- A bacia hidrográfica é frequentemente utilizada como unidade espacial de análise em planejamento ambiental devido a ser um sistema natural bem delimitado no espaço com interações físicas integradas.
- É importante definir a escala de trabalho considerando a complexidade dos fenômenos a serem estudados e as dimensões dos elementos do meio.
- Diferentes escalas são adequadas para diferentes níveis de análise, desde macro até detalhada, e fornecem dados sobre aspectos físicos, bióticos e ant
2. Área
Em planejamento ambiental costuma-se interpretar
um
conjunto
de
informações
regionais
referenciadas no espaço e apreendidas de maneira
holística.
A definição dessa área é uma tarefa extremamente
complexa, não só pela dificuldade em delimitar uma
área de contenção de impactos como de pressões ou
fenômenos e variedades de escala.
3. Área
Para definir a área de estudo, deve-se partir
de considerações sobre a complexidade local,
a abrangência e o núcleo dos principais
problemas
regionais,
as
escalas
necessárias para avaliar as questões
ambientais e o tamanho das unidades
territoriais envolvidas.
4. Bacia hidrográfica
A
bacia
hidrográfica
é
comumente usada porque
constitui um sistema natural
bem delimitado no espaço,
composto por um conjunto de
terras
topograficamente
drenadas por um curso d’água e
seus
afluentes,
onde
as
interações, pelo menos físicas
são integradas e, assim mais
facilmente interpretadas.
puc-campinas.edu.br
5. Bacia hidrográfica
Para realização de estudos as bacias hidrográficas
podem se distinguir entre bacias hidrográficas
representativas, estratégicas e experimentais, a
saber:
• Para alcançar níveis de informações mais detalhados
de uma bacia é necessário adotar a microbacia como
unidade espacial de análise desde que ela seja
representativa
das
condições
físicas
e
socioeconômicas de porção significativa do
território considerado.
6. Bacia hidrográfica
• A bacia ou microbacia estratégica é selecionada a
partir
de
condições
específicas,
não
encontradas no restante da região ou porção do
território considerado.
• Bacias hidrográficas menores que 20 km2, são
indicadas como bacias experimentais, onde são
implementados projetos, técnicas ou práticas
experimentais cujos fatores controladores, e
resultados são mais facilmente monitorados.
7. CONAMA 001/86 (e alterações)
Art. 5o O estudo de impacto ambiental, além de atender à
legislação, em especial os princípios e objetivos expressos
na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá
às seguintes diretrizes gerais:
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área
de influência do projeto, considerando, em todos os casos,
a bacia hidrográfica na qual se localiza;
8. Abrangência dos IA
ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII): abrange a
porção mais ampla do território sobre a qual, de alguma
forma, haverá interferências ou seja abrange as áreas de
influência indireta afetada pelas operações. (bacia)
ÁREA DE INFLUENCIA DIRETA (AID): abrange as áreas/
ou espaço de influência direta afetadas pelas operações.
ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA): abrange a área
diretamente afetada pelas operações.
9. Área de Influência Direta - AID
Área de influência Indireta - AII
Exemplo
Área Diretamente Afetada - ADA
10. Bacia hidrográfica
O tamanho da bacia hidrográfica em estudo tem
influência sobre os resultados. Assim, bacias
hidrográficas
menores
facilitam
o
planejamento, seja por razões técnicas (como
tomar mais simples e efetiva a espacialização dos
dados) seja por razões estratégicas, pela maior
facilidade de garantir a participação popular e
individualizar os problemas principais, que se
tornam mais centralizados ou limitados.
11. Bacia hidrográfica
Quando se trata
de
espaços
urbanos,
mesmo
o
desejo técnico
do circuito das
águas
é
bastante
complexo.
12. Bacia hidrográfica
Os
setores
públicos
embora
reconheçam que a bacia hidrográfica
é a uma unidade de planejamento, o
gerenciamento dos recursos naturais
tem sido segmentado para melhor
atender as demandas dos vários setores da
administração pública.
13. Bacia hidrográfica
Trabalhar com área de bacia hidrográfica traz
um outro impasse, de ordem técnica como:
dados socioeconômicos, censitários e de
infraestrutura
estatísticos
estão
disponíveis
por
município,
que
frequentemente não obedece aos limites
de bacias hidrográficas. Dificultando a
sobreposição espacial dos dados e a
interpretação da cadeia de relações no meio.
