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O QUE É
                           LIVRO
                          OBJETO?

El libro de los muertos
    (1995/96) - Piti
"Vivemos, sim, um esgotamento dos termos
   tradicionais ‘pintura’, ‘escultura’, ‘desenho’.
  Não é uma questão de estarem mortos ou
    não como forma de expressão, estão é
       cansados. Não dão mais conta da
complexidade atual do mundo. (...) A precisão
 ou nitidez de campos não interessa mais. O
 que interessa, hoje, é a diluição de fronteiras
     ou uma nova precisão que não teme
 incorporar o que está fora de definição, fora
do controle, fora do saber." Marcio Doctors
Os livros-objeto não se prendem a padrões
  de forma ou funcionalidade, extrapolam o
     conceito livro rompendo as fronteiras
      comumente atribuídas aos livros de
   leitura para se assumirem como objetos
                     de arte.
 São objetos de percepção. Normalmente,
    são obras raras, muitas vezes únicas, ou
    com tiragens extremamente reduzidas.
    Resistem na contramão em relação aos
       veículos reproduzidos em massa.
Essas obras poderiam representar uma das
     evoluções possíveis, e perfeitamente
  aceitáveis da forma convencional do livro,
 que prevaleceu desde Gutenberg, e que o
    livro-objeto viria complementar, sem,
           evidentemente, substituí-la.
 Haja visto, por exemplo, a introdução da
 terceira dimensão, ou o que tem sido feito
no livro infantil, em que o livro se desdobra,
ao ser aberto, num conjunto que desperta a
   imaginação da criança e volta a ser um
         simples livro quando se fecha.
No livro-objeto, a narrativa literária é
substituída por uma narrativa plástica. Sua
  importância se dá exatamente porque
       atravessamos um momento de
        amolecimento de fronteiras.
As estruturas atreladas ao pensamento
    tradicional da representação foram
    ficando enfraquecidas, diluindo seus
   contornos e foram emergindo novas
formas de expressão, ou melhor, antigas
 formas de expressão foram retomando
    sua contundência, definindo outros
                  campos.
A estrutura livro passa a ser capturada pela
 estrutura plástica e vemos nascer uma
 outra forma expressiva. O livro-objeto é
 um cruzamento de forças que estabelece
 um novo campo, ao exorbitar os limites e
 ao se configurar nos vazios criados tanto
 pela literatura quanto pelas artes visuais.

                       Capa do livro
            Ausbrennen des LandKreises Büchen IV
                   (1974) - Anselm Kiefer
Na construção dos livros-objeto, vários
aspectos do objeto livro são explorados
 plasticamente, como o fato de que um
   livro proporciona prazer intelectual
através de seu texto, mas também prazer
              táctil e visual.
O livro pode ter uma leitura contínua, que
   desenha uma linha, da capa à sua última
  página, mas que mantém uma relação de
  interatividade com o leitor, que poderia
    ser chamado de manipulador, regente
   daquela orquestra de páginas, que, hora
  abre aleatoriamente o livro e pode fazer
  uma leitura ao acaso, como em um livro
       de poemas, hora é guiado pelas
 sinalizações gráfico (verbais) da narrativa
   do livro, como o maestro que é regido
        pelo timbre dos instrumentos.
No Brasil, a experiência de livros-objeto
  nasce nitidamente do encontro entre
  poetas e artistas visuais nos períodos
Concreto e Neoconcreto (final dos anos
   50 e começo dos anos 60). A poesia
 concreta foi fundamental para sublinhar
aspectos formais e sonoros das palavras,
  fazendo com que se descolassem da
  sintaxe tradicional e inventando uma
outra sintaxe poética-visual para o texto.
Durante a década de 70, temos uma
  explosão de livros-objeto. A própria
condição da arte nesse período produziu
um transbordamento de limites, fazendo
  com que os artistas se lançassem em
 múltiplas direções, explorando as mais
 diferentes possibilidades de expressão.
Diversos artistas brasileiros produziram
 livros-objeto, como Arthur Barrio, Lygia
   Clark, Antonio Dias, Waltércio Caldas,
Mira Schendel, Alex Hamburguer, Delson
  Uchoa, Augusto de Campos, Julio Plaza,
      Liuba, Renina Katz, Lygia Pape.
Publicado na Revista Etcetera #9 - Artes Visuais
Autores:
   Luan Betiol Ferreira,
    Gilberto Balduíno
      Robson Utida.
  Movimento Abordado:
       Surrealismo
     Frase-conceito:
O Sonho Surrealista de Voar.
O livro-objeto tem como objetivo a quebra
        da forma convencional do livro,
     rompendo as fronteiras comumente
    atribuídas aos livros de leitura, para se
      assumirem como objetos de arte.
“Costumo dizer que o livro-objeto está
 mais para uma obra-de-arte, elemento
das artes-plásticas, entretanto é algo do
   qual se faz uma "leitura", ou seja, o
  observador consegue "ler" o que o
autor quis passar com a obra, sendo que
  essa leitura pode se dar de maneira
    literária (com palavras, frases ou
      pequenos textos) ou somente
              interpretativa”.

