1) Segundo Pascal, os seres humanos experimentam um vazio interior que buscam preencher com diversões e objetos externos.
2) No entanto, essas diversões são apenas formas de escapar da angústia causada pela consciência do próprio nada.
3) A única forma de aceitar a própria existência finita é apostando na existência de Deus e na possibilidade de ganhar a vida eterna.
História em Quadrinhos HQ's - Eduardo Borile Junior
O Existêncialismo em Blaise Pascal
1. A EXISTÊNCIA
explicada por BLAISE PASCAL
Eduardo Borile Junior
Rafael Fandinho
2. Qual o motivo da minha
existência?
Por que eu existo?
Eu existo?
3. Somos seres vazios?
Segundo Pascal “ O homem
experimenta seu vazio e, buscando
socorro nas coisas exteriores, tudo
faz para preenchê-lo”
4. O que é a diversão?
A palavra provém do termo divertissement que
significa:
Desviar-se de obstáculos indesejáveis, divertir-se,
alienar-se, ficar distante.
Assim, o divertimento é a forma privilegiada que o homem
encontra para desviar o olhar de si mesmo, pois o seu “eu”
verdadeiro traz a marca do nada.
O traço vazio, lhe é insuportável.
5. Então, somos nada?
Portanto, a condição não alienada (não divertida) é o
bastante para a consciência do NADA se materializar.
Levando a angústia, ao tédio, ao aborrecimento.
NADA, não significa então, NÃO SER, mas sim a
incapacidade que o homem encontra para descobrir
sua origem e consequentemente, seu fim.
Assim, sem o conhecimento de sua origem, o homem,
ao longo da vida busca fundamentos para explicar a
sua existência.
6. Buscamos a felicidade? Por que?
Para Pascal “ O homem não pode
chegar a felicidade pelas vias
naturais, assim tenta encontrar
uma SEGURANÇA EXISTENCIAL
(uma zona de conforto) para
justificar o seu existir”
7. Minha felicidade, depende dos outros?
Pascal afirma: “O inferno não é o outro, o inferno
somos nós mesmos, pois jamais estamos quietos
conosco mesmo [...] O homem não encontra nada
em si mesmo que possa satisfazê-lo. Então ele
conserva o desejo de conhecer (a si e aos outros) e
de enfim ser feliz.”
Essa busca humana da VERDADE e da FELICIDADE
se transforma em um busca incessante.
8. Onde está a felicidade?
Negócios?
Paixões? Jogos?
9. O Divertimento é necessário?
O divertimento, torna-se necessário para um ser que
carrega a marca do nada.Estar ocupado o tempo todo
é o único modo que o homem encontra para não
pensar em si mesmo, para livrar-se da angústia.
Portanto, não são as coisas que o homem busca. Ele
busca a própria BUSCA. Pois é nessa busca que ele
aviva a suas paixões. Segundo Pascal: “Não buscamos
nunca as coisas, mas sim a busca das coisas”
10. Pascal X Descartes
Enquanto Descartes colhe a existência e o
ato de pensar como algo necessário:
“Penso, logo existo!”
Pascal acredita que somos seres
desnecessários:
“Eu, que penso, não teria existido se minha
mães tivesse morrido antes de eu ter sido
animado,(de eu nascer)”
11. Se existimos, vivemos nossa Vida?
Conforme Pascal: “O homem constrói um “eu”
com todas as qualidades que são valorizadas
pelos outros. Ele é construído somente para
arrancar a admiração e a estima dos outros. É
este “eu” engrandecido pelas qualidades
apreciadas por todos que ele tenta impor aos
outros. [...] O homem não consegue viver
contente consigo mesmo, é então necessário
viver na ideia dos outros.”
12. “Quer ser grande e acha-se pequeno; quer ser feliz e acha-
se miserável ; quer ser perfeito e acha-se cheio de
imperfeições; quer ganhar a estima dos outros homens e
vê que seu defeitos só merecem deles aversão e desprezo”
Blaise Pascal
13. Se existimos, somos contentes?
A estima recebida do outro, leva o “eu” ao
contentamento. O contentamento é a GLÓRIA.
Para Pascal : “O ‘eu’ admira a si mesmo através da
estima recebida do outro, isto é, no sentimento
favorável que o outro tem do ‘eu’ (de mim).”
É olhando a si mesmo através do olhar do outro que
ignoramos nossas fraquezas e imperfeições. Por
esta razão fica tão difícil aceitar algumas
“verdades” que ouvimos a nosso respeito.
14. Já que existimos, como agimos?
“Quanto mais querer ser perfeito, mais imperfeito se
torna, pois faz tudo para evitar a verdade que o
convence de seus defeitos e não suporta que os outros
digam-lhe verdades”
Blaise Pascal
Assim, toda a tentativa humana para preencher esse
NADA, somente pelo divertimento está fadada ao
fracasso, pois nunca encontrará SATISFAÇÃO
TOTAL na sua diversão. E vai querer sempre mais e
mais...
15. Como aceitamos nossa existência?
“Apostando na existência divina, o homem vislumbra a
possibilidade, de jogando o finito, ganhar o infinito, jogando
a vida, cujo fim é a morte, ganhar a vida eternamente feliz.
Toda aposta é arriscada, corre-se o risco de ganhar ou
perder.[...] Não há esperança sem temor, nem temor sem
esperança.
Assim mesmo aquele que aposta na existência divina,
encontra-se na inquietude, sem saber quando o jogo será
interrompido, isto é quando a vida será interrompida e ela
sempre é interrompida quando menos se espera. Por isso,
cultive o seu NADA interno, pois jamais poderá saber se
algum dia será resgatado do NADA eterno que é a morte.”
Blasie Pascal