SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 12
Descargar para leer sin conexión
CI1204
      Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no
      Desempenho das       Empresas Brasileiras
Inovação nas médias empresas brasileiras
Um desafio para a competitividade

Carlos Arruda, Fabian Salum, Luiza Grisolia e Raoni Pereira.


             Apresentação                                  devido ao fato de que essas companhias demonstram
                                                           grande capacidade de adaptação frente às mudanças
                                                           tecnológicas (PUGA, 2000). Sendo assim, em períodos

E  ste caderno de ideias pretende mostrar os resultados
da pesquisa, realizada pela Fundação Dom Cabral, que,
                                                           de instabilidade econômica, são facilitadoras do
                                                           processo de reestruturação, minimizando impactos sobre
                                                           as grandes empresas.
ao longo de dois anos de trabalho, buscou compreender
e analisar a participação e relevância da inovação na      Vale aqui ressaltar que qualquer estudo do perfil das
estratégia das empresas brasileiras de médio porte.        empresas brasileiras encontrará uma clara dificuldade na
Desse modo, além de gerar conhecimento, espera-se          sua execução, principalmente em identificar o parâmetro
que auxilie no desenvolvimento estratégico da inovação     a ser seguido para diferenciar o porte das empresas.
como um dos possíveis diferenciais competitivos para       Não existe um critério único para essa definição, o que
essas organizações.                                        é uma prerrogativa para a comparação e referência
                                                           dos dados. Número de empregados ou porcentagem
Este trabalho está organizado em três seções. A
                                                           de faturamento são alguns dos critérios mais utilizados
primeira seção, além de descrever a definição de porte
                                                           para definição de porte.
adotada na pesquisa em questão, busca mostrar a
importância das médias empresas no cenário econômico       Neste trabalho, a classificação adotada para as
nacional, enfatizando a relevância da inovação para        médias e média–grandes empresas brasileiras é a
o desenvolvimento destas. A segunda seção expõe a          mesma considerada pelo BNDES (Banco Nacional
metodologia utilizada na pesquisa e a caracterização       de Desenvolvimento e Econômico e Social), isto é,
da amostra. Por último, a terceira seção faz uma análise   uma empresa que se caracterize no setor industrial,
descritiva dos dados coletados e conclui com uma           comercial, de serviço e/ou agronegócio com receita
ponderação do cenário traçado pela pesquisa, frisando      operacional bruta anual maior que R$ 16 milhões e até
a importância do tema.                                     R$ 300 milhões. (TAB. 1).

                                                                               TABELA 1
                                                              Porte das empresas segundo faturamento anual
                    Seção 1                                 Porte                   Faturamento Anual
                                                            Microempresa            Até R$ 2,4 milhões
Introdução
                                                                                    Acima de R$ 2,4 milhões até
As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs)                Pequena empresa
                                                                                    R$ 16 milhões
brasileiras exercem extrema relevância no atual cenário
socioeconômico brasileiro. É crescente o reconhecimento                             Acima de R$ 16 milhões até
                                                            Média empresa
do papel desempenhado por essas organizações                                        R$ 90 milhões
em promover crescimento econômico, geração de               Empresa média-          Acima de R$ 90 milhões até
renda e emprego. Além disso, as MPMEs estão                 grande                  R$ 300 milhões
diretamente relacionadas à recuperação sustentável
                                                            Grande empresa          Acima de R$ 300 milhões
da economia no cenário global e regional (AYYAGARI;
BECK; DEMIRGUÇ-KUNT, 2005). Isto acontece                  Fonte: BNDES, 2011.
De acordo com estudo realizado pelo IBGE a respeito da       conjunto, as médias detêm maior participação no pessoal
demografia das empresas (TAB. 2), em 2009, das 30.935        assalariado, com 25,9%, enquanto as pequenas absorvem
empresas de alto crescimento no Brasil, 51,3% eram           somente 10,6%. Além disso, 36,7% das empresas que
pequenas, 39,0% médias e 9,7% grandes. Entre as gazelas,     eram de pequeno porte, em 2006, conseguiram tornar-se
termo que se refere às organizações mais novas, 55,0%        médias; e das organizações que já eram consideradas de
eram pequenas, 38,4% médias e apenas 6,6% grandes.           médio porte, 60,8% permaneceram, ao passo que 39,2%
Apesar de as pequenas empresas predominarem nesse            tornaram-se grandes.


                                                      TABELA 2
                              Distribuição das empresas de alto crescimento segundo porte




Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2006-2009.

É, portanto, significativo o estudo das organizações         organizações, é importante que a empresa estruture
de menor porte, a fim de compreender a dinâmica e a          processos, estratégias e gestão que venham a favorecer
formação da estratégia por elas exercida. Entretanto,        as atividades inovadoras (ARRUDA et al., 2009).
a literatura especializada ainda é muito focada nas
                                                             Nesse contexto, a inovação pode ser entendida como
grandes empresas e, quando se trata das micro,
                                                             alocação de recursos para exploração e desenvolvimento
pequenas e médias empresas, estas são trabalhadas em
                                                             de novos produtos e processos que visem explorar
conjunto. Mesmo que aparentemente elas apresentem
                                                             novas oportunidades de mercado (DOSI, 1988). Da
características semelhantes, a categoria que usualmente
                                                             mesma maneira, o processo inovativo é caracterizado
recebe menos importância relativa aos dados fornecidos
                                                             pela apropriação de lucros diferenciados no mercado
é o de médias empresas que, por serem minoria no
                                                             por parte da empresa inovadora (TEECE, 1986) e pela
grupo, possuem grande lacuna de conhecimento e
                                                             geração de produtos/processos com aceitabilidade no
escassez de dados, sendo necessários maiores estudos
                                                             mercado. (HENDERSON, 1990; PAVITT, 1984; DOSI;
sobre a dinâmica das empresas de médio porte.
                                                             FREEMAN, 1992).
                                                             Considerando o cenário brasileiro, foco deste trabalho, o
                                                             investimento em inovação é ainda considerado incipiente,
                                                             principalmente nas empresas de menor porte. De acordo
Inovação nas Médias Empresas                                 com a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica
                                                             (PINTEC, 2005), realizada pelo IBGE, comprovou-se
Tendo em vista que a inovação está fortemente ligada         que o porte das empresas tem relação direta com a
à estratégia empresarial, esse é um importante fator         realização e o perfil da inovação nas empresas, ou seja,
de alavancagem das empresas, conduzindo-as a uma             quanto maior é o porte das organizações, maiores são
situação de destaque nos mercados (DRUCKER, 2002).           as taxas de inovação, tanto geral quanto de produtos e
Deste modo, a inovação constitui uma alternativa para        processos. De fato, a taxa de inovação geral no estrato
médias empresas se inserirem competitivamente num            de maior porte (68,4%) foi mais que o dobro da taxa
processo de demandas instáveis e diferenciadas (CARON,       registrada para as empresas que ocupam de 10 a 49
2004). Entretanto, para que a inovação seja realidade nas    pessoas (28,9%). (TAB.3)

          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                           2
TABELA 3
                          Desempenho inovador por parte das empresas, período 2003-2005.




Fonte: IBGE- PINTEC, 2005.

Considerando que o tema “Inovação nas médias               Foram enviados ao todo 825 questionários, e a taxa
empresas” sofre da falta de estudos abrangentes            de retorno foi de 28,2%. Participaram da análise 233
e sistemáticos e que é evidente a relação entre o          respondentes de 149 diferentes empresas distribuídas
crescimento econômico, as atividades inovadoras e o        em 4 regiões do Brasil. Como demonstrado na FIG. 1,
papel desempenhado pelas médias empresas (INACIO           a maior parte das empresas brasileiras participantes da
JÚNIOR, 2008); este caderno de ideias pretende             pesquisa localiza-se na região Sudeste, contribuindo
acrescentar dados sobre o tema a fim de suprir a lacuna    com 57,7% da amostra. Em seguida, estão as empresas
de conhecimento existente e, desta maneira, entender       nordestinas, que representam 22,8%; as empresas da
como acontece a inovação nas médias empresas               região Sul, com 16,8% e; por último, as organizações
brasileiras.                                               da região Centro-Oeste, com 2,7%.




                Seção 2
Metodologia e
Caracterização da
Amostra
A coleta de dados foi conduzida com a
aplicação de questionários on-line por meio do
software SurveyMonkey, que, além de permitir
a montagem do instrumento de pesquisa,
auxiliou o envio, a tabulação dos dados e a
geração dos gráficos, possibilitando maior
confiabilidade aos resultados. O acesso dos
participantes ao questionário foi obtido, via
e-mail, por um link gerado pelo programa
juntamente com uma carta explicativa. Com
o intuito de facilitar o trabalho dos dados, foram
criados links separados por regiões do Brasil.             Figura 1: Localização das empresas participantes da
                                                           pesquisa
                                                           Fonte: Elaborado pelos autores (2011)


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                        3
O GRAF. 1 demonstra que os cargos dos respondentes          No que diz respeito ao perfil das organizações
da pesquisa são, em sua maioria, de presidentes,            participantes da pesquisa, elas se dividem em quatro
diretores e gerentes de médias empresas brasileiras,        diferentes setores de atuação: Indústria, Serviços,
correspondendo a 77,7% da amostra. O restante está          Agronegócio e Comércio. Como demonstrado no GRAF.
entre coordenadores, supervisores e outros dirigentes.      2, a amostra analisada possui maior representatividade
                                                            no setor de serviços, sendo 49,4% dos respondentes
                                                            pertencentes a empresas desse setor. Em segundo
                                                            lugar, encontra-se o setor industrial, que corresponde
                                                            a 37,3% da amostra. Em seguida, situam-se os setores
                                                            Comércio e Agronegócio, que contribuem com 10,7% e
                                                            1,7% da amostra, respectivamente.



