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SOCIOLINGUÍSTICA

Ms. Silvio Luis da Silva
LINGUAGEM E LÍNGUA.
• Linguagem e língua são elementos de uma construção
social arbitrária, à qual o falante está submetido
intrinsecamente.
• Os fonemas de uma língua são resultado de escolhas
feitas pelos falantes, mas estes são sujeitos
sociais, para quem o aparato disponível não é passível
de escolha.
• Para Benveniste (1963) “é dentro da, e pela língua, que
indivíduo e sociedade se determinam mutuamente”.
“ Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se
um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da
idade; se uma matrona autoritária ou uma ama dedicada;
se um mercador errante ou um lavrador de pequeno
campo fértil.”
(Horácio, Arte poética, 119-118)
SOCIOLINGUÍSTICA
• Objeto de Investigação: Relação entre o mundo
linguístico e o mundo social;
• Sistema linguístico com funcionamento próprio
• Busca por lugares de intersecção entre o mundo social e
a dimensão linguística
• A estrutura da língua é prévia ao momento da enunciação
• Contexto = o lugar em que as dimensões social e
geográfica se atualizam.
QUAIS SÃO AS VARIAÇÕES PRESENTES NA
TIRINHA ABAIXO. EXPLIQUE
IDENTIFIQUE E DISCUTA COM A SALA AS
RELAÇÕES SOCIOLINGUÍSTICAS
IDENTIFICÁVEIS NO TEXTO
ÁREAS DA SOCIOLINGUÍSTICA
• Teoria da Variação e Mudança
Discute de que maneira o sistema linguístico, no seu núcleo
gramatical, é afetado pelas relações com a sociedade.
• Etnografia da Fala ou Sociolinguística quantitativa
Discute de que maneira o sistema linguístico, no seu núcleo
gramatical, é afetado pelas relações com a sociedade.
• Sociologia da Linguagem
Busca-se entender como uma língua se espalha por uma
determinada comunidade e quais as relações entre esse
espealhamento e as estruturas de poder.
VARIAÇÃO
• A variação não é o resultado do uso arbitrário e irregular
dos falantes.
• Na verdade, encontra sua motivação em circunstâncias
linguísticas determinadas, e, por outro, o resultado
sistemático e regular de restrições impostas pelo próprio
sistema.
“As formas em variação adquirem valores em função do poder
e da autoridade que os falantes detêm nas relações
econômicas e culturais” (CAMACHO. 2000, p. 59).
DIVERSIDADE
• A diversidade é uma propriedade funcional e inerente aos
sistemas linguísticos e o papel da Sociolinguística é enfocá-la
como objeto de estudo, em suas determinações linguísticas e
não-linguísticas.
ESTRUTURAÇÃO PARA A PESQUISA
Dimensão Linguística

