primeiro episódio de pneumotórax espontâneo, o indivíduo tem 40-50% de chances de desenvolver novo episódio (LISBOA, et al., 2207). A violência urbana, incluindo acidentes de trânsito, também estão inseridas entre os fatores de risco para os traumas de tórax de uma forma geral e, por conseguinte, os casos de pneumotórax. 3.3 Diagnóstico O diagnóstico do pneumotórax é baseado no histórico e exame físico, e confirmado com a utilização de métodos de imagem (LASELVA et al., 2006). 3.4 Tratamento O tratamento do pneumotórax é complexo, pois depende de inúmeros fatores. Desde as condições clínica do paciente a causa da lesão e devendo atentar-se para os demais quesitos tais como: doenças pulmonares associadas, tamanho do pneumotórax, ventilação mecânica , bem como outras doenças e traumas associados. Dependendo do tamanho e tipo de pneumotórax pode se realizar a aspiração do pneumotórax como forma de tratamento inicial aplicada em lesões menores e a drenagem torácica em casos mais avançados com o objetivo de manter a saída de ar secundária a uma eventual fístula aérea, evitando punções aspirativas seriadas (LASELVA et al., 2006). 3.5 Cuidados de enfermagem Os processos de enfermagem em relação ao dreno torácico necessitam acontecer no sentido de evitar a transmissão e o desenvolvimento bacteriano em todas as etapas. Além disso, inclui também: posicionar o paciente de forma adequada para a inserção do dreno, manter vigilância constante verificando se a drenagem está ocorrendo adequadamente,
  • 9. 9 garantir o funcionamento correto dos equipamentos e, o conforto do paciente para evitar complicações (LASELVA; LAMBLET; ALBALADEJO in KNOBEL 2006). Durante as prescrições de enfermagem é importante explicar o procedimento ao paciente e a sua família, a fim de reduzir a ansiedade e promover a colaboração. Para Moreira; Teles e Espinheira in Knobel (2006) o paciente bem informado quando tem possibilidade, pode colaborar durante o procedimento posicionando-se adequadamente e mantendo-se imóvel facilitando a colocação do dreno e evitando complicações. Para a inserção do dreno de acordo com o que descrevem Laselva; Lamblet e Albaladejo in Knobel (2006) a equipe de enfermagem se faz presente com participação em todo o processo intervindo desde o início com a preparação do material cirúrgico, e do paciente, na assistência ao médico e após a colocação do dreno nos cuidados com o curativo e na verificação do funcionamento correto dos materiais, checando as conexões, realizando ausculta pulmonar e inspecionando o tecido próximo ao local de inserção e solicitando a radiografia de tórax. 4. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR O tromboembolismo pulmonar é uma condição potencialmente grave que ocorre devido a migração de um êmbolo ou coágulo para o pulmão. Geralmente este coágulo é formado em alguma veia, sobretudo nos membros inferiores, quando se desprende ele segue pela circulação venosa até os pulmões obstruindo a passagem do sangue por uma artéria. Tromboembolismo pulmonar é a terceira doença cardiovascular mais comum depois da doença cardíaca coronária e doença cerebrovascular. Tem uma alta morbidade e mortalidade na população em geral (MASIKIN, et al., 2012). 4.1 Quadro Clínico O quadro clínico depende da carga embólica e do estado cardiorrespiratório prévio do paciente, sendo os principais sinais e sintomas dispneia, taquipneia e taquicardia e em menor números de casos, encontram-se dor pleurítica, hemoptise, cianose, cianose, sinais de TVP e hipotensão (MASIKIN, et al., 2012). 4.2 Fatores de Risco
