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Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia
Sociedade Brasileira de Patologia
Elaboração Final: 27 de junho de 2006
Participantes: Pompeo ACL, Carrerette FB, Glina S, Ortiz V,
Ferreira U, Fonseca CEC, Wroclawski ER,
Bretas FFH, Snitcovsky I, Coelho JMC, Fonseca Fº LL,
Berger M, Monti PR, Matheus WE, Clark O, Freitas LAR
Câncer de Bexiga - Parte II
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
2 Câncer de Bexiga - Parte II
DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA:
Revisão da literatura.
GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:
A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência.
B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência.
C: Relatos de casos (estudos não controlados).
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos
fisiológicos ou modelos animais.
OBJETIVO:
Oferecer um guia prático, adequado à realidade brasileira, destacando as
melhores evidências disponíveis relacionadas ao diagnóstico e ao tratamen-
to do câncer de bexiga.
CONFLITO DE INTERESSE:
Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta
diretriz estão detalhados na página 11
3Câncer de Bexiga - Parte II
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
CARCINOMA INVASIVO
CISTECTOMIA RADICAL
O carcinoma urotelial invasivo de bexiga é uma doença poten-
cialmente letal, requer tratamento agressivo e menos de 15% dos
pacientes sobrevivem dois anos, se não tratados. Os objetivos do
tratamento são a prevenção de recorrência local ou distante e ofere-
cer sobrevida longa, com boa qualidade de vida. A cistectomia
radical permanece como a opção de escolha para tumor de bexiga
com invasão da camada muscular. Confirmada a invasão muscu-
lar após a ressecção transuretral, a cistectomia deve ser realizada o
mais breve possível. Há evidência de que uma demora maior do
que três meses entre a ressecção transuretral e a cistectomia altera
o estadiamento, piorando o prognóstico1
(C).
As taxas de sobrevida total e livre de doença relacionam-se
significativamente com o estadio patológico e a condição dos
linfonodos pélvicos. A cistectomia radical em pT2-pT3a oferece
controle local e aumento de sobrevida. Nestes estadios, com
linfonodos negativos, a sobrevida livre de doença em 5 e 10 anos
pode chegar, nas melhores séries, a 85% e 82%, respectivamente.
Em pT3b e pT4, caem para 58% e 55%, respectivamente, e,
havendo linfonodos comprometidos, para 35% e 34%. Nos casos
de doença loco-regional ou metastática, a cistectomia pode ser
indicada com finalidade paliativa.
O procedimento padrão consiste em linfadenectomia pélvica
bilateral associada à cistoprostatovesiculectomia, no homem, e à
exenteração pélvica anterior, na mulher, o que inclui útero, tubas
uterinas, ovários, bexiga, uretra e parede vaginal anterior. O obje-
tivo é realizar uma ampla ressecção, incluindo toda a gordura
perivesical e tecidos adjacentes, para se obter margens cirúrgicas
negativas.
A linfadenectomia recomendada consiste na remoção de todos
os linfonodos situados na porção distal das artérias ilíacas comuns,
hipogástricas, obturadoras e ilíacas externas, o que resulta em 10 a
14 linfonodos. Há evidência fraca de que o resultado relacionado à
recidiva local e sobrevida é proporcional ao número de linfonodos
removidos, mesmo que não comprometidos2
(C).
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
4 Câncer de Bexiga - Parte II
CISTECTOMIA PARCIAL
A cistectomia parcial pode ser feita em
casos excepcionais e sempre acompanhada de
linfadenectomia uni ou bilateral. Em série
recente, foi realizada em 6,2% dos tumores
invasivos de bexiga, sendo indicações restritas a
tumor único, ausência de carcinoma in situ, não
recidivados e em local passível de ressecção. Os
resultados são semelhantes aos da cistectomia
radical, com a vantagem da preservação da
bexiga. É opção válida para tratamento de
tumores em divertículos3
(C).
MANUSEIO DA URETRA
Estudo recente mostrou que, em homens,
o comprometimento da uretra pelo carcino-
ma urotelial da bexiga é de 6,2%, enquanto a
taxa de recidiva de carcinoma urotelial na
uretra após cistectomia ocorre em 8,1%4
(C).
A comparação de biópsia prévia da uretra
prostática com biópsia de congelação intra-
operatória da margem uretral indicou a últi-
ma como melhor fator preditivo de recorrência
uretral em homens5
(C). Caso ela seja positi-
va, escolhe-se outro tipo de derivação e indi-
ca-se a uretrectomia total.
Em mulheres, a incidência de carcinoma
urotelial em uretra, na peça da cistectomia,
gira em torno de 2%, sendo o tumor em colo
vesical o fator prognóstico mais importante,
com incidência em 40% dos casos6
(D). Há
uma tendência atual em se utilizar a biópsia
de congelação da margem do colo vesical
como critério para a preser vação da
uretra4
(C)6
(D). Caso não haja indicação de
neobexiga ortotópica, a uretra deve ser
ressecada.
A cistectomia com preservação da próstata
(cápsula) e vesículas seminais ou dos órgãos
genitais internos na mulher tem sido proposta
recentemente7,8
(C). Os resultados funcionais e
oncológicos são controversos e não há base se-
gura para recomendar sua aplicação.
RECONSTRUÇÃO URINÁRIA
Das diversas opções possíveis, as mais
utilizadas são neobexiga ortotópica, conduto
ileal e derivação urinária cutânea continen-
te. Atualmente, a primeira opção tem sido
a neobexiga ortotópica, que oferece melhor
qualidade de vida. É contra-indicada em ca-
sos de comprometimento da margem cirúr-
gica uretral, função renal alterada com
creatinina >2,5 mg/dl, doença intestinal
inflamatória ou condições gerais que difi-
cultem o cateterismo intermitente, se ne-
cessário.
QUIMIOTERAPIA PERIOPERATÓRIA
O carcinoma urotelial de bexiga tem uma
alta taxa de resposta a vários esquemas de
quimioterapia combinada que têm por base a
cisplatina. Tais esquemas têm sido largamen-
te usados em doença avançada e sua aplica-
ção antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante)
a cistectomia objetiva melhorar os índices de
recidiva local e sobrevida. A quimioterapia
neoadjuvante tem como vantagens o trata-
mento de micrometástases, a avaliação obje-
tiva da quimiossensibilidade do tumor, a ad-
ministração de citostáticos na ausência da
morbidade pós-operatória e o potencial de
rebaixar o estadiamento tumoral. Nos casos
de resposta completa (pT0), há aumento da
sobrevida global9
(C).
5Câncer de Bexiga - Parte II
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Constitui desvantagem submeter os pacien-
tes a cistectomia em condições clínicas desfa-
voráveis, pelos efeitos tóxicos da QT, além de
retardar o tratamento cirúrgico.
Revisão sistemática, envolvendo 2605 pa-
cientes em 11 estudos, demonstrou que a
quimioterapia neoadjuvante resultou em van-
tagem na sobrevida global de 6,5% (IC 95%
2-11%)9
(C).
Outra revisão mostrou-se inconclusiva
quanto aos benefícios do tratamento
adjuvante10
(C).
Há uma tendência a oferecer quimioterapia
perioperatória a pacientes com T3-T4 e/ou N+,
considerando-se a faixa etária, a condição física
geral, as funções cardiovascular e renal e o de-
sejo do paciente. Entretanto, esta conduta não
tem benefício estabelecido. A quimioterapia
neoadjuvante tem indicação particular em ca-
sos de doença localmente avançada, como ten-
tativa para viabilizar a cistectomia.
RADIOTERAPIA PERIOPERATÓRIA
A radioterapia pré-cistectomia foi muito
utilizada na década de 70, mas não mostrou
vantagens quanto ao controle local e à
sobrevida11
(A).
