1. 12 ECONOMIA GAZETA DE RIBEIRÃO
RIBEIRÃO PRETO, DOMINGO, 4 DE DEZEMBRO DE 2011
Mercado de trabalho
Tem prós e contras
Trabalhar como freelancer é ficar livre de uma rotina, mas também ‘perder’ direitos
Sérgio Masson
LUCAS LOURENÇO
Gazeta de Ribeirão
lucas.ferreira@gazetaderibeirao.com.br Ivar trabalha como
freela realizando
T
rabalhar por conta pró- traduções de obras
pria, sem chefe, fazendo
o próprio horário e roti-
na. Este é o sonho profissional
de muita gente, realizado ape-
nas por um pequeno grupo: os
chamados freelancers, ou sim-
plesmente “frilas”. Eles são
prestadores de serviços de di-
versas áreas e setores, que tra-
balham por empreitada, sem
vínculo empregatício com ne-
nhuma empresa.
O aparente “mar de rosas”,
contudo, termina quando se
lembram que não há 13º salá-
rio, férias ou qualquer outro en-
cargo trabalhista —além da pos-
sibilidade de não ser bem remu-
nerado ou até mesmo levar um
calote. “Para os freelancers, a le-
gislação trabalhista não é aplica-
da. Caso, por exemplo, o paga-
mento pelo serviço não ocorra,
VANTAGEM GREEN COWORK
cabe ao profissional correr
atrás do prejuízo”, explicou a
advogada trabalhista Carla Ro- Há possibilidade de arriscar Empresa aproveita mercado
mar, doutora em Direito do Tra-
balho pela PUC-SP. A vontade de trabalhar por com foco na sustentabilidade Freelancers que desejam ter um sala de reuniões, gerenciamento
Em alguns setores, o uso de conta própria faz com que em diversas empresas. “Para ambiente de trabalho fora de de recados, espaço para
frilas é tão antigo que chega a profissionais mudem de rumo. mim, a maior vantagem foi ter casa, mas não estão dispostos receber clientes e, por tabela,
se tornar tradição. É o caso do Foi o que fez o analista mais espaço para desenvolver em investir e manter um contato com diferentes
mercado editorial. “O uso dos ambiental Uendel Gabriel projetos da maneira que eu escritório, tem agora uma nova profissionais. “Tenho 20 lugares
freelancers já está introjetado Germano, que por 12 anos julgo eficiente e traçar meu opção no mercado disponíveis que pretendo
de tal forma nas editoras que trabalhou na central de próprio caminho”, disse. Mas ribeirão-pretano. Trata-se da preencher em seis meses.
se tornou comum”, contou o logística dos Correios. Hoje, ele também há contratempos. Green Cowork, empresa que Ribeirão é uma cidade com
gerente editorial da Editora No- montou a G & R Assessoria e “Nem sempre o mercado está oferece espaço físico para muitos freelancers”, contou a
vo Conceito, Edgar Costa Silva. Consultoria Ambiental e disposto a aceitar as mudanças pessoas que trabalham por diretora geral da empresa,
Segundo ele, outro motivo de dedica-se a aplicar projetos propostas”, contou . (LL) conta própria —com direito a Camila Rosa de Souza. (LL)
se optar pelos frilas é a sazona-
lidade de alguns trabalhos. “As-
sim, manter um profissional fi- dedicar a coisas que gosto, co- quis atuar com jornalismo onli-
xo torna-se oneroso.” mo esporte e fotografia”, disse ne, mas na grade curricular do OS NÚMEROS
Um dos que prestam serviço ele, que também lamenta não meu curso não havia esta op-
para a editora ribeirão-pretana é
o tradutor Ivar Panazzolo, res-
ponsável, entre outros, por adap-
tar ao português as obras do
ter 13º salário, fundo de farantia
e outros benefícios trabalhistas.
Outra que optou pela vida de
freelancer foi a jornalista Ana
ção. Então, busquei freelas pa-
ra aprender e fazer currículo na
área.” Segundo ela, outro gran-
de benefício de trabalhar desta
13˚ 20
best-seller Nicholas Sparks. “Já Victorazzi, editora-chefe da So- maneira é a diversidade. “Já fiz
Salário Lugares
fