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 (ATC) S sabe que p se e somente se
 (i) S crê que p
 (ii) p é verdadeiro
 (iii) S está justificado em crer que p
“CrençaVerdadeiraJustificada”
 Refutação daATC, demonstrando que esta
definição platônica do conhecimento é
insuficiente.
 Por conseguinte, Gettier nos ensina que
podemos obter justificação para uma crença
e mesmo assim não obter conhecimento em
relação a ela.
Caso de Bertrand Russell apresentado por Israel
Scheffler:
(R) O Relógio Parado: S tem uma crença
verdadeira, p (são x horas), sobre o horário
daquele instante, mas somente porque ele está
olhando para um relógio que ele imagina estar
funcionando, mas que está, de fato, parado.
Caso de Alexius Meinong apresentado por
Roderick Chisholm:
(M) A Alucinação Auditiva: Há um sino num jardim
próximo. S frequentemente escutava o sino, que
tocava balançado pelo vento. Ele desenvolveu,
porém, um tipo de surdez que é acompanhada por
alucinações auditivas. Devido a essas alucinações,
S adquire o que, por acaso, é uma crença
verdadeira em p: “o sino está tocando”.
Contraexemplo é um caso particular que
falsifica uma quantificação universal.
Os casos (R) e (M) podem ser contraexemplos a
ATC? Por quê?
O que torna S um sujeito epistemicamente
atacável (S não está adequadamente
posicionado para saber que p) é porque em
ambos os casos a justificação de p depende de
uma outra crença, q, que não está justificada.
 Em (M) a crença p (‘o sino está tocando’)
depende, para sua justificação, da crença qm
(‘ouço o som do sino tocando no jardim’),
claramente não justificada.
 Em (R) a crença p (‘são x horas) depende,
igualmente, de uma outra crença, qr (segundo o
relógio são agora x horas’), à qual não
atribuímos justificação, dado que, nesse caso, o
relógio não é um instrumento fidedigno para
indicar o horário atual.
Smith e as dez moedas
Smith tem forte evidência para a seguinte
conjunção d: ‘Jones será indicado para o
emprego e tem dez moedas no bolso’, da qual
deduz a proposição e: ‘O homem que será
indicado para o emprego tem dez moedas no
bolso’. Acontece que, sem que Smith o saiba,
ele é que será o indicado para o emprego e,
coincidentemente tem dez moedas no seu
bolso.
d= Ej & Mj
Introdução do Existencial
e= Эx(Ex & Mx)
A proposição d, apesar de falsa (S desconhece
isto), está justificada; e, porém, por um golpe de
sorte igualmente desconhecido por S, é
verdadeira. Logo, S tem CVJ de que e, mas não
tem conhecimento.
No exemplo de Gettier o sujeito epistêmico
tem forte evidência para crer no que crê. Logo,
S está em posição para saber - tem boas
evidências para o que crê – está justificado para
crer no que crê. (Ao contrário dos sujeitos
epistêmicos dos exemplos (R) e (M)).
Analisando os contraexemplos de Gettier:
1) S tem justificação para crer que p;
2) p é falsa (apesar de S não o saber);
3) de p se chega, através de uma dedução, a f;
4) f é verdadeira, e S tem, então, CVJ.
Eles supõem que a justificação de f está apoiada
em uma proposição falsa em uma proposição falsa,
p, o que nos permitiria dissolvê-los apenas
requerendo que a justificação de tal proposição ( f )
não estivesse apoiada em nenhuma outra que fosse
falsa.
Inspirados nos modelos originais, mas com
mudanças que permitam superar os ataques.
Alguns exemplos tipo-Gettier:
Jones sob hipnose (Paul Moser)
Celeiro (Alvin Goldman)
Tom Grabit (Peter Klein)
O Líder dos Direitos Civis (Gilbert Harman)
Graças a Gettier, podemos constatar que sabemos
mais sobre o conhecimento proposicional do que
sabíamos até 1963. A noção tradicional de
justificação é mais frágil do que se supunha,
podendo ser perdida e restabelecida muitas vezes
em relação a uma mesma crença, através da
aquisição de informação adicional. Além disso, o
Problema possui uma capacidade de resistir a
novos ataques através de novas transformações, o
que gera a dramaticidade da discussão.
 FELDMAN, Richard. Epistemology. Upper Saddle
River: Prentice Hall, 2003. Paperback, 197 páginas.
Prentice-Hall Foundations of Philosophy Series.
 GETTIER, Edmund. Is JustifiedTrue Belief Knowledge?
In Analysis, 23: pp. 121-123, 1963.
 LUZ,Alexandre M. A Análise do Conhecimento: O
Problema de Gettier eTrêsTentativas Internalistas de
Solução. Porto Alegre, 1997. Dissertação (Mestrado
em Filosofia), Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, Rio Grande do Sul.
 PLATÃO. Teeteto. In. Obras Completas. Madrid:
Aguilar, 1993.