A radioterapia pré e pós-cistectomia, “em
sanduíche”, ou somente pós-operatória promo-
veu melhor controle local em doença localmen-
te avançada (pT3b ou pT4), porém às custas de
importante toxicidade gastrointestinal12
(A).
Atualmente, a radioterapia perioperatória não
tem sido usada. Aguardam-se resultados com
as novas técnicas radioterápicas.
A radioterapia exclusiva pode ser utilizada
em pacientes com indicação de cistectomia ra-
dical sem condições clínicas de serem submeti-
dos à cirurgia12
(A).
PROTOCOLOS DE CONSERVAÇÃO VESICAL
Regimes terapêuticos empregando ressecção
transuretral isolada ou conjugada à radiotera-
pia e quimioterapia têm sido usados como ten-
tativa de preservação da bexiga. Existe evidên-
cia de que este tipo de tratamento possa ser uti-
lizado em casos selecionados com tumores fa-
voráveis, tais como pacientes sem condições de
cistectomia, idosos ou os que recusam o trata-
mento padrão13
(B)14
(C).
TRATAMENTO DO CÂNCER DE BEXIGA
METASTÁTICO
A quimioterapia citotóxica é a única mo-
dalidade terapêutica capaz de prolongar a
sobrevida dos pacientes portadores de câncer
de bexiga metastático. O tratamento combi-
nando metotrexate 30 mg/m2
dias 1, 15, 22,
vinblastina 3 mg/m2
, dias 2, 15, 22 e
doxorrubicina 30 mg/m2
dia 2, cisplatina 70
mg/m2
dia 2, a cada 28 dias (MVAC), produz
taxa de resposta de 72%, acarretando
sobrevida mediana em torno de 13 meses,
sendo que somente 4% dos pacientes alcan-
çam sobrevida em 5 anos. A desvantagem
desse esquema é a alta taxa de toxicidade, que
inclui vômitos, mucosite e neutropenia febril,
acarretando 3% de mortalidade. A presença
de metástases viscerais, em pulmões, fígado e
ossos, juntamente com índice Karnofsky abai-
xo de 80%, são fatores preditivos de baixa
resposta e menor sobrevida com tratamento
com MVAC15
(B)16
(C).
Projeto Diretrizes
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6 Câncer de Bexiga - Parte II
Um esquema de quimioterapia mais recen-
te envolve o uso de gencitabina 1000 mg/m2
dias 1, 8 e 15 e cisplatina 70 mg/m2
dia 2 a
cada 28 dias (GC). Este esquema foi compara-
do ao MVAC e mostrou melhor perfil de
toxicidade com mesma sobrevida na avaliação
de longo prazo17
(A). Este estudo de fase III
randomizou 405 pacientes para MVAC ou GC
e mostrou sobrevida global de 14,8 meses versus
13,8 meses, para MVAC e GC, respectivamen-
te (p=0,75). Devido à menor toxicidade, o GC
tem sido o esquema preferencial no tratamento
do câncer de bexiga17
(A). Deve-se ressalvar,
entretanto, que este estudo foi desenhado para
detectar superioridade do GC e não equivalência
entre ambos.
PROGNÓSTICO
A evolução do tumor de bexiga depende de
fatores como o grau histológico, estadiamento,
multifocalidade, tamanho e aspecto endos-
cópico do tumor, presença de carcinoma in situ
plano (Cis) e tempo de recidiva após o trata-
Recomendações
Tumores superficiais
1. Ressecção transuretral de bexiga é o tratamento padrão.
2. Quimioterapia intravesical, com exceção da thiotepa, em dose única é recomendável nas
primeiras 24 horas após a ressecção transuretral.
3. Re-ressecção transuretral, realizada 3 a 6 semanas após, é recomendável em ressecções
incompletas e em todos os T1 de alto grau.
4. Tumores com moderado ou alto risco de recidiva ou progressão, após a ressecção transuretral,
devem ser tratados com terapia intravesical adjuvante, preferencialmente, com esquemas de
BCG de indução e manutenção por períodos variados.
5. Cistectomia radical poderá ser indicada para tumores superficiais, recidivados, refratários à
terapia intravesical e é recomendável nos casos de T1 de alto grau recorrente, principalmente
associado a Tis.
6. Aumento da ingestão hídrica e abandono do fumo são medidas recomendadas para reduzir o
risco de recorrências.
Tumores invasivos
1. Cistectomia radical com linfadenectomia pélvica ampliada é o tratamento recomendado para o
câncer de bexiga com invasão de camada muscular.
2. Uretrectomia total está indicada em ambos os sexos, durante a cistectomia, quando a margem
uretral estiver comprometida na congelação.
3. Cistectomia parcial pode ser indicada em tumor único, não recidivado, na ausência de
carcinoma in situ e em local passível de ressecção.
4. QT peri-operatória pode ser oferecida a pacientes com câncer de bexiga em casos selecionados
com estadiamento clínico T3, T4 e/ou N+ (neoadjuvante).
5. Ressecção transuretral isolada ou conjugada à radioterapia, com ou sem quimioterapia, pode
ser utilizada em casos selecionados, como tentativa de preservação da bexiga
Tumor metastático
1. O tratamento padrão para o câncer metastático é a quimioterapia com os esquemas MVAC ou GC.
7Câncer de Bexiga - Parte II
Projeto Diretrizes
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mento. Outros fatores importantes são: inva-
são linfo-vascular, idade, ploidia tumoral,
marcadores tumorais, perfuração vesical duran-
te a ressecção transuretral da bexiga e invasão
prostática18,19
(C)20
(D).
Como regra geral, quanto mais profunda
a invasão da parede vesical e mais
indiferenciado o tumor, pior é o prognós-
tico21,22
(D). Quanto à diferenciação celular,
o grau 3, que é o mais indiferenciado, tem
maior chance de recorrência, progressão e
maior índice de mortalidade20,23
(D).
TUMORES SUPERFICIAIS
Multifocalidade
Considera-se tumor multifocal, a presença
de mais de 3 lesões intravesicais24
(C)25
(D). Por-
tadores de tumores múltiplos apresentam mai-
or taxa de recidiva e progressão tumo-
ral26
(C)27
(D).
Tamanho Tumoral
Embora controverso, existe evidência que
tumores maiores que 3 cm estão associados a
maior taxa de recidiva e progressão tumo-
ral24,28
(C).
Recidiva Tumoral
Quanto mais precoce a recidiva, pior o
prognóstico, sobretudo se esta ocorrer no pri-
meiro trimestre após a ressecção transuretral,
ou nas fases iniciais de imunoterapia com o
BCG29
(C).
Presença de Cis
O Cis apresenta um comportamento
imprevisível, com altas taxas de recidiva, pro-
gressão e metástases26
(C)27
(D). Pode ocorrer na
forma focal ou difusa, associado ou não a lesões
papilíferas. Os Cis estão associados em 50%
dos casos aos tumores pT1G3 e, raramente, aos
pTa. Pacientes com Cis focal têm cerca de 8%
de probabilidade de desenvolver doença invasiva,
enquanto que na forma difusa esta evolução
ocorre em 78% dos casos. O Cis apresenta taxa
de recidiva de 63% a 92%20
(D).
Aspecto Endoscópico
Os tumores de aspecto séssil ou sólido apre-
sentam comportamento mais agressivo do que
os tumores papilíferos30
(D).
Invasão Linfo-Vascular
A invasão vascular e/ou linfática ocorre em
7% a 20% dos pacientes com tumores pT1. A
presença desse tipo de invasão, em pacientes
submetidos a cistectomia, está associada a mai-
or acometimento de linfonodos, e é fator prog-
nóstico independente para maior recidiva
tumoral e menor sobrevida global31,32
(C).
