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Cartas Chilenas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cartas Chilenas são poemas satíricos, em versos decassílabos brancos (sem rimas), que circularam em Vila
Rica em manuscritos, poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Revelando seu lado satírico, num tom
mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade
administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independência do Brasil.
Critilo é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica) que narra ao amigo Doroteu, os desmandos
despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão Minésio(na realidade, Luís da Cunha Meneses,
governador de Minas até a Inconfidência Mineira). São conhecidas treze cartas, sendo que sete foram impressas
pela primeira vez em 1845, por iniciativa do escritor chileno Santiago Nunes Ribeiro. A totalidade das cartas teve a
publicação em 1863, por Luís Francisco da Veiga, seguindo um manuscrito de seu pai, Saturnino da Veiga, que
fora contemporâneo dos Inconfidentes 1
.
Por bastante tempo discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. A dúvida só acabou após estudos de Afonso
Arinos (1940) e, principalmente, de Rodrigues Lapa, comparando a obra com cada um dos elementos do "Grupo
Mineiro", possíveis autores, quando se concluiu que o verdadeiro autor é Tomás Antônio Gonzaga, que ocupara o
cargo de Ouvidor e que sofrera contrariedades pelos atos do governador. Assim, Critilo é ele mesmo e
Doroteu, Tarquínio José Barbosa de Oliveira2
. Manoel Bandeira também apontou Gonzaga como autor, em
trabalho publicado no número 22, de abril de 1940, da Revista do Brasil 1
. Especula-se que a obra tenha sido
influenciada por Cartas Persas, deMontesquieu.
Conteúdo das cartas 1
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1ª Carta - Entrada de Fanfarrão em Chile (isto é, a chegada do governador Cunha Menezes em Vila Rica)
2ª Carta - Fingimentos no início para aos poucos centralizar todos os negócios
3ª e 4ª Cartas - Injustiças e violências de Fanfarrão por "causa de uma cadeia"
5ª e 6ª Cartas - Desordens nas festas de casamento de Fanfarrão
7ª Carta - Sobre as decisões arbitrárias de Fanfarrão
8ª Carta - Corrupção em vendas de despachos e contratos
9ª Carta - desordens no "governo das tropas"
10ª Carta - "desordens maiores que fez em seu governo"
11ª Carta - "brejeirices" do governador
12ª Carta - imoralidade e atos prepotentes de Fanfarrão em prol de seus protegidos
13ª Carta - Existe apenas um curto fragmento
As Cartas Chilenas são 13 cartas escritas por Critrilo (pseudônimo do autor que por muito tempo ficou
obscuro) relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e
tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais quanto pudessem ser relatados em versos
decassílabos do "Fanfarrão Minésio" ( o governador Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade
de Vila Rica).
Elas são sempre dirigidas a "Doroteu" (que tem uma epístola após as 13 cartas), ninguém mais
do que Cláudio Manuel da Costa.
As Cartas chilenas, por outro lado, completam a obra de Gonzaga.
São poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira.
Esses poemas eram escritos em versos decassílabos e tinham a estrutura de uma carta, assinada
por Critilo e endereçada a Doroteu, residente em Madri.
Nessas cartas, Critilo, habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos
e arbitrariedades do governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão
Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da
Inconfidência).
Estes poemas foram escritos numa linguagem bastante satírica e agressiva, e sua verdadeira
autoria foi discutida por muito tempo.
Após os estudos de Afonso Arinos e, principalmente, do trabalho de Rodrigues Lapa, a dúvida
acabou: Critilo é mesmo Tomás Antônio Gonzaga e Doroteu é Cláudio Manuel da Costa.
PERSONAGENS:
Doutor: O narrador é o protagonista. Só sabemos que é um "Doutor" por intermédio da fala de José Malvino,
logo no início da narrativa: "( Se o senhor doutor está achando alguma boniteza..."), fora isso, nem mesmo seu
nome é mencionado.
Santana: Inspetor escolar intinerante. Bonachão e culto. Tem memória prodigiosa. É um tipo de servidor
público facilmente encontrável.
