O documento discute a importância do tratamento de água e abastecimento, abordando: 1) A desigualdade no acesso à água potável, principalmente nos países em desenvolvimento; 2) O histórico do abastecimento de água, desde 4.000 a.C até os sistemas modernos; 3) Os objetivos do tratamento de água, como torná-la potável, livre de agentes patogênicos e esteticamente agradável.
2. 1
Desigualdade no acesso à água potável e
saneamento
O fornecimento de água potável e o saneamento são temas
que levantam preocupações sobre a prestação de serviços,
particularmente nos países em desenvolvimento.
Apesar de várias iniciativas bem sucedidas têm sido lançadas
para o abastecimento de água potável às populações
urbanas, os esforços ainda ficam aquém das metas
necessárias para o desenvolvimento sustentável.
Nos países em desenvolvimento os sistemas de distribuição de
água são atormentados por vazamentos, ligações
clandestinas e vandalismo, enquanto preciosos recursos
hídricos são desperdiçados através da ganância e má
administração.
4. Acesso à água potável
Existem atualmente mais de 1 bilhão de pessoas no
mundo que não tem acesso a uma fonte de água
de fácil e seguro, como uma conexão com a rede
de água ou um bem protegido.
Em vez disso, o acesso à água é limitado ou
disponíveis através de fontes não protegidas. O
alvo, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio, é reduzir para metade, até 2015, a
proporção de pessoas sem acesso sustentável à
água potável e saneamento.
5. O acesso à água potável
Percentagem da população com acesso a água potável
6. Água a nível mundial
Ao contrário das guerras e das catástrofes naturais, a
crise global da água não ocupa lugar de destaque
nos títulos da imprensa. Também não galvaniza uma
ação internacional concertada. Tal como a fome, a
privação do acesso à água é uma crise silenciosa
suportada pelos pobres e tolerada por aqueles que
dispõem dos recursos, da tecnologia e do poder
político para acabar com ela.
7. Água a nível mundial
A principal causa de escassez na
grande maioria dos casos tem
raízes institucionais e políticas e
não se deve a uma deficiência
física de água. Em muitos
países a escassez é produto de
políticas públicas que têm
encorajado
a
utilização
abusiva de água.
8. A água potável e o saneamento constituem alguns dos
motores mais poderosos do desenvolvimento
humano. Alargam a oportunidade, aumentam a
dignidade e ajudam a criar um ciclo virtuoso de
melhoria da saúde e de crescimento da riqueza.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000200012
A crise da água
9. A crise da água
As mortes por diarréia em 2004 foram seis
vezes mais numerosas do que a média anual
de mortes em conflitos armados nos anos 90.
Uma em cada cinco pessoas do mundo em
desenvolvimento — 1 bilhão no total — não
tem acesso a uma fonte de água tratada.
Uma em cada duas pessoas — 2 bilhões no
total — não tem acesso a um saneamento
adequado.
10. A crise da água
Embora as quantidades absolutas de água doce na
terra sempre se manteve aproximadamente o mesmo,
a distribuição desigual da água e dos assentamentos
humanos continua a criar crescentes problemas de
disponibilidade de água doce e de acessibilidade.
escrevalolaescreva.blogspot.com
11. A crise da água
Como resultado da ação do homem, os exemplos de
poluição são numerosos: despejos de efluentes
industriais ou domésticos; contaminação do solo
por defensivos agrícolas, resíduos sólidos urbanos
e industriais; desmatamento, vazamento de
combustíveis e outros produtos em embarcações e
muitos outros.
vieirajeferavatar.blogspot.com
abae.pt
superhealthnation.com
12. A crise da água
PESTICIDAS
A água do subsolo pode ser contaminada com pesticidas
e outras substâncias tóxicas. Toda água armazenada
por dezenas de milhares de anos num aqüífero pode,
assim, ser definitivamente inutilizada.
LAGOS E RIOS MORTOS
Os nutrientes arrastados do solo das plantações para rios
e lagos pelas chuvas estimulam o crescimento de algas,
que acabam com o oxigênio da água e a tornam
imprópria para peixes e outros seres aquáticos.