•Fonética
•Morfologia
•Sintaxe
•Semântica

Dimensão não-linguística

•Plano espacial
•Plano contextual
•Plano social
VARIANTES E VARIÁVEIS
LINGUÍSTICAS
• a variação representa duas ou mais formas
alternativas de dizer a mesma coisa no mesmo
contexto. Ex.; os diferentes “r” do português.
• As variáveis representam o esforço do linguista por
generalizações abstratas, como a explicação da
presença (ou não) de /s/ finais em “os menino”
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
• Fonológico: alternância de pronúncia (falá, comê –
ausência de r finais – e os usos dos vários erres)
• Morfológica: alternância de sufixos derivacionais, por ex:
salaminho (sp) salamito (rs).
• Sintática: “A moça de quem você falou ...” A moça que
você falou ...”
• Assim, os usos de palavras diferentes com o mesmo
“significado” pelos diversos falantes marcam a região em
que esses discursos são enunciados.
VARIAÇÕES EXTRALINGUÍSTICAS
• (i) em função da identidade social do emissor;
variantes geográficas e socioculturais
• (ii) em função da identidade social do receptor;
variações de registro e estilísticas
• (iii) em função das condições sociais de
produção discursiva. variações de registro e
estilísticas
PLANO LEXICAL
• Ocorre variação linguística no plano lexical, quando
determinado conceito é expresso diferentemente, isto
é, por meio de palavras ou expressões
distintas, dependendo da localidade ou de outros
fatores, como o nível cultural ou a situação comunicativa.
Uma evidência disso está nas variadas formas de se referir
à brincadeira de “soltar pipa”, “brincar de arraia”, “empinar
papagaio” etc., as quais diferem de uma região para outra.
A mesma coisa acontece quanto à designação de
“pinha”, “ata” ou “fruta de conde”, ou quanto ao grau de
(in)formalidade, como em “vir a óbito”, “falecer”, “morrer”, “ir
pro andar de cima”, “bater as botas”, dentre outras.
PLANO FONÉTICO
• A variação linguística no plano fonético tem a ver com os
variados modos de pronúncia das palavras. Um exemplo disso
é a palavra “tia”, que, em algumas localidades, é pronunciada
com chiado na consoante /t/ (“tchia”)
PLANO MORFOLÓGICO
• Esse tipo refere-se à variação na forma da palavra. Uma
evidência para esse caso é a diferença entre as formas
“está” (conforme o padrão culto) e “tá” (da linguagem
coloquial). Percebe-se aí a alteração no radical da palavra.
Outro exemplo disso pode ser observado em sentenças do
tipo “Se eu tivesse dinheiro, eu lhe emprestava agora
mesmo”, na qual a forma do futuro do pretérito
“emprestaria” é normalmente substituída pela do pretérito
imperfeito “emprestava”.
PLANO SINTÁTICO
• Trata-se da variação encontrada nas relações entre palavras na
sentença, tais como a posição de um termo em relação a outro, a
concordância entre termos, a regência nominal ou verbal etc. Como
prova disso, podemos citar a colocação do pronome oblíquo, que,
segundo a norma culta, não deve iniciar a frase, por exemplo:
“Empreste-me seu livro” (emprego da ênclise). No entanto, na
conversa informal, é bastante comum dizermos: “Me empreste seu
livro” (emprego da próclise). Pode-se também citar como exemplo a
distinção entre “assistir ao filme” (padrão culto – com preposição) e
“assistir o filme” (uso popular – sem preposição)
PLANO SEMÂNTICO
• a variação no plano semântico que, em geral, não é considerada
em muitas abordagens sobre o assunto. É o caso de uma mesma
palavra receber diferentes significados, de acordo com a
comunidade de fala. Por exemplo, no sudeste do
país, principalmente entre os cariocas, é normal chamar um menino
de “moleque”. Entretanto, no nordeste, isso seria considerado uma
ofensa, pois esse termo tem conotação extremamente negativa. Em
Portugal, alguém dizer que “pegou uma tremenda bicha”, será
interpretado que “enfrentou uma fila imensa”. Aqui, no Brasil, no
entanto, esse mesmo enunciado teria uma conotação
sexual, exatamente por causa do sentido do termo “bicha” para
nós, brasileiros.
VARIAÇÃO DE REGISTRO OU ESTILÍSTICA
• Compreendem esse aspecto da variação linguística os
fatores que determinam como o indivíduo, ao interagir com
outro(s) por meio da palavra, procura adequar sua
linguagem às características sociais de seu(s)
interlocutor(es), à situação enunciativa – que tem a ver
com o contexto em que se realiza a interação comunicativa
– e aos propósitos discursivos, que são os objetivos para
os quais se orienta determinada interlocução, quer
dizer, são os efeitos de sentido que se deseja alcançar por
meio do uso interpessoal da linguagem.
VARIAÇÃO HISTÓRICA
• Trata-se das alterações ocorridas na língua com o passar do
tempo, ou seja, são as mudanças históricas. Isso significa que a
língua não só apresenta variações coexistentes em uma mesma
época, mas também se modifica de um período para outro, ao longo
dos anos. Veja, por exemplo, o que ocorreu com o pronome de
tratamento “Vossa Mercê”, utilizado antigamente como demonstração
de submissão e respeito à pessoa a quem se dirigia o locutor. Esse
pronome se transformou em “vosmecê” e “vossuncê”, até chegar às
formas atuais “você” e, simplesmente, “cê” (como na canção Não me
arrependo, de Caetano Veloso, a qual diz: “Fiz você crescer/vi cê me
fazer crescer também/pra além de mim...) que, ao contrário, revelam
aproximação e informalidade com o interlocutor
VARIAÇÃO DIATÓPICA
• Diz respeito às mudanças na fala de falantes de um idioma de acordo
com a região em que vivem. Essas “escolhas” dos falantes podem ser:
• A) fonéticas – veja dos diferentes sotaques.
• B) lexicais – veja os diferentes usos das palavras para designar os
mesmos referentes.

