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Jacob Renesmee - Sol Da Minha Vida
Autor(es): GLAUCIABLACK, GLAUCIABLACK2


Notas da história
NOTA:Essa é a minha primeira fanfic, por isso peço perdão se não agradar.É possível
lutar contra o inevitável? Um grande amor poderia ser evitado? Seria possível resistir a
um amor tão incondicional, capaz de abrir mão de tudo em pró da amada? Ele
sobreviveria ao conflito e diferenças entre as espécies?Essas são as repostas que as
fanfics trazem para os apaixonados pelo do Twilight.Essa é a minha primeira fanfic,
motivada pela inconformidade do término da saga e do fim de seus personagens. Que
mostrará uma história de conflito, renuncia lutas e amor!! Uma aventura emocionante
que irá prender a atenção dos leitores, à medida que a trama se desenvolve e os
personagens amadurecem.Espero que gostem!!PS: Essa fanfic não é recomendada para
menores de 16 anos, pois possui algumas passagens consideradas impróprias.




Índice
(Cap. 1) PROLOGO
(Cap. 2) Planos para o futuro
(Cap. 3) Preparativos para mudança
(Cap. 4) Despedidas
(Cap. 5) Nova vida
(Cap. 6) Apaixonada
(Cap. 7) Desconforto
(Cap. 8) De volta a Forks.
(Cap. 9) Confusões
(Cap. 10) Declaração
(Cap. 11) O Namoro
(Cap. 12) Sedução
(Cap. 13) Conflitos
(Cap. 14) Eu nunca soube dizer o quanto te amo
(Cap. 15) Novos talentos
(Cap. 16) Curta lua de mel
(Cap. 17) PVO Jacob - Bônus
(Cap. 18) Preparativos para luta
(Cap. 19) Mercenários
(Cap. 20) Revelação - PVO NESSE
(Cap. 21) Revelação - PVO JAKE
(Cap. 22) Colin
(Cap. 23) Pânico
(Cap. 24) A luta
(Cap. 25) O parto – PVO NESSE
(Cap. 26) O PARTO - PVO JAKE
(Cap. 27) A impressão!
(Cap. 28) O tempo não cura o desejo de vingança.
(Cap. 29) Cap final - O amanhã é para sempre



(Cap. 1) PROLOGO
                                           PRÓLOGO

         Depois da batalha contra os Volturis, a vida se tornou feliz para a família Cullen
novamente e tudo parecia ter voltado um normal. Eles tinham uma preocupação a
menos, mas sabiam que o crescimento acelerado de Renesmee continuaria por algum
tempo. Seria necessário apenas sete anos, segundo o único híbrido que conheceram para
ela ser uma adolescente. As coisas não eram tão simples como pensavam, mesmo sem
os Volturis. Não poderiam continuar mais tempo naquela pequena cidade. Era preciso
partir o mais rápido possível. Já haviam feito isso muitas vezes, mas agora existia um
problema: “Jacob Black”.

        Bella não queria partir o coração de seu melhor amigo novamente e apesar de
saber que precisavam ir embora o mais depressa possível, relutava contra a idéia e
tentava adiar a partida eminente. Sabia, no entanto, que logo precisavam ir... “Aquilo
doeria o coração se ela ainda o tivesse batendo quente e pulsante em sei peito”.

        E agora? Será que Jake viveria sem Renesmee? Como ele receberia essa
notícia? Ele seria capaz de abrir mão da sua vida para ir atrás do seu pequeno universo?
Inimigos mortais poderiam viver sem conflitos? A ligação do imprinting, ou amor,
como muitos acreditavam, seria capaz de fazê-lo suportar a perda dos amigos, lar e sua
própria família?

        Essa é uma história de renúncia, lutas e conflitos. Acima de tudo, é uma grande
estória de amor. Um amor que é capaz de tudo o que for necessário para apenas estar
junto ao ser amado. Um amor desprendido de interesses, paciente, cuidadoso e acima de
tudo gentil. E para quem não ficou feliz com o final de Jacob Black, Irá se surpreender
com as surpresas que o destino reservou para ele.

        “Sol da minha vida é uma estória que vai fazer você se emocionar”


Notas finais do capítulo
Essa é a minha primeira fanfic, por isso peço perdão se não agradar.É possível lutar
contra o inevitável? Um grande amor poderia ser evitado? Seria possível resistir a um
amor tão incondicional, capaz de abrir mão de tudo em pró da amada? Ele sobreviveria
ao conflito e diferenças entre as espécies?Essas são as repostas que as fanfics trazem
para os apaixonados pelo do Twilight. Essa é a minha primeira fanfic, motivada pela
inconformidade do término da saga e do fim de seus personagens. Que mostrará uma
história de conflito, renuncia lutas e amor!! Uma aventura emocionante que irá prender
a atenção dos leitores, à medida que a trama se desenvolve e os personagens
amadurecem. Espero que gostem!!PS: Essa fanfic não é recomendada para menores de
16 anos, pois possui algumas passagens consideradas impróprias.




(Cap. 2) Planos para o futuro

Notas do capítulo
Essa fic está passando por edição.


                                     Planos para o futuro

        Os Volturis foram embora e finalmente o pesadelo parecia ter passado. Era hora
de fazer planos para o nosso futuro. Quase todos em minha família concordavam que
não poderíamos ficar muito tempo em Forks, pois era muito perigoso manter a farsa.
Para todos os efeitos as pessoas achavam que meus pais e meus tios haviam se mudado
para estudar na universidade Dartmouth. Assim não poderiam ser vistos na cidade. “Por
quanto tempo conseguiriam ficar incógnita em Forks?” Essa era a pergunta que meu
pai, Edward, e meu avô, Carlisle, faziam constantemente. Por outro, lado minha mãe,
Bella, se via em um eterno dilema: “Não podemos deixar Charlie e Jake para trás!” Ela
dizia enfaticamente.

        Todos conheciam os riscos de permanecer ali. Alguém poderia ver minha mãe
ou um dos irmãos Cullens e questionar sobre a sua presença. Qualquer pessoa que
conheceu Isabella Swan notaria a diferença existente na nova Bella. Sua pele muito
branca, os olhos cor âmbar, os cabelos cor de cobre e mais volumosos. Ela virou uma
verdadeira top model depois da transformação. Era difícil não perceber a diferença da
Bella sem sal para a nova mulher. Todos diziam. Isso sem falar em meu avô Carlisle,
que teve que abrir mão do que mais amava. Ele não podia mais trabalhar como médico
naquela região onde todos o conheciam. “Como explicaria a sua eterna juventude?
Tudo aquilo era perigoso demais para nós. O segredo precisava ser mantido para
continuarmos em paz. Os nossos inimigos precisavam de uma pequena brecha para
atacar novamente e nós não podíamos dar a oportunidade. Todos concordavam, apesar
de eu ser muito jovem para compreender a totalidade do que diziam.

       Eu crescia em ritmo acelerado, a minha mente já era de uma pessoa adulta, por
mais que tentassem esconder as coisas de mim, estava sempre atenta aos
acontecimentos da casa. Assim como os outros membros da família, sempre tive ótima
audição e conseguia ouvir bem, mesmo quando cochichavam. Assim procurava
expressar as minhas opiniões, como uma pessoa completamente independente, mesmo
sendo uma pirralha, principalmente quando se tratava do meu futuro. Havia uma parte
em mim que queria ser uma eterna criança, passando os meus dias sendo mimada por
meu pai, minha mãe, Rosali, Jake, Seth e o restante da família. Isso era extremamente
divertido para mim e via com orgulho as disputas de Jake e da minha tia Rosali para me
alimentar, quando estabeleciam uma espécie de competição. Ela dava sempre a
impressão que arrancaria a cabeça dele fora. Eu realmente gostava das disputas. Aquilo
me divertia bastante. Por outro lado, outra parte de mim queria apenas crescer. Ansiava
por mais liberdade e poder de escolha. Não queria ser apenas a garotinha indefesa da
família. E tanta proteção acabava por me irritar.

        Eu amava muito Jake e não queria ficar um dia longe dele. Quando ele tinha que
cumprir com as suas obrigações de Alfa, eu ficava muito ansiosa para vê-lo novamente.
Não sei se comentei, mas além de ser uma híbrida, em uma família de vampiros, meu
melhor amigo era o Alfa de uma matilha de lobos transmorfos. Era uma amizade nada
ortodoxa, levando-se em consideração que lobos e vampiros são espécimes inimigas.
Nas ocasiões em que Jake ia cumprir com suas obrigações o tempo parecia parar. As
horas insistiam em não passar tornando tudo insuportável para mim. Era o momento em
que aproveitava para ficar com Bella, a minha doce mãe, quando eu podia sentir o seu
calor, passar horas no seu colo, sentir o seu cheiro, brincar com os seus cabelos, fazê-la
ver imagens coloridas e agradáveis. Ela olhava para mim com verdadeira adoração,
parecia que via a imagem de uma verdadeira santa. Aquilo me fazia sentir a pessoa mais
amada e importante do mundo. Às vezes eu me sentia diferente pelo que era. Até mal
quando pensava não ser completamente humana. Minha mãe, no entanto, fazia com que
me sentisse normal. Era muito reconfortante.

         Edward, meu pai, era lindo e irresistível. Sua voz aveludada, o seu cheiro
adocicado, rosto esplendido, e os olhos... Tudo nele era inacreditavelmente incrível. Era
muito fácil entender a adoração que minha mãe sentia por ele. Além dos seus atributos
físicos ele era extremamente altruísta, conservador, inteligente e amável. O problema
nessa perfeição toda era somente o defeito... “Seu gênio era extremamente difícil”. Isso
era irrelevante levando em consideração que ele era extremamente adorável. Quando
olhava para mim ou se referia a mim, podia-se ver a veneração que tinha em seus
olhos... “Mais até do que por minha mãe”. Sua voz era de reverência ao grande milagre
quando ele fala o meu nome. Maior até o de ter encontrado Bella depois de cem anos de
vida. Acho que se ele pudesse chorar o faria sempre que me olhava.

         À noite meus pais me levavam para o nosso chalé, para terem um pouco mais de
privacidade. Privacidade em uma família de vampiros era algo que ninguém podia se
dar ao privilégio, levando-se em consideração os dons da família e a audição aguçada.
Por isso meus pais preferiam o chalé, onde podiam passar as noites se amando. Às vezes
acordava a noite e ouvia o grande amor que tinham um pelo outro, em forma de
gemidos, sussurros e rosnados. Confesso que aquilo era constrangedor e chegava a
aguçar a minha curiosidade. Naquela época eu não sabia nada sobre sexo. Nada é
maneira de falar. É claro! Uma criatura que cresceu no meu ritmo lia muito e nessas
leituras aprendia “coisas”. Entretanto, apesar do conhecimento, a minha sabedoria era
muito pequena devido a falta de experiência. Assim, ao ouvir os barulhos no quarto dos
meus pais, sentia-me extremamente curiosa sobre “o que” ocorria, e principalmente
“como” ocorria.
Além da minha família de vampiros e dos meus amigos lobos, ainda tinha o meu
avô Charlie, que não compreendia muito bem as coisas que aconteciam, como eu
crescia tão rápido e como era tão incrivelmente inteligente. Ele havia feito a escolha de
saber a menor quantidade de detalhes possíveis. Mas às vezes tentava encaixar as peças
para entender a minha ligação com Bella, pois não era humanamente possível ela ser de
fato a minha mãe. Apesar disso, algo dizia para ele que ela era. Sempre que Jake ou
minha mãe me levavam para vê-lo, havia a surpresa sem sues olhos. Era evidente a
descrença, em seu olhar, em relação ao meu crescimento e inteligência. Mesmo assim
não questionava as coisas estranhas que aconteciam porque esse foi o acordo que fizera
com Jake e com meus pais. Ele achava que eu era a sobrinha adotada de Edward, mas
sempre procurava semelhanças minhas com Bella. Dizia que eu tinha os seus olhos e os
seus cachos, além de ser totalmente descoordenada como ela. Sabia, no entanto, que era
melhor para não procurar explicações lógicas.

        Apesar de meu pai não gostar muito, Jake sempre me levava para La Push onde
eu me divertia com seus irmãos lobos, com Claire, Emily, Rachael, Kim, Sue e Billy.
Todos eram muito amáveis comigo, exceto Leah que parecia ter algo engasgado na
garganta. Ela não discutiria com uma criança, de aparentemente 6 anos, e mesmo que
ela tentasse Jake tomaria as minhas dores. Mesmo assim tinha a plena certeza da sua
repulsa por mim. Era mais claro do que a água. Seu olhar zangado às vezes me dava
medo.

       Minha vida era quase perfeita afinal. Tinha todos junto a mim e era feliz, amada,
mimada. Além de ter todo conforto, amor, felicidade... e Jake. “O que uma criança
poderia precisar para ser feliz?” Aquela aparente tranqüilidade começou a passar
poucos dias antes de eu completar 1 ano, sete anos aparentemente, quando ouvi uma
conversa entre Edward e Jake:

        –Jacob, temos que conversar. - Disse meu pai com os braços cruzados. A voz
parecia apreensiva e triste, enquanto minha mãe estava com uma expressão de dor e
angústia. Fiquei atenta a conversa. Sabia que pelas expressões era algo muito sério. Meu
coração bateu forte naquele momento e fui tomada por uma estranha angustia. Era a
primeira vez que tinha aquela sensação de perda.

        –O que está ocorrendo, Edward? - Perguntou Jake com tom apreensivo. Eu o
conhecia bem para saber que algo estava o rasgando por dentro. Vê-lo naquela maneira
me doeu ainda mais. Queria fazer algo para tomar aquela dor. Apesar disso me mantive
incógnita para ouvir o resto da conversa. Sabia que se me descobrisse estaria ferrada.

        – Ness vai completar sete anos e as pessoas vão começar a desconfiar que há
algo errado. - Disse meu pai, tentando encontrar a palavra certa para explicar a situação.
Ele olhou para minha mãe de forma tão estranha. Acho que sabia como ela estava se
sentindo. Ela tinha a mesma expressão de dor de Jake. Eles eram amigos há muito
tempo e muito cúmplices. Se havia algo que odiava era fazer o amigo sofrer.

        – Se você se refere a Charlie e as pessoas em La Push, pode ficar tranqüilo.
Todos sabem o suficiente. - Jake respondeu na defensiva. Sua voz estava mais rouca do
que normal. Parecia sussurrar enquanto falava. Percebi o esforço que fazia para não
perder o controle.
– Você não está entendendo. Já estamos há mais tempo que deveríamos em
Forks. Não podemos nem ir até a cidade. Para todos os efeitos estamos todos na
faculdade. – Meu pai fez uma pausa e depois continuou. - Está muito perigoso! -
Afirmou com uma voz triste.

         – O que você quer dizer, Edward? Seja claro, por favor! - Ordenou Jake
aumentando o volume da sua voz enquanto arqueava uma das sobrancelhas. Tive a
certeza de que ele já sabia o que estava acontecendo. O que meu pai estava tentando
dizer... “Iríamos partir de Forks.”

         – Nós vamos embora! - Disse minha com uma voz quase chorosa. Acho que se
ela pudesse chorar as lágrimas estariam rolando pelo seu rosto naquele momento. Eu
estava no canto da sala, escondida, mas meu pai podia ouvir o desespero nos meus
pensamentos. Percebi como aquilo o fez sofrer. Ele não queria que me sentisse daquele
jeito. Se pudesse faria algo para evitar aquilo, mas não tinha como fazer nada. Sofria
muito por isso.

       –Não!! Como assim? Não podemos!! E Jake? Não! Por favor...

       Jake falou com um tom mais nervoso dessa vez:

        – Vocês sabem que não vou agüentar ficar longe dela. - A sua voz parecia
chorosa e eu pude ver as lágrimas se formando no canto de seus olhos. Chorei ao ouvir
as suas palavras. Era desesperador. A dor me corroia por dentro. Não conseguia me ver
longe dele. Imaginar acordar um dia sem ver o seu sorriso. Não ter mais as suas brigas
com Rosalie. Não poder montar em seu logo e correr pela floresta. Era desesperador
pensar em tudo aquilo. Algo dentro de mim começou a se romper quando ele disse que
não podia agüentar ficar longe de mim.

       – O que significa isso? Não conseguir ficar longe de mim? Eu não entendo!!

       Naquela hora tentei não raciocinar e só me concentrar na conversa. Eles estavam
decidindo sobre a minha vida no final das contas. Precisava saber o que aconteceria
daquele momento em diante.

        – Temos que ir. Não podemos mais ficar. Sei que estávamos matando você mais
uma vez Jacob, mas não há alternativa agora. – Minha mãe praticamente gritava. Cada
palavra estava rasgando-a por dentro. Tinha certeza disso e acho que Jake também
sabia. Mesmo assim ele não conseguia evitar o sofrimento. Eu cheguei a ficar sem ar ao
ver sua face.

        Pude ver o rosto de Jake cheio de lágrimas agora. Parecia um menino naquele
momento. Tive tanta vontade de colocar sua cabeça em meu colo e fazê-lo se acalmar.
Ele se sentou no sofá, colocou a cabeça nos joelhos e ficou pensativo por alguns
momentos... “Algo me dizia que ele estava morrendo por dentro”

         De repente, os outros membros da família entraram na sala e pude ver a
expressão de tristeza em cada um deles, exceto Tia Rosali, é claro, que parecia muito
satisfeita com a situação. Eles ficaram observando sem falar nada. Era notória que não
gostavam de provocar aquela dor em Jake. Eles o tinham como membro da família.
Estavam acostumados com a sua presença constante dia e noite na casa. Meus avós o
tratavam como filho, meus tios e meu pai como irmão, Alice fazia dele um boneco. Ela
tentava mudar o seu modo de vestir, pelo menos tentava quando ele deixava. Minha mãe
tinha uma relação de amizade, mas havia muito mais atrás de seus sentimentos. Naquela
época não conseguia entender bem o que era. Todos sofriam com aquela situação. Acho
que mesmo Rosalie não gostava do modo como conduziam aquilo, apesar de não deixar
aquilo claro em nenhum momento.

        Alguns segundos passaram, eu não consegui refletir sobre tudo aquilo, estava
desorientada demais para pensar logicamente. Dirigi-me para perto de Jake, sentei no
chão, coloquei a cabeça na sua perna e deixeis as lágrimas descerem pelo meu rosto,
sentindo muita dor rasgando o meu peito, como se parte da minha própria vida estivesse
sendo arrancada de mim. Nunca pensei que pudesse sentir tanta dor até aquele
momento. Foi a primeira vez que me senti daquele jeito. E um grito saiu pela minha
boca sem mesmo me dar conta do que fazia.

     – EU NÃO VOU!!!!!!!!!!!!!! VOOOUUUU FICAAARRRR COM
JAAAAKKKEEEEEE!!

       Minha mãe olhou arrasada para mim e disse: - Querida, você não pode ficar.
Temos que ir embora. É preciso partir... - Quase gaguejando quando dizia. Ela tentou se
aproximar, ma seu estendi a mão para impedir. Não queria ninguém naquele momento
que não fosse Jake. Nem mesmo o calor da minha mãe me confortaria. Estava
sangrando por dentro.

       – Isso é necessário!!! - Ela terminou arrasada

        Eu chorava compulsivamente quando Jake me abraçou e desmoronou sem pudor
pela presença da minha família. Naquele momento parecíamos duas crianças chorando.
Eu sentia os seus braços me apertando, como se não quisesse me deixar partir. O seu
corpo estava mais quente do que o normal. Tive a impressão que ele lutava para não se
transformar. Mesmo com todo aquele calor, poderia ficar em seus braços para sempre.
Era o único lugar em que me sentia confortável.

       – Quando? - Perguntou Jake com a voz engasgada pelo choro

       – Depois da festa de aniversário. - Respondeu meu pai virando-se de costas. Sua
expressão era de profunda dor. Parecia que alguém estava o torturando naquele
momento. Acho que ouvir os meus pensamentos desesperados não ajudou muito
naquele momento.

       Jake me beijou na testa e depois me afastou dele delicadamente. Saiu sem falar
mais uma palavra, deixando-me desconsolada.

         Sai correndo da sala e fui para o meu quarto, onde poderia chorar sem os olhos
críticos da família e passar pela minha dor sozinha. Não queria ninguém me consolando.
A última coisa que precisava era ouvir a palavra: “coitadinha”.

         Eu estava deitada na minha cama, com as lágrimas ainda rolando pelo meu
rosto, o coração rasgando, falta de ar e um desespero que estava me deixando louca,
quando ouvi a sua voz e senti o seu cheiro. Desci as escadas correndo e me atirei nos
seus braços.

        – Oi Ness! - Ele falava enquanto eu o abraçava tão forte que parecia que eu iria
quebrar. Sentia que ele era parte de mim e tinha que aproveitar as ultima horas com o
meu melhor amigo. Mesmo com os olhares de desaprovação da minha família. Eu sabia
que eles não aprovavam tanta aproximação. Principalmente meu pai, que se mostrava
ciumento.

       Depois de alguns segundos Jake falou:

       –Olá! Tenho que conversar com vocês! – Disse com tom cerimonioso. Era até
estranho vê-lo falar daquela maneira. Normalmente era mais descontraído, mas era
compreensível levando-se em consideração o que estava ocorrendo.

       – Pode falar, Jacob. - Disse Carlisle.

        – Tenho uma proposta. – Disse arqueando uma das sobrancelhas e fitou a
família, esperando uma reação as suas palavras.

         – Estamos dispostos a ouvir e chegar a uma solução. - Disse meu pai. Acho que
ele já havia lido os pensamentos de Jake, pela cara que fez naquele momento. Mas não
era mal educado para não o deixar falar para a família. Eu queria muito ter o seu dom
naquele momento. Estava me corroendo por dentro de tanta curiosidade.

        – Vocês vão e se estabelecem... Depois eu vou e arrumo lugar próximo a de
vocês. - Jake falou me apertando mais forte em seus braços, como se tivesse mede de
me soltar e eu sumir dali. Acho que a sua vontade era a de fugir comigo naquele
momento. Mas ele não era burro para tentar escapar de um monte de vampiros. Se
tivesse sozinho ainda teria alguma chance. Comigo de contrapeso aquilo era quase que
impossível.

        –Como assim? Você vai embora conosco? Vai abandonar a sua matilha? –
Minha mãe perguntou assustada. Acho que nem ela imaginava que ele fosse capaz de
um ato daquele. Ela já sofria muito por ele, apesar de não ter como ajudar, nunca achou
que fosse tomar aquela atitude. Ela sabia como ele era ligado aos irmãos da matilha e a
sua família. Principalmente como amava aquela reserva. Nem eu acreditei quando disse
aquelas palavras.

        – Sim, eu vou! Já conversei com Sam e os outros... Todos concordaram. - Jake
fez uma pausa e respirou fundo enquanto a sala permanecia em silêncio. Uns olhando
para os outros sem terem o que dizer. “Como poderiam se opor diante de tal
proposta?” Ninguém abriria mão da vida como ele estava fazendo. Era um gesto mais
do que louvável da parte dele, considerando que não éramos nem parentes. “O que
aquilo significava?” eu me perguntei naquele momento. Meu pai me olhou atônito
naquele momento.

        – Eu virei para casa nos fins de semana para visitá-los, até a hora de voltarmos
para Forks. Talvez em 6 ou 7 anos... Quando Ness parar de crescer. - Ele concluiu ainda
respirando rápido. Estava completamente decidido. Tive a certeza disse pela forma
como falava. E conhecendo o bem, como conhecia, sabia que não mudaria de idéia por
nada nesse mundo. Mesmo que minha família não o aceitasse, ele iria atrás de nós de
uma forma ou de outra.

        O silêncio foi insuportável, mas tia Rosali tratou de quebrá-lo com seus gritos
histéricos.

        – NÃO!! NÃOO!!! ISSO É ABSURDO. – Ela estava muito brava. Sabia que a
causa era perdida, mas não deixaria de lutar. Estava convencida que logo o deixaríamos
para trás e agora ele iria junto conosco.

       – Cale a boca, Rosi! Isso não é decisão sua. - Disse Esme irritada. Ela amava
Jake como um filho. Mesmo com a diferença de raças, procurava não fazer distinção e
amava cozinhar para ele. Virou uma ótima cozinheira por conta disso. Não gostava
quando Rosalie o tratava como um cão sarnento. Alias ninguém gostava, nem mesmo
Emmett para dizer a verdade.

       – Como pode aceitar, Edward? Você vai permitir esse cachorro morando
conosco? - Rosali continuou irritada, protestando e esbravejando o quanto podia.
Fuzilava Jake com os olhos. Acho que se ela pudesse, teria o matado naquele momento.

       –Carlisle? Como pode? - Ela completou. Olhou para o resto da família,
procurando apoio, mas não teve nenhum. Ninguém se opôs.