José Malvino: Roceiro que acompanha o protagonista na viagem para a fazenda do Tio Emílio. Conhece os
caminhos e sabe interpretar os sinais que neles encontra. Atencioso, desconfiado, prestativo e supersticioso.
Tio Emílio: Fazendeiro e chefe político, para ele é uma forma de afirmação pessoal. É a satisfação de vencer o
jogo para tripudiar sobre o adversário.
Maria Irma: Prima do protagonista e primeiro objeto de seu amor. É inteligente, determinada.. Elabora um
plano de ação e não se afasta dele até atingir seus objetivos. Não abre seu coração para ninguém, mas sabe e faz
o que quer.
Bento Porfírio: Empregado da fazenda de Tio Emílio. É companheiro de pescaria do protagonista e termina
assassinado pelo marido da mulher com quem mantinha um romance.
Resumo da obra:
Resumo da obra escrito por
Maria Jacqueline A. dos Santos Matos.
O nome Cartas Chilenas deve-se ao artifício usado para situar os acontecimentos no Chile. O poema está dividido em
treze cartas dirigidas pelo poeta Critilo a seu amigo Doroteu ; das cartas 7ª e 13 ª só ficaram fragmentos.
Cunha Meneses foi satirizado sob o pseudônimo Fanfarrão Minésio, e Joaquim Silvério dos Reis, que viria a delatar os
inconfidentes, aparece como Silverino; todos os personagens reais, já devidamente identificados pelos estudiosos,
aparecem com pseudônimos.
As cartas começaram com a narrativa da chegada de Cunha Meneses, a Vila Rica, isto é, do Fanfarrão Minésio ao
Chile. Surgem os retratos caricaturas do governador e de seus cúmplices mais chegadas. Ainda conta-se a posse do
Fanfarrão e sua atitude prepotente, humilhando, as outras autoridades.
"Amigo Doroteu, prezado amigo,
Abre os olhos, boceja, estende os braços
E limpa das pestanas carregadas
o pegajoso humor, o sono ajunta.
Critilo, o teu critilo é quem te chama;
Ergue a cabeça da engomada fronha,
Acorda, se ouvir queres causas raras."
Na segunda carta, os atos do governador são apresentados como demagógicos, caprichosos e arbitrários, tomando
decisões que deviam caber à justiça. A partir de terceira carta, surgem em episódios atos de desmando desprezo e
humilhação às outras autoridades e aos ilustres da terra.
A restrição mais freqüente feita às Cartas refere-se a suas desigualdades de estilo aos excessos de alusões
circunstanciais ou indignações panfletárias. Tais restrições têm contribuindo para a subestimação da sátira; no entanto,
bem vistas as coisas são argumentos insustentáveis quando se compara esse pretenso rigor à tolerância com que são
aceitas tantas insignificâncias sentimentais do Romantismo brasileiro.
Escritas às vésperas da rebelião da Inconfidência as Cartas Chilenas são narrativa crítica de um período importante da
sociedade colonial.
A terceira Carta contam as injustiças e violências que Fanfarrão executou por causa de uma cadeia, a que deu principio.
" Agora, Doroteu, ninguém passeia,
todos em casa estão, e todos buscam
divertir a tristeza que nos peitos
infunde a tarde, mais que a noite feia."
" Pretende, Doroteu, o nosso chefe
erguer uma cadeia majestosa
que passa escurecer a velha fama
da torre da Babel e mais dos grandes,
custosos edifícios que fizeram,
para sepulcros seus, os reis do Egito. "
A quinta carta contam as desordens feitas nas festas que se celebraram nos desposórios do nosso sereníssimo infante
com a sereníssima infanta de Portugal.
Leia mais em: http://www.enemsimples.info/2011/07/resumo-cartas-chilenas-tomas-
antonio.html#ixzz3QAirww8v
Cartas Chilenas é um conjunto de poemas, escritos em versos decassílabos e brancos, com uma metrificação
parecida com a da epopéia, e circularam anonimamente em Vila Rica, entre 1787 e 1788, seus versos assumem
um tom satírico.