14. Ex.: A BACIA HIDROGRAFIA
COMO EXTENSÃO ESPACIAL
•PORQUE TRABALHAR COM ESTA UNIDADE ESPACIAL?
•QUAL ESCALA DE FENÔMENOS ELA ABRANGE?
ACEITAÇÃO
UNIVERSAL
SISTEMA NATURAL
BEM DELIMITADO
INTERAÇÕES FÍSICAS
INTEGRADAS
É UMA UNIDADE ESPACIAL DE FÁCIL RECONHECIMENTO
E CARACTERIZAÇÃO
15. BACIA HIDROGRAFIA
COMO UNIDADE DE TRABALHO
• O QUE PRECISO SABER?
COMPLEXIDADE
AUMENTA
ESPAÇOS URBANOS
AUMENTO DAS
RELAÇÕES
INTRÍNSECAS
ELUCIDAR AS DIFERENÇAS DE COMPLEXIDADE
ENTRE UMA BACIA HIDROGRÁFICA NATURAL E
UMA BACIA QUE FOI URBANIZADA
16. Bacia hidrográfica
A região metropolitana de São Paulo RMSP expandiu seu
circuito hídrico de forma desordenada, muito além dos limites
da bacia hidrográfica em virtude dos paradigmas de quatro
momentos históricos de desenvolvimento tecnológico e
ambiental.
No período sanitarista (1890-1934), as demandas eram atendidas
pelos recursos da própria bacia, com captações próximas à cidade.
Essa situação permaneceu no período técnico burocrático (1934 – 1963)
com a capacidade do sistema ampliada. No período econômicofinanceiro (1963-1980) as captações ultrapassaram os limites de bacia,
promovendo a Transposição de até 33m3/s da bacia do Atibaia para a
bacia do Tietê. Atualmente a ampliação da capacidade de fornecimento
de água Tem sido realizada dentro e fora da bacia.
18. Áreas de estudo
Quando o planejamento tem por objetivo uma
atividade de forma concentrada, pode se usar
raios, polígonos em torno de um ponto central ou
raios de ação.
Quando planejamento de um território onde são
comuns paisagens e atividades de extensão pode se
utilizar áreas em corredor que abrange uma
faixa marginal as atividades e aos padrões que
se pretende avaliar
20. Áreas de estudo
Em
planejamento
ambiental,
quase
sempre é necessário
realizar aproximações
sucessivas de escalas e
áreas de trabalho, pois
deve
haver
correspondência entre os
fenômenos
e
suas
dimensões e grandezas.
Áreas de influência para estudos de impactos ambiental
21. Escala
Os planejamentos ambientais classificam e ordenam o
meio utilizando-se de métodos que dividem ou
integram um dado espaço. Trabalham as informações em
diferentes graus de organização e complexidade, que devem
ser estudados como um sistema em si mesmo.
Espera-se que cada fenômeno, elemento ou dado do meio seja
representado por distâncias que reproduzem suas
dimensões reais e pelo período em que incidem e
compartilham o espaço
22. Escala
Sobre a escala temporal, há ainda outra questão a
ser considerada: a diferença entre a escala de tempo
de ocorrência de um fenômeno e a escala de
tempo de resposta de um organismo em relação a
ele.
Mapear a biodiversidade por exemplo é uma tarefa
árdua pois as espécies fixas ou moveis podem
responder diferente em tempos e grau de
estabilidade.
23. Escala
Sobre a escala de trabalho deve-se decidir
sobre quais os níveis de organização, o quanto
da
heterogeneidade
espacial
deve
ser
representada, o quanto serão representadas as
medidas de direção, distância, forma e
geometria dos elementos componentes no
meio.
24. Escalas usuais
As escalas maiores possibilitam maior detalhe da
informação, ao passo que as escalas menores, embora
diminuam o tempo e o custo para o levantamento dos
dados, generalizam e agrupam as informações.
A escolha da grandeza da escala se inicia com o tipo de
planejamento proposto.
Exemplo de escalas de planejamento: local, regional e global.
25. Escalas
Em suma, cabe ao planejador, frente aos seus objetivos
e disponibilidades, identificar as fontes de erros e
avaliar as razões de custo e benefício que julgar
admissíveis ao desenvolvimento do planejamento.
