1. Iniciação na Astronomia NAGG - Núcleo de Astronomia Galileu Galilei Fernando João Fernandes Oliveira Martins Escola EB 2.3 Dr. Correia Mateus
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3. Para a realização de observações astronómicas, são só necessários alguns conhecimentos muito básicos, que lentamente se expandirão à medida das necessidades do observador. Efectivamente para começar bem, é necessário equiparmos-nos primeiramente com alguns bons livros, que essencialmente funcionem como guias e possuam alguns mapas, depois é só esperar por uma noite de céu limpo e começar a trabalhar...
10. Os Binóculos mais Usuais Todos os valores acima descritos estão limitados à qualidade dos binóculos, podendo assim os valores variarem de fabricante para fabricante. Os recomendados para iniciados são os 7x50 ou 10x50 . Mas também é preciso, e direi, mesmo indispensável, saber utilizar o binóculo em Astronomia e conhecer o céu. Como é óbvio deve-se escolher um modelo conveniente para este tipo de observações.
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13. 3. Telescópios Induzidos à primeira vista, a capacidade de um telescópio é traduzida pelo diâmetro da sua objectiva (abertura), e não pelo comprimento do seu tubo ou pelo valor de ampliação que, fantasiosamente, alguns vendedores apregoam. A solução mais vantajosa, do ponto de vista da relação possibilidades de observação , preço e qualidade , baseia-se num telescópio do tipo Newton de 10 a 15 cm de abertura. É ainda de referir que, mais do que o número de vezes que este amplia, o fundamental é a área da objectiva, a qual determina a quantidade de luz captada. O diâmetro da objectiva é a abertura do telescópio.
14. Embora capte geralmente mais luz que um binóculo, e permita ampliações muito maiores, um telescópio é mais difícil de apontar para o alvo desejado, por ter evidentemente um campo visual muito mais estreito. Deve ser utilizado pois por quem já tenha experiência na observação a olho nu e com o binóculo.
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16. 3.1. Tipos de Telescópios Existem diversas configurações de telescópios e para se poder optar por um convém primeiro saber um pouco mais sobre estes. Assim, de acordo com o tipo de objectiva, estes classificam-se de: refractores reflectores catadióptricos
17. 3.1.1. Telescópios refractores (ou lunetas telescópicas) Estes telescópios foram os primeiros a ser inventados (sendo vulgarizados e difundidos por Galileu) tendo como objectiva uma lente convergente. Deve o nome ao facto de a luz, ao atravessar a objectiva , sofrer um processo dito de refracção, ficando a imagem invertida quando a observamos na lente chamada de ocular . Luz do Astro Parafuso de Focagem Objectiva (Lente) Imagem Ocular Observador
18. 3.1.2. Telescópios reflectores Agora a objectiva é um espelho côncavo, que recebe a luz e a envia para outro espelho, dito secundário , que a reenvia para a ocular. O espelho secundário está dentro do tubo e fixado a este por uma estrutura apelidada de aranha . Há dois tipos diferentes de telescópios reflectores, os de Newton , que têm uma abertura lateral no tubo onde se situa a ocular, e os de Cassegrain , em que a ocular se situa depois do espelho principal, que está perfurado, o que encurta significativamente o tamanho do telescópio. Espelho secundário (convexo) Luz do Astro Parafuso de Focagem Espelho principal Observador Imagem Ocular Telescópio Cassegrain Aranha
19. Luz do Astro Imagem Observador Ocular Parafuso de Focagem Espelho secundário plano Espelho principal Telescópio de Newton
20. 3.1.2. Telescópios catadióptricos Nestes telescópios a objectiva é uma lente associada a um espelho (aparentemente uma mistura dos dois anteriores). São telescópios muito compactos e interessantes. Os mais utilizados são apelidados de Schmidt-Cassegrain e Maksutov-Cassegrain . Telescópio Schmidt-Cassegrain Luz do Astro Observador Ocular Parafuso de Focagem Espelho principal Imagem Espelho secundário (convexo) Lente refractora de correcção
21. 3.2. Algumas características dos Telescópios dos Astrónomos Amadores De notar que é comum utilizar como unidade de medida da abertura a polegada (medida inglesa, no original “ inch ”). Para facilitar refira-se que uma polegada é igual a 25,4 milímetros (1’’ = 25,4 mm = 2,54 cm). Como exemplos, refira-se que um telescópio de 4’’ tem aproximadamente 102 mm de abertura (101,6 mm) e um telescópio com cerca de 400 mm (40 cm) de abertura pode-se dizer de 16 polegadas (16’’ = 40,64 cm). Os telescópios utilizados habitualmente pelos amantes da Astronomia têm aberturas entre 50 e 100 mm se são refractores (lunetas) e entre 90 e 250 mm se forem reflectores ou catadióptricos. O preço e a facilidade de transporte são factores fundamentais na altura da escolha. O quadro seguinte apresenta alguns dados relativos a alguns destes telescópios, independentemente da marca e configurações ópticas dos instrumentos.