Idade
Pacientes com idade inferior a 45 anos apre-
sentam, mais comumente, tumores de compor-
tamento menos agressivo, com baixa taxa de
recorrência e progressão33
(B)34
(D).
Ploidia Tumoral
Embora alguns estudos sugiram que a ploidia
de DNA tumoral guarde relação com o grau
histológico do tumor, não há consenso quanto
ao seu uso clínico como fator prognós-
tico35,36
(C).
Marcadores Tumorais
Dos vários marcadores tumorais estudados,
o mais promissor e mais investigado até o mo-
mento é o p53. Em alguns estudos, a expressão
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
8 Câncer de Bexiga - Parte II
do p53 (mutado) foi associada a maior progres-
são tumoral. Entretanto, seu uso ainda não é
realizado de forma rotineira, devido ao seu alto
custo e ao questionamento de seu valor como
fator prognóstico independente37
(C)34
(D).
Perfuração Vesical durante Ressecção
Transuretral de Bexiga
A perfuração vesical durante a ressecção
transuretral apresenta mau prognóstico, prin-
cipalmente se houver lesão intraperitoneal19
(C).
Invasão Prostática
A invasão prostática também representa fa-
tor de risco adverso29
(C).
TUMORES INVASIVOS
O risco de progressão após a cistectomia radi-
calouradioterapiapélvicaparaostumoresinvasivos
depende, predominantemente, do estadio
histopatológico do tumor e é maior durante os
primeiros dois anos do tratamento, reduzindo-se
consideravelmente após três anos39
(C).
SEGUIMENTO DOS TUMORES SUPERFICIAIS
Cistoscopia
A primeira cistoscopia deve ser realizada
no 3º mês para todos os casos, pois pode exis-
tir ressecção incompleta da lesão primária ou
Tumores de baixo risco: únicos, pTaG1, < 3cm de diâmetro
Tumores de risco intermediário: pTaG2-3, pT1G1-2, ou >3cm de diâmetro, ou tumores de baixo risco
recidivados ou multifocais
Tumores de alto risco: pT1G3, presença de Cis, tumores de risco intermediário multifocais ou
recidivados
Recomendações
Classificação de Risco para os Tumores Superficiais38
(C)27
(D)
Gerais
• Anemia
• Emagrecimento
Loco-regionais
• Hidronefrose
• Tumores de grande volume
• Aspecto endoscópico séssil
• Tumor fixo ao toque bimanual (anestesia geral)
Histopatológicos
• Estadio e grau avançado
• Padrão de infiltração muscular multifocal
• Invasão linfo-vascular
Recomendações
Fatores Prognósticos Adversos para Tumores Invasivos
9Câncer de Bexiga - Parte II
Projeto Diretrizes
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recidivas tumorais precoces40,41
(C)42,43
(D). A
freqüência com que as cistoscopias subseqüen-
tes devem ser realizadas está na dependência
dos fatores prognósticos de cada caso. A mai-
oria das recidivas ocorre nos primeiros dois
anos, razão pela qual após este intervalo os
exames cistoscópicos tornam-se menos
freqüentes44,45
(C)46
(D).
Biópsias aleatórias da bexiga normal duran-
te a cistoscopia devem ser evitadas47
(B).
Citologia Oncótica
Nos tumores superficiais de alto grau e
na presença de Cis, a citologia oncótica é
positiva em cerca de 60% a 90% dos
casos41
(C).
Marcadores Tumorais
O papel dos novos marcadores tumorais
(BTA Stat, BTA Trak, NMP22) ainda não está
definido48
(B)49
(C)50
(D).
Exames de Imagem
A ultra-sonografia tem sido utilizada em
alguns centros como alternativa à cistoscopia
para seguimento de tumores papilares de bai-
xo risco43
(D). Entretanto, não existem estu-
dos comparativos com bom nível de evidên-
cia entre a ultra-sonografia e a cistoscopia
nesta situação.
A presença de tumor urotelial do trato
urinário superior concomitante ao tumor su-
perficial de bexiga ocorre em menos de 5% dos
casos51
(B). Assim, os exames de imagem de-
vem focalizar, preferencialmente, os pacientes
com maior risco. O exame clássico recomen-
dado é a urografia excretora51
(B). Exames mais
recentes, como tomografia helicoidal e resso-
nância magnética, têm recebido a preferência;
a pielografia ascendente também constitui uma
alternativa em casos selecionados42,43
(D); ain-
da não existem estudos comparativos consis-
tentes entre estes métodos.
Recomendações
Seguimento Sugerido dos Tumores Superficiais41
(C)42,43
(D)
Baixo risco
• Cistoscopia de controle com três meses
• Cistoscopias posteriores com intervalos semestrais, até o 2º ano e anual, até cinco anos
Risco intermediário e alto
• Cistoscopia de controle com três meses
• Cistoscopias posteriores, a cada três meses, por dois anos, semestrais, por mais dois
anos e, depois anuais, por mais seis anos
• Citologia oncótica a cada três meses, por dois anos, semestral, por mais dois anos e anual,
até o 10º ano
• Imagem do trato urinário superior (ver texto) a cada 1 ou 2 anos, durante o tempo de
seguimento
• Marcadores moleculares são opcionais
• Recomenda-se nova ressecção endoscópica antes do 3º mês para os tumores de alto
risco ou ressecção incompleta
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10 Câncer de Bexiga - Parte II
SEGUIMENTO
TUMORES INVASIVOS
O maior benefício dos exames de seguimento
se concentra nos primeiros 3 anos após o trata-
mento radical, período em que ocorre a maioria
das recidivas52
(B).
A primeira avaliação deve ser realizada no
3º mês e inclui exame físico completo, testes de
função hepática e renal, ultra-sonografia do
abdome total e radiografia do tórax. Em casos
de exames normais, controles a cada 4, 6 ou 12
meses são recomendados41
(C) 42,43
(D).
Nos casos de tumores avançados (pT3-T4
ou N+), deve-se realizar tomografia abdominal
e pélvica (TC), a cada 3 ou 6 meses, por 2 anos
e depois a critério clínico42
(D).
Mapeamento Ósseo deve ser
Individualizado52
(B)42,43
(D)
Pacientes com Cis associado devem ter
avaliação freqüente do trato urinário
superior51
(B)45
(C). Pacientes com preservação da
uretra desfuncionalizada necessitam de citologia
oncótica seriada e/ou uretroscopia52
(B)53
(C).
Como não existe evidência de que o risco de reci-
diva neoplásica na uretra diminua com o tempo,
a monitorização uretral deve ser feita por perío-
do de tempo indefinido52
(B).
Para pacientes com preservação vesical após
radioterapia, deve-se realizar cistoscopia e
citologia oncótica a cada três meses, pois há um
alto risco de recidiva na bexiga54
(A)55
(C)42,43
(D).
TUMORES METASTÁTICOS
Não existem critérios bem definidos sobre qual
o melhor esquema de seguimento para estes
pacientes56
(B). Exame físico geral e exames
laboratoriais e de imagem devem ser feitos a crité-
rio clínico.
