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Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Campus Diadema
Instruções para a Elaboração de Relatórios Técnicos
Prof. Fabrício R. Sensato
2
Um dos objetivos de ensino de uma disciplina experimental introdutória é
ensinar a redigir relatórios. A redação de comunicações tecno-científicas é uma
tarefa rotineiramente realizada por um profissional de nível superior.
Paradoxalmente, é bem sabido que a maior parte destes profissionais se sente
muito mais à vontade desenvolvendo suas atividades que reportando seus
resultados e descobertas. Isto é particularmente preocupante pois, em certos casos,
um relatório mal escrito suscita dúvidas quanto à capacidade do profissional e
quanto à fidedignidade dos dados e conclusões reportadas. A seguir, são dadas
algumas orientações sobre a redação de relatórios tecno-científicos, que devem ser
seguidas na elaboração dos relatórios referentes aos experimentos realizados ao
longo do semestre no âmbito da UC Química das Transformações. Certamente, não
se pretende esgotar o tema nestas orientações e a leitura das referências arroladas
no final deste texto é, enfaticamente, encorajada.
Tenha sempre em consideração que frases bem construídas são simples e
sucintas. Elas são fáceis de serem lidas e compreendidas. Escreva com a
preocupação de tornar fácil a leitura. Frases longas e complicadas podem ser indício
de que o autor não pensou suficientemente no que desejava dizer. Reveja as frases
longas que forem de leitura difícil ou desdobre-as em várias, mais curtas. Palavras
desnecessárias não fazem senão perturbar, distrair e aborrecer o leitor. O uso da
linguagem coloquial e de gírias não é apropriado para um texto tecno-científico.
Habitue-se a escrever um relatório com um dicionário e uma gramática à mão. Não
procure palavras sofisticadas e construções eruditas, mas sim as palavras mais
adequadas e construções objetivas e sucintas.
Devem ser evitados expressões informais ou termos que não sejam
estritamente técnicos (não utilize em hipótese alguma adjetivo possessivo, como por
exemplo, minha reação, meu banho, etc).
Em geral, um relatório é composto de sete seções: Título, Resumo,
Introdução, Procedimento Experimental, Resultados e Discussão, Conclusões
e Referências. Embora, a rigorosa seleção dos elementos que devem figurar em
cada seção seja usualmente uma prerrogativa da parte interessada no relatório,
algumas diretrizes consensuais são sumariadas abaixo (consulte seu professor, ele
pode desejar explorar outros aspectos no relatório). Ainda que o experimento
preveja a realização de vários ensaios, somente um conjunto das seções
supracitadas deve ser apresentado.
3
É importante salientar que embora as seções sobreditas devam ser
apresentadas na sequência indicada, elas não são necessariamente desenvolvidas
na mesma ordem. A seção Resumo, por exemplo, embora seja a primeira a ser
apresentada é, em geral, a última a ser redigida. Ainda, não é necessário (sendo até
mesmo desaconselhável) finalizar elaboradamente a redação de uma seção antes
de iniciar uma outra. É aconselhável que à medida que as idéias forem surgindo, já
sejam incorporadas na correspondente seção do manuscrito, ainda que de maneira
descuidada. Revisões posteriores permitirão o refinamento do texto.
• Título
O título deve ser conciso e deve dar clara indicação do assunto e da intenção
do trabalho. Deve, ainda, refletir a ênfase e o conteúdo do relatório.
• Resumo
Consiste na apresentação concisa dos pontos relevantes e informa, de
maneira clara e sintética, a natureza do trabalho (o que foi realizado, desenvolvido,
examinado, etc), os principais resultados e descobertas e as conclusões mais
relevantes.
O resumo deve ser redigido com grande cuidado porque, em geral, a maioria
dos leitores se limita a examinar os títulos dos trabalhos e os correspondentes
resumos para decidir-se pela leitura do manuscrito como um todo. É preciso que
seja completo, interessante e informativo, de tal sorte que dispense consulta ao
resto do relatório para que o leitor saiba de que se trata. No entanto, deve ser o mais
curto possível (em geral, não deve exceder a 250 palavras). As frases devem ser
curtas e objetivas. Não devem ser incluídas informações, idéias e asserções que
não constem do relatório. Deve ser apresentado em um único parágrafo.