Gráfico 1: Cargo dos respondentes da pesquisa
Fonte: Elaborado pelos autores (2011)




Gráfico 2: Setor empresarial
Fonte: Elaborado pelos autores (2011)


O questionário em questão foi composto por seis             respostas válidas ou item mais respondido como forma
blocos: Caracterização da empresa, Caracterização           de garantir que as respostas à pesquisa representassem
do respondente, Estratégia de Inovação, Cultura             com maior significância e relevância a opinião dos
Organizacional, Gestão da Inovação, Processos de            executivos consultados nas empresas.
Inovação e Barreiras à Inovação.
                                                            A análise fatorial foi realizada com o auxílio do software
As respostas oriundas dos cinco últimos blocos possuíam     de estatística SPSS que, através de uma série de
de 9 a 15 itens e foram tabuladas e analisadas utilizando   testes estatísticos, foi capaz de analisar a significância
a escala Likert. Com o intuito de reduzir o número de       e a correlação entre as variáveis do sistema. Por meio
itens de cada questão e caracterizar de maneira mais        de relatórios gerados pelo software, em conjunto com
adequada e sucinta cada bloco, foi utilizada uma técnica    a interpretação e análise dos critérios, fizemos uma
de análise multivariada de dados denominada Análise         seleção de quais eram os itens que representavam de
Fatorial. Esse método teve como objetivo principal criar    maneira mais adequada cada bloco. Dessa maneira
critérios de seleção para os principais itens respondidos   foi possível reduzir cada questão para 3 a 5 itens sem
em cada bloco. Ao realizar a análise da qualidade dos       comprometer as informações coletadas.
dados, procurou-se identificar a concentração das


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                           4
Seção 3:                               que não: a inovação não aparece de forma evidente na
                                                           estratégia de seus concorrentes.
Análise Descritiva dos
Resultados

A inovação como parte integrante da
estratégia da empresa
Olhando para “dentro” de suas organizações, 153
respondentes (71,2%) acreditam que a inovação
aparece de forma evidente na ideologia da sua
empresa, sendo explicitada como um valor ou ainda
claramente identificada na visão da empresa. Em
contrapartida, conforme demonstrado no GRAF. 3, ao
analisar a concorrência, o “olhar para fora”, apenas 47
respondentes (22,2%) afirmam que a inovação aparece
de forma evidente na estratégia de seus principais
concorrentes. 101 respondentes (47,6%) acreditam que
em alguns concorrentes é evidente; 38 respondentes         Gráfico 3: A inovação como parte integrante da estratégia das
(17,9%) afirmam que é evidente somente em poucos           empresas
concorrentes e 26 respondentes (12,3%) responderam         Fonte: Elaborado pelos autores (2011)



Práticas inovativas nas empresas
Considerando como principal prática inovativa a inovação em produtos, em serviços, em processos, na gestão e na
criação de novos modelos de negócios, podemos afirmar, conforme demonstrado no GRAF. 4, que as práticas dessas
atividades nas organizações estão todas presentes e oscilam entre 16,7% e 23,3%. Verifica-se ainda que as mesmas
não seguem um padrão e variam, proporcionalmente, de acordo com o setor e a estratégia empresarial.




Gráfico 4: Presença de práticas inovativas nas empresas
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).




          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                             5
Em contrapartida, nota-se que as atividades descritas no       ver que menos de 50% das empresas que praticam essas
GRAF. 4 não são utilizadas de forma sistemática, elas não      atividades investem nelas em “alto grau”. As demais 50%,
apresentam uma agenda parametrizada dentro da rotina           na sua maioria, afirmam existir apenas, “algum” ou “pouco”
organizacional. Através da análise do GRAF. 5, podemos         investimento em práticas inovativas.




Obs.: O respondente podia marcar entre 1 a 3 opções, o que totalizou 813 marcações.
Gráfico 5: Frequência de práticas inovativas nas empresas
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).

Não são apenas essas práticas consideradas incipientes         por essas organizações. Através do GRAF. 6, podemos
no que diz respeito às médias empresas brasileiras.            observar que é expressivo o número de empresas que não
Atividades como pesquisa básica, pesquisa aplicada,            exercem nenhuma dessas atividades ou que raramente
desenvolvimento experimental e nacionalização/                 as praticam, sendo que esse percentual varia entre 40,5%
tropicalização de produtos, que estão diretamente              e 57,9%, referentes, respectivamente, a desenvolvimento
relacionadas à inovação, também são pouco praticadas           experimental e nacionalização de produtos.




Gráfico 6: Frequência de práticas relacionadas à Inovação
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                              6
Frente ao exposto, pode-se concluir que o investimento      Indicadores de Controle
em Inovação e P&D ainda é pouco recorrente nas
médias empresas brasileiras. Essa afirmação pode            A maior parte das médias empresas brasileiras não utiliza
ser comprovada pelos dados do GRAF. 7, resultado            indicadores de controle em seu planejamento para avaliar
da resposta de 133 principais gestores dessas               a gestão da inovação, pesquisa e desenvolvimento. Dos
organizações diante da pergunta: “Qual percentual do        principais dirigentes das médias empresas brasileiras
faturamento anual, aproximadamente, é investido em          participantes da pesquisa, apenas 33,2% disseram
Inovação e P&D?”.                                           utilizar algum tipo de indicador, conforme demonstrado
                                                            no GRAF. 8.
Apenas 2% delas investem mais de 10% de seu
faturamento anual nessas atividades, sendo que,
do restante, 46% investem “nada” ou “muito pouco”.
Sendo assim, a média do faturamento anual das
médias empresas brasileiras nessas atividades é de
apenas 2,01%.




                                                            Gráfico 8: Utilização de indicadores de controle para avaliação
                                                            da gestão da inovação, P&D
                                                            Fonte: Elaborado pelos autores (2011).
                                                            Desse percentual (33,2%), os indicadores mais citados
                                                            foram, em sequência, número de novos produtos
                                                            e serviços, correspondendo a 43,9% da amostra;
                                                            percentual de faturamento, com 15,2%; número de
                                                            pesquisas publicadas, correspondente a 12,1%;
                                                            tempo de lançamento, com 4,5%, e número de novas
                                                            tecnologias adquiridas com 3%.

Gráfico 7: Investimento do faturamento anual em
Inovação e P&D
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).




Gráfico 9: Indicadores de controle mais utilizados
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).
Outros indicadores (21,3%) foram citados pelo restante dos participantes, porém individualmente.


           Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                               7
Envolvimento com Universidades e Institutos                      Dentre essa grande maioria, os motivos explicitados
de pesquisa                                                      para a falta de envolvimento com instituições, a fim de
                                                                 promover a inovação, foram: 26,6% dos integrantes
As médias empresas brasileiras tem baixo teor de                 da pesquisa dizem não perceber a necessidade;
envolvimento com universidades e institutos de pesquisa e        16% afirmam desconhecer oportunidades; 16% estão
desenvolvimento, o que, segundo autores e pesquisadores          em processo de desenvolvimento; 13,8% enxergam
do tema gestão da inovação, é uma prerrogativa à                 dificuldade de acesso; 10,6% acreditam não fazer
vantagem competitiva. Apenas 30,6% dos participantes             parte da cultura da empresa; 6,4% afirmam faltar
da pesquisa afirmam ter parcerias com universidades e/           oportunidades; 6,4% assumem ser por falta de iniciativa
ou institutos de pesquisa, contra uma taxa esmagadora de         da empresa e 4,3 % dizem ter falta de credibilidade em
69,4% que declaram não ter nenhum tipo de associação             bons resultados.
e/ou parceria para a inovação no Brasil ou no exterior.
                                                                 O GRAF. 11 demonstra que em relação à minoria que
Essa relação é mostrada no GRAF. 10.
                                                                 afirmou ter parcerias com universidades e/ou institutos
                                                                 de pesquisa e desenvolvimento, as mais citadas foram:
                                                                 FDC, com 14,8%; USP e Unicamp, com 9,9%; Senai
                                                                 com 8,6%; UFSC, com 6,2% Ital; com 4,9% e UFPR
                                                                 com 3,7%.




Gráfico 10: Envolvimento das empresas com universidades
e institutos de pesquisa e desenvolvimento
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).




Gráfico 11: Instituições que fazem parcerias com as médias empresas brasileiras
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).

Muitas outras instituições foram citadas, porém individualmente. Juntas, correspondem a 42% da amostra. Algumas
delas foram: UFMG, Cefet, Unilavras, PUC-RS, FMRP, UFRGS, Ufscar, Unicid, ABC, UFB, UFC, ITFPR, Nutec, UNB,
UFV, Unicastelo, PUC-RJ, Cetec, UFS, University of South Hampton e Institutos de Pesquisa na China.