• C) sintáticas – as diferentes ordens dos elementos nas sentenças (Tem
não – Não tem)
• D) semânticas – a mesma palavra para designar referentes diferentes
como no caso do termo “rapariga”, que no sul designa moça, feminino
de rapaz (como em Portugal), mas no nordeste designa prostituta.
VARIAÇÃO DIASTRÁTICA OU SOCIAL
• a variação de acordo com os aspectos socioculturais:

• A) segundo a classe social encontramos diferenças como :
• Uso de dupla negação em classes menos abastadas, como em
“eu num vi, não”, que, nas mais abastadas seria “eu não vi”, ou
construções mais sutis, como “Ninguém nunca me disse
isso”, que seria dito “Ninguém me disse isso” ou “Nunca me
disseram isso”;
• Presença de rotacismos, a troca do “l” pelo “r”, em palavras
como “pranta”, “Cráudia”, “bicicreta”, “frecha”, “probrema”
etc., que se dá nas classes menos abastadas, e não ocorre nas
mais favorecidas.
VARIAÇÃO DIASTRÁTICA OU SOCIAL
B)

Variação segundo a idade

• Em cada momento de nossas vidas usamos diferentemente a
língua, por isso, criamos ou adotamos termos e maneiras
específicas para nos comunicar em cada uma das fases de
nossa vida. Na infância, falamos de um jeito, na
adolescência, de outro, na vida adulta, de outro e, na terceira
idade, ainda de outro.
• Um dos grandes marcos dessa variação é o uso das gírias
pelos jovens, que fazem largo uso de termos do grupo de
mesma idade. Os exemplos são inúmeros, e independem da
classe social, como “Êi, boy”, “Fala, mano!”, “Tá ligado?”
VARIAÇÃO DIASTRÁTICA OU SOCIAL
C)

Variação segundo o sexo

• Embora a variação relacionada ao sexo possa parecer um pouco mais
sutil do que as outras, o sexo dos usuários também influencia a forma
como eles vão se comunicar com os demais. Uma mulher pode
tranquilamente se valer de alongamento de vogais, por exemplo, e
dizer “Liiiindooo!”, sem causar estranhamento. É uma forma de se
mostrar mais delicada, mais alegre, mais amistosa etc. Mas, se um
homem o fizer, o significado será muito diferente. Por isso, os homens
não as alongam, e dizem simplesmente “Lindo!”. Na
verdade, especificamente esse vocábulo o homem pouco utiliza
e, numa situação hipotética, diria apenas “Bonito”.
VARIAÇÃO DIAFÁSICA
• Ligada a fatores psicológicos e emocionais e à circunstância da fala.
Esses graus podem ser divididos em dois grandes grupos:
• Formal, culto ou padrão: linguagem mais próxima da gramática
normativa, como a encontrada nos jornais e revistas e nas falas em
situações mais rebuscadas.
• Informal, coloquial ou popular: linguagem despreocupada com a
normatividade, como a encontrada na linguagem familiar, nos
regionalismos, nos dialetos e, também, nas gírias e na linguagem
vulgar .