         – Você está certo disso? - Perguntou Carlisle com um tom inquisitivo. Ele se
mantinha calmo como sempre, mas podia perceber a sua inquietação. Meu avô sempre
procurou fazer o melhor para a família. E naquele momento, o melhor era me fazer
feliz. Só que a isso tinha que manter perto de Jake. Mesmo que inconcebível a relação
entre raças, ele, assim como os demais, excluindo Rosalie, passavam por cima das
diferenças pelo meu bem.

          – Sim, estou certo! Eu não tenho alternativa. - Jake disse com uma voz calma e
serena.

        Carlisle pediu uns minutos para a família se reunir e discutir a questão em outro
cômodo da casa. Enquanto Jake e eu fomos para fora de casa. Ficamos nos olhando
calmamente por alguns momentos, sem precisar falar nada porque sabíamos exatamente
o que o outro estava pensando. Era estranho aquela ligação que tínhamos. De certa
forma até reconfortante para os dois.

        – Eu não vou deixar você, pirralha! - Ele riu encantadoramente. Pela primeira
vez o vi descontraído. Nem parecia o mesmo de momentos antes. O sorriso iluminava
todo o rosto e o deixava mais bonito. Fazia meu coração se encher de calor. Naquela
época Jake já era o meu sol particular.

        – Eu também não quero ficar longe de você, Jake. Você é meu melhor amigo...
É quase o meu irmão. - Eu disse inocentemente. De certa forma era verdade. Não havia
malícia em meus pensamentos naquela época. Eu o via apenas como um irmão. Talvez
até mais. Havia uma ligação mais forte do que poderia explicar.
Ele mexia nos meus cabelos quando Esme nos chamou:

       – Jacob! Nesse! Precisamos de vocês. – Disse com tom urgente e assentimos
com a cabeça.

        Nós entramos e ficamos ouvimos Carlisle falar sobre os planos para o nosso
futuro. Tudo parecia extremamente simples a primeira vista. Eu desconfiava que
teríamos problemas, mas não diria nada para ninguém, exceto meu pai, que podia ouvir
os meus pensamentos. Isso era outra coisa. Ficaria apenas entre nós.

        – Nós nos mudaremos para uma cidade no Canadá, que não ficaria muito
distante de Forks, Jake e Ness serão nossos novos filhos adotivos. – Disse com
naturalidade.

        – Você terá que concordar em morar conosco, já que está abrindo mão da sua
vida para ficar com a nossa família. Não permitirei que passe nenhum tipo de
necessidade e custearei seus estudos e sua estadia. Você irá para a Universidade, junto
com os outros membros da família. E terá os mesmos direitos e deveres. – Continuou
falando de forma polida. - Depois que todos terminarem de cursar a Universidade, e
Ness estiver aparentando uma adolescente de 16 anos, voltaremos para Forks e nos
instalaremos novamente.

        – Ness começará na escola na High schooll de Forks e todos já terão uma
profissão, sendo capazes de passar por adultos de 25 e 30 anos, com seu próprio negócio
de fachada.

       Jake balançou a cabeça em sinal de positivo e disse: - Concordo com tudo o que
vocês quiserem, mesmo que tenha que me humilhar e se sustentado por sanguessugas,
desde que não fique longe de Ness.

       – Você tem certeza disso? - Perguntou Carlisle, olhando inquisitivamente
enquanto franzia o cenho. Ele sabia do que Jake estava abrindo mão...”O seu orgulho”.
Não queria lhe impor nada, mas não o deixaria passar privações por causa da família.

        – Absoluta!! - Ele respondeu sinceramente. Se estava fingindo, fez muito bem.
Não notei qualquer sinal de hesitação em sua voz ou expressões. Estava ciente dos seus
atos. Eu não entendia bem como alguém era capaz de tantos sacrifícios. Mesmo assim
agradecia por não permitir ficar longe dele. Acho até que foi egoísmo meu. Sei que foi.
“Mas como pensar diferente? Sem Jake acho que morreria de solidão e de frio.”

        – Jake, Você vai abandonar a matilha? Você não pode!! - Eu falei olhando em
seus olhos. Tentei deixar o meu egocentrismo de lado. Ser altruísta como meus pais.
Acho que ele percebeu que não estava sendo tão sincera como tentava parecer. Fui
muito mimada desde que nasci e agir em pró da felicidade dos outros não era o meu
forte. Normalmente as pessoas faziam isso por mim. Não o contrario. Não era
fingimento. Eu me preocupava com ele sem a sua matilha. De verdade! Eu me
preocupava. No entanto, acho, que minhas palavras não o convenceram.

      – Eu já conversei com Sam e acertamos tudo. Eu virei para La Push nos fins de
semanas e nós ficaremos conectados quando eu estiver na forma de lobo. – Disse da
forma calma. Sabia que por dentro ele estava sangrando. Nunca havia se afastado dos
seus. Ele tinha uma escolha e obviamente eu estava em primeiro lugar. Senti-me
péssima com aquilo.

        – Você vai abandonar tudo por mim? - Eu sabia que era egoísmo da minha parte
desejar isso, mas eu queria entender os motivos dele. Só queria entender porque era
mais importante do que os seus irmãos, família e o lugar que amava.

        – Quando você nasceu... - Ele suspirou olhando para mim. Havia um brilho
diferente em seus olhos. Não consegui identificar exatamente o que era. Ele me olhava
como se fosse o mais precioso diamante.

         – Eu prometi que protegeria você de todos os perigos. Esse mundo é cheio de
criaturas estranhas vampiros e lobisomens, acho que bruxas e feiticeiros... Além dos
assassinos italianos. - Ele riu para mim de forma zombeteira. Sabia que ele se referia
aos Volturis. Ele sempre se preocupava com um possível ataque. Quando estávamos na
floresta, qualquer barulho o deixava alarmado.

        – Eu não poderia ficar tranqüilo sabendo que uma dessas criaturas poderia te
fazer mal. Eu ficaria muito preocupado e por isso prefiro manter você na minha vista. -
Ele terminou como se aquilo fosse natural.

        – Jake, Eu sinto muito por obrigá-lo a isso. – Minha mãe disse olhando
tristemente para ele. Ela sabia como seria para ele abrir mão de tudo. Ela fez a sua
escolha e sabia o que aquilo significaria. Não queria vê-lo se arrepender por se associar
sua espécime.

        – Não se angustie, Bella. Eu sempre soube que um dia isso aconteceria. - Ele
respondeu olhando para ela. Houve uma cumplicidade estranha naquele olhar. Eles
sempre faziam isso. Pareciam conversar apenas com o olhar. Não sabia o que aquilo
significava. Apenas achava estranho que meu pai não ficasse bravo com os dois. Às
vezes ele era extremamente ciumento quando se tratava de Jake.

        – Eu já te fiz tanto mal e agora... – Minha mãe não completou a frase. Acho que
estava chorando por dentro. Quis entender o que ela quis dizer com “ Eu já te fiz tanto
mal” Sabia que havia segredos entre minha mãe e Jake. Odiava aquilo. Realmente
odiava. Era possessiva em relação a ele e saber que havia uma ligação entre os dois,
uma cumplicidade que ninguém me explicava direito me deixava ciumenta. Ele a olhava
como se disse que não precisava falar mais nada. Era estranho quando fazia isso. E ao
me ver suplicante, começava a falar para que eu compreendesse o que passava. Eu me
sentia uma idiota.

       – Você sabe que eu sempre te amei, Bella. Eu nunca quis ficar longe de você.
Mas agora isso é inevitável para mim. Não há outra forma... – Ele hesitou olhando ora
para mim e ora para ela. - Eu não tenho escolha.

        Eu não tenho escolha... O que queria dizer com aquilo? Será que algum dia me
explicaria essas coisas?
– Eu sempre quis que fossemos uma família, mas não queria que você
abandonasse tudo. - Ele sussurrou angustiada.

       – Eu não estou abandonando nada. – Ele respondeu exasperado. - Estou
seguindo a minha vida!! Não se lamente por mim. - Ele ficou olhando para ela,
enquanto eu e o resto da família olhávamos para ele com pesar.

        – Ness, você toca uma música para mim? - Jake pediu quebrando aquele clima
pesado. Abriu um sorriso e fingiu que nada demais acontecia. Mas eu sabia que por
dentro ele estava chorando. Acho que todos sabiam na verdade. Ele sabia fingir bem
quando queria.

         – É claro, Sr Black. - Eu ri para ele enquanto me dirigia para o piano. Estava
com coração desolado. Mesmo assim decidi tocar a música com toda a minha alma.
Sabia que ele adorava me ouvir tocar. Era o mínimo que podia fazer diante daquele
sacrifício. Ele renunciava a vida que tinha para ficar ao meu lado. Jurou me proteger de
tudo e de todos. “Mas quem protegeria o seu coração?” Eu queria fazer isso. Juro que
queria. “Mas como poderia dar a ele algo que se igualasse a tudo que deixava para
trás? Era um grande sacrifício para qualquer um. Até mesmo difícil de entender. Eu me
perguntava os seus motivos e apenas não conseguia encaixar as coisas. Ele dizia querer
me proteger, mas eu já estava protegida. Minha família era mais do que capaz disso.
“Então qual motivo de tanta insistência?”

        Naquela noite eu fui dormir pensando em tudo que minha mãe e Jake falaram.
Tentei entender o significado daquelas palavras.

        O que ela quis dizer? Como ela o fez sofrer? O que significava aquilo tudo? Por
que ele precisava me proteger se eu tinha uma família de 8 vampiros? Eu sou egoísta
demais a ponto de o permitir aquela loucura?Sim! Eu sou!

        Algo dentro de mim gritava para fazê-lo ver as conseqüências dos seus atos.
Queria mostrar a ele que não poderia abrir mão de sua vida por mim. Outra parte,
entretanto, dizia para continuar a ser egoísta e mimada. Afirmava que eu não
sobreviveria sem meu “Sol particular”. Pela primeira vez na vida eu vivi um grande
conflito interno. Minha mente, tão prematura, lutava entre a razão e a emoção. No fundo
eu só queria ser uma criança, sem preocupações ou aborrecimentos. Queria manter a
vida confortável que tinha. Meu coração doía tanto, que era difícil esconder de meus
pais a minha aflição. Mesmo a minha mãe, que não podia ler mentes, via em minhas
expressões a totalidade da minha angústia.

       “Como sobreviver a todas essas mudanças, quando se é apenas uma criança
crescendo rápido?”

        Eu queria obrigar o meu corpo a não crescer. Era tão desesperador viver com
todos esses conflitos. Mas um dia eu pretendia entender o que tudo aquilo significava.
Estava pensando sobre aqueles fatos quando cai no sono.
(Cap. 3) Preparativos para mudança
                                  Preparativos para mudança

         Meu pai e meus avós viajaram para preparar a nossa chegada na casa nova. Uma
mudança normalmente leva tempo e com o tipo de vida a que nós, os Cullens,
estávamos acostumados, seria preciso alguns dias para escolher e prepararem a nova
casa. Não é muito fácil nos dias de hoje encontrar um local grande o suficiente para uma
família de dez pessoas, e que fosse totalmente reservado. Quando digo reservado, eu me
refiro a um lugar escondido no meio do nada e com uma grande floresta. Era realmente
necessário ter uma floresta para caçarmos e Jacob ter a liberdade na sua transformação.
Ele não poderia perder a comunicação com a sua matilha. Minha avó precisaria de
alguns dias para decorar a casa, mesmo fazendo isso com a rapidez. Não me entenda
mal, acontece que dona Esme é uma pessoa muito perfeccionista e os detalhes contam
muito para ela. Decorar a casa, para ela, é uma atividade que requer tempo, apesar de
uma tarefa corriqueira. Com esse intuito, eles viajaram alguns dias antes para
Honeymoon Bay, uma reserva florestal perto de Kenora no Canadá.

         Alice, Rosali e minha mãe Bella ficaram para preparar a minha festa de
aniversário. Minha tia maluquinha, Alice, adorava festas e mesmo com a aversão que
minha mãe demonstrava em ocasiões de festividade, aquele seria um acontecimento
para a nossa família porque era o meu aniversário. Também seria o momento em que
receberíamos os nossos velhos amigos, os mesmos que estiveram ao nosso lado no
confronto contra os Volturis, e os nossos quase parentes de La Push. Quando eu digo
“quase parentes” estou levando em consideração que a família e os amigos de Jake se
tornaram parte importante em minha vida, assim eu os considero como membros da
família.

        Minha mãe, por mais incrível que possa parecer, estava bastante animada com
essa coisa de festa e se ofereceu para ajudar Alice, apesar da sua falta de talento e gosto.
Sim! Nesse quesito sempre foi uma grande negação. Se deixasse por conta dela, seria
um verdadeiro horror, assim dizia Alice. Rosali e ela tentavam dá opiniões, mas Alice
parecia saber bem o que queria e o mais importante, o que faria. Não dando muito
espaço para elas e muito menos ouvidos aos conselhos que davam a respeito da
decoração. Minha baixinha sempre foi muito decidida.

        Emmett e Jasper estavam resolvendo as questões legais para os Cullens e Jake
cursarem uma Universidade Kenora. Precisavam falsificar alguns documentos e fazer
alguns subornos, por isso não se envolviam o muito com a coisa da festa.

        Eventualmente a família saia junta para caçar. Os vampiros, assim como os
híbridos, podem viver alguns dias sem sangue, mas isso acaba causando uma espécie de
abstinência, o que torna mais difícil a vida de vegetarianos e a resistência ao sangue
humano. Para a segurança de todos, mesmo sem sede, é sempre bom estar alimentado.
Isso evita algum eventual acidente de percurso. Nós nos alimentamos de sangue animal,
coisa que não me é muito atraente, e justamente por isso, para tornar o ato de me
“alimentar” mais interessante, Jake sempre fazia as excursões conosco. Ele sabia que
as competições que fazíamos tornavam a caçada mais convidativa para mim. E mesmo
não gostando muito de caçar com Emmett, Rosali e Jasper se exibindo, ele fingia que
não prestava atenção. Assim as coisas ficavam divertidas para nós dois. Sei que para ele
era um grande sacrifício. Ainda é nos dias de hoje, entretanto o seu coração é tão
grandioso que esse sempre foi e sempre será, com certeza, o menor dos sacrifícios que
fez por mim.

        É claro que eu sempre trapaceava e ele deixava isso ocorrer. Sabia que eu não
gostava muito de perder, assim sempre dava um jeito para eu ganhar. Eu me sentia
maravilhada com as minhas conquistas. Hoje sei que ele faz de propósito, mas na época
era apenas uma criança e a sua generosidade me deixava envaidecida. Minha mãe
parecia encantada com isso e se maravilhava com a sua paciência comigo. Acho que eu
nunca teria um amigo como ele se não fosse por ela. Os dois tinham uma ligação
espontânea. Às vezes pareciam conversar apenas com o olhar. Tudo o que Jake fez por
mim foi em parte por causa dela. Naquele momento eu não entendia bem as coisas,
mesmo assim era grata a ela pelo amigo que tinha.

        Para fugir do estresse que Alice, Rosali e minha mãe ficavam por causa dos
preparativos da minha festa, eu aproveitava o máximo de tempo com os meus amigos
lobos, Charlie e os humanos de La Push. Eu sempre amei a reserva e lá me sentia em
casa. Todo aquele verde, o ar puro, a beleza das praias, as casinhas de madeira tão
parecidas e mais ainda as pessoas. Todos me tratavam com tanto amor, que era
impossível não amar estar com aquelas pessoas. Minha mãe já não se importava tanto
de Jake e eu andando para todos os cantos juntos. Já não implicava ou proibia, porque
ela sabia que não iríamos nos separar nunca. Essa era a certeza que eu tinha e que me
mantinha feliz. Mas houve um tempo em que ela se mostrava relutante. Percebia a
careta que ela fazia e o desconserto do meu pai. Os dois não gostavam muito. Acho que
tinham medo das pessoas descobrirem o meu segredo e me tratarem mal. Se ela
soubesse como eu me sentia bem lá e como os meus lobinhos me amavam...

        Jake às vezes parecia triste por deixar a sua matilha e seu velho pai, apesar dele
não ter planos para ficar completamente ausente. Sabia que teria os finais de semana e
manteria contato permanente com o Sam e com os outros lobos. Mesmo assim era
evidente a tristeza que tentava esconder de mim. Às vezes eu podia ver, quando ele não
se dava conta da minha presença, os seus olhos distantes cheios de água. Aquilo
realmente me cortava o coração e me fazia sentir como a pior pessoa do mundo. Não
queria ser tão egoísta a ponto de arrastá-lo comigo, mas também não conseguiria viver
sem ele. Era tão doloroso pensar nesse tipo de coisa. Uma criança, mesmo com o meu
amplo conhecimento, não tem muito maturidade para trabalhar algumas coisas em seu
coração. Acaba sendo levada apenas pela emoção e deixando o sentimento dos outros de
lado. Quando me dava conta disso, sofria de verdade por ele. Mas não fui altruísta,
como meus pais, para pedir que ficasse. Sem ele eu não suportaria.

        O sorriso que eu tanto amava e que fazia meu dia se iluminar, que era a sua
característica marcante, os dentes brancos, as maças do rosto arredondado
proeminentes, a covinha no queixo, os lábios carnudos e o olhar zombeteiro... Tudo
aquilo parecia sumir da sua face, deixando uma máscara de tristeza, que me fazia sentir
culpada por existir, culpada por fazê-lo ser meu eterno protetor, culpada por permitir
que abandonasse tudo o que ele amava. Era muito egoísta para lhe dizer que ficasse.
Egoísta!! A acusação sempre na minha mente.

       Aproveitamos o máximo de tempo em La Push e não nos preocupávamos com o
tempo. Afinal era insuportável ver minha tia louca arrumando as coisas para a festa.
Pior ainda era ver o desespero da minha mãe diante de tantas coisas a fazer. E eu estava
impressionada em como ela estava agüentando aquela situação, porque primeiro era
totalmente contra festas e segunda quase morria com as sandices da de Alice... Quer
dizer, isso se pudesse morrer. É claro. Não me preocupava muito com isso. Sabia que
iria sobreviver mais alguns dias de Alice Cullen completamente surtada. A minha
duvida era: “Será que eu sobreviveria? “ Eu procurava não pensar ... Só fugir com meu
Jake.

        Faltavam apenas dois dias e todos já estavam em casa mantendo um clima de
melancolia e saudosismo. Afinal viveram tanto tempo naquela casa e naquele momento
teriam que ir embora. Eu percebia as expressões amuadas dos meus tios e da minha
mãe, principalmente. Acho que o único inconveniente em ser imortal é não poder ficar
muito tempo em um lugar. Todos aprenderam a viver como nômades. Entretanto,
demonstravam clara afeição por Forks e La Push. Ainda havia um novo fator: Ness.
Todos sabiam o quando eu amava aquele lugar e como seria a mudança e adaptação
para mim. Obviamente estavam preocupados com isso. Minha avó, desde o momento
em que retornou, parecia muito mais triste do que os outros por abandonar o seu lar. E
sempre resmungava:

       – Eu fui tão feliz nessa casa.. .Tantas lembranças boas...

        Eu ficava emocionada com as palavras da minha doce avó e com certo pesar
pela sua tristeza, mas meu pai dizia que isso passaria logo.

       [...]

        Os primeiros convidados começaram a chegar dois dias antes da festa: Kachiri,
Senna, Zafrina, Eleazar, Carmem, Kate, Tanya. Era estranho para eles, porque tínhamos
nos vistos há apenas 6 meses atrás, e de um lindo bebê eu havia me transformado em
uma criança grande de aparentemente sete anos. Zafrina quase não me reconheceu,
Tanya parecia extasiada de felicidade, Carmem e Kate eram só amores para mim. Eu me
sentia mais mimada do que nunca. Era o centro do universo. Paparicada e requisitada
por todos, para o desgosto de Jake que não tinham mais a exclusividade sobre mim.

        Fazia questão de mostrar como fui feliz naqueles meses. Nenhum deles parecia
acreditar no meu desenvolvimento tão rápido. Naqueles dias, eu brincava com os meus
poderes, descobertos por Eleazar, e aprendia que eu tinha mais do que imaginava com
Kate e Zafrina. Mas minha mãe ficava apavorada me vendo testar os meus novos dos
com elas. Tinha medo que isso pudesse se espalhar. Não queria que as pessoas
soubessem o quão talentosa era. Sabia que seria uma ótima “peça” para os Voulturis se
descobrissem o meu potencial. Conseguia mostrar as pessoas às imagens, boas ou ruins,
que eu quisesse sem tocar nas pessoas. Aprendi a desenvolver o dom mental muito
parecido como Jane, Alec, e Zafrina. Além de ser um escudos, para proteger a mim e
quem quisesse, era um espelho, refletindo os poderes que recebia de outras pessoas. Isso
ajudaria em um contra ataque. Se alguém quisesse me fazer sofrer, como Jane, eu
poderia devolver o golpe com o dobro da força. Isso seria bem divertido para mim.
Adoraria fazer aquela presunçosa provar do próprio veneno. Também era capaz de
quebrar qualquer escudo e testava isso com Bella. Por todas essas razões, minha pobre
mãezinha, morria de medo que isso se espalhasse. Eu seria uma arma letal nas mãos das
pessoas erradas, se é que me entende.
E Zafrina me ensinou alguns truques para mostrar imagens tenebrosas para os
meus oponentes. Também achava que isso seria bem útil em uma luta. Mataria uma
pessoa de medo em dois tempos. Só não sabia por que esses poderes não funcionavam
com meu pai. Eu gostaria de um pouco de privacidade com os meus pensamentos. Se
pudesse evitá-lo de ler os meus pensamentos seria o céu, mas não conseguia fazer e ele
adorava isso. Sempre sabia o que estava pensando antes mesmo de eu me dar conta. Era
bem perspicaz e bisbilhoteiro. Eu odiava isso.

        Jake ficava muito tenso vendo treinos dos meus poderes com meus amigos. Ela
achava que eu poderia me machucar com os ataques de Zafrina, Kate e Eleazar. Eu
tentava assegurar que não havia perigo. Ele, no entanto, sempre trincava os dentes
quando começávamos com as brincadeiras. Podia sentir os tremores pelo seu corpo.
Tinha medo de perder o controle e se transformar em algum momento. Queria ter a
capacidade de ler os seus pensamentos para saber o que pensava realmente daquilo.
Qual o motivo de tanto medo. Mas justamente o poder que queria eu não tinha. Para a
minha mais completa infelicidade... “Bem que meu pai poderia ter sido generoso nesse
ponto”.

        No dia seguinte chegaram Peter, Charlotte, Alistair, Charles, Makenna, Amun,
Kebi, Benjami, Tia, Maggie, Siobhan, Liam. E eu também repassei para eles todos
aqueles meses de felicidade, participando-os do meu crescimento, usando meus novos
poderes. E eles pareciam não acreditar em todo o que eu os mostrava.

        Estava quase na hora da festa, os outros convidados ainda não haviam chegado,
mas uma figura misteriosa pareceu na porta e entregou um pacote para Esme. Todos que
estávamos entusiasmadas e felizes com meu aniversário ficaram tensos de repente com
aquela figura. Acho que perceberam imediatamente do que se tratava. Ela entregou ao
meu pai e todos ficaram observando. Havia um clima de suspense no ar. Nem mesmo
Jasper conseguiu amenizar a situação. Foi complicado até mesmo para ele controlar
tanta tensão.

        – Os Volturis enviaram um presente para você, querida! - A sua voz era
perturbadora, mas tentava ser aveludada. Meu pai não deixaria que nada estragasse a
minha festa. Tentou fazer o máximo para suar casual. Todos olhavam inquisitivamente
quando ele me passou o pacote e um bilhete:

        – Estamos felizes por esse dia tão especial, Renesmee. Desejamos toda a
felicidade do mundo. Esperamos vê-la em breve. - Eu li alto e um frio percorreu a minha
espinha. Um pensamento sombrio percorreu o meu ser: Eles não desistiram de mim! Eu
tinha certeza que não. Por mais que tudo parecesse bem naquele momento, era um
claro aviso que eles voltariam para me ver e averiguar os meus poderes. Eles sabiam
que sendo filha de vampiros tão talentosos, eu teria algum dom útil a oferecer. Se
soubessem realmente a minha capacidade, acho que não teriam desistido da luta. Tive
muito medo naquele momento. Vi minha mãe olhar apavorada para meu pai. Fingi não
perceber nada e não deixei transparecer os meus temores, apesar de saber que meu pai
ouvir o que estava pensando.

        Abri o embrulho sem pressa. Era uma linda boneca. Poderia dizer que era a mais
linda que eu já havia visto. Seu rosto era de porcelana e todos os detalhes eram
perfeitos. Mas apesar da beleza do presente, não gostei de tê-lo recebido. Preferia não
tê-lo ali. Queria me desfazer imediatamente. Estava tensa demais com aquele aviso.
Mesmo assim abri um sorriso para quebrar aquele clima de tensão.

