As plantas daninhas constituem um dos principais problemas no algodoeiro, competindo por recursos e reduzindo a produtividade em mais de 90%. O manejo envolve controles preventivo, cultural e químico, focando no período crítico entre 15-70 dias após a emergência, para evitar a competição com daninhas. Espécies como capim-colchão, picão e corda-de-viola são particularmente problemáticas.
2. Introdução
Constituem em um dos principais problemas no
algodão;
Competem pela extração de água, luz, CO2,
nutrientes e exercem alelopatia;
Hospedeiras de pragas e doenças;
Reduções superiores a 90% na produtividade;
3. Definição
Planta daninha(P.D.) é qualquer ser vegetal que
cresce onde não é desejado, enquadrando as tigueras
da cultura que vegetam espontaneamente em
lavouras subseqüentes a estas. (LORENZI, 2014);
4. Por que controlar?
O algodoeiro é bastante sensível a interferência causada
pelas plantas daninhas;
Possui metabolismo C3, baixa eficiência transpiratória,
crescimento inicial muito lento -> baixa capacidade de
competição com as plantas infestantes;
Prejuízos quantitativos e qualitativos – contaminação com
sementes e restos de daninhas na colheita, prejudicando
qualidade da fibra e beneficiamento;
Aumentam o custo de produção – extenso ciclo;
5. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão
Duas categorias de plantas daninhas destacam-se na
cultura do algodoeiro:
1 - Apresentam elevada competitividade ou densidade de
infestação.
Ex: capim-colchão.
Fonte: Manual de Manejo e Controle de Plantas Daninhas. Embrapa.
6. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão
2 - Reduzem a qualidade da fibra.
Ex: picão.
Fonte: Manual de Manejo e Controle de Plantas Daninhas. Embrapa.
E espécies nas duas categorias Ex: capim-carrapicho
e corda de viola.
7. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Foto: Harri Lorenzi
Capim colchão –
Digitaria sanguinalis
Sementes, folhas secas e pedaços de
caule, aderem às fibras do algodão,
reduzindo sua qualidade extrínseca;
Resistente ao Glifosato;
8. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Caruru-de-espinho
Amaranthus spinosus L.
Presença de espinhos no caule,
prejudica a colheita manual
Fonte: Rafael Nolêto – http://herbologiamistica.blogspot.com.br/2014/02/nao-arranque-caruru-cura-caruru-se-come.html
9. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Corda-de-viola
Ipomoea sp.
Entrelaçamento de suas estruturas
com as plantas do algodão;
Hospedeiras de diversas espécies
de nematóides.
Fonte: http://www.plantasdaninhasonline.com.br/amendoim2/amendoim2.htm
10. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Fonte: http://www.afloresta.com.br/produtos/picao/
Picão
Bidens pilosa L.
Sementes dotadas de estruturas que aderem
à fibra do algodão;
Resistente ao Glifosato;
11. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Fonte: FMC Agrícola Fonte:www.jardimflordoleste.com.br/ervas-daninhas/
Capim-carrapicho
Cenchrus echinatus
Carrapicho de carneiro
Acanthospermum hispidum
Frutos aderem à fibra do algodão e prejudicam a colheita manual
devido aos espinhos.
12. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Guanxuma
Sida cordifolia L.
Hospedeira do mosaico comum,
virose transmitida pela mosca-
-branca(vetor do mosaico comum),
após ter se alimentado de espécies
do gênero Sida.
Fonte: http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/guanxuma_122.html
13. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Trapoeraba
Commelina benghalensis L.
Grande agressividade de crescimento,
eficiente reprodução – competição
com o algodão na fase inicial de
crescimento.
Tolerante ao Glifosato.
Fonte: http://flores.culturamix.com/flores/trapoeraba-uma-especie-de-dificil-controle
14. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Buva
Conyza bonariensis L.
Alto potencial de reprodução, alta
capacidade de interferência na cultura,
Com folhas glutinosas;
-> 20 plantas/m² convivendo com o
algodão, causou redução da produtivi-dade
em 46% (Steckel et al., 2009);
->Resistente ao Glifosato
Fonte: http://ruralpecuaria.com.br/noticia/agricultores-tem-dificuldades-para-combater-o-ataque-da-buva-em-ms.html
15. Principais plantas daninhas para
a cultura do algodão e seus danos
Joá-de-Capote
Nicandra physalodes L.
Rápido e intenso crescimento;
Alcançando até 1,40 m de altura;
Fonte: https://www.fmcagricola.com.br/produtodetalhesfoto.aspx?codProd=40&codCult=188&codFoto=945
16. Período Crítico de Competição
É relativo a cultivar, seu ciclo e espaçamento utilizado,
além das características específicas de cada daninha –
influenciando no fechamento de dossel;
Segundo Lamas(2009) o período de interferência das
plantas daninhas é maior em média, entre 15 e 70 dias após
a emergência do algodão – crescimento inicial lento;
Início da implantação do algodão – importante a cultura
fechar dossel livre de plantas daninhas;
17. Manejo de Plantas Daninhas
Controle Preventivo:
- Evitar atingir nível crítico de competição;
- Presente em todas as etapas de desenvolvimento da
cultura do algodoeiro;
- Da escolha da semente, até o momento da colheita.
