1. Nota à imprensa
Recife, 07 de março de 2013.
DIVULGAÇÃO DA CESTA BÁSICA
2013
FEVEREIRO 2013
CONTEXTO REGIONAL
Em janeiro/2013 o custo da Cesta Básica do Recife apresentou variação positiva de 8,35% no
mês em análise, o que representou um aumento de R$ 21,49.
O valor da cesta em janeiro atingiu R$ 278,92, comprometendo 44,72% do salário mínimo
líquido só com as despesas de alimentação. A média nacional deste mesmo indicador foi de 46,91%.
No mês em análise, 15 das dezoito capitais registraram aumentos no custo médio do
conjunto de bens essenciais. Os destaques foram Recife (8,35%), Fortaleza (7,22%), João Pessoa
(7,11%) e Natal (5,09%), todas capitais nordestinas.
Nos últimos 12 meses, 16 das 17 capitais onde é possivel fazer esta análise, apresentaram
altas superiores a 15% em seus valores médios. Apenas Goiania registrou variação de 14,06% e em
Mato Grosso não há dados para fevereiro de 2012. As maiores elevações foram observadas em
Salvador (32,03%), Natal (29,82%), Fortaleza (29,29%), Recife (27,12%), João Pessoa (27%),
Aracaju (26,41%), Manaus (24,22%) e Florianópolis (22,89%).
SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO
Com base no custo apurado para a cesta de São Paulo, e levando em consideração a
determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as
despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário,
higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo
necessário. Em fevereiro de 2013, o menor salário pago deveria ser R$ 2.743,69, ou seja, 4,05
vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00. Em janeiro, o mínimo necessário era menor, equivalendo a
R$ 2.674,88 ou 3,95 vezes o piso vigente. Em fevereiro de 2012, o valor necessário para atender às
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2. despesas de uma família chegava a R$ 2.323,21 o que representava 3,74 vezes o mínimo de então
(R$ 622,00).
Tabela I - Cus t o e V ariaç ão da Ces t a B ás ic a
Fev ereiro de 2013
V alor da V ariaç ão P orc ent agem Tempo Variaç ão Variaç ão
Capit al c es t a mens al s alário mínimo t rabalho no ano anual
líquido
São Paulo 326,59 2,57 52,36 105h58m 7,11 18,10
Porto Alegre 318,16 2,85 51,01 103h14m 8,08 18,01
Florianópolis 314,46 1,70 50,41 102h02m 8,42 22,89
Manaus 314,18 4,13 50,37 101h57m 8,24 24,22
Belo Horizonte 313,48 4,57 50,26 101h43m 7,77 18,62
Vitória 313,40 -0,63 50,24 101h42m 7,74 17,29
Rio de Janeiro 306,83 0,98 49,19 99h34m 8,87 16,46
Brasília 306,39 -0,24 49,12 99h25m 11,03 19,73
Curitiba 293,25 2,56 47,01 95h09m 8,09 19,13
Belém 286,70 2,21 45,96 93h02m 5,57 15,21
Goiânia 286,34 -0,56 45,91 92h55m 8,80 14,06
Natal 283,27 5,09 45,41 91h55m 18,20 29,82
Recife 278,92 8,35 44,72 90h30m 12,04 27,12
Fortaleza 276,98 7,22 44,40 89h53m 9,57 29,29
João Pessoa 270,06 7,11 43,30 87h38m 13,54 27,00
Salvador 270,04 0,89 43,29 87h37m 18,90 32,03
Campo Grande 269,38 2,41 43,19 87h25m 10,88 -
Aracaju 238,40 2,85 38,22 77h21m 16,83 26,41
Média 46,91 94h57m
Salário Mínimo Necessário: 2.743,69
Salário Mínimo: 678,00
Salário Mínimo Líquido: 623,76
Pesquisa Nacional da Cesta Basic a
Fonte: Dieese.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS:
Em fevereiro, quatro dos doze produtos pesquisados registraram variações negativas em
seus custos médios: o óleo de soja (4,61%), a manteiga (1,70), pão (1,63%) e o arroz (0,71%). Os
demais itens apresentaram altas com destaque para o tomate (56,70%), passando de R$ 2,61 para
R$ 4,09 o preço médio por kilo, a farinha de mandioca (15,05%) e o feijão (6,53%).
O aumento no preço da farinha de mandioca decorre da falta de matéria prima (mandioca),
reflexo da seca no nordeste, que obrigou os produtores locais a comprar a mandioca do Pará e
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3. Paraná, maiores produtores nacionais. Também os mercados do tomate e do feijão se encontram
num período de bastante instabilidade devido às restrições climáticas, seca no NE e excesso de
chuva e geadas nas regiões sul, sudeste e centro oeste, que afetam a produção e qualidade dos
produtos ofertados.
Em termos anuais, observou-se forte elevação no custo médio de 10 dos 12 produtos
termos
pesquisados. Apenas o preço médio da carne (3,49%) e do açúcar (0,50%) apresentaram elevações
mais suaves no período em análise. Os outros dez produtos apresentaram aumentos superiores a
8%, com destaque para a farinha de mandioca (132,50%), o tomate (123,50%), a banana (39,06%),
o arroz (28,42%), o óleo de soja (20,92%), a manteiga (15,68%), o feijão (15,08%) e o leite
(13,58%).