      – Ela é muito linda!! Olha só mãe como é delicada e perfeita!! – Tentei parecer
empolgada. Sabia que não acreditariam, mas não custava nada tentar.

       Todos riam e achavam graça da minha ingenuidade. Mas meu pai, que podia ler
os meus pensamentos, soube que estava chateada, com medo e me sentindo ameaçada
pelos Volturis:

       – Malditos assassinos, italianos!! O que querem? Me assustar? Mas isso não
vai acontecer!!

        De repente minha visão se iluminou quando ele entrou na sala de forma
deslumbrante e amável. Além de uma beleza natural, sua roupa era impecável e nem
parecia àquele cara com calça jeans rascadas, peitos de fora e cabelos desarrumados.
Não havia não ninguém tão lindo, tão formoso, tão adorável quanto meu Jake. Eu nem
me dei conta que a sala estava cheia de convidados me olhando atentamente quando
corri para os seus braços, agarrei-me o mais forte o possível em seu pescoço e beijei o
seu rosto moreno estonteante. Fiz aquilo com a maior naturalidade, mas acho que os
amigos vampiros não gostaram muito da cena... ”E daí? Quem liga para a opinião dos
outros?”

        – Jake, você está lindo! - Disse sem reparar a cara de horror, vergonha e
desaprovação dos meus pais. Os nossos amigos vampiros olhavam incrédulos e eu podia
ouvir os sussurros:

       – Isso não é saudável!

       – Ela é só uma criança!

       – Como Edward permite isso!

       –Ele é um cachorro!

       Nesse momento eu fiquei envergonhada e minhas bochechas ficaram vermelhar.

        – Odeio ter herdade essa característica humana da minha mãe! -Pensei e me
recompus para cumprimentar os demais convidados que vieram com Jake. Atrás dele
estavam Quil, Embry, Sue, Emily, Sam, Billy, Seth, Paul, Rachel, Kimi, Jared, Colin,
Clair e meu adorável avô Charlie. Conforme iam se apresentando, eu os recebia com
muito amor e muito feliz por estarem ali compartilhando comigo aquela festa. Eles eram
importantes para mim e por mais que o lado vampiro não gostasse da presença dos
lobos, não abriria mão por causa de coisas bobas. Era apenas uma noite. Uma festa e
todos tinham que se comportar educadamente e aceitar as diferenças.

        Todos pareciam espantados com a decoração que Tia Alice fizera e podia ouvir
os elogios:

       –Nossa eles sabem mesmo dá uma festa!! – Emily falou
–Está tudo tão perfeito!! – Foi a vez de Sue.

         Eu estava extasiada de felicidade era tudo perfeito. “Alguém poderia ser mais
feliz do que eu naquele momento? Ali estavam todas as pessoas que amava.”

         Eu estava nos braços do meu adorável e lindo pai, dançando alegremente,
girando pelo salão com muita desenvoltura. Ao contrário da minha mãe, não tinha a
menor vergonha de dançar. Depois dele dancei com todos os homens... Humanos,
lobisomens e vampiros. Não parava quieta um minuto se quer. Era a atração da festa e
tirei proveito disso. “Mas sabe o que mais gostei?” Foram os braços fortes de Jake me
conduzindo na pista de dança. Eu me sentia tão confortável em seus braços. Era
simplesmente perfeito

       Tanya perguntava a Esme: - De quem essa menina puxou esse ânimo todo?

       – A Bella acha que essa alegria saltitante é da sua mãe Renêe. – Minha avó
respondeu.

        Enquanto girava nos braços de Edward novamente, pude ver Leah entrando no
salão e não gostei muito, mas fiquei na minha. Não arrumaria briga com ela na minha
festa. Certamente os vampiros tomariam partido e os lobos não permitiriam que ela
levasse a pior. Sabia que era melhor me comportar mesmo a contra gosto.

        Ela puxou Jake para dançar e ele foi envergonhado. Para mão fazer desfeita, eu
acredito, ele a pegou pela mão e de repente eles estavam muito juntos na pista de dança.
Ela estava com a cabeça no seu ombro, olhando para mim com cara de desdém. Aquilo
fez surgir uma fúria em mim, que subiu para a minha cabeça. Quando dei por mim,
havia mostrado os destes rugindo muito alto para ela. Todos, vampiros e lobos, se
colocaram em posição de ataque. Mas Jake estava calmo e deu uma ordem para Leah
sair. Meu pai me segurava e sussurrava no meu ouvido para que me acalmasse. Sabia
que se me soltasse, voaria no pescoço dela. Isso era o que realmente queria. Queria
arrebentar aquela cadela.

       – QUEM AQUELA CADELA PENSA QUE É PARA RIR DA MINHA CARA?
PARA ME ENCARAR DESSE JEITO? EU VOU ARRANCAR OS OLHOS DELA PAI? –
Gritava em minha mente. Queria gritar alto, mas me controlei.

        –Calma, Ness! Tudo bem! Ela já foi. – Meu pai sussurrava no meu ouvido, para
disfarçar enquanto todos olhavam para nós. Estavam perplexos com a cena. Acho quem
ninguém esperava que ocorresse. Veja bem, eu só tinha sete anos e já me comportava de
forma possessiva. Ele era “meu” e acho que aquilo ficou claro para todos. Mesmo sem
saber, dei a maior mancada da minha vida.

       Meu tio Emmett deu uma risada divertida: - Tão pequena e já é tão geniosa
quanto à mãe! Rrsrsrs – Ele gargalhou. Acho que para quebrar o clima de tensão. Meu
tio sempre foi muito brincalhão e aquilo talvez ajudasse a descontrair as coisas.

        Todos na sala riam, achando a piada engraçada ou fingindo achar, para quebrar
o clima que havia ficado no ar depois que Leah se retirou da festa. Mas eu ainda estava
vermelha de raiva e se não fossem os humanos... “Eu teria arrancado o pescoço dela”.
Só Charlie olhava com desconfiança e dizia: -Como pode se tão parecida com
Bella? Tão geniosa e temperamental. – Franziu o cenho e ficou pensativo. Ele ficava
cada vez mais desconfiado.

       – É a convivência, Charlie. – Meu pai respondia rindo.

         As conversas paralelas se formavam e todos já pareciam ter esquecido aquele
inconveniente. Eu estava mais calma e meu pai já não me segurava mais. Até conseguia
rir das piadas que faziam. Acho que foi quando percebeu que tudo tinha acabado, pelo
menos parecia, que Jake veio para mim. Avaliou o meu rosto e depois falou:

         –Ness, Por que você não toca para nós a sua última composição? - Seu sorriso
era irradiante e iluminava todo seu rosto. Às vezes eu tinha a impressão que ele estava
olhando para um diamante ou algo precioso. Meu coração se aquecia quando fazia
aquilo. Sentia-me realmente especial. Tudo em minha volta se iluminava. Era um dom
que só ele tinha... “Até hoje ele consegue fazer com que me sinta dessa forma”.

       –Ela compõe? - Alguém que não consegui identificar perguntou cético.

       –Ela compõe tão bem quanto o Pai. - Respondeu minha mãe muito orgulhosa.

        Eu comecei a dedilhar as teclas do piano, tocando uma canção que compus para
o meu Jake. Deixei toda a emoção fluir. Fechei os olhos e me lembrei de como me
sentia quando me agarrava aos pelos do lobo marrom avermelhado e era conduzida
através da floresta. O vento em meus cabelos, o cheiro das criaturas, os barulhos que
para muitos seria imperceptível e os rosnados do “meu lobo”. E o mais importante,
como eu me sentia iluminada quando estava com ele. Como o seu sorriso tinha o poder
de aquecer o meu coração e o meu corpo.

       Quando terminei todos aplaudiam incrédulos do que tinham ouvido.

       –Como se chama essa canção? - Perguntou Kate.

       – Se chama Sol da minha vida - Eu respondi olhando para Jake, quando
novamente todos me olhavam espantados sem entender o porquê. Para mim era algo
muito natural. Veja bem, eu não via Jake como “homem”. Ele era apenas o amigo que
me fazia feliz. Que tornava os meus dias mais alegres, mais fáceis e estava sempre me
protegendo e mimando. Não me imaginava um dia sem ele. Era impossível pensar na
vida sem Jake. Para os outros, entretanto, era estranho uma criança sentir tamanha
veneração por um “homem”. Mesmo que nisso não houvesse maldade nenhuma.

       – Mãe, estou com sono! - Eu resmunguei.

        – Vou levar você para o quarto, querida. – Minha mãe disse docemente. Jake
veio até mim e deu um beijo na minha testa dizendo:

        – Durma bem! Não se esquece que amanhã vamos caçar. Então descanse,
querida. – Seus olhos negros brilhavam com tanta intensidade. Pareciam duas perolas
negras. Eu o olhei e me senti confortável. Dei um abraço apertado e me despedi de
todos antes de sair.
Fui para o meu quarto muito cansada. Enquanto minha mãe arrumava a cama,
trocava de roupa pensando em como seria a minha nova vida. Como tudo mudaria em
uma casa nova longe de tudo e de todos. Tentei afastar os pensamentos e perguntei a
minha mãe:

       –Vocês vão para o chalé hoje ou dormirão aqui?

       – Vamos ficar aqui querida. Temos convidados. – Ela respondeu docemente
enquanto terminava a tarefa.

       – Te amo, mãe!!

       –Te amo, Renesmee. – Ela beijou a minha testa antes de me cobrir com
edredom e partir.

        Deitei em minha cama sabendo que em pouco tempo aquele não seria mais o
meu quarto. Já sentia saudade de tudo. Mas sabia que por mais difícil fosse à mudança,
tudo ficaria bem enquanto eu tivesse o meu “sol particular” ao meu lado.




(Cap. 4) Despedidas
                                          Despedidas

        No dia seguinte acordei cedo e bastante eufórica para a minha caçada com o
Jake. Tomei banho apressadamente, escolhi uma calça jeans e um suéter escuro, penteei
os cabelos, escovei os dentes e desci as escadas correndo.

       Queria que aquela caçada fosse perfeita, afinal seria a nossa última na Península
Olímpica. Depois disso, tudo seria diferente para nós. Estaríamos em uma nova cidade,
morando em uma nova casa, convivendo com os conflitos... Pelo menos tentando.

         Queria registrar tudo o que pudesse a respeito daquele lugar que amava. O
cheiro das árvores, dos pequenos animais, da terra molhada, dá água salgada do mar, a
brisa suave do vento ao entardecer, o som maravilhoso da cachoeira que descia furiosa
sobre as pedras... Guardar todas as recordações e sensações que ele me fazia sentia era
algo muito precioso para mim. Sabia o quão difícil seria não poder correr por aquelas
terras. Não visitar os meus lugares favoritos e encontrar as pessoas de quem gostava. Já
me sentia saudosa de tudo aquilo e meus olhos ficavam marejados d’água só de pensar
no tempo que ficaria longe de Forks e La Push.

       –Bom dia, mãe! - Disse para ela ainda no topo da escada.

       –Bom dia querida! – Ela respondeu com um enorme sorriso. Era maravilhoso
ver aquela expressão de felicidade em seu rosto. Ao menos ela tentava se mostrar feliz.
No fundo eu sabia o quanto aquilo era difícil para ela. Preferi não comentar o assunto.
Faria tudo para que aquela manhã fosse maravilhosa para todos nós. Não ficaria
chorando antes da partida. Só aproveitaria o meu dia.

       – Está pronta para a caçada? – Ela me perguntou.

         – Estou! O Jake já chegou? - Perguntei sem disfarçar a minha ansiedade. Estava
acostumada a encontrá-lo sempre que acordava. Mas dadas as circunstâncias, ele devia
estar arrumando as coisas para a partida e se despedindo dos seus.

        –Ainda não! Enquanto isso vá tomar café. – Ela respondeu enquanto eu descia
as escadas. Deu um beijo doce em meu rosto. Sentia o toque frio de sua pele em minha
face.

        – Mãe! Eu vou caçar e não quero comida humana. - Resmunguei fazendo uma
careta. Sabia que ela não me deixaria sair sem comer ou beber nada. Meus pais faziam
questão de que eu me alimentasse de comida humana mesmo antes de uma caçada.
Apesar de saberem que aquele tipo de comida não me apetecia nem um pouco. Era
horrível comê-las e fingir que gostava. Quase nunca conseguia convencer ninguém de
que estava gostando da coisa gosmenta e insossa. Para mim era uma verdadeira tortura,
mas eles queriam que minha natureza humana prevalecesse sobre a vampiresca.

        –Só um pouco! Você vai precisar de energia, mocinha. – Disse de forma
exigente. A expressão em seu rosto não deixava dúvida que aquilo era uma ordem. Não
aceitaria rebeldia quanto aquilo. Mesmo que quisesse debater sobre o assunto, que era
algo que normalmente costumava fazer, aquilo não estava em discussão. E por não
querer atrasar a caçada, resolvi me dar por vencida.

       Antes mesmo de chegar já podia ouvir as conversas. Vampiros costumam falar
baixinho. Não há a necessidade de falar alto devido a super audição. E eu, com os dons
recebidos dos meus pais, podia ouvir-los muito bem qualquer mesmo de longe. Assim
ouvi meu pai conversando com Tanya, Kate, Carmem e os demais.

       – Quando vocês vão? - Perguntou Tanya com tom de curiosidade.

       – Amanhã. - Ele respondeu.

        – Esse cachorro vai com vocês? - Dessa vez foi Carmem tentando entender o
sentido disso daquilo. Sua voz parecia irritada ao falar. Certamente não tinha noção da
ligação de Jake com a minha família. Algo, ao meu ver, até compreensível, apesar de
não justificar a forma arrogante e depreciativa como o mencionou. Aquilo me fez sentir
muita raiva. Tive que me controlar naquele momento.

         – Sim, ele vai. – Meu pai respondeu com tom casual. Ele provavelmente estava
ouvindo os pensamentos de todos e preferiu não advertir ninguém sobre a forma como
se dirigiam a Jake. Sempre foi muito diplomático e usuária essa capacidade para não
deixar ocorrer nenhum conflito com os convidados.

        – Isso é no mínimo estranho, Edward! Vocês vão morar com um lobisomem? -
Kate criticou.
– Não! Ele que vai morar conosco. - Ele respondeu rindo. – É “amigo” da
família e não existe nada estranho nisso. – Continuou cordial.

        – Você já viu como ela olha para ele, Edward? Viu como ela se colocou na
posição de fêmea quando atacou àquela garota? - Tanya questionou. Eu parei na porta e
fiquei em silêncio ouvindo as conversas.

        – Ela é só uma criança e não tem maldade na cabeça. E ele não pensa nela dessa
forma, pois eu já teria o matado. - Ele respondeu as críticas dela ponderando as
palavras. Sabia que eu estava ouvindo.

         – Ele vai morar conosco, mas o trato é de que faça a faculdade. Assim ele não
terá muito tempo livre para ficar com ela. Os dois se verão apenas algumas horas todos
os dias. - Um frio percorreu a minha espinha com uma parte da conversa!

        “Ele mataria Jake? Por que? Nós não ficaríamos juntos. O que tudo aquilo
significava?”

        De repente Jake chegou e me deu um beijo na testa, tirando a minha
concentração da conversa na cozinha. Eu sempre me sentia confortável nos braços de
Jake e os beijos carinhosos me faziam sentir maravilhosa. Minhas bochechas
começaram queimar. Sabia que deveriam estar vermelhas naquele momento.

       Ainda fiquei parada uns momentos, pensando naquilo.

       –Vamos, Ness? - Jake chamou.

       –Vamos! - Respondi.

        –Esperem por mim! – Minha mãe gritou do topo da escada. Ela foi ao quarto
fazer algo quando desci e estava voltando. Fiquei aliviada por não tocar no assunto da
comida novamente. Quando entramos na cozinha, ele cumprimentou todos e depois me
perguntou?

       – O que você quer caçar hoje?

       –Leão da montanha! - Exclamei docemente.

         –Você é igualzinha ao seu pai! - Riu para mim enquanto meu pai olhava para ele
zangado com alguma coisa que ele havia pensado. Jake adorava irritar o meu “pobre”
pai e se fazer de inocente. Sabia que às vezes era debochado e insuportável. Pensava
“coisas” que deixavam meu pai aborrecido e às vezes o faziam perder a cabeça.

        Minha mãe se lembrou do meu café e me obrigou a comer algo antes de sair.
Pensei que me safaria daquela, mas não teve jeito. Depois do meu “breve” desjejum
saímos com ela logo atrás de nós.

       O nosso dia de caça foi muito divertido. Como sempre fizemos a nossa velha
competição. Para mim o ato da caçada era mais do que necessidade de alimentação.
Meu amigo sempre fez com que fosse um jogo divertido e estimulante. Minha mãe
achava graça quando eu trapaceava e Jake agia como uma criança disputando comigo.
Ele sempre me deixava ganhar, apesar de disfarçar. Hoje sei que fazia isso
propositalmente, mas na época era maravilhosa a sensação de vitória que só ele podia
me proporcionar.

        Nós corremos durante horas, procurando meu apetitoso leão da montanha.
Quando o achamos, disputamos por ele e Jake me deixou ganhar e ficar com o prêmio,
contentando-se com alguns herbívoros. Era gloriosa a disputa por alimento e o prêmio
final mesmo que não tivesse muita sede naquele momento.

        Quando voltamos para casa, meu pai o chamou para conversar em particular. Os
dois saíram para a floresta, para ficarem a uma distância inaudível, acredito eu, e terem
algum tempo a sós. A minha curiosidade era enorme. Daria tudo para ser uma
mosquinha para ouvir o que os dois falavam. Pelos olhares do meu pai e de Jake, sabia
que nenhum deles tocaria no assunto comigo quando voltassem. Tive que ficar curiosa,
pensando no que teriam falado. Fazendo várias conjecturas que não me levaram a nada.
Só descobri o teor daquela conversa anos depois.

         Depois disso Jake se despediu de mim e foi La Push. Ele ainda tinha que se
despedir do seu pai, dos seus amigos, e da irmã. Fiquei imaginando como tudo isso seria
difícil para ele. Ainda me sentia muito mal por fazer isso com sua vida. Ao mesmo
tempo, eu era egoísta demais para pedir que ele ficasse. Não agüentaria partir sem ele
por mais que tivesse a exata noção do meu egoísmo.

       Eu não queria e não podia ficar sem ele. Tudo o que vivemos, todas as nossas
conversas, as nossas competições, os nossos momentos eram o suficientes para me torna
a pessoa mais egocêntrica do mundo quando se tratava em ficar ao lado de Jake. O meu
melhor amigo... O meu irmão. Simplesmente não podia me dar ao luxo de partir sem
ele.

       –Pai? - Chamei. -Posso ir com o Jake? - Pedi manhosa.

       –Pode! - Ele assentiu.

       –Até logo então. - Respondi!

       –Jake! Jake! Espere! E vou com você! - Corri para alcançá-lo saltitante.
Também queria me despedir dos meus amigos e estar com naquele momento. Sabia o
quão difícil seria dizer “Até breve”.

        Subimos na moto do Jake e ele dirigiu rapidamente para La Push. Enquanto
passávamos pela estrada, vendo as casas conhecidas, as pessoas e a paisagem tão
familiar, eu senti saudade daquele lugar que fez parte da minha curta vida. Meu coração
apertou e meus olhos encheram de lágrimas. Tive que me segurar para não chorar... Não
ainda. Não podia deixá-lo me ver naquele estado. Precisava ser forte. Sabia disso.

        Quando chegamos à pequena casa de Jake, todos já estavam esperando para a
despedida de seu amigo, irmão e líder. Foram muitos os abraços, as lamentações e os
seus olhos cheios lágrimas vendo a concretização da partida na sua frente. Eu estava
como coração cortado pela sua tristeza, mas ao mesmo tempo tinha medo que ele
desistisse de ir comigo. Eu realmente era egoísta!! Eu pensei enquanto olhava para as
expressões tristes e o pranto nos seus olhos. Ver seu pai arrasado, a irmã com olhar
perdido e os amigos desanimados com a perda do líder. Eu pude presenciar tudo em
primeira mão. A dor dele era a minha dor. Simplesmente não tinha como explicar que
meu coração sentia tão quebrado quanto o dele. Ali me dei conta que não havia
interferido não apenas na vida de Jake, mas na de todos. Sempre carregaria aquele peso
na minha consciência... Sempre.

        Havia algo mais que a tristeza em seus olhos negros. Uma esperança, ou
felicidade, que eu não conseguia entender.

       “Como ele podia está feliz? Que esperança era aquela em seu rosto ao olhar
para mim? Como uma pessoa podia se sentir triste e ao mesmo tempo feliz e
esperançosa?”

       Jake pegou a sua mochila, colocou-a nas costas e me chamou:

        –Vamos, Ness! - O seu olhar cálido e carinhoso estava focado em mim. O brilho
nos seus olhos eram intensos demais naquele momento. Parecia que estava vendo uma
verdadeira jóia. Ali, mesmo sem entender, tive a certeza de que não houve nenhum tipo
de hesitação. Ele fazia tudo consciente e não tinha dúvida quanto a seguir a minha
família. Era mais do que dedicação.

       “O que aquilo significava?”

        – Os outros estão nos esperando e temos que nos apressar. - Segurou
delicadamente a minha mão e me puxou para fora com ele. Eu já havia abraçado e
beijado todos, mas queria continuar com eles. Queria ver o riso de Seth e o jeito
engraçado como ele me abraçava e me jogava para o ar. Acho que de todos ali era o que
mais sentiria saudade. Jake não me deixou mais tempo, para pensar no que estávamos
deixando para trás. Provavelmente sabia que eu também estava rasgando por dentro.
Queria evitar mais dor.

       Ele olhou para o pai e seus irmão e disse:

       – Eu venho todo fim de semana. – Sua voz rouca era praticamente um sussurro
naquele momento. - Seis anos passam rápido... Cuidem-se. – Virou-se, colocou-me na
moto, depois subiu e deu partida.

       Fomos para a minha casa e no caminho ouvia a sua respiração forte e frenética.
O seu coração batia forte e quando um soluço saiu da sua boca, eu tive certeza... Estava
chorando.

        Eu senti remorso por fazê-lo passar por isso. Eu o queria perto de mim, mas não
queria que ele sofresse. Isso me fazia sofrer também.

        “O que eu poderia fazer? Será que eu poderia dizer para ele ficar?” Pensava
várias coisas ao mesmo tempo.
– Jake, você quer mesmo ir conosco? Tem certeza? Você... Você... – Já estava
chorando também quando ele parou a moto no acostamento. Não queria mais vê-lo
sofrer. Não suportava mais ver e sentir a sua dor. Sentia meu coração sangrando por
dentro a cada momento.– Pode me visitar...

     Ele desceu da moto e se virou para mim. O seu abraço foi muito forte naquele
momento e o seu calor conseguir me confortar. Ao mesmo um pouco.

        – Pequena, essa é a única certeza que tenho. Eu irei com vocês até o final do
mundo. – Beijou o topo da minha cabeça e ficamos abraçados até eu conseguir parar de
chorar.

       [...]

        Chegamos a casa e todos já estavam prontos para ir, em seus carros nos
esperando para ir embora. Minha mãe abraçou Jake e perguntou enquanto se olhavam
por alguns momentos:

       – Você tem certeza? – Acho que se ela pudesse estaria chorando também. Mas
como todos sabem, vampiros não podem chorar.

        –Eu nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. Está ao lado de vocês é tudo
que eu preciso para viver. - Ele sorriu para ela. Os dois trocaram um olhar de
cumplicidade. Os dois eram confidentes, amigos, parceiros e se consideravam dois
irmão. Eu me lembro que eles tinham uma sintonia tão grande, que seus pensamentos
pareciam conectados muitas das vezes. Eram muito diferentes em algumas coisas, mas
muito parecidos em outras. Fizeram novamente a coisas que eu odiava. Não suportava o
jeito que tinham de conversar com os olhos. Queria saber do que se tratava. Nenhum
dos dois me contaria certamente.

        Meu pai às vezes parecia ter ciúme dessa cumplicidade. Entretanto entendia o
sentimento fraterno que unia os dois. Depois que eu nasci os laços ficaram mais
apertados. Toda família dizia para mim, quando questionava esse estranho
relacionamento, que apenas se sentiam irmãos. Mas eu sabia que havia algo mais... Esse
foi o segredo que guardaram grande parte da minha vida. Só hoje entendo o real motivo
dessa relação.

        Uma vez eu ouvi minha mãe dizer que ele a salvou de todas as formas que uma
pessoa poderia fazer. Que ele tinha sido o seu porto seguro, o seu sol, o seu protetor em
um tempo que vivia numa estranha escuridão. Queria entender o significado daquilo,
mas Jake prometeu me explicar quando eu tivesse maturidade para entender. Sempre a
coisa da idade. Ninguém me considerava adulta para contar os segredos. Esperavam que
eu crescesse para revelar os mistérios que envolviam a família e principalmente a
relação de Jake com minha mãe. Aquilo me irritava bastante.

