SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 6
Descargar para leer sin conexión
Transformação global das
                                         indústrias até 2025
                                            Como mapear tendências e captar oportunidades

                                      por   J ü r g e n P a u l u s e A l d e m i r Dr u m m o n d


             Um dos grandes desafios estratégicos das                Com o desenvolvimento de uma metodo-
         organizações nos mercados interligados e hiperdi-      logia própria de Mapeamento Estratégico de
         nâmicos de hoje é captar e entender as principais      Transformações 2025, o projeto focaliza três obje-
         mudanças do futuro para o negócio, a fim de            tivos principais (Figura 1):
         garantir um retorno de longo prazo aos acionistas.          • Identificar o ecossistema de transformações
         Nessa visão estratégica de longo prazo, podemos        e as macrotendências até 2025;
         questionar, por exemplo: “como o investimento               • Identificar os multiplicadores e as barreiras
         das empresas chinesas nas plantas de soja na           de mudanças-chave até 2025;
         Argentina mudaria o posicionamento das empre-               • Identificar as oportunidades e riscos de tran-
         sas na cadeia de agronegócio no Brasil?” ou “O         sições e transformações no ecossistema até 2025.
         carro eletrônico da Europa e da China vai exigir
         um reposicionamento dos carros com tecnologia              O objetivo deste artigo é dar uma introdu-
         biocombustível (gasolina e/ou álcool)? Até 2025        ção às três etapas da metodologia Mapeamento
         teremos desenvolvido uma nova rede de postos,          Estratégica de Transformações 2025, com exem-
         com o carregamento rápido para carros elétricos?”.     plos do projeto-piloto da indústria automotiva.
             Nesse contexto, o Núcleo de Estratégia e
         Gestão Empresarial da Fundação Dom Cabral              Etapa 1 – Identificar o ecossistema de
         está desenvolvendo um projeto que resultará            transformações e as macrotendências
         numa metodologia de mapeamento estratégico             globais até 2025 Qualquer análise quantitativa
         para compreender as transformações de longo            e qualitativa sistêmica precisa de uma base refe-
         prazo em determinados setores da economia – o          rencial dos elementos e níveis de análise selecio-
         Transformação Global das Indústrias 2025 ou TGI.       nados e definidos. Assim, a primeira etapa busca
         Nos próximos dois anos, o projeto-piloto vai focali-   definir e analisar um ecossistema em três níveis
         zar a transformação da cadeia global da indústria      distintos: análise do macroambiente nas dimensões
         automotiva, analisando e pesquisando as mudan-         STEER (Socioculturais, Tecnológicas, Econômicas,
         ças na cadeia de valor que ocorrem em países           Ecológicas e Regulatórias); análise da cadeia de valor
         desenvolvidos e emergentes chaves.                     industrial (indústrias de insumos básicos, indústrias

36 DOM
de autopeças, indústrias de desenvolvimento, manu-        de 55/60 milhões de carros) do volume total de
fatura, venda, entrega e reciclagem); análise do con-     140/150 milhões de carros produzidos mundial-
teúdo do produto/ serviço, desde materiais básicos        mente. Comparando com o total aproximado de
(cobre, alumínio, nióbio, borracha, resinas e etc.)       70 milhões de carros, produzidos mundialmente
e de autopeças (motor, carroceria, câmbio, sistema        em 2010, teremos um aumento de 100%. As
elétrico, etc.) até as tecnologias de desenvolvimento,    Américas produzirão entre 22-27 milhões de car-
manufatura e reciclagem dos carros.                       ros e a Europa entre 28-32 milhões de carros.
     O piloto TGI-Indústria Automotiva mostra                 • Governos com padrões rigorosos de consumo
várias dimensões de crescimento e de mudanças             e de emissão C02: a proposta da União Europeia
sistêmicas. Destacamos, aqui, uma mostra seletiva         especifica que, a partir de 2012, cada fabricante
dos resultados gerados:                                   de veículos deve alcançar um limite médio de
     • China e Índia como mercados futuros da             emissões de CO2. Isso corresponde a 130 g/km
indústria automotiva: em 2025, China e Índia              (cerca de 4 litros de gasolina ou 3,6 litros de
estarão contribuindo com cerca de 40% (perto              consumo por 100 km) para todos os automóveis


figura 1 | Mapeamento estratégico de transformações industriais globais até 2025


                  1                              2                                  3
                       Ecossistema e                 Multiplicadores                      Cenários de
                      Megatendências                   e barreiras                        transição e
                      globais/regionais              das mudanças                       transformação
                          até 2025                      até 2025                           até 2025


                         1. Nível Macro                                                          +       -
                       2. Cadeia de Valor                                                        +       -
                       3. Produto / Serviço                                                      +       -
                 Analisar os elementos e               Analisar os                 Simular e testar cenários
                 as tendências-chave do          multiplicadores-chave,            de realidades futuras do
                         sistema                 as barreiras-chave e os           ecossistema detectando
  Objetivo       macroeconômico-social,             atores-chave das                oportunidades e riscos
  por etapa         da cadeia de valor           mudanças possíveis da              de transição e transfor-
                 industrial, e do sistema          cadeia de valor, do              mação do ecossistema
                   produto/tecnologias          ambiente macrossocial e
                                                  produto/tecnologias