13. A crise da água
EFLUENTES TÓXICOS
As substâncias contaminantes, como o mercúrio presente em
aparelhos eletrônicos e usado na mineração, tornam os
efluentes industriais venenosos.
IMPERMEABILIZAÇÃO
O solo impermeabilizado prejudica a recarga dos aqüíferos e
aumenta o escoamento superficial. Isso favorece as
inundações e o assoreamento de rios.
ESGOTO SEM TRATAMENTO
Cerca de 90% do esgoto doméstico dos países em
desenvolvimento não é tratado. Além de contaminar as
fontes subterrâneas, o esgoto espalha doenças diarréicas e
parasitárias que matam mais de 4 mil crianças por dia.
14. A crise da água
FIM DAS GELEIRAS
Estima-se que 80% das geleiras do Himalaia possam sumir em
30 anos, reduzindo a vazão dos principais rios asiáticos,
que abastecem um sexto da população mundial. A redução
das neves andinas, onde nasce o rio Amazonas, afetará
toda a América do Sul, principalmente nos aspectos
climáticos.
CHUVA ÁCIDA
Os óxidos liberados pela queima de combustíveis reagem com
a água e o oxigênio atmosféricos, formando ácidos como o
sulfúrico (H2SO4) e o nítrico (HNO3). Carregados pela
chuva, esses ácidos podem envenenar os rios e a terra,
matar as plantas e causar doenças.
15. A crise da água
IRRIGAÇÃO
No decorrer do século XX, muitos ambientes aquáticos, como
rios, lagos, pântanos e mangues, foram comprometidos por
projetos de irrigação e ocupação irregular do solo.
CONSUMO EXAGERADO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA
Em 60% das cidades européias com mais de 100 mil
habitantes, o consumo de água subterrânea é maior que
sua taxa de reposição. A Cidade do México fica sobre um
lençol freático responsável por 72% do abastecimento. Seis
mil poços sugam 52 m3 por segundo e recebem ―apenas‖
28 m3 por segundo. Esse esvaziamento do lençol faz a
cidade afundar 10 cm por ano.
16. Histórico do Abastecimento de Água
Os
assentamentos
humanos sempre se
desenvolveram
próximos aos cursos
d’água:
Uso da água para as
mais
diversas
finalidades, inclusive
para fins potáveis;
porta-retrato-ap.blogspot.com
2
17. Histórico do Abastecimento de Água
A preocupação sempre estava vinculada à
quantidade e não à qualidade;
As primeiras iniciativas relacionadas à qualidade
da água datam de 4.000 A.C.
4.000 A.C: Documentos em sânscrito e grego
recomendavam que águas impuras deveriam ser
purificadas por fervura ou serem expostas ao sol ou
purificadas por filtração em leitos de areia antes do
seu uso para abastecimento público.
18. Histórico do Abastecimento de Água
Uso de Alumem, pelos egípcios 1.500 A.C., para
clarificar a água.
500 A.C Hipócrates, considerado o pai da medicina,
recomendava a fervura e filtração da água de
chuva antes do seu uso para abastecimento público.
300 A.C a 300 D.C: Engenheiros romanos criaram os
primeiros sistemas públicos para abastecimento de
água e os grandes aquedutos.
20. Histórico do Abastecimento de Água
No século XVII, a filtração se estabeleceu como um
meio efetivo para remoção de partículas da água.
1855 John Snow conseguiu provar que a cólera era
uma doença de veiculação hídrica;
Final da década de 1880 Louis Pasteur demonstrou
a ―Teoria do Germe‖ para doenças:
- Desenvolvimento do processo de desinfecção;
- Só foi aceito após um litígio sobre a sua eficiência,
no final do século XIX.
21. Histórico do Abastecimento de Água
1804 – Construção e operação dos primeiros
filtros lentos em areia para tratamento de água
para abastecimento público em Paisley (Escócia)
1807 – A cidade de Glasgow (Escócia) foi uma
das primeiras a distribuir água tratada por meio
de tubulações
1829 – Construção e operação de filtros lentos
em areia para tratamento de água na cidade de
Londres
Parâmetros de qualidade da água estéticos
considerados: Turbidez, cor aparente e real, etc.