        Eu às vezes sentia ciúmes da cumplicidade dos dois. Por ele não ter esse tipo de
relação comigo. Queria que a nossa amizade fosse assim. Perfeita. Queria me conectar
com ele, como eles pareciam conectados de alguma forma. Conversar com o olhar,
entender os gestos sem precisar dizer nada. Ela era a minha mãe e nutria uma adoração
tão profunda pelo meu pai. Era absurdo pensar nos dois de outra forma. Não imaginava
minha mãe e Jake tendo uma relação romântica, mas era estranha a forma como se
comportavam em alguns momentos. A única explicação que encontrava para os meus
sentimentos era ciúme... Só não sabia se era mais dela do que de.

        Depois daquela estranha conversa e olhares significativos, todos foram para seu
veículo e partimos para a nossa nova vida.

        A única coisa que pedia e esperava do futuro, era que pudesse ser feliz no novo
lar onde recomeçaríamos tudo. A certeza que isso poderia acontecer, era o meu melhor
amigo que seguiria conosco, abrindo mão da sua própria vida em pró da minha
felicidade.




(Cap. 5) Nova vida
        Nova vida

        A viagem foi longa e eu já estava cansada de ficar naquele carro sem nada para
fazer. E Bella ficava fazendo cafuné na minha cabeça, tentando me fazer dormir de
forma inútil enquanto eu resmungava o tempo todo.

        – Por que não fomos correndo?

        – Chegaríamos mais rápido!

        – Não queremos levantar suspeitas, Renesmee! Edward respondeu
pacientemente.

        –Tudo bem! Eu agüento isso! Resmunguei novamente.

        Quando chegamos a casa, eu fiquei admirada pelo tamanho e beleza vista por
fora.

       Aquilo não era só uma casa e mais parecia um castelo, daqueles que eu via
quando fazia um tur pela Europa, utilizando o Google earth.

        –Nossa! Nossa! É.... É... É linda!!! Eu falei admirada.

        – Espere só até ver o seu quarto. Disse minha vó Esme.

         Eu corri pela imensa sala muito clara, com três grandes sofás, um piano, uma
lareira, uma prateleira, quadros no estilo impressionista. E Tudo estava tão bem
decorado, como Esme sempre fazia com impressionante bom gosto.
A casa tinha um grande escritório, um biblioteca, uma sala de cinema, uma
cozinha era pequena, mas bem decorada, uma lavanderia, uma grande sala de jantar, um
salão de festa ainda maior que os outros cômodos. E quanto eu vi aquele salão de festas,
imaginei o que Alice aprontaria ali durante os próximos anos e um frio percorreu a
minha espinha.

        Subimos as escadas para ver os quartos e eu fiquei admirada com a quantidade
de quartos que havia no segundo andar da casa: eram 15 ao todo.

        Fui para o meu quarto e fiquei encantada com a decoração, que me fazia sentir
uma verdadeira princesa em seu castelo encantado. Onde tudo era muito claro e o tom
de branco se contrastava com os de rosa do papel de parede. Havia um closet enorme só
para mim, uma mesa com computador, em todos nas paredes havia bonecas e ursos em
grandes prateleiras, uma linda cama branca com uma mesa de cabeceira de cada lado e
luminárias para clarear o ambiente. Ainda havia uma janela que dava uma vista para
frente da casa e eu poderia ver aquele impecável jardim todos os dias. O meu banheiro
era grande, claro e tinha uma enorme hidromassagem no centro, um grande espelho
acima do balcão cheio de produtos.

        Tudo lindo e perfeito para mim e eu estava agradecida pelo bom gosto da minha
avó.

        Fui para o quarto de Jake e vi que ele estava muito triste.

        –Jake! Você está arrependido de ter vindo para cá? Eu perguntei.

      – Não! Nunca! Só estou estranhando essa casa muito grande... Esse quanto
também não me deixa a vontade.

         –Jake! Olha as fotos nas paredes! Eu tentava parecer alegre, para distraí-lo de
sua tristeza.

        – Todos os seus irmãos, seu pai e os seus amigos! Olha as minhas fotos! Como
estou diferente nessa!! Você não acha?

       – Você está crescendo rápido e ficando uma mocinha. Ele sorriu do jeito que eu
sempre amava.

        Enquanto eu falava das fotos, Edward entrou e pediu licença para conversar em
particular com Jake. E eu fiquei um pouco aborrecida, mas haveria muito tempo para eu
ver as fotos e ficar com Jake.

       Eu sai para ver o quarto de Bella e Edward, mas do corredor eu pude ouvir a
conversa:

       – Jake! Nada de ficar sem blusas ou se transformar na frente da Nesse! Ela está
crescendo e os seus hormônios parecem está acelerados.

        – O que você prometeu está de pé? Edward falava tão rapidamente, que se eu
não tivesse uma super audição não ouviria e entenderia o ter da conversa.
– Está Edward! Pode ficar tranqüilo. Jake assentiu.

       Eu fiquei me perguntando que conversa era aquele? Que promessa era essa?
Mas eu estava tão entusiasmada coma casa que não me preocupei com isso por algum
tempo.

        Tudo era muito novo para mim e eu queria conhecer cada detalhe da casa, os
quartos dos meus tios e avós, a cozinha e o resto da casa.

       Jake e saímos de moto, para fazer um reconhecimento da cidade, e de inicio eu
não gostei muito.

        A cidade era pequena e quase não víamos casas nas pelo caminho e a nossa casa
ficava ainda mais longe do centro, afastada convenientemente das outras casas e de
qualquer sinal de civilização. Além disso, o caminho para a cidade era cercado de
bosques, que facilitariam as minhas pequenas competições com o meu melhor amigo
lobo.

       A arquitetura da cidade me lembrava as das cidades do interior da Itália, que
meus pais me mostravam pela internet e prometiam me levar algum dia para conhecer.

        As pessoas eram pouco simpáticas e isso seria bom para minha família, pois não
manteríamos laços de amizade naquele bizarro lugar. Então não teríamos que
representar uma peça de teatro para as outras pessoas. E isso me deixava aliviada e
tranqüila, porque teríamos um pouco de liberdade nela pequena cidade provinciana.

        A universidade onde meus pais, tios e Jake estudariam ficava em uma cidade
vizinha e não demoraria mais de 20 minutos para chegar lá de carro ou moto, então a
casa ficava estrategicamente localizada para facilitar que freqüentassem a universidade,
sem precisarem se instalar em repúblicas.

       Outra coisa propicia nesse lugar, era que chovia a maior parte do tempo e
nevava alguns meses no ano, assim minha família não precisaria se esconder. Então a
atmosfera, a cidade, a localização e o clima eram totalmente favoráveis para a nossa
nova vida, eu tive a certeza disso enquanto passeava com Jake.

         Quando chegamos à casa todos nos esperavam para uma pequena comemoração,
mas a cara do Jake não era muito boa. E claramente podia-se ver em seus olhos a
tristeza e o desconforto.

      –Desculpem! Estou cansado e vou dormir. Ele falou tão baixo que mal
podíamos ouvir.

        Ele me deu um beijo na testa, antes de subir as escadas em direção ao seu
quarto. E eu me sentia muito mal pela infelicidade de Jake. Eu estava extremamente
culpada, mas eu tinha que disfarçar isso para que minha família não percebesse que eu
estava afetada pelo estado de Jake.

       Eu tocava o piano, de repente uma tristeza percorreu o meu corpo novamente
quando comecei a tocar a canção que compus para Jake: Sol da minha vida!
Meus olhos se encheram de lágrimas e eu me culpava pela tristeza dele naquele
momento. A dor nos seus olhos na despedida em La Push, as suas lágrimas na moto, a
tristeza dele no quarto. De repente meus pensamentos foram invadidos.

         – Nesse! Não é culpa sua. Ele vai demorar a se acostumar com a casa, com o
lugar, e com a falta dos irmãos. Mas ele está feliz por está protegendo você. Edward se
intrometeu nos meus pensamentos.

        Eu não respondi nada e as palavras de Edward confortavam o meu coração,
quando de repente escutei o uivo de um lobo, que mais parecia um choro. Aquele choro
era tão conhecido e peculiar, que fez meu coração ficar mais apertado e a dor me
rasgava por dentro.

        – Nesse!! Ele só está falando com os seus irmãos. Dê esse tempo a ele! Edward
falou novamente.

        Eu fui para o meu quarto, liguei o meu computador e fiquei navegando pela
internet. E quando eu já estava com sono, fui até o quarto de Edward e Bella para beijá-
los antes de dormir:

        – Poderiam não fazer tanto barulho a noite? Eu pedi olhando para as expressões
assustadas deles.

         Aquela pergunta deixou Edward sem graça, mas ele respondeu franzindo a testa:

       – As paredes dos quartos dos casais são a prova de som. Ele começou a falar
olhando para mim e se virando as vezes para Bella.

        –Esme se preocupou com a sua sanidade e com os questionamentos de Jake. Ele
falou quase gaguejando.

         –Ah ta. Tchau! Eu sorri e fui para o meu quarto.

         Fui para o quarto de Jake,com a intenção de dá boa noite para ele, e o encontrei
lendo.

         – Pensei que já estivesse dormindo? Ele perguntou curioso para mim.

        –Não consegui. Estou muito triste e não consegui dormir. Respondi olhando nos
seus olhos.

         –Por que você está triste? Ele quis saber.

         –Porque você está! Eu ri.

         –Eu não estou! Só preciso me acostumar. Ele afirmou sorrindo para mim.

        –Ta!! Eu vou dormir então. Boa noite Jake! Eu falei depois que dei um beijo no
seu rosto quente e perfeito.
Nesse momento, ele me abraçou apertado e ficamos assim por alguns segundos.

        – Jake! Eu te amo! Você á mais que um amigo! Você é meu irmão agora.

       – Eu te amo mais! Ele agora falava com um sorriso espontâneo e glorioso, que
nem de perto lembrava o anterior.

        ......

        Não posso dizer que minha vida estava fácil, pois eu ficava em casa o dia inteiro
com Esme enquanto os outros estavam na Universidade. Todavia isso era bom para o
meu intelecto, pois tinha tempo para estudar, fazer novas composições, viajar pelo
Google earth e conhecer novos países, aprendia novos idiomas. Mas o pior de tudo, isso
era que Edward chegava da Universidade para me dá aulas particulares. Acredita nisso?
Eu estudava o dia inteiro e quando ele chegava ainda tinha que me ensinar mais.

        O melhor disso, era que eu passava muito tempo com ele. E meu jovem pai
parecia um irmão mais velho e protetor e aproveitava o Maximo das aulas para me
roubar da companhia de Jake.

        Eu também me divertia com as histórias que Alice e Rosali contavam da
faculdade de moda, dos contos de terror que Emmett me contava, mostrava para Bella
tudo o que havia aprendido naquele dia.

       E depois disso ainda ficava brincando com Jake: Xadrez, dominó etc. E ele
sempre trazia uns jogos divertidos, que saberia que eu adoraria jogar e ganhar dele.

        Bella achava injusto que ele sempre deixava eu ganhar, mas eu me aproveitava
disso, assim como nas nossas caçadas, e me divertia muito com ele. E por algum
milagre ele parecia gostar disso também.

        Durante a noite Jake quase não dormia, ficava estudando para se sair bem nas
provas. E acredite se puder, eu o ajudava a estudar e até fazia os seus trabalhos, apesar
de Edward não aprovar nada disso.

      – Você não tem vergonha de deixar Nesse fazer as suas tarefas? Edward vivia
resmungando.

         Ele tinha muita dificuldade com algumas matérias e eu o ajudava. E para isso eu
estudava as suas matérias durante o dia, aprendendo o máximo de cálculo, química,
física e outras, para ensiná-lo durante a noite.

        Ele sempre dizia que eu parecia ter várias faculdades, mestrados e doutorados. E
apesar de eu não ter contado nada para ele, já estava estudando algumas teses de
doutorados.

        Edward achava divertido, às vezes, quando eu fingia aprender para ajudá-lo,
mas como ele lia a minha mente, sabia que já tinha estudado tudo durante o dia só para
ajudá-lo.
Mas ele não podia reclamar, porque fazia a mesma coisa com Bella!! Quando
percebia que ela estava com dificuldade em alguma matéria, aprendia só para ensiná-la.

       Nos fins de semana Jake viajava sozinho, para La Push. E eu ficava morrendo
de saudade e contando as horas para ele voltar para casa.

       Eu sempre pedia para ir com ele, mas como meus pais não queriam que
ninguém me visse não me deixam ir com ele, deixando-me irritada todo final de
semana.

        Eles tentavam arrumar alguma distração para mim, levavam-me para passear
nas outras cidades, Emmett me ensinava lutar, caçávamos, fomos para a Disney umas
duas vezes, visitávamos a família de Tanya em Denali. Em resumo, todo fim de semana
inventavam alguma distração para eu não ficar reclamando a falta de Jake.




(Cap. 6) Apaixonada
       Apaixonada

        A vida parecia feliz e o tempo passou rápido naquela nossa nova vida. A cada
dia eu notava as mudanças em meu corpo e rosto. E a cada dia eu sentia que estava
ficando adulta e todos diziam que eu estava uma mocinha. Se eles soubessem o quanto
essa palavra me irritava!!

         Eu me perguntava quando pararia de crescer, quando o meu metabolismo iria
estabilizar, pois apesar de ter visto Nual e ouvido a sua história, eu sempre pensava que
poderia ser diferente comigo e eu poderia ficar uma velha em pouco tempo. E isso me
apavorava muitas vezes.

        Agora eu me encontrava com uma aparência 15 anos, pelo menos era isso que
Carlisle afirmava, e só faltava mais um ano para voltarmos para Forks, de acordo com o
trato que fizeram com Jake.

        Mas o tempo agora parecia não ajudar muito, já não agüentava mais aquela vida
de mesmice que eu tinha desde meus sete anos. Era sempre a mesma coisa, era tão chato
e entediante para mim que estava cansada disso tudo.

        Um dia Jake me levou para passear com ele e fomos fazer compras na cidade
vizinha. Tínhamos planejado ir para o cinema e passar algum tempo juntos andando
pelo shopping. Afinal eu estava precisando de roupas novas, mais ainda de novos ares,
de novas caras, de mudar um pouco a rotina.

       Quando estávamos no shopping, encontramos uma “amiga” de Jake e ele nos
apresentou.

       –Oi Jake! Como você está?
–Bem Sharon! Essa é Nesse, a minha sobrinha.

       – Oi Nesse tudo bem?

       – Tudo! E você?

       – Jake! Talvez pudéssemos sair qualquer dia para tomar uma cerveja? O que
acha? Ela estava entusiasmada olhando para ele e ignorando a minha presença.

       – Eu não bebo. Obrigado. Ele balançou a cabeça e sorriu timidamente.

        –Vai ter uma festa na irmandade na semana que vem. Bem, você não gostaria de
ir comigo?

       – Infelizmente não estarei na cidade.

       – Nos vemos depois na aula Sharon? Jake estava despachando aquela garota
educadamente.

       – Tá. Eu gostaria muito de conversar com, mas calma qualquer hora dessas. Ela
falou mordendo os lábios, enquanto olhava para ele.

      – O que foi aquilo Jake? Ela praticamente disse transe comigo! Eu falei mal
humorada.

       – Que vocabulário é esse Nesse? Ele falou para mim como se estivesse me
dando uma bronca. Mas eu não respondi, porque estava tão irritada e chateada queria
matar aquela mulher que se atrevera a da em cima do meu Jake.

        Quem ela pensa que é para falar com ele dessa forma? Cadela!! Vaca!! Eu
pensei furiosamente.

       – Quero ir para casa Jake? Eu exigi muito irritada.

       – Nós acabamos de chegar! E o cinema? Jake questionou.

       – Agora Jake!

       – Tudo bem. Ele respondeu e depois ficou em silêncio.

        Fomos para o carro e ele partiu comigo para a casa, mas o silêncio predominou
todo o percurso. E eu estava irritada demais para falar qualquer coisa, e ele estava
aborrecido com a minha pequena birra no shopping, então não falou comigo todo o
caminho de volta.

        Quando chegamos à garagem de casa, eu nem esperei ele abrir a porta. Eu
estava tão irritada que abri bruscamente e a bati com toda força para deixar clara a
minha raiva com ele, depois sai correndo em direção ao meu quarto.
Quando passei correndo, até chegar às escadas, todos olharam para mim. Mas eu
corri e me tranquei no meu quarto.

        Eu chorava de dor, de raiva, ciúme e por ele ter me chamado atenção daquele
jeito. Eu estava muito magoada pela forma que havia falado comigo. Eu não me
lembrava de outra ocasião que tenha agido daquela maneira.

       Eu ouvia os gritos da Bella e Rosali reclamando na sala:

       – O que você fez com a minha filha?

       – Seu cachorro desgraçado. Rosali dizia

       – O que aconteceu? Alice estava mais calma e ponderada.

       Jake não disse nada, mas Edward explicou:

      – Ela ficou com ciúme! Porque a sua amiga estava flertando com você, te
chamou para sair e você não pareceu descartá-la.

       – Eu só fui gentil. Jake disse

       – E você chamou a atenção dela pelo vocabulário chulo. Edward falou.

       – E você não chamaria? Jake rebateu.

       – Sim! Eu chamaria. Edward concordou.

       – Esse escândalo todo é porque uma humana deu em cima de você. Emmett
gargalhou.

       – Não brinque com isso Emmett! São os sentimentos dela! Disse Bella irritada.

       Todos estavam mais calmos ...

       Eu dormia calmamente quando acordei, ele estava me olhando com cara de
cachorro sem dono.

        – Você está melhor? Ele falava enquanto passava as mãos pelos meus cabelos.
Seu rosto era tranqüilo e seu olhar era misterioso.

         – Sim! Desculpe o meu descontrole. Não sei o que aconteceu... Não vai se
repetir e você pode flertar com quem quiser. Eu respondi desviando os meus olhos, para
não encará-lo.

       – Você sabe que eu não estava flertando. Ele deu uma risadinha debochada.

       – Depende do ponto de vista. Eu rebati.

       –Levanta dessa cama e se arruma. Ele disse em um tom calmo e sereno.
– Aonde nós vamos?

         – Hoje é sábado e eu vou para La Push. Pensei que quisesse ir comigo? Um
sorriso iluminou o seu rosto. Eu amava aquele sorriso e nada mais poderia me deixar de
mal humor depois dele.

       – Mas Edward... Ele colocou os dedos suavemente nos meus lábios.

       – Ele deixou! Mas vamos de carro. Ele afirmou.

        Eu estava eu eufórica pela possibilidade de ir para La Push!, o lugar que eu
amava. Eu pensei em meus amigos, meu avó, a minha floresta preferida, a praia, a casa
de Jake.

        – LA PUSH!! Eu gritava enquanto pulava da cama e corria para o banheiro. Mas
eu precisava de um toque especial, então comecei a gritar histericamente:

       – Saia Jake!!

       –Alice!!! Alice!!! Alice!!

       – O que foi Nesse?

       – Preciso de ajuda!! Vou para La Push!

       –Por favor, me arrume!!

       Jake saia do quarto enquanto Alice entrava dançando pelo quarto, e logo depois
entraram no quarto Bella, Rosali e Esme.

       Ouvi Jake gritar do corredor:

       – Você tem 30 minutos.

       – Se não estiver no carro... Vou sozinho.

      Ai foi um desespero e enquanto Alice colocava um lindo vestido azul em mim,
minha mão fazia uma leve maquiagem em meu rosto e Rosali prendia os meus cabelos.

       – Isso tudo só para ver um monte de cachorros. Dizia Rosali

       – Eles a acharão linda de qualquer forma. Agora era Bella

       – Linda e elegante!! Era a vez da Alice.

       – Encantadora. Dizia Esme.

       De repente outro grito: - 5 minutos!

       – Vamos! Vamos! Preciso descer! Eu gritava e pulava ao mesmo tempo.
– Leva outras peças de roupa, para você vestir amanhã e voltar para casa. Bella
já estava com uma mochila pronta para mim.

         Descemos as escadas e Jake só disse uma palavra:

         – Encantadora!

         Antes de sair, Bella e Edward fizeram mil recomendações:

         – Jake!! Traga ela inteira. Dizia Bella.

         – Se ela cair, se machucar, se for atropelada, se uma bomba explodir, um raio
cair... Eu mato você Jake. Edward dizia muito ansioso.

        Era a primeira vez que ele me deixava ir para longe com Jake e passar tanto
tempo fora. Ele estava ansioso e seus olhos estavam mais negros do que nunca. Eu
podia sentir a tensão no seu corpo, seus lábios estavam rígidos e a preocupação era
evidente no seu rosto de querubim.

         Depois do sermão de Edward e Bella, foi a vez de Rosali, Emmett e Jasper.

         – Traga-a inteira cachorro!! Rosali rosnava para ele.

       – Se acontecer algo com ela, você vai correr com três patas. Emmett gargalhava
debochadamente.

         – Eu não quero ir ao seu enterro, então trate de ser cuidadoso. Jasper estava mais
calmo.

        Carlisle, Esme e Alice não fizeram drama e apenas se despediram de mim como
se fosse muito natural eu viajar sozinha.

        Nós pegamos a estrada, Jake dirigia bem devagar e cautelosamente e eu já
estava irritada:

       – Jake! Desse jeito chegaremos lá amanhã. Ele riu e acelerou um pouco
enquanto colocava um CD de Rip Rop.

         –Desde quando você curte esse tipo de música? Eu ria para ela.

       – Acho que comecei agora. Ele riu e colocou um dos braços em volta do meu
ombro, se permitindo dirigir com apenas uma mão. Seu corpo estava tão quente, tão
cheiroso, tão macio e tão perto do meu que desejava está abraçada a ele.

       Algumas horas se passaram e chegamos a La Push por volta das 12 horas.
Quando estávamos na fronteira da terra dos Quileuts eu reconheci as casinhas e a
paisagem. Então peguei o telefone liguei para Bella.

        – Mãe! Estamos chegando e esta tudo bem. Estou viva! Fica calma ta! Te amo!
Eu falei tão rapidamente para não dá tempo de ela fazer nenhum drama.
O carro parou na porta da casa de Billy e havia uma comitiva nos esperando.

        O meu avô estava lá ansioso, esperando para me ver e eu sai do carro correndo
para os seus braços macios e fiquei alguns segundos agarrada a eles.

        Depois eu abracei todos os irmãos de Jake.

        – Nossa pirralha! O Jake não exagerou. Você está linda!Seth exclamou.

        – Com quantos anos? Perguntou Seth.

        – Meus pais disseram que tenho 15 anos agora. Respondi timidamente.

        – Jake!! Valeu à pena ficar perto dela. Disse Quil.

        – Jake, eu quero ir para a praia. Eu pedi.

        – Vamos guardar as suas coisas primeiro. Depois você precisa trocar de roupa.
Jake ordenou.

        – Você está tão linda e cresceu tão rápido. Disse Clair.

        –Você também esta linda. Vou me trocar para brincarmos na praia. Tá?

        – Ta? Disse Clair toda sorridente.

        Fui para o quarto do Jake, tirei o vestido, coloquei meu biquíni e depois corri
para a praia.

        Senti-me um pouco estranha, pois nunca havia usado biquíni na frente do Jake.

      – Será que ele iria gostar? Será que estou bonita? Eu não estou muito magra ?
Branca?

        Eu estava insegura, estava tensa e com medo de ficar daquele jeito na frente de
Jake.

       Fomos para a praia, mas Jake mostrou indiferença ao meu traje de banho e isso
me deixou frustrada. Mesmo assim eu procurei disfarçar a meus sentimentos para ele.

        Passamos à tarde na praia brincando com Clair, apostando corrida com Seth e
rindo com os seus irmãos.

        Eu estava radiantemente feliz por está nesse lugar tão mágico e encantador.

         Sempre que estava distraído conversando com os outros, eu me permitia olhar
para aquele lindo corpo esculpido perfeitamente, como se fosse modelado à mão. Eu
tentei lembrar qual foi a última vez que vi Jake sem camisa, expondo uma barriga
tanquinho perfeita, um peitoral malhado, braços enormes e musculosos naquela pele
morena. Eu me permitia cobiçar aquele corpo, apesar os seus irmãos serem tão bonitos,
ou mais, quanto ele; mas ele era o mais perfeito e encantador para mim.

         Eu tenho que esfriar a cabeça!! Eu vou entrar em combustão espontânea desse
jeito. Pensei

         –Jake! Vou entrar na água!Eu afirmei para ele.

         –Nesse! Fica bem na beira.