                                                                                                  Fonte: autor do estudo

                                                                                                                           DOM 37
de passageiros registrados na União Europeia,         macro dos mercados ou ao longo da cadeia de valor
         com o risco de enfrentarem pesadas multas. Para       geram grande complexidade e interdependência.
         o ano de 2020 o limite médio de emissões de           Por isso a segunda etapa da nossa metodologia
         CO2 planejado será de 95 g/km. O mesmo ocorre         investe na compreensão do comportamento dinâ-
         nos Estados Unidos: os padrões CAFE (Corporate        mico dos três níveis: quais elementos no ecossiste-
         Average Fuel Economy) são medidos em milhas por       ma dos três níveis são direcionadores de mudanças
         galão (mpg). O limite alvo para 2025 está plane-      e quais multiplicadores ou barreiras-chave exis-
         jado entre 41 e 64 milhas por galão, dependendo       tem, em relação às possíveis mudanças dentro da
         do tamanho do carro.                                  cadeia de valor, do ambiente macro e do ambiente
             • Após 2020 os motores híbridos e elétricos       material/ tecnológico.
         puros crescerão significativamente nos merca-              • O crescimento da classe média nos mer-
         dos globais: os cálculos do TGI mostram, para o       cados emergentes como direcionador básico das
         período de 2020 até 2025, um crescimento de           mudanças sistêmicas/transformações das indús-
         15-18% até 35-40% de contribuição ao mercado          trias globais: sob a ótica atual, os países denomi-
         global. Pelo menos 30% dos carros terão tecnolo-      nados BRICs (Brasil, China, Índia, China) ocupam
         gia de energia alternativa (híbrido com combustão     mais de um quarto da área terrestre e concentram
         de gasolina/elétrico e elétrico puro). Estamos pro-   mais de 40% da população mundial. Segundo esti-
         jetando ainda, para o mercado mundial automoti-       mativas do Wolfensohn Center for Development de
         vo, uma liderança de motores a gasolina/diesel de     Washington, em 2015, pela primeira vez em 300
         60% em 2020.                                          anos, o número de asiáticos consumidores da clas-
             • O volume de Micro, Mini e Pequenos Carros       se média vai se igualar ao da Europa e América do
         de 500cc até 1600cc cilindradas crescerá mais de      Norte. Nesse passo, em 2021 poderá haver mais
         200% nos próximos 15 anos: em 2010 foram pro-         de dois bilhões de asiáticos em famílias de classe
         duzidos 33 milhões de carros com a cilindragem        média. Só a China poderá ter mais de 670 milhões
         de até 1600cc. Em 2025 as montadoras produ-           de consumidores de classe média (hoje são 150
         zirão entre 70-83 milhões de carros para o seg-       milhões). O apetite desses consumidores será por
         mento de Micro, Mini e Pequenos carros, ou seja,      itens com tecnologia avançada, desde produtos
         mais da metade dos carros produzidos no mundo         eletrônicos ou eletrodomésticos, até alimentação
         serão pequenos, com menos de 1600 cilindradas.        e, sobretudo, mobilidade motorizada individual.
         Evidentemente, a contribuição da Índia e da China     Aparentemente, essas serão as novas necessidades
         nas megacidades direcionará essa mudança.             naturais seguindo a lógica de Maslow.
             • Aumento da competição em matérias-primas             • A urbanização como um direcionador global
         para carros: segundo o instituto de veículos (IKA)    para a transformação dos modelos (mentais e reais)
         da Alemanha, entre 2000 e 2010 o peso médio de        de mobilidade: segundo previsões da ONU, até
         um carro do segmento midsize (tamanho médio)          2030, 60% da população mundial, cerca de 8.2
         baixou cerca 18%, de 1.400 para 1.150kg. O            bilhões de pessoas, estarão vivendo em cidades.
         que chama mais atenção é que a composição das         Teremos 27 megacidades (com população acima
         matérias primas utilizadas em autopeças mudou         de 10 milhões de habitantes). Cidades como
         significativamente: entre 2000 e 2010 o consumo       Londres, Estocolmo, Pequim ou Xangai já estão
         de magnésio aumentou 300%, chegando a 23              expandindo o conceito das zonas de baixa emissão,
         kg; o de alumínio 36% até 138 kg; o de plásticos      com a introdução de taxas de congestionamento.
         19% até 178 kg. A participação do aço e do ferro      Em Pequim, por exemplo, as autoridades esperam
         reduziu de 10% para 610 kg, devido à aplicação        que as medidas incentivem as pessoas a usarem o
         de ligas de aços.                                     transporte público e, ao mesmo tempo, encorajem
                                                               os moradores a comprar carros de energia alterna-
         Etapa 2 – Identificar os multiplicadores e as         tiva, como os elétricos. Em paralelo, essas megaci-
         barreiras de mudanças-chave até 2025 Mesmo            dades estão começando a investir em infraestrutura
         com essa pequena amostra das análises do proje-       de equipamentos elétricos, como estações públicas
         to TGI, ficou evidente que as mudanças no nível       de carregamento para veículos elétricos.


38 DOM
• Mobilidade verde em Xangai: na mesma           as mudanças no nível macro
linha de raciocínio, a megacidade de Xangai quer
promover o conceito de car-sharing pra reduzir        dos mercados ou ao longo
o congestionamento e a poluição numa cidade           da cadeia de valor geram
que tem mais de 850 mil carros particulares.
Esse conceito representa um ponto crucial na          grande complexidade e
transformação da ideia de posse e propriedade do      interdependência
carro: ao invés de comprar um veículo, as pessoas
poderão usufruir de um sistema de compartilha-
mento de carros. Nascido em Zurique, na Suíça,
o sistema on-line permite a reserva e aluguel de           • China como um dos líderes globais de carros
veículos 24 horas, seja por minuto, hora ou dia.      elétricos: de acordo com os requisitos do governo
Registrado no sistema, o usuário não paga taxas       chinês, para instalar uma nova fábrica de modelos
de combustível, seguro ou estacionamento, pois        híbridos, a BMW deverá criar uma nova marca,
essas despesas são cobertas pela empresa de car-      em cooperação com a empresa chinesa Brilliance.
-sharing. Além disso, recebe uma conta mensal         Num projeto ecológico-social inovador, chamado
bem menor do que o custo de manutenção de um          “Vizinhanças sustentáveis”, a BMW analisou em
veículo. Calcula-se que, em média, um carro com-      várias megacidades quais as melhores condições
partilhado pode substituir de quatro a seis carros    para o desenho do novo veículo, atendendo necessi-
particulares. É bom lembrar que Xangai também         dades como um transporte integrado, serviços, vida,
já adotou (em 2011) a cobrança de altas taxas,        trabalho, desenho e a fábrica urbana. Já a Daimler
com o objetivo de diminuir o número de veículos       está planejando uma parceria com a empresa BYD
nas cidades.                                          (Build Your Dream), líder entre as empresas chi-
     • O tripé da sustentabilidade (pessoas, pla-     nesas no setor de modelos ecológicos híbridos ou
neta, lucro/profit) avança como um conceito dire-     elétricos. A Volkswagen planeja uma joint-venture
cionador para transformações globais ao longo da      com a FAW para a introdução de um veiculo elétrico
cadeia industrial da indústria automotiva: os estu-   puro, com a marca Kai Li, em 2013, na China.
dos práticos do TGI mostram que as montadoras,             • Governos na busca da liderança tecnológica:
fornecedoras de autopeças, matéria-prima e tecno-     o imperativo é pilotar o futuro das grandes e mega-
logias de veículos buscam, em conjunto, soluções      cidades com uma nova frota de automóveis, eco-
tecnológicas inovadoras, como carros de motor         nomicamente inteligente e inovadora. A Secretaria
elétrico e carrocerias recicláveis e mais seguras.    de Energia dos Estados Unidos recentemente
     • Novas cooperações econômico-ecológicas         lançou o programa USA Drive, uma iniciativa para
sociais na indústria automotiva em 2025: a bus-       promover a cooperações entre montadoras (Ford,
ca de economia de escala, sinergias ao longo da       Chrysler, General Motors, Tesla Motors), empresas
cadeia de valor, superioridade tecnológica com        de energia (BP America, Chevron Corporation,
materiais e serviços mais competitivos, em todos      ExxonMobil Corporation, Shell Oil Products) e
os ambientes de mercados nacionais, regionais         empresas da indústria/distribuição de energia
e globais, está também conectada à procura de         (DTE Energy, Southern California Edison, Electric
novos padrões de “mobilidade verde da indústria       Power Research Institute), para acelerar o desen-
automotiva”. Empresas montadoras e de autope-         volvimento de tecnologias de eficiência energética
ças desenvolvem hoje novas parcerias para promo-      para automóveis e caminhões leves, em escala
ver um sistema de mobilidade verde nas grandes e      nacional, suportado pela infraestrutura energética.
megacidades – empresas de infraestrutura energé-
tica; empresas de carregamento público ou parti-      Etapa 3 - Identificar as oportunidades e riscos
cular de carros elétricos; empresas de car leasing    de transições e transformações no ecossiste-
nas cidades; empresas de matéria prima como lítio     ma até 2025 Nessa terceira etapa, a aplicação de
ou nióbio; empresas de planejamento de trânsito       modelos quantitativos e qualitativos é substancial,
urbano, tecnologia e telemática.                      para balancear os resultados matemáticos com


