1) No século XIX, os doentes mentais eram mantidos em condições precárias nas prisões, ruas ou hospitais como a Santa Casa de Misericórdia. 2) A chegada da corte portuguesa ao Brasil e a criação do primeiro jornal médico foram importantes para o desenvolvimento inicial da psiquiatria. 3) Havia pedidos para a criação de um hospício para tratar os doentes mentais de forma adequada, já que o atendimento na Santa Casa era insalubre.
Planejamento socia intencionalidade e instrumentação
1. Baptista, Myrian Veras. Planejamento Social: Intencionalidade e Instrumentação – Ed. Veras
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL (continuação)
A teoria da degenerescência propunha a higienização e disciplinarização da sociedade além de pregar uma hierarquia social, estando
no ápice dela a raça ariana e na base a raça negra (segundo a teoria mais propensa à degeneração por sua suposta inferioridade
biológica). Essas idéias ganharam mais força com o agravamento dos problemas sociais na virada do século (necessidade de
controle das massas). A questão da ordem, do controle é tomada de grande importância. Pode-se entender, portanto, o porque da
ênfase na criação de asilos, eles são espaços de exclusão dos desordeiros.
Outro local importante na gênesis da psiquiatria como ciência no Brasil foi o “Hospital Juquery”. Foi construído fora da zona
urbana da cidade de São Paulo apresentando lá o pensamento hegemônico da época no Brasil. Dava legitimidade à exclusão de
indivíduos indesejáveis, mas que não se enquadravam no sistema penal. As técnicas mais utilizadas eram: alternância de banhos
quentes e frios, malarioterapia, traumatoterapia, laborterapia e terapias medicamentosas.
A “Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro” deve ser ressaltada como marcante já que foi uma das primeiras referências da
perspectiva psicoterápica no Brasil num momento em que os métodos psiquiátricos mostravam-se dominantes.
A “Liga Brasileira de Higiene Mental” foi fundada em 1923 por GustavaRiedel com o objetivo de prestar assistência ao doente
mental. Esse objetivo inicial, entretanto, foi sendo alterado e as metas da liga passaram a enfatizar a profilaxia e a educação de
indivíduos, transferindo a preocupação da cura para prevenção, o que teria sido um avanço não fossem essa preocupação pautada
nas ideológicas eugênicas.
Sob essa perspectiva, a psiquiatria pretendia exercer controle sob as problemáticas pelo ordenamento do espaço urbano. Tinha
autoridade para punir e banir os desajustados. Buscaram combater o alcoolismo, o jogo, a prostituição e o crime. A doença...
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL (continuação)
A teoria da degenerescência propunha a higienização e disciplinarização da sociedade além de pregar uma
hierarquia social, estando no ápice dela a raça ariana e na base a raça negra (segundo a teoria mais propensa à
degeneração por sua suposta inferioridade biológica). Essas idéias ganharam mais força com o agravamento dos
problemas sociais na virada do século (necessidade de controle das massas). A questão da ordem, do controle é
tomada de grande importância. Pode-se entender, portanto, o porque da ênfase na criação de asilos, eles são
espaços de exclusão dos desordeiros.
Outro local importante na gênesis da psiquiatria como ciência no Brasil foi o “Hospital Juquery”. Foi construído fora
da zona urbana da cidade de São Paulo apresentando lá o pensamento hegemônico da época no Brasil. Dava
legitimidade à exclusão de indivíduos indesejáveis, mas que não se enquadravam no sistema penal. As técnicas mais
utilizadas eram: alternância de banhos quentes e frios, malarioterapia, traumatoterapia, laborterapia e terapias
medicamentosas.
A “Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro” deve ser ressaltada como marcante já que foi uma das primeiras
referências da perspectiva psicoterápica no Brasil num momento em que os métodos psiquiátricos mostravam-se
dominantes.
A “Liga Brasileira de Higiene Mental” foi fundada em 1923 por GustavaRiedel com o objetivo de prestar assistência
ao doente mental. Esse objetivo inicial, entretanto, foi sendo alterado e as metas da liga passaram a enfatizar a
profilaxia e a educação de indivíduos, transferindo a preocupação da cura para prevenção, o que teria sido um
avanço não fossem essa preocupação pautada nas ideológicas eugênicas.
Sob essa perspectiva, a psiquiatria pretendia exercer controle sob as problemáticas pelo ordenamento do espaço
urbano. Tinha autoridade para punir e banir os desajustados. Buscaram combater o alcoolismo, o jogo, a prostituição
2. e o crime. A doença mental nessa época foi levada a ser uma espécie de sinônimo de criminalidade, fazendo-se assim
o pareamento entre louco e periculosidade, sempre com base na teoria da degenerescência (apoiada em nomes
como Spencer, Darwin, Galton, Comte, Wundt, Lombroso e outros). Grande parte dos ditos loucos perigosos era
“coincidentemente” negra, o que se explica pela contextualização sócio-histórica de nosso país onde os negros foram
sistematicamente explorados e marginalizados.