         – Não esquece que se algo acontecer seu pai me mata! Ele terminou.

         – OK ! Eu assenti.

        A água estava fria, mas agradável, eu estava trombando nas ondas, mas eu
estava segura. E Jake não tirava os olhos preocupados comigo. Parecia que eu ia quebrar
ou me afogar a qualquer momento. Mas eu resolvi não me preocupar com ele e curtir.
Então senti mais coragem e resolvi nadar um pouco, apesar de eu ser péssima nadadora.
E a ocasião era boa, pois Jake estava distraído com os seus irmãos, contanto as histórias
da universidade e de como era a sua nova vida, eu aproveitei para nadar.

        Eu sentia as ondas me arrastarem, sentia a correnteza tão forte que me levava
para longe. Então resolvi tentar nadar, mas eu estava sem forças para lutar contra as
ondas fortes e geladas. Não conseguia gritar, apesar de tentar as palavras eram paradas
pelas águas entrando pela minha boca.

       – Jak!! J! J!! Jak! Eu pensei que fosse morrer, pois ele não estava prestando
atenção em mim.

         Fui jogada para o fundo do mar e perdi a consciência.

        Ele correu muito rápido e se atirou no mar para me salvar. E eu não tive
consciência de nada, estava desacordada, enquanto ele me chamava desesperado e fazia
respiração boca a boca.

       Minha consciência começou a voltar e senti os seus lábios quentes pressionando
os meus. Eu comecei a colocar água para fora e tossir.

       Ele olhava para mim desesperado enquanto Quil, Embry e Seth tentavam
acalmá-lo.

         – Ela vai ficar bem. Calma Jake!! Calma!!

       Eu podia ver a aglomeração de gente ao meu redor enquanto ele tentava me
reanimar. Então a minha lucidez voltou e eu percebi o que havia acontecido.

         – OH! Não!! Estou encrencada. Pensei.

         Quando eu já estava lúcida, ele começou a brigar como ele nunca tinha feito
antes:
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Jacob e Renesmee - Uma história de amor eterno

