Casamento na ótica espirita: indissolubilidade e amor
1. Casamento na ótica espirita
Eduardo Ottonelli Pithan
Grupo Vagalumes – Novo Hamburgo
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82042277
2. Referências Bibliográficas
EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO, Allan Kardec,
Cap XXII, 3, 4 e 5.
LIVRO DOS ESPIRITOS, Allan Kardec, questões 695,
696, 939 e 940.
O CONSOLADOR, Emannuel por Chico Xavier,
questões 175, 179, 183, 184, 188, 189, 328 e 329.
NOSSO LAR, André Luiz por Chico Xavier, capítulo 20.
ESTUDANDO A MEDIUNIDADE, Martins Peralva.
4. 1 – E chegaram-se a ele os fariseus, tentando-o e dizendo: É
porventura lícito a um homem repudiar a sua mulher, por
qualquer causa? Ele, respondendo, lhes disse: Não tendes lido
que quem criou o homem, desde o princípio os fez macho e
fêmea? E disse: Por isso, deixará o homem pai e mãe, e ajuntar-
se-á com sua mulher, e serão dois numa só carne. Assim que já
não são dois, mas uma só carne. Não separe logo o homem o que
Deus ajuntou. Replicaram-lhe eles: Pois por que mandou Moisés
dar o homem à sua mulher carta de desquite, e repudiá-la?
Respondeu-lhes: Porque Moisés, pela dureza de vossos corações,
vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas ao princípio não foi
assim. Eu, pois, vos declaro, que todo aquele que repudiar sua
mulher, se não for por causa da fornicação, e casar com outra,
comete adultério, e o que se casar com a que o outro repudiou,
comete adultério. (Mateus, XIX: 3-9).
Indissolubilidade do casamento
5. 2 – A não ser o que procede de Deus, nada é imutável no mundo.
Tudo o que procede do homem está sujeito a mudanças.
(...)No casamento, o que é de ordem divina é a união conjugal, para
que se opere a renovação dos seres que morrem. Mas as condições
que regulam essa união são de tal maneira humanas...
Pelas leis Humanas Monogamia e Poligamia
Mas, na união conjugal, ao lado da lei divina material, comum a
todos os seres vivos, existe outra lei divina, imutável como todas as
leis de Deus, e exclusivamente moral, que é a lei do amor.
Deus quis que os seres se unissem, não somente pelos laços carnais,
mas também pelos da alma, a fim de que a mútua afeição dos
esposos se estenda aos filhos, e para que sejam dois, em vez de um,
a amá-los, tratá-los e fazê-los progredir.
Indissolubilidade do casamento
6. (...)O que se procura não é a satisfação do coração, mas a do
orgulho, da vaidade, da cupidez, numa palavra: todos os
interesses materiais. Quando tudo corre bem, segundo esses
interesses, diz-se que o casamento é conveniente.
(...)Disso resulta frequentemente, que aquilo que se uniu à
força, por si mesmo se separa...
A LEI DO AMOR É QUE DEVERIA PRESIDIR A UNIÃO ENTRE DUAS
PESSOAS
Quando Deus disse: “Serão dois numa só carne”, e quando
Jesus advertiu: “Não separe o homem o que Deus juntou”, isso
deve ser entendido segundo a lei imutável de Deus, e não
segundo a lei instável dos homens.
Indissolubilidade do casamento
7. (...) E um dia se perguntará se é mais humano, mais caridoso,
mais moral, ligar um ao outro, dois seres que não podem viver
juntos, ou restituir-lhes a liberdade; se a perspectiva de uma
cadeia indissolúvel não aumenta o número das uniões
irregulares.
O divórcio é uma lei humana, cuja finalidade é separar
legalmente o que já estava separado de fato. Não é contrário à
lei de Deus, pois só reforma o que os homens fizeram, e só tem
aplicação nos casos em que a lei divina não foi considerada.
Indissolubilidade do casamento
10. (...) os cônjuges por lá, com raras exceções, estão ainda a
moldar o terreno dos sentimentos, invadido pelas ervas
amargosas da vaidade pessoal, e povoado de monstros do
ciúme e do egoísmo.