- Ex: Controle de áreas vizinhas e beira de estradas;
manejo na entressafra;
18. Manejo de Plantas Daninhas
Controle Cultural:
- Refere-se a variação do espaçamento da cultura,
cultivares competitivas, rotação de cultura,etc.
- Espaçamento ultra-adensado: 0,19 – 0,38m; dificulta
- Espaçamento adensado: 0,39 – 0,76m; jato dirigido
- Espaçamento convencional: a partir de 0,76m entre
fileiras;
19. Manejo de Plantas Daninhas
Controle Químico:
- Dessecação;
- Pré-plantio incorporado (PPI);
- Pré-emergência (PRÉ);
- Pós-emergência (PÓS).
Em algumas situações, o uso na destruição de restos
culturais (tigueras) e soqueiras.
20. Manejo de Plantas Daninhas
Dessecação:
- Tanto em plantio direto ou convencional;
- Objetiva eliminar cultura de cobertura e plantas
daninhas remanescentes;
- Em plantio direto – vantagem de formação da
palhada;
- Ex: Glifosato e Paraquat.
21. Manejo de Plantas Daninhas
Pré-plantio incorporado (PPI):
- Herbicidas que exigem incorporação devido a
sensibilidade à radiação ultravioleta
(fotodecomposição), volatilização, e outros.
Ex: trifuralin
- Incorporação com grade – revolver sementes de
plantas daninhas na camada superficial.
22. Manejo de Plantas Daninhas
Pré-emergência:
- Conhecer histórico da área;
- Atentar a seletividade às cultivares de algodão.
- Objetiva o efeito residual do herbicida utilizado;
- Porém é necessária a complementação com herbicidas
pós-emergente.
23. Manejo de Plantas Daninhas
Pós-emergência: Complementação de controle. Aplicação
em área total (POS) ou em jato dirigido (POSd).
- POS baseado em seletividade à cultura, estágio de
desenvolvimento das p.d. e controle antes da mato-competição;
- POSd: Caule lignificado, herbicidas de amplo
espectro,antes de fechar dossel.
- Na colheita controle é ineficaz e prejudicial à pluma.
24. Manejo de Plantas Daninhas
Destruição de soqueiras Mecânico ou Químico?
- Mecânico: Enxada rotativa ou Gradagem?
Enxada rotativa –> boa destruição e corte de restos
culturais e plantas daninhas, porém ruim à
conservação do solo.
Gradagem -> Menos agressiva à conservação do solo
(age superficialmente), e atua no banco de sementes
de plantas daninhas.
- Químico: otimização de maquinários. Ex: Glifosato e
Paraquat.
25. Banco de Sementes (B.S.)
Enriquecimento banco de sementes:
- Sementes de plantas remanescentes;
- Estratégia da planta em stress para perpetuar a
espécie.
- Dispersão – maquinários,animais,vento,água e
homem.
Plantas daninhas – dormência e longevidade;
A longevidade é variável - da espécie, da
26. Banco de Sementes (B.S.)
Dificulta o manejo eficiente – presente em camadas sub
superficiais do solo;
Conhecer histórico das espécies na área, e atuar neste banco de
sementes.
Informações de banco de sementes – ferramenta importante na
tomada de decisão do manejo;
Redução B.S. Proporciona menor problema com plantas
daninhas e economia para os agricultores.
27. Resistência de Plantas Daninhas à
Herbicidas
Causas?
- Superdosagens, subdosagens, monocultivo com aplicações
similares, culturas tolerantes com frequentes aplicações.
Quais Plantas Daninhas se tornaram resistentes ao Glifosato? E
tolerante?
O que isso implica?
Pressão de seleção, dificuldade cada vez maior no controle das
plantas daninhas.
Alternativas -> uso do Paraquat.
30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Freire, E C. Algodão no cerrado do Brasil. 2ª edição revisada e ampliada.
ABRAPA. Goiás: Aparecida de Goiânia, 2011.
Vargas, L.; Roman E S. Manual de Manejo e Controle de Plantas Daninhas.
Embrapa. RS: Bento Gonçalves, 2004. 215 p.
Lorenzi H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas –
Plantio direto e convencional. 7ª edição. Instituto Plantarum de Estudos
da Flora Ltda, 2014.
Lamas F M. Cultura do Algodoeiro. Tecnologia e Produção Soja e Milho
2008/2009. Disponível em:
http://www.diadecampo.com.br/arquivos/materias/%7BF5187E4C-9D16-4E7E-83D8-
5AA14253BF87%7D_17_cultura_do_algodoeiro.pdf
Monquero P A. e Silva A C. Banco de sementes de plantas daninhas e
herbicidas como fator de seleção. Pesquisa e Tecnologia, vol. 2, n.2, Jul-
Dez 2005.