  • 1. Jacob Renesmee - Sol Da Minha Vida Autor(es): GLAUCIABLACK, GLAUCIABLACK2 Notas da história NOTA:Essa é a minha primeira fanfic, por isso peço perdão se não agradar.É possível lutar contra o inevitável? Um grande amor poderia ser evitado? Seria possível resistir a um amor tão incondicional, capaz de abrir mão de tudo em pró da amada? Ele sobreviveria ao conflito e diferenças entre as espécies?Essas são as repostas que as fanfics trazem para os apaixonados pelo do Twilight.Essa é a minha primeira fanfic, motivada pela inconformidade do término da saga e do fim de seus personagens. Que mostrará uma história de conflito, renuncia lutas e amor!! Uma aventura emocionante que irá prender a atenção dos leitores, à medida que a trama se desenvolve e os personagens amadurecem.Espero que gostem!!PS: Essa fanfic não é recomendada para menores de 16 anos, pois possui algumas passagens consideradas impróprias. Índice (Cap. 1) PROLOGO (Cap. 2) Planos para o futuro (Cap. 3) Preparativos para mudança (Cap. 4) Despedidas (Cap. 5) Nova vida (Cap. 6) Apaixonada (Cap. 7) Desconforto (Cap. 8) De volta a Forks. (Cap. 9) Confusões (Cap. 10) Declaração (Cap. 11) O Namoro (Cap. 12) Sedução (Cap. 13) Conflitos (Cap. 14) Eu nunca soube dizer o quanto te amo (Cap. 15) Novos talentos (Cap. 16) Curta lua de mel (Cap. 17) PVO Jacob - Bônus (Cap. 18) Preparativos para luta (Cap. 19) Mercenários (Cap. 20) Revelação - PVO NESSE
  • 2. (Cap. 21) Revelação - PVO JAKE (Cap. 22) Colin (Cap. 23) Pânico (Cap. 24) A luta (Cap. 25) O parto – PVO NESSE (Cap. 26) O PARTO - PVO JAKE (Cap. 27) A impressão! (Cap. 28) O tempo não cura o desejo de vingança. (Cap. 29) Cap final - O amanhã é para sempre (Cap. 1) PROLOGO PRÓLOGO Depois da batalha contra os Volturis, a vida se tornou feliz para a família Cullen novamente e tudo parecia ter voltado um normal. Eles tinham uma preocupação a menos, mas sabiam que o crescimento acelerado de Renesmee continuaria por algum tempo. Seria necessário apenas sete anos, segundo o único híbrido que conheceram para ela ser uma adolescente. As coisas não eram tão simples como pensavam, mesmo sem os Volturis. Não poderiam continuar mais tempo naquela pequena cidade. Era preciso partir o mais rápido possível. Já haviam feito isso muitas vezes, mas agora existia um problema: “Jacob Black”. Bella não queria partir o coração de seu melhor amigo novamente e apesar de saber que precisavam ir embora o mais depressa possível, relutava contra a idéia e tentava adiar a partida eminente. Sabia, no entanto, que logo precisavam ir... “Aquilo doeria o coração se ela ainda o tivesse batendo quente e pulsante em sei peito”. E agora? Será que Jake viveria sem Renesmee? Como ele receberia essa notícia? Ele seria capaz de abrir mão da sua vida para ir atrás do seu pequeno universo? Inimigos mortais poderiam viver sem conflitos? A ligação do imprinting, ou amor, como muitos acreditavam, seria capaz de fazê-lo suportar a perda dos amigos, lar e sua própria família? Essa é uma história de renúncia, lutas e conflitos. Acima de tudo, é uma grande estória de amor. Um amor que é capaz de tudo o que for necessário para apenas estar junto ao ser amado. Um amor desprendido de interesses, paciente, cuidadoso e acima de tudo gentil. E para quem não ficou feliz com o final de Jacob Black, Irá se surpreender com as surpresas que o destino reservou para ele. “Sol da minha vida é uma estória que vai fazer você se emocionar” Notas finais do capítulo Essa é a minha primeira fanfic, por isso peço perdão se não agradar.É possível lutar contra o inevitável? Um grande amor poderia ser evitado? Seria possível resistir a um
  • 3. amor tão incondicional, capaz de abrir mão de tudo em pró da amada? Ele sobreviveria ao conflito e diferenças entre as espécies?Essas são as repostas que as fanfics trazem para os apaixonados pelo do Twilight. Essa é a minha primeira fanfic, motivada pela inconformidade do término da saga e do fim de seus personagens. Que mostrará uma história de conflito, renuncia lutas e amor!! Uma aventura emocionante que irá prender a atenção dos leitores, à medida que a trama se desenvolve e os personagens amadurecem. Espero que gostem!!PS: Essa fanfic não é recomendada para menores de 16 anos, pois possui algumas passagens consideradas impróprias. (Cap. 2) Planos para o futuro Notas do capítulo Essa fic está passando por edição. Planos para o futuro Os Volturis foram embora e finalmente o pesadelo parecia ter passado. Era hora de fazer planos para o nosso futuro. Quase todos em minha família concordavam que não poderíamos ficar muito tempo em Forks, pois era muito perigoso manter a farsa. Para todos os efeitos as pessoas achavam que meus pais e meus tios haviam se mudado para estudar na universidade Dartmouth. Assim não poderiam ser vistos na cidade. “Por quanto tempo conseguiriam ficar incógnita em Forks?” Essa era a pergunta que meu pai, Edward, e meu avô, Carlisle, faziam constantemente. Por outro, lado minha mãe, Bella, se via em um eterno dilema: “Não podemos deixar Charlie e Jake para trás!” Ela dizia enfaticamente. Todos conheciam os riscos de permanecer ali. Alguém poderia ver minha mãe ou um dos irmãos Cullens e questionar sobre a sua presença. Qualquer pessoa que conheceu Isabella Swan notaria a diferença existente na nova Bella. Sua pele muito branca, os olhos cor âmbar, os cabelos cor de cobre e mais volumosos. Ela virou uma verdadeira top model depois da transformação. Era difícil não perceber a diferença da Bella sem sal para a nova mulher. Todos diziam. Isso sem falar em meu avô Carlisle, que teve que abrir mão do que mais amava. Ele não podia mais trabalhar como médico naquela região onde todos o conheciam. “Como explicaria a sua eterna juventude? Tudo aquilo era perigoso demais para nós. O segredo precisava ser mantido para continuarmos em paz. Os nossos inimigos precisavam de uma pequena brecha para atacar novamente e nós não podíamos dar a oportunidade. Todos concordavam, apesar de eu ser muito jovem para compreender a totalidade do que diziam. Eu crescia em ritmo acelerado, a minha mente já era de uma pessoa adulta, por mais que tentassem esconder as coisas de mim, estava sempre atenta aos acontecimentos da casa. Assim como os outros membros da família, sempre tive ótima audição e conseguia ouvir bem, mesmo quando cochichavam. Assim procurava
  • 4. expressar as minhas opiniões, como uma pessoa completamente independente, mesmo sendo uma pirralha, principalmente quando se tratava do meu futuro. Havia uma parte em mim que queria ser uma eterna criança, passando os meus dias sendo mimada por meu pai, minha mãe, Rosali, Jake, Seth e o restante da família. Isso era extremamente divertido para mim e via com orgulho as disputas de Jake e da minha tia Rosali para me alimentar, quando estabeleciam uma espécie de competição. Ela dava sempre a impressão que arrancaria a cabeça dele fora. Eu realmente gostava das disputas. Aquilo me divertia bastante. Por outro lado, outra parte de mim queria apenas crescer. Ansiava por mais liberdade e poder de escolha. Não queria ser apenas a garotinha indefesa da família. E tanta proteção acabava por me irritar. Eu amava muito Jake e não queria ficar um dia longe dele. Quando ele tinha que cumprir com as suas obrigações de Alfa, eu ficava muito ansiosa para vê-lo novamente. Não sei se comentei, mas além de ser uma híbrida, em uma família de vampiros, meu melhor amigo era o Alfa de uma matilha de lobos transmorfos. Era uma amizade nada ortodoxa, levando-se em consideração que lobos e vampiros são espécimes inimigas. Nas ocasiões em que Jake ia cumprir com suas obrigações o tempo parecia parar. As horas insistiam em não passar tornando tudo insuportável para mim. Era o momento em que aproveitava para ficar com Bella, a minha doce mãe, quando eu podia sentir o seu calor, passar horas no seu colo, sentir o seu cheiro, brincar com os seus cabelos, fazê-la ver imagens coloridas e agradáveis. Ela olhava para mim com verdadeira adoração, parecia que via a imagem de uma verdadeira santa. Aquilo me fazia sentir a pessoa mais amada e importante do mundo. Às vezes eu me sentia diferente pelo que era. Até mal quando pensava não ser completamente humana. Minha mãe, no entanto, fazia com que me sentisse normal. Era muito reconfortante. Edward, meu pai, era lindo e irresistível. Sua voz aveludada, o seu cheiro adocicado, rosto esplendido, e os olhos... Tudo nele era inacreditavelmente incrível. Era muito fácil entender a adoração que minha mãe sentia por ele. Além dos seus atributos físicos ele era extremamente altruísta, conservador, inteligente e amável. O problema nessa perfeição toda era somente o defeito... “Seu gênio era extremamente difícil”. Isso era irrelevante levando em consideração que ele era extremamente adorável. Quando olhava para mim ou se referia a mim, podia-se ver a veneração que tinha em seus olhos... “Mais até do que por minha mãe”. Sua voz era de reverência ao grande milagre quando ele fala o meu nome. Maior até o de ter encontrado Bella depois de cem anos de vida. Acho que se ele pudesse chorar o faria sempre que me olhava. À noite meus pais me levavam para o nosso chalé, para terem um pouco mais de privacidade. Privacidade em uma família de vampiros era algo que ninguém podia se dar ao privilégio, levando-se em consideração os dons da família e a audição aguçada. Por isso meus pais preferiam o chalé, onde podiam passar as noites se amando. Às vezes acordava a noite e ouvia o grande amor que tinham um pelo outro, em forma de gemidos, sussurros e rosnados. Confesso que aquilo era constrangedor e chegava a aguçar a minha curiosidade. Naquela época eu não sabia nada sobre sexo. Nada é maneira de falar. É claro! Uma criatura que cresceu no meu ritmo lia muito e nessas leituras aprendia “coisas”. Entretanto, apesar do conhecimento, a minha sabedoria era muito pequena devido a falta de experiência. Assim, ao ouvir os barulhos no quarto dos meus pais, sentia-me extremamente curiosa sobre “o que” ocorria, e principalmente “como” ocorria.
  • 5. Além da minha família de vampiros e dos meus amigos lobos, ainda tinha o meu avô Charlie, que não compreendia muito bem as coisas que aconteciam, como eu crescia tão rápido e como era tão incrivelmente inteligente. Ele havia feito a escolha de saber a menor quantidade de detalhes possíveis. Mas às vezes tentava encaixar as peças para entender a minha ligação com Bella, pois não era humanamente possível ela ser de fato a minha mãe. Apesar disso, algo dizia para ele que ela era. Sempre que Jake ou minha mãe me levavam para vê-lo, havia a surpresa sem sues olhos. Era evidente a descrença, em seu olhar, em relação ao meu crescimento e inteligência. Mesmo assim não questionava as coisas estranhas que aconteciam porque esse foi o acordo que fizera com Jake e com meus pais. Ele achava que eu era a sobrinha adotada de Edward, mas sempre procurava semelhanças minhas com Bella. Dizia que eu tinha os seus olhos e os seus cachos, além de ser totalmente descoordenada como ela. Sabia, no entanto, que era melhor para não procurar explicações lógicas. Apesar de meu pai não gostar muito, Jake sempre me levava para La Push onde eu me divertia com seus irmãos lobos, com Claire, Emily, Rachael, Kim, Sue e Billy. Todos eram muito amáveis comigo, exceto Leah que parecia ter algo engasgado na garganta. Ela não discutiria com uma criança, de aparentemente 6 anos, e mesmo que ela tentasse Jake tomaria as minhas dores. Mesmo assim tinha a plena certeza da sua repulsa por mim. Era mais claro do que a água. Seu olhar zangado às vezes me dava medo. Minha vida era quase perfeita afinal. Tinha todos junto a mim e era feliz, amada, mimada. Além de ter todo conforto, amor, felicidade... e Jake. “O que uma criança poderia precisar para ser feliz?” Aquela aparente tranqüilidade começou a passar poucos dias antes de eu completar 1 ano, sete anos aparentemente, quando ouvi uma conversa entre Edward e Jake: –Jacob, temos que conversar. - Disse meu pai com os braços cruzados. A voz parecia apreensiva e triste, enquanto minha mãe estava com uma expressão de dor e angústia. Fiquei atenta a conversa. Sabia que pelas expressões era algo muito sério. Meu coração bateu forte naquele momento e fui tomada por uma estranha angustia. Era a primeira vez que tinha aquela sensação de perda. –O que está ocorrendo, Edward? - Perguntou Jake com tom apreensivo. Eu o conhecia bem para saber que algo estava o rasgando por dentro. Vê-lo naquela maneira me doeu ainda mais. Queria fazer algo para tomar aquela dor. Apesar disso me mantive incógnita para ouvir o resto da conversa. Sabia que se me descobrisse estaria ferrada. – Ness vai completar sete anos e as pessoas vão começar a desconfiar que há algo errado. - Disse meu pai, tentando encontrar a palavra certa para explicar a situação. Ele olhou para minha mãe de forma tão estranha. Acho que sabia como ela estava se sentindo. Ela tinha a mesma expressão de dor de Jake. Eles eram amigos há muito tempo e muito cúmplices. Se havia algo que odiava era fazer o amigo sofrer. – Se você se refere a Charlie e as pessoas em La Push, pode ficar tranqüilo. Todos sabem o suficiente. - Jake respondeu na defensiva. Sua voz estava mais rouca do que normal. Parecia sussurrar enquanto falava. Percebi o esforço que fazia para não perder o controle.
  • 6. – Você não está entendendo. Já estamos há mais tempo que deveríamos em Forks. Não podemos nem ir até a cidade. Para todos os efeitos estamos todos na faculdade. – Meu pai fez uma pausa e depois continuou. - Está muito perigoso! - Afirmou com uma voz triste. – O que você quer dizer, Edward? Seja claro, por favor! - Ordenou Jake aumentando o volume da sua voz enquanto arqueava uma das sobrancelhas. Tive a certeza de que ele já sabia o que estava acontecendo. O que meu pai estava tentando dizer... “Iríamos partir de Forks.” – Nós vamos embora! - Disse minha com uma voz quase chorosa. Acho que se ela pudesse chorar as lágrimas estariam rolando pelo seu rosto naquele momento. Eu estava no canto da sala, escondida, mas meu pai podia ouvir o desespero nos meus pensamentos. Percebi como aquilo o fez sofrer. Ele não queria que me sentisse daquele jeito. Se pudesse faria algo para evitar aquilo, mas não tinha como fazer nada. Sofria muito por isso. –Não!! Como assim? Não podemos!! E Jake? Não! Por favor... Jake falou com um tom mais nervoso dessa vez: – Vocês sabem que não vou agüentar ficar longe dela. - A sua voz parecia chorosa e eu pude ver as lágrimas se formando no canto de seus olhos. Chorei ao ouvir as suas palavras. Era desesperador. A dor me corroia por dentro. Não conseguia me ver longe dele. Imaginar acordar um dia sem ver o seu sorriso. Não ter mais as suas brigas com Rosalie. Não poder montar em seu logo e correr pela floresta. Era desesperador pensar em tudo aquilo. Algo dentro de mim começou a se romper quando ele disse que não podia agüentar ficar longe de mim. – O que significa isso? Não conseguir ficar longe de mim? Eu não entendo!! Naquela hora tentei não raciocinar e só me concentrar na conversa. Eles estavam decidindo sobre a minha vida no final das contas. Precisava saber o que aconteceria daquele momento em diante. – Temos que ir. Não podemos mais ficar. Sei que estávamos matando você mais uma vez Jacob, mas não há alternativa agora. – Minha mãe praticamente gritava. Cada palavra estava rasgando-a por dentro. Tinha certeza disso e acho que Jake também sabia. Mesmo assim ele não conseguia evitar o sofrimento. Eu cheguei a ficar sem ar ao ver sua face. Pude ver o rosto de Jake cheio de lágrimas agora. Parecia um menino naquele momento. Tive tanta vontade de colocar sua cabeça em meu colo e fazê-lo se acalmar. Ele se sentou no sofá, colocou a cabeça nos joelhos e ficou pensativo por alguns momentos... “Algo me dizia que ele estava morrendo por dentro” De repente, os outros membros da família entraram na sala e pude ver a expressão de tristeza em cada um deles, exceto Tia Rosali, é claro, que parecia muito satisfeita com a situação. Eles ficaram observando sem falar nada. Era notória que não gostavam de provocar aquela dor em Jake. Eles o tinham como membro da família.
  • 7. Estavam acostumados com a sua presença constante dia e noite na casa. Meus avós o tratavam como filho, meus tios e meu pai como irmão, Alice fazia dele um boneco. Ela tentava mudar o seu modo de vestir, pelo menos tentava quando ele deixava. Minha mãe tinha uma relação de amizade, mas havia muito mais atrás de seus sentimentos. Naquela época não conseguia entender bem o que era. Todos sofriam com aquela situação. Acho que mesmo Rosalie não gostava do modo como conduziam aquilo, apesar de não deixar aquilo claro em nenhum momento. Alguns segundos passaram, eu não consegui refletir sobre tudo aquilo, estava desorientada demais para pensar logicamente. Dirigi-me para perto de Jake, sentei no chão, coloquei a cabeça na sua perna e deixeis as lágrimas descerem pelo meu rosto, sentindo muita dor rasgando o meu peito, como se parte da minha própria vida estivesse sendo arrancada de mim. Nunca pensei que pudesse sentir tanta dor até aquele momento. Foi a primeira vez que me senti daquele jeito. E um grito saiu pela minha boca sem mesmo me dar conta do que fazia. – EU NÃO VOU!!!!!!!!!!!!!! VOOOUUUU FICAAARRRR COM JAAAAKKKEEEEEE!! Minha mãe olhou arrasada para mim e disse: - Querida, você não pode ficar. Temos que ir embora. É preciso partir... - Quase gaguejando quando dizia. Ela tentou se aproximar, ma seu estendi a mão para impedir. Não queria ninguém naquele momento que não fosse Jake. Nem mesmo o calor da minha mãe me confortaria. Estava sangrando por dentro. – Isso é necessário!!! - Ela terminou arrasada Eu chorava compulsivamente quando Jake me abraçou e desmoronou sem pudor pela presença da minha família. Naquele momento parecíamos duas crianças chorando. Eu sentia os seus braços me apertando, como se não quisesse me deixar partir. O seu corpo estava mais quente do que o normal. Tive a impressão que ele lutava para não se transformar. Mesmo com todo aquele calor, poderia ficar em seus braços para sempre. Era o único lugar em que me sentia confortável. – Quando? - Perguntou Jake com a voz engasgada pelo choro – Depois da festa de aniversário. - Respondeu meu pai virando-se de costas. Sua expressão era de profunda dor. Parecia que alguém estava o torturando naquele momento. Acho que ouvir os meus pensamentos desesperados não ajudou muito naquele momento. Jake me beijou na testa e depois me afastou dele delicadamente. Saiu sem falar mais uma palavra, deixando-me desconsolada. Sai correndo da sala e fui para o meu quarto, onde poderia chorar sem os olhos críticos da família e passar pela minha dor sozinha. Não queria ninguém me consolando. A última coisa que precisava era ouvir a palavra: “coitadinha”. Eu estava deitada na minha cama, com as lágrimas ainda rolando pelo meu rosto, o coração rasgando, falta de ar e um desespero que estava me deixando louca,
  • 8. quando ouvi a sua voz e senti o seu cheiro. Desci as escadas correndo e me atirei nos seus braços. – Oi Ness! - Ele falava enquanto eu o abraçava tão forte que parecia que eu iria quebrar. Sentia que ele era parte de mim e tinha que aproveitar as ultima horas com o meu melhor amigo. Mesmo com os olhares de desaprovação da minha família. Eu sabia que eles não aprovavam tanta aproximação. Principalmente meu pai, que se mostrava ciumento. Depois de alguns segundos Jake falou: –Olá! Tenho que conversar com vocês! – Disse com tom cerimonioso. Era até estranho vê-lo falar daquela maneira. Normalmente era mais descontraído, mas era compreensível levando-se em consideração o que estava ocorrendo. – Pode falar, Jacob. - Disse Carlisle. – Tenho uma proposta. – Disse arqueando uma das sobrancelhas e fitou a família, esperando uma reação as suas palavras. – Estamos dispostos a ouvir e chegar a uma solução. - Disse meu pai. Acho que ele já havia lido os pensamentos de Jake, pela cara que fez naquele momento. Mas não era mal educado para não o deixar falar para a família. Eu queria muito ter o seu dom naquele momento. Estava me corroendo por dentro de tanta curiosidade. – Vocês vão e se estabelecem... Depois eu vou e arrumo lugar próximo a de vocês. - Jake falou me apertando mais forte em seus braços, como se tivesse mede de me soltar e eu sumir dali. Acho que a sua vontade era a de fugir comigo naquele momento. Mas ele não era burro para tentar escapar de um monte de vampiros. Se tivesse sozinho ainda teria alguma chance. Comigo de contrapeso aquilo era quase que impossível. –Como assim? Você vai embora conosco? Vai abandonar a sua matilha? – Minha mãe perguntou assustada. Acho que nem ela imaginava que ele fosse capaz de um ato daquele. Ela já sofria muito por ele, apesar de não ter como ajudar, nunca achou que fosse tomar aquela atitude. Ela sabia como ele era ligado aos irmãos da matilha e a sua família. Principalmente como amava aquela reserva. Nem eu acreditei quando disse aquelas palavras. – Sim, eu vou! Já conversei com Sam e os outros... Todos concordaram. - Jake fez uma pausa e respirou fundo enquanto a sala permanecia em silêncio. Uns olhando para os outros sem terem o que dizer. “Como poderiam se opor diante de tal proposta?” Ninguém abriria mão da vida como ele estava fazendo. Era um gesto mais do que louvável da parte dele, considerando que não éramos nem parentes. “O que aquilo significava?” eu me perguntei naquele momento. Meu pai me olhou atônito naquele momento. – Eu virei para casa nos fins de semana para visitá-los, até a hora de voltarmos para Forks. Talvez em 6 ou 7 anos... Quando Ness parar de crescer. - Ele concluiu ainda respirando rápido. Estava completamente decidido. Tive a certeza disse pela forma
  • 9. como falava. E conhecendo o bem, como conhecia, sabia que não mudaria de idéia por nada nesse mundo. Mesmo que minha família não o aceitasse, ele iria atrás de nós de uma forma ou de outra. O silêncio foi insuportável, mas tia Rosali tratou de quebrá-lo com seus gritos histéricos. – NÃO!! NÃOO!!! ISSO É ABSURDO. – Ela estava muito brava. Sabia que a causa era perdida, mas não deixaria de lutar. Estava convencida que logo o deixaríamos para trás e agora ele iria junto conosco. – Cale a boca, Rosi! Isso não é decisão sua. - Disse Esme irritada. Ela amava Jake como um filho. Mesmo com a diferença de raças, procurava não fazer distinção e amava cozinhar para ele. Virou uma ótima cozinheira por conta disso. Não gostava quando Rosalie o tratava como um cão sarnento. Alias ninguém gostava, nem mesmo Emmett para dizer a verdade. – Como pode aceitar, Edward? Você vai permitir esse cachorro morando conosco? - Rosali continuou irritada, protestando e esbravejando o quanto podia. Fuzilava Jake com os olhos. Acho que se ela pudesse, teria o matado naquele momento. –Carlisle? Como pode? - Ela completou. Olhou para o resto da família, procurando apoio, mas não teve nenhum. Ninguém se opôs. – Você está certo disso? - Perguntou Carlisle com um tom inquisitivo. Ele se mantinha calmo como sempre, mas podia perceber a sua inquietação. Meu avô sempre procurou fazer o melhor para a família. E naquele momento, o melhor era me fazer feliz. Só que a isso tinha que manter perto de Jake. Mesmo que inconcebível a relação entre raças, ele, assim como os demais, excluindo Rosalie, passavam por cima das diferenças pelo meu bem. – Sim, estou certo! Eu não tenho alternativa. - Jake disse com uma voz calma e serena. Carlisle pediu uns minutos para a família se reunir e discutir a questão em outro cômodo da casa. Enquanto Jake e eu fomos para fora de casa. Ficamos nos olhando calmamente por alguns momentos, sem precisar falar nada porque sabíamos exatamente o que o outro estava pensando. Era estranho aquela ligação que tínhamos. De certa forma até reconfortante para os dois. – Eu não vou deixar você, pirralha! - Ele riu encantadoramente. Pela primeira vez o vi descontraído. Nem parecia o mesmo de momentos antes. O sorriso iluminava todo o rosto e o deixava mais bonito. Fazia meu coração se encher de calor. Naquela época Jake já era o meu sol particular. – Eu também não quero ficar longe de você, Jake. Você é meu melhor amigo... É quase o meu irmão. - Eu disse inocentemente. De certa forma era verdade. Não havia malícia em meus pensamentos naquela época. Eu o via apenas como um irmão. Talvez até mais. Havia uma ligação mais forte do que poderia explicar.
  • 10. Ele mexia nos meus cabelos quando Esme nos chamou: – Jacob! Nesse! Precisamos de vocês. – Disse com tom urgente e assentimos com a cabeça. Nós entramos e ficamos ouvimos Carlisle falar sobre os planos para o nosso futuro. Tudo parecia extremamente simples a primeira vista. Eu desconfiava que teríamos problemas, mas não diria nada para ninguém, exceto meu pai, que podia ouvir os meus pensamentos. Isso era outra coisa. Ficaria apenas entre nós. – Nós nos mudaremos para uma cidade no Canadá, que não ficaria muito distante de Forks, Jake e Ness serão nossos novos filhos adotivos. – Disse com naturalidade. – Você terá que concordar em morar conosco, já que está abrindo mão da sua vida para ficar com a nossa família. Não permitirei que passe nenhum tipo de necessidade e custearei seus estudos e sua estadia. Você irá para a Universidade, junto com os outros membros da família. E terá os mesmos direitos e deveres. – Continuou falando de forma polida. - Depois que todos terminarem de cursar a Universidade, e Ness estiver aparentando uma adolescente de 16 anos, voltaremos para Forks e nos instalaremos novamente. – Ness começará na escola na High schooll de Forks e todos já terão uma profissão, sendo capazes de passar por adultos de 25 e 30 anos, com seu próprio negócio de fachada. Jake balançou a cabeça em sinal de positivo e disse: - Concordo com tudo o que vocês quiserem, mesmo que tenha que me humilhar e se sustentado por sanguessugas, desde que não fique longe de Ness. – Você tem certeza disso? - Perguntou Carlisle, olhando inquisitivamente enquanto franzia o cenho. Ele sabia do que Jake estava abrindo mão...”O seu orgulho”. Não queria lhe impor nada, mas não o deixaria passar privações por causa da família. – Absoluta!! - Ele respondeu sinceramente. Se estava fingindo, fez muito bem. Não notei qualquer sinal de hesitação em sua voz ou expressões. Estava ciente dos seus atos. Eu não entendia bem como alguém era capaz de tantos sacrifícios. Mesmo assim agradecia por não permitir ficar longe dele. Acho até que foi egoísmo meu. Sei que foi. “Mas como pensar diferente? Sem Jake acho que morreria de solidão e de frio.” – Jake, Você vai abandonar a matilha? Você não pode!! - Eu falei olhando em seus olhos. Tentei deixar o meu egocentrismo de lado. Ser altruísta como meus pais. Acho que ele percebeu que não estava sendo tão sincera como tentava parecer. Fui muito mimada desde que nasci e agir em pró da felicidade dos outros não era o meu forte. Normalmente as pessoas faziam isso por mim. Não o contrario. Não era fingimento. Eu me preocupava com ele sem a sua matilha. De verdade! Eu me preocupava. No entanto, acho, que minhas palavras não o convenceram. – Eu já conversei com Sam e acertamos tudo. Eu virei para La Push nos fins de semanas e nós ficaremos conectados quando eu estiver na forma de lobo. – Disse da
  • 11. forma calma. Sabia que por dentro ele estava sangrando. Nunca havia se afastado dos seus. Ele tinha uma escolha e obviamente eu estava em primeiro lugar. Senti-me péssima com aquilo. – Você vai abandonar tudo por mim? - Eu sabia que era egoísmo da minha parte desejar isso, mas eu queria entender os motivos dele. Só queria entender porque era mais importante do que os seus irmãos, família e o lugar que amava. – Quando você nasceu... - Ele suspirou olhando para mim. Havia um brilho diferente em seus olhos. Não consegui identificar exatamente o que era. Ele me olhava como se fosse o mais precioso diamante. – Eu prometi que protegeria você de todos os perigos. Esse mundo é cheio de criaturas estranhas vampiros e lobisomens, acho que bruxas e feiticeiros... Além dos assassinos italianos. - Ele riu para mim de forma zombeteira. Sabia que ele se referia aos Volturis. Ele sempre se preocupava com um possível ataque. Quando estávamos na floresta, qualquer barulho o deixava alarmado. – Eu não poderia ficar tranqüilo sabendo que uma dessas criaturas poderia te fazer mal. Eu ficaria muito preocupado e por isso prefiro manter você na minha vista. - Ele terminou como se aquilo fosse natural. – Jake, Eu sinto muito por obrigá-lo a isso. – Minha mãe disse olhando tristemente para ele. Ela sabia como seria para ele abrir mão de tudo. Ela fez a sua escolha e sabia o que aquilo significaria. Não queria vê-lo se arrepender por se associar sua espécime. – Não se angustie, Bella. Eu sempre soube que um dia isso aconteceria. - Ele respondeu olhando para ela. Houve uma cumplicidade estranha naquele olhar. Eles sempre faziam isso. Pareciam conversar apenas com o olhar. Não sabia o que aquilo significava. Apenas achava estranho que meu pai não ficasse bravo com os dois. Às vezes ele era extremamente ciumento quando se tratava de Jake. – Eu já te fiz tanto mal e agora... – Minha mãe não completou a frase. Acho que estava chorando por dentro. Quis entender o que ela quis dizer com “ Eu já te fiz tanto mal” Sabia que havia segredos entre minha mãe e Jake. Odiava aquilo. Realmente odiava. Era possessiva em relação a ele e saber que havia uma ligação entre os dois, uma cumplicidade que ninguém me explicava direito me deixava ciumenta. Ele a olhava como se disse que não precisava falar mais nada. Era estranho quando fazia isso. E ao me ver suplicante, começava a falar para que eu compreendesse o que passava. Eu me sentia uma idiota. – Você sabe que eu sempre te amei, Bella. Eu nunca quis ficar longe de você. Mas agora isso é inevitável para mim. Não há outra forma... – Ele hesitou olhando ora para mim e ora para ela. - Eu não tenho escolha. Eu não tenho escolha... O que queria dizer com aquilo? Será que algum dia me explicaria essas coisas?