Um exemplo de versão simplificada de resumo para um experimento
realizado de determinação do teor de álcool na gasolina por dois métodos distintos é
mostrado na Figura 1.
4
Figura 1. Exemplo (simplificado) de redação da seção "Resumo" para um experimento no qual a
determinação do teor de álcool na gasolina foi realizado por dois métodos distintos. Os distintos elementos
que devem figurar nesta seção do relatório são identificados por cor.
• Introdução
A seção introdução deve situar o experimento em um contexto apropriado, ou
seja, deve fornecer uma clara apresentação do problema/tópico focalizado que
justifique a realização do experimento (motivação). Os objetivos do experimento são,
então, enunciados. Em um manuscrito tecno-científico os objetivos aparecem
desenvolvidos no corpo da seção Introdução e não sob um título ou subtítulo
designado “Objetivos”. A seção introdução deve, ainda, indicar qual a abordagem
adotada (estratégia), e o(s) método(s) utilizado(s) para responder ao propósito do
experimento. Os princípios fundamentais em que tal abordagem ou método(s) se
baseiam podem ser sucintamente apresentados - se necessários para a
realização/entendimento do experimento. Opcionalmente, um breve sumário dos
resultados pode finalizar a Introdução. Uma Introdução bem escrita estrutura todo
manuscrito/relatório.
Atenção!!! Quanto ao objetivo do experimento é necessário discernir entre o
objetivo didático (objetivo do professor/UC) e o objetivo do próprio experimento.
Assim, o aluno deve reconhecer que o objetivo didático do experimento não é,
necessariamente, aquele que deve figurar na seção “Introdução”. Para efeitos da
confecção do relatório, se assume que o estudante seja suficientemente hábil para
examinar/realizar o referido experimento. Isto implica que o excerto dedicado à
enunciação do objetivo na seção “Introdução” não tenha uma conotação tão
5
unicamente entusiástica. Assim, não inicie tal texto com frases como “O objetivo do
experimento foi o de aprender a utilizar...”. Ao invés, prefira expressões como “o
objetivo do experimento foi o de examinar/perscrutar/investigar ...” Um exemplo
simplificado para a redação da seção “Introdução” para o mesmo experimento
fictício supracitado é ilustrado na Figura 2.
Figura 2. Exemplo abreviado de redação da seção "Introdução" para um experimento no qual a
determinação do teor de álcool na gasolina foi realizado por dois métodos distintos.
• Procedimento experimental
Esta seção deve conter relatos exatos e claros de como foi realizada a
experiência, de modo que, baseada nesses relatos, qualquer pessoa com
experiência na mesma área possa repeti-la. Deve-se descrever passo a passo como
a experiência foi realizada. A forma deverá ser impessoal, usando voz passiva no
tempo passado. Cite, ao longo da seção, todos os equipamentos utilizados e forneça
suas principais características (volume nominal, por exemplo). Quantidades de
reagentes, tais como massa e volume, devem ser explicitamente apresentadas.
Detalhes específicos de um particular experimento devem ser apresentados na
seção “Resultados e discussão”. Nenhum cálculo, resultado ou discussão deve ser
apresentado nesta seção. Não apresente uma lista de “materiais e reagentes”. Estas
informações aparecerão naturalmente na descrição do procedimento adotado.
6
• Resultados e discussão
Nesta seção do relatório, os dados coletados na experiência devem ser
apresentados, interpretados e discutidos de forma clara, objetiva e concisa. Pode ser
útil fazer breve referência a experimentos malsucedidos e tentativas infrutíferas, que
fazem parte de qualquer ensaio experimental.
Registre no seu caderno de laboratório qualquer transformação observada.
Não confie demasiadamente em sua memória. Um registro minucioso e organizado
das observações muito lhe auxiliará no desenvolvimento desta seção.
Cálculos realizados são também apresentados nesta seção. Reporte todos os
valores com o número correto de algarismos significativos. Lembre-se que o número
de algarismos significativos não deve exceder a precisão da medida. Um excelente
texto sobre a propagação de algarismos significativos (e suas limitações) é aquele
escrito por Schwartz (1985). Indique sempre as unidades usadas nas medidas.