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Problema de Gettier - Área:Filosofia - Sub-área:Epistemologia Analítica

  • 1.
  • 2.  (ATC) S sabe que p se e somente se  (i) S crê que p  (ii) p é verdadeiro  (iii) S está justificado em crer que p “CrençaVerdadeiraJustificada”
  • 3.  Refutação daATC, demonstrando que esta definição platônica do conhecimento é insuficiente.  Por conseguinte, Gettier nos ensina que podemos obter justificação para uma crença e mesmo assim não obter conhecimento em relação a ela.
  • 4. Caso de Bertrand Russell apresentado por Israel Scheffler: (R) O Relógio Parado: S tem uma crença verdadeira, p (são x horas), sobre o horário daquele instante, mas somente porque ele está olhando para um relógio que ele imagina estar funcionando, mas que está, de fato, parado.
  • 5. Caso de Alexius Meinong apresentado por Roderick Chisholm: (M) A Alucinação Auditiva: Há um sino num jardim próximo. S frequentemente escutava o sino, que tocava balançado pelo vento. Ele desenvolveu, porém, um tipo de surdez que é acompanhada por alucinações auditivas. Devido a essas alucinações, S adquire o que, por acaso, é uma crença verdadeira em p: “o sino está tocando”.
  • 6. Contraexemplo é um caso particular que falsifica uma quantificação universal. Os casos (R) e (M) podem ser contraexemplos a ATC? Por quê?
  • 7. O que torna S um sujeito epistemicamente atacável (S não está adequadamente posicionado para saber que p) é porque em ambos os casos a justificação de p depende de uma outra crença, q, que não está justificada.
  • 8.  Em (M) a crença p (‘o sino está tocando’) depende, para sua justificação, da crença qm (‘ouço o som do sino tocando no jardim’), claramente não justificada.  Em (R) a crença p (‘são x horas) depende, igualmente, de uma outra crença, qr (segundo o relógio são agora x horas’), à qual não atribuímos justificação, dado que, nesse caso, o relógio não é um instrumento fidedigno para indicar o horário atual.
  • 9. Smith e as dez moedas Smith tem forte evidência para a seguinte conjunção d: ‘Jones será indicado para o emprego e tem dez moedas no bolso’, da qual deduz a proposição e: ‘O homem que será indicado para o emprego tem dez moedas no bolso’. Acontece que, sem que Smith o saiba, ele é que será o indicado para o emprego e, coincidentemente tem dez moedas no seu bolso.
  • 10. d= Ej & Mj Introdução do Existencial e= Эx(Ex & Mx) A proposição d, apesar de falsa (S desconhece isto), está justificada; e, porém, por um golpe de sorte igualmente desconhecido por S, é verdadeira. Logo, S tem CVJ de que e, mas não tem conhecimento.
  • 11. No exemplo de Gettier o sujeito epistêmico tem forte evidência para crer no que crê. Logo, S está em posição para saber - tem boas evidências para o que crê – está justificado para crer no que crê. (Ao contrário dos sujeitos epistêmicos dos exemplos (R) e (M)).
  • 12. Analisando os contraexemplos de Gettier: 1) S tem justificação para crer que p; 2) p é falsa (apesar de S não o saber); 3) de p se chega, através de uma dedução, a f; 4) f é verdadeira, e S tem, então, CVJ. Eles supõem que a justificação de f está apoiada em uma proposição falsa em uma proposição falsa, p, o que nos permitiria dissolvê-los apenas requerendo que a justificação de tal proposição ( f ) não estivesse apoiada em nenhuma outra que fosse falsa.
  • 13. Inspirados nos modelos originais, mas com mudanças que permitam superar os ataques. Alguns exemplos tipo-Gettier: Jones sob hipnose (Paul Moser) Celeiro (Alvin Goldman) Tom Grabit (Peter Klein) O Líder dos Direitos Civis (Gilbert Harman)
  • 14. Graças a Gettier, podemos constatar que sabemos mais sobre o conhecimento proposicional do que sabíamos até 1963. A noção tradicional de justificação é mais frágil do que se supunha, podendo ser perdida e restabelecida muitas vezes em relação a uma mesma crença, através da aquisição de informação adicional. Além disso, o Problema possui uma capacidade de resistir a novos ataques através de novas transformações, o que gera a dramaticidade da discussão.
  • 15.  FELDMAN, Richard. Epistemology. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2003. Paperback, 197 páginas. Prentice-Hall Foundations of Philosophy Series.  GETTIER, Edmund. Is JustifiedTrue Belief Knowledge? In Analysis, 23: pp. 121-123, 1963.  LUZ,Alexandre M. A Análise do Conhecimento: O Problema de Gettier eTrêsTentativas Internalistas de Solução. Porto Alegre, 1997. Dissertação (Mestrado em Filosofia), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul.  PLATÃO. Teeteto. In. Obras Completas. Madrid: Aguilar, 1993.