1) O documento discute o conceito de mídia-educação e sua importância para a formação crítica dos usuários das mídias.
2) É analisada a dissertação "Imagens sobre o Brasil: um estudo sobre as inter-relações entre mídia e escola", que investiga como jovens constróem suas percepções sobre o país a partir de experiências em diferentes espaços como escola, mídia e família.
3) Os jovens produziram cartas imaginando explicar o Brasil para estrangeiros, revelando visões do país influenciadas tanto
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
Conceito de Mídia-Educação
1. Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital
Seminário 6: O conceito de mídia-educação
Clausia Mara Antoneli
Diolinda Madrilena Feitosa Silva
Elizabeth Fantauzzi
Flávia Oliveira Machado
BAURU - 2009
2. Mídia-Educação corresponde à educação
para as mídias. É um novo campo de saber,
cujos “objetivos visam à formação do usuário
ativo, crítico e criativo de todas as
tecnologias de comunicação e informação”
(Belloni, 2005, p. 12)
4. CAPÍTULO 01- MÍDIA-EDUCAÇÃO. A MEDIAÇÃO ESCOLAR
INDISPENSÁVEL PARA A CIDADANIA.
• Processo educacional: aprendizagem,
instituições de ensino, educadores e alunos
frente às Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (NTIC);
• novas formas de aprender e a inclusão social;
• AUTODIDAXIA: influência das Mídias na forma
de aprender das crianças e como elas são
influenciadas, não só pelos conteúdos mas
também pela “linguagem”;
5. Por que ensinar as Mídias?
• consumo elevado das mídias;
• importância ideológica das mídias (publicidade);
• surgimento da gestão da informação nas empresas;
• mídias nos processos democráticos (eleições como eventos
midiáticos);
• importância da comunicação visual e da informação em
todos os campos;
• expectativas dos jovens de serem formados para
compreender sua época;
• crescimento da privatização de todas as tecnologias da
informação (quando a informação se torna mercadoria,
mudam seu papel e suas características)
6. CAPÍTULO 02- DA TECNOLOGIA À
COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL
A Sociedade Digitalizada
• Três fenômenos de ordem técnica implicam diretamente no
desenvolvimento acelerado das TIC:
• Miniaturização- Possibilitam uma difusão de massa das TIC penetrando na
vida cotidiana (trabalho e lazer) pelo baixo custo e possibilidades de
difusão;
• Digitalização - Permitem a tarifação e portando, a comercialização das
informações veiculadas na Rede;
• Redes Telemáticas - Multiplicam a capacidade de transporte de uma
quantidade enorme de informação;
7. Novos professores, outros alunos
• o professor tende a ser altamente
mediatizado pois desempenha o papel de
produtor de mensagens – em meios
tecnológicos, de usuário ativo e crítico e
mediador destes meios entre os alunos;
8. Capítulo 03 – Mídia-Educação:
Ética e Estética
• A educação é o setor que mais se demora a
integrar novas técnicas de produção, estocagem
e transmissão de mensagens no seu cotidiano.
Por exemplo, a escola como instituição
especializada em socialização, deveria ter
absorvido as transformações no modo de
aprender de sua clientela trazidas pela televisão,
porém isso não aconteceu e já se depara com
outra realizadade: os laboratórios de informática
com suas linguagens multimídias e
potencialidades criativas.
9. CAPÍTULO 04 - REFLEXÕES SOBRE A MÍDIA.
• A “alfabetização” dos brasileiros pelo rádio e pela TV
confere mais emergência a inclusão da educação para
as mídias dentro da escola, cuja predominância ainda é
lidar com a comunicação escrita;
• A escola enquanto canal de socialização vai perdendo
sua importância no processo de transmissão cultural e
especializa-se na transmissão de conhecimentos e
técnicas ligadas principalmente ao mundo do trabalho,
da produção (BELLONI, 2005, pág. 64);
10. CAPÍTULO 05 - PROGRAMA FORMAÇÃO DO TELESPECTADOR:
DESAFIOS DA INOVAÇÃO EDUCACIONAL
PROGRAMA FORMAÇÃO DO TELESPECTADOR
• OBJETIVO: formar espectadores ativos e críticos para o uso da TV;
• PÚBLICO-ALVO: Estudantes das últimas séries do primeiro grau de escolas públicas
e adultos (em alfabetização);
• EXPERIÊNCIA DE APLICAÇÃO (1993 e 1994): Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Florianópolis e Campinas-SP.
• MATERIAIS UTILIZADOS EM SALA DE AULA: Kit com fita de vídeo(sete lições,
duração de 07’ A 11’, cada), 01 livro do aluno( RE-VENDO TV) e 01 manual do
professor
• CONCLUSÕES GERAIS:
• 1-Segunda hipótese do trabalho foi desmentida: Isso porque funcionaram apenas
as experiências organizadas de cima para baixo, ou seja, com preparação prévia do
professor.
• 2-Simples introdução de um suporte tecnológico não significa inovação
educacional. Esta só ocorrerá quando houver transformação nas metodologias de
ensino e nas próprias finalidades da educação.
11. ANÁLISE DA DISSERTAÇÃO
“Imagens sobre o Brasil: um estudo sobre as
inter-relações entre mídia e escola”
Autora: Vanessa Teixeira Pipinis
Faculdade de Educação (USP) - 2008
12. • Objetivo: compreender o processo de
construção de um ideário sobre o Brasil por
jovens estudantes do ensino médio da Escola
de Aplicação da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo;
• Hipótese: o retrato sobre o país é construído a
partir das vivências em uma pluralidade de
espaços pelos quais os jovens circulam como a
escola, grupos religiosos, família e, também,
os meios de comunicação, entre muitos
outros;
13. Capítulo 1 – A formação dos sujeitos na
contemporaneidade
• Processo de socialização do sujeito: circunscrito
ao universo instituições socializadoras como
família e igreja, na modernidade envolve um
número maior de agentes, como é o caso da
escola e também dos grupos virtuais de afinidade
e dos meios de comunicação;
• A educação informal: não sistemática, não
intencional, inconsciente e sua mediação
pedagógica não é explícita – “os meios de
comunicação educam”;
14. Capítulo 1 – A formação dos sujeitos na
contemporaneidade
• TV brasileira: agente unificador nacional;
• representação do Brasil de diversas maneiras através
das telenovelas, que reconstrói e reafirmam a
identidade nacional;
• elementos fundamentais:
1) a TV como produtora de sentido na sociedade
contemporânea (“dispositivo pedagógico da mídia”);
2) as diversas representações dos “Brasis” nessa mídia,
que possui um implícito conflito de representações do
nacional tendo em vista a diversidade cultural do país;
15. Capítulo 2 – Vivências juvenis:
um debate em construção
• A partir da década de 90: jovens como sujeitos
integrais em pleno desenvolvimento pessoal e
social;
• É a partir desta concepção que os estudos
passam a considerar as múltiplas dimensões
com as quais eles experimentam o mundo
além de somente considerar a escola
(conforme a definição mais comum de jovem
em formação que recebe o saber pronto);
16. Capítulo 2 – Vivências juvenis:
um debate em construção
• Geração Baby Boomers (1946 – 1964): a TV
como grande aliada dos direitos civis
(protestos contra o Vietnã);
• Geração X (1965 – 1990): filhos da TV;
• Geração Net (a partir dos anos 90): mundo
digital. Principais características: busca por
informações, atitude inclusiva, autonomia e
abertura intelectual;
17. Capítulo 3 – Em busca de retratos da
nação: o Brasil aos olhos do jovem
• Configuração social onde as velhas identidades estão
em declínio, pois vivemos em um mundo “fluidamente
interconectado”, onde as sedimentações identitárias
organizadas em conjuntos históricos mais ou menos
estáveis (etnias, nações, classes) se reestruturam em
meio a conjuntos interétnicos, transclassistas e
transnacionais” (Garcia Canclini, 2006);
• Busca constante do “quem somos nós” permanece
mesmo após 500 anos da chegada dos portugueses,
fazendo com que queiramos nos compreender e nos
reconhecer;
18. Capítulo 3 – Em busca de retratos da nação: o
Brasil aos olhos do jovem
• Campanha “O melhor do Brasil é ser brasileiro”:
pesquisa apontou que um dos maiores problemas é valorizar
apenas o que vem de fora e o que o brasileiro é o povo com a
mais baixa auto-estima da América Latina;
• O retrato do país construído pelos jovens envolvidos no
trabalho realizado a campo, era representativo porém
incompleto;
19. Capítulo 4 – Retratos de uma brasilidade. A Escola de
Aplicação e os jovens envolvidos na pesquisa
• Metodologia: produção de uma carta destinada a um
estrangeiro, sem qualquer informação sobre o país ou
nossa realidade.
• A idéia da carta era convidar o jovem a fazer um check-
up do repertório de informações que tem sobre o
Brasil.
• Assim, os conhecimentos narrados na carta incluíram
tanto os conhecimentos aprendidos na escola, como
os que foram adquiridos na mídia e na família.
• As cartas revelaram diversos temas: aspectos naturais
do país, especificidades culturais e ou aspectos
políticos do país;
20. Capítulo 4 – Retratos de uma brasilidade. A Escola de
Aplicação e os jovens envolvidos na pesquisa
• As etapas do trabalho foram:
• Apropriação e interpretação de questionário aplicado a jovens do
ensino médio;
• Definição em conjunto com o prof. de História do ensino médio da
turma a ser envolvida na pesquisa;
• Trabalho de campo com alunos do 3º ano do Ensino médio;
• Acompanhamento de algumas aulas de História e atividades
extracurriculares dos alunos com coleta de depoimento do
professor;
• Cartas sobre o Brasil: imagens do país
• Os jovens foram bem sucedidos ao racionalizar suas opiniões e
transcrevê-las;
• Identificação de mescla dos discursos escolar e midiático;
• Preponderância de certo saber escolar na redação das cartas a
disciplina;
21. Considerações Finais
• Para este jovem o Brasil é um país
essencialmente belo que merece ser visitado;
• É um país com pobreza e sem governança
para mudar esta ordem contraditória. Um país
abandonado na opinião de um aluno.
• Nos posicionamentos críticos dos jovens,
identificou-se uma cobrançaem relação ao
caráter pouco participativo do povo brasileiro;