O documento discute os conceitos de apego e desapego, afirmando que o apego às coisas materiais é um obstáculo à evolução espiritual. Jesus ensinou que para alcançar a perfeição é necessário renunciar a tudo o que se possui. Apesar disso, o documento esclarece que o desapego não significa abandonar o mundo, mas sim entender a vida terrena como transitória, enquanto o espírito é imortal.
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Desapego
1.
2. Desapego! Que exercício difícil para nós, que ainda estamos presos ao
nosso ego. O apego é uma das maiores ilusões da vida terrena. Apegar-se a
quê? A quem? Apegar-se para quê? Se tudo é transitório, se tudo é
passageiro. Um dos maiores obstáculos à nossa evolução tem sido, sem
dúvida alguma, o apego às coisas materiais. Se quisermos a perfeição,
temos que nos desvencilhar de toda carga externa, de todas as posses, pois,
segundo Jesus, “Todo aquele que, dentre vós, não renunciar a tudo quanto
tem, não pode ser meu discípulo”. (Lucas, 14.33).
Em O Livro dos Espíritos, na Questão 895, vamos encontrar a informação
que o sinal mais característico de imperfeição é o interesse pessoal, sendo
sinal notório de inferioridade o apego às coisas materiais.
3. Quando o nosso ego domina nossas ações temos atitudes egoísticas de
somente satisfazer nossos desejos e vontades, sem medir as consequências
por essa escolha. Sábio é aquele que renuncia pela força da verdade a si
mesmo, libertando-se do egoísmo, caminho seguro para a felicidade plena.
Os Espíritos superiores, na Questão 893 de O Livro dos Espíritos, nos
orientam a agir no bem sem segunda intenção, a sacrificar o interesse
pessoal pelo bem ao próximo, exercitando a mais meritória das virtudes: a
verdadeira e desinteressada caridade.
Sabemos perfeitamente que na fase evolutiva em que nos encontramos é
difícil nos desapegarmos totalmente de todas as coisas da Terra. Desapegar-se
é preservar a alma livre das coisas exteriores, libertando-se das paixões.
4. E o meio mais eficaz de combater o predomínio da natureza corpórea é
praticar a abnegação e o desprendimento de si mesmo (Questão 912 de O
Livro dos Espíritos). Quando falamos em desapego, não significa abandonar
o mundo, mas, entender a existência terrena como transitória; o que é
imortal e verdadeiro é o espírito. Seria bom que nos conscientizemos o mais
rápido possível que temos que, aos poucos, nos desapegarmos de todas as
posses, sejam elas grandes ou pequenas. Convém esclarecer que, Jesus, ao
dizer “Desfazei-vos de todos os vossos bens e segui-me” (Mateus, 19.21),
não pretendia de forma alguma estabelecer como princípio absoluto que
cada um devesse despojar-se daquilo que possui e que a salvação só tem
esse preço, mas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à
salvação.
5. A consequência dessas palavras proferidas por Jesus e tomadas em acepção
rigorosa seria a abolição da fortuna por ser nociva à felicidade futura e, até
mesmo, a condenação do trabalho que leva a ela, conduzindo o homem a
uma vida selvagem, e, que, por isso mesmo, estaria em contradição com a
lei do progresso. O desapego proposto pelo Cristo é possuir sem ser
possuído. Podemos e devemos trabalhar muito, procurando sempre a
melhoria econômica, na certeza, no entanto, de que nosso verdadeiro
tesouro será o que advém de nossos atos e ações. Podemos possuir muitos
bens e não sermos possuídos por eles e ainda podemos, com o que nos
sobrar, ajudar o progresso do país e às pessoas que nos cercam. Esquecer ou
deixar para mais tarde a evolução espiritual,...
6. A aquisição das riquezas que as traças não corroem em troca dos prazeres e
dos tesouros materiais, é marca inegável de apego à imperfeição. É
importante observar que temos que desenvolver a capacidade de enxergar a
vida por outro prisma, visto que temos uma visão pequena sobre as questões
espirituais. Se não trabalharmos o desapego material enquanto estamos na
estrada, ficaremos atrasados por nossa própria culpa, visto que Jesus nos
chama a atenção dizendo que cada um de nós deve trabalhar as questões
espirituais que são duradouras, eternas. Se nós estivermos sinceramente
imbuídos com o nosso progresso e com o nosso crescimento espiritual, seria
bom que, desde já, nos desvencilhemos de todos os bens externos porque, lá
na frente, serão barreiras à nossa evolução.
7. O excesso do querer desequilibra muita gente que não entende que a
verdadeira felicidade não está em decorrência da maior ou menor
quantidade de bens materiais que acumula. O homem não deve possuir de
seu, senão o que puder levar deste mundo. O que encontra ao chegar e o que
deixa ao partir, goza de sua permanência na Terra; mas, uma vez que é
forçado a abandoná-lo dele não tem senão o gozo e não a posse real.
Portanto, a felicidade não consiste em possuir ou não possuir bens externos,
mas sim na atitude interna de não ser por eles possuídos.
Muita Paz!
Agora, vamos elevar o nosso pensamento a Jesus, rogando a luz e o amparo
que precisamos, nós que aqui estamos,...
8. Ligados ao pesado fardo da matéria. Refrigera-nos, Senhor, o nosso
Espírito; ameniza as dores e sofrimentos de todos nós. Que possa haver
mais esperança em nossos corações; que possa haver mais fé em nossos
espíritos; que possa haver mais entendimento e caridade em nossas ações,
tudo conforme a vontade de Deus, nosso Pai. E, que, nessa semana que hoje
se inicia, possamos vivificar e aprender, levando a todos com quem vamos
nos encontrar, a mensagem do trabalho contínuo, da melhoria, da paz, do
amor e da caridade.
Que assim seja, graças a Deus!
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