CESTA X JORNADA DE TRABALHO X SALÁRIO MÍNIMO NECESSÁRIO
CESTA BÁSICA
O trabalhador do Recife, que recebeu um salário mínimo líquido (descontado a contribuição
previdenciária) do mês de fevereiro de 2013, gastou R$ 278,92 com despesas de alimentação,
comprometendo 44,72% da sua renda, restando 55,28% para serem gastos com os demais itens
previstos no Art. 7o. Inciso IV da Constituição (moradia, educação, transporte, saúde, etc).
Em fevereiro de 2012, a cesta custava R$ 219,42, R$ 59,50 a menos que o registrado no
mesmo mês de 2013, e comprometia 38,34% do salário mínimo líquido com este tipo de despesa.
O montante gasto na compra da Cesta Básica para uma família composta por dois adultos e
duas crianças (que consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 836,76 cerca de 1,35 salários
mínimos vigentes em fevereiro de 2013.
JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho exigida em fevereiro/13 para comprar os produtos que compõem a
cesta básica foi de 90h30m contra 83h22m em janeiro/13, sete horas e oito minutos a mais. Em
relação a fevereiro de 2012, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta básica no
Recife era de 77h37m, treze horas e trinta e três minutos a menos que o registrado no mês em
análise.
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4. Tabela II – Quant o s e t rabalha para c omer em Rec if e
Variaç ão mens al em Fev ereiro de 2013
Gas t o Mens al (R$) Variaç ão (% ) Tempo de Trabalho P reç o Médio (R$)
P rodut os Quant .
f ev / 12 jan/ 13 f ev / 13 Mens al Anual jan/ 13 f ev / 13 f ev / 12 jan/ 13 f ev / 13
Tot al da Ces t a 219, 42 257, 43 278, 92 8, 35 27, 12 83h32m 90h30m - - -
Carne 4,5 kg 65,97 67,73 68,27 0,80 3,49 21h59m 22h09m 14,66 15,05 15,17
Leite 6l 14,58 16,02 16,56 3,37 13,58 5h12m 5h22m 2,43 2,67 2,76
Feijão 4,5 kg 22,41 24,21 25,79 6,53 15,08 7h51m 8h22m 4,98 5,38 5,73
Arroz 3,6 kg 7,60 9,83 9,76 -0,71 28,42 3h11m 3h10m 2,11 2,73 2,71
Farinha 3 kg 7,20 14,55 16,74 15,05 132,50 4h43m 5h26m 2,40 4,85 5,58
Tomate 12 kg 21,96 31,32 49,08 56,70 123,50 10h10m 15h56m 1,83 2,61 4,09
Pão 6 kg 36,42 40,56 39,90 -1,63 9,56 13h10m 12h57m 6,07 6,76 6,65
Café 300 g 3,90 4,24 4,24 0,00 8,72 1h23m 1h23m 13,01 14,14 14,12
Banana 7,5 dz 16,13 22,35 22,43 0,36 39,06 7h15m 7h17m 2,15 2,98 2,99
Açúcar 3 kg 6,03 6,06 6,06 0,00 0,50 1h58m 1h58m 2,01 2,02 2,02
Óleo 900 ml 3,25 4,12 3,93 -4,61 20,92 1h20m 1h17m 3,25 4,12 3,93
Manteiga 750 g 13,97 16,44 16,16 -1,70 15,68 5h20m 5h15m 18,63 21,92 21,55
Tempo que o trabalhador que ganha Salário Mínimo necessita para comprar a Ração Essencial Mínimo.
(Decreto Lei no. 399 de 30.04.38).Salário Mínimo em fevereiro de 2013: R$ 678,00
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5. NOTAS METODOLÓGICAS
Desde o mês de janeiro/09 o DIEESE vem gradativamente procedendo a atualização metodológica
da Pesquisa Nacional da Cesta Básica (vide Nota Técnica). No mês de março, todas as 17 capitais
passaram a divulgar a pesquisa já com a atualização do cadastro dos locais de coleta, ponderação
dos produtos por tipo e equipamento pesquisado, tipos, marcas e unidades dos produtos
atualizados, além de um calendário revisto.
Para o Recife, as principais alterações ocorreram no reordenamento dos locais de compra, na
medida em que foram eliminadas as cotações em outros municípios da região metropolitana, e
ampliado o número de estabelecimentos na capital. Este reordenamento permitiu a inclusão de
novos bairros na pesquisa, como é o caso de Vasco da Gama, Mustardinha e Ibura.
Atualmente são pesquisados 32 supermercados (entre estabelecimentos de grande, médio e
pequeno porte), 24 feiras e mercados públicos de segunda a sexta-feira, 30 padarias e 22
açougues, num total de 108 estabelecimentos.
Quanto aos produtos, à exceção do leite, que teve o tipo longa vida incluso na cotação, da carne que
incluiu a cotação de três tipos de corte: chã de dentro, chã de fora e patinho, e da manteiga que
incluiu a cotação do produto em tablete e pote, os demais ítens não tiveram alteração no tipo
pesquisado. No entanto, a partir do mês de março, todos os produtos pesquisados passaram a ter no
mínimo três cotações de marcas diferentes.
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