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Sociolinguística

  • 2. LINGUAGEM E LÍNGUA. • Linguagem e língua são elementos de uma construção social arbitrária, à qual o falante está submetido intrinsecamente. • Os fonemas de uma língua são resultado de escolhas feitas pelos falantes, mas estes são sujeitos sociais, para quem o aparato disponível não é passível de escolha. • Para Benveniste (1963) “é dentro da, e pela língua, que indivíduo e sociedade se determinam mutuamente”.
  • 3. “ Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma ama dedicada; se um mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil.” (Horácio, Arte poética, 119-118)
  • 4. SOCIOLINGUÍSTICA • Objeto de Investigação: Relação entre o mundo linguístico e o mundo social; • Sistema linguístico com funcionamento próprio • Busca por lugares de intersecção entre o mundo social e a dimensão linguística • A estrutura da língua é prévia ao momento da enunciação • Contexto = o lugar em que as dimensões social e geográfica se atualizam.
  • 5. QUAIS SÃO AS VARIAÇÕES PRESENTES NA TIRINHA ABAIXO. EXPLIQUE
  • 6.
  • 7. IDENTIFIQUE E DISCUTA COM A SALA AS RELAÇÕES SOCIOLINGUÍSTICAS IDENTIFICÁVEIS NO TEXTO
  • 8. ÁREAS DA SOCIOLINGUÍSTICA • Teoria da Variação e Mudança Discute de que maneira o sistema linguístico, no seu núcleo gramatical, é afetado pelas relações com a sociedade. • Etnografia da Fala ou Sociolinguística quantitativa Discute de que maneira o sistema linguístico, no seu núcleo gramatical, é afetado pelas relações com a sociedade. • Sociologia da Linguagem Busca-se entender como uma língua se espalha por uma determinada comunidade e quais as relações entre esse espealhamento e as estruturas de poder.
  • 9. VARIAÇÃO • A variação não é o resultado do uso arbitrário e irregular dos falantes. • Na verdade, encontra sua motivação em circunstâncias linguísticas determinadas, e, por outro, o resultado sistemático e regular de restrições impostas pelo próprio sistema. “As formas em variação adquirem valores em função do poder e da autoridade que os falantes detêm nas relações econômicas e culturais” (CAMACHO. 2000, p. 59).
  • 10. DIVERSIDADE • A diversidade é uma propriedade funcional e inerente aos sistemas linguísticos e o papel da Sociolinguística é enfocá-la como objeto de estudo, em suas determinações linguísticas e não-linguísticas.
  • 11. ESTRUTURAÇÃO PARA A PESQUISA Dimensão Linguística •Fonética •Morfologia •Sintaxe •Semântica Dimensão não-linguística •Plano espacial •Plano contextual •Plano social
  • 12. VARIANTES E VARIÁVEIS LINGUÍSTICAS • a variação representa duas ou mais formas alternativas de dizer a mesma coisa no mesmo contexto. Ex.; os diferentes “r” do português. • As variáveis representam o esforço do linguista por generalizações abstratas, como a explicação da presença (ou não) de /s/ finais em “os menino”
  • 13. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA • Fonológico: alternância de pronúncia (falá, comê – ausência de r finais – e os usos dos vários erres) • Morfológica: alternância de sufixos derivacionais, por ex: salaminho (sp) salamito (rs). • Sintática: “A moça de quem você falou ...” A moça que você falou ...” • Assim, os usos de palavras diferentes com o mesmo “significado” pelos diversos falantes marcam a região em que esses discursos são enunciados.
  • 14. VARIAÇÕES EXTRALINGUÍSTICAS • (i) em função da identidade social do emissor; variantes geográficas e socioculturais • (ii) em função da identidade social do receptor; variações de registro e estilísticas • (iii) em função das condições sociais de produção discursiva. variações de registro e estilísticas