                                                                                                            DOM 39
figura 2 | Análise quantitativa multifatorial - Exemplo Matriz de Decisão Brasil



                                                                                              -   PIB
                                                                                              -   Transporte PIB
                                                                            Macro             -   Renda
                                                                          econômica           -   Renda per capita

                                                                                              -   Preço   de   aço
                                                                                              -   Preço   de   petróleo
                                                                                              -   Preço   de   magnésio
                                                                                              -   Preço   de   eletricidade
                                                                           Materiais          -   Preço   de   lítio
                Banco                     Produção
                                                                           básicos            -   Preço   de   açúcar
               de dados                   de carros
                                                                           do carro           -   Preço   de   alumínio
                                                                                              -   Preço   de   carbono
                                                                                              -   Preço   de   nióbio

                                                                          Demanda de          - Vendas de automotivos
                                                                            carros             (carros e caminhões)
                                                                                              - Vendas de automotivos
                     Dados
                                                                                               (segmentos)
                     Função objetiva
                                                                          Mobilidade          - Mobilidade urbana (modal)
                     Restrições                                            urbana             - Tipos de automotivos
                                                                                              - Dados demofráficos


                Países de BRICKs (Brasil, Rússia, Índia, China, Coréia)
                   Países desenvolvidos (Alemanha, EUA, Japão)

                                                                                  Fonte: projeto tgi (transformação global de industriais) da fdc




         previsões validadas por especialistas das áreas                       Uma equação analisada mostra as consequên-
         relevantes (ciência/engenharia de materiais e tec-               cias e incertezas energéticas e de infraestrutura do
         nologias, indústria, politica e cultura). Atualmente,            possível crescimento extremo de carros per capita na
         o projeto TGI está aplicando uma matriz de decisão               China e Índia: como prospectamos, a China passará
         simples, para simular as macrotendências-chave                   de 15 milhões de carros (12 carros por 1.000 pesso-
         em vários cenários. Estamos simulando três para-                 as) em 2010, para cerca de 40 milhões de carros em
         digmas principais como referência para cada país                 2025 (31 carros por 1.000 pessoas). Uma previsão
         relevante dentro do estudo.                                      ainda conservadora, se comparada à densidade de
              No primeiro paradigma - “Mundo Automotivo                   carros por população como a da Alemanha, de 600
         1 - oportunidades e riscos numa visão macroeco-                  carros por 1.000 pessoas, ou dos Estados Unidos,
         nômico-energética 2025” – estamos comparando                     de 800 carros por 1.000 pessoas. O ponto principal
         mecanismos de crescimento e reestruturação entre                 dessa equação mostra a energia que será necessária
         economias emergentes, para filtrar as correlações                para produzir esses carros (elétricos) e o petróleo/
         críticas de variáveis macroeconômicas com a                      diesel/biodiesel para alimentar uma frota de aproxi-
         infraestrutura energética. Por exemplo, simulando                madamente 350 a 400 milhões de carros, em 2025,
         os impactos do crescimento mais balanceado da                    na China, comparada com a frota de 600 milhões de
         China (foco no mercado interno, tendências de                    carros no mundo inteiro.
         custos mais elevados, risco de inflação) na matriz                    Num paradigma “Mundo Automotivo 2 -
         energética da China e na competitividade da                      Inovação e crescimento das indústrias e clusters
         indústria automotiva (demanda por petróleo, ener-                nacionais e regionais 2025” estamos simulando
         gia nuclear, crescimento da demanda por carros).                 a competitividade relativa das indústrias com