(...) que o lar é como se fora um ângulo reto nas linhas do
plano da evolução divina. A reta vertical é o sentimento
feminino, envolvido nas inspirações criadoras da vida. A reta
horizontal é o sentimento masculino, em marcha de
realizações no campo do progresso comum. O lar é o sagrado
vértice onde o homem e a mulher se encontram para o
entendimento indispensável. É templo, onde as criaturas
devem unir-se espiritual antes que corporalmente.
Nosso Lar
11. (...) o lar é conquista sublime que os homens vão realizando
vagarosamente.
(...) Na maioria, os casais terrestres passam as horas sagradas
do dia vivendo a indiferença ou o egoísmo feroz. Quando o
marido permanece calmo, a mulher parece desesperada;
quando a esposa se cala, humilde, o companheiro tiraniza.
Nem a consorte se decide a animar o esposo, na linha
horizontal de seus trabalhos temporais, nem o marido se
resolve a segui-la no vôo divino de ternura e sentimento, rumo
aos planos superiores da Criação.
Se a mulher fala nos fílhinhos, o marido excursiona através dos
negócios; se o companheiro examina qualquer dificuldade do
trabalho, que lhe diz respeito, a mente da esposa volta ao
gabinete da modista.
Nosso Lar
12. (...) o homem e a mulher aprenderão no sofrimento e na luta.
Enquanto as criaturas vulgares atravessam a florida região do
NOIVADO, procuram-se mobilizando os máximos recursos do
espírito, e daí o dizer-se que todos os seres são belos quando
estão verdadeiramente amando. O assunto mais trivial assume
singular encanto nas palestras mais fúteis. O homem e a
mulher comparecem aí, na integração de suas forças sublimes.
Mas logo que recebem a BÊNÇÃO NUPCIAL, a maioria
atravessa os véus do desejo, e cai nos braços dos velhos
monstros que tiranizam corações. Não há concessões
recíprocas. Não há tolerância e, por vezes, nem mesmo
fraternidade.
Nosso Lar
13. (...) na fase atual evolutiva do planeta, existem na esfera carnal
raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de
almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações
de resgate. O maior número de casais humanos é constituído
de verdadeiros forçados, sob algemas.
A tarefa da mulher, no lar, não pode circunscrever-se a umas
tantas lágrimas de piedade ociosa e a muitos anos de servidão.
O homem deve aprender a carrear para o ambiente doméstico
a riqueza de suas experiências, e a mulher precisa conduzir a
doçura do lar para os labores ásperos do homem. Dentro de
casa, a inspiração; fora dela, a atividade.
Nosso Lar
15. 695. Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união
permanente de dois seres?
“É um progresso na marcha da Humanidade.”
696. Que efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do
casamento?
“Seria uma regressão à vida dos animais.”
O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O
casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas
sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna
e se observa entre todos os povos, se bem que em condições
diversas. A abolição do casamento seria, pois, regredir à infância
da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos
animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.
Livro dos Espíritos
16. 939. Uma vez que os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre
os encarnados, frequentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero
amor se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que
a mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?
“Não compreendes então que isso constitui uma punição, se bem que passageira?
Depois, quantos não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas
julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não
tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta
uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas
qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Tanto assim que,
em muitas uniões, que a princípio parecem destinadas a nunca ser simpáticas,
acabam os que as constituíram, depois de se haverem estudado bem e de bem se
conhecerem, por votar-se, reciprocamente, duradouro e terno amor, porque assente
na estima! Cumpre não se esqueça de que é o Espírito quem ama e não o corpo, de
sorte que, dissipada a ilusão material, o Espírito vê a realidade. “Duas espécies há
de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma pela
outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a do corpo.
Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor passam a
odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.”
Livro dos Espíritos
17. 940. Não constitui igualmente fonte de dissabores, tanto mais amargos
quanto envenenam toda a existência, a falta de simpatia entre seres
destinados a viver juntos?