Para desenvolver a seção “Resultados e Discussão” e, eventualmente, a
seção “Introdução” use livros textos de ensino superior. Seja criterioso ao pesquisar
na Web. Não transcreva para o relatório o conteúdo completo do material
bibliográfico pesquisado. Preocupe-se, ao redigir esta seção, em fornecer
informações que darão suporte aos resultados obtidos e correspondentes
interpretações e conclusões. O conteúdo desta seção deve limitar-se à
interpretação/justificativa das observações derivadas unicamente do experimento.
Faça uso de gráficos, tabelas e diagramas para apresentação dos dados
numéricos. Esses elementos devem ser numerados, entitulados e citados ao longo
do texto. Detalhada orientação sobre a confecção e utilização desses elementos em
textos tecno-científicos pode ser encontrada nos trabalhos de Barras (1994), Silva et
al (1990) e Spector (1994).
Em particular, as tabelas são úteis porque encerram resumos de estatísticas
relevantes mas não interrompem o fluxo das palavras no texto. Ela é composta de
título, um cabeçalho, uma coluna indicadora (se necessário) e um corpo. O título é
colocado na parte superior, precedido da palavra Tabela, seguida do número e deve
conter breve descrição do que contém a tabela e as condições nas quais os dados
foram obtidos. O cabeçalho é a parte superior da tabela que contém as informações
sobre o conteúdo da cada coluna. A coluna indicadora, à esquerda da tabela,
especifica o conteúdo das linhas. Abaixo do cabeçalho e a direita da coluna
7
indicadora figura o corpo da tabela, ou seja, onde os dados ou informações são
apresentados. Estes elementos são mostrados na delineação abaixo.
Tabela 1 - (numeração e título)
(cabeçalho das colunas)
Algumas recomendações adicionais são enfatizadas, como segue:
● usar traço duplo limitando a moldura;
● não usar traços verticais para separar colunas;
● não usar traços verticais para separar colunas;
● não fechar a tabela lateralmente;
● não incluir colunas de números caso eles possam ser facilmente obtidos a
partir de números de outras colunas;
● manter o mesmo alinhamento vertical nas vírgulas das decimais.
• Conclusão
Nesta seção, deve-se sumariar os resultados, descobertas e conclusões
extraídas do experimento ou de sua interpretação. Não devem figurar nesta seção
conclusões que não hajam sido derivadas do experimento ou de sua interpretação
diretamente. Ainda, qualquer asserção que figure neste seção deve haver sido
previamente discutida na seção “Resultados e Discussão”. A seção “Conclusão”
deve, sobretudo, responder aos objetivos prenunciados na seção “Introdução”.
célula
coluna
indicador
a
8
• Referências
Sempre se deve mencionar no relatório as fontes bibliográficas consultadas,
especialmente aquelas utilizadas na confecção das seções “Introdução” e
“Resultados e Discussão”. Há dois principais sistemas de chamada das citações:
numérico e autor-data (usado neste texto). No sistema numérico as citações são
numeradas consecutivamente para todo o trabalho, enquanto no sistema autor-data
a citação é indicada pelo sobrenome do autor ou pelo nome da instituição ou pelo
título do documento citado e pela data de publicação. A descrição dos elementos
descritivos e essenciais que permitem a identificação e localização do material
citado é apresentada em uma lista própria ao final do relatório na seção
“Referências”. Para o caso do sistema numérico, as referências são listadas na
ordem em que aparecem no texto, enquanto no sistema autor-data elas são
apresentadas em ordem alfabética de autor. Recomenda-se a utilização das normas
para citação bibliográfica recomendadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas-ABNT. A referência é constituída de elementos essenciais e, quando
necessário, acrescida de elementos complementares. Os elementos de referência
devem ser extraídos, sempre que possível, da folha de rosto. As referências são
alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar
individualmente cada documento, em espaço simples e separadas entre si por
espaço duplo
Para monografias no todo, por exemplo, livros e ou folhetos (manuais, guia,
catálogo, enciclopédia, dicionário etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações
entre outros), os elementos essenciais são: autor(es), título, edição, local, editora e
data de publicação. Emprega-se a seguinte estrutura:
SOBRENOME,↓Nome do autor.↓Título do livro:↓subtítulo.↓Edição.↓Local de
publicação (cidade):↓Editora,↓data.↓Número de páginas ou volumes.↓(Nome e
numero da série)
● Exemplo (Um autor)
RUSSEL, Jonh B. Química geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994 (impressão
2004). 2v.