40 DOM
países competitivos. Por exemplo, analisando a
competição acirrada entre os clusters industriais                         CONCLUSão
da China, Alemanha/Europa e Estados Unidos pela
liderança das novas gerações de carros elétricos e/                           Transformação da indústria automotiva
ou carros futuros com baixo impacto de carbono.                           2025 na busca de soluções para as ques-
Quais serão os futuros centros ou clusters globais e                      tões ecológico-econômicas-sociais
regionais de excelência global em compras, manu-
fatura, desenvolvimento e reciclagem dos carros                                O projeto TGI (Transformação Global
e materiais? Uma pergunta interessante sobre a                            das Indústrias), cooperação do Núcleo
transformação das atividades de valor menos/mais                          de Estratégia e Gestão Empresarial
agregado da cadeia será: “Quais atividades ao                             da Fundação Dom Cabral e da CBMM
longo da cadeia de valor serão transferidas para                          (Companhia Brasileira de Metalurgia e
mercados emergentes da segunda/terceira geração,                          Mineração) revela uma dependência cada
depois dos BRICs, como a África, por exemplo?”.                           vez mais evidente entre as economias
     Num paradigma “Mundo Automotivo 3 –                                  emergentes e desenvolvidas. De um lado, os
Prioridades industriais e de infraestrutura no con-                       governos e principais empresas da indústria
ceito de tripé de sustentabilidade 2025” estamos                          automotiva buscam estabelecer uma posi-
simulando a probabilidade de mudanças constantes                          ção de liderança nacional na cadeia indus-
e disruptivas no ecossistema da indústria automoti-                       trial de valor, para sustentar as fábricas e
va, extrapolando modelos atuais de inovação e com-                        empregos com tecnologias globais próprias.
parando os países em desenvolvimento e desenvol-                          De outro, essas empresas buscam alianças
vidos. Essas simulações serão mais robustas após                          globais com os melhores players na cadeia
os estudos dos mercados da China, Índia, Japão,                           de valor, para viabilizar os altos investimen-
Coréia, Rússia, Estados Unidos, Alemanha e Brasil.                        tos – por exemplo, motores elétricos com
     Uma equação econômica/ecológica nesse                                baterias de lítio –, começando com forne-
cenário focaliza análises comparativas de materiais                       cedores mais inovadores de matéria-prima
inovadores, como ligas de aço, alumínio e fibra de                        até empresas mais inovadoras no segmento
carbono. Como exemplo podemos citar a utilização                          de infraestrutura energética.
do Nióbio em aços automotivos, onde consegue-                                  O projeto TGI está sendo realizado para
-se uma redução de 20% do peso da carroceria e                            a indústria automobilística, com possibi-
até 10% na suspensão, reduzindo o consumo em                              lidade de extensão a outros setores. Ele
0,5 litros/100 km, contribuindo com a redução de                          permite à empresa participante uma refle-
emissões e, consequentemente, melhoria do meio                            xão aprofundada sobre as tendências de
ambiente. Cálculos da associação World AutoSteel                          transformação globais em seu setor e pos-
avaliaram uma redução de cerca 6% do consumo                              síveis impactos na cadeia de valor. Dessa
total de petróleo ao longo da vida do carro, equi-                        maneira, vislumbram-se caminhos para a
valente a uma redução de 2,2 toneladas de CO2.                            atuação da empresa nos próximos anos,
                                                                          como construtora do seu futuro.
Jürgen Paulus é professor associado e lidera o projeto TGI                     Os professores e pesquisadores do
(Transformação Global das Indústrias) do Núcleo Estratégia e Gestão
Empresarial da Fundação Dom Cabral. PhD pela Universidade de St.          Núcleo de Estratégia e Gestão Empresarial
Gallen (Suíça) e mestre em Filosofia pela Universidade de Mannheim
(Alemanha), é sócio-diretor da Amrop-Panelli Motta Cabrera e presidente   da FDC, juntamente com professores e
do Conselho da Business Transformation Group Ltda.
                                                                          pesquisadores de escolas parceiras nos
                                                                          países do BRIC e em países desenvolvidos,
Aldemir Drummond é professor e coordenador do Núcleo de Estratégia e      formam uma rede de conhecimento que
Gestão Empresarial da Fundação Dom Cabral (que tem o apoio da Cemig).
PhD em Administração pela Universidade de Cambridge (Inglaterra) e        viabiliza o desenvolvimento desses proje-
economista pela Universidade Federal de Minas Gerais.
                                                                          tos, construindo modelos e metodologias
Os autores agradecem a colaboração de Hugo Ferreira Braga Tadeu que       que auxiliam as estratégias de empresas
atuou como pesquisador nesta etapa do projeto TGI.
                                                                          com atuação global.



                                                                                                                           DOM 41

Más contenido relacionado

Similar a Transformação Global das Indústrias até 2025: como mapear tendências e captar oportunidades

3 palestra margarete_eficiencia_energetica
3 palestra margarete_eficiencia_energetica3 palestra margarete_eficiencia_energetica
3 palestra margarete_eficiencia_energetica
Fabricio Lopez
 
Sustentabilidade e Transportes Coletivos Urbanos
Sustentabilidade e Transportes Coletivos UrbanosSustentabilidade e Transportes Coletivos Urbanos
Sustentabilidade e Transportes Coletivos Urbanos
Laercio Bruno Filho
 
ApresentaçãO Dr. Jorge Saraiva
ApresentaçãO Dr. Jorge SaraivaApresentaçãO Dr. Jorge Saraiva
ApresentaçãO Dr. Jorge Saraiva
cideias
 
Apresentação ideia para Tese
Apresentação ideia para TeseApresentação ideia para Tese
Apresentação ideia para Tese
Wilian Gatti Jr
 

Similar a Transformação Global das Indústrias até 2025: como mapear tendências e captar oportunidades (15)

5o SIMPOSIO VEH da SAE Brasil
5o SIMPOSIO VEH da SAE Brasil5o SIMPOSIO VEH da SAE Brasil
5o SIMPOSIO VEH da SAE Brasil
 
3 palestra margarete_eficiencia_energetica
3 palestra margarete_eficiencia_energetica3 palestra margarete_eficiencia_energetica
3 palestra margarete_eficiencia_energetica
 
Brasil 2022: Tendências, cenários e insights para o setor de mídia
Brasil 2022: Tendências, cenários e insights para o setor de mídiaBrasil 2022: Tendências, cenários e insights para o setor de mídia
Brasil 2022: Tendências, cenários e insights para o setor de mídia
 
Sustentabilidade e Transportes Coletivos Urbanos
Sustentabilidade e Transportes Coletivos UrbanosSustentabilidade e Transportes Coletivos Urbanos
Sustentabilidade e Transportes Coletivos Urbanos
 
Sustentabilidade GlobalCompass
Sustentabilidade GlobalCompassSustentabilidade GlobalCompass
Sustentabilidade GlobalCompass
 
Macrotendências Mundiais - FIESP
Macrotendências Mundiais - FIESPMacrotendências Mundiais - FIESP
Macrotendências Mundiais - FIESP
 
Avaliação de cenários, experimentação e mensuração dos impactos dos veículos ...
Avaliação de cenários, experimentação e mensuração dos impactos dos veículos ...Avaliação de cenários, experimentação e mensuração dos impactos dos veículos ...
Avaliação de cenários, experimentação e mensuração dos impactos dos veículos ...
 