22. Histórico do Abastecimento de Água
Evolução dos Problemas sobre Qualidade da Água
Principal preocupação relacionada à qualidade da
água para abastecimento foram os microrganismos
patogênicos;
A partir da 2ª Grande Guerra Mundial, outros
problemas começaram a despertar preocupação.
23. Histórico do Abastecimento de Água
Primeiras aplicações do cloro como agente regular no
processo de desinfecção de águas de abastecimento
Alemanha (1890)
Inglaterra
Lincon – (1905)
Estados Unidos –
Chicago – (1908)
25. Concepção de sistemas de abastecimento
de água
Manancial
Captação
Distribuição
Adução de água
bruta
Reservação
ETA
Adução de água
tratada
26. Concepção histórica de sistemas de
tratamento de água
Manancial
Captação
Distribuição
Filtros lentos
Adução de água
bruta
Reservação
ETA
Adução de água
tratada
27. Concepção histórica de sistemas de
tratamento de água
Manancial
Captação
Distribuição
Filtros lentos
Adução de água
bruta
Reservação
Desinfecção
ETA
Adução de água
tratada
28. Concepção histórica de sistemas de
tratamento de água
Manancial
Captação
Distribuição
Coagulação
Floculação
Sedimentação
Adução de água
bruta
Reservação
Filtração
rápida
ETA
Adução de água
tratada
Desinfecção
29. 3
Sistema de Abastecimento de água
Um Sistema de Abastecimento de Água pode ser
concebido e projetado para atender a pequenos
povoados ou a grandes cidades, variando nas
características e no porte de suas instalações.
Caracteriza-se pela retirada da água da natureza,
adequação de sua qualidade, transporte até os
aglomerados humanos e fornecimento às população
em quantidade compatível com suas necessidades.
30. Qualidade da
água bruta
Tratamento de
Água
Qualidade da
água final
Esteticamente
agradável
Compostos
inorgânicos
- Qualidade da água bruta
- Qualidade da água final
- Confiabilidade em processos e
equipamentos
- Mão de obra e pessoal
- Flexibilidade operacional em lidar com
mudanças na qualidade da água
- Manter a eficiência, ao longo da vida
útil
- Área disponível
- Disposição dos resíduos
(Aspectos ambientais)
- Custos de operação e construção
- Aspectos políticos
Compostos
orgânicos
Microbiologicamente
segura
Sub-produtos
da desinfecção
31. Objetivos do Tratamento de Água
Água para consumo humano:
Deve ser segura do ponto de vista de saúde do
consumidor (potável);
Livre de organismos patogênicos e outras formas
biológicas prejudiciais à saúde humana;
Não conter compostos químicos em concentrações
que possam resultar em danos fisiológicos, agudos
ou crônicos.
32. Objetivos do Tratamento de Água
Sua aparência estética
deve impedir a busca por
fontes menos seguras:
- Sabor e odor não
objetáveis;
- Ausência de cor e
partículas em suspensão.
waterandmoreblog.com
33. Objetivos do Tratamento de Água
O custo de produção deve possibilitar a
distribuição da água à toda a população (função
social);
As características da água devem garantir a
integridade das estruturas utilizadas para
armazenagem, transporte e distribuição.
34. Importância sanitária e social
Sob o aspecto sanitário e social, o abastecimento de
água visa, fundamentalmente, a:
• controlar e prevenir doenças;
• implantar hábitos higiênicos na população como, por
exemplo, a lavagem das mãos, o banho e a limpeza de
utensílios e higiene do ambiente;
• facilitar a limpeza pública;
• facilitar as práticas desportivas;
• propiciar conforto, bem-estar e segurança;
• aumentar a esperança de vida da população.