● Exemplo (Até três autores)
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J. Química: um curso universitário. 4. ed. São
9
Paulo: Edgard Blucher, 1995. 582p (6a
reimpressão 2003)
● Exemplo (Mais de três autores)
BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2005. 972p.
Para monografias no todo, porém publicadas em meio eletrônico (disquete,
CD, online etc), especifica-se as mesmas informações, acrescidas das informações
relativas à descrição física do meio eletrônico. Quando se tratar de obras
consultadas online, também são essenciais as informações sobre o endereço
eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em:
e a data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em:,
opcionalmente acrescida dos dados referentes a hora, minutos e segundos.
ALVES, Castro. Navio negreiro: Virtual Books, 2000. Disponível em:
<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm>.
Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.
Para artigo e/ou matéria de revista, boletim etc, os elementos essenciais são:
autor(es) (se houver), título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, local de
publicação, numeração correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número,
paginação inicial e final. Genericamente,
SOBRENOME,↓Nome do autor.↓Título do artigo.↓Título do periódico, Local de
publicação (cidade),↓volume,↓n. Fascículo,↓ páginas inicial-final, ↓ mês abreviado. ↓
Ano.
GILLESPIE, R.J. The great ideas of chemistry. Journal of Chemical Education,
Bellmawr, v. 74, n. 7, p. 862-864, Jul 1997.
Intruções detalhadas para a confecção de referências de outros documentos,
tais como trabalho apresentado em evento, patente, separata, mapa, partitura
musical, entre muitos outros, podem ser encontradas na NBR 6023 de 29/09/2002.
10
Referências
BARRAS, Robert. Os cientistas precisam escrever: guia de redação parar
cientistas, engenheiros e estudantes. Tradução de Leila Novaes e Leônidas
Hegenberg. 3. ed. São Paulo: T.A. Queizoz, 1994. 218 p. Título original: Scientists
must write: a guide to better writing for scientists, engineers and students.
SCHWARTZ, L. M. Propagation of significant figures. Journal of Chemical
Education, v. 62, n. 8, p. 693-697, Aug. 1985.
SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R. C. Introdução à química
experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990.
THOMAS, S. Writing a scientific manuscript. Journal of Chemical Education, v. 71,
n. 1, p. 47-50, jan. 1994.

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Relatorio instrucoes unifesp_2013

  • 1. Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Campus Diadema Instruções para a Elaboração de Relatórios Técnicos Prof. Fabrício R. Sensato
  • 2. 2 Um dos objetivos de ensino de uma disciplina experimental introdutória é ensinar a redigir relatórios. A redação de comunicações tecno-científicas é uma tarefa rotineiramente realizada por um profissional de nível superior. Paradoxalmente, é bem sabido que a maior parte destes profissionais se sente muito mais à vontade desenvolvendo suas atividades que reportando seus resultados e descobertas. Isto é particularmente preocupante pois, em certos casos, um relatório mal escrito suscita dúvidas quanto à capacidade do profissional e quanto à fidedignidade dos dados e conclusões reportadas. A seguir, são dadas algumas orientações sobre a redação de relatórios tecno-científicos, que devem ser seguidas na elaboração dos relatórios referentes aos experimentos realizados ao longo do semestre no âmbito da UC Química das Transformações. Certamente, não se pretende esgotar o tema nestas orientações e a leitura das referências arroladas no final deste texto é, enfaticamente, encorajada. Tenha sempre em consideração que frases bem construídas são simples e sucintas. Elas são fáceis de serem lidas e compreendidas. Escreva com a preocupação de tornar fácil a leitura. Frases longas e complicadas podem ser indício de que o autor não pensou suficientemente no que desejava dizer. Reveja as frases longas que forem de leitura difícil ou desdobre-as em várias, mais curtas. Palavras desnecessárias não fazem senão perturbar, distrair e aborrecer o leitor. O uso da linguagem coloquial e de gírias não é apropriado para um texto tecno-científico. Habitue-se a escrever um relatório com um dicionário e uma gramática à mão. Não procure palavras sofisticadas e construções eruditas, mas sim as palavras mais adequadas e construções objetivas e sucintas. Devem ser evitados expressões informais ou termos que não sejam estritamente técnicos (não utilize em hipótese alguma adjetivo possessivo, como por exemplo, minha reação, meu banho, etc). Em geral, um relatório é composto de sete seções: Título, Resumo, Introdução, Procedimento Experimental, Resultados e Discussão, Conclusões e Referências. Embora, a rigorosa seleção dos elementos que devem figurar em cada seção seja usualmente uma prerrogativa da parte interessada no relatório, algumas diretrizes consensuais são sumariadas abaixo (consulte seu professor, ele pode desejar explorar outros aspectos no relatório). Ainda que o experimento preveja a realização de vários ensaios, somente um conjunto das seções supracitadas deve ser apresentado.