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                             8
Ao analisar o gráfico 11, deve-se levar em consideração        Detalhando e explicitando os motivos que foram citados
que a FDC deteve significativo destaque em relação             pelos participantes e que resultam nessa alta taxa
às outras instituições pelo fato de que as empresas            (79,8%) de empresas que não são usuários de incentivos
participantes da pesquisa pertencem ao banco de                para inovar, temos: 48,9% dizem desconhecer o assunto;
empresas parceiras da FDC.                                     22,7% alegam falta de foco no assunto; 9,1% não têm
                                                               percepção da necessidade; 5,7% tentaram, mas não
                                                               tiveram aprovação de seus projetos; 5,7% afirmam ser
                                                               a burocracia o principal fator; e 4,5% dizem ser falta de
Linhas de Fomento à Inovação                                   cultura da empresa.
Como demostrado no GRAF. 12, do universo de                    Observa-se que, somando o número de pessoas que
empresas pesquisadas somente 20,2% das médias                  responderam: “desconhecimento do tema” e a “falta
empresas responderam fazer uso de alguma lei ou                de foco neste assunto”, elas representam 71,6% dos
programa de incentivo à inovação. Tal resultado está           motivos para que as linhas de incentivo à inovação não
compatível e proporcional com os dados obtidos pela            sejam usadas. Esse dado é preocupante, uma vez que
pesquisa do Pintec-2008 do IBGE.                               são diversas as linhas e programas oferecidos pelos
                                                               governos federal e estadual que podem atender a grande
                                                               parte dessas empresas.
                                                               Ao analisarmos a qual tipo de incentivo as médias
                                                               empresas recorrem, podemos ver que os recursos oriundos
                                                               do BNDES dominam com 46,6%. Essa preferência pode
                                                               ser explicada pela facilidade e menor burocracia do órgão
                                                               na liberação de créditos que, no entanto, não oferece
                                                               taxas tão atrativas e econômicas para o empresariado
                                                               que deseja inovar (vide GRAF. 13).

Gráfico 12: Uso de leis ou programas de incentivo a
inovação
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).




Gráfico 13: Tipos de incentivos à inovação mais indicados e usados pelas médias empresas brasileiras
Fonte: Elaborado pelos autores (2011).



          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                              9
Estratégias de Inovação                                     Gestão da Inovação
A questão da estratégia empresarial é de fundamental        “A gestão das atividades institucionais de ciência
importância para a sobrevivência das empresas.              e tecnologia, bem como a gestão das atividades
Considerando que o desafio de inovar constantemente é o     de Inovação, é condição sine qua non para que
fator de maior relevância na economia mundial (PORTER,      empresas, setores e países sobrevivam comercialmente.”
1985), esta deve estar inserida na estratégia das           (ZAWISLAK, 1994).
organizações. Porém menos de 50% dos respondentes
                                                            Como explicitado, apesar da clara importância da gestão
enxergam claramente a presença da inovação na
                                                            da inovação para o fortalecimento das empresas frente
estrutura das médias empresas brasileiras.
                                                            ao mercado incerto e cada vez mais exigente, as médias
Em média 42,67% dos participantes afirmam que:              empresas brasileiras se mostram pouco adeptas ao uso
                                                            dessa alternativa como diferencial competitivo.
   ••   nos princípios e valores estabelecidos em sua
        empresa está contemplada a inovação;                54,25% dos participantes dizem nunca ou raramente:
   ••   a inovação ocupa um papel claro no projeto             ••   existirem critérios claros para a seleção dos
        empresarial da empresa;                                     melhores projetos;
   ••   a alta direção estimula nos colaboradores da           ••   possuir um processo estruturado de gestão do
        empresa uma atitude orientada a inovar.                     conhecimento associado a inovação, pesquisa
                                                                    e desenvolvimento;
                                                               ••   possuir um processo estruturado de inteligência
Cultura Organizacional                                              de mercado que captura ideias para inovação,
                                                                    pesquisa e desenvolvimento;
Para que uma cultura de inovação se consolide, é de
                                                               ••   haver mecanismos de alinhamento dos projetos
grande importância que o ambiente de trabalho seja
                                                                    às tendências do mercado.
propício e favorável a sua implantação, estando, desse
modo, aberta a mudanças e a manifestações criativas.
Em contraposição, é expressivo o número de gestores
que acreditam que a cultura organizacional inibe            Parcerias para a Inovação
o desenvolvimento de atividades inovativas em
                                                            A criação de parcerias, embora tenha o intuito de
organizações de médio porte.                                fortalecer e fomentar a inovação, é muito pouco utilizado
Em média 38,4% dos respondentes acreditam que               pelas médias empresas brasileiras. Para Doz e Hamel
nunca ou raramente:                                         (1998), alianças estratégicas possibilitam a obtenção
                                                            de novas competências através da aprendizagem
   ••   Os colaboradores mais inovadores são
                                                            organizacional e construção da co-opção - aliança
        valorizados quando surge uma oportunidade de
                                                            temporária com concorrentes, empresas ou clientes
        promoção.
                                                            com tecnologias, produtos ou serviços complementares
   ••   Há autonomia dos funcionários para trabalharem      – criando massa crítica capaz de desafiar concorrentes
        em ideias e projetos, próprios ou de colegas, que   e criar novas oportunidades. Porém, fica claro que esse
        resultem em inovação.                               grupo ainda não se faz dessa estratégia.
   ••   As inovações desenvolvidas pela empresa             Em 73,6% das empresas integrantes da pesquisa,
        resultam muitas vezes de uma participação           inexistem ou são incipientes as parcerias com:
        ampla de colaboradores de diversas áreas da
                                                               ••   centro(s) de         P&D      (Pesquisa        e
        empresa.
                                                                    Desenvolvimento);
   ••   A empresa disponibiliza tempo e recursos para
                                                               ••   fornecedores no Brasil;
        a concepção e o desenvolvimento de projetos
        inovadores.                                            ••   fornecedores no exterior;

   ••   Nos programas de desenvolvimento dos                   ••   universidades no Brasil;
        colaboradores, as competências de inovação e           ••   ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia) no
        empreendedorismo têm papel de destaque.                     Brasil.




          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                          10
Barreiras à Inovação                                       dos participantes acreditarem que a inovação aparece
                                                           de forma evidente na ideologia da sua empresa, porém
São inúmeras as variáveis que afetam o potencial           grande parte (48,9%) diz desconhecer programas de
inovador das empresas. Como etapa final deste trabalho,    incentivo à Inovação. Isso corrobora a percepção de
o instrumento de pesquisa buscou avaliar as mais           que, no Brasil, a criação de uma cultura para inovação
significativas barreiras à inovação consideradas pelas     é essencial para que o empresariado enxergue o valor
médias empresas.                                           dessa como forma de trazer ganhos competitivos para
31,25% dos participantes consideram ser altas ou           a empresa.
grandes barreiras à Inovação:                              Existem grandes avanços a serem alcançados quando
   ••   Cultura conservadora, sem espaço para inovar.      o assunto é inovação. É preciso avançar no que tange
                                                           a cultura, processos, parcerias etc. As empresas de
   ••   Aversão ao risco.                                  médio porte, se quiserem crescer, precisarão correr atrás
   ••   Falta de patrocínio para as ideias inovadoras.     de uma gestão mais eficiente da inovação, tornando o
                                                           tema prioridade estratégica, podendo assim dar o salto
   ••   Cultura departamental, hierarquizada e
                                                           competitivo que elas precisam.
        burocratizada.




                 Conclusão                                                Referências
De acordo com a literatura, uma empresa dita inovadora     ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa e
é aquela capaz de mobilizar os seus colaboradores a        Desenvolvimento das Empresas Inovadoras. Os novos
criarem novas rotinas e produtos que possam se tornar      instrumentos de apoio à inovação: uma avaliação inicial,
diferenciais e que tragam ganho para a organização.        2009.
Uma estrutura para inovação inclui tê-la como opção
estratégica, fomentar a cultura para inovação, além de     ARRUDA, C; BARCELLOS, E. Criando Empresas
ter métodos de gestão que criem processos facilitadores,   Inovadoras. Revista DOM, Minas Gerais, maio/ 2009.
acompanhados de indicadores de gestão. Diante desse        AYYAGARI, M.; BEEK,T.; DEMIRGUÇ-KUNT, A. Small
cenário, os resultados obtidos através da pesquisa         and Medium Entrerprises across the Globe – 2005.
realizada pela Fundação Dom Cabral com as médias
                                                           CARON, A. A Inovação Tecnológica em Pequenas e
empresas brasileiras comprovam o que outras pesquisas
                                                           Medias Empresas, 2004.
realizadas pela FDC sobre inovação vêm mostrando:
as empresas brasileiras, independentemente do porte,       DOSI, Giovanni, FREEMAN, C. (1992). The diversity of
desconhecem o que é inovação e a sua importância no        development patterns: on the processes of catching-up,
que tange à competitividade e sustentação do negócio.      forging ahead, and failing behind. Varena. (International
Os resultados apresentados neste caderno de ideias         Economic Association, congress).
demonstram que ainda há muito discurso e pouca
                                                           DOSI, Giovanni. Sources,Procedures, and Microeconomic
ação nas empresas de médio porte quando o assunto
                                                           Effects of Innovation. Journal of Economic Literature, Vol.
é inovação.
                                                           XXVI, 1988.
Considerando relevância das médias empresas na
                                                           DOZ, Y. L.; HAMEL. G. Alliance Advantage. Harvard
economia e também na cadeia produtiva das grandes
                                                           Business School, 1998.
empresas, torna-se necessário que a inovação adquira
uma posição de destaque dentro da estratégia e das         DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor:
metas organizacionais. É preciso encarar o tema            prática e princípios. São Paulo: Thompson/Pioneira,
com uma nova percepção, tratando a inovação como           2002.
prioridade e também como opção para o crescimento.         HENDERSON, R.M; CLARK, K.B. Architectural
As empresas de médio porte pesquisadas não possuem         Innovation: The Reconfiguration of Existing Product
uma direção clara da inovação em sua estratégia            Technologies and the Failure of Established Firms.
empresarial, sendo que a ausência do conhecimento          Administrative Science Quarterly, 1990.
do papel da inovação pode ser apontada como principal      IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
motivo para esse baixo envolvimento. Um exemplo que        Demografia das Empresas, 2009.
explicita esse fato na pesquisa é a contradição de 71,2%


          Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204                                                            11
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC, 2008.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC, 2005.
INACIO JUNIOR, E. Padrões de inovação em pequenas e
medias empresas e suas implicações para o desempenho
inovativo e organizacional. UNICAMP, 2008.
PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change:
Towards a taxonomy and theory. Science Policy Unit,
University of Sussex, Brighton, UK, 1984.
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Editora Campus,
1985.
PUGA, F. P. Experiências de apoio às Pequenas e
Médias Empresas nos Estados Unidos, na Itália e em
Taiwan.– BNDES, 2000.
ZAWISLAK, P.A. A relação entre o conhecimento e
o desenvolvimento: essência do progresso técnico -
UFRGS,1994




         Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204   12

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Artigo para submissão ec 06 08
Artigo para submissão ec 06 08Artigo para submissão ec 06 08
Artigo para submissão ec 06 08Eduardo Carpejani
 
CI - 2015 - micro pequenas e médias empresas
CI - 2015 - micro pequenas e médias empresasCI - 2015 - micro pequenas e médias empresas
CI - 2015 - micro pequenas e médias empresasDelta Economics & Finance
 
Os desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no Brasil
Os desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no BrasilOs desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no Brasil
Os desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no BrasilFundação Dom Cabral - FDC
 
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresasNovos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresasFundação Dom Cabral - FDC
 
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilGestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilFundação Dom Cabral - FDC
 
Empreender 2004 2007 INE
Empreender 2004 2007 INEEmpreender 2004 2007 INE
Empreender 2004 2007 INEMaria Santos
 
An Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication Enterprise
An Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication EnterpriseAn Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication Enterprise
An Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication Enterprisefabio.prado
 
Empresa familiar x competitividade
Empresa familiar x competitividadeEmpresa familiar x competitividade
Empresa familiar x competitividadeLenne Noronha
 
Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...
Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...
Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...Flavio Estaiano
 
Técnicas de Vendas - Princípios de Marketing de Serviços
Técnicas de Vendas - Princípios de Marketing de ServiçosTécnicas de Vendas - Princípios de Marketing de Serviços
Técnicas de Vendas - Princípios de Marketing de ServiçosPreOnline
 
4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas
4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas
4.4.hidalgo tecnologias mais produtivassmtpinov
 

La actualidad más candente (20)

31 997320837 construtora
31 997320837  construtora31 997320837  construtora
31 997320837 construtora
 
Produtividade e Inovação no Brasil
Produtividade e Inovação no BrasilProdutividade e Inovação no Brasil
Produtividade e Inovação no Brasil
 
Mercados Inclusivos no Brasil
Mercados Inclusivos no BrasilMercados Inclusivos no Brasil
Mercados Inclusivos no Brasil
 
Artigo para submissão ec 06 08
Artigo para submissão ec 06 08Artigo para submissão ec 06 08
Artigo para submissão ec 06 08
 
CI - 2015 - micro pequenas e médias empresas
CI - 2015 - micro pequenas e médias empresasCI - 2015 - micro pequenas e médias empresas
CI - 2015 - micro pequenas e médias empresas
 
31 997320837 construtora
31 997320837  construtora31 997320837  construtora
31 997320837 construtora
 
Os desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no Brasil
Os desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no BrasilOs desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no Brasil
Os desafios enfrentados pelo empreendedorismo de base tecnológica no Brasil
 
Pme2010
Pme2010Pme2010
Pme2010
 
Inovacao
InovacaoInovacao
Inovacao
 
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresasNovos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
 
Revista Melhor: programa RH Triple A FDC
Revista Melhor: programa RH Triple A FDCRevista Melhor: programa RH Triple A FDC
Revista Melhor: programa RH Triple A FDC
 
Roberta
RobertaRoberta
Roberta
 
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilGestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
 
Empreender 2004 2007 INE
Empreender 2004 2007 INEEmpreender 2004 2007 INE
Empreender 2004 2007 INE
 
Da transformação à maturidade digital
Da transformação à maturidade digitalDa transformação à maturidade digital
Da transformação à maturidade digital
 
An Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication Enterprise
An Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication EnterpriseAn Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication Enterprise
An Metric of Innovation Analysis. The Case of Telecommunication Enterprise
 
Empresa familiar x competitividade
Empresa familiar x competitividadeEmpresa familiar x competitividade
Empresa familiar x competitividade
 
Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...
Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...
Desindustrialização, rearranjo industrial e desemprego no Brasil. O caso do A...
 
Técnicas de Vendas - Princípios de Marketing de Serviços
Técnicas de Vendas - Princípios de Marketing de ServiçosTécnicas de Vendas - Princípios de Marketing de Serviços
Técnicas de Vendas - Princípios de Marketing de Serviços
 
4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas
4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas
4.4.hidalgo tecnologias mais produtivas
 

Destacado

Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...
Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...
Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...Simone Elisa Heitor
 
Evaluación del aprendizaje
Evaluación del aprendizajeEvaluación del aprendizaje
Evaluación del aprendizajeNatalia
 
Qué son las teorías de aprendizaje
Qué son las teorías de aprendizajeQué son las teorías de aprendizaje
Qué son las teorías de aprendizajeEriferal
 
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..Janelas21
 
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Thiago Lemos
 
Manual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 b
Manual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 bManual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 b
Manual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 bKte Salazar Diaz
 
Cuidados Paliativos y espiritualidad
Cuidados Paliativos y espiritualidadCuidados Paliativos y espiritualidad
Cuidados Paliativos y espiritualidadJose Catala
 
Apresentação Metodologia Intangible Assets Management DOM Strategy Partner...
 Apresentação  Metodologia Intangible Assets Management  DOM Strategy Partner... Apresentação  Metodologia Intangible Assets Management  DOM Strategy Partner...
Apresentação Metodologia Intangible Assets Management DOM Strategy Partner...DOM Strategy Partners
 
TEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez Giménez
TEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez GiménezTEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez Giménez
TEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez GiménezJUAN TIMOTEO RODRIGUEZ GIMENEZ
 
Strategic brand management ppt
Strategic brand management ppt Strategic brand management ppt
Strategic brand management ppt Babasab Patil
 
Sesion 2 teorias del aprendizaje e instrucción
Sesion 2 teorias del aprendizaje e instrucciónSesion 2 teorias del aprendizaje e instrucción
Sesion 2 teorias del aprendizaje e instrucciónROSA IMELDA GARCIA CHI
 
Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...
Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...
Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...Irekia - EJGV
 
Programa de estudio 2° básico matemáticas
Programa de estudio 2° básico matemáticasPrograma de estudio 2° básico matemáticas
Programa de estudio 2° básico matemáticasLeón H. Valenzuela G
 

Destacado (20)

Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...
Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...
Um futuro incerto: Projetos e expectativas de familiares que convivem com pes...
 
Economia y el Ambiente
Economia y el  AmbienteEconomia y el  Ambiente
Economia y el Ambiente
 
Evaluación del aprendizaje
Evaluación del aprendizajeEvaluación del aprendizaje
Evaluación del aprendizaje
 
Diceox
DiceoxDiceox
Diceox
 
Qué son las teorías de aprendizaje
Qué son las teorías de aprendizajeQué son las teorías de aprendizaje
Qué son las teorías de aprendizaje
 
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
 
Pan Orientation
Pan OrientationPan Orientation
Pan Orientation
 
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
Revolucionário ou reformista? Prós e contra do sindicato segundo Errico Malat...
 
Manual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 b
Manual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 bManual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 b
Manual de guías de laboratorio de bioquímica 2013 b
 
Cuidados Paliativos y espiritualidad
Cuidados Paliativos y espiritualidadCuidados Paliativos y espiritualidad
Cuidados Paliativos y espiritualidad
 
Apresentação Metodologia Intangible Assets Management DOM Strategy Partner...
 Apresentação  Metodologia Intangible Assets Management  DOM Strategy Partner... Apresentação  Metodologia Intangible Assets Management  DOM Strategy Partner...
Apresentação Metodologia Intangible Assets Management DOM Strategy Partner...
 