35. Importância econômica
Sob o aspecto econômico, o abastecimento de água visa,
em primeiro lugar, a:
• aumentar a vida média pela redução da mortalidade;
• aumentar a vida produtiva do indivíduo, quer pelo
aumento da vida média quer pela redução do tempo
perdido com doença;
• facilitar a instalação de indústrias, inclusive a de turismo,
e conseqüentemente ao maior progresso das
comunidades;
• facilitar o combate a incêndios.
36. Doenças relacionadas pela ausência do sistema
de tratamento e abastecimento de água
Transmissão
Pela água.
Pela falta de
limpeza,
higienização com
a água.
Doença
Medida
Cólera
Febre tifóide
Giardíase
Amebíase
Hepatite infecciosa
Diarréia aguda
- Implantar sistema de abastecimento e
tratamento da água, com fornecimento em
quantidade e qualidade para consumo humano,
uso doméstico e coletivo;
- Proteger de contaminação os mananciais e
fontes de água;
Escabiose
Pediculose (piolho)
Tracoma
Conjuntivite bacteriana
aguda
Salmonelose
Tricuríase
Enterobíase
Ancilostomíase
Ascaridíase
- Implantar sistema adequado de esgotamento
sanitário;
Instalar
abastecimento
de
água
preferencialmente
com
encanamento
no
domicílio;
- Instalar melhorias sanitárias domiciliares e
coletivas;
- Instalar reservatório de água adequado com
limpeza sistemática (a cada seis meses);
37. 4
Qualidade da água
A água não é encontrada pura na natureza. Ao cair em
forma de chuva, já carreia impurezas do próprio ar. Ao
atingir o solo seu grande poder de dissolver e carrear
substâncias altera ainda mais suas qualidades. Entre o
material dissolvido encontram-se as mais variadas
substâncias como, por exemplo, substâncias calcárias e
magnesianas que tornam a água dura; substâncias
ferruginosas que dão cor e sabor diferentes à mesma e
substâncias resultantes das atividades humanas, tais
como produtos industriais, que a tornam imprópria ao
consumo.
38. Qualidade da água
A água pode carrear substâncias em suspensão, tais
como partículas finas dos terrenos por onde passa
e que dão turbidez à mesma; pode também
carrear organismos, como algas que modificam o
seu odor e gosto, além de liberar toxinas, ex.
cianobactérias, ou ainda, quando passa sobre
terrenos sujeitos à atividade humana, pode levar
em suspensão microorganismos patogênicos.
39. Qualidade das Águas
A água em cada uso tem um conjunto de características
diferentes, ou seja, em cada uso tem-se água com
qualidade diferente. Cada uso exige água com
qualidade que atenda aos requisitos de desempenho
próprios àquele uso.
Essa complexidade no uso do recurso hídrico exige
sistemas de gestão integrados, bem como tecnologias e
procedimentos que provoquem os menores impactos
possíveis nos ecossistemas naturais e preservem as
características necessárias da água.
40. Qualidade das águas
As características da água, conseqüentemente, sua
qualidade são afetadas por vários fatores:
Tipo de reservatório onde se encontra;
Região de ocorrência;
Atividades desenvolvidas pelo ser humano;
Usos dos corpos d’água.
A principal estratégia para garantir a
qualidade das águas é proteger os mananciais
41. Principais Questões Relacionadas à Qualidade da
Água por Tipo de Manancial em Escala Global
Tipo de Manancial
Questão
Rios
Lagos
Reservatórios
Água
Subterrânea
Organismos Patogênicos XXX
X
X
X
Sólidos Suspensos
XX
Na
X
NA
Matéria orgânica
XXX
X
XX
NA
Eutrofização
X
XX
XXX
NA
Nitratos
X
0
0
XXX
xxx – Degradação severa ou global; xx – Deterioração
significativa; x – Deterioração regional ou ocasional; 0 –
Deterioração rara; NA – não aplicado.