Recomendações
Seguimento dos Tumores Invasivos47
(B)42,43
(D)
Para todos os casos
• Avaliação clínica, testes de função hepática, testes de função renal, eletrólitos, ultra-
sonografia do abdome e radiografia do tórax, no 3º mês PO, e a cada 6 a 12 meses,
indefinidamente
• Nos tumores pT3-T4 ou N+, a TC do abdome e pelve deve substituir a ultra-sonografia e ser
realizada no 3º mês e a cada seis meses por dois anos e depois a critério clínico
• Mapeamento ósseo a critério clínico
Para pacientes com uretra desfuncionalizada, acrescentar
• Citologia oncótica do lavado uretral a cada 6 a 12 meses, durante todo o seguimento
• Uretroscopia, quando citologia positiva e/ou uretrorragia
Para pacientes com derivações urinárias ou reservatórios continentes, acrescentar
• Citologia oncótica da urina a cada 6 a 12 meses, durante todo o seguimento
Para pacientes com preservação vesical, acrescentar
• Cistoscopia e citologia oncótica urinária trimestral por um ano e depois com intervalos
progressivamente maiores
• TC do abdome e pelve anual ou ultra-sonografia do abdome ou urografia excretora anual
11Câncer de Bexiga - Parte II
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
CONFLITO DE INTERESSE
Glina S: é palestrante de eventos patrocina-
dos pelos laboratórios Lilly, Bayer, Gsk, Pfizer,
Baldacci, Janssen-Cilag, Astra-Zeneca, Novartis,
Serono, Schering-Plough, MAS e Medley; par-
ticipa de estudos clínicos e/ou experimentais sub-
vencionados pelos laboratórios Lilly, Bayer, Gsk,
Pfizer, Baldacci, Amgen, Handle-Cook, Janssen-
Cilag, Astra-Zeneca, Novartis, Serono,
Schering-Plough; é membro de conselho con-
sultivo ou diretivo dos laboratórios Lilly, Bayer,
Pfizer, Janssen-Cilag, Schering, Medley; parti-
cipa de comitês normativos de estudos científi-
cos patrocinados pelos laboratórios Cristalia e
Baldacci; prepara textos científicos ou periódi-
cos patrocinados pelos laboratórios Lilly, Pfizer
e Schering. Clark O: Recebeu reembolso por
comparecimento a simpósio; honorários por apre-
sentação, conferência, palestras, organização de
atividade de ensino, consultoria e também rece-
beu financiamento para realização de pesquisas
das empresas Schering-Plough, Astra-Zeneca,
Novartis, Bayer, Bristol-Mayers, Eurofarma,
Janssen-Cylag, Unimed e Sociedade Brasileira
de Urologia nos últimos 5 anos.
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
12 Câncer de Bexiga - Parte II
REFERÊNCIAS
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07 cancer bexiga2- parte 2

  • 1. 1 Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia Sociedade Brasileira de Patologia Elaboração Final: 27 de junho de 2006 Participantes: Pompeo ACL, Carrerette FB, Glina S, Ortiz V, Ferreira U, Fonseca CEC, Wroclawski ER, Bretas FFH, Snitcovsky I, Coelho JMC, Fonseca Fº LL, Berger M, Monti PR, Matheus WE, Clark O, Freitas LAR Câncer de Bexiga - Parte II
  • 2. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 2 Câncer de Bexiga - Parte II DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA: Revisão da literatura. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. OBJETIVO: Oferecer um guia prático, adequado à realidade brasileira, destacando as melhores evidências disponíveis relacionadas ao diagnóstico e ao tratamen- to do câncer de bexiga. CONFLITO DE INTERESSE: Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz estão detalhados na página 11
  • 3. 3Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina CARCINOMA INVASIVO CISTECTOMIA RADICAL O carcinoma urotelial invasivo de bexiga é uma doença poten- cialmente letal, requer tratamento agressivo e menos de 15% dos pacientes sobrevivem dois anos, se não tratados. Os objetivos do tratamento são a prevenção de recorrência local ou distante e ofere- cer sobrevida longa, com boa qualidade de vida. A cistectomia radical permanece como a opção de escolha para tumor de bexiga com invasão da camada muscular. Confirmada a invasão muscu- lar após a ressecção transuretral, a cistectomia deve ser realizada o mais breve possível. Há evidência de que uma demora maior do que três meses entre a ressecção transuretral e a cistectomia altera o estadiamento, piorando o prognóstico1 (C). As taxas de sobrevida total e livre de doença relacionam-se significativamente com o estadio patológico e a condição dos linfonodos pélvicos. A cistectomia radical em pT2-pT3a oferece controle local e aumento de sobrevida. Nestes estadios, com linfonodos negativos, a sobrevida livre de doença em 5 e 10 anos pode chegar, nas melhores séries, a 85% e 82%, respectivamente. Em pT3b e pT4, caem para 58% e 55%, respectivamente, e, havendo linfonodos comprometidos, para 35% e 34%. Nos casos de doença loco-regional ou metastática, a cistectomia pode ser indicada com finalidade paliativa. O procedimento padrão consiste em linfadenectomia pélvica bilateral associada à cistoprostatovesiculectomia, no homem, e à exenteração pélvica anterior, na mulher, o que inclui útero, tubas uterinas, ovários, bexiga, uretra e parede vaginal anterior. O obje- tivo é realizar uma ampla ressecção, incluindo toda a gordura perivesical e tecidos adjacentes, para se obter margens cirúrgicas negativas. A linfadenectomia recomendada consiste na remoção de todos os linfonodos situados na porção distal das artérias ilíacas comuns, hipogástricas, obturadoras e ilíacas externas, o que resulta em 10 a 14 linfonodos. Há evidência fraca de que o resultado relacionado à recidiva local e sobrevida é proporcional ao número de linfonodos removidos, mesmo que não comprometidos2 (C).
  • 4. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 4 Câncer de Bexiga - Parte II CISTECTOMIA PARCIAL A cistectomia parcial pode ser feita em casos excepcionais e sempre acompanhada de linfadenectomia uni ou bilateral. Em série recente, foi realizada em 6,2% dos tumores invasivos de bexiga, sendo indicações restritas a tumor único, ausência de carcinoma in situ, não recidivados e em local passível de ressecção. Os resultados são semelhantes aos da cistectomia radical, com a vantagem da preservação da bexiga. É opção válida para tratamento de tumores em divertículos3 (C). MANUSEIO DA URETRA Estudo recente mostrou que, em homens, o comprometimento da uretra pelo carcino- ma urotelial da bexiga é de 6,2%, enquanto a taxa de recidiva de carcinoma urotelial na uretra após cistectomia ocorre em 8,1%4 (C). A comparação de biópsia prévia da uretra prostática com biópsia de congelação intra- operatória da margem uretral indicou a últi- ma como melhor fator preditivo de recorrência uretral em homens5 (C). Caso ela seja positi- va, escolhe-se outro tipo de derivação e indi- ca-se a uretrectomia total. Em mulheres, a incidência de carcinoma urotelial em uretra, na peça da cistectomia, gira em torno de 2%, sendo o tumor em colo vesical o fator prognóstico mais importante, com incidência em 40% dos casos6 (D). Há uma tendência atual em se utilizar a biópsia de congelação da margem do colo vesical como critério para a preser vação da uretra4 (C)6 (D). Caso não haja indicação de neobexiga ortotópica, a uretra deve ser ressecada. A cistectomia com preservação da próstata (cápsula) e vesículas seminais ou dos órgãos genitais internos na mulher tem sido proposta recentemente7,8 (C). Os resultados funcionais e oncológicos são controversos e não há base se- gura para recomendar sua aplicação. RECONSTRUÇÃO URINÁRIA Das diversas opções possíveis, as mais utilizadas são neobexiga ortotópica, conduto ileal e derivação urinária cutânea continen- te. Atualmente, a primeira opção tem sido a neobexiga ortotópica, que oferece melhor qualidade de vida. É contra-indicada em ca- sos de comprometimento da margem cirúr- gica uretral, função renal alterada com creatinina >2,5 mg/dl, doença intestinal inflamatória ou condições gerais que difi- cultem o cateterismo intermitente, se ne- cessário. QUIMIOTERAPIA PERIOPERATÓRIA O carcinoma urotelial de bexiga tem uma alta taxa de resposta a vários esquemas de quimioterapia combinada que têm por base a cisplatina. Tais esquemas têm sido largamen- te usados em doença avançada e sua aplica- ção antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) a cistectomia objetiva melhorar os índices de recidiva local e sobrevida. A quimioterapia neoadjuvante tem como vantagens o trata- mento de micrometástases, a avaliação obje- tiva da quimiossensibilidade do tumor, a ad- ministração de citostáticos na ausência da morbidade pós-operatória e o potencial de rebaixar o estadiamento tumoral. Nos casos de resposta completa (pT0), há aumento da sobrevida global9 (C).