ProIndústria2018 - Sala Beta - A01
ProIndústria2018 - Sala Beta - A01ProIndústria2018 - Sala Beta - A01
ProIndústria2018 - Sala Beta - A01
 
Pocket Content Tendências de Inovação 2019 - Mercado de Energia
Pocket Content Tendências de Inovação 2019 - Mercado de EnergiaPocket Content Tendências de Inovação 2019 - Mercado de Energia
Pocket Content Tendências de Inovação 2019 - Mercado de Energia
 
Veículos elétricos
Veículos elétricosVeículos elétricos
Veículos elétricos
 
20140829 cpfl jannuzzi
20140829 cpfl jannuzzi20140829 cpfl jannuzzi
20140829 cpfl jannuzzi
 
12a
12a12a
12a
 
VALE_RelatoIntegrado2022-BR-final.pdf
VALE_RelatoIntegrado2022-BR-final.pdfVALE_RelatoIntegrado2022-BR-final.pdf
VALE_RelatoIntegrado2022-BR-final.pdf
 
ApresentaçãO Dr. Jorge Saraiva
ApresentaçãO Dr. Jorge SaraivaApresentaçãO Dr. Jorge Saraiva
ApresentaçãO Dr. Jorge Saraiva
 
Apresentação ideia para Tese
Apresentação ideia para TeseApresentação ideia para Tese
Apresentação ideia para Tese
 

Más de Fundação Dom Cabral - FDC

Más de Fundação Dom Cabral - FDC (20)

Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no BrasilGestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
Gestão Contemporânea de Marketing – um olhar pelos executivos no Brasil
 
Revista Melhor: programa RH Triple A FDC
Revista Melhor: programa RH Triple A FDCRevista Melhor: programa RH Triple A FDC
Revista Melhor: programa RH Triple A FDC
 
Introdução ao estudo da liderança
Introdução ao estudo da liderançaIntrodução ao estudo da liderança
Introdução ao estudo da liderança
 
Da transformação à maturidade digital
Da transformação à maturidade digitalDa transformação à maturidade digital
Da transformação à maturidade digital
 
PILT FDC 2018
PILT FDC 2018PILT FDC 2018
PILT FDC 2018
 
Personality insights 2017
Personality insights 2017Personality insights 2017
Personality insights 2017
 
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
Mindset de crescimento: como atuar em um mundo de incertezas?
 
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresasNovos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
Novos paradigmas que impactam pequenas e médias empresas
 
Governança e sustentabilidade
Governança e sustentabilidadeGovernança e sustentabilidade
Governança e sustentabilidade
 
A representação da mulher na música popular brasileira
A representação da mulher na música popular brasileiraA representação da mulher na música popular brasileira
A representação da mulher na música popular brasileira
 
Comércio internacional no século XXI: alternativas para o Brasil
Comércio internacional no século XXI:  alternativas para o BrasilComércio internacional no século XXI:  alternativas para o Brasil
Comércio internacional no século XXI: alternativas para o Brasil
 
Digitalização e Capital Humano - Pesquisa FDC
Digitalização e Capital Humano - Pesquisa FDCDigitalização e Capital Humano - Pesquisa FDC
Digitalização e Capital Humano - Pesquisa FDC
 
Nota trimestral de conjuntura
Nota trimestral de conjunturaNota trimestral de conjuntura
Nota trimestral de conjuntura
 
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderançaMulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança
 
Construindo uma organização de livre desempenho
Construindo uma organização de livre desempenhoConstruindo uma organização de livre desempenho
Construindo uma organização de livre desempenho
 
A era do consumo compartilhado
A era do consumo compartilhadoA era do consumo compartilhado
A era do consumo compartilhado
 
Os estímulos necessários para a inovação
Os estímulos necessários para a inovaçãoOs estímulos necessários para a inovação
Os estímulos necessários para a inovação
 
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
Reclamação do consumidor: oportunidade para novos negócios
 
Learning Journey - Schulich Canada
Learning Journey - Schulich CanadaLearning Journey - Schulich Canada
Learning Journey - Schulich Canada
 
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
Relatório Caminhos para a produtividade - Indústria 4.0
 

Último

SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 

Último (20)

O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 

Transformação Global das Indústrias até 2025: como mapear tendências e captar oportunidades