“Amaríssimos, com efeito. Essa, porém, é uma das infelicidades de que
sois, as mais das vezes, a causa principal. Em primeiro lugar, o erro é das
vossas leis. Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer
junto dos que te desagradam? Depois, nessas uniões, ordinariamente
buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de
uma afeição mútua. Sofreis então as consequências dos vossos
prejuízos.”
a) - Mas, nesse caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
“Há e para ela é uma dura expiação. Mas, a responsabilidade da sua
desgraça recairá
sobre os que lhe tiverem sido os causadores. Se a luz da verdade já lhe
houver penetrado a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação.
Todavia, à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas
dessas desgraças íntimas também desaparecerão.”
Livro dos Espíritos
19. 175 –O instituto da família é organizado no plano espiritual, antes de
projetar-se na Terra?
-O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em
seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além,
a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e
definitiva. Preponderam nesse instituto divino os elos do amor,
fundidos nas experiências de outras eras; todavia, ai acorrem
igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de
se transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro. É
nas dificuldades provadas em comum, nas dores e nas experiências
recebidas na mesma estrada de evolução redentora, que se olvidam as
amarguras do passado longínquo, transformando-se todos os
sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificadas.
Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto
da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do
Espírito.
O consolador
20. 179 – No capítulo das afeições terrenas, o casar ou não casar
está fora da vontade dos seres humanos?
O matrimônio na Terra é sempre uma resultante de determinadas
resoluções, tomadas na vida do Infinito, antes da reencarnação
dos espíritos, seja por orientação dos mentores mais elevados,
quando a entidades não possui a indispensável educação para
manejar as suas próprias faculdades, ou em consequência de
compromissos livremente assumidos pelas almas, antes de suas
novas experiências no mundo; razão pela qual os consórcios
humanos estão previstos na existência dos indivíduos, no quadro
escuro das provas expiatórias, ou no acervo de valores das
missões que regeneram e santificam.
O consolador
21. 183 –Como se interpreta o ciúme no plano espiritual?
-O ciúme, propriamente considerado nas suas expressões de
escândalo e de violência, é um indício de atraso moral ou de
estacionamento no egoísmo, dolorosa situação que o homem
somente vencerá a golpes de muito esforço, na oração e na
vigilância, de modo a enriquecer o seu íntimo com a luz do amor
universal, começando pela piedade para com todos os que
sofrem e erram, guardando também a disposição sadia para
cooperar na elevação de cada um. Só a compreensão da vida,
colocando-nos na situação de quem errou ou de quem sofre, a
fim de iluminarmos o raciocínio para a análise serena dos
acontecimentos, poderá aniquilar o ciúme no coração, de modo a
cerrar-se a porta ao perigo, pela qual toda alma pode atirar-se a
terríveis tentações, com largos reflexos nos dias do futuro.
O consolador
22. 184 –Como devemos efetuar nossa auto-educação, esclarecida pela
luz do Evangelho, nos problemas das atrações sexuais, cujas
tendências egoístas tantas vezes nos levam a atitudes antifraternais?
(...)Toda vez que experimentardes disposições antifraternais em seu
círculo, isso significa que preponderam em vossa organização psíquica
as recordações prejudiciais, tendentes ao estacionamento na marcha
evolutiva.
(...) Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens,
mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da
alma, competindo às criaturas dominar o coração, guias os impulsos,
orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
(...)Depreende-se, pois, que ao invés da educação sexual pela satisfação
dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para
a compreensão sagrada do sexo.
O consolador
23. 188 –Como devem proceder aos cônjuges para bem cumprir seus
deveres?
-O matrimônio muito frequentemente, na Terra, constitui um aprova
difícil, mas redentora. Os cônjuges, desvelados por bem cumprir suas
obrigações divinas, devem observar o máximo de atenção, respeito e
carinho mútuo, concentrando-se ambos no lar, sempre que haja um
perigo ameaçando-lhe a felicidade doméstica, porque na prece e na
vigilância espiritual encontrarão sempre as melhores defesas.
No lar, muitas vezes, quando um dos cônjuges se transvia, a tarefa é de
luta e lágrimas penosas; porém no sacrifício, toda alma se santifica e se
ilumina, transformando-se em modelo no sagrado instituto da família.