PGA Curso 2015-2016
PGA Curso 2015-2016PGA Curso 2015-2016
PGA Curso 2015-2016
 
conductismo y cognositivismo
conductismo y cognositivismoconductismo y cognositivismo
conductismo y cognositivismo
 
TEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez Giménez
TEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez GiménezTEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez Giménez
TEORIAS NATIVISTAS Por Juan Timoteo Rodríguez Giménez
 
Strategic brand management ppt
Strategic brand management ppt Strategic brand management ppt
Strategic brand management ppt
 
Plano de aula 01
Plano de aula 01Plano de aula 01
Plano de aula 01
 
Sesion 2 teorias del aprendizaje e instrucción
Sesion 2 teorias del aprendizaje e instrucciónSesion 2 teorias del aprendizaje e instrucción
Sesion 2 teorias del aprendizaje e instrucción
 
Taller de investigación
Taller de investigaciónTaller de investigación
Taller de investigación
 
Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...
Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...
Abordaje de los Cuidados Paliativos en Euskadi. Un proceso de atención y mejo...
 
Programa de estudio 2° básico matemáticas
Programa de estudio 2° básico matemáticasPrograma de estudio 2° básico matemáticas
Programa de estudio 2° básico matemáticas
 

Similar a Inovação nas médias empresas Brasileiras, um desafio para a competitividade

Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?
Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?
Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?Fundação Dom Cabral - FDC
 
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...Documentar Tecnologia e Informação
 
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...Lucas Amaral Lauriano
 
Revista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovação
Revista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovaçãoRevista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovação
Revista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovaçãoRicardo Puga
 
2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica
2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica
2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base TecnológicaLeandro de Castro
 
Gestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porte
Gestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porteGestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porte
Gestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porteJoyce Silva
 
Enanpad1998 rh-11
Enanpad1998 rh-11Enanpad1998 rh-11
Enanpad1998 rh-11Julio Pires
 
01277777155
0127777715501277777155
01277777155Leandro
 
As PMEs que mais crescem no Brasil 2017
As PMEs que mais crescem no Brasil 2017As PMEs que mais crescem no Brasil 2017
As PMEs que mais crescem no Brasil 2017João Rafael Lopes
 
MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...
MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...
MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...Cristiano Machado
 
Artigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias Empresas
Artigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias EmpresasArtigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias Empresas
Artigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias EmpresasPeterson Danda
 
A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_
A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_
A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_andre lopes
 
Estudo de caso Grupo VF Corporation
Estudo de caso Grupo VF CorporationEstudo de caso Grupo VF Corporation
Estudo de caso Grupo VF CorporationMarco Oliveira
 
Critérios de seleção de propjetos para incubadoras
Critérios de seleção de propjetos para incubadorasCritérios de seleção de propjetos para incubadoras
Critérios de seleção de propjetos para incubadorasJosé Adeodato
 
Obstaculos de investimento em p&d em empresas no brasil
Obstaculos de investimento em p&d em empresas no brasilObstaculos de investimento em p&d em empresas no brasil
Obstaculos de investimento em p&d em empresas no brasilEverson Rodrigues
 
As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...
As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...
As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...RogerioPauloNiza
 
Boletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - Empreendedorismo
Boletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - EmpreendedorismoBoletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - Empreendedorismo
Boletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - EmpreendedorismoMarkEsalq
 

Similar a Inovação nas médias empresas Brasileiras, um desafio para a competitividade (20)

Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?
Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?
Empreendedorismo corporativo: A nova fronteira da inovação?
 
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
INOVATEC 2009 - Gestao de informação e conhecimento como suporte ao processo ...
 
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
Inovação Sustentável Empresarial - O modelo de base tripla para atuação suste...
 
Revista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovação
Revista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovaçãoRevista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovação
Revista Dom - Como desenhar uma estratégia de inovação
 
2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica
2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica
2010: Plano de Negócios e Incubação de Empresas de Base Tecnológica
 
Gestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porte
Gestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porteGestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porte
Gestão estratégica nas empresas de pequeno e médio porte
 
Apostila adm pm es
Apostila  adm pm esApostila  adm pm es
Apostila adm pm es
 
Enanpad1998 rh-11
Enanpad1998 rh-11Enanpad1998 rh-11
Enanpad1998 rh-11
 
01277777155
0127777715501277777155
01277777155
 
As PMEs que mais crescem no Brasil 2017
As PMEs que mais crescem no Brasil 2017As PMEs que mais crescem no Brasil 2017
As PMEs que mais crescem no Brasil 2017
 
MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...
MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...
MARKETING EMPREENDEDOR - Apresentação - Trabalho de conclusão de curso do MBA...
 
Informatica12
Informatica12Informatica12
Informatica12
 
Artigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias Empresas
Artigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias EmpresasArtigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias Empresas
Artigo: Gestão de Projetos para Pequenas e Médias Empresas
 
A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_
A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_
A importancia da_comunicacao_interna_estrategica_
 
Estudo de caso Grupo VF Corporation
Estudo de caso Grupo VF CorporationEstudo de caso Grupo VF Corporation
Estudo de caso Grupo VF Corporation
 
Critérios de seleção de propjetos para incubadoras
Critérios de seleção de propjetos para incubadorasCritérios de seleção de propjetos para incubadoras
Critérios de seleção de propjetos para incubadoras
 
Obstaculos de investimento em p&d em empresas no brasil
Obstaculos de investimento em p&d em empresas no brasilObstaculos de investimento em p&d em empresas no brasil
Obstaculos de investimento em p&d em empresas no brasil
 
As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...
As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...
As micro e pequenas empresas em Portugal têm um tempo médio de vida muito cur...
 
Artigo
ArtigoArtigo
Artigo
 
Boletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - Empreendedorismo
Boletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - EmpreendedorismoBoletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - Empreendedorismo
Boletim MarkEsalq Ano 3 Nº10/Abril 2015 - Empreendedorismo
 

Más de Fundação Dom Cabral - FDC

Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?Fundação Dom Cabral - FDC
 
A representação da mulher na música popular brasileira
A representação da mulher na música popular brasileiraA representação da mulher na música popular brasileira
A representação da mulher na música popular brasileiraFundação Dom Cabral - FDC
 
Comércio internacional no século XXI: alternativas para o Brasil
Comércio internacional no século XXI:  alternativas para o BrasilComércio internacional no século XXI:  alternativas para o Brasil
Comércio internacional no século XXI: alternativas para o BrasilFundação Dom Cabral - FDC
 
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderançaMulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderançaFundação Dom Cabral - FDC
 
Construindo uma organização de livre desempenho
Construindo uma organização de livre desempenhoConstruindo uma organização de livre desempenho
Construindo uma organização de livre desempenhoFundação Dom Cabral - FDC
 
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios Fundação Dom Cabral - FDC
 
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0Fundação Dom Cabral - FDC
 
Tendências do comportamento de consumo infantil
Tendências do comportamento de consumo infantilTendências do comportamento de consumo infantil
Tendências do comportamento de consumo infantilFundação Dom Cabral - FDC
 
Workshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagem
Workshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagemWorkshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagem
Workshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagemFundação Dom Cabral - FDC
 
Veja as 10 empresas com a melhor reputação no Brasil
Veja as 10 empresas com a melhor reputação no BrasilVeja as 10 empresas com a melhor reputação no Brasil
Veja as 10 empresas com a melhor reputação no BrasilFundação Dom Cabral - FDC
 

Más de Fundação Dom Cabral - FDC (20)

Introdução ao estudo da liderança
Introdução ao estudo da liderançaIntrodução ao estudo da liderança
Introdução ao estudo da liderança
 
PILT FDC 2018
PILT FDC 2018PILT FDC 2018
PILT FDC 2018
 
Personality insights 2017
Personality insights 2017Personality insights 2017
Personality insights 2017
 
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
 
Governança e sustentabilidade
Governança e sustentabilidadeGovernança e sustentabilidade
Governança e sustentabilidade
 
A representação da mulher na música popular brasileira
A representação da mulher na música popular brasileiraA representação da mulher na música popular brasileira
A representação da mulher na música popular brasileira
 
Comércio internacional no século XXI: alternativas para o Brasil
Comércio internacional no século XXI:  alternativas para o BrasilComércio internacional no século XXI:  alternativas para o Brasil
Comércio internacional no século XXI: alternativas para o Brasil
 
Digitalização e Capital Humano - Pesquisa FDC
Digitalização e Capital Humano - Pesquisa FDCDigitalização e Capital Humano - Pesquisa FDC
Digitalização e Capital Humano - Pesquisa FDC
 
Nota trimestral de conjuntura
Nota trimestral de conjunturaNota trimestral de conjuntura
Nota trimestral de conjuntura
 
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderançaMulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
 
Construindo uma organização de livre desempenho
Construindo uma organização de livre desempenhoConstruindo uma organização de livre desempenho
Construindo uma organização de livre desempenho
 
A era do consumo compartilhado
A era do consumo compartilhadoA era do consumo compartilhado
A era do consumo compartilhado
 
Os estímulos necessários para a inovação
Os estímulos necessários para a inovaçãoOs estímulos necessários para a inovação
Os estímulos necessários para a inovação
 