Fonte: CHAPMAN, D. Water Quality Assessments. UNESCO, WHO, UNEP. 1992
42. Principais Questões Relacionadas à Qualidade da
Água por Tipo de Manancial em Escala Global
Tipo de Manancial
Questão
Rios
Lagos
Reservatórios
Água
Subterrânea
Salinização
X
0
X
XXX
Elementos traço (metais)
XX
XX
XX
XX
Micropoluentes orgânicos
XXX
XX
XX
XXX
Acidificação
X
XX
XX
0
Mudança de regime
hidrológico
XX
X
NA
X
xxx – Degradação severa ou global; xx – Deterioração
significativa; x – Deterioração regional ou ocasional; 0 –
Deterioração rara; NA – não aplicado.
Fonte: CHAPMAN, D. Water Quality Assessments. UNESCO, WHO, UNEP. 1992
43. Qualidade das águas – Microbiológica
A principal preocupação se relaciona aos despejos
humanos e animais:
Presença de uma variedade de bactérias, vírus e
protozoários;
Risco potencial de epidemias de doenças intestinais
e infecciosas;
Presença de substâncias químicas variadas, as quais
são utilizadas no nosso dia-a-dia:
Risco potencial de doenças crônicas.
44. Qualidade das águas - Microbiológica
É a mais relevante o seu controle é de fundamental
importância e nunca deve ser comprometido;
Os grupos com maior potencial de risco são as
crianças e o idosos: A dose infectiva é
significativamente menor que para a população
adulta em geral.
45. Qualidade das águas - Substâncias
Químicas Tóxicas
Poucas substâncias químicas presentes naturalmente
na água podem conduzir a problemas agudos de
saúde, mesmo em condições de acidente a água
acaba adquirindo características que a tornam
repulsiva ao consumo.
Menor prioridade em relação aos organismos
patogênicos, no caso de abastecimento humano;
Efeitos
crônicos resultantes da ingestão de
pequenas concentrações por períodos prolongados
46. Qualidade das águas - Contaminantes
Radioativos
Alguns mananciais podem apresentar naturalmente,
substâncias radioativas. Contudo, a contribuição da
água potável para a exposição total à radiação
dos seres humanos é muito pequena. Mesmo assim,
devem ser estabelecidos padrões de qualidade
para as substâncias radioativas presentes
naturalmente na água.
47. Qualidade das águas - Aspectos
Estéticos da Água
A principal preocupação recai sobre os parâmetros
que afetam as características organolépticas da
água:
Cor, aparência, sabor e odor.
Características inadequadas podem fazer com que
o consumidor busque fontes alternativas de
abastecimento;
49. Qualidade das águas - Cianobactérias
e microcistinas
Resultantes do processo de eutrofização do
reservatórios. Este ambiente favorece a incidência
de florações de microalgas e cianobactérias. vários
gêneros e espécies de cianobactérias produzem
toxinas que têm função protetora estas toxinas são
potencialmente tóxicas para os mamíferos,
podendo causar a morte.
51. Qualidade das águas - Micropoluentes
orgânicos
Estão incluídas nesta categoria uma ampla variedade
de substâncias e compostos químicos;
- Produtos de higiene pessoal;
- Fármacos;
- Defensivos agrícolas;
- Produtos químicos diversos.
- Perturbadores ou disruptores endócrinos.
52. 5
Mananciais para abastecimento de
água
É toda fonte de água utilizada para abastecimento doméstico,
comercial, industrial e outros fins. De maneira geral, quanto
à origem, os mananciais são classificados em:
Manancial superficial
É toda parte de um manancial que escoa na superfície
terrestre, compreendendo os córregos, ribeirões, rios, lagos
e reservatórios artificiais. As precipitações atmosféricas,
logo que atingem o solo, podem se armazenar nas
depressões do terreno, nos lagos e represas, ou alimentar
os cursos d’água de uma bacia hidrográfica, se
transformando em escoamento superficial. Outra parcela se
infiltra no solo.
53. Mananciais para abastecimento de
água
Manancial subterrâneo
É a parte do manancial que se encontra totalmente
abaixo da superfície terrestre, compreendendo os
lençois freático e profundo, tendo sua captação
feita pelos poços rasos ou profundos, galerias de
infiltração ou pelo aproveitamento das nascentes.