  • 10. 10 Existem diversos fatores de risco, sendo alguns maiores, tais como: cirurgia abdominal ou pélvica, cirurgia ortopédica, gestação, parto cesáreo, puerpério, fratura de membros inferiores, câncer abdominal ou pélvico, dentre outros. E outros menores, por exemplo: ICC, HAS, cardiopatia congênita, trombose superficial, cateter venoso central, anticoncepcional, terapia de reposição hormonal, DPOC, obesidade, disfunção neurológica (MASIKIN, et al., 2012). 4.3 Diagnóstico A confirmação diagnóstica em tempo hábil para o tratamento é um desafio para o médico, que precisa ter em mente esta suspeita e realizar exames prontamente. Salienta-se a importância da história clínica e a atenção aos fatores de risco do paciente para o tromboembolismo. Os exames iniciais são Gasometria, Raios-X, de tórax e Eletrocardiograma. Após os exames iniciais mantendo-se a suspeita de TEP, anticoagula-se o paciente e prossegue-se a investigação para confirmação através da angiotomografia, cintilografia perfusional, e estudo do sistema venoso profundo e etc (MASIKIN, et al., 2012). 4.4 Profilaxia e Tratamento A prevenção da trombose venosa das veias profundas dos membro inferiores, a principal causa de embolia pulmonar, é o elemento chave na prevenção do tromboembolismo pulmonar. O uso de anticoagulante em cirurgias de risco para trombose venosa, a movimentação precoce dos pacientes no pós-operatório e pós-parto, a mobilização das pernas em pacientes acamados, o uso de meias elásticas e da compressão pneumática das pernas, são fundamentais para a prevenção (MASIKIN, et al., 2012). Uma vez que haja a suspeita do diagnóstico de tromboembolismo pulmonar agudo, o paciente deve ser internado em uma unidade de terapia intensiva, para ter seus dados vitais, ritmo cardíaco e oxigenação do sangue monitorado. A administração de oxigênio por cateter ou máscara, poderá ser necessário (MASIKIN, et al., 2012). O uso de heparinas injetadas na veia ou de forma subcutânea, deve ser iniciado imediatamente. Em alguns casos, utiliza-se trombolíticos, injetados de forma intravenosa. A realização imediata de uma arteriografia pulmonar, em casos de embolia pulmonar maciça, visando fazer o diagnóstico e aspirar imediatamente o coágulo causador da embolia, poderá ser necessária nestes casos graves (MASIKIN, et al., 2012).
  • 11. 11 Precocemente faz-se o uso de anticoagulantes por vários meses após o diagnóstico da doença. A dose desses anticoagulantes orais, dependerá dos valores dos exames de tempo de ativação da protrombina e relação normalizada internacional, o qual deverá ser feito periodicamente, conforme a orientação médica (MASIKIN, et al., 2012). 4.5 Cuidados de Enfermagem O Papel fundamental da enfermagem é identificar os pacientes em risco de embolia pulmonar e minimizar tais riscos. A prevenção da formação do trombo é de grande responsabilidade da enfermagem (MASIKIN, et al., 2012). Deve-se estimular a deambulação e os exercícios ativos e passivos das pernas para prevenir a estase venosa nos pacientes em repouso no leito; aconselhar o paciente a não ficar sentado ou deitado por períodos prolongados, e não cruzar as pernas, não vestir roupas constritivas. Os pés dos pacientes devem repousar sobre o chão ou numa cadeira; não deixar os cateteres venosos instalados no local por períodos prolongados; oferecer o posicionamento mais confortável possível para a respiração; realizar mudança de decúbito frequentemente para melhorar a ventilação do pulmão; administrar analgésicos prescritos para melhora da dor; ofertar oxigenoterapia continuada, e observar sinais de hipoxemia; monitorizar o paciente; oferecer suporte emocional melhorando a ansiedade; estar alerta quanto aos sinais de choque cardiogênico, devido ao efeito da Embolia Pulmonar sobre o sistema cardiovascular e verificar sinais vitais (MASIKIN, et al., 2012). 5. SINDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é uma condição clínica de insuficiência respiratória aguda grave, decorrente da quebra da barreira representada pela membrana alvéolo-capilar, o que determina o influxo de um edema rico em proteínas para dentro dos espaços alveolares. Ao mesmo tempo, a lesão do epitélio alveolar reduz a produção de surfactante e o próprio edema contribui para a inativação de parte dessa lipoproteína que ainda é sintetizada. A redução do surfactante favorece o colapso alveolar que, associado ao edema, determina importante prejuízo nas trocas gasosas e na mecânica pulmonar. Os achados histopatológicos incluem o acúmulo de neutrófilos, macrófagos e eritrócitos, a presença de edema rico em proteínas nos espaços alveoalres e a formação de membrana hialina, constituindo o dano alveolar difuso (DAD). Embora em alguns pacientes essa lesão se resolva
  • 12. 12 completamente após a fase aguda, em outros ela evolui para um segundo estágio, dito fibroproliferativo, caracterizado pela presença de inflamação crônica, fibrose e neovascularização (LISBOA, et al., 2007). 5.1 Quadro Clínico A fase aguda é caracterizada por insuficiência respiratória aguda. Em casos graves surge hipoxemia, dispneia associada a tosse seca taquipneia com uso da musculatura acessória, a cianose pode estar presente, assim como estertores difusos (LISBOA, et al., 2007). Na radiografia pode-se observar a presença de infiltrado alveolar difuso e bilateral, com broncograma aéreo podendo ocorrer ainda derrame pleural. Os exames laboratoriais são inespecíficos, incluindo leucocitose, diminuição no número de plaquetas (LISBOA, et al., 2007). 5.2 Fatores de Risco Os Fatores de risco podem estar associados a alguns traumas e ou queimaduras assim como embolia gordurosa pulmonar, que geralmente aparecem após fraturas de ossos longos lesões traumáticas (LISBOA, et al., 2007). 5.3 Diagnóstico Os critérios diagnósticos da lesão pulmonar aguda compreendem: antecedentes históricos significativos, infiltrado difuso de tórax, hipoxemia refratária ao aumento da concentração de oxigênio, diminuição da complacência pulmonar e ausência de insuficiência cardíaca. A medida da complacência pode ser estimada pela reação entre o volume corrente e a pressão de platô no indivíduo relaxado, o que poderá ajudar na distinção entre as duas formas básicas de lesão pulmonar aguda (LISBOA, et al., 2007). Diagnóstico Clínico: a dispneia e a cianose são os principais sinais normalmente observados, sonolência ou agitação de início recente podem ser manifestações de hipoxemia. Gasometria Arterial: A gasometria arterial além de auxiliar nos parâmetros da ventilação e demonstrar hipoxemia refratária, serve também como critério para o desmame do paciente (LISBOA, et al., 2007).
  • 13. 13 Radiografia de Tórax: Na radiografia de tórax haverá infiltrado difuso. Os pulmões menos complacentes poderão apresentar enfisema intersticial e/ou pneumotórax por barotrauma (LISBOA, et al., 2007). Tomografia Computadorizada de Tórax: revela imagens alveolares densas que se mostram dependentes do decúbito migrando com relativa velocidade após a troca de posição. A brusca mudança sugere microatelectasia, decorrente da compressão de grupos alveolares sobre outros. Também permite o diagnóstico precoce de barotrauma e infecções como abscessos pulmonares (LISBOA, et al., 2007). 5.4 Profilaxiaia e tratamento Apesar da SDRA não ter tratamento específico, muitos dos fatores que causam e perpetuam esta patologia podem ser tratados ou controlados. Por exemplo, pacientes com choque hipovolêmico devem ser prontamente identificados e tratados com rápida reposição volumétrica, de forma a minimizar o impacto deste estado na evolução e manutenção da SDRA. Da mesma forma, pacientes com abdômen agudo infeccioso devem ser tratados com antibióticos e intervenção cirúrgica precoce, quando indicada. Pacientes com choque séptico ou pneumonias que evoluem para SDRA devem ser prontamente tratados com expansão intravascular e antibióticos, uma vez que o tratamento do fator causador infeccioso e controle hemodinâmico são fundamentais no sucesso do manejo da patologia pulmonar subsequente (LISBOA, et al., 2007). 