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
 
Learning Journey - Schulich Canada
Learning Journey - Schulich CanadaLearning Journey - Schulich Canada
Learning Journey - Schulich Canada
 
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
 
Tendências do comportamento de consumo infantil
Tendências do comportamento de consumo infantilTendências do comportamento de consumo infantil
Tendências do comportamento de consumo infantil
 
Workshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagem
Workshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagemWorkshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagem
Workshop Maker: Colocando em prática ferramentas de prototipagem
 
Preparação para a indústria inteligente
Preparação para a  indústria inteligente  Preparação para a  indústria inteligente
Preparação para a indústria inteligente
 
Veja as 10 empresas com a melhor reputação no Brasil
Veja as 10 empresas com a melhor reputação no BrasilVeja as 10 empresas com a melhor reputação no Brasil
Veja as 10 empresas com a melhor reputação no Brasil
 

Inovação nas médias empresas Brasileiras, um desafio para a competitividade

  • 1. CI1204 Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no Desempenho das Empresas Brasileiras Inovação nas médias empresas brasileiras Um desafio para a competitividade Carlos Arruda, Fabian Salum, Luiza Grisolia e Raoni Pereira. Apresentação devido ao fato de que essas companhias demonstram grande capacidade de adaptação frente às mudanças tecnológicas (PUGA, 2000). Sendo assim, em períodos E ste caderno de ideias pretende mostrar os resultados da pesquisa, realizada pela Fundação Dom Cabral, que, de instabilidade econômica, são facilitadoras do processo de reestruturação, minimizando impactos sobre as grandes empresas. ao longo de dois anos de trabalho, buscou compreender e analisar a participação e relevância da inovação na Vale aqui ressaltar que qualquer estudo do perfil das estratégia das empresas brasileiras de médio porte. empresas brasileiras encontrará uma clara dificuldade na Desse modo, além de gerar conhecimento, espera-se sua execução, principalmente em identificar o parâmetro que auxilie no desenvolvimento estratégico da inovação a ser seguido para diferenciar o porte das empresas. como um dos possíveis diferenciais competitivos para Não existe um critério único para essa definição, o que essas organizações. é uma prerrogativa para a comparação e referência dos dados. Número de empregados ou porcentagem Este trabalho está organizado em três seções. A de faturamento são alguns dos critérios mais utilizados primeira seção, além de descrever a definição de porte para definição de porte. adotada na pesquisa em questão, busca mostrar a importância das médias empresas no cenário econômico Neste trabalho, a classificação adotada para as nacional, enfatizando a relevância da inovação para médias e média–grandes empresas brasileiras é a o desenvolvimento destas. A segunda seção expõe a mesma considerada pelo BNDES (Banco Nacional metodologia utilizada na pesquisa e a caracterização de Desenvolvimento e Econômico e Social), isto é, da amostra. Por último, a terceira seção faz uma análise uma empresa que se caracterize no setor industrial, descritiva dos dados coletados e conclui com uma comercial, de serviço e/ou agronegócio com receita ponderação do cenário traçado pela pesquisa, frisando operacional bruta anual maior que R$ 16 milhões e até a importância do tema. R$ 300 milhões. (TAB. 1). TABELA 1 Porte das empresas segundo faturamento anual Seção 1 Porte Faturamento Anual Microempresa Até R$ 2,4 milhões Introdução Acima de R$ 2,4 milhões até As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) Pequena empresa R$ 16 milhões brasileiras exercem extrema relevância no atual cenário socioeconômico brasileiro. É crescente o reconhecimento Acima de R$ 16 milhões até Média empresa do papel desempenhado por essas organizações R$ 90 milhões em promover crescimento econômico, geração de Empresa média- Acima de R$ 90 milhões até renda e emprego. Além disso, as MPMEs estão grande R$ 300 milhões diretamente relacionadas à recuperação sustentável Grande empresa Acima de R$ 300 milhões da economia no cenário global e regional (AYYAGARI; BECK; DEMIRGUÇ-KUNT, 2005). Isto acontece Fonte: BNDES, 2011.
  • 2. De acordo com estudo realizado pelo IBGE a respeito da conjunto, as médias detêm maior participação no pessoal demografia das empresas (TAB. 2), em 2009, das 30.935 assalariado, com 25,9%, enquanto as pequenas absorvem empresas de alto crescimento no Brasil, 51,3% eram somente 10,6%. Além disso, 36,7% das empresas que pequenas, 39,0% médias e 9,7% grandes. Entre as gazelas, eram de pequeno porte, em 2006, conseguiram tornar-se termo que se refere às organizações mais novas, 55,0% médias; e das organizações que já eram consideradas de eram pequenas, 38,4% médias e apenas 6,6% grandes. médio porte, 60,8% permaneceram, ao passo que 39,2% Apesar de as pequenas empresas predominarem nesse tornaram-se grandes. TABELA 2 Distribuição das empresas de alto crescimento segundo porte Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2006-2009. É, portanto, significativo o estudo das organizações organizações, é importante que a empresa estruture de menor porte, a fim de compreender a dinâmica e a processos, estratégias e gestão que venham a favorecer formação da estratégia por elas exercida. Entretanto, as atividades inovadoras (ARRUDA et al., 2009). a literatura especializada ainda é muito focada nas Nesse contexto, a inovação pode ser entendida como grandes empresas e, quando se trata das micro, alocação de recursos para exploração e desenvolvimento pequenas e médias empresas, estas são trabalhadas em de novos produtos e processos que visem explorar conjunto. Mesmo que aparentemente elas apresentem novas oportunidades de mercado (DOSI, 1988). Da características semelhantes, a categoria que usualmente mesma maneira, o processo inovativo é caracterizado recebe menos importância relativa aos dados fornecidos pela apropriação de lucros diferenciados no mercado é o de médias empresas que, por serem minoria no por parte da empresa inovadora (TEECE, 1986) e pela grupo, possuem grande lacuna de conhecimento e geração de produtos/processos com aceitabilidade no escassez de dados, sendo necessários maiores estudos mercado. (HENDERSON, 1990; PAVITT, 1984; DOSI; sobre a dinâmica das empresas de médio porte. FREEMAN, 1992). Considerando o cenário brasileiro, foco deste trabalho, o investimento em inovação é ainda considerado incipiente, principalmente nas empresas de menor porte. De acordo Inovação nas Médias Empresas com a Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC, 2005), realizada pelo IBGE, comprovou-se Tendo em vista que a inovação está fortemente ligada que o porte das empresas tem relação direta com a à estratégia empresarial, esse é um importante fator realização e o perfil da inovação nas empresas, ou seja, de alavancagem das empresas, conduzindo-as a uma quanto maior é o porte das organizações, maiores são situação de destaque nos mercados (DRUCKER, 2002). as taxas de inovação, tanto geral quanto de produtos e Deste modo, a inovação constitui uma alternativa para processos. De fato, a taxa de inovação geral no estrato médias empresas se inserirem competitivamente num de maior porte (68,4%) foi mais que o dobro da taxa processo de demandas instáveis e diferenciadas (CARON, registrada para as empresas que ocupam de 10 a 49 2004). Entretanto, para que a inovação seja realidade nas pessoas (28,9%). (TAB.3) Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 2
  • 3. TABELA 3 Desempenho inovador por parte das empresas, período 2003-2005. Fonte: IBGE- PINTEC, 2005. Considerando que o tema “Inovação nas médias Foram enviados ao todo 825 questionários, e a taxa empresas” sofre da falta de estudos abrangentes de retorno foi de 28,2%. Participaram da análise 233 e sistemáticos e que é evidente a relação entre o respondentes de 149 diferentes empresas distribuídas crescimento econômico, as atividades inovadoras e o em 4 regiões do Brasil. Como demonstrado na FIG. 1, papel desempenhado pelas médias empresas (INACIO a maior parte das empresas brasileiras participantes da JÚNIOR, 2008); este caderno de ideias pretende pesquisa localiza-se na região Sudeste, contribuindo acrescentar dados sobre o tema a fim de suprir a lacuna com 57,7% da amostra. Em seguida, estão as empresas de conhecimento existente e, desta maneira, entender nordestinas, que representam 22,8%; as empresas da como acontece a inovação nas médias empresas região Sul, com 16,8% e; por último, as organizações brasileiras. da região Centro-Oeste, com 2,7%. Seção 2 Metodologia e Caracterização da Amostra A coleta de dados foi conduzida com a aplicação de questionários on-line por meio do software SurveyMonkey, que, além de permitir a montagem do instrumento de pesquisa, auxiliou o envio, a tabulação dos dados e a geração dos gráficos, possibilitando maior confiabilidade aos resultados. O acesso dos participantes ao questionário foi obtido, via e-mail, por um link gerado pelo programa juntamente com uma carta explicativa. Com o intuito de facilitar o trabalho dos dados, foram criados links separados por regiões do Brasil. Figura 1: Localização das empresas participantes da pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores (2011) Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 3