É uma obra satírica, constituindo poema truncado e inacabado (13 cartas), na qual um morador de Vila Rica ataca
a corrupção do Governador Luís da Cunha Menezes. Aponta as irregularidades de seu governo, configurando o
ambiente de Vila Rica ao tempo da preparação política da Inconfidência Mineira. Em julho deste ano de 1878,
Cunha Menezes deixaria o governo de Minas, em favor do Visconde de Barbacena.
Onde se deveria ler Portugal, Lisboa, Coimbra, Minas e Vila Rica, lê-se Espanha, Madrid, Salamanca, Chile e
Santiago. Os nomes aparecem quase sempre deformados: Menezes é Minésio. Há apelidos e topônimos
inalterados, como: Macedo, a ermida do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a igreja do Pilar. O autor se dá o nome
de Critilo e chama o destinatário de Doroteu. Finalmente, os fatos aludidos são facilmente identificados pelos
leitores contemporâneos.
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A matéria é toda referente à tirania e ao abuso de poder do Governador Fanfarrão Minésio, versando a sua falta de
decoro, venalidade, prepotência e, sobretudo, desrespeito à lei. Afirmam alguns que o poema circulava largamente
em Vila Rica em cópias manuscritas.
Critilo (Tomás Antônio Gonzaga) aplica-se de tal modo na sátira, que a beleza mal o preocupa. Os versos brancos
concentram-se no ataque. Sente-se um poeta capaz de escrever no tom familiar que caracteriza o realismo dos
neoclássicos, com certa inclinação para a pintura da vida doméstica.
Para Critilo, o arbitrário Governador constituía, de certo modo, atentado ao equilíbrio natural da sociedade.
Entretanto, não se nota nas Cartas nenhuma rebeldia contra os alicerces do sistema colonial, nem mesmo uma
revolta contra o colonizador; apenas se critica a má administração do governador Cunha Menezes. Seu significado
político, todavia, permanece. Literariamente, é a obra satírica mais importante do século XVIII brasileiro e continua
sendo o índice de uma época.
Sendo anônimo o poema e tendo permanecido inédito até 1845, houve dúvida quanto à sua autoria, embora a
tradição mais antiga apontasse Gonzaga sem hesitação. Falou-se depois em Cláudio, em Alvarenga Peixoto, em
colaboração etc. Estudos empreendidos neste século, culminando pelos de Rodrigues Lapa, vieram dar prati-
camente a certeza da atribuição a Gonzaga.
É tida como uma das mais curiosas sátiras de todos os tempos em Literatura Brasileira (junto com Antônio
Chimango). Quem assina essas cartas é um certo Critilo, que escreve a um amigo, Doroteu. O contexto também
era diverso, já que o clima de opressão e a tensão política deveriam se asilar no apócrifo.
As Cartas têm em Cunha Menezes (no texto, batizado com o singelo nome de Fanfarrão Minésio) o seu
protagonista. Além do viés satírico, a obra constitui um interessante quadro dos costumes daquela época e um
registro precioso do que era a corrupção no Brasil já desde os tempos da Colônia. Critilo, por sua vez, escreve do
Chile.
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo mostrar a importância das Cartas Chilenas, escritas por Tomás Antônio
Gonzaga, no período arcádico no Brasil entre 1783-1788 (final do século XVIII). Período este do governo de
Dom Luís da Cunha Pacheco Menezes, que aparece nas cartas com o pseudônimo de Fanfarrão Minésio, o
qual é bastante satirizado por Gonzaga. As cartas denunciam as irregularidades políticas ocorridas no
governo da época. Esta obra também pode ser comparada segundo outros aspectos tratados pelos escritores
nas sátiras, como o tratamento dado à religião, ao povo, à lei e à classe política. Através da leitura desta obra
o leitor poderá confrontar ou comparar duas filosofias, duas visões de mundo, duas épocas importantes para
a história do Brasil, aprendendo muito sobre o espírito brasileiro.