5.5 Cuidados de Enfermagem Como ventilar o paciente com SDRA Modos ventilatórios Recomendação: No início (primeiras 48-72 horas) do ajuste da ventilação mecânica em pacientes com SDRA (todas as categorias de gravidade) são recomendados modos controlados: volume controlado ou pressão controlada, nesta última, o valor da pressão das vias aérias se equipara a pressão de platô ou pressão alveolarquando o fluxo inspiratório cai a zero (BRASIL, 2013). 6. CONCLUSÃO
  • 14. 14 A partir do exposto, observou-se que os distúrbios associados à ventilação promove falha dos pulmões e consequentemente uma adequada oxigenação. Sendo as patologias de maior prevalência em UTI, causada por uma grande variedade de doenças, não necessariamente pulmonares, apresentando significativa mortalidade. A abordagem do enfermeiro intensivista no paciente com distúrbios ventilatórios será para promover condições para uma adequada ventilação e oxigenação, deve apresentar medidas imediatas para promover a desobstrução de vias aéreas; oxigenioterapia (catéter, máscara, VMNI ou VMI); posicionamentos adequados (elevação de decúbitos); monitorização do paciente. Os cuidados de enfermagem oferecidos aos pacientes em UTI se faz presente em vários segmentos do tratamento intensivo, uma vez que sua atuação evita complicações, diminui o tempo de internação, o número de óbitos e libera mais rapidamente os leitos. Deste modo, observa-se que a assistência de enfermagem para ser efetiva deve ser sistemática e estar inter-relacionada com vistas ao Processo de Enfermagem, sempre buscando avaliar os achados clínicos e através dos mesmos implementar os cuidados de enfermagem ao paciente com distúrbios ventilatórios. 7. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Diretrizes Brasileiras de Ventolação Mecânica. 2013. Disponível em: <http://www.sbpt.org.br/downloads/arquivos/Dir_VM_2013/Diretrizes_VM2013 _SBPT_AM IB.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2014. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA – Definições e Classificação 2007/2008 / North American Nursing Diagnosis Asociation; tradução Regina Machado Garcez. –. Porto Alegre: Artmed, 2008. CARNEIRO, M. et.al. Pneumonia associada á ventilação mecânica por Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem. Rev.Panam. de Infecto, 10 (2). p.28-33, 2008.
  • 15. 15 GOLDMAN, Lee, AUSIELLO, Dennis. Tratado de medicina interna. Ed. 22ª, São Paulo: Editora Elsevier, 2005. LASELVA, Claudia Regina; LAMBLET, Luiz Carlos Ribeiro; ALBALADEJO, Renata in KNOBEL, Elias.Terapia intensiva:enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006. LISBOA, T. et.al. Prevalência de infecção nosocomial em unidades de terapia intensiva do Rio Grande do Sul. Rev.Bras. de Terap. Intensiva, 19. P. 414-20, 2007. MASKIN, L.P. et al . Tromboembolismo pulmonar secundario a migración intrapulmonar de filtro de vena cava inferior. Med. Intensiva, Barcelona, v. 36, n. 9, dic. 2012 . Disponível em: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0210- 56912012000900011&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 14 abr 2014. MOREIRA, Alceni do Carmo, TELES, Cristiane Ramos; Espinheira, Ana Paula in KNOBEL, Elias.Terapia intensiva:enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2006. PRYOR, Zenrifer. WEBBER, A. Barbara. Fisioterapia para problemas respiratórios e cardíacos. Ed. 2ª, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. ROZMAN, C. Medicina Interna. São Paulo: Manole Editora, 1999. SAHN AS. Técnicas de diagnóstico pleurais. Med 1: 324-330, 1995. SILVA, C.C. Luiz. Compêndio de Pneumologia. 2.ed. SP: Fundo Editorial BYK, 1993. VARGAS F, Teixeira l. Marchi E. Derrame Pleural. 1ª ed. São Paulo: Editora Roca, 2004.