Águas meteóricas
Compreende a água existente na natureza na forma
de chuva, neve ou granizo.
54. Escolha do manancial
A escolha do manancial se constitui na decisão mais
importante na implantação de um sistema de
abastecimento de água, seja ele de caráter
individual ou coletivo.
Havendo mais de uma opção, sua definição deverá
levar em conta, além da pré-disposição da
comunidade em aceitar as águas do manancial a
ser adotado, os seguintes critérios:
55. Escolha do manancial
• Primeiro critério: previamente é indispensável a
realização de análises de componentes orgânicos,
inorgânicos e bacteriológicos das águas do
manancial, para verificação dos teores de
substâncias prejudiciais, limitados pela Resolução nº
20, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama), de 18 de junho de 1986
– Dispõe sobre a classificação das águas doces,
salobras e salinas do Território Nacional;
56. Escolha do manancial
• Segundo critério: vazão mínima do manancial,
necessária para atender a demanda por um
determinado período de anos;
• Terceiro critério: mananciais que dispensam
tratamento, inclui águas subterrâneas não sujeitas a
qualquer possibilidade de contaminação;
• Quarto critério: mananciais que exigem apenas
desinfecção: inclui as águas subterrâneas e certas
águas de superfície bem protegidas, sujeitas a
baixo grau de contaminação;
57. Escolha do manancial
• Quinto critério: mananciais que exigem tratamento
simplificado: compreendem as águas de mananciais
protegidos, com baixos teores de cor e turbidez,
sujeitas apenas a filtração lenta e desinfecção;
• Sexto critério: mananciais que exigem tratamento
convencional: compreendem basicamente as águas
de superfície, com turbidez elevada, que requerem
tratamento
com
coagulação,
floculação,
decantação, filtração e desinfecção.
58. Formas de captação da água
De acordo com o manancial a ser aproveitado, podem
ser utilizadas as seguintes formas de captação:
• superfície de coleta (água de chuva);
• caixa de tomada (nascente de encosta);
• galeria filtrante (fundo de vales);
• poço escavado (lençol freático);
• poço tubular profundo (lençol subterrâneo);
• tomada direta de rios, lagos e açudes (mananciais de
superfície).
59. Formas de captação da água - Água
de chuva
A água de chuva pode ser armazenada em cisternas, que são
pequenos reservatórios individuais. A cisterna tem sua
aplicação em áreas de grande pluviosidade, ou em casos
extremos, em áreas de seca onde se procura acumular a
água da época chuvosa para a época de estiagem com o
propósito de garantir, pelo menos, a água para beber.
A cisterna consiste em um reservatório protegido, que acumula
a água da chuva captada da superfície dos telhados das
edificações. A água que cai no telhado vem ter às calhas, e
destas, aos condutores verticais e, finalmente, ao
reservatório. Os reservatórios mais simples são os de
tambor, de cimento amianto e os de plástico.
60.
61. Formas de captação da água Captação de águas superficiais
A escolha das obras de captação deve ser
antecedida da avaliação dos seguintes fatores:
• dados hidrológicos da bacia em estudo ou de
bacias na mesma região;
• nível de água nos períodos de estiagem e enchente;
• qualidade da água;
• monitoramento da bacia, para localização de fontes
poluidoras em potencial;
62. Formas de captação da água Captação de águas superficiais
•distância do ponto de captação ao ponto de
tratamento e distribuição;
• desapropriações;
• necessidade de elevatória;
• fonte de energia;
• facilidade de acesso.
63. Manancial abastecedor
Manancial abastecedor é a fonte de onde se retira a
água com condições sanitárias adequadas e vazão
suficiente para atender à demanda.
No caso da existência de mais de um manancial, a
escolha é feita considerando-se não só a
quantidade e a qualidade mas, também, o aspecto
econômico. Nem sempre o que custa inicialmente
menos é o que convém, já que o custo maior pode
implicar em custo de operação e manutenção
menor.
64. Manancial abastecedor
Para que se possa fazer o cálculo do consumo provável, é
necessário conhecer:
• população a ser abastecida:
Nos projetos, costuma-se fazer uma estimativa de população.