  • 4. O GRAF. 1 demonstra que os cargos dos respondentes No que diz respeito ao perfil das organizações da pesquisa são, em sua maioria, de presidentes, participantes da pesquisa, elas se dividem em quatro diretores e gerentes de médias empresas brasileiras, diferentes setores de atuação: Indústria, Serviços, correspondendo a 77,7% da amostra. O restante está Agronegócio e Comércio. Como demonstrado no GRAF. entre coordenadores, supervisores e outros dirigentes. 2, a amostra analisada possui maior representatividade no setor de serviços, sendo 49,4% dos respondentes pertencentes a empresas desse setor. Em segundo lugar, encontra-se o setor industrial, que corresponde a 37,3% da amostra. Em seguida, situam-se os setores Comércio e Agronegócio, que contribuem com 10,7% e 1,7% da amostra, respectivamente. Gráfico 1: Cargo dos respondentes da pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores (2011) Gráfico 2: Setor empresarial Fonte: Elaborado pelos autores (2011) O questionário em questão foi composto por seis respostas válidas ou item mais respondido como forma blocos: Caracterização da empresa, Caracterização de garantir que as respostas à pesquisa representassem do respondente, Estratégia de Inovação, Cultura com maior significância e relevância a opinião dos Organizacional, Gestão da Inovação, Processos de executivos consultados nas empresas. Inovação e Barreiras à Inovação. A análise fatorial foi realizada com o auxílio do software As respostas oriundas dos cinco últimos blocos possuíam de estatística SPSS que, através de uma série de de 9 a 15 itens e foram tabuladas e analisadas utilizando testes estatísticos, foi capaz de analisar a significância a escala Likert. Com o intuito de reduzir o número de e a correlação entre as variáveis do sistema. Por meio itens de cada questão e caracterizar de maneira mais de relatórios gerados pelo software, em conjunto com adequada e sucinta cada bloco, foi utilizada uma técnica a interpretação e análise dos critérios, fizemos uma de análise multivariada de dados denominada Análise seleção de quais eram os itens que representavam de Fatorial. Esse método teve como objetivo principal criar maneira mais adequada cada bloco. Dessa maneira critérios de seleção para os principais itens respondidos foi possível reduzir cada questão para 3 a 5 itens sem em cada bloco. Ao realizar a análise da qualidade dos comprometer as informações coletadas. dados, procurou-se identificar a concentração das Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 4
  • 5. Seção 3: que não: a inovação não aparece de forma evidente na estratégia de seus concorrentes. Análise Descritiva dos Resultados A inovação como parte integrante da estratégia da empresa Olhando para “dentro” de suas organizações, 153 respondentes (71,2%) acreditam que a inovação aparece de forma evidente na ideologia da sua empresa, sendo explicitada como um valor ou ainda claramente identificada na visão da empresa. Em contrapartida, conforme demonstrado no GRAF. 3, ao analisar a concorrência, o “olhar para fora”, apenas 47 respondentes (22,2%) afirmam que a inovação aparece de forma evidente na estratégia de seus principais concorrentes. 101 respondentes (47,6%) acreditam que em alguns concorrentes é evidente; 38 respondentes Gráfico 3: A inovação como parte integrante da estratégia das (17,9%) afirmam que é evidente somente em poucos empresas concorrentes e 26 respondentes (12,3%) responderam Fonte: Elaborado pelos autores (2011) Práticas inovativas nas empresas Considerando como principal prática inovativa a inovação em produtos, em serviços, em processos, na gestão e na criação de novos modelos de negócios, podemos afirmar, conforme demonstrado no GRAF. 4, que as práticas dessas atividades nas organizações estão todas presentes e oscilam entre 16,7% e 23,3%. Verifica-se ainda que as mesmas não seguem um padrão e variam, proporcionalmente, de acordo com o setor e a estratégia empresarial. Gráfico 4: Presença de práticas inovativas nas empresas Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 5
  • 6. Em contrapartida, nota-se que as atividades descritas no ver que menos de 50% das empresas que praticam essas GRAF. 4 não são utilizadas de forma sistemática, elas não atividades investem nelas em “alto grau”. As demais 50%, apresentam uma agenda parametrizada dentro da rotina na sua maioria, afirmam existir apenas, “algum” ou “pouco” organizacional. Através da análise do GRAF. 5, podemos investimento em práticas inovativas. Obs.: O respondente podia marcar entre 1 a 3 opções, o que totalizou 813 marcações. Gráfico 5: Frequência de práticas inovativas nas empresas Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Não são apenas essas práticas consideradas incipientes por essas organizações. Através do GRAF. 6, podemos no que diz respeito às médias empresas brasileiras. observar que é expressivo o número de empresas que não Atividades como pesquisa básica, pesquisa aplicada, exercem nenhuma dessas atividades ou que raramente desenvolvimento experimental e nacionalização/ as praticam, sendo que esse percentual varia entre 40,5% tropicalização de produtos, que estão diretamente e 57,9%, referentes, respectivamente, a desenvolvimento relacionadas à inovação, também são pouco praticadas experimental e nacionalização de produtos. Gráfico 6: Frequência de práticas relacionadas à Inovação Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 6
  • 7. Frente ao exposto, pode-se concluir que o investimento Indicadores de Controle em Inovação e P&D ainda é pouco recorrente nas médias empresas brasileiras. Essa afirmação pode A maior parte das médias empresas brasileiras não utiliza ser comprovada pelos dados do GRAF. 7, resultado indicadores de controle em seu planejamento para avaliar da resposta de 133 principais gestores dessas a gestão da inovação, pesquisa e desenvolvimento. Dos organizações diante da pergunta: “Qual percentual do principais dirigentes das médias empresas brasileiras faturamento anual, aproximadamente, é investido em participantes da pesquisa, apenas 33,2% disseram Inovação e P&D?”. utilizar algum tipo de indicador, conforme demonstrado no GRAF. 8. Apenas 2% delas investem mais de 10% de seu faturamento anual nessas atividades, sendo que, do restante, 46% investem “nada” ou “muito pouco”. Sendo assim, a média do faturamento anual das médias empresas brasileiras nessas atividades é de apenas 2,01%. Gráfico 8: Utilização de indicadores de controle para avaliação da gestão da inovação, P&D Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Desse percentual (33,2%), os indicadores mais citados foram, em sequência, número de novos produtos e serviços, correspondendo a 43,9% da amostra; percentual de faturamento, com 15,2%; número de pesquisas publicadas, correspondente a 12,1%; tempo de lançamento, com 4,5%, e número de novas tecnologias adquiridas com 3%. Gráfico 7: Investimento do faturamento anual em Inovação e P&D Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Gráfico 9: Indicadores de controle mais utilizados Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Outros indicadores (21,3%) foram citados pelo restante dos participantes, porém individualmente. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 7
  • 8. Envolvimento com Universidades e Institutos Dentre essa grande maioria, os motivos explicitados de pesquisa para a falta de envolvimento com instituições, a fim de promover a inovação, foram: 26,6% dos integrantes As médias empresas brasileiras tem baixo teor de da pesquisa dizem não perceber a necessidade; envolvimento com universidades e institutos de pesquisa e 16% afirmam desconhecer oportunidades; 16% estão desenvolvimento, o que, segundo autores e pesquisadores em processo de desenvolvimento; 13,8% enxergam do tema gestão da inovação, é uma prerrogativa à dificuldade de acesso; 10,6% acreditam não fazer vantagem competitiva. Apenas 30,6% dos participantes parte da cultura da empresa; 6,4% afirmam faltar da pesquisa afirmam ter parcerias com universidades e/ oportunidades; 6,4% assumem ser por falta de iniciativa ou institutos de pesquisa, contra uma taxa esmagadora de da empresa e 4,3 % dizem ter falta de credibilidade em 69,4% que declaram não ter nenhum tipo de associação bons resultados. e/ou parceria para a inovação no Brasil ou no exterior. O GRAF. 11 demonstra que em relação à minoria que Essa relação é mostrada no GRAF. 10. afirmou ter parcerias com universidades e/ou institutos de pesquisa e desenvolvimento, as mais citadas foram: FDC, com 14,8%; USP e Unicamp, com 9,9%; Senai com 8,6%; UFSC, com 6,2% Ital; com 4,9% e UFPR com 3,7%. Gráfico 10: Envolvimento das empresas com universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Gráfico 11: Instituições que fazem parcerias com as médias empresas brasileiras Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Muitas outras instituições foram citadas, porém individualmente. Juntas, correspondem a 42% da amostra. Algumas delas foram: UFMG, Cefet, Unilavras, PUC-RS, FMRP, UFRGS, Ufscar, Unicid, ABC, UFB, UFC, ITFPR, Nutec, UNB, UFV, Unicastelo, PUC-RJ, Cetec, UFS, University of South Hampton e Institutos de Pesquisa na China. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 8