  • 15. PLANO LEXICAL • Ocorre variação linguística no plano lexical, quando determinado conceito é expresso diferentemente, isto é, por meio de palavras ou expressões distintas, dependendo da localidade ou de outros fatores, como o nível cultural ou a situação comunicativa. Uma evidência disso está nas variadas formas de se referir à brincadeira de “soltar pipa”, “brincar de arraia”, “empinar papagaio” etc., as quais diferem de uma região para outra. A mesma coisa acontece quanto à designação de “pinha”, “ata” ou “fruta de conde”, ou quanto ao grau de (in)formalidade, como em “vir a óbito”, “falecer”, “morrer”, “ir pro andar de cima”, “bater as botas”, dentre outras.
  • 16. PLANO FONÉTICO • A variação linguística no plano fonético tem a ver com os variados modos de pronúncia das palavras. Um exemplo disso é a palavra “tia”, que, em algumas localidades, é pronunciada com chiado na consoante /t/ (“tchia”)
  • 17. PLANO MORFOLÓGICO • Esse tipo refere-se à variação na forma da palavra. Uma evidência para esse caso é a diferença entre as formas “está” (conforme o padrão culto) e “tá” (da linguagem coloquial). Percebe-se aí a alteração no radical da palavra. Outro exemplo disso pode ser observado em sentenças do tipo “Se eu tivesse dinheiro, eu lhe emprestava agora mesmo”, na qual a forma do futuro do pretérito “emprestaria” é normalmente substituída pela do pretérito imperfeito “emprestava”.
  • 18. PLANO SINTÁTICO • Trata-se da variação encontrada nas relações entre palavras na sentença, tais como a posição de um termo em relação a outro, a concordância entre termos, a regência nominal ou verbal etc. Como prova disso, podemos citar a colocação do pronome oblíquo, que, segundo a norma culta, não deve iniciar a frase, por exemplo: “Empreste-me seu livro” (emprego da ênclise). No entanto, na conversa informal, é bastante comum dizermos: “Me empreste seu livro” (emprego da próclise). Pode-se também citar como exemplo a distinção entre “assistir ao filme” (padrão culto – com preposição) e “assistir o filme” (uso popular – sem preposição)
  • 19. PLANO SEMÂNTICO • a variação no plano semântico que, em geral, não é considerada em muitas abordagens sobre o assunto. É o caso de uma mesma palavra receber diferentes significados, de acordo com a comunidade de fala. Por exemplo, no sudeste do país, principalmente entre os cariocas, é normal chamar um menino de “moleque”. Entretanto, no nordeste, isso seria considerado uma ofensa, pois esse termo tem conotação extremamente negativa. Em Portugal, alguém dizer que “pegou uma tremenda bicha”, será interpretado que “enfrentou uma fila imensa”. Aqui, no Brasil, no entanto, esse mesmo enunciado teria uma conotação sexual, exatamente por causa do sentido do termo “bicha” para nós, brasileiros.
  • 20. VARIAÇÃO DE REGISTRO OU ESTILÍSTICA • Compreendem esse aspecto da variação linguística os fatores que determinam como o indivíduo, ao interagir com outro(s) por meio da palavra, procura adequar sua linguagem às características sociais de seu(s) interlocutor(es), à situação enunciativa – que tem a ver com o contexto em que se realiza a interação comunicativa – e aos propósitos discursivos, que são os objetivos para os quais se orienta determinada interlocução, quer dizer, são os efeitos de sentido que se deseja alcançar por meio do uso interpessoal da linguagem.