  • 1. Transformação global das indústrias até 2025 Como mapear tendências e captar oportunidades por J ü r g e n P a u l u s e A l d e m i r Dr u m m o n d Um dos grandes desafios estratégicos das Com o desenvolvimento de uma metodo- organizações nos mercados interligados e hiperdi- logia própria de Mapeamento Estratégico de nâmicos de hoje é captar e entender as principais Transformações 2025, o projeto focaliza três obje- mudanças do futuro para o negócio, a fim de tivos principais (Figura 1): garantir um retorno de longo prazo aos acionistas. • Identificar o ecossistema de transformações Nessa visão estratégica de longo prazo, podemos e as macrotendências até 2025; questionar, por exemplo: “como o investimento • Identificar os multiplicadores e as barreiras das empresas chinesas nas plantas de soja na de mudanças-chave até 2025; Argentina mudaria o posicionamento das empre- • Identificar as oportunidades e riscos de tran- sas na cadeia de agronegócio no Brasil?” ou “O sições e transformações no ecossistema até 2025. carro eletrônico da Europa e da China vai exigir um reposicionamento dos carros com tecnologia O objetivo deste artigo é dar uma introdu- biocombustível (gasolina e/ou álcool)? Até 2025 ção às três etapas da metodologia Mapeamento teremos desenvolvido uma nova rede de postos, Estratégica de Transformações 2025, com exem- com o carregamento rápido para carros elétricos?”. plos do projeto-piloto da indústria automotiva. Nesse contexto, o Núcleo de Estratégia e Gestão Empresarial da Fundação Dom Cabral Etapa 1 – Identificar o ecossistema de está desenvolvendo um projeto que resultará transformações e as macrotendências numa metodologia de mapeamento estratégico globais até 2025 Qualquer análise quantitativa para compreender as transformações de longo e qualitativa sistêmica precisa de uma base refe- prazo em determinados setores da economia – o rencial dos elementos e níveis de análise selecio- Transformação Global das Indústrias 2025 ou TGI. nados e definidos. Assim, a primeira etapa busca Nos próximos dois anos, o projeto-piloto vai focali- definir e analisar um ecossistema em três níveis zar a transformação da cadeia global da indústria distintos: análise do macroambiente nas dimensões automotiva, analisando e pesquisando as mudan- STEER (Socioculturais, Tecnológicas, Econômicas, ças na cadeia de valor que ocorrem em países Ecológicas e Regulatórias); análise da cadeia de valor desenvolvidos e emergentes chaves. industrial (indústrias de insumos básicos, indústrias 36 DOM
  • 2. de autopeças, indústrias de desenvolvimento, manu- de 55/60 milhões de carros) do volume total de fatura, venda, entrega e reciclagem); análise do con- 140/150 milhões de carros produzidos mundial- teúdo do produto/ serviço, desde materiais básicos mente. Comparando com o total aproximado de (cobre, alumínio, nióbio, borracha, resinas e etc.) 70 milhões de carros, produzidos mundialmente e de autopeças (motor, carroceria, câmbio, sistema em 2010, teremos um aumento de 100%. As elétrico, etc.) até as tecnologias de desenvolvimento, Américas produzirão entre 22-27 milhões de car- manufatura e reciclagem dos carros. ros e a Europa entre 28-32 milhões de carros. O piloto TGI-Indústria Automotiva mostra • Governos com padrões rigorosos de consumo várias dimensões de crescimento e de mudanças e de emissão C02: a proposta da União Europeia sistêmicas. Destacamos, aqui, uma mostra seletiva especifica que, a partir de 2012, cada fabricante dos resultados gerados: de veículos deve alcançar um limite médio de • China e Índia como mercados futuros da emissões de CO2. Isso corresponde a 130 g/km indústria automotiva: em 2025, China e Índia (cerca de 4 litros de gasolina ou 3,6 litros de estarão contribuindo com cerca de 40% (perto consumo por 100 km) para todos os automóveis figura 1 | Mapeamento estratégico de transformações industriais globais até 2025 1 2 3 Ecossistema e Multiplicadores Cenários de Megatendências e barreiras transição e globais/regionais das mudanças transformação até 2025 até 2025 até 2025 1. Nível Macro + - 2. Cadeia de Valor + - 3. Produto / Serviço + - Analisar os elementos e Analisar os Simular e testar cenários as tendências-chave do multiplicadores-chave, de realidades futuras do sistema as barreiras-chave e os ecossistema detectando Objetivo macroeconômico-social, atores-chave das oportunidades e riscos por etapa da cadeia de valor mudanças possíveis da de transição e transfor- industrial, e do sistema cadeia de valor, do mação do ecossistema produto/tecnologias ambiente macrossocial e produto/tecnologias Fonte: autor do estudo DOM 37
  • 3. de passageiros registrados na União Europeia, macro dos mercados ou ao longo da cadeia de valor com o risco de enfrentarem pesadas multas. Para geram grande complexidade e interdependência. o ano de 2020 o limite médio de emissões de Por isso a segunda etapa da nossa metodologia CO2 planejado será de 95 g/km. O mesmo ocorre investe na compreensão do comportamento dinâ- nos Estados Unidos: os padrões CAFE (Corporate mico dos três níveis: quais elementos no ecossiste- Average Fuel Economy) são medidos em milhas por ma dos três níveis são direcionadores de mudanças galão (mpg). O limite alvo para 2025 está plane- e quais multiplicadores ou barreiras-chave exis- jado entre 41 e 64 milhas por galão, dependendo tem, em relação às possíveis mudanças dentro da do tamanho do carro. cadeia de valor, do ambiente macro e do ambiente • Após 2020 os motores híbridos e elétricos material/ tecnológico. puros crescerão significativamente nos merca- • O crescimento da classe média nos mer- dos globais: os cálculos do TGI mostram, para o cados emergentes como direcionador básico das período de 2020 até 2025, um crescimento de mudanças sistêmicas/transformações das indús- 15-18% até 35-40% de contribuição ao mercado trias globais: sob a ótica atual, os países denomi- global. Pelo menos 30% dos carros terão tecnolo- nados BRICs (Brasil, China, Índia, China) ocupam gia de energia alternativa (híbrido com combustão mais de um quarto da área terrestre e concentram de gasolina/elétrico e elétrico puro). Estamos pro- mais de 40% da população mundial. Segundo esti- jetando ainda, para o mercado mundial automoti- mativas do Wolfensohn Center for Development de vo, uma liderança de motores a gasolina/diesel de Washington, em 2015, pela primeira vez em 300 60% em 2020. anos, o número de asiáticos consumidores da clas- • O volume de Micro, Mini e Pequenos Carros se média vai se igualar ao da Europa e América do de 500cc até 1600cc cilindradas crescerá mais de Norte. Nesse passo, em 2021 poderá haver mais 200% nos próximos 15 anos: em 2010 foram pro- de dois bilhões de asiáticos em famílias de classe duzidos 33 milhões de carros com a cilindragem média. Só a China