  • 3. 3 É importante salientar que embora as seções sobreditas devam ser apresentadas na sequência indicada, elas não são necessariamente desenvolvidas na mesma ordem. A seção Resumo, por exemplo, embora seja a primeira a ser apresentada é, em geral, a última a ser redigida. Ainda, não é necessário (sendo até mesmo desaconselhável) finalizar elaboradamente a redação de uma seção antes de iniciar uma outra. É aconselhável que à medida que as idéias forem surgindo, já sejam incorporadas na correspondente seção do manuscrito, ainda que de maneira descuidada. Revisões posteriores permitirão o refinamento do texto. • Título O título deve ser conciso e deve dar clara indicação do assunto e da intenção do trabalho. Deve, ainda, refletir a ênfase e o conteúdo do relatório. • Resumo Consiste na apresentação concisa dos pontos relevantes e informa, de maneira clara e sintética, a natureza do trabalho (o que foi realizado, desenvolvido, examinado, etc), os principais resultados e descobertas e as conclusões mais relevantes. O resumo deve ser redigido com grande cuidado porque, em geral, a maioria dos leitores se limita a examinar os títulos dos trabalhos e os correspondentes resumos para decidir-se pela leitura do manuscrito como um todo. É preciso que seja completo, interessante e informativo, de tal sorte que dispense consulta ao resto do relatório para que o leitor saiba de que se trata. No entanto, deve ser o mais curto possível (em geral, não deve exceder a 250 palavras). As frases devem ser curtas e objetivas. Não devem ser incluídas informações, idéias e asserções que não constem do relatório. Deve ser apresentado em um único parágrafo. Um exemplo de versão simplificada de resumo para um experimento realizado de determinação do teor de álcool na gasolina por dois métodos distintos é mostrado na Figura 1.
  • 4. 4 Figura 1. Exemplo (simplificado) de redação da seção "Resumo" para um experimento no qual a determinação do teor de álcool na gasolina foi realizado por dois métodos distintos. Os distintos elementos que devem figurar nesta seção do relatório são identificados por cor. • Introdução A seção introdução deve situar o experimento em um contexto apropriado, ou seja, deve fornecer uma clara apresentação do problema/tópico focalizado que justifique a realização do experimento (motivação). Os objetivos do experimento são, então, enunciados. Em um manuscrito tecno-científico os objetivos aparecem desenvolvidos no corpo da seção Introdução e não sob um título ou subtítulo designado “Objetivos”. A seção introdução deve, ainda, indicar qual a abordagem adotada (estratégia), e o(s) método(s) utilizado(s) para responder ao propósito do experimento. Os princípios fundamentais em que tal abordagem ou método(s) se baseiam podem ser sucintamente apresentados - se necessários para a realização/entendimento do experimento. Opcionalmente, um breve sumário dos resultados pode finalizar a Introdução. Uma Introdução bem escrita estrutura todo manuscrito/relatório. Atenção!!! Quanto ao objetivo do experimento é necessário discernir entre o objetivo didático (objetivo do professor/UC) e o objetivo do próprio experimento. Assim, o aluno deve reconhecer que o objetivo didático do experimento não é, necessariamente, aquele que deve figurar na seção “Introdução”. Para efeitos da confecção do relatório, se assume que o estudante seja suficientemente hábil para examinar/realizar o referido experimento. Isto implica que o excerto dedicado à enunciação do objetivo na seção “Introdução” não tenha uma conotação tão
  • 5. 5 unicamente entusiástica. Assim, não inicie tal texto com frases como “O objetivo do experimento foi o de aprender a utilizar...”