1.0 - Introdução
As Cartas Chilenas são num total de 13 cartas escritas por Tomás Antônio Gonzaga o qual usava o
pseudônimo de Critilo, no entanto, esse pseudônimo ficou por muito tempo obscuro. Tais Cartas relatavam os
desmandos, os atos corruptos, o nepotismo, o abuso do poder, a falta de conhecimento dos cidadãos e tantos
outros erros administrativos, jurídicos e morais do governador.
As cartas foram escritas em relatos na forma de versos decassílabos. Gonzaga finge escrever do Chile,
contando a um amigo os abusos do governo, na cidade de Santiago. Mas percebe-se pelas circunstâncias
relatadas que o país não é Chile, mas retrata Minas Gerais; que a cidade não é Santiago, mas Vila Rica e que
o amigo é Cláudio Manuel da Costa, cujo pseudônimo é Doroteu e que os abusos estavam acontecendo no
governo de Cunha Meneses. As Cartas Chilenas contam as injustiças e violências que Cunha Meneses
"Fanfarrão" executou em seu governo, de caráter faraônico, esse caráter faraônico retrata uma obra
grandiosa em objetivos e despesas que são executadas para servir como marco de uma administração
política engrandecendo quem as empreendeu.
Essas Cartas circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Nelas podemos
encontrar a sátira do poeta quando este num tom mordaz ou até mesmo agressivo, alude à mediocridade
administrativa, no caso específico do governo de Minas Gerais e fazendo um paralelo podemos observar que
enquanto no Brasil esse episódio acontecia próximo dos acontecimentos que deslancharam a Inconfidência, a
Europa, mas especificamente a França, vivia a Revolução Francesa. Nesta obra encontramos: um prólogo,
uma dedicatória, treze cartas e uma e epístola a Critilo.
O prólogo é uma conversa com o leitor onde o autor explica do que se trata a obra, neste caso, ele diz que
encontrou um cavalheiro instruído nas letras e que trazia com ele uns manuscritos onde eram relatadas todas
as desordens no governo de Fanfarrão Minésio, general do Chile, então ele traduz esse manuscrito e
confessa que mudou algumas coisas para melhor entendimento.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/13751/analise-literaria-da-obra-cartas-
chilena#ixzz3QAkcu7yB

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Cartas Chilenas: crítica à tirania

  • 1. Cartas Chilenas Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Cartas Chilenas são poemas satíricos, em versos decassílabos brancos (sem rimas), que circularam em Vila Rica em manuscritos, poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independência do Brasil. Critilo é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica) que narra ao amigo Doroteu, os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão Minésio(na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas até a Inconfidência Mineira). São conhecidas treze cartas, sendo que sete foram impressas pela primeira vez em 1845, por iniciativa do escritor chileno Santiago Nunes Ribeiro. A totalidade das cartas teve a publicação em 1863, por Luís Francisco da Veiga, seguindo um manuscrito de seu pai, Saturnino da Veiga, que fora contemporâneo dos Inconfidentes 1 . Por bastante tempo discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. A dúvida só acabou após estudos de Afonso Arinos (1940) e, principalmente, de Rodrigues Lapa, comparando a obra com cada um dos elementos do "Grupo Mineiro", possíveis autores, quando se concluiu que o verdadeiro autor é Tomás Antônio Gonzaga, que ocupara o cargo de Ouvidor e que sofrera contrariedades pelos atos do governador. Assim, Critilo é ele mesmo e Doroteu, Tarquínio José Barbosa de Oliveira2 . Manoel Bandeira também apontou Gonzaga como autor, em trabalho publicado no número 22, de abril de 1940, da Revista do Brasil 1 . Especula-se que a obra tenha sido influenciada por Cartas Persas, deMontesquieu. Conteúdo das cartas 1 [editar | editar código-fonte] 1ª Carta - Entrada de Fanfarrão em Chile (isto é, a chegada do governador Cunha Menezes em Vila Rica) 2ª Carta - Fingimentos no início para aos poucos centralizar todos os negócios 3ª e 4ª Cartas - Injustiças e violências de Fanfarrão por "causa de uma cadeia" 5ª e 6ª Cartas - Desordens nas festas de casamento de Fanfarrão 7ª Carta - Sobre as decisões arbitrárias de Fanfarrão 8ª Carta - Corrupção em vendas de despachos e contratos 9ª Carta - desordens no "governo das tropas" 10ª Carta - "desordens maiores que fez em seu governo" 11ª Carta - "brejeirices" do governador 12ª Carta - imoralidade e atos prepotentes de Fanfarrão em prol de seus protegidos 13ª Carta - Existe apenas um curto fragmento As Cartas Chilenas são 13 cartas escritas por Critrilo (pseudônimo do autor que por muito tempo ficou obscuro) relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais quanto pudessem ser relatados em versos decassílabos do "Fanfarrão Minésio" ( o governador Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade de Vila Rica). Elas são sempre dirigidas a "Doroteu" (que tem uma epístola após as 13 cartas), ninguém mais do que Cláudio Manuel da Costa. As Cartas chilenas, por outro lado, completam a obra de Gonzaga. São poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira. Esses poemas eram escritos em versos decassílabos e tinham a estrutura de uma carta, assinada por Critilo e endereçada a Doroteu, residente em Madri. Nessas cartas, Critilo, habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência). Estes poemas foram escritos numa linguagem bastante satírica e agressiva, e sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo. Após os estudos de Afonso Arinos e, principalmente, do trabalho de Rodrigues Lapa, a dúvida acabou: Critilo é mesmo Tomás Antônio Gonzaga e Doroteu é Cláudio Manuel da Costa.
  • 2. PERSONAGENS: Doutor: O narrador é o protagonista. Só sabemos que é um "Doutor" por intermédio da fala de José Malvino, logo no início da narrativa: "( Se o senhor doutor está achando alguma boniteza..."), fora isso, nem mesmo seu nome é mencionado. Santana: Inspetor escolar intinerante. Bonachão e culto. Tem memória prodigiosa. É um tipo de servidor público facilmente encontrável. José Malvino: Roceiro que acompanha o protagonista na viagem para a fazenda do Tio Emílio. Conhece os caminhos e sabe interpretar os sinais que neles encontra. Atencioso, desconfiado, prestativo e supersticioso. Tio Emílio: Fazendeiro e chefe político, para ele é uma forma de afirmação pessoal. É a satisfação de vencer o jogo para tripudiar sobre o adversário. Maria Irma: Prima do protagonista e primeiro objeto de seu amor. É inteligente, determinada.. Elabora um plano de ação e não se afasta dele até atingir seus objetivos. Não abre seu coração para ninguém, mas sabe e faz o que quer. Bento Porfírio: Empregado da fazenda de Tio Emílio. É companheiro de pescaria do protagonista e termina assassinado pelo marido da mulher com quem mantinha um romance. Resumo da obra: Resumo da obra escrito por Maria Jacqueline A. dos Santos Matos. O nome Cartas Chilenas deve-se ao artifício usado para situar os acontecimentos no Chile. O poema está dividido em treze cartas dirigidas pelo poeta Critilo a seu amigo Doroteu ; das cartas 7ª e 13 ª só ficaram fragmentos. Cunha Meneses foi satirizado sob o pseudônimo Fanfarrão Minésio, e Joaquim Silvério dos Reis, que viria a delatar os inconfidentes, aparece como Silverino; todos os personagens reais, já devidamente identificados pelos estudiosos, aparecem com pseudônimos. As cartas começaram com a narrativa da chegada de Cunha Meneses, a Vila Rica, isto é, do Fanfarrão Minésio ao Chile. Surgem os retratos caricaturas do governador e de seus cúmplices mais chegadas. Ainda conta-se a posse do Fanfarrão e sua atitude prepotente, humilhando, as outras autoridades. "Amigo Doroteu, prezado amigo, Abre os olhos, boceja, estende os braços E limpa das pestanas carregadas o pegajoso humor, o sono ajunta. Critilo, o teu critilo é quem te chama; Ergue a cabeça da engomada fronha, Acorda, se ouvir queres causas raras." Na segunda carta, os atos do governador são apresentados como demagógicos, caprichosos e arbitrários, tomando decisões que deviam caber à justiça. A partir de terceira carta, surgem em episódios atos de desmando desprezo e humilhação às outras autoridades e aos ilustres da terra. A restrição mais freqüente feita às Cartas refere-se a suas desigualdades de estilo aos excessos de alusões circunstanciais ou indignações panfletárias. Tais restrições têm contribuindo para a subestimação da sátira; no entanto, bem vistas as coisas são argumentos insustentáveis quando se compara esse pretenso rigor à tolerância com que são aceitas tantas insignificâncias sentimentais do Romantismo brasileiro. Escritas às vésperas da rebelião da Inconfidência as Cartas Chilenas são narrativa crítica de um período importante da sociedade colonial. A terceira Carta contam as injustiças e violências que Fanfarrão executou por causa de uma cadeia, a que deu principio. " Agora, Doroteu, ninguém passeia, todos em casa estão, e todos buscam
  • 3. divertir a tristeza que nos peitos infunde a tarde, mais que a noite feia." " Pretende, Doroteu, o nosso chefe erguer uma cadeia majestosa que passa escurecer a velha fama da torre da Babel e mais dos grandes, custosos edifícios que fizeram, para sepulcros seus, os reis do Egito. " A quinta carta contam as desordens feitas nas festas que se celebraram nos desposórios do nosso sereníssimo infante com a sereníssima infanta de Portugal. Leia mais em: http://www.enemsimples.info/2011/07/resumo-cartas-chilenas-tomas- antonio.html#ixzz3QAirww8v Cartas Chilenas é um conjunto de poemas, escritos em versos decassílabos e brancos, com uma metrificação parecida com a da epopéia, e circularam anonimamente em Vila Rica, entre 1787 e 1788, seus versos assumem um tom satírico. É uma obra satírica, constituindo poema truncado e inacabado (13 cartas), na qual um morador de Vila Rica ataca a corrupção do Governador Luís da Cunha Menezes. Aponta as irregularidades de seu governo, configurando o ambiente de Vila Rica ao tempo da preparação política da Inconfidência Mineira. Em julho deste ano de 1878, Cunha Menezes deixaria o governo de Minas, em favor do Visconde de Barbacena. Onde se deveria ler Portugal, Lisboa, Coimbra, Minas e Vila Rica, lê-se Espanha, Madrid, Salamanca, Chile e Santiago. Os nomes aparecem quase sempre deformados: Menezes é Minésio. Há apelidos e topônimos inalterados, como: Macedo, a ermida do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a igreja do Pilar. O autor se dá o nome de Critilo e chama o destinatário de Doroteu. Finalmente, os fatos aludidos são facilmente identificados pelos leitores contemporâneos. Ache os cursos e faculdades ideais para você ! A matéria é toda referente à tirania e ao abuso de poder do Governador Fanfarrão Minésio, versando a sua falta de decoro, venalidade, prepotência e, sobretudo, desrespeito à lei. Afirmam alguns que o poema circulava largamente em Vila Rica em cópias manuscritas. Critilo (Tomás Antônio Gonzaga) aplica-se de tal modo na sátira, que a beleza mal o preocupa. Os versos brancos concentram-se no ataque. Sente-se um poeta capaz de escrever no tom familiar que caracteriza o realismo dos neoclássicos, com certa inclinação para a pintura da vida doméstica. Para Critilo, o arbitrário Governador constituía, de certo modo, atentado ao equilíbrio natural da sociedade. Entretanto, não se nota nas Cartas nenhuma rebeldia contra os alicerces do sistema colonial, nem mesmo uma revolta contra o colonizador; apenas se critica a má administração do governador Cunha Menezes. Seu significado político, todavia, permanece. Literariamente, é a obra satírica mais importante do século XVIII brasileiro e continua sendo o índice de uma época. Sendo anônimo o poema e tendo permanecido inédito até 1845, houve dúvida quanto à sua autoria, embora a tradição mais antiga apontasse Gonzaga sem hesitação. Falou-se depois em Cláudio, em Alvarenga Peixoto, em
  • 4. colaboração etc. Estudos empreendidos neste século, culminando pelos de Rodrigues Lapa, vieram dar prati- camente a certeza da atribuição a Gonzaga. É tida como uma das mais curiosas sátiras de todos os tempos em Literatura Brasileira (junto com Antônio Chimango). Quem assina essas cartas é um certo Critilo, que escreve a um amigo, Doroteu. O contexto também era diverso, já que o clima de opressão e a tensão política deveriam se asilar no apócrifo. As Cartas têm em Cunha Menezes (no texto, batizado com o singelo nome de Fanfarrão Minésio) o seu protagonista. Além do viés satírico, a obra constitui um interessante quadro dos costumes daquela época e um registro precioso do que era a corrupção no Brasil já desde os tempos da Colônia. Critilo, por sua vez, escreve do Chile. Resumo: Este trabalho tem como objetivo mostrar a importância das Cartas Chilenas, escritas por Tomás Antônio Gonzaga, no período arcádico no Brasil entre 1783-1788 (final do século XVIII). Período este do governo de Dom Luís da Cunha Pacheco Menezes, que aparece nas cartas com o pseudônimo de Fanfarrão Minésio, o qual é bastante satirizado por Gonzaga. As cartas denunciam as irregularidades políticas ocorridas no governo da época. Esta obra também pode ser comparada segundo outros aspectos tratados pelos escritores nas sátiras, como o tratamento dado à religião, ao povo, à lei e à classe política. Através da leitura desta obra o leitor poderá confrontar ou comparar duas filosofias, duas visões de mundo, duas épocas importantes para a história do Brasil, aprendendo muito sobre o espírito brasileiro. 1.0 - Introdução As Cartas Chilenas são num total de 13 cartas escritas por Tomás Antônio Gonzaga o qual usava o pseudônimo de Critilo, no entanto, esse pseudônimo ficou por muito tempo obscuro. Tais Cartas relatavam os desmandos, os atos corruptos, o nepotismo, o abuso do poder, a falta de conhecimento dos cidadãos e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais do governador. As cartas foram escritas em relatos na forma de versos decassílabos. Gonzaga finge escrever do Chile, contando a um amigo os abusos do governo, na cidade de Santiago. Mas percebe-se pelas circunstâncias relatadas que o país não é Chile, mas retrata Minas Gerais; que a cidade não é Santiago, mas Vila Rica e que o amigo é Cláudio Manuel da Costa, cujo pseudônimo é Doroteu e que os abusos estavam acontecendo no governo de Cunha Meneses. As Cartas Chilenas contam as injustiças e violências que Cunha Meneses "Fanfarrão" executou em seu governo, de caráter faraônico, esse caráter faraônico retrata uma obra grandiosa em objetivos e despesas que são executadas para servir como marco de uma administração política engrandecendo quem as empreendeu. Essas Cartas circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Nelas podemos encontrar a sátira do poeta quando este num tom mordaz ou até mesmo agressivo, alude à mediocridade administrativa, no caso específico do governo de Minas Gerais e fazendo um paralelo podemos observar que enquanto no Brasil esse episódio acontecia próximo dos acontecimentos que deslancharam a Inconfidência, a Europa, mas especificamente a França, vivia a Revolução Francesa. Nesta obra encontramos: um prólogo, uma dedicatória, treze cartas e uma e epístola a Critilo. O prólogo é uma conversa com o leitor onde o autor explica do que se trata a obra, neste caso, ele diz que encontrou um cavalheiro instruído nas letras e que trazia com ele uns manuscritos onde eram relatadas todas as desordens no governo de Fanfarrão Minésio, general do Chile, então ele traduz esse manuscrito e confessa que mudou algumas coisas para melhor entendimento. Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/13751/analise-literaria-da-obra-cartas- chilena#ixzz3QAkcu7yB