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Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
1. Elaborado por Anielle Botto Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
A Linguística Aplicada (LA), não se limita aos estudos da linguagem, mas ultrapassa as zonas
fronteiriças de diferentes disciplinas.
Inicialmente entendida como um apêndice da Linguística, a LA nasceu como uma disciplina voltada
para os estudos sobre o ensino de língua estrangeira e hoje se configura como uma área imensamente
produtiva, responsável pela emergência de uma série de novos campos de investigação transdisciplinar, de
novas formas de pesquisa e de novos olhares sobre o que é ciência. Diante do reconhecimento da
importância da LA, hoje há no país muitos programas de pós-graduação que focalizam seus estudos nessa
área, além do grande interesse em incluir a disciplina LA nos cursos de graduação.
A partir das investigações de Ferdinad de Saussure que houve uma sistematização dos estudos da
linguagem humana, motivo pelo qual esse pesquisador é tido como precursor da Linguística.
Então, a partir dos estudos de Saussure, cuja corrente linguística é denominada Estruturalismo, a
Linguística passou a ser considerada ciência. Outros grandes nomes juntaram-se ao de Saussure e se
preocuparam sobre os estudos linguísticos, tais como Noam Chomsky, precursor do Gerativismo e
Jakobson, no Funcionalismo.
Saussure estudou a linguagem por meio de dicotomias, ou seja, de conceitos a partir de duas partes,
não necessariamente contrárias, porém, distintas, conhecidas como as dicotomias saussureanas: a língua,
em relação à fala; o significado em relação ao significante (o signo linguístico e sua arbitrariedade); a
sincronia em relação à diacronia; e o paradigma em relação ao sintagma. Vale ressaltar que, para o
estruturalismo, a linguagem era vista de fora para dentro, ou seja, considerava-se a influência do fator
externo.
Dicotomias Saussureanas
Sincronia e Diacronia
Sincronia: análise linguística em relação ao um ponto específico. Diacronia: análise linguística em
relação a fatos históricos.
Língua e Fala
Língua: coletiva, social e sistemática. Fala: particular e assistemático.
Significante e Significado
Significado: ideia que a imagem acústica representa. Significante: imagem acústica do som.
Paradigma e Sintagma
Paradigma: é pelo eixo paradigmático que escolhemos as palavras que serão usadas. Sintagma:
estabelece uma ordem, com base nas relações da língua. É o sintagma que mostra o que devemos dizer.
Chomsky, expoente do Gerativismo, por sua vez, diferentemente de Saussure, via a língua como
algo inerente ao ser humano, ou seja, a língua era inata, e já se nascia com o que denominava “Faculdade
da Linguagem”. Para tal pesquisador, a linguagem tem dois princípios: a competência, que seria o
conhecimento inato que todos possuímos e o desempenho, que seria o uso de tal conhecimento. Já os
Funcionalistas abordam a função da linguagem, e as variadas formas que podemos usar para realizar tal
2. Elaborado por Anielle Botto Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
função. Por exemplo: “olá”, “oi”, “como vai?” “Tudo bem?” “Beleza?” – são exemplos de diferentes formas
que podem ser usadas para a função de cumprimentar.
Após o Estruturalismo, surgiram correntes linguísticas consolidadas por Chomsky, Jakobson e
Bakhtin, que contribuíram muito para o estudo da linguagem.
Em relação às contribuições linguísticas de Noam Chomsky: acredita que a linguagem é inata; Divide
a gramatica em três componentes, central, interpretativo semântico e interpretativo fonológico.
Em relação às contribuições linguísticas de Mikhail Bakhtin: criou o conceito de dialogismo; diz que
a língua é análise das manifestações do ato da fala e acredita que a língua é um fenômeno social, histórico
e ideológico.
Em relação às contribuições linguísticas de Romam Jakobson: acredita que a sincronia é dinâmica;
sua teoria é baseada nas funções da linguagem; segundo ele a função poética é centrada na própria
mensagem.