poderá ter mais de 670 milhões de até 1600cc. Em 2025 as montadoras produ- de consumidores de classe média (hoje são 150 zirão entre 70-83 milhões de carros para o seg- milhões). O apetite desses consumidores será por mento de Micro, Mini e Pequenos carros, ou seja, itens com tecnologia avançada, desde produtos mais da metade dos carros produzidos no mundo eletrônicos ou eletrodomésticos, até alimentação serão pequenos, com menos de 1600 cilindradas. e, sobretudo, mobilidade motorizada individual. Evidentemente, a contribuição da Índia e da China Aparentemente, essas serão as novas necessidades nas megacidades direcionará essa mudança. naturais seguindo a lógica de Maslow. • Aumento da competição em matérias-primas • A urbanização como um direcionador global para carros: segundo o instituto de veículos (IKA) para a transformação dos modelos (mentais e reais) da Alemanha, entre 2000 e 2010 o peso médio de de mobilidade: segundo previsões da ONU, até um carro do segmento midsize (tamanho médio) 2030, 60% da população mundial, cerca de 8.2 baixou cerca 18%, de 1.400 para 1.150kg. O bilhões de pessoas, estarão vivendo em cidades. que chama mais atenção é que a composição das Teremos 27 megacidades (com população acima matérias primas utilizadas em autopeças mudou de 10 milhões de habitantes). Cidades como significativamente: entre 2000 e 2010 o consumo Londres, Estocolmo, Pequim ou Xangai já estão de magnésio aumentou 300%, chegando a 23 expandindo o conceito das zonas de baixa emissão, kg; o de alumínio 36% até 138 kg; o de plásticos com a introdução de taxas de congestionamento. 19% até 178 kg. A participação do aço e do ferro Em Pequim, por exemplo, as autoridades esperam reduziu de 10% para 610 kg, devido à aplicação que as medidas incentivem as pessoas a usarem o de ligas de aços. transporte público e, ao mesmo tempo, encorajem os moradores a comprar carros de energia alterna- Etapa 2 – Identificar os multiplicadores e as tiva, como os elétricos. Em paralelo, essas megaci- barreiras de mudanças-chave até 2025 Mesmo dades estão começando a investir em infraestrutura com essa pequena amostra das análises do proje- de equipamentos elétricos, como estações públicas to TGI, ficou evidente que as mudanças no nível de carregamento para veículos elétricos. 38 DOM
  • 4. • Mobilidade verde em Xangai: na mesma as mudanças no nível macro linha de raciocínio, a megacidade de Xangai quer promover o conceito de car-sharing pra reduzir dos mercados ou ao longo o congestionamento e a poluição numa cidade da cadeia de valor geram que tem mais de 850 mil carros particulares. Esse conceito representa um ponto crucial na grande complexidade e transformação da ideia de posse e propriedade do interdependência carro: ao invés de comprar um veículo, as pessoas poderão usufruir de um sistema de compartilha- mento de carros. Nascido em Zurique, na Suíça, o sistema on-line permite a reserva e aluguel de • China como um dos líderes globais de carros veículos 24 horas, seja por minuto, hora ou dia. elétricos: de acordo com os requisitos do governo Registrado no sistema, o usuário não paga taxas chinês, para instalar uma nova fábrica de modelos de combustível, seguro ou estacionamento, pois híbridos, a BMW deverá criar uma nova marca, essas despesas são cobertas pela empresa de car- em cooperação com a empresa chinesa Brilliance. -sharing. Além disso, recebe uma conta mensal Num projeto ecológico-social inovador, chamado bem menor do que o custo de manutenção de um “Vizinhanças sustentáveis”, a BMW analisou em veículo. Calcula-se que, em média, um carro com- várias megacidades quais as melhores condições partilhado pode substituir de quatro a seis carros para o desenho do novo veículo, atendendo necessi- particulares. É bom lembrar que Xangai também dades como um transporte integrado, serviços, vida, já adotou (em 2011) a cobrança de altas taxas, trabalho, desenho e a fábrica urbana. Já a Daimler com o objetivo de diminuir o número de veículos está planejando uma parceria com a empresa BYD nas cidades. (Build Your Dream), líder entre as empresas chi- • O tripé da sustentabilidade (pessoas, pla- nesas no setor de modelos ecológicos híbridos ou neta, lucro/profit) avança como um conceito dire- elétricos. A Volkswagen planeja uma joint-venture cionador para transformações globais ao longo da com a FAW para a introdução de um veiculo elétrico cadeia industrial da indústria automotiva: os estu- puro, com a marca Kai Li, em 2013, na China. dos práticos do TGI mostram que as montadoras, • Governos na busca da liderança tecnológica: fornecedoras de autopeças, matéria-prima e tecno- o imperativo é pilotar o futuro das grandes e mega- logias de veículos buscam, em conjunto, soluções cidades com uma nova frota de automóveis, eco- tecnológicas inovadoras, como carros de motor nomicamente inteligente e inovadora. A Secretaria elétrico e carrocerias recicláveis e mais seguras. de Energia dos Estados Unidos recentemente • Novas cooperações econômico-ecológicas lançou o programa USA Drive, uma iniciativa para sociais na indústria automotiva em 2025: a bus- promover a cooperações entre montadoras (Ford, ca de economia de escala, sinergias ao longo da Chrysler, General Motors, Tesla Motors), empresas cadeia de valor, superioridade tecnológica com de energia (BP America, Chevron Corporation, materiais e serviços mais competitivos, em todos ExxonMobil Corporation, Shell Oil Products) e os ambientes de mercados nacionais, regionais empresas da indústria/distribuição de energia e globais, está também conectada à procura de (DTE Energy, Southern California Edison, Electric novos padrões de “mobilidade verde da indústria Power Research Institute), para acelerar o desen- automotiva”. Empresas montadoras e de autope- volvimento de tecnologias de eficiência energética ças desenvolvem hoje novas parcerias para promo- para automóveis e caminhões leves, em escala ver um sistema de mobilidade verde nas grandes e nacional, suportado pela infraestrutura energética. megacidades – empresas de infraestrutura energé- tica; empresas de carregamento público ou parti- Etapa 3 - Identificar as oportunidades e riscos cular de carros elétricos; empresas de car leasing de transições e transformações no ecossiste- nas cidades; empresas de matéria prima como lítio ma até 2025 Nessa terceira etapa, a aplicação de ou nióbio; empresas de planejamento de trânsito modelos quantitativos e qualitativos é substancial, urbano, tecnologia e telemática. para balancear os resultados matemáticos com DOM 39