  • 5. 5Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Constitui desvantagem submeter os pacien- tes a cistectomia em condições clínicas desfa- voráveis, pelos efeitos tóxicos da QT, além de retardar o tratamento cirúrgico. Revisão sistemática, envolvendo 2605 pa- cientes em 11 estudos, demonstrou que a quimioterapia neoadjuvante resultou em van- tagem na sobrevida global de 6,5% (IC 95% 2-11%)9 (C). Outra revisão mostrou-se inconclusiva quanto aos benefícios do tratamento adjuvante10 (C). Há uma tendência a oferecer quimioterapia perioperatória a pacientes com T3-T4 e/ou N+, considerando-se a faixa etária, a condição física geral, as funções cardiovascular e renal e o de- sejo do paciente. Entretanto, esta conduta não tem benefício estabelecido. A quimioterapia neoadjuvante tem indicação particular em ca- sos de doença localmente avançada, como ten- tativa para viabilizar a cistectomia. RADIOTERAPIA PERIOPERATÓRIA A radioterapia pré-cistectomia foi muito utilizada na década de 70, mas não mostrou vantagens quanto ao controle local e à sobrevida11 (A). A radioterapia pré e pós-cistectomia, “em sanduíche”, ou somente pós-operatória promo- veu melhor controle local em doença localmen- te avançada (pT3b ou pT4), porém às custas de importante toxicidade gastrointestinal12 (A). Atualmente, a radioterapia perioperatória não tem sido usada. Aguardam-se resultados com as novas técnicas radioterápicas. A radioterapia exclusiva pode ser utilizada em pacientes com indicação de cistectomia ra- dical sem condições clínicas de serem submeti- dos à cirurgia12 (A). PROTOCOLOS DE CONSERVAÇÃO VESICAL Regimes terapêuticos empregando ressecção transuretral isolada ou conjugada à radiotera- pia e quimioterapia têm sido usados como ten- tativa de preservação da bexiga. Existe evidên- cia de que este tipo de tratamento possa ser uti- lizado em casos selecionados com tumores fa- voráveis, tais como pacientes sem condições de cistectomia, idosos ou os que recusam o trata- mento padrão13 (B)14 (C). TRATAMENTO DO CÂNCER DE BEXIGA METASTÁTICO A quimioterapia citotóxica é a única mo- dalidade terapêutica capaz de prolongar a sobrevida dos pacientes portadores de câncer de bexiga metastático. O tratamento combi- nando metotrexate 30 mg/m2 dias 1, 15, 22, vinblastina 3 mg/m2 , dias 2, 15, 22 e doxorrubicina 30 mg/m2 dia 2, cisplatina 70 mg/m2 dia 2, a cada 28 dias (MVAC), produz taxa de resposta de 72%, acarretando sobrevida mediana em torno de 13 meses, sendo que somente 4% dos pacientes alcan- çam sobrevida em 5 anos. A desvantagem desse esquema é a alta taxa de toxicidade, que inclui vômitos, mucosite e neutropenia febril, acarretando 3% de mortalidade. A presença de metástases viscerais, em pulmões, fígado e ossos, juntamente com índice Karnofsky abai- xo de 80%, são fatores preditivos de baixa resposta e menor sobrevida com tratamento com MVAC15 (B)16 (C).
  • 6. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 6 Câncer de Bexiga - Parte II Um esquema de quimioterapia mais recen- te envolve o uso de gencitabina 1000 mg/m2 dias 1, 8 e 15 e cisplatina 70 mg/m2 dia 2 a cada 28 dias (GC). Este esquema foi compara- do ao MVAC e mostrou melhor perfil de toxicidade com mesma sobrevida na avaliação de longo prazo17 (A). Este estudo de fase III randomizou 405 pacientes para MVAC ou GC e mostrou sobrevida global de 14,8 meses versus 13,8 meses, para MVAC e GC, respectivamen- te (p=0,75). Devido à menor toxicidade, o GC tem sido o esquema preferencial no tratamento do câncer de bexiga17 (A). Deve-se ressalvar, entretanto, que este estudo foi desenhado para detectar superioridade do GC e não equivalência entre ambos. PROGNÓSTICO A evolução do tumor de bexiga depende de fatores como o grau histológico, estadiamento, multifocalidade, tamanho e aspecto endos- cópico do tumor, presença de carcinoma in situ plano (Cis) e tempo de recidiva após o trata- Recomendações Tumores superficiais 1. Ressecção transuretral de bexiga é o tratamento padrão. 2. Quimioterapia intravesical, com exceção da thiotepa, em dose única é recomendável nas primeiras 24 horas após a ressecção transuretral. 3. Re-ressecção transuretral, realizada 3 a 6 semanas após, é recomendável em ressecções incompletas e em todos os T1 de alto grau. 4. Tumores com moderado ou alto risco de recidiva ou progressão, após a ressecção transuretral, devem ser tratados com terapia intravesical adjuvante, preferencialmente, com esquemas de BCG de indução e manutenção por períodos variados. 5. Cistectomia radical poderá ser indicada para tumores superficiais, recidivados, refratários à terapia intravesical e é recomendável nos casos de T1 de alto grau recorrente, principalmente associado a Tis. 6. Aumento da ingestão hídrica e abandono do fumo são medidas recomendadas para reduzir o risco de recorrências. Tumores invasivos 1. Cistectomia radical com linfadenectomia pélvica ampliada é o tratamento recomendado para o câncer de bexiga com invasão de camada muscular. 2. Uretrectomia total está indicada em ambos os sexos, durante a cistectomia, quando a margem uretral estiver comprometida na congelação. 3. Cistectomia parcial pode ser indicada em tumor único, não recidivado, na ausência de carcinoma in situ e em local passível de ressecção. 4. QT peri-operatória pode ser oferecida a pacientes com câncer de bexiga em casos selecionados com estadiamento clínico T3, T4 e/ou N+ (neoadjuvante). 5. Ressecção transuretral isolada ou conjugada à radioterapia, com ou sem quimioterapia, pode ser utilizada em casos selecionados, como tentativa de preservação da bexiga Tumor metastático 1. O tratamento padrão para o câncer metastático é a quimioterapia com os esquemas MVAC ou GC.