. Ao invés, prefira expressões como “o objetivo do experimento foi o de examinar/perscrutar/investigar ...” Um exemplo simplificado para a redação da seção “Introdução” para o mesmo experimento fictício supracitado é ilustrado na Figura 2. Figura 2. Exemplo abreviado de redação da seção "Introdução" para um experimento no qual a determinação do teor de álcool na gasolina foi realizado por dois métodos distintos. • Procedimento experimental Esta seção deve conter relatos exatos e claros de como foi realizada a experiência, de modo que, baseada nesses relatos, qualquer pessoa com experiência na mesma área possa repeti-la. Deve-se descrever passo a passo como a experiência foi realizada. A forma deverá ser impessoal, usando voz passiva no tempo passado. Cite, ao longo da seção, todos os equipamentos utilizados e forneça suas principais características (volume nominal, por exemplo). Quantidades de reagentes, tais como massa e volume, devem ser explicitamente apresentadas. Detalhes específicos de um particular experimento devem ser apresentados na seção “Resultados e discussão”. Nenhum cálculo, resultado ou discussão deve ser apresentado nesta seção. Não apresente uma lista de “materiais e reagentes”. Estas informações aparecerão naturalmente na descrição do procedimento adotado.
  • 6. 6 • Resultados e discussão Nesta seção do relatório, os dados coletados na experiência devem ser apresentados, interpretados e discutidos de forma clara, objetiva e concisa. Pode ser útil fazer breve referência a experimentos malsucedidos e tentativas infrutíferas, que fazem parte de qualquer ensaio experimental. Registre no seu caderno de laboratório qualquer transformação observada. Não confie demasiadamente em sua memória. Um registro minucioso e organizado das observações muito lhe auxiliará no desenvolvimento desta seção. Cálculos realizados são também apresentados nesta seção. Reporte todos os valores com o número correto de algarismos significativos. Lembre-se que o número de algarismos significativos não deve exceder a precisão da medida. Um excelente texto sobre a propagação de algarismos significativos (e suas limitações) é aquele escrito por Schwartz (1985). Indique sempre as unidades usadas nas medidas. Para desenvolver a seção “Resultados e Discussão” e, eventualmente, a seção “Introdução” use livros textos de ensino superior. Seja criterioso ao pesquisar na Web. Não transcreva para o relatório o conteúdo completo do material bibliográfico pesquisado. Preocupe-se, ao redigir esta seção, em fornecer informações que darão suporte aos resultados obtidos e correspondentes interpretações e conclusões. O conteúdo desta seção deve limitar-se à interpretação/justificativa das observações derivadas unicamente do experimento. Faça uso de gráficos, tabelas e diagramas para apresentação dos dados numéricos. Esses elementos devem ser numerados, entitulados e citados ao longo do texto. Detalhada orientação sobre a confecção e utilização desses elementos em textos tecno-científicos pode ser encontrada nos trabalhos de Barras (1994), Silva et al (1990) e Spector (1994). Em particular, as tabelas são úteis porque encerram resumos de estatísticas relevantes mas não interrompem o fluxo das palavras no texto. Ela é composta de título, um cabeçalho, uma coluna indicadora (se necessário) e um corpo. O título é colocado na parte superior, precedido da palavra Tabela, seguida do número e deve conter breve descrição do que contém a tabela e as condições nas quais os dados foram obtidos. O cabeçalho é a parte superior da tabela que contém as informações sobre o conteúdo da cada coluna. A coluna indicadora, à esquerda da tabela, especifica o conteúdo das linhas. Abaixo do cabeçalho e a direita da coluna
  • 7. 7 indicadora figura o corpo da tabela, ou seja, onde os dados ou informações são apresentados. Estes elementos são mostrados na delineação abaixo. Tabela 1 - (numeração e título) (cabeçalho das colunas) Algumas recomendações adicionais são enfatizadas, como segue: ● usar traço duplo limitando a moldura; ● não usar traços verticais para separar colunas; ● não usar traços verticais para separar colunas; ● não fechar a tabela lateralmente; ● não incluir colunas de números caso eles possam ser facilmente obtidos a partir de números de outras colunas; ● manter o mesmo alinhamento vertical nas vírgulas das decimais. • Conclusão Nesta seção, deve-se sumariar os resultados, descobertas e conclusões extraídas do experimento ou de sua interpretação. Não devem figurar nesta seção conclusões que não hajam sido derivadas do experimento ou de sua interpretação diretamente. Ainda, qualquer asserção que figure neste seção deve haver sido previamente discutida na seção “Resultados e Discussão”. A seção “Conclusão” deve, sobretudo, responder aos objetivos prenunciados na seção “Introdução”. célula coluna indicador a
