O documento discute a arquitetura dos museus contemporâneos e como eles atuam como agentes do sistema da arte. Aborda a transição da arquitetura de marco para vazio relacional e como os museus refletem a mudança da arte de objetos separados para arte de relações. Também compara o cubo branco de Louis Sullivan com o cubo decorado de Robert Venturi, e analisa os museus Guggenheim de Bilbao e MuBE em São Paulo.
A Arquitetura dos Museus Conteporâneos como Agentes do Sistema de Arte
1. A ARQUITETURA DOS MUSEUS CONTEMPORÂNEOS
COMO AGENTES DO SISTEMA DA ARTE
Alessandra Nictheroy
Carolina Moreira
Clarice Cardoso
David Cardoso
Texto base de David Sperling, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo
da EESC-USP
2. ATUALIZAÇÃO DO MUSEU POR MEIO DA ANÁLISE DAS
RELAÇÕES ENTRE FORMA E ESPAÇO.
• Museu é peça central do sistema de circulação cultural
de massa, ligada direta ou indiretamente ao capital
circulante.
• A arquitetura dos museus é potente agente de inserção
e manutenção das instituições do sistema da arte.
• Forças desenham as relações entre forma e imagem,
espaço expositivo e espaço público nos projetos
arquitetônicos dos novos museus.
3. MARCO NA PAISAGEM X VAZIO RELACIONAL
(Christian de Portzamparc, arquiteto francês)
4. Relações entre forma (estética) e função (organização)
MARCO DA PAISAGEM
• Identificador de lugares e orientador de percursos.
• Signo espacial que confere distinção a si e ao locus onde está
implantado.
• Elemento construído em positivo, vertical, de função comunicativa
ao qual correspondem forma e função, em relação de hierarquia na
qual a primeira depende da segunda.
VAZIO RELACIONAL
• Região delimitada aberta a acontecimentos.
• Elemento construído em negativo, ao qual correspondem espaço e
evento, que se retroalimentam.
7. ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA
A questão essencial da arquitetura contemporânea é a
sua relação com o evento, intrínseca à função social,
isto é: O deslocamento da ênfase da arquitetura-marco
para a arquitetura-vazio relacional.
8. ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA DOS MUSEUS
• Deslocamento de uma arte de objetos separados do
sistema de vida para uma arte de relações.
• A arte questiona a moldura e a base como delimitações
entre si e o mundo, surgem os movimentos de
vanguardas, deslocam-se do suporte da pintura e da
escultura para o locus espaço-tempo da instalação, do
ambiente e do happening.
• Passa-se de uma arte ótica para uma arte iminente,
predisposta a propriocepção (percepção de si mesmo e
do estar no mundo no momento do ato vivencial da arte).
9. CUBO BRANCO X CUBO DECORADO
CUBO BRANCO
• Louis Sullivan
• Forma segue a função
• Conformação do espaço em forma pura, racionalidade.
• Neutralidade do espaço
• Pressupõe e normaliza a atitude contemplativa
CUBO DECORADO
• Robert Venturi
• Livre dissociação entre aspectos formais e funcional-espacial
• Complexidade e contradição
• Prevalência do aspecto forma, destinado a fruição leiga, em
detrimento do aspecto funcional-espacial, associado a fruição culta.
• Eficiência comunicativa da forma decorada.
10. Museu Bilbao
“Por definição, um edifício é uma escultura porque é um objeto
tridimensional.”
- Frank Gehry
•O arquiteto imaginou-o como a primeira obra de arte a se
instalar na cidade.
•Anacronismo entre a extravagância de forma e a
superação da estrita formalização de um estilo pós-
moderno
•Parece não incorporar o intenso debate que se processa
sobre o espaço da obra de arte
19. Museu Guggenheim de Bilbao
• Gehry manteve estreito diálogo com as obras de Claes Oldenburg,
na década de 80
20. Museu Guggenheim de Bilbao
• Gehry manteve estreito diálogo com as obras de Claes Oldenburg,
na década de 80
21. MuBE
“uma pedra no céu”
- Paulo Mendes da Rocha
•Projeto é a concepção de museu como espaço público em sentido
mais amplo
•Continuidade entre ambientes: A praça-museu e o museu-praça
•O Projeto privilegia fronteiras e não barreiras
30. MuBE
• MuBE representa a vanguarda efetiva, ao contrário do
Guggenheim
• MuBE: arquitetura tipo marco-vazio relacional pensada
como conjunto de relações espaciais