  • 7. 7Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina mento. Outros fatores importantes são: inva- são linfo-vascular, idade, ploidia tumoral, marcadores tumorais, perfuração vesical duran- te a ressecção transuretral da bexiga e invasão prostática18,19 (C)20 (D). Como regra geral, quanto mais profunda a invasão da parede vesical e mais indiferenciado o tumor, pior é o prognós- tico21,22 (D). Quanto à diferenciação celular, o grau 3, que é o mais indiferenciado, tem maior chance de recorrência, progressão e maior índice de mortalidade20,23 (D). TUMORES SUPERFICIAIS Multifocalidade Considera-se tumor multifocal, a presença de mais de 3 lesões intravesicais24 (C)25 (D). Por- tadores de tumores múltiplos apresentam mai- or taxa de recidiva e progressão tumo- ral26 (C)27 (D). Tamanho Tumoral Embora controverso, existe evidência que tumores maiores que 3 cm estão associados a maior taxa de recidiva e progressão tumo- ral24,28 (C). Recidiva Tumoral Quanto mais precoce a recidiva, pior o prognóstico, sobretudo se esta ocorrer no pri- meiro trimestre após a ressecção transuretral, ou nas fases iniciais de imunoterapia com o BCG29 (C). Presença de Cis O Cis apresenta um comportamento imprevisível, com altas taxas de recidiva, pro- gressão e metástases26 (C)27 (D). Pode ocorrer na forma focal ou difusa, associado ou não a lesões papilíferas. Os Cis estão associados em 50% dos casos aos tumores pT1G3 e, raramente, aos pTa. Pacientes com Cis focal têm cerca de 8% de probabilidade de desenvolver doença invasiva, enquanto que na forma difusa esta evolução ocorre em 78% dos casos. O Cis apresenta taxa de recidiva de 63% a 92%20 (D). Aspecto Endoscópico Os tumores de aspecto séssil ou sólido apre- sentam comportamento mais agressivo do que os tumores papilíferos30 (D). Invasão Linfo-Vascular A invasão vascular e/ou linfática ocorre em 7% a 20% dos pacientes com tumores pT1. A presença desse tipo de invasão, em pacientes submetidos a cistectomia, está associada a mai- or acometimento de linfonodos, e é fator prog- nóstico independente para maior recidiva tumoral e menor sobrevida global31,32 (C). Idade Pacientes com idade inferior a 45 anos apre- sentam, mais comumente, tumores de compor- tamento menos agressivo, com baixa taxa de recorrência e progressão33 (B)34 (D). Ploidia Tumoral Embora alguns estudos sugiram que a ploidia de DNA tumoral guarde relação com o grau histológico do tumor, não há consenso quanto ao seu uso clínico como fator prognós- tico35,36 (C). Marcadores Tumorais Dos vários marcadores tumorais estudados, o mais promissor e mais investigado até o mo- mento é o p53. Em alguns estudos, a expressão
  • 8. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 8 Câncer de Bexiga - Parte II do p53 (mutado) foi associada a maior progres- são tumoral. Entretanto, seu uso ainda não é realizado de forma rotineira, devido ao seu alto custo e ao questionamento de seu valor como fator prognóstico independente37 (C)34 (D). Perfuração Vesical durante Ressecção Transuretral de Bexiga A perfuração vesical durante a ressecção transuretral apresenta mau prognóstico, prin- cipalmente se houver lesão intraperitoneal19 (C). Invasão Prostática A invasão prostática também representa fa- tor de risco adverso29 (C). TUMORES INVASIVOS O risco de progressão após a cistectomia radi- calouradioterapiapélvicaparaostumoresinvasivos depende, predominantemente, do estadio histopatológico do tumor e é maior durante os primeiros dois anos do tratamento, reduzindo-se consideravelmente após três anos39 (C). SEGUIMENTO DOS TUMORES SUPERFICIAIS Cistoscopia A primeira cistoscopia deve ser realizada no 3º mês para todos os casos, pois pode exis- tir ressecção incompleta da lesão primária ou Tumores de baixo risco: únicos, pTaG1, < 3cm de diâmetro Tumores de risco intermediário: pTaG2-3, pT1G1-2, ou >3cm de diâmetro, ou tumores de baixo risco recidivados ou multifocais Tumores de alto risco: pT1G3, presença de Cis, tumores de risco intermediário multifocais ou recidivados Recomendações Classificação de Risco para os Tumores Superficiais38 (C)27 (D) Gerais • Anemia • Emagrecimento Loco-regionais • Hidronefrose • Tumores de grande volume • Aspecto endoscópico séssil • Tumor fixo ao toque bimanual (anestesia geral) Histopatológicos • Estadio e grau avançado • Padrão de infiltração muscular multifocal • Invasão linfo-vascular Recomendações Fatores Prognósticos Adversos para Tumores Invasivos
  • 9. 9Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina recidivas tumorais precoces40,41 (C)42,43 (D). A freqüência com que as cistoscopias subseqüen- tes devem ser realizadas está na dependência dos fatores prognósticos de cada caso. A mai- oria das recidivas ocorre nos primeiros dois anos, razão pela qual após este intervalo os exames cistoscópicos tornam-se menos freqüentes44,45 (C)46 (D). Biópsias aleatórias da bexiga normal duran- te a cistoscopia devem ser evitadas47 (B). Citologia Oncótica Nos tumores superficiais de alto grau e na presença de Cis, a citologia oncótica é positiva em cerca de 60% a 90% dos casos41 (C). Marcadores Tumorais O papel dos novos marcadores tumorais (BTA Stat, BTA Trak, NMP22) ainda não está definido48 (B)49 (C)50 (D). Exames de Imagem A ultra-sonografia tem sido utilizada em alguns centros como alternativa à cistoscopia para seguimento de tumores papilares de bai- xo risco43 (D). Entretanto, não existem estu- dos comparativos com bom nível de evidên- cia entre a ultra-sonografia e a cistoscopia nesta situação. A presença de tumor urotelial do trato urinário superior concomitante ao tumor su- perficial de bexiga ocorre em menos de 5% dos casos51 (B). Assim, os exames de imagem de- vem focalizar, preferencialmente, os pacientes com maior risco. O exame clássico recomen- dado é a urografia excretora51 (B). Exames mais recentes, como tomografia helicoidal e resso- nância magnética, têm recebido a preferência; a pielografia ascendente também constitui uma alternativa em casos selecionados42,43 (D); ain- da não existem estudos comparativos consis- tentes entre estes métodos. Recomendações Seguimento Sugerido dos Tumores Superficiais41 (C)42,43 (D) Baixo risco • Cistoscopia de controle com três meses • Cistoscopias posteriores com intervalos semestrais, até o 2º ano e anual, até cinco anos Risco intermediário e alto • Cistoscopia de controle com três meses • Cistoscopias posteriores, a cada três meses, por dois anos, semestrais, por mais dois anos e, depois anuais, por mais seis anos • Citologia oncótica a cada três meses, por dois anos, semestral, por mais dois anos e anual, até o 10º ano • Imagem do trato urinário superior (ver texto) a cada 1 ou 2 anos, durante o tempo de seguimento • Marcadores moleculares são opcionais • Recomenda-se nova ressecção endoscópica antes do 3º mês para os tumores de alto risco ou ressecção incompleta