  • 8. 8 • Referências Sempre se deve mencionar no relatório as fontes bibliográficas consultadas, especialmente aquelas utilizadas na confecção das seções “Introdução” e “Resultados e Discussão”. Há dois principais sistemas de chamada das citações: numérico e autor-data (usado neste texto). No sistema numérico as citações são numeradas consecutivamente para todo o trabalho, enquanto no sistema autor-data a citação é indicada pelo sobrenome do autor ou pelo nome da instituição ou pelo título do documento citado e pela data de publicação. A descrição dos elementos descritivos e essenciais que permitem a identificação e localização do material citado é apresentada em uma lista própria ao final do relatório na seção “Referências”. Para o caso do sistema numérico, as referências são listadas na ordem em que aparecem no texto, enquanto no sistema autor-data elas são apresentadas em ordem alfabética de autor. Recomenda-se a utilização das normas para citação bibliográfica recomendadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT. A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos complementares. Os elementos de referência devem ser extraídos, sempre que possível, da folha de rosto. As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço simples e separadas entre si por espaço duplo Para monografias no todo, por exemplo, livros e ou folhetos (manuais, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações entre outros), os elementos essenciais são: autor(es), título, edição, local, editora e data de publicação. Emprega-se a seguinte estrutura: SOBRENOME,↓Nome do autor.↓Título do livro:↓subtítulo.↓Edição.↓Local de publicação (cidade):↓Editora,↓data.↓Número de páginas ou volumes.↓(Nome e numero da série) ● Exemplo (Um autor) RUSSEL, Jonh B. Química geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994 (impressão 2004). 2v. ● Exemplo (Até três autores) MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J. Química: um curso universitário. 4. ed. São
  • 9. 9 Paulo: Edgard Blucher, 1995. 582p (6a reimpressão 2003) ● Exemplo (Mais de três autores) BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 972p. Para monografias no todo, porém publicadas em meio eletrônico (disquete, CD, online etc), especifica-se as mesmas informações, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico. Quando se tratar de obras consultadas online, também são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em:, opcionalmente acrescida dos dados referentes a hora, minutos e segundos. ALVES, Castro. Navio negreiro: Virtual Books, 2000. Disponível em: <http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30. Para artigo e/ou matéria de revista, boletim etc, os elementos essenciais são: autor(es) (se houver), título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, local de publicação, numeração correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final. Genericamente, SOBRENOME,↓Nome do autor.↓Título do artigo.↓Título do periódico, Local de publicação (cidade),↓volume,↓n. Fascículo,↓ páginas inicial-final, ↓ mês abreviado. ↓ Ano. GILLESPIE, R.J. The great ideas of chemistry. Journal of Chemical Education, Bellmawr, v. 74, n. 7, p. 862-864, Jul 1997. Intruções detalhadas para a confecção de referências de outros documentos, tais como trabalho apresentado em evento, patente, separata, mapa, partitura musical, entre muitos outros, podem ser encontradas na NBR 6023 de 29/09/2002.
  • 10. 10 Referências BARRAS, Robert. Os cientistas precisam escrever: guia de redação parar cientistas, engenheiros e estudantes. Tradução de Leila Novaes e Leônidas Hegenberg. 3. ed. São Paulo: T.A. Queizoz, 1994. 218 p. Título original: Scientists must write: a guide to better writing for scientists, engineers and students. SCHWARTZ, L. M. Propagation of significant figures. Journal of Chemical Education, v. 62, n. 8, p. 693-697, Aug. 1985. SILVA, R. R.; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R. C. Introdução à química experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. THOMAS, S. Writing a scientific manuscript. Journal of Chemical Education, v. 71, n. 1, p. 47-50, jan. 1994.