Para alcançar a paciência e o heroísmo domésticos, faz-se mister a mais
entranhada fé em Deus, tomando-se como espelho divino a
exemplificação de Jesus, no seu apostolado de abnegação e de dor, à
face da Terra.
O consolador
24. 189 –Que deve fazer a mãe terrestre para cumprir
evangelicamente os seus deveres, conduzindo os filhos para o
bem e para a verdade?
(...) Deve sentir os filhos de outras mães como se fossem os seus
próprios...
(...) Ensinará a tolerância mais pura...
(...) ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho
edificante é divino, e que todo desperdício é falta grave.
O consolador
27. Tipos Casamentos
Todos nós passamos, ou passaremos ainda,
segundo o caso, por essa sequência de
casamentos: acidentais, provacionais e sacrificiais,
até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo
dia, a condição de construirmos um lar terreno na
base do idealismo transcendental ou da afinidade
superior. E enquanto caminhamos, o Espiritismo,
abençoada Doutrina, cumulará os nossos dias das
mais santas esperanças…
28. Tipos Casamentos
ACIDENTAIS Se dá por efeito de atração momentânea, de almas ainda
inferiorizadas. São as pessoas que se encontram, se veem, se
conhecem, se aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental,
sem qualquer ascendente espiritual. Usando de seu livre
arbítrio, uma vez que por ele construímos sempre o nosso
destino. No nosso mundo, tais casamentos são comuns, ainda.
PROVACIONAIS Reencontro de almas, para reajustamentos necessários à
evolução delas. São os mais frequentes. É por essa razão que há
tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a
desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas
vezes, em dolorosas tragédias. Deus permite a união deles,
através das leis do Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a
Lei Maior, da fraternidade, seja por eles exercida nas lutas
comuns. A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância
e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves
amortecedores.
29. Tipos Casamentos
SACRIFICIAIS Deus permite aí, o reencontro de alma iluminada com alma
inferiorizada, com o objetivo de redimir a que se perdeu pelo
caminho. Reúnem almas possuidoras de virtude a outras de
sentimentos opostos. Acontece quando uma alma esclarecida,
ou iluminada se propõe ajudar a que se atrasou na jornada
ascensional. Como a própria palavra indica, é casamento de
sacrifício, para um deles. E o sacrificado tanto pode ser a
mulher como o homem. Quem ama não pode ser feliz se
deixou na retaguarda, torturado e sofredor, o objeto de sua
afeição. Volta, então, e, na qualidade de esposo ou esposa,
recebe o viajor retardatário, a fim de, com o seu carinho e com
a sua luz, estimular-lhe a caminhada. O Evangelho nos lares,
como em toda a parte, funciona à maneira de estimulante da
harmonia e construtor do entendimento.
AFINS Pela lei da afinidade, reencontram-se corações amigos, para
consolidação de afetos. São os que reúnem almas esclarecidas e
que muito se amam. São Espíritos que, pelo casamento, no doce
aconchego do lar, consolidam velhos laços de afeição.
30. Tipos Casamentos
TRANSCENDENTES São Almas engrandecidas no Bem que se buscam para
realizações imortais. São constituídos por almas que se
reencontram, no plano físico, para as grandes realizações de
interesse geral. A vida desses casais encerra uma finalidade
superior. O ideal do Bem e do Belo enche-lhes as horas e os
minutos replicando-lhes as almas de doce ventura, acima de
quaisquer vulgaridades terrenas, acima das emoções inferiores,
o amor puro e santo.
31. SETE maus hábitos que destroem a
relação
DEIXAR ASSUNTOS POR DISCUTIR
MENTIR
QUERER AGRADAR SEMPRE
SER INFLEXÍVEL
CRITICAR EXCESSIVAMENTE
PASSAR POUCO TEMPO A DOIS
IDEALIZAR EXCESSIVAMENTE
32. FIM
Aprender a função de saber escutar o outro
(é diferente de simplesmente “OUVIR”)
De cada um ver o outro
(é diferente de “OLHAR”)
E o de poder pensar no que esta escutando
e nas experiências emocionais
Pelas quais eles estão passando e assim por diante.
(Zimermann, 1997)