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A linguagem, segundo o Interacionismo, é um lugar de interação e de interlocução. Baseadas nas
concepções dos estudos de Vygotsky, é permitido visualizar uma relação dinâmica e constitutiva entre o
sujeito e a linguagem, bem como voltar a atenção para os sujeitos e suas histórias individuais de relação
com a linguagem.
No Interacionismo, a linguística passa a estudar a língua como forma de interação e busca da
importância do usuário na sua relação de interlocução com o outro (sua intenção e reconhecimento dessa
intenção pelo ouvinte).
Dentro da abordagem interacionista da linguagem, é importante destacarmos a abordagem
sociointeracionista. Essa teoria mostra que a linguagem tem uma função central no desenvolvimento
cognitivo e, com a aquisição da linguagem, modificam-se todos os processos mentais. A linguagem torna-
se, assim, fator de interação social.
A linguística deve estudar o fenômeno da interação verbal, afinal a língua não é só um signo
linguístico, pois envolve os falantes que expressam ideias, pensamentos e intenções em diversos contextos
sociais. Sendo assim, a língua é ação, trabalho coletivo dos falantes.
Na concepção interacionista da linguagem, usuários são sujeitos ativos, fazendo parte da construção
do discurso. Portanto, um texto é construído na atividade interativa da língua.
Teorias da aprendizagem na Linguística:
Inatismo: assume que o aprendizado da linguagem independe da cognição e de outras formas de
aprendizado.
Empirismo: conhecimento, inclusive o lingüístico, provém unicamente da experiência.
Interacionismo: desenvolvimento da linguagem e do pensamento tem origens sociais externas, nas
trocas comunicativas entre crianças e adultos.
Semiótica é a ciência que estuda todas as formas do homem se comunicar, abrangendo as formas
verbais e não verbais.
3. Elaborado por Anielle Botto Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
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A escola atual deve considerar as diferenças linguísticas dos estudantes, personagens ativos no
processo de ensino e aprendizagem.
Em relação à seleção de material didático, além dos conteúdos voltados aos diferentes gêneros
textuais com abordagens referentes a aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos, espera-se que o livro
contemple outros pontos, tais como compreensão do processo textual, diferentes registros, desenvolvimento
de identidade cultural, entre outros. Importante, também, é a abordagem interdisciplinar de temas
considerados transversais, como, por exemplo, a ética, o meio ambiente, a pluralidade cultural, a saúde, a
orientação sexual, o trabalho e o consumo.
A seleção do material didático é um importante meio pelo qual o docente pode desenvolver suas
ferramentas de ensino, englobando diferentes tipos de atividades para o desenvolvimento da interação
comunicativa do aluno.
O material também deve apresentar conteúdos que estimulem as ideias, sendo um importante
recurso para uma aprendizagem direcionada.
Enfim, o livro didático deve ter conteúdos voltados aos diferentes gêneros textuais. Abordagens
referentes a aspectos morfológicos, sintáticos e semântica, unidos à compreensão do processo textual.
Conteúdo interdisciplinar de temas considerados transversais, como, por exemplo, a ética, o meio ambiente,
a pluralidade cultural, a saúde, a orientação sexual, o trabalho e o consumo. Deve distribuir adequadamente
os itens gramaticais segundo níveis compatíveis de competência linguística e compatibilizá-los com as
necessidades dos alunos. Conteúdos temáticos diversificados, de interesse genuíno para os aprendizes,
abordados numa perspectiva intercultural, ou seja, grupos são representados e/ou problematizados com
referência a gênero, etnia, classe social, profissão, faixa etária, deficiências, etc.
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Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua
Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997. V.2.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua
Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997. V. 10.1.
FIORIN, J. L. Linguística? O que é isso?. São Paulo: Contexto, 2013
SOUZA, A. R.P.; BATISTA, F. A.; e MÉLO, F. M. Teorias Linguísticas III. Campina Grande:
EDUEPB, 2012.