22. Valores típicos dos principais Telescópios de Astrónomos Amadores 1 - Comparativamente com o olho humano em visão nocturna (o diâmetro da pupila ocular é de cerca de 7 mm). 2 - Magnitude (brilho) das estrelas menos brilhantes visíveis no telescópio – os números negativos representam brilhos muito elevados e os positivos, à medida que aumentam, vão sendo mais reduzidos; assim o Sol tem Magnitude –26,8, a Lua, quando Cheia, –12,8, o planeta Vénus atinge o máximo de –4,0, a estrela Sírio –1,44, a estrela Polar +2,0 (ou simplesmente 2,0) e Plutão 13,7. 3 - A – valor máximo de separação (possibilidade de ver distintamente) com boas condições de observação; B – valor normal de separação com condições de observação menos favoráveis; C – dimensões, na superfície lunar, dos pormenores que estão no limite de resolução do telescópio.
24. 4. Onde comprar Telescópios? Em qualquer ponto do país, quase qualquer casa de Fotografia ou Oculista já dispõe de pequenas lunetas e telescópios que expõem em suas montras. Não se iludam os incautos com a aparência destes pequenos aparelhos, pois 90% do material de que são feitos é à base de plásticos e matérias muito frágeis. A relação Qualidade/Preço é deveras decepcionante. Diversos astrónomos amadores já tiveram a oportunidade de visitar algumas casas com pequenas lunetas e telescópios feitos quase integralmente de plástico - incluindo as próprias oculares... - em que os preços atingiam os 75 mil a 100 mil escudos. Desconfie sempre de telescópios que anunciem apenas a sua potência ("Potência de 360x" ou "Amplia 360x").
25. A própria exorbitância do preço, leva por vezes o potencial comprador e pouco entendedor destas “coisas” a pensar que “... se é assim tão caro, deve ser mesmo bom ...”. Desengane-se portanto, pois se o ditado diz “... o barato sai caro ...”, aqui “... o caro sai caríssimo ...” e com pouco tempo de utilização já a luneta/telescópio estará de tal forma “desengonçada” que já nem se aguenta em pé, para não falar das lentes que acompanham estes conjuntos, que ao serem de um material plástico, contêm um nível de aberração cromática que até faz doer os olhos.
26. Tenha sempre preferencia pela compra do seu material apenas em casas da especialidade, onde quem vende tenha largos conhecimentos sobre o assunto. Por outro lado, se tem jeito para trabalhos manuais, porque não construir um? Se desejar optar por este modo, pode contactar uma associação de astrónomos amadores, coma ANOA, que tem manuais e dá apoio para este tipo de actividade.
28. Zénite - Ponto da esfera celeste directamente colocado por cima do observador, na vertical.
29. Eclíptica - zona do céu onde o Sol passa de dia e onde de noite circulam os planetas .
30. NOTA IMPORTANTE: As observações do Sol, embora seguras, requerem procedimentos muito precisos; não faça uma observação do Sol sem saber como nunca se esqueça que, se observar directamente o Sol (com telescópio ou até simplesmente com binóculos) ficará definitivamente cego....
31. Objectiva - sistema óptico que tem por finalidade receber a luz que vem de objecto observado (daí o seu nome).
32. Ocular - lente similar a uma lupa que amplia a imagem primária recebida da objectiva; chama-se assim porque é sobre ela que o observador coloca um dos olhos.