Significa tanto a fração de divisão de uma
superfície
representada,
como
também
indicador do tamanho do espaço considerado.
A escala deve dar sentido ao recorte espacial
objetivado.
26. Escala
Os planejamentos ambientais classificam e ordenam o meio
utilizando-se de métodos que dividem ou integram um
determinado espaço.
Cada abordagem tem um aprofundamento com elementos
componentes
• Meio físico (geologia, pedologia,
solo,clima,recursos hídricos)
uso
e
ocupação
do
• Meio biótico (flora e fauna)
• Meio antrópico (arqueologia, sistema viário,sistema de
abastecimento de água e coleta de esgotos, sócio-economia
27. Escala
• fenômenos atuantes
• Meio físico (desenvolvimento dos solos, flutuações climáticas,
erosão)
• Meio biótico (migração de espécies, corredores de animais )
• Meio
antrópico
(transformação
agricultura,epidemias)
da
paisagem,
Assim cada abordagem tem uma escala – representação
espacial e temporal das informações
28. Pluralidade de mapas para um mesmo território
TEMA H
H
TEMA J
J
TEMA L
3
L
K
TEMA K
2
TEMA M
M
100 Km
10 Km
1
J
TERRITÓRIO
M
L
H
K
1000 Km
1 Km
29. Escalas usuais
• Relação entre o nível, representação gráfica e tipos de escalas
PLANEJAMENTO
NÍVEL DE ESCALA
REPRESENTAÇÃO DA
ESCALA
TIPO DE ESCALA
Econômico e Ecológico
Macro
˃ 1:500.000
Reconhecimento
Zoneamentos
Meso
1:250.000 – 1:25.000
Semi-detalhada
Planos Diretores
Micro
˂ 1:10.000
detalhada
30. TERRITÓRIO PLANEJADO
Área da bacia hidrografica
ESCALA ADOTADA
1:5.000 a 1:1.000.000
• Relações de comum ocorrência noa 1:5.000.000
1:500.000 Brasil
Área de influencia regional
entre abrangênica territorial 1:250.000 a 1:1.000.000
e escalas
Área de influencia indiretaem planejamento
adotadas ou area afetada indiretamente por
1:50.000 a 1:100.000
Territorio nacional
Escalas usuais
impactos
Área de influencia direta ou diretamente afetada por impactos
1:5.000 a 1:50.000
Área de ação estratégica
1:10.000 a 1:500.000
Limites municipais
1:50.000 a 1:100.000
Centros urbanos subordinados a area de ação
1:500.000
Raios de ação
1:2.000 a 1:100.000
Corredores
1:2.000 a 1:25.000
Area de reassentamentos humanos
1:2.000 a 1:25.000
31. Escalas usuais
• Exemplos de compartimentos do espaço, escalas apropriadas
e tipos de dados
COMPARTIMENTO
AMPLITUDE DE ESCALA
TIPOS DE DADOS
Região
1:1.000.000 a 1:3.000.000
Domínio climático e bioma
Distrito
1: 500.000 até 1:1.000.000
Relevo, geologia, geomorfologia e
associações de formações
vegetacionais
Sistema
1:100.000 a 1:500.000
Modelo de unidade geomorfológica,
solo e vegetação
1:10.000 a 1:50.000
Homogeneidade geológica e de
associação solo/vegetação
Tipo
32. Espaços e tipos de informação
COMPARTIMENTOS
NÍVEL DE ANÁLISE
DOMÍNIO
Área sub-continental, de climas relacionados
DIVISÃO
Região climática, de acordo com a classificação Koeppen
PROVÍNCIA
Região com vegetação definida pelo mesmo tipo de solo ou solos zonais
SEÇÃO
Áreas cobertas por tipos vegetacinais que representam climaces
climáticos potenciais
DISTRITO
Parte de uma seção com forma de relevo caracteristica
ASSOCIAÇÃO DE TIPOS
Agrupamento de tipos com padrão recorrente de relevo, litologia, solos e
estádios sucessionais da vegetação
TIPO
Grupo de fases vizinhas com series ou familias similares de solos,
cobertos por comunidades vegetais similares de acordo com os tipos de
habitats
FASE
Grupo de sitios vizinhos pertencentes à mesma série edáfica e com tipos
de hábitats intimamente relacionados
SÍTIO
Um único tipo de solo e um unico tipo de habitat.