  • 10. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 10 Câncer de Bexiga - Parte II SEGUIMENTO TUMORES INVASIVOS O maior benefício dos exames de seguimento se concentra nos primeiros 3 anos após o trata- mento radical, período em que ocorre a maioria das recidivas52 (B). A primeira avaliação deve ser realizada no 3º mês e inclui exame físico completo, testes de função hepática e renal, ultra-sonografia do abdome total e radiografia do tórax. Em casos de exames normais, controles a cada 4, 6 ou 12 meses são recomendados41 (C) 42,43 (D). Nos casos de tumores avançados (pT3-T4 ou N+), deve-se realizar tomografia abdominal e pélvica (TC), a cada 3 ou 6 meses, por 2 anos e depois a critério clínico42 (D). Mapeamento Ósseo deve ser Individualizado52 (B)42,43 (D) Pacientes com Cis associado devem ter avaliação freqüente do trato urinário superior51 (B)45 (C). Pacientes com preservação da uretra desfuncionalizada necessitam de citologia oncótica seriada e/ou uretroscopia52 (B)53 (C). Como não existe evidência de que o risco de reci- diva neoplásica na uretra diminua com o tempo, a monitorização uretral deve ser feita por perío- do de tempo indefinido52 (B). Para pacientes com preservação vesical após radioterapia, deve-se realizar cistoscopia e citologia oncótica a cada três meses, pois há um alto risco de recidiva na bexiga54 (A)55 (C)42,43 (D). TUMORES METASTÁTICOS Não existem critérios bem definidos sobre qual o melhor esquema de seguimento para estes pacientes56 (B). Exame físico geral e exames laboratoriais e de imagem devem ser feitos a crité- rio clínico. Recomendações Seguimento dos Tumores Invasivos47 (B)42,43 (D) Para todos os casos • Avaliação clínica, testes de função hepática, testes de função renal, eletrólitos, ultra- sonografia do abdome e radiografia do tórax, no 3º mês PO, e a cada 6 a 12 meses, indefinidamente • Nos tumores pT3-T4 ou N+, a TC do abdome e pelve deve substituir a ultra-sonografia e ser realizada no 3º mês e a cada seis meses por dois anos e depois a critério clínico • Mapeamento ósseo a critério clínico Para pacientes com uretra desfuncionalizada, acrescentar • Citologia oncótica do lavado uretral a cada 6 a 12 meses, durante todo o seguimento • Uretroscopia, quando citologia positiva e/ou uretrorragia Para pacientes com derivações urinárias ou reservatórios continentes, acrescentar • Citologia oncótica da urina a cada 6 a 12 meses, durante todo o seguimento Para pacientes com preservação vesical, acrescentar • Cistoscopia e citologia oncótica urinária trimestral por um ano e depois com intervalos progressivamente maiores • TC do abdome e pelve anual ou ultra-sonografia do abdome ou urografia excretora anual
  • 11. 11Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina CONFLITO DE INTERESSE Glina S: é palestrante de eventos patrocina- dos pelos laboratórios Lilly, Bayer, Gsk, Pfizer, Baldacci, Janssen-Cilag, Astra-Zeneca, Novartis, Serono, Schering-Plough, MAS e Medley; par- ticipa de estudos clínicos e/ou experimentais sub- vencionados pelos laboratórios Lilly, Bayer, Gsk, Pfizer, Baldacci, Amgen, Handle-Cook, Janssen- Cilag, Astra-Zeneca, Novartis, Serono, Schering-Plough; é membro de conselho con- sultivo ou diretivo dos laboratórios Lilly, Bayer, Pfizer, Janssen-Cilag, Schering, Medley; parti- cipa de comitês normativos de estudos científi- cos patrocinados pelos laboratórios Cristalia e Baldacci; prepara textos científicos ou periódi- cos patrocinados pelos laboratórios Lilly, Pfizer e Schering. Clark O: Recebeu reembolso por comparecimento a simpósio; honorários por apre- sentação, conferência, palestras, organização de atividade de ensino, consultoria e também rece- beu financiamento para realização de pesquisas das empresas Schering-Plough, Astra-Zeneca, Novartis, Bayer, Bristol-Mayers, Eurofarma, Janssen-Cylag, Unimed e Sociedade Brasileira de Urologia nos últimos 5 anos.
  • 12. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 12 Câncer de Bexiga - Parte II REFERÊNCIAS 1. Fleshner N, Garland J, Moadel A, Herr H, Ostroff J, Trambert R, et al. Influence of smoking status on the disease-related outcomes of patients with tobacco- associated superficial transitional cell car- cinoma of the bladder. Cancer 1999;86:2337-45. 2. Stein JP, Lieskovsky G, Cote R, Groshen S, Feng AC, Boyd S, et al. Radical cystectomy in the treatment of invasive bladder cancer: long-term results in 1,054 patients. J Clin Oncol 2001;19:666-75. 3. Chang SS, Hassan JM, Cookson MS, Wells N, Smith JA Jr. Delaying radical cystectomy for muscle invasive bladder cancer results in worse pathological stage. J Urol 2003;170:1085-7. 4. Herr HW. Extent of surgery and pathology evaluation has an impact on bladder cancer outcomes after radical cystectomy. Urology 2003;61:105-8. 5. Holzbeierlein JM, Lopez-Corona E, Bochner BH, Herr HW, Donat SM, Rus- so P, et al. Partial cystectomy: a contemporary review of the Memorial Sloan-Kettering Cancer Center experience and recommendations for patient selection. J Urol 2004;172:878-81. 6. Stenzl A, Bartsch G, Rogatsch H. The remnant urothelium after reconstructive bladder surgery. Eur Urol 2002;41:124-31. 7. Lebret T, Herve JM, Barre P, Gaudez F, Lugagne PM, Barbagelatta M, et al. Urethral recurrence of transitional cell carcinoma of the bladder. Predictive value of preoperative latero-montanal biopsies and urethral frozen sections during prostatocystectomy. Eur Urol 1998;33:170-4. 8. Stein JP, Esrig D, Freeman JA, Grossfeld GD, Ginsberg DA, Cote RJ, et al. Prospective pathologic analysis of female cystectomy specimens: risk factors for orthotopic diversion in women. Urology 1998;51:951-5. 9. Vallancien G, Abou El Fettouh H, Cathelineau X, Baumert H, Fromont G, Guillonneau B. Cystectomy with prostate sparing for bladder cancer in 100 patients: 10-year experience. J Urol 2002; 168:2413-7. 10. Ruffion A, Manel A, Massoud W, Decaussin M, Berger N, Paparel P, et al. Preservation of prostate during radical cystectomy: evaluation of prevalence of prostate cancer associated with bladder cancer. Urology 2005;65:703-7. 11. Winquist E, Kirchner TS, Segal R, Chin J, Lukka H. Neoadjuvant chemotherapy for transitional cell carcinoma of the bladder: a systematic review and meta-analysis. J Urol 2004;171:561-9. 12. Advanced Bladder Cancer (ABC) Meta- analysis Collaboration. Adjuvant chemo therapy in invasive bladder cancer: a systematic review and meta-analysis of in- dividual patient data Advanced Bladder Cancer (ABC) Meta-analysis Collaboration. Eur Urol 2005;48:189-201.
  • 13. 13Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 13. Skinner DG, Lieskovsky G. Contemporary cystectomy with pelvic node dissection compared to preoperative radiation therapy plus cystectomy in management of invasive bladder cancer. J Urol 1984;131:1069-72. 14. Reisinger SA, Mohiuddin M, Mulholland SG. Combined pre- and postoperative adjuvant radiation therapy for bladder cancer: a ten year experience. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1992;24:463-8. 15. Herr HW. Transurethral resection of muscle-invasive bladder cancer: 10-year outcome. J Clin Oncol 2001;19:89-93. 16. Roosen JU, Geertsen U, Jahn H, Weinreich J, Nissen HM. Invasive, high grade transitional cell carcinoma of the bladder treated with transurethral resection. A survival analysis focusing on TUR as monotherapy. Scand J Urol Nephrol 1997;31:39-42. 17. von der Maase H, Sengelov L, Roberts JT, Ricci S, Dogliotti L, Oliver T, et al. Long- term survival results of a randomized trial comparing gemcitabine plus cisplatin, with methotrexate, vinblastine, doxorubicin, plus cisplatin in patients with bladder cancer. J Clin Oncol 2005;23:4602-8. 18. Bird V, Soloway M. Management and follow-up of superficial bladder cancer. J Bras Urol 1999;25:309-19. 19. Skolarikos A, Chrisofos M, Ferakis N, Papatsoris A, Dellis A, Deliveliotis C. Does the management of bladder perforation during transurethral resection of superficial bladder tumors predispose to extravesical tumor recurrence? J Urol 2005;173:1908-11. 20. Heney NM. Natural history of superficial bladder cancer: prognostic features and long-term disease course. Urol Clin North Am 1992;19:429-33. 21. Donat SM. Evaluation and follow-up strategies for superficial bladder cancer. Urol Clin North Am 2003;30:765-76. 22. Herr HW. Surgical factors in the treatment of superficial and invasive bladder cancer. Urol Clin North Am 2005;32:157-64. 23. Catalona W. Urothelial tumors of the urinary tract. 6th ed. Philadelphia: Saun- ders;1992. 24. Heney NM, Ahmed S, Flanagan MJ, Frable W, Corder MP, Hafermann MD, et al. Superficial bladder cancer: progression and recurrence. J Urol 1983;130:1083-6. 25. Young MJ, Soloway MS. Office evaluation and management of bladder neoplasms. Urol Clin North Am 1998;25:603-11. 26. Nixon RG, Chang SS, Lafleur BJ, Smith JJ, Cookson MS. Carcinoma in situ and tu- mor multifocality predict the risk of prostatic urethral involvement at radical cystectomy in men with transitional cell carcinoma of the bladder. J Urol 2002;167:502-5. 27. Malavaud B. T1G3 bladder tumours: the case for radical cystectomy. Eur Urol 2004;45:406-10.