Esta estimativa baseia-se em:
• população atual;
Número de anos durante os quais vai servir o projeto (período
de projeto);
• taxa de crescimento da população.
- consumo per capita;
- variação diária de consumo;
- número de horas de funcionamento do sistema.
65. Abastecimento público de água
Partes constituintes do sistema público de abastecimento
de água Um sistema de abastecimento de água é
composto das seguintes unidades:
• manancial;
• captação;
• adução;
• tratamento;
• reservação;
• rede de distribuição;
• estações elevatórias;
• ramal predial.
66. Manancial abastecedor - Captação
É o conjunto de equipamentos e instalações utilizados
para a tomada de água do manancial, com a
finalidade de lançá-la no sistema de
abastecimento. O tipo de captação varia de
acordo com o manancial e com o equipamento
empregado.
67. Manancial abastecedor – Adução
Adutora é o conjunto de tubulações, peças especiais e
obras de arte, dispostas entre:
• Captação e a Estação de Tratamento de Água (ETA);
• Captação e o reservatório de distribuição;
• Captação e a rede de distribuição;
• ETA e o reservatório de distribuição;
• ETA e a rede de distribuição.
A tubulação que deriva de uma adutora indo alimentar
um setor qualquer da área a ser abastecida, é
chamada subadutora.
68. Projeto de Sistema de Tratamento de Águas Normas ABNT
NBR 12216 - Projeto de estação de tratamento de
água para abastecimento público
NBR 12211 - Estudo de concepção de sistemas
públicos de abastecimento de água - Procedimento
NBR 12213 - Projeto de sistemas de captação de
água de superfície para abastecimento público –
Procedimento
69. Manancial abastecedor - Tratamento
da água
O tratamento de água consiste em melhorar suas
características organolépticas, físicas, químicas e
bacteriológicas, a fim de que se torne adequada
ao consumo humano.
As águas de superfície são as que mais necessitam de
tratamento, porque se apresentam com qualidades
físicas e bacteriológicas impróprias, com exceção
das águas de nascentes que, com uma simples
proteção das cabeceiras e cloração, podem ser,
muitas vezes, consumidas sem perigo.
71. Pesquisa Complementar
Avaliar qual a relevância do micropoluentes
orgânicos para o tratamento de água de
abastecimento nas regiões metropolitanas do
Brasil?
Pesquise em artigos técnicos para avaliar o
comportamento dos micropoluentes orgânicos nos
sistemas de tratamento (água e esgotos).
72. Bibliografia
Relatório do Desenvolvimento Humano 2006
Publicado para o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) A água para lá da
escassez: poder, pobreza e a crise mundial da
água Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento
Dossiê da água - 1º Semestre 2009 Atualidades
Vestibular
http://www.grida.no/
http://virtualwater.eu/
73. Bibliografia
Escola Politécnica Da USP Departamento De Engenharia
Hidráulica E Sanitária – Tratamento Avançado De Águas De
Abastecimento Concepção De Estações De Tratamento De
Águas De Abastecimento. Prof. Dr. Sidney Seckler Ferreira
Filho
Brasil. Fundação Nacional De Saúde. Manual De Saneamento.
3. Ed. Rev. - Brasília: Fundação Nacional De Saúde, 2006.
Escola Politécnica Da USP Departamento De Engenharia
Hidráulica E Sanitária - Projeto de Sistemas de
Tratamento de Água Prof. José Carlos Mierzwa
―Introdução, Objetivos do Tratamento de água,
Qualidadeda
Água
para
Abastecimento
e
Identificação de Riscos‖
74. Objetivo da aula
Ao final dessa aula, você deverá conhecer:
O papel fundamental que o abastecimento de água e
o saneamento desempenham no desenvolvimento.
A problemática da falta e ao acesso de água e
saneamento.
Histórico do abastecimento de água.
Doenças relacionadas ao abastecimento de água e a
qualidade da água.
Captação e escolha dos mananciais.
E Normas sobre o sistema de abastecimento de água.