  • 5. figura 2 | Análise quantitativa multifatorial - Exemplo Matriz de Decisão Brasil - PIB - Transporte PIB Macro - Renda econômica - Renda per capita - Preço de aço - Preço de petróleo - Preço de magnésio - Preço de eletricidade Materiais - Preço de lítio Banco Produção básicos - Preço de açúcar de dados de carros do carro - Preço de alumínio - Preço de carbono - Preço de nióbio Demanda de - Vendas de automotivos carros (carros e caminhões) - Vendas de automotivos Dados (segmentos) Função objetiva Mobilidade - Mobilidade urbana (modal) Restrições urbana - Tipos de automotivos - Dados demofráficos Países de BRICKs (Brasil, Rússia, Índia, China, Coréia) Países desenvolvidos (Alemanha, EUA, Japão) Fonte: projeto tgi (transformação global de industriais) da fdc previsões validadas por especialistas das áreas Uma equação analisada mostra as consequên- relevantes (ciência/engenharia de materiais e tec- cias e incertezas energéticas e de infraestrutura do nologias, indústria, politica e cultura). Atualmente, possível crescimento extremo de carros per capita na o projeto TGI está aplicando uma matriz de decisão China e Índia: como prospectamos, a China passará simples, para simular as macrotendências-chave de 15 milhões de carros (12 carros por 1.000 pesso- em vários cenários. Estamos simulando três para- as) em 2010, para cerca de 40 milhões de carros em digmas principais como referência para cada país 2025 (31 carros por 1.000 pessoas). Uma previsão relevante dentro do estudo. ainda conservadora, se comparada à densidade de No primeiro paradigma - “Mundo Automotivo carros por população como a da Alemanha, de 600 1 - oportunidades e riscos numa visão macroeco- carros por 1.000 pessoas, ou dos Estados Unidos, nômico-energética 2025” – estamos comparando de 800 carros por 1.000 pessoas. O ponto principal mecanismos de crescimento e reestruturação entre dessa equação mostra a energia que será necessária economias emergentes, para filtrar as correlações para produzir esses carros (elétricos) e o petróleo/ críticas de variáveis macroeconômicas com a diesel/biodiesel para alimentar uma frota de aproxi- infraestrutura energética. Por exemplo, simulando madamente 350 a 400 milhões de carros, em 2025, os impactos do crescimento mais balanceado da na China, comparada com a frota de 600 milhões de China (foco no mercado interno, tendências de carros no mundo inteiro. custos mais elevados, risco de inflação) na matriz Num paradigma “Mundo Automotivo 2 - energética da China e na competitividade da Inovação e crescimento das indústrias e clusters indústria automotiva (demanda por petróleo, ener- nacionais e regionais 2025” estamos simulando gia nuclear, crescimento da demanda por carros). a competitividade relativa das indústrias com 40 DOM
  • 6. países competitivos. Por exemplo, analisando a competição acirrada entre os clusters industriais CONCLUSão da China, Alemanha/Europa e Estados Unidos pela liderança das novas gerações de carros elétricos e/ Transformação da indústria automotiva ou carros futuros com baixo impacto de carbono. 2025 na busca de soluções para as ques- Quais serão os futuros centros ou clusters globais e tões ecológico-econômicas-sociais regionais de excelência global em compras, manu- fatura, desenvolvimento e reciclagem dos carros O projeto TGI (Transformação Global e materiais? Uma pergunta interessante sobre a das Indústrias), cooperação do Núcleo transformação das atividades de valor menos/mais de Estratégia e Gestão Empresarial agregado da cadeia será: “Quais atividades ao da Fundação Dom Cabral e da CBMM longo da cadeia de valor serão transferidas para (Companhia Brasileira de Metalurgia e mercados emergentes da segunda/terceira geração, Mineração) revela uma dependência cada depois dos BRICs, como a África, por exemplo?”. vez mais evidente entre as economias Num paradigma “Mundo Automotivo 3 – emergentes e desenvolvidas. De um lado, os Prioridades industriais e de infraestrutura no con- governos e principais empresas da indústria ceito de tripé de sustentabilidade 2025” estamos automotiva buscam estabelecer uma posi- simulando a probabilidade de mudanças constantes ção de liderança nacional na cadeia indus- e disruptivas no ecossistema da indústria automoti- trial de valor, para sustentar as fábricas e va, extrapolando modelos atuais de inovação e com- empregos com tecnologias globais próprias. parando os países em desenvolvimento e desenvol- De outro, essas empresas buscam alianças vidos. Essas simulações serão mais robustas após globais com os melhores players na cadeia os estudos dos mercados da China, Índia, Japão, de valor, para viabilizar os altos investimen- Coréia, Rússia, Estados Unidos, Alemanha e Brasil. tos – por exemplo, motores elétricos com Uma equação econômica/ecológica nesse baterias de lítio –, começando com forne- cenário focaliza análises comparativas de materiais cedores mais inovadores de matéria-prima inovadores, como ligas de aço, alumínio e fibra de até empresas mais inovadoras no segmento carbono. Como exemplo podemos citar a utilização de infraestrutura energética. do Nióbio em aços automotivos, onde consegue- O projeto TGI está sendo realizado para -se uma redução de 20% do peso da carroceria e a indústria automobilística, com possibi- até 10% na suspensão, reduzindo o consumo em lidade de extensão a outros setores. Ele 0,5 litros/100 km, contribuindo com a redução de permite à empresa participante uma refle- emissões e, consequentemente, melhoria do meio xão aprofundada sobre as tendências de ambiente. Cálculos da associação World AutoSteel transformação globais em seu setor e pos- avaliaram uma redução de cerca 6% do consumo síveis impactos na cadeia de valor. Dessa total de petróleo ao longo da vida do carro, equi- maneira, vislumbram-se caminhos para a valente a uma redução de 2,2 toneladas de CO2. atuação da empresa nos próximos anos, como construtora do seu futuro. Jürgen Paulus é professor associado e lidera o projeto TGI Os professores e pesquisadores do (Transformação Global das Indústrias) do Núcleo Estratégia e Gestão Empresarial da Fundação Dom Cabral. PhD pela Universidade de St. Núcleo de Estratégia e Gestão Empresarial Gallen (Suíça) e mestre em Filosofia pela Universidade de Mannheim (Alemanha), é sócio-diretor da Amrop-Panelli Motta Cabrera e presidente da FDC, juntamente com professores e do Conselho da Business Transformation Group Ltda. pesquisadores de escolas parceiras nos países do BRIC e em países desenvolvidos, Aldemir Drummond é professor e coordenador do Núcleo de Estratégia e formam uma rede de conhecimento que Gestão Empresarial da Fundação Dom Cabral (que tem o apoio da Cemig). PhD em Administração pela Universidade de Cambridge (Inglaterra) e viabiliza o desenvolvimento desses proje- economista pela Universidade Federal de Minas Gerais. tos, construindo modelos e metodologias Os autores agradecem a colaboração de Hugo Ferreira Braga Tadeu que que auxiliam as estratégias de empresas atuou como pesquisador nesta etapa do projeto TGI. com atuação global. DOM 41