  • 14. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 14 Câncer de Bexiga - Parte II 28. Cheng CW, Chan PS, Chan LW, Chan CK, Ng CF, Lai MM. 17-year follow-up of a randomized prospective controlled trial of adjuvant intravesical doxorubicin in the treatment of superficial bladder cancer. Int Braz J Urol 2005;31:204-11. 29. Huguet J, Crego M, Sabate S, Salvador J, Palou J, Villavicencio H. Cystectomy in patients with high risk superficial bladder tumors who fail intravesical BCG therapy: pre-cystectomy prostate involve- ment as a prognostic factor. Eur Urol 2005;48:53-9. 30. Heney NM, Proppe K, Prout GR Jr, Griffin PP, Shipley WU. Invasive bladder cancer: tumor configuration, lymphatic invasion and survival. J Urol 1983;130:895-7. 31. Abdel-Latif M, Abol-Enein H, El-Baz M, Ghoneim MA. Nodal involvement in bladder cancer cases treated with radical cystectomy: incidence and prognosis. J Urol 2004;172:85-9. 32. Quek ML, Stein JP, Nichols PW, Cai J, Miranda G, Groshen S, et al. Prognostic significance of lymphovascular invasion of bladder cancer treated with radical cystectomy. J Urol 2005;174:103-6. 33. Migaldi M, Rossi G, Maiorana A, Sartori G, Ferrari P, De Gaetani C, et al. Superfi- cial papillary urothelial carcinomas in young and elderly patients: a comparative study. BJU Int 2004;94:311-6. 34. Zlotta AR, Schulman CC. Biological markers in superficial bladder tumors and their prognostic significance. Urol Clin North Am 2000;27:179-89. 35. Deliveliotis C, Georgoulakis J, Skolarikos A, Trakas N, Varkarakis J, Albanis S, et al. DNA ploidy as a prognostic factor in muscle invasive transitional cell carcinoma of the bladder. Urol Res 2005;33:39-43. 36. Falkman K, Tribukait B, Nyman CR, Larsson P, Norming U. S-phase fraction in superficial urothelial carcinoma of the bladder a prospective, long-term, follow-up study. Scand J Urol Nephrol 2004;38:278- 84. 37. Sarkis AS, Dalbagni G, Cordon-Cardo C, Melamed J, Zhang ZF, Sheinfeld J, et al. Association of P53 nuclear overexpression and tumor progression in carcinoma in situ of the bladder. J Urol 1994;152:388-92. 38. Fonseca FP, Bachega W Jr, Zequi SC, Sarkis AS, Guimarães G, Priante AV, et al. Treatment of patients with superficial bladder cancer stratified by risk groups treated with lyophilized Moreau-Rio de Ja- neiro BCG strain. Int Braz J Urol 2002;28:426-36. 39. Andius P, Holmang S. Bacillus Calmette- Guerin therapy in stage Ta/T1 bladder cancer: prognostic factors for time to recurrence and progression. BJU Int 2004;93:980-4. 40. Klan R, Loy V, Huland H. Residual tumor discovered in routine second transurethral resection in patients with stage T1 transitional cell carcinoma of the bladder. J Urol 1991;146:316-8.
  • 15. 15Câncer de Bexiga - Parte II Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 41. Smith JA Jr, Labasky RF, Cockett AT, Fracchia JA, Montie JE, Rowland RG. Bladder cancer clinical guidelines panel summary report on the management of nonmuscle invasive bladder cancer (stages Ta, T1 and TIS). The American Urological Association. J Urol 1999;162:1697-701. 42. Montie JE, Abrahams NA, Bahnson RR, Eisenberger MA, El-Galley R, Herr HW, et al. Bladder Cancer. Clinical guidelines in oncology. J Natl Compr Canc Netw 2006,4:984-1014. 43. Oosterlinck W, Lobel B, Jakse G, Malmstrom PU, Stockle M, Sternberg C, et al. Guidelines on bladder cancer. Eur Urol 2002;41:105-12. 44. Holmang S, Hedelin H, Anderstrom C, Johansson SL. The relationship among multiple recurrences, progression and prognosis of patients with stages Ta and T1 transitional cell cancer of the bladder followed for at least 20 years. J Urol 1995;153:1823-7. 45. Kurth KH, Denis L, Bouffioux C, Sylvester R, Debruyne FM, Pavone-Macaluso M, et al. Factors affecting recurrence and progression in superficial bladder tumours. Eur J Cancer 1995;31A:1840-6. 46. Abel PD. Follow-up of patients with “su- perficial” transitional cell carcinoma of the bladder: the case for a change in policy. Br J Urol 1993;72:135-42. 47. Mulders PF, Meyden AP, Doesburg WH, Oosterhof GO, Debruyne FM. Prognostic factors in pTa-pT1 superficial bladder tumours treated with intravesical instilla- tions. The Dutch South-Eastern Urological Collaborative Group. Br J Urol 1994;73:403-8. 48. IanariA,SternbergCN,RossettiA,VanRijn A, Deidda A, Giannarelli D, et al. Results of Bard BTA test in monitoring patients with a history of transitional cell cancer of the bladder. Urology 1997; 49:786-9. 49. Serretta V, Pomara G, Rizzo I, Esposito E. Urinary BTA-stat, BTA-trak and NMP22 in surveillance after TUR of recurrent superficial transitional cell carcinoma of the bladder. Eur Urol 2000;38:419-25. 50. van der Poel HG. Markers for recurrence of superficial bladder cancer: what is valid? Curr Opin Urol 1999;9:401-6. 51. Solsona E, Iborra I, Ricos JV, Dumont R, Casanova JL, Calabuig C. Upper urinary tract involvement in patients with bladder carcinoma in situ (Tis): its impact on management. Urology 1997;49:347-52. 52. Stockle M, Wellek S, Meyenburg W, Voges GE, Fischer U, Gertenbach U, et al. Radi- cal cystectomy with or without adjuvant polychemotherapy for non-organ-confined transitional cell carcinoma of the urinary bladder: prognostic impact of lymph node involvement. Urology 1996;48:868-75. 53. Zabbo A, Montie JE. Management of the urethra in men undergoing radical cystectomy for bladder cancer. J Urol 1984;131:267-8.
  • 16. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 16 Câncer de Bexiga - Parte II 54. Coppin CM, Gospodarowicz MK, James K, Tannock IF, Zee B, Carson J, et al. Improved local control of invasive bladder cancer by concurrent cisplatin and preoperative or definitive radiation. The National Cancer Institute of Canada Clinical Trials Group. J Clin Oncol 1996;14:2901-7. 55. Pisters LL, Tykochinsky G, Wajsman Z. Intravesical bacillus Calmette-Guerin or mitomycin C in the treatment of carcino- ma in situ of the bladder following prior pelvic radiation therapy. J Urol 1991; 146:1514-7. 56. Sylvester R, Sternberg C. The role of adjuvant combination chemotherapy after cystectomy in locally advanced bladder cancer: what we do not know and why. Ann Oncol 2000;11:851-6.