  • 21. VARIAÇÃO HISTÓRICA • Trata-se das alterações ocorridas na língua com o passar do tempo, ou seja, são as mudanças históricas. Isso significa que a língua não só apresenta variações coexistentes em uma mesma época, mas também se modifica de um período para outro, ao longo dos anos. Veja, por exemplo, o que ocorreu com o pronome de tratamento “Vossa Mercê”, utilizado antigamente como demonstração de submissão e respeito à pessoa a quem se dirigia o locutor. Esse pronome se transformou em “vosmecê” e “vossuncê”, até chegar às formas atuais “você” e, simplesmente, “cê” (como na canção Não me arrependo, de Caetano Veloso, a qual diz: “Fiz você crescer/vi cê me fazer crescer também/pra além de mim...) que, ao contrário, revelam aproximação e informalidade com o interlocutor
  • 22. VARIAÇÃO DIATÓPICA • Diz respeito às mudanças na fala de falantes de um idioma de acordo com a região em que vivem. Essas “escolhas” dos falantes podem ser: • A) fonéticas – veja dos diferentes sotaques. • B) lexicais – veja os diferentes usos das palavras para designar os mesmos referentes. • C) sintáticas – as diferentes ordens dos elementos nas sentenças (Tem não – Não tem) • D) semânticas – a mesma palavra para designar referentes diferentes como no caso do termo “rapariga”, que no sul designa moça, feminino de rapaz (como em Portugal), mas no nordeste designa prostituta.
  • 23. VARIAÇÃO DIASTRÁTICA OU SOCIAL • a variação de acordo com os aspectos socioculturais: • A) segundo a classe social encontramos diferenças como : • Uso de dupla negação em classes menos abastadas, como em “eu num vi, não”, que, nas mais abastadas seria “eu não vi”, ou construções mais sutis, como “Ninguém nunca me disse isso”, que seria dito “Ninguém me disse isso” ou “Nunca me disseram isso”; • Presença de rotacismos, a troca do “l” pelo “r”, em palavras como “pranta”, “Cráudia”, “bicicreta”, “frecha”, “probrema” etc., que se dá nas classes menos abastadas, e não ocorre nas mais favorecidas.
  • 24. VARIAÇÃO DIASTRÁTICA OU SOCIAL B) Variação segundo a idade • Em cada momento de nossas vidas usamos diferentemente a língua, por isso, criamos ou adotamos termos e maneiras específicas para nos comunicar em cada uma das fases de nossa vida. Na infância, falamos de um jeito, na adolescência, de outro, na vida adulta, de outro e, na terceira idade, ainda de outro. • Um dos grandes marcos dessa variação é o uso das gírias pelos jovens, que fazem largo uso de termos do grupo de mesma idade. Os exemplos são inúmeros, e independem da classe social, como “Êi, boy”, “Fala, mano!”, “Tá ligado?”
  • 25. VARIAÇÃO DIASTRÁTICA OU SOCIAL C) Variação segundo o sexo • Embora a variação relacionada ao sexo possa parecer um pouco mais sutil do que as outras, o sexo dos usuários também influencia a forma como eles vão se comunicar com os demais. Uma mulher pode tranquilamente se valer de alongamento de vogais, por exemplo, e dizer “Liiiindooo!”, sem causar estranhamento. É uma forma de se mostrar mais delicada, mais alegre, mais amistosa etc. Mas, se um homem o fizer, o significado será muito diferente. Por isso, os homens não as alongam, e dizem simplesmente “Lindo!”. Na verdade, especificamente esse vocábulo o homem pouco utiliza e, numa situação hipotética, diria apenas “Bonito”.
  • 26. VARIAÇÃO DIAFÁSICA • Ligada a fatores psicológicos e emocionais e à circunstância da fala. Esses graus podem ser divididos em dois grandes grupos: • Formal, culto ou padrão: linguagem mais próxima da gramática normativa, como a encontrada nos jornais e revistas e nas falas em situações mais rebuscadas. • Informal, coloquial ou popular: linguagem despreocupada com a normatividade, como a encontrada na linguagem familiar, nos regionalismos, nos dialetos e, também, nas gírias e na linguagem vulgar .