  • 9. Ao analisar o gráfico 11, deve-se levar em consideração Detalhando e explicitando os motivos que foram citados que a FDC deteve significativo destaque em relação pelos participantes e que resultam nessa alta taxa às outras instituições pelo fato de que as empresas (79,8%) de empresas que não são usuários de incentivos participantes da pesquisa pertencem ao banco de para inovar, temos: 48,9% dizem desconhecer o assunto; empresas parceiras da FDC. 22,7% alegam falta de foco no assunto; 9,1% não têm percepção da necessidade; 5,7% tentaram, mas não tiveram aprovação de seus projetos; 5,7% afirmam ser a burocracia o principal fator; e 4,5% dizem ser falta de Linhas de Fomento à Inovação cultura da empresa. Como demostrado no GRAF. 12, do universo de Observa-se que, somando o número de pessoas que empresas pesquisadas somente 20,2% das médias responderam: “desconhecimento do tema” e a “falta empresas responderam fazer uso de alguma lei ou de foco neste assunto”, elas representam 71,6% dos programa de incentivo à inovação. Tal resultado está motivos para que as linhas de incentivo à inovação não compatível e proporcional com os dados obtidos pela sejam usadas. Esse dado é preocupante, uma vez que pesquisa do Pintec-2008 do IBGE. são diversas as linhas e programas oferecidos pelos governos federal e estadual que podem atender a grande parte dessas empresas. Ao analisarmos a qual tipo de incentivo as médias empresas recorrem, podemos ver que os recursos oriundos do BNDES dominam com 46,6%. Essa preferência pode ser explicada pela facilidade e menor burocracia do órgão na liberação de créditos que, no entanto, não oferece taxas tão atrativas e econômicas para o empresariado que deseja inovar (vide GRAF. 13). Gráfico 12: Uso de leis ou programas de incentivo a inovação Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Gráfico 13: Tipos de incentivos à inovação mais indicados e usados pelas médias empresas brasileiras Fonte: Elaborado pelos autores (2011). Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 9
  • 10. Estratégias de Inovação Gestão da Inovação A questão da estratégia empresarial é de fundamental “A gestão das atividades institucionais de ciência importância para a sobrevivência das empresas. e tecnologia, bem como a gestão das atividades Considerando que o desafio de inovar constantemente é o de Inovação, é condição sine qua non para que fator de maior relevância na economia mundial (PORTER, empresas, setores e países sobrevivam comercialmente.” 1985), esta deve estar inserida na estratégia das (ZAWISLAK, 1994). organizações. Porém menos de 50% dos respondentes Como explicitado, apesar da clara importância da gestão enxergam claramente a presença da inovação na da inovação para o fortalecimento das empresas frente estrutura das médias empresas brasileiras. ao mercado incerto e cada vez mais exigente, as médias Em média 42,67% dos participantes afirmam que: empresas brasileiras se mostram pouco adeptas ao uso dessa alternativa como diferencial competitivo. •• nos princípios e valores estabelecidos em sua empresa está contemplada a inovação; 54,25% dos participantes dizem nunca ou raramente: •• a inovação ocupa um papel claro no projeto •• existirem critérios claros para a seleção dos empresarial da empresa; melhores projetos; •• a alta direção estimula nos colaboradores da •• possuir um processo estruturado de gestão do empresa uma atitude orientada a inovar. conhecimento associado a inovação, pesquisa e desenvolvimento; •• possuir um processo estruturado de inteligência Cultura Organizacional de mercado que captura ideias para inovação, pesquisa e desenvolvimento; Para que uma cultura de inovação se consolide, é de •• haver mecanismos de alinhamento dos projetos grande importância que o ambiente de trabalho seja às tendências do mercado. propício e favorável a sua implantação, estando, desse modo, aberta a mudanças e a manifestações criativas. Em contraposição, é expressivo o número de gestores que acreditam que a cultura organizacional inibe Parcerias para a Inovação o desenvolvimento de atividades inovativas em A criação de parcerias, embora tenha o intuito de organizações de médio porte. fortalecer e fomentar a inovação, é muito pouco utilizado Em média 38,4% dos respondentes acreditam que pelas médias empresas brasileiras. Para Doz e Hamel nunca ou raramente: (1998), alianças estratégicas possibilitam a obtenção de novas competências através da aprendizagem •• Os colaboradores mais inovadores são organizacional e construção da co-opção - aliança valorizados quando surge uma oportunidade de temporária com concorrentes, empresas ou clientes promoção. com tecnologias, produtos ou serviços complementares •• Há autonomia dos funcionários para trabalharem – criando massa crítica capaz de desafiar concorrentes em ideias e projetos, próprios ou de colegas, que e criar novas oportunidades. Porém, fica claro que esse resultem em inovação. grupo ainda não se faz dessa estratégia. •• As inovações desenvolvidas pela empresa Em 73,6% das empresas integrantes da pesquisa, resultam muitas vezes de uma participação inexistem ou são incipientes as parcerias com: ampla de colaboradores de diversas áreas da •• centro(s) de P&D (Pesquisa e empresa. Desenvolvimento); •• A empresa disponibiliza tempo e recursos para •• fornecedores no Brasil; a concepção e o desenvolvimento de projetos inovadores. •• fornecedores no exterior; •• Nos programas de desenvolvimento dos •• universidades no Brasil; colaboradores, as competências de inovação e •• ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia) no empreendedorismo têm papel de destaque. Brasil. Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 10
  • 11. Barreiras à Inovação dos participantes acreditarem que a inovação aparece de forma evidente na ideologia da sua empresa, porém São inúmeras as variáveis que afetam o potencial grande parte (48,9%) diz desconhecer programas de inovador das empresas. Como etapa final deste trabalho, incentivo à Inovação. Isso corrobora a percepção de o instrumento de pesquisa buscou avaliar as mais que, no Brasil, a criação de uma cultura para inovação significativas barreiras à inovação consideradas pelas é essencial para que o empresariado enxergue o valor médias empresas. dessa como forma de trazer ganhos competitivos para 31,25% dos participantes consideram ser altas ou a empresa. grandes barreiras à Inovação: Existem grandes avanços a serem alcançados quando •• Cultura conservadora, sem espaço para inovar. o assunto é inovação. É preciso avançar no que tange a cultura, processos, parcerias etc. As empresas de •• Aversão ao risco. médio porte, se quiserem crescer, precisarão correr atrás •• Falta de patrocínio para as ideias inovadoras. de uma gestão mais eficiente da inovação, tornando o tema prioridade estratégica, podendo assim dar o salto •• Cultura departamental, hierarquizada e competitivo que elas precisam. burocratizada. Conclusão Referências De acordo com a literatura, uma empresa dita inovadora ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa e é aquela capaz de mobilizar os seus colaboradores a Desenvolvimento das Empresas Inovadoras. Os novos criarem novas rotinas e produtos que possam se tornar instrumentos de apoio à inovação: uma avaliação inicial, diferenciais e que tragam ganho para a organização. 2009. Uma estrutura para inovação inclui tê-la como opção estratégica, fomentar a cultura para inovação, além de ARRUDA, C; BARCELLOS, E. Criando Empresas ter métodos de gestão que criem processos facilitadores, Inovadoras. Revista DOM, Minas Gerais, maio/ 2009. acompanhados de indicadores de gestão. Diante desse AYYAGARI, M.; BEEK,T.; DEMIRGUÇ-KUNT, A. Small cenário, os resultados obtidos através da pesquisa and Medium Entrerprises across the Globe – 2005. realizada pela Fundação Dom Cabral com as médias CARON, A. A Inovação Tecnológica em Pequenas e empresas brasileiras comprovam o que outras pesquisas Medias Empresas, 2004. realizadas pela FDC sobre inovação vêm mostrando: as empresas brasileiras, independentemente do porte, DOSI, Giovanni, FREEMAN, C. (1992). The diversity of desconhecem o que é inovação e a sua importância no development patterns: on the processes of catching-up, que tange à competitividade e sustentação do negócio. forging ahead, and failing behind. Varena. (International Os resultados apresentados neste caderno de ideias Economic Association, congress). demonstram que ainda há muito discurso e pouca DOSI, Giovanni. Sources,Procedures, and Microeconomic ação nas empresas de médio porte quando o assunto Effects of Innovation. Journal of Economic Literature, Vol. é inovação. XXVI, 1988. Considerando relevância das médias empresas na DOZ, Y. L.; HAMEL. G. Alliance Advantage. Harvard economia e também na cadeia produtiva das grandes Business School, 1998. empresas, torna-se necessário que a inovação adquira uma posição de destaque dentro da estratégia e das DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor: metas organizacionais. É preciso encarar o tema prática e princípios. São Paulo: Thompson/Pioneira, com uma nova percepção, tratando a inovação como 2002. prioridade e também como opção para o crescimento. HENDERSON, R.M; CLARK, K.B. Architectural As empresas de médio porte pesquisadas não possuem Innovation: The Reconfiguration of Existing Product uma direção clara da inovação em sua estratégia Technologies and the Failure of Established Firms. empresarial, sendo que a ausência do conhecimento Administrative Science Quarterly, 1990. do papel da inovação pode ser apontada como principal IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. motivo para esse baixo envolvimento. Um exemplo que Demografia das Empresas, 2009. explicita esse fato na pesquisa é a contradição de 71,2% Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 11
  • 12. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC, 2008. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC, 2005. INACIO JUNIOR, E. Padrões de inovação em pequenas e medias empresas e suas implicações para o desempenho inovativo e organizacional. UNICAMP, 2008. PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: Towards a taxonomy and theory. Science Policy Unit, University of Sussex, Brighton, UK, 1984. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Editora Campus, 1985. PUGA, F. P. Experiências de apoio às Pequenas e Médias Empresas nos Estados Unidos, na Itália e em Taiwan.– BNDES, 2000. ZAWISLAK, P.A. A relação entre o conhecimento e o desenvolvimento: essência do progresso técnico - UFRGS,1994 Caderno de Ideias - Nova Lima - 2012 - CI 1204 12