                         Professora Silvia Zampar
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 http://livro-objeto.blogspot.com/
 http://marcelonada.redezero.org
 http://iar.unicamp.br
 http://4.bp.blogspot.com

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Livro objeto

  • 1. O QUE É LIVRO OBJETO? El libro de los muertos (1995/96) - Piti
  • 2. "Vivemos, sim, um esgotamento dos termos tradicionais ‘pintura’, ‘escultura’, ‘desenho’. Não é uma questão de estarem mortos ou não como forma de expressão, estão é cansados. Não dão mais conta da complexidade atual do mundo. (...) A precisão ou nitidez de campos não interessa mais. O que interessa, hoje, é a diluição de fronteiras ou uma nova precisão que não teme incorporar o que está fora de definição, fora do controle, fora do saber." Marcio Doctors
  • 3. Os livros-objeto não se prendem a padrões de forma ou funcionalidade, extrapolam o conceito livro rompendo as fronteiras comumente atribuídas aos livros de leitura para se assumirem como objetos de arte. São objetos de percepção. Normalmente, são obras raras, muitas vezes únicas, ou com tiragens extremamente reduzidas. Resistem na contramão em relação aos veículos reproduzidos em massa.
  • 4. Essas obras poderiam representar uma das evoluções possíveis, e perfeitamente aceitáveis da forma convencional do livro, que prevaleceu desde Gutenberg, e que o livro-objeto viria complementar, sem, evidentemente, substituí-la. Haja visto, por exemplo, a introdução da terceira dimensão, ou o que tem sido feito no livro infantil, em que o livro se desdobra, ao ser aberto, num conjunto que desperta a imaginação da criança e volta a ser um simples livro quando se fecha.
  • 5. No livro-objeto, a narrativa literária é substituída por uma narrativa plástica. Sua importância se dá exatamente porque atravessamos um momento de amolecimento de fronteiras. As estruturas atreladas ao pensamento tradicional da representação foram ficando enfraquecidas, diluindo seus contornos e foram emergindo novas formas de expressão, ou melhor, antigas formas de expressão foram retomando sua contundência, definindo outros campos.
  • 6. A estrutura livro passa a ser capturada pela estrutura plástica e vemos nascer uma outra forma expressiva. O livro-objeto é um cruzamento de forças que estabelece um novo campo, ao exorbitar os limites e ao se configurar nos vazios criados tanto pela literatura quanto pelas artes visuais. Capa do livro Ausbrennen des LandKreises Büchen IV (1974) - Anselm Kiefer
  • 7. Na construção dos livros-objeto, vários aspectos do objeto livro são explorados plasticamente, como o fato de que um livro proporciona prazer intelectual através de seu texto, mas também prazer táctil e visual.
  • 8. O livro pode ter uma leitura contínua, que desenha uma linha, da capa à sua última página, mas que mantém uma relação de interatividade com o leitor, que poderia ser chamado de manipulador, regente daquela orquestra de páginas, que, hora abre aleatoriamente o livro e pode fazer uma leitura ao acaso, como em um livro de poemas, hora é guiado pelas sinalizações gráfico (verbais) da narrativa do livro, como o maestro que é regido pelo timbre dos instrumentos.
  • 9. No Brasil, a experiência de livros-objeto nasce nitidamente do encontro entre poetas e artistas visuais nos períodos Concreto e Neoconcreto (final dos anos 50 e começo dos anos 60). A poesia concreta foi fundamental para sublinhar aspectos formais e sonoros das palavras, fazendo com que se descolassem da sintaxe tradicional e inventando uma outra sintaxe poética-visual para o texto.
  • 10. Durante a década de 70, temos uma explosão de livros-objeto. A própria condição da arte nesse período produziu um transbordamento de limites, fazendo com que os artistas se lançassem em múltiplas direções, explorando as mais diferentes possibilidades de expressão.
  • 11. Diversos artistas brasileiros produziram livros-objeto, como Arthur Barrio, Lygia Clark, Antonio Dias, Waltércio Caldas, Mira Schendel, Alex Hamburguer, Delson Uchoa, Augusto de Campos, Julio Plaza, Liuba, Renina Katz, Lygia Pape.
  • 12. Publicado na Revista Etcetera #9 - Artes Visuais
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26. Autores: Luan Betiol Ferreira, Gilberto Balduíno Robson Utida. Movimento Abordado: Surrealismo Frase-conceito: O Sonho Surrealista de Voar.
  • 27.
  • 28. O livro-objeto tem como objetivo a quebra da forma convencional do livro, rompendo as fronteiras comumente atribuídas aos livros de leitura, para se assumirem como objetos de arte.
  • 29. “Costumo dizer que o livro-objeto está mais para uma obra-de-arte, elemento das artes-plásticas, entretanto é algo do qual se faz uma "leitura", ou seja, o observador consegue "ler" o que o autor quis passar com a obra, sendo que essa leitura pode se dar de maneira literária (com palavras, frases ou pequenos textos) ou somente interpretativa”. Professora Silvia Zampar
  • 30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  http://livro-objeto.blogspot.com/  http://marcelonada.redezero.org  http://iar.unicamp.br  http://4.bp.blogspot.com