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Texto por : Flora Fernandes
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL (continuação)
“A parte reservada aos doentes mentais no Hospital da Santa Casa continha em um corredor estreito, situado sob
uma sala destinada às aulas da faculdade. Os enfermos mentais ficavam separados dos outros doentes do hospital
apenas por um assoalho de tábuas sem forro. O local em que se encontravam tinha um pé direito muito baixo, e
estava dividido em doze pequenas células, onde se acumulavam quarenta pacientes... Lá havia um tronco de
madeira onde durante o dia , em uma casa religiosa e de caridade, prendiam os escravos do hospital que tinham que
ser supliciados à chicote. Durante a noite, os guardas sempre se utilizavam de tão aviltante meio de contenção para
imobilizar os doentes em acesso de delírio, por força furioso, aos quais também fustigam com a pretensão de
acalma-los” (Paim apud De-Simoni, p. 7)
Atendendo apelos da época, o Imperado Pedro II funda um hospital de alienados, o Hospício Pedro II, ainda como
anexo do hospital da Santa Casa de misericórdia da Corte. Antes mesmo do início das obras do hospital no terreno da
praia vermelha, foram enviados para uma casa reformada e adaptada, nas localidades da construção, todos os
doentes da Santa Casa. Uma situação difícil de se gerir acabou sendo criada, devido ao estado de abandono no qual
se encontravam e mesmo devido aos reflexos da própria doença. O doutor José Martins da Cruz Jobim tornou-se
então responsável pela casa e é por muitos, considerado o primeiro médico de doentes mentais do país.
O Hospício Pedro II foi inaugurado em 5 de dezembro de 1852, e foi em sua época considerado o mais belo edifício
da América do Sul. O fato de estar subordinado à Santa Casa fez com que dela ainda dependesse sua administração,
mesmo em sede distinta. Ficou muito tempo fora do alcance da administração pública, assemelhando-se nesse
período mais a um convento que a um hospital.O domínio das irmãs era absoluto, o diretor e os médicos ficavam
adstritos às informações que as irmãs lhes ministravam.
Somente a partir de 1884, com a instalação das cátedras de Psiquiatria nas Faculdades de Medicina da Bahia e do
Rio de Janeiro, o estudo das doenças mentais passou a constituir um ramo à parte da patologia interna e não mais
unido a outras enfermidades.
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“Seu funcionamento guiava-se pelos princípios do isolamento, vigilância, distribuição e organização do tempo dos
internos, com vistas à repressão, controle e individualização” (Mitsuko, 1999, p.32). As intervenções dos Psiquiatras
da casa sofreram grande influência das idéias de Pinel que propunham afastar o louco do que era considerada a
fonte de suas loucuras, ou seja, a família, a sociedade e seus hábitos de forma geral.
Após a proclamação da república passa a ser chamado Hospital Nacional dos Alienados e sua administração é
transferida para o estado, e substituição à Santa Casa de Misericórdia. Juliano Moreira fora nomeado para dirigi-lo.
Sob sua direção é criado o provável segundo laboratório de Psicologia no Brasil o “Laboratório de pesquisa
experimental da clínica psiquiátrica do hospital nacional dos alienados”. Ainda segundo Mitsuko (1999, p.44)
“O pensamento psiquiátrico brasileiro da época tinha como principal característica o ecletismo, que conjugava o
alienismo clássico, especialmente Pinel e Tuke, com o organicismo, em particular numa de suas vertentes, a teoria da
degenerescência, fortemente calcada na concepção hereditária da loucura”
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[pic][pic][pic]Texto por : Flora Fernandes
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL
*pic+*pic+*pic+“Até meados do século XIX, não havia qualquer forma de assistência específica aos doentes mentais. Os
‘loucos’ erravam pelas ruas, eram encarcerados nas prisões ou reclusos em celas especiais das Santas Casas de
Misericórdia”. (Antunes, 1999, p.31-32)
Dois fatos, segundo Paim (1991), foram marcantes para o surgir dos primeiros trabalhos ligados à patologia mental
no Brasil: A mudança da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808 e a criação do primeiro jornal de medicina
do país.
A corte trouxe com ela o médico cirurgião José Correia Picanço (1745-1823), lente jubilado de anatomia e cirurgia
da Universidade de Coimbra e cirurgião-mor do reino, que ao chegar no país obteve do regente a criação de uma
escola de cirurgia. O curso médico foi iniciado no hospital real militar, no mesmo local onde fora construído
posteriormente o edifício d tradicional Escola de Medicina da Bahia. No mesmo ano um curso de medicina também
fora criado no Rio de Janeiro.
O primeiro jornal de Medicina, fundado por José Francisco Xavier Sigaud (1796-1856), de título “O propagador de
ciências médicas” ou “Anais de Medicina, cirurgia e Farmácia”, teve papel decisivo no desenvolvimento da cultura
médica do país. Possibilitou a reunião de profissionais da medicina contribuindo para o nascimento da “Sociedade de
Medicina do Rio de Janeiro”.
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Foi sugerida a criação de uma casa de saúde ou hospício de doidos para abrigar aqueles trancados nos quartos de
suas famílias, os que andavam livremente pela cidade e os que habitavam o Hospital da Santa Casa de Misericórdia.
As reivindicações vinham com maior força dos médicos e higienistas vinculados à sociedade de Medicina e cirurgia
do rio de Janeiro. Segundo Antunes (1999), era uma intenção da sociedade daquela época organizar, disciplinar e
normalizar a cidade em busca de uma salubridade da mesma.
Segundo os médicos da época, o manicômio seria, além de abrigo para tais desvalidos, um campo de úteis
observações muito proveitosas ao doente, acreditava-se que quanto mais se conhecessem as moléstias com mais
habilidades seriam tratadas.
As condições da santa casa de misericórdia, principalmente no que tange à área reservada aos loucos era insalubre.
Paim cita um trecho de um artigo da época escrito pelo doutor Luiz Vicente de-Simoni, publicado na Revista Médica
Fluminense em setembro de 1839 onde trata sobre a necessidade da construção de um manicômio ou outro
estabelecimento exclusivamente dedicado aos loucos. Segundo ele na Santa Casa de misericórdia
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