33. Tempo
O planejamento ambiental não pode ser feito a partir de
uma leitura estatística do ambiente. Ele deve compreender
os processos continuados que resultaram na apropriação dos
recursos naturais, na perspectiva de desenvolvimento humano
e na história natural regional. O estado atual de um
ambiente não é produto de impactos individuais
independentes, desconectados do passado ou do futuro.
Pelo contrário, é consequência das ações e efeitos combinados
entre si, que acabaram por determinar o quadro de conservação
ou degradação observado no período estudado.
34. Tempo
Em planejamento ambiental o tempo é uma escala
objetiva de análise que deve situar o presente, o
passado e o futuro do espaço diagnosticado. A
interpretação dos fenômenos do meio através do tempo visa a
responder o quê, onde, quando, e porque estão ocorrendo as
mudanças, tanto no meio natural como antropizado. Cabe o
planejador identificar as forças que governam a
trajetória das mudanças na paisagem e despender
esforços nos caminhos críticos que afetam a qualidade
do ambiente.
35. Tempo
Usualmente, o tempo é representado por
meio da construção de cenários, que nada
mais são do que interpretações de momentos
em uma paisagem dentro de uma escala
temporal, visando auxiliar agentes de
planejamento a compreender a dinâmica da
área e os problemas ambientais consequentes.
36. Tempo
Os cenários devem retratar um conteúdo
concreto, construído não só a partir do
diagnóstico da realidade técnica, mas também
das propostas governamentais e das realidades
apreendidas pela cultura, pelos sentidos, pela
memória, pela imaginação e pelo pensamento
do homem da região. Devem revelar o passado, o
presente e o futuro sob o ponto de vista das diversas
vertentes envolvidas no planejamento ambiental
(técnica, comunitária, política)
37. Tempo
Cada um desses cenários devem trazer uma
interpretação particular de um fato: o que foi
(cenário passado), o que é (cenário real), o que será se
medidas não forem tomadas (cenário futuro
tendencial), como deveria ser (cenário futuro ideal,
frente as potencialidades e restrições), como gostaria
que fosse (cenário futuro desejado, em função dos
anseios dos agentes envolvidos) e o que pode
realmente ser (cenário futuro possível alternativo,
frente as restrições, aspirações e as limitações
socioeconômicas administrativas)
38. Tempo
O cenário atual pode ser entendido como a
interpretação das correlações entre os fatores do meio
físico, biótico, socioeconômico, tecnológico, jurídico e
institucional de forma a entender as pressões
humanas, o estado do meio e as respostas presentes. É
importante ressaltar que a construção do cenário atual é
muito mais do que fazer um diagnóstico do meio. O cenário
atual, quando bem elaborado, permite identificar os conflitos
entre as perspectivas técnica, legal, institucional e da
sociedade, sejam reais ou imaginadas pelos grupos sociais.
39. Tempo
Cenários futuros: O que poderia acontecer se
determinados eventos ocorressem ou certos planos ou
políticas fossem introduzidos.
A construção de cenários é um forte instrumento
de análise para interpretar os rumos e as
velocidades das alterações no espaço, bem
como conduzir, tecnicamente, a uma reflexão
sobre as implicações de projetos e políticas de
desenvolvimento.
41. Material Consultado
• SANTOS, Rosely F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de
Textos, 2004
• ESCALA : é um problema? - Dra. Sueli Angelo Furlan
• ESCALA E TEMPO no planejamento - Professora Sueli do Carmo Bettine
• Disciplina – Meio Ambiente e Planejamento - Áreas e Escalas em Planejamento
Ambiental Manejo de Recursos Naturais Turma 2006
• Complemento da Aula 2 – Planejamento Ambiental - Profs. Mario Thadeu e Monica
Porto
42. Reflexão
Responda as seguintes questões:
1. Em sua opinião as bacias ou microbacias
hidrográficas são um instrumento eficaz como
unidades de planejamento?
2. Em sua opinião a escala temporal através dos
cenários pode contribuir ou não para o diagnóstico
ambiental, avaliação ambiental e planejamento de
uma determinada área? Justifique.