  • 12. – Eu sempre quis que fossemos uma família, mas não queria que você abandonasse tudo. - Ele sussurrou angustiada. – Eu não estou abandonando nada. – Ele respondeu exasperado. - Estou seguindo a minha vida!! Não se lamente por mim. - Ele ficou olhando para ela, enquanto eu e o resto da família olhávamos para ele com pesar. – Ness, você toca uma música para mim? - Jake pediu quebrando aquele clima pesado. Abriu um sorriso e fingiu que nada demais acontecia. Mas eu sabia que por dentro ele estava chorando. Acho que todos sabiam na verdade. Ele sabia fingir bem quando queria. – É claro, Sr Black. - Eu ri para ele enquanto me dirigia para o piano. Estava com coração desolado. Mesmo assim decidi tocar a música com toda a minha alma. Sabia que ele adorava me ouvir tocar. Era o mínimo que podia fazer diante daquele sacrifício. Ele renunciava a vida que tinha para ficar ao meu lado. Jurou me proteger de tudo e de todos. “Mas quem protegeria o seu coração?” Eu queria fazer isso. Juro que queria. “Mas como poderia dar a ele algo que se igualasse a tudo que deixava para trás? Era um grande sacrifício para qualquer um. Até mesmo difícil de entender. Eu me perguntava os seus motivos e apenas não conseguia encaixar as coisas. Ele dizia querer me proteger, mas eu já estava protegida. Minha família era mais do que capaz disso. “Então qual motivo de tanta insistência?” Naquela noite eu fui dormir pensando em tudo que minha mãe e Jake falaram. Tentei entender o significado daquelas palavras. O que ela quis dizer? Como ela o fez sofrer? O que significava aquilo tudo? Por que ele precisava me proteger se eu tinha uma família de 8 vampiros? Eu sou egoísta demais a ponto de o permitir aquela loucura?Sim! Eu sou! Algo dentro de mim gritava para fazê-lo ver as conseqüências dos seus atos. Queria mostrar a ele que não poderia abrir mão de sua vida por mim. Outra parte, entretanto, dizia para continuar a ser egoísta e mimada. Afirmava que eu não sobreviveria sem meu “Sol particular”. Pela primeira vez na vida eu vivi um grande conflito interno. Minha mente, tão prematura, lutava entre a razão e a emoção. No fundo eu só queria ser uma criança, sem preocupações ou aborrecimentos. Queria manter a vida confortável que tinha. Meu coração doía tanto, que era difícil esconder de meus pais a minha aflição. Mesmo a minha mãe, que não podia ler mentes, via em minhas expressões a totalidade da minha angústia. “Como sobreviver a todas essas mudanças, quando se é apenas uma criança crescendo rápido?” Eu queria obrigar o meu corpo a não crescer. Era tão desesperador viver com todos esses conflitos. Mas um dia eu pretendia entender o que tudo aquilo significava. Estava pensando sobre aqueles fatos quando cai no sono.
  • 13. (Cap. 3) Preparativos para mudança Preparativos para mudança Meu pai e meus avós viajaram para preparar a nossa chegada na casa nova. Uma mudança normalmente leva tempo e com o tipo de vida a que nós, os Cullens, estávamos acostumados, seria preciso alguns dias para escolher e prepararem a nova casa. Não é muito fácil nos dias de hoje encontrar um local grande o suficiente para uma família de dez pessoas, e que fosse totalmente reservado. Quando digo reservado, eu me refiro a um lugar escondido no meio do nada e com uma grande floresta. Era realmente necessário ter uma floresta para caçarmos e Jacob ter a liberdade na sua transformação. Ele não poderia perder a comunicação com a sua matilha. Minha avó precisaria de alguns dias para decorar a casa, mesmo fazendo isso com a rapidez. Não me entenda mal, acontece que dona Esme é uma pessoa muito perfeccionista e os detalhes contam muito para ela. Decorar a casa, para ela, é uma atividade que requer tempo, apesar de uma tarefa corriqueira. Com esse intuito, eles viajaram alguns dias antes para Honeymoon Bay, uma reserva florestal perto de Kenora no Canadá. Alice, Rosali e minha mãe Bella ficaram para preparar a minha festa de aniversário. Minha tia maluquinha, Alice, adorava festas e mesmo com a aversão que minha mãe demonstrava em ocasiões de festividade, aquele seria um acontecimento para a nossa família porque era o meu aniversário. Também seria o momento em que receberíamos os nossos velhos amigos, os mesmos que estiveram ao nosso lado no confronto contra os Volturis, e os nossos quase parentes de La Push. Quando eu digo “quase parentes” estou levando em consideração que a família e os amigos de Jake se tornaram parte importante em minha vida, assim eu os considero como membros da família. Minha mãe, por mais incrível que possa parecer, estava bastante animada com essa coisa de festa e se ofereceu para ajudar Alice, apesar da sua falta de talento e gosto. Sim! Nesse quesito sempre foi uma grande negação. Se deixasse por conta dela, seria um verdadeiro horror, assim dizia Alice. Rosali e ela tentavam dá opiniões, mas Alice parecia saber bem o que queria e o mais importante, o que faria. Não dando muito espaço para elas e muito menos ouvidos aos conselhos que davam a respeito da decoração. Minha baixinha sempre foi muito decidida. Emmett e Jasper estavam resolvendo as questões legais para os Cullens e Jake cursarem uma Universidade Kenora. Precisavam falsificar alguns documentos e fazer alguns subornos, por isso não se envolviam o muito com a coisa da festa. Eventualmente a família saia junta para caçar. Os vampiros, assim como os híbridos, podem viver alguns dias sem sangue, mas isso acaba causando uma espécie de abstinência, o que torna mais difícil a vida de vegetarianos e a resistência ao sangue humano. Para a segurança de todos, mesmo sem sede, é sempre bom estar alimentado. Isso evita algum eventual acidente de percurso. Nós nos alimentamos de sangue animal, coisa que não me é muito atraente, e justamente por isso, para tornar o ato de me “alimentar” mais interessante, Jake sempre fazia as excursões conosco. Ele sabia que as competições que fazíamos tornavam a caçada mais convidativa para mim. E mesmo não gostando muito de caçar com Emmett, Rosali e Jasper se exibindo, ele fingia que não prestava atenção. Assim as coisas ficavam divertidas para nós dois. Sei que para ele
  • 14. era um grande sacrifício. Ainda é nos dias de hoje, entretanto o seu coração é tão grandioso que esse sempre foi e sempre será, com certeza, o menor dos sacrifícios que fez por mim. É claro que eu sempre trapaceava e ele deixava isso ocorrer. Sabia que eu não gostava muito de perder, assim sempre dava um jeito para eu ganhar. Eu me sentia maravilhada com as minhas conquistas. Hoje sei que ele faz de propósito, mas na época era apenas uma criança e a sua generosidade me deixava envaidecida. Minha mãe parecia encantada com isso e se maravilhava com a sua paciência comigo. Acho que eu nunca teria um amigo como ele se não fosse por ela. Os dois tinham uma ligação espontânea. Às vezes pareciam conversar apenas com o olhar. Tudo o que Jake fez por mim foi em parte por causa dela. Naquele momento eu não entendia bem as coisas, mesmo assim era grata a ela pelo amigo que tinha. Para fugir do estresse que Alice, Rosali e minha mãe ficavam por causa dos preparativos da minha festa, eu aproveitava o máximo de tempo com os meus amigos lobos, Charlie e os humanos de La Push. Eu sempre amei a reserva e lá me sentia em casa. Todo aquele verde, o ar puro, a beleza das praias, as casinhas de madeira tão parecidas e mais ainda as pessoas. Todos me tratavam com tanto amor, que era impossível não amar estar com aquelas pessoas. Minha mãe já não se importava tanto de Jake e eu andando para todos os cantos juntos. Já não implicava ou proibia, porque ela sabia que não iríamos nos separar nunca. Essa era a certeza que eu tinha e que me mantinha feliz. Mas houve um tempo em que ela se mostrava relutante. Percebia a careta que ela fazia e o desconserto do meu pai. Os dois não gostavam muito. Acho que tinham medo das pessoas descobrirem o meu segredo e me tratarem mal. Se ela soubesse como eu me sentia bem lá e como os meus lobinhos me amavam... Jake às vezes parecia triste por deixar a sua matilha e seu velho pai, apesar dele não ter planos para ficar completamente ausente. Sabia que teria os finais de semana e manteria contato permanente com o Sam e com os outros lobos. Mesmo assim era evidente a tristeza que tentava esconder de mim. Às vezes eu podia ver, quando ele não se dava conta da minha presença, os seus olhos distantes cheios de água. Aquilo realmente me cortava o coração e me fazia sentir como a pior pessoa do mundo. Não queria ser tão egoísta a ponto de arrastá-lo comigo, mas também não conseguiria viver sem ele. Era tão doloroso pensar nesse tipo de coisa. Uma criança, mesmo com o meu amplo conhecimento, não tem muito maturidade para trabalhar algumas coisas em seu coração. Acaba sendo levada apenas pela emoção e deixando o sentimento dos outros de lado. Quando me dava conta disso, sofria de verdade por ele. Mas não fui altruísta, como meus pais, para pedir que ficasse. Sem ele eu não suportaria. O sorriso que eu tanto amava e que fazia meu dia se iluminar, que era a sua característica marcante, os dentes brancos, as maças do rosto arredondado proeminentes, a covinha no queixo, os lábios carnudos e o olhar zombeteiro... Tudo aquilo parecia sumir da sua face, deixando uma máscara de tristeza, que me fazia sentir culpada por existir, culpada por fazê-lo ser meu eterno protetor, culpada por permitir que abandonasse tudo o que ele amava. Era muito egoísta para lhe dizer que ficasse. Egoísta!! A acusação sempre na minha mente. Aproveitamos o máximo de tempo em La Push e não nos preocupávamos com o tempo. Afinal era insuportável ver minha tia louca arrumando as coisas para a festa.
  • 15. Pior ainda era ver o desespero da minha mãe diante de tantas coisas a fazer. E eu estava impressionada em como ela estava agüentando aquela situação, porque primeiro era totalmente contra festas e segunda quase morria com as sandices da de Alice... Quer dizer, isso se pudesse morrer. É claro. Não me preocupava muito com isso. Sabia que iria sobreviver mais alguns dias de Alice Cullen completamente surtada. A minha duvida era: “Será que eu sobreviveria? “ Eu procurava não pensar ... Só fugir com meu Jake. Faltavam apenas dois dias e todos já estavam em casa mantendo um clima de melancolia e saudosismo. Afinal viveram tanto tempo naquela casa e naquele momento teriam que ir embora. Eu percebia as expressões amuadas dos meus tios e da minha mãe, principalmente. Acho que o único inconveniente em ser imortal é não poder ficar muito tempo em um lugar. Todos aprenderam a viver como nômades. Entretanto, demonstravam clara afeição por Forks e La Push. Ainda havia um novo fator: Ness. Todos sabiam o quando eu amava aquele lugar e como seria a mudança e adaptação para mim. Obviamente estavam preocupados com isso. Minha avó, desde o momento em que retornou, parecia muito mais triste do que os outros por abandonar o seu lar. E sempre resmungava: – Eu fui tão feliz nessa casa.. .Tantas lembranças boas... Eu ficava emocionada com as palavras da minha doce avó e com certo pesar pela sua tristeza, mas meu pai dizia que isso passaria logo. [...] Os primeiros convidados começaram a chegar dois dias antes da festa: Kachiri, Senna, Zafrina, Eleazar, Carmem, Kate, Tanya. Era estranho para eles, porque tínhamos nos vistos há apenas 6 meses atrás, e de um lindo bebê eu havia me transformado em uma criança grande de aparentemente sete anos. Zafrina quase não me reconheceu, Tanya parecia extasiada de felicidade, Carmem e Kate eram só amores para mim. Eu me sentia mais mimada do que nunca. Era o centro do universo. Paparicada e requisitada por todos, para o desgosto de Jake que não tinham mais a exclusividade sobre mim. Fazia questão de mostrar como fui feliz naqueles meses. Nenhum deles parecia acreditar no meu desenvolvimento tão rápido. Naqueles dias, eu brincava com os meus poderes, descobertos por Eleazar, e aprendia que eu tinha mais do que imaginava com Kate e Zafrina. Mas minha mãe ficava apavorada me vendo testar os meus novos dos com elas. Tinha medo que isso pudesse se espalhar. Não queria que as pessoas soubessem o quão talentosa era. Sabia que seria uma ótima “peça” para os Voulturis se descobrissem o meu potencial. Conseguia mostrar as pessoas às imagens, boas ou ruins, que eu quisesse sem tocar nas pessoas. Aprendi a desenvolver o dom mental muito parecido como Jane, Alec, e Zafrina. Além de ser um escudos, para proteger a mim e quem quisesse, era um espelho, refletindo os poderes que recebia de outras pessoas. Isso ajudaria em um contra ataque. Se alguém quisesse me fazer sofrer, como Jane, eu poderia devolver o golpe com o dobro da força. Isso seria bem divertido para mim. Adoraria fazer aquela presunçosa provar do próprio veneno. Também era capaz de quebrar qualquer escudo e testava isso com Bella. Por todas essas razões, minha pobre mãezinha, morria de medo que isso se espalhasse. Eu seria uma arma letal nas mãos das pessoas erradas, se é que me entende.
  • 16. E Zafrina me ensinou alguns truques para mostrar imagens tenebrosas para os meus oponentes. Também achava que isso seria bem útil em uma luta. Mataria uma pessoa de medo em dois tempos. Só não sabia por que esses poderes não funcionavam com meu pai. Eu gostaria de um pouco de privacidade com os meus pensamentos. Se pudesse evitá-lo de ler os meus pensamentos seria o céu, mas não conseguia fazer e ele adorava isso. Sempre sabia o que estava pensando antes mesmo de eu me dar conta. Era bem perspicaz e bisbilhoteiro. Eu odiava isso. Jake ficava muito tenso vendo treinos dos meus poderes com meus amigos. Ela achava que eu poderia me machucar com os ataques de Zafrina, Kate e Eleazar. Eu tentava assegurar que não havia perigo. Ele, no entanto, sempre trincava os dentes quando começávamos com as brincadeiras. Podia sentir os tremores pelo seu corpo. Tinha medo de perder o controle e se transformar em algum momento. Queria ter a capacidade de ler os seus pensamentos para saber o que pensava realmente daquilo. Qual o motivo de tanto medo. Mas justamente o poder que queria eu não tinha. Para a minha mais completa infelicidade... “Bem que meu pai poderia ter sido generoso nesse ponto”. No dia seguinte chegaram Peter, Charlotte, Alistair, Charles, Makenna, Amun, Kebi, Benjami, Tia, Maggie, Siobhan, Liam. E eu também repassei para eles todos aqueles meses de felicidade, participando-os do meu crescimento, usando meus novos poderes. E eles pareciam não acreditar em todo o que eu os mostrava. Estava quase na hora da festa, os outros convidados ainda não haviam chegado, mas uma figura misteriosa pareceu na porta e entregou um pacote para Esme. Todos que estávamos entusiasmadas e felizes com meu aniversário ficaram tensos de repente com aquela figura. Acho que perceberam imediatamente do que se tratava. Ela entregou ao meu pai e todos ficaram observando. Havia um clima de suspense no ar. Nem mesmo Jasper conseguiu amenizar a situação. Foi complicado até mesmo para ele controlar tanta tensão. – Os Volturis enviaram um presente para você, querida! - A sua voz era perturbadora, mas tentava ser aveludada. Meu pai não deixaria que nada estragasse a minha festa. Tentou fazer o máximo para suar casual. Todos olhavam inquisitivamente quando ele me passou o pacote e um bilhete: – Estamos felizes por esse dia tão especial, Renesmee. Desejamos toda a felicidade do mundo. Esperamos vê-la em breve. - Eu li alto e um frio percorreu a minha espinha. Um pensamento sombrio percorreu o meu ser: Eles não desistiram de mim! Eu tinha certeza que não. Por mais que tudo parecesse bem naquele momento, era um claro aviso que eles voltariam para me ver e averiguar os meus poderes. Eles sabiam que sendo filha de vampiros tão talentosos, eu teria algum dom útil a oferecer. Se soubessem realmente a minha capacidade, acho que não teriam desistido da luta. Tive muito medo naquele momento. Vi minha mãe olhar apavorada para meu pai. Fingi não perceber nada e não deixei transparecer os meus temores, apesar de saber que meu pai ouvir o que estava pensando. Abri o embrulho sem pressa. Era uma linda boneca. Poderia dizer que era a mais linda que eu já havia visto. Seu rosto era de porcelana e todos os detalhes eram perfeitos. Mas apesar da beleza do presente, não gostei de tê-lo recebido. Preferia não
  • 17. tê-lo ali. Queria me desfazer imediatamente. Estava tensa demais com aquele aviso. Mesmo assim abri um sorriso para quebrar aquele clima de tensão. – Ela é muito linda!! Olha só mãe como é delicada e perfeita!! – Tentei parecer empolgada. Sabia que não acreditariam, mas não custava nada tentar. Todos riam e achavam graça da minha ingenuidade. Mas meu pai, que podia ler os meus pensamentos, soube que estava chateada, com medo e me sentindo ameaçada pelos Volturis: – Malditos assassinos, italianos!! O que querem? Me assustar? Mas isso não vai acontecer!! De repente minha visão se iluminou quando ele entrou na sala de forma deslumbrante e amável. Além de uma beleza natural, sua roupa era impecável e nem parecia àquele cara com calça jeans rascadas, peitos de fora e cabelos desarrumados. Não havia não ninguém tão lindo, tão formoso, tão adorável quanto meu Jake. Eu nem me dei conta que a sala estava cheia de convidados me olhando atentamente quando corri para os seus braços, agarrei-me o mais forte o possível em seu pescoço e beijei o seu rosto moreno estonteante. Fiz aquilo com a maior naturalidade, mas acho que os amigos vampiros não gostaram muito da cena... ”E daí? Quem liga para a opinião dos outros?” – Jake, você está lindo! - Disse sem reparar a cara de horror, vergonha e desaprovação dos meus pais. Os nossos amigos vampiros olhavam incrédulos e eu podia ouvir os sussurros: – Isso não é saudável! – Ela é só uma criança! – Como Edward permite isso! –Ele é um cachorro! Nesse momento eu fiquei envergonhada e minhas bochechas ficaram vermelhar. – Odeio ter herdade essa característica humana da minha mãe! -Pensei e me recompus para cumprimentar os demais convidados que vieram com Jake. Atrás dele estavam Quil, Embry, Sue, Emily, Sam, Billy, Seth, Paul, Rachel, Kimi, Jared, Colin, Clair e meu adorável avô Charlie. Conforme iam se apresentando, eu os recebia com muito amor e muito feliz por estarem ali compartilhando comigo aquela festa. Eles eram importantes para mim e por mais que o lado vampiro não gostasse da presença dos lobos, não abriria mão por causa de coisas bobas. Era apenas uma noite. Uma festa e todos tinham que se comportar educadamente e aceitar as diferenças. Todos pareciam espantados com a decoração que Tia Alice fizera e podia ouvir os elogios: –Nossa eles sabem mesmo dá uma festa!! – Emily falou
  • 18. –Está tudo tão perfeito!! – Foi a vez de Sue. Eu estava extasiada de felicidade era tudo perfeito. “Alguém poderia ser mais feliz do que eu naquele momento? Ali estavam todas as pessoas que amava.” Eu estava nos braços do meu adorável e lindo pai, dançando alegremente, girando pelo salão com muita desenvoltura. Ao contrário da minha mãe, não tinha a menor vergonha de dançar. Depois dele dancei com todos os homens... Humanos, lobisomens e vampiros. Não parava quieta um minuto se quer. Era a atração da festa e tirei proveito disso. “Mas sabe o que mais gostei?” Foram os braços fortes de Jake me conduzindo na pista de dança. Eu me sentia tão confortável em seus braços. Era simplesmente perfeito Tanya perguntava a Esme: - De quem essa menina puxou esse ânimo todo? – A Bella acha que essa alegria saltitante é da sua mãe Renêe. – Minha avó respondeu. Enquanto girava nos braços de Edward novamente, pude ver Leah entrando no salão e não gostei muito, mas fiquei na minha. Não arrumaria briga com ela na minha festa. Certamente os vampiros tomariam partido e os lobos não permitiriam que ela levasse a pior. Sabia que era melhor me comportar mesmo a contra gosto. Ela puxou Jake para dançar e ele foi envergonhado. Para mão fazer desfeita, eu acredito, ele a pegou pela mão e de repente eles estavam muito juntos na pista de dança. Ela estava com a cabeça no seu ombro, olhando para mim com cara de desdém. Aquilo fez surgir uma fúria em mim, que subiu para a minha cabeça. Quando dei por mim, havia mostrado os destes rugindo muito alto para ela. Todos, vampiros e lobos, se colocaram em posição de ataque. Mas Jake estava calmo e deu uma ordem para Leah sair. Meu pai me segurava e sussurrava no meu ouvido para que me acalmasse. Sabia que se me soltasse, voaria no pescoço dela. Isso era o que realmente queria. Queria arrebentar aquela cadela. – QUEM AQUELA CADELA PENSA QUE É PARA RIR DA MINHA CARA? PARA ME ENCARAR DESSE JEITO? EU VOU ARRANCAR OS OLHOS DELA PAI? – Gritava em minha mente. Queria gritar alto, mas me controlei. –Calma, Ness! Tudo bem! Ela já foi. – Meu pai sussurrava no meu ouvido, para disfarçar enquanto todos olhavam para nós. Estavam perplexos com a cena. Acho quem ninguém esperava que ocorresse. Veja bem, eu só tinha sete anos e já me comportava de forma possessiva. Ele era “meu” e acho que aquilo ficou claro para todos. Mesmo sem saber, dei a maior mancada da minha vida. Meu tio Emmett deu uma risada divertida: - Tão pequena e já é tão geniosa quanto à mãe! Rrsrsrs – Ele gargalhou. Acho que para quebrar o clima de tensão. Meu tio sempre foi muito brincalhão e aquilo talvez ajudasse a descontrair as coisas. Todos na sala riam, achando a piada engraçada ou fingindo achar, para quebrar o clima que havia ficado no ar depois que Leah se retirou da festa. Mas eu ainda estava vermelha de raiva e se não fossem os humanos... “Eu teria arrancado o pescoço dela”.
  • 19. Só Charlie olhava com desconfiança e dizia: -Como pode se tão parecida com Bella? Tão geniosa e temperamental. – Franziu o cenho e ficou pensativo. Ele ficava cada vez mais desconfiado. – É a convivência, Charlie. – Meu pai respondia rindo. As conversas paralelas se formavam e todos já pareciam ter esquecido aquele inconveniente. Eu estava mais calma e meu pai já não me segurava mais. Até conseguia rir das piadas que faziam. Acho que foi quando percebeu que tudo tinha acabado, pelo menos parecia, que Jake veio para mim. Avaliou o meu rosto e depois falou: –Ness, Por que você não toca para nós a sua última composição? - Seu sorriso era irradiante e iluminava todo seu rosto. Às vezes eu tinha a impressão que ele estava olhando para um diamante ou algo precioso. Meu coração se aquecia quando fazia aquilo. Sentia-me realmente especial. Tudo em minha volta se iluminava. Era um dom que só ele tinha... “Até hoje ele consegue fazer com que me sinta dessa forma”. –Ela compõe? - Alguém que não consegui identificar perguntou cético. –Ela compõe tão bem quanto o Pai. - Respondeu minha mãe muito orgulhosa. Eu comecei a dedilhar as teclas do piano, tocando uma canção que compus para o meu Jake. Deixei toda a emoção fluir. Fechei os olhos e me lembrei de como me sentia quando me agarrava aos pelos do lobo marrom avermelhado e era conduzida através da floresta. O vento em meus cabelos, o cheiro das criaturas, os barulhos que para muitos seria imperceptível e os rosnados do “meu lobo”. E o mais importante, como eu me sentia iluminada quando estava com ele. Como o seu sorriso tinha o poder de aquecer o meu coração e o meu corpo. Quando terminei todos aplaudiam incrédulos do que tinham ouvido. –Como se chama essa canção? - Perguntou Kate. – Se chama Sol da minha vida - Eu respondi olhando para Jake, quando novamente todos me olhavam espantados sem entender o porquê. Para mim era algo muito natural. Veja bem, eu não via Jake como “homem”. Ele era apenas o amigo que me fazia feliz. Que tornava os meus dias mais alegres, mais fáceis e estava sempre me protegendo e mimando. Não me imaginava um dia sem ele. Era impossível pensar na vida sem Jake. Para os outros, entretanto, era estranho uma criança sentir tamanha veneração por um “homem”. Mesmo que nisso não houvesse maldade nenhuma. – Mãe, estou com sono! - Eu resmunguei. – Vou levar você para o quarto, querida. – Minha mãe disse docemente. Jake veio até mim e deu um beijo na minha testa dizendo: – Durma bem! Não se esquece que amanhã vamos caçar. Então descanse, querida. – Seus olhos negros brilhavam com tanta intensidade. Pareciam duas perolas negras. Eu o olhei e me senti confortável. Dei um abraço apertado e me despedi de todos antes de sair.
  • 20. Fui para o meu quarto muito cansada. Enquanto minha mãe arrumava a cama, trocava de roupa pensando em como seria a minha nova vida. Como tudo mudaria em uma casa nova longe de tudo e de todos. Tentei afastar os pensamentos e perguntei a minha mãe: –Vocês vão para o chalé hoje ou dormirão aqui? – Vamos ficar aqui querida. Temos convidados. – Ela respondeu docemente enquanto terminava a tarefa. – Te amo, mãe!! –Te amo, Renesmee. – Ela beijou a minha testa antes de me cobrir com edredom e partir. Deitei em minha cama sabendo que em pouco tempo aquele não seria mais o meu quarto. Já sentia saudade de tudo. Mas sabia que por mais difícil fosse à mudança, tudo ficaria bem enquanto eu tivesse o meu “sol particular” ao meu lado. (Cap. 4) Despedidas Despedidas No dia seguinte acordei cedo e bastante eufórica para a minha caçada com o Jake. Tomei banho apressadamente, escolhi uma calça jeans e um suéter escuro, penteei os cabelos, escovei os dentes e desci as escadas correndo. Queria que aquela caçada fosse perfeita, afinal seria a nossa última na Península Olímpica. Depois disso, tudo seria diferente para nós. Estaríamos em uma nova cidade, morando em uma nova casa, convivendo com os conflitos... Pelo menos tentando. Queria registrar tudo o que pudesse a respeito daquele lugar que amava. O cheiro das árvores, dos pequenos animais, da terra molhada, dá água salgada do mar, a brisa suave do vento ao entardecer, o som maravilhoso da cachoeira que descia furiosa sobre as pedras... Guardar todas as recordações e sensações que ele me fazia sentia era algo muito precioso para mim. Sabia o quão difícil seria não poder correr por aquelas terras. Não visitar os meus lugares favoritos e encontrar as pessoas de quem gostava. Já me sentia saudosa de tudo aquilo e meus olhos ficavam marejados d’água só de pensar no tempo que ficaria longe de Forks e La Push. –Bom dia, mãe! - Disse para ela ainda no topo da escada. –Bom dia querida! – Ela respondeu com um enorme sorriso. Era maravilhoso ver aquela expressão de felicidade em seu rosto. Ao menos ela tentava se mostrar feliz.
  • 21. No fundo eu sabia o quanto aquilo era difícil para ela. Preferi não comentar o assunto. Faria tudo para que aquela manhã fosse maravilhosa para todos nós. Não ficaria chorando antes da partida. Só aproveitaria o meu dia. – Está pronta para a caçada? – Ela me perguntou. – Estou! O Jake já chegou? - Perguntei sem disfarçar a minha ansiedade. Estava acostumada a encontrá-lo sempre que acordava. Mas dadas as circunstâncias, ele devia estar arrumando as coisas para a partida e se despedindo dos seus. –Ainda não! Enquanto isso vá tomar café. – Ela respondeu enquanto eu descia as escadas. Deu um beijo doce em meu rosto. Sentia o toque frio de sua pele em minha face. – Mãe! Eu vou caçar e não quero comida humana. - Resmunguei fazendo uma careta. Sabia que ela não me deixaria sair sem comer ou beber nada. Meus pais faziam questão de que eu me alimentasse de comida humana mesmo antes de uma caçada. Apesar de saberem que aquele tipo de comida não me apetecia nem um pouco. Era horrível comê-las e fingir que gostava. Quase nunca conseguia convencer ninguém de que estava gostando da coisa gosmenta e insossa. Para mim era uma verdadeira tortura, mas eles queriam que minha natureza humana prevalecesse sobre a vampiresca. –Só um pouco! Você vai precisar de energia, mocinha. – Disse de forma exigente. A expressão em seu rosto não deixava dúvida que aquilo era uma ordem. Não aceitaria rebeldia quanto aquilo. Mesmo que quisesse debater sobre o assunto, que era algo que normalmente costumava fazer, aquilo não estava em discussão. E por não querer atrasar a caçada, resolvi me dar por vencida. Antes mesmo de chegar já podia ouvir as conversas. Vampiros costumam falar baixinho. Não há a necessidade de falar alto devido a super audição. E eu, com os dons recebidos dos meus pais, podia ouvir-los muito bem qualquer mesmo de longe. Assim ouvi meu pai conversando com Tanya, Kate, Carmem e os demais. – Quando vocês vão? - Perguntou Tanya com tom de curiosidade. – Amanhã. - Ele respondeu. – Esse cachorro vai com vocês? - Dessa vez foi Carmem tentando entender o sentido disso daquilo. Sua voz parecia irritada ao falar. Certamente não tinha noção da ligação de Jake com a minha família. Algo, ao meu ver, até compreensível, apesar de não justificar a forma arrogante e depreciativa como o mencionou. Aquilo me fez sentir muita raiva. Tive que me controlar naquele momento. – Sim, ele vai. – Meu pai respondeu com tom casual. Ele provavelmente estava ouvindo os pensamentos de todos e preferiu não advertir ninguém sobre a forma como se dirigiam a Jake. Sempre foi muito diplomático e usuária essa capacidade para não deixar ocorrer nenhum conflito com os convidados. – Isso é no mínimo estranho, Edward! Vocês vão morar com um lobisomem? - Kate criticou.
  • 22. – Não! Ele que vai morar conosco. - Ele respondeu rindo. – É “amigo” da família e não existe nada estranho nisso. – Continuou cordial. – Você já viu como ela olha para ele, Edward? Viu como ela se colocou na posição de fêmea quando atacou àquela garota? - Tanya questionou. Eu parei na porta e fiquei em silêncio ouvindo as conversas. – Ela é só uma criança e não tem maldade na cabeça. E ele não pensa nela dessa forma, pois eu já teria o matado. - Ele respondeu as críticas dela ponderando as palavras. Sabia que eu estava ouvindo. – Ele vai morar conosco, mas o trato é de que faça a faculdade. Assim ele não terá muito tempo livre para ficar com ela. Os dois se verão apenas algumas horas todos os dias. - Um frio percorreu a minha espinha com uma parte da conversa! “Ele mataria Jake? Por que? Nós não ficaríamos juntos. O que tudo aquilo significava?” De repente Jake chegou e me deu um beijo na testa, tirando a minha concentração da conversa na cozinha. Eu sempre me sentia confortável nos braços de Jake e os beijos carinhosos me faziam sentir maravilhosa. Minhas bochechas começaram queimar. Sabia que deveriam estar vermelhas naquele momento. Ainda fiquei parada uns momentos, pensando naquilo. –Vamos, Ness? - Jake chamou. –Vamos! - Respondi. –Esperem por mim! – Minha mãe gritou do topo da escada. Ela foi ao quarto fazer algo quando desci e estava voltando. Fiquei aliviada por não tocar no assunto da comida novamente. Quando entramos na cozinha, ele cumprimentou todos e depois me perguntou? – O que você quer caçar hoje? –Leão da montanha! - Exclamei docemente. –Você é igualzinha ao seu pai! - Riu para mim enquanto meu pai olhava para ele zangado com alguma coisa que ele havia pensado. Jake adorava irritar o meu “pobre” pai e se fazer de inocente. Sabia que às vezes era debochado e insuportável. Pensava “coisas” que deixavam meu pai aborrecido e às vezes o faziam perder a cabeça. Minha mãe se lembrou do meu café e me obrigou a comer algo antes de sair. Pensei que me safaria daquela, mas não teve jeito. Depois do meu “breve” desjejum saímos com ela logo atrás de nós. O nosso dia de caça foi muito divertido. Como sempre fizemos a nossa velha competição. Para mim o ato da caçada era mais do que necessidade de alimentação. Meu amigo sempre fez com que fosse um jogo divertido e estimulante. Minha mãe
  • 23. achava graça quando eu trapaceava e Jake agia como uma criança disputando comigo. Ele sempre me deixava ganhar, apesar de disfarçar. Hoje sei que fazia isso propositalmente, mas na época era maravilhosa a sensação de vitória que só ele podia me proporcionar. Nós corremos durante horas, procurando meu apetitoso leão da montanha. Quando o achamos, disputamos por ele e Jake me deixou ganhar e ficar com o prêmio, contentando-se com alguns herbívoros. Era gloriosa a disputa por alimento e o prêmio final mesmo que não tivesse muita sede naquele momento. Quando voltamos para casa, meu pai o chamou para conversar em particular. Os dois saíram para a floresta, para ficarem a uma distância inaudível, acredito eu, e terem algum tempo a sós. A minha curiosidade era enorme. Daria tudo para ser uma mosquinha para ouvir o que os dois falavam. Pelos olhares do meu pai e de Jake, sabia que nenhum deles tocaria no assunto comigo quando voltassem. Tive que ficar curiosa, pensando no que teriam falado. Fazendo várias conjecturas que não me levaram a nada. Só descobri o teor daquela conversa anos depois. Depois disso Jake se despediu de mim e foi La Push. Ele ainda tinha que se despedir do seu pai, dos seus amigos, e da irmã. Fiquei imaginando como tudo isso seria difícil para ele. Ainda me sentia muito mal por fazer isso com sua vida. Ao mesmo tempo, eu era egoísta demais para pedir que ele ficasse. Não agüentaria partir sem ele por mais que tivesse a exata noção do meu egoísmo. Eu não queria e não podia ficar sem ele. Tudo o que vivemos, todas as nossas conversas, as nossas competições, os nossos momentos eram o suficientes para me torna a pessoa mais egocêntrica do mundo quando se tratava em ficar ao lado de Jake. O meu melhor amigo... O meu irmão. Simplesmente não podia me dar ao luxo de partir sem ele. –Pai? - Chamei. -Posso ir com o Jake? - Pedi manhosa. –Pode! - Ele assentiu. –Até logo então. - Respondi! –Jake! Jake! Espere! E vou com você! - Corri para alcançá-lo saltitante. Também queria me despedir dos meus amigos e estar com naquele momento. Sabia o quão difícil seria dizer “Até breve”. Subimos na moto do Jake e ele dirigiu rapidamente para La Push. Enquanto passávamos pela estrada, vendo as casas conhecidas, as pessoas e a paisagem tão familiar, eu senti saudade daquele lugar que fez parte da minha curta vida. Meu coração apertou e meus olhos encheram de lágrimas. Tive que me segurar para não chorar... Não ainda. Não podia deixá-lo me ver naquele estado. Precisava ser forte. Sabia disso. Quando chegamos à pequena casa de Jake, todos já estavam esperando para a despedida de seu amigo, irmão e líder. Foram muitos os abraços, as lamentações e os seus olhos cheios lágrimas vendo a concretização da partida na sua frente. Eu estava como coração cortado pela sua tristeza, mas ao mesmo tempo tinha medo que ele
  • 24. desistisse de ir comigo. Eu realmente era egoísta!! Eu pensei enquanto olhava para as expressões tristes e o pranto nos seus olhos. Ver seu pai arrasado, a irmã com olhar perdido e os amigos desanimados com a perda do líder. Eu pude presenciar tudo em primeira mão. A dor dele era a minha dor. Simplesmente não tinha como explicar que meu coração sentia tão quebrado quanto o dele. Ali me dei conta que não havia interferido não apenas na vida de Jake, mas na de todos. Sempre carregaria aquele peso na minha consciência... Sempre. Havia algo mais que a tristeza em seus olhos negros. Uma esperança, ou felicidade, que eu não conseguia entender. “Como ele podia está feliz? Que esperança era aquela em seu rosto ao olhar para mim? Como uma pessoa podia se sentir triste e ao mesmo tempo feliz e esperançosa?” Jake pegou a sua mochila, colocou-a nas costas e me chamou: –Vamos, Ness! - O seu olhar cálido e carinhoso estava focado em mim. O brilho nos seus olhos eram intensos demais naquele momento. Parecia que estava vendo uma verdadeira jóia. Ali, mesmo sem entender, tive a certeza de que não houve nenhum tipo de hesitação. Ele fazia tudo consciente e não tinha dúvida quanto a seguir a minha família. Era mais do que dedicação. “O que aquilo significava?” – Os outros estão nos esperando e temos que nos apressar. - Segurou delicadamente a minha mão e me puxou para fora com ele. Eu já havia abraçado e beijado todos, mas queria continuar com eles. Queria ver o riso de Seth e o jeito engraçado como ele me abraçava e me jogava para o ar. Acho que de todos ali era o que mais sentiria saudade. Jake não me deixou mais tempo, para pensar no que estávamos deixando para trás. Provavelmente sabia que eu também estava rasgando por dentro. Queria evitar mais dor. Ele olhou para o pai e seus irmão e disse: – Eu venho todo fim de semana. – Sua voz rouca era praticamente um sussurro naquele momento. - Seis anos passam rápido... Cuidem-se. – Virou-se, colocou-me na moto, depois subiu e deu partida. Fomos para a minha casa e no caminho ouvia a sua respiração forte e frenética. O seu coração batia forte e quando um soluço saiu da sua boca, eu tive certeza... Estava chorando. Eu senti remorso por fazê-lo passar por isso. Eu o queria perto de mim, mas não queria que ele sofresse. Isso me fazia sofrer também. “O que eu poderia fazer? Será que eu poderia dizer para ele ficar?” Pensava várias coisas ao mesmo tempo.
  • 25. – Jake, você quer mesmo ir conosco? Tem certeza? Você... Você... – Já estava chorando também quando ele parou a moto no acostamento. Não queria mais vê-lo sofrer. Não suportava mais ver e sentir a sua dor. Sentia meu coração sangrando por dentro a cada momento.– Pode me visitar... Ele desceu da moto e se virou para mim. O seu abraço foi muito forte naquele momento e o seu calor conseguir me confortar. Ao mesmo um pouco. – Pequena, essa é a única certeza que tenho. Eu irei com vocês até o final do mundo. – Beijou o topo da minha cabeça e ficamos abraçados até eu conseguir parar de chorar. [...] Chegamos a casa e todos já estavam prontos para ir, em seus carros nos esperando para ir embora. Minha mãe abraçou Jake e perguntou enquanto se olhavam por alguns momentos: – Você tem certeza? – Acho que se ela pudesse estaria chorando também. Mas como todos sabem, vampiros não podem chorar. –Eu nunca tive tanta certeza de algo na minha vida. Está ao lado de vocês é tudo que eu preciso para viver. - Ele sorriu para ela. Os dois trocaram um olhar de cumplicidade. Os dois eram confidentes, amigos, parceiros e se consideravam dois irmão. Eu me lembro que eles tinham uma sintonia tão grande, que seus pensamentos pareciam conectados muitas das vezes. Eram muito diferentes em algumas coisas, mas muito parecidos em outras. Fizeram novamente a coisas que eu odiava. Não suportava o jeito que tinham de conversar com os olhos. Queria saber do que se tratava. Nenhum dos dois me contaria certamente. Meu pai às vezes parecia ter ciúme dessa cumplicidade. Entretanto entendia o sentimento fraterno que unia os dois. Depois que eu nasci os laços ficaram mais apertados. Toda família dizia para mim, quando questionava esse estranho relacionamento, que apenas se sentiam irmãos. Mas eu sabia que havia algo mais... Esse foi o segredo que guardaram grande parte da minha vida. Só hoje entendo o real motivo dessa relação. Uma vez eu ouvi minha mãe dizer que ele a salvou de todas as formas que uma pessoa poderia fazer. Que ele tinha sido o seu porto seguro, o seu sol, o seu protetor em um tempo que vivia numa estranha escuridão. Queria entender o significado daquilo, mas Jake prometeu me explicar quando eu tivesse maturidade para entender. Sempre a coisa da idade. Ninguém me considerava adulta para contar os segredos. Esperavam que eu crescesse para revelar os mistérios que envolviam a família e principalmente a relação de Jake com minha mãe. Aquilo me irritava bastante. Eu às vezes sentia ciúmes da cumplicidade dos dois. Por ele não ter esse tipo de relação comigo. Queria que a nossa amizade fosse assim. Perfeita. Queria me conectar com ele, como eles pareciam conectados de alguma forma. Conversar com o olhar, entender os gestos sem precisar dizer nada. Ela era a minha mãe e nutria uma adoração tão profunda pelo meu pai. Era absurdo pensar nos dois de outra forma. Não imaginava
  • 26. minha mãe e Jake tendo uma relação romântica, mas era estranha a forma como se comportavam em alguns momentos. A única explicação que encontrava para os meus sentimentos era ciúme... Só não sabia se era mais dela do que de. Depois daquela estranha conversa e olhares significativos, todos foram para seu veículo e partimos para a nossa nova vida. A única coisa que pedia e esperava do futuro, era que pudesse ser feliz no novo lar onde recomeçaríamos tudo. A certeza que isso poderia acontecer, era o meu melhor amigo que seguiria conosco, abrindo mão da sua própria vida em pró da minha felicidade. (Cap. 5) Nova vida Nova vida A viagem foi longa e eu já estava cansada de ficar naquele carro sem nada para fazer. E Bella ficava fazendo cafuné na minha cabeça, tentando me fazer dormir de forma inútil enquanto eu resmungava o tempo todo. – Por que não fomos correndo? – Chegaríamos mais rápido! – Não queremos levantar suspeitas, Renesmee! Edward respondeu pacientemente. –Tudo bem! Eu agüento isso! Resmunguei novamente. Quando chegamos a casa, eu fiquei admirada pelo tamanho e beleza vista por fora. Aquilo não era só uma casa e mais parecia um castelo, daqueles que eu via quando fazia um tur pela Europa, utilizando o Google earth. –Nossa! Nossa! É.... É... É linda!!! Eu falei admirada. – Espere só até ver o seu quarto. Disse minha vó Esme. Eu corri pela imensa sala muito clara, com três grandes sofás, um piano, uma lareira, uma prateleira, quadros no estilo impressionista. E Tudo estava tão bem decorado, como Esme sempre fazia com impressionante bom gosto.
  • 27. A casa tinha um grande escritório, um biblioteca, uma sala de cinema, uma cozinha era pequena, mas bem decorada, uma lavanderia, uma grande sala de jantar, um salão de festa ainda maior que os outros cômodos. E quanto eu vi aquele salão de festas, imaginei o que Alice aprontaria ali durante os próximos anos e um frio percorreu a minha espinha. Subimos as escadas para ver os quartos e eu fiquei admirada com a quantidade de quartos que havia no segundo andar da casa: eram 15 ao todo. Fui para o meu quarto e fiquei encantada com a decoração, que me fazia sentir uma verdadeira princesa em seu castelo encantado. Onde tudo era muito claro e o tom de branco se contrastava com os de rosa do papel de parede. Havia um closet enorme só para mim, uma mesa com computador, em todos nas paredes havia bonecas e ursos em grandes prateleiras, uma linda cama branca com uma mesa de cabeceira de cada lado e luminárias para clarear o ambiente. Ainda havia uma janela que dava uma vista para frente da casa e eu poderia ver aquele impecável jardim todos os dias. O meu banheiro era grande, claro e tinha uma enorme hidromassagem no centro, um grande espelho acima do balcão cheio de produtos. Tudo lindo e perfeito para mim e eu estava agradecida pelo bom gosto da minha avó. Fui para o quarto de Jake e vi que ele estava muito triste. –Jake! Você está arrependido de ter vindo para cá? Eu perguntei. – Não! Nunca! Só estou estranhando essa casa muito grande... Esse quanto também não me deixa a vontade. –Jake! Olha as fotos nas paredes! Eu tentava parecer alegre, para distraí-lo de sua tristeza. – Todos os seus irmãos, seu pai e os seus amigos! Olha as minhas fotos! Como estou diferente nessa!! Você não acha? – Você está crescendo rápido e ficando uma mocinha. Ele sorriu do jeito que eu sempre amava. Enquanto eu falava das fotos, Edward entrou e pediu licença para conversar em particular com Jake. E eu fiquei um pouco aborrecida, mas haveria muito tempo para eu ver as fotos e ficar com Jake. Eu sai para ver o quarto de Bella e Edward, mas do corredor eu pude ouvir a conversa: – Jake! Nada de ficar sem blusas ou se transformar na frente da Nesse! Ela está crescendo e os seus hormônios parecem está acelerados. – O que você prometeu está de pé? Edward falava tão rapidamente, que se eu não tivesse uma super audição não ouviria e entenderia o ter da conversa.
  • 28. – Está Edward! Pode ficar tranqüilo. Jake assentiu. Eu fiquei me perguntando que conversa era aquele? Que promessa era essa? Mas eu estava tão entusiasmada coma casa que não me preocupei com isso por algum tempo. Tudo era muito novo para mim e eu queria conhecer cada detalhe da casa, os quartos dos meus tios e avós, a cozinha e o resto da casa. Jake e saímos de moto, para fazer um reconhecimento da cidade, e de inicio eu não gostei muito. A cidade era pequena e quase não víamos casas nas pelo caminho e a nossa casa ficava ainda mais longe do centro, afastada convenientemente das outras casas e de qualquer sinal de civilização. Além disso, o caminho para a cidade era cercado de bosques, que facilitariam as minhas pequenas competições com o meu melhor amigo lobo. A arquitetura da cidade me lembrava as das cidades do interior da Itália, que meus pais me mostravam pela internet e prometiam me levar algum dia para conhecer. As pessoas eram pouco simpáticas e isso seria bom para minha família, pois não manteríamos laços de amizade naquele bizarro lugar. Então não teríamos que representar uma peça de teatro para as outras pessoas. E isso me deixava aliviada e tranqüila, porque teríamos um pouco de liberdade nela pequena cidade provinciana. A universidade onde meus pais, tios e Jake estudariam ficava em uma cidade vizinha e não demoraria mais de 20 minutos para chegar lá de carro ou moto, então a casa ficava estrategicamente localizada para facilitar que freqüentassem a universidade, sem precisarem se instalar em repúblicas. Outra coisa propicia nesse lugar, era que chovia a maior parte do tempo e nevava alguns meses no ano, assim minha família não precisaria se esconder. Então a atmosfera, a cidade, a localização e o clima eram totalmente favoráveis para a nossa nova vida, eu tive a certeza disso enquanto passeava com Jake. Quando chegamos à casa todos nos esperavam para uma pequena comemoração, mas a cara do Jake não era muito boa. E claramente podia-se ver em seus olhos a tristeza e o desconforto. –Desculpem! Estou cansado e vou dormir. Ele falou tão baixo que mal podíamos ouvir. Ele me deu um beijo na testa, antes de subir as escadas em direção ao seu quarto. E eu me sentia muito mal pela infelicidade de Jake. Eu estava extremamente culpada, mas eu tinha que disfarçar isso para que minha família não percebesse que eu estava afetada pelo estado de Jake. Eu tocava o piano, de repente uma tristeza percorreu o meu corpo novamente quando comecei a tocar a canção que compus para Jake: Sol da minha vida!
  • 29. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu me culpava pela tristeza dele naquele momento. A dor nos seus olhos na despedida em La Push, as suas lágrimas na moto, a tristeza dele no quarto. De repente meus pensamentos foram invadidos. – Nesse! Não é culpa sua. Ele vai demorar a se acostumar com a casa, com o lugar, e com a falta dos irmãos. Mas ele está feliz por está protegendo você. Edward se intrometeu nos meus pensamentos. Eu não respondi nada e as palavras de Edward confortavam o meu coração, quando de repente escutei o uivo de um lobo, que mais parecia um choro. Aquele choro era tão conhecido e peculiar, que fez meu coração ficar mais apertado e a dor me rasgava por dentro. – Nesse!! Ele só está falando com os seus irmãos. Dê esse tempo a ele! Edward falou novamente. Eu fui para o meu quarto, liguei o meu computador e fiquei navegando pela internet. E quando eu já estava com sono, fui até o quarto de Edward e Bella para beijá- los antes de dormir: – Poderiam não fazer tanto barulho a noite? Eu pedi olhando para as expressões assustadas deles. Aquela pergunta deixou Edward sem graça, mas ele respondeu franzindo a testa: – As paredes dos quartos dos casais são a prova de som. Ele começou a falar olhando para mim e se virando as vezes para Bella. –Esme se preocupou com a sua sanidade e com os questionamentos de Jake. Ele falou quase gaguejando. –Ah ta. Tchau! Eu sorri e fui para o meu quarto. Fui para o quarto de Jake,com a intenção de dá boa noite para ele, e o encontrei lendo. – Pensei que já estivesse dormindo? Ele perguntou curioso para mim. –Não consegui. Estou muito triste e não consegui dormir. Respondi olhando nos seus olhos. –Por que você está triste? Ele quis saber. –Porque você está! Eu ri. –Eu não estou! Só preciso me acostumar. Ele afirmou sorrindo para mim. –Ta!! Eu vou dormir então. Boa noite Jake! Eu falei depois que dei um beijo no seu rosto quente e perfeito.
  • 30. Nesse momento, ele me abraçou apertado e ficamos assim por alguns segundos. – Jake! Eu te amo! Você á mais que um amigo! Você é meu irmão agora. – Eu te amo mais! Ele agora falava com um sorriso espontâneo e glorioso, que nem de perto lembrava o anterior. ...... Não posso dizer que minha vida estava fácil, pois eu ficava em casa o dia inteiro com Esme enquanto os outros estavam na Universidade. Todavia isso era bom para o meu intelecto, pois tinha tempo para estudar, fazer novas composições, viajar pelo Google earth e conhecer novos países, aprendia novos idiomas. Mas o pior de tudo, isso era que Edward chegava da Universidade para me dá aulas particulares. Acredita nisso? Eu estudava o dia inteiro e quando ele chegava ainda tinha que me ensinar mais. O melhor disso, era que eu passava muito tempo com ele. E meu jovem pai parecia um irmão mais velho e protetor e aproveitava o Maximo das aulas para me roubar da companhia de Jake. Eu também me divertia com as histórias que Alice e Rosali contavam da faculdade de moda, dos contos de terror que Emmett me contava, mostrava para Bella tudo o que havia aprendido naquele dia. E depois disso ainda ficava brincando com Jake: Xadrez, dominó etc. E ele sempre trazia uns jogos divertidos, que saberia que eu adoraria jogar e ganhar dele. Bella achava injusto que ele sempre deixava eu ganhar, mas eu me aproveitava disso, assim como nas nossas caçadas, e me divertia muito com ele. E por algum milagre ele parecia gostar disso também. Durante a noite Jake quase não dormia, ficava estudando para se sair bem nas provas. E acredite se puder, eu o ajudava a estudar e até fazia os seus trabalhos, apesar de Edward não aprovar nada disso. – Você não tem vergonha de deixar Nesse fazer as suas tarefas? Edward vivia resmungando. Ele tinha muita dificuldade com algumas matérias e eu o ajudava. E para isso eu estudava as suas matérias durante o dia, aprendendo o máximo de cálculo, química, física e outras, para ensiná-lo durante a noite. Ele sempre dizia que eu parecia ter várias faculdades, mestrados e doutorados. E apesar de eu não ter contado nada para ele, já estava estudando algumas teses de doutorados. Edward achava divertido, às vezes, quando eu fingia aprender para ajudá-lo, mas como ele lia a minha mente, sabia que já tinha estudado tudo durante o dia só para ajudá-lo.
  • 31. Mas ele não podia reclamar, porque fazia a mesma coisa com Bella!! Quando percebia que ela estava com dificuldade em alguma matéria, aprendia só para ensiná-la. Nos fins de semana Jake viajava sozinho, para La Push. E eu ficava morrendo de saudade e contando as horas para ele voltar para casa. Eu sempre pedia para ir com ele, mas como meus pais não queriam que ninguém me visse não me deixam ir com ele, deixando-me irritada todo final de semana. Eles tentavam arrumar alguma distração para mim, levavam-me para passear nas outras cidades, Emmett me ensinava lutar, caçávamos, fomos para a Disney umas duas vezes, visitávamos a família de Tanya em Denali. Em resumo, todo fim de semana inventavam alguma distração para eu não ficar reclamando a falta de Jake. (Cap. 6) Apaixonada Apaixonada A vida parecia feliz e o tempo passou rápido naquela nossa nova vida. A cada dia eu notava as mudanças em meu corpo e rosto. E a cada dia eu sentia que estava ficando adulta e todos diziam que eu estava uma mocinha. Se eles soubessem o quanto essa palavra me irritava!! Eu me perguntava quando pararia de crescer, quando o meu metabolismo iria estabilizar, pois apesar de ter visto Nual e ouvido a sua história, eu sempre pensava que poderia ser diferente comigo e eu poderia ficar uma velha em pouco tempo. E isso me apavorava muitas vezes. Agora eu me encontrava com uma aparência 15 anos, pelo menos era isso que Carlisle afirmava, e só faltava mais um ano para voltarmos para Forks, de acordo com o trato que fizeram com Jake. Mas o tempo agora parecia não ajudar muito, já não agüentava mais aquela vida de mesmice que eu tinha desde meus sete anos. Era sempre a mesma coisa, era tão chato e entediante para mim que estava cansada disso tudo. Um dia Jake me levou para passear com ele e fomos fazer compras na cidade vizinha. Tínhamos planejado ir para o cinema e passar algum tempo juntos andando pelo shopping. Afinal eu estava precisando de roupas novas, mais ainda de novos ares, de novas caras, de mudar um pouco a rotina. Quando estávamos no shopping, encontramos uma “amiga” de Jake e ele nos apresentou. –Oi Jake! Como você está?
  • 32. –Bem Sharon! Essa é Nesse, a minha sobrinha. – Oi Nesse tudo bem? – Tudo! E você? – Jake! Talvez pudéssemos sair qualquer dia para tomar uma cerveja? O que acha? Ela estava entusiasmada olhando para ele e ignorando a minha presença. – Eu não bebo. Obrigado. Ele balançou a cabeça e sorriu timidamente. –Vai ter uma festa na irmandade na semana que vem. Bem, você não gostaria de ir comigo? – Infelizmente não estarei na cidade. – Nos vemos depois na aula Sharon? Jake estava despachando aquela garota educadamente. – Tá. Eu gostaria muito de conversar com, mas calma qualquer hora dessas. Ela falou mordendo os lábios, enquanto olhava para ele. – O que foi aquilo Jake? Ela praticamente disse transe comigo! Eu falei mal humorada. – Que vocabulário é esse Nesse? Ele falou para mim como se estivesse me dando uma bronca. Mas eu não respondi, porque estava tão irritada e chateada queria matar aquela mulher que se atrevera a da em cima do meu Jake. Quem ela pensa que é para falar com ele dessa forma? Cadela!! Vaca!! Eu pensei furiosamente. – Quero ir para casa Jake? Eu exigi muito irritada. – Nós acabamos de chegar! E o cinema? Jake questionou. – Agora Jake! – Tudo bem. Ele respondeu e depois ficou em silêncio. Fomos para o carro e ele partiu comigo para a casa, mas o silêncio predominou todo o percurso. E eu estava irritada demais para falar qualquer coisa, e ele estava aborrecido com a minha pequena birra no shopping, então não falou comigo todo o caminho de volta. Quando chegamos à garagem de casa, eu nem esperei ele abrir a porta. Eu estava tão irritada que abri bruscamente e a bati com toda força para deixar clara a minha raiva com ele, depois sai correndo em direção ao meu quarto.
  • 33. Quando passei correndo, até chegar às escadas, todos olharam para mim. Mas eu corri e me tranquei no meu quarto. Eu chorava de dor, de raiva, ciúme e por ele ter me chamado atenção daquele jeito. Eu estava muito magoada pela forma que havia falado comigo. Eu não me lembrava de outra ocasião que tenha agido daquela maneira. Eu ouvia os gritos da Bella e Rosali reclamando na sala: – O que você fez com a minha filha? – Seu cachorro desgraçado. Rosali dizia – O que aconteceu? Alice estava mais calma e ponderada. Jake não disse nada, mas Edward explicou: – Ela ficou com ciúme! Porque a sua amiga estava flertando com você, te chamou para sair e você não pareceu descartá-la. – Eu só fui gentil. Jake disse – E você chamou a atenção dela pelo vocabulário chulo. Edward falou. – E você não chamaria? Jake rebateu. – Sim! Eu chamaria. Edward concordou. – Esse escândalo todo é porque uma humana deu em cima de você. Emmett gargalhou. – Não brinque com isso Emmett! São os sentimentos dela! Disse Bella irritada. Todos estavam mais calmos ... Eu dormia calmamente quando acordei, ele estava me olhando com cara de cachorro sem dono. – Você está melhor? Ele falava enquanto passava as mãos pelos meus cabelos. Seu rosto era tranqüilo e seu olhar era misterioso. – Sim! Desculpe o meu descontrole. Não sei o que aconteceu... Não vai se repetir e você pode flertar com quem quiser. Eu respondi desviando os meus olhos, para não encará-lo. – Você sabe que eu não estava flertando. Ele deu uma risadinha debochada. – Depende do ponto de vista. Eu rebati. –Levanta dessa cama e se arruma. Ele disse em um tom calmo e sereno.
  • 34. – Aonde nós vamos? – Hoje é sábado e eu vou para La Push. Pensei que quisesse ir comigo? Um sorriso iluminou o seu rosto. Eu amava aquele sorriso e nada mais poderia me deixar de mal humor depois dele. – Mas Edward... Ele colocou os dedos suavemente nos meus lábios. – Ele deixou! Mas vamos de carro. Ele afirmou. Eu estava eu eufórica pela possibilidade de ir para La Push!, o lugar que eu amava. Eu pensei em meus amigos, meu avó, a minha floresta preferida, a praia, a casa de Jake. – LA PUSH!! Eu gritava enquanto pulava da cama e corria para o banheiro. Mas eu precisava de um toque especial, então comecei a gritar histericamente: – Saia Jake!! –Alice!!! Alice!!! Alice!! – O que foi Nesse? – Preciso de ajuda!! Vou para La Push! –Por favor, me arrume!! Jake saia do quarto enquanto Alice entrava dançando pelo quarto, e logo depois entraram no quarto Bella, Rosali e Esme. Ouvi Jake gritar do corredor: – Você tem 30 minutos. – Se não estiver no carro... Vou sozinho. Ai foi um desespero e enquanto Alice colocava um lindo vestido azul em mim, minha mão fazia uma leve maquiagem em meu rosto e Rosali prendia os meus cabelos. – Isso tudo só para ver um monte de cachorros. Dizia Rosali – Eles a acharão linda de qualquer forma. Agora era Bella – Linda e elegante!! Era a vez da Alice. – Encantadora. Dizia Esme. De repente outro grito: - 5 minutos! – Vamos! Vamos! Preciso descer! Eu gritava e pulava ao mesmo tempo.
  • 35. – Leva outras peças de roupa, para você vestir amanhã e voltar para casa. Bella já estava com uma mochila pronta para mim. Descemos as escadas e Jake só disse uma palavra: – Encantadora! Antes de sair, Bella e Edward fizeram mil recomendações: – Jake!! Traga ela inteira. Dizia Bella. – Se ela cair, se machucar, se for atropelada, se uma bomba explodir, um raio cair... Eu mato você Jake. Edward dizia muito ansioso. Era a primeira vez que ele me deixava ir para longe com Jake e passar tanto tempo fora. Ele estava ansioso e seus olhos estavam mais negros do que nunca. Eu podia sentir a tensão no seu corpo, seus lábios estavam rígidos e a preocupação era evidente no seu rosto de querubim. Depois do sermão de Edward e Bella, foi a vez de Rosali, Emmett e Jasper. – Traga-a inteira cachorro!! Rosali rosnava para ele. – Se acontecer algo com ela, você vai correr com três patas. Emmett gargalhava debochadamente. – Eu não quero ir ao seu enterro, então trate de ser cuidadoso. Jasper estava mais calmo. Carlisle, Esme e Alice não fizeram drama e apenas se despediram de mim como se fosse muito natural eu viajar sozinha. Nós pegamos a estrada, Jake dirigia bem devagar e cautelosamente e eu já estava irritada: – Jake! Desse jeito chegaremos lá amanhã. Ele riu e acelerou um pouco enquanto colocava um CD de Rip Rop. –Desde quando você curte esse tipo de música? Eu ria para ela. – Acho que comecei agora. Ele riu e colocou um dos braços em volta do meu ombro, se permitindo dirigir com apenas uma mão. Seu corpo estava tão quente, tão cheiroso, tão macio e tão perto do meu que desejava está abraçada a ele. Algumas horas se passaram e chegamos a La Push por volta das 12 horas. Quando estávamos na fronteira da terra dos Quileuts eu reconheci as casinhas e a paisagem. Então peguei o telefone liguei para Bella. – Mãe! Estamos chegando e esta tudo bem. Estou viva! Fica calma ta! Te amo! Eu falei tão rapidamente para não dá tempo de ela fazer nenhum drama.
  • 36. O carro parou na porta da casa de Billy e havia uma comitiva nos esperando. O meu avô estava lá ansioso, esperando para me ver e eu sai do carro correndo para os seus braços macios e fiquei alguns segundos agarrada a eles. Depois eu abracei todos os irmãos de Jake. – Nossa pirralha! O Jake não exagerou. Você está linda!Seth exclamou. – Com quantos anos? Perguntou Seth. – Meus pais disseram que tenho 15 anos agora. Respondi timidamente. – Jake!! Valeu à pena ficar perto dela. Disse Quil. – Jake, eu quero ir para a praia. Eu pedi. – Vamos guardar as suas coisas primeiro. Depois você precisa trocar de roupa. Jake ordenou. – Você está tão linda e cresceu tão rápido. Disse Clair. –Você também esta linda. Vou me trocar para brincarmos na praia. Tá? – Ta? Disse Clair toda sorridente. Fui para o quarto do Jake, tirei o vestido, coloquei meu biquíni e depois corri para a praia. Senti-me um pouco estranha, pois nunca havia usado biquíni na frente do Jake. – Será que ele iria gostar? Será que estou bonita? Eu não estou muito magra ? Branca? Eu estava insegura, estava tensa e com medo de ficar daquele jeito na frente de Jake. Fomos para a praia, mas Jake mostrou indiferença ao meu traje de banho e isso me deixou frustrada. Mesmo assim eu procurei disfarçar a meus sentimentos para ele. Passamos à tarde na praia brincando com Clair, apostando corrida com Seth e rindo com os seus irmãos. Eu estava radiantemente feliz por está nesse lugar tão mágico e encantador. Sempre que estava distraído conversando com os outros, eu me permitia olhar para aquele lindo corpo esculpido perfeitamente, como se fosse modelado à mão. Eu tentei lembrar qual foi a última vez que vi Jake sem camisa, expondo uma barriga tanquinho perfeita, um peitoral malhado, braços enormes e musculosos naquela pele
  • 37. morena. Eu me permitia cobiçar aquele corpo, apesar os seus irmãos serem tão bonitos, ou mais, quanto ele; mas ele era o mais perfeito e encantador para mim. Eu tenho que esfriar a cabeça!! Eu vou entrar em combustão espontânea desse jeito. Pensei –Jake! Vou entrar na água!Eu afirmei para ele. –Nesse! Fica bem na beira. – Não esquece que se algo acontecer seu pai me mata! Ele terminou. – OK ! Eu assenti. A água estava fria, mas agradável, eu estava trombando nas ondas, mas eu estava segura. E Jake não tirava os olhos preocupados comigo. Parecia que eu ia quebrar ou me afogar a qualquer momento. Mas eu resolvi não me preocupar com ele e curtir. Então senti mais coragem e resolvi nadar um pouco, apesar de eu ser péssima nadadora. E a ocasião era boa, pois Jake estava distraído com os seus irmãos, contanto as histórias da universidade e de como era a sua nova vida, eu aproveitei para nadar. Eu sentia as ondas me arrastarem, sentia a correnteza tão forte que me levava para longe. Então resolvi tentar nadar, mas eu estava sem forças para lutar contra as ondas fortes e geladas. Não conseguia gritar, apesar de tentar as palavras eram paradas pelas águas entrando pela minha boca. – Jak!! J! J!! Jak! Eu pensei que fosse morrer, pois ele não estava prestando atenção em mim. Fui jogada para o fundo do mar e perdi a consciência. Ele correu muito rápido e se atirou no mar para me salvar. E eu não tive consciência de nada, estava desacordada, enquanto ele me chamava desesperado e fazia respiração boca a boca. Minha consciência começou a voltar e senti os seus lábios quentes pressionando os meus. Eu comecei a colocar água para fora e tossir. Ele olhava para mim desesperado enquanto Quil, Embry e Seth tentavam acalmá-lo. – Ela vai ficar bem. Calma Jake!! Calma!! Eu podia ver a aglomeração de gente ao meu redor enquanto ele tentava me reanimar. Então a minha lucidez voltou e eu percebi o que havia acontecido. – OH! Não!! Estou encrencada. Pensei. Quando eu já estava lúcida, ele começou a brigar como ele nunca tinha feito antes: