1) O documento descreve a carreira do jogador Zequinha, que foi descoberto nas categorias de base do Santa Cruz e se tornou um importante jogador do time, ajudando-o a conquistar títulos.
2) Zequinha quase foi convocado para a Copa de 1958, mas acabou saindo do Santa Cruz naquele ano para se transferir para o Palmeiras.
3) No Palmeiras, Zequinha conquistou diversos títulos e fez parte da seleção brasileira campeã da Copa do Mundo de 1962 no Chile
Compromisso público com a sociedade e deputados estaduais
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muito por lá.
Assim como aconteceu em Santo
Amaro, ele foi chamado para compor o time reserva num treino com
o elenco principal. Zequinha comeu
a bola, marcou o gol de empate dos
suplentes e arrancou aplausos dos
torcedores que acompanhavam o
coletivo no ainda Alçapão do Arruda.
No dia 16 de setembro, o jovem e
habilidoso volante estreou no time
do Santa, num amistoso com o
Sport, na Ilha do Retiro. Zequinha só
voltaria a vestir a camisa da equipe
principal na temporada de 1955,
quando tornou-se titular absoluto na
linha média coral. No ano seguinte,
veio o primeiro título: o Torneio Pernambuco-Bahia.
Mas foi o que ele produziu dentro
de campo em 1957 que mudou radicalmente a sua vida profissional. A
técnica apurada, aliada a um extraordinário senso de marcação,
ajudou a levar o Santa Cruz ao seu
primeiro supercampeonato estadual e fez com que o seu nome fosse
cogitado pela CBD (a CBF daquela
época) para integrar a Seleção Brasileira que iria à Copa do Mundo de
1958.
Zequinha não foi para a Suécia.
Mas daria adeus ao Santa Cruz e a
Santo Amaro, no mesmo 1958. No
dia 5 de junho, ele fez a sua última
partida pelo Tricolor e marcou duas
vezes na goleada por 7x0 sobre o
Treze, num amistoso interestadual.
No início da temporada, as oito melhores equipes
dos dois estados disputaram o Torneio
Pernambuco-Bahia. E o Santa Cruz foi o campeão
depois de vencer cinco das sete partidas da
competição. No jogo decisivo, diante do Vitória,
goleada coral por 4x0. A partida foi disputada no
campo da Ilha do Retiro.
O garimpeiro de talentos
Recrutado pessoalmente por Oswaldo Brandão, técnico que construía peça por peça a lendária Academia do Palmeiras, Zequinha arrumou as malas e foi para São
Paulo, aproximando fisicamente o
ZEQUINHA
caminho para a seleção nacional.
integrou a
Ele continuou jogando o fino da
Seleção
bola, encaixando-se perfeitamente Brasileira que
àquele timaço do Verdão, onde con- conquistou o
quistou por duas vezes a Taça Bra- bi mundial no
sil (1960 e 1967), uma vez o RoberChile
tão (1967), uma vez o Rio-São Paulo
(1965) e três vezes o Paulistão (1959,
1963 e 1966).
Na Seleção Brasileira, tornou-se bicampeão na Copa do Chile, em
1962. Zequinha foi o primeiro jogador saído das categorias inferiores do
Santa Cruz a conquistar um Mundial,
caminho seguindo anos mais tarde
por Ricardo Rocha e Rivaldo.
1956
ZEQUINHA
(primeiro em
pé) e
Waldomiro
Silva (último
em pé) na
conquista do
PE-BA
CRAQUE do Santa
minimizava
especulações em torno
da convocação para
Copa de 1958
1957
A bandeira coral continuava sendo bem representada nacionalmente. Em 13 de maio, o Santa
Cruz conquistou uma grande vitória. O
adversário era o Flamengo, até então a equipe
mais temida do futebol brasileiro. Atuando no
campo da Ilha do Retiro, o Tricolor se impôs e
venceu por 1x0.
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A primeira cria campeã do mundo
cidade era vista pelo
jornalista e historiador Mário Melo como
“um Recife estranho
aos olhos dos provincianos”. O tão acelerado quanto desordenado crescimento urbano fez com que as décadas de 1940-1950 apresentassem
uma explosão demográfica na casa
dos 50% em relação às anteriores.
Os aterros cresciam sobre o mangue, assim como os mocambos
passavam a representar mais de
60% dos imóveis registrados no município, que absorvia o imenso fluxo
migratório das zonas rurais do estado.
Demarcados pelos espaços livres,
os bairros começavam a perder os
limites, transformando determinadas
regiões da cidade num só emaranhado. Em um deles, Santo Amaro,
duas figuras marcantes da história do
Santa Cruz se encontraram.
Para ser mais preciso, num campo
de pelada. O garoto José Ferreira
Franco costumava completar um
dos times de veteranos do bairro,
que tinha em seu quadro o técnico
das divisões de base do Santa, Waldomiro Silva.
Para o bem do próprio tricolor (e
por que não dizer também do Palmeiras e Seleção Brasileira?), o olho
clínico do descobridor de talentos
não falhou e Zequinha terminou
sendo levado para o aspirantes do
time coral em 1954. Não demorou
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O Santa conquistou o seu primeiro
supercampeonato. Depois de vencer um dos
turnos, o Tricolor disputou um triangular
junto com Sport e Náutico. Na primeira
partida, os rivais ficaram no 1x1. Nas outras, o
Tricolor venceu os alvirrubros por 3x1 e os
rubro-negros por 3x2, garantindo o troféu.
Por cem réis, Waldomiro comprou a
sua primeira camisa do Santa Cruz na
feira, pouco depois de chegar a Caruaru. Nem mesmo a imaginação fértil de um garoto de sete anos poderia
conceber o quão importante ele viria a
ser para aquele clube que passara a
chamar de seu.
Assim como milhares de famílias, a
sua havia iniciado o êxodo rumo à Capital, tendo Brejo da Madre de Deus
como ponto de partida e Caruaru, a sua
primeira parada. Na capital do Agres-
te, ele desenvolveu a sua paixão e habilidades futebolísticas, jogando pelo
Vasco Caruaruense.
Em 1939, Waldomiro e o restante da
família Silva chegavam ao Recife em
busca de novas oportunidades. Por
uma daquelas grandes ironias do destino, dez anos depois, era ele quem
abria as portas do futebol para garotos
bons de bola.
Waldomiro iniciava sua trajetória de
técnico das categorias de base do
Santa Cruz, responsável por descobrir
1959
O Santa Cruz continuava se impondo diante dos
gigantes. Em fevereiro, o Tricolor venceu o
Vasco da Gama e o Botafogo. No dia 15, o clube
das três cores aplicou 2x0 sobre os
cruzmaltinos. Já no dia 24, o Fogão foi
derrotado por 3x2. Os dois jogos foram
disputados no campo da Ilha do Retiro.
O Santa Cruz retornava ao caminho dos títulos.
O Tricolor fez uma grande primeira fase no
Estadual e garantiu vaga na decisão. O
adversário era o Náutico. Na melhor de três, a
equipe coral venceu um jogo, em 28 de outubro,
e empatou outros dois. Mais um Campeonato
Pernambucano na conta.
e revelar alguns craques da história do
clube. O bicampeão mundial no Chile
Zequinha que o diga.
A sua participação no time principal
foi pequena, mas marcante. No começo de 1956, o clube estava sem técnico e Waldomiro foi escalado pela diretoria para comandar a equipe no torneio Pernambuco-Bahia. Das sete partidas disputadas, venceu cinco e faturou o troféu da competição depois de
um 4x0 em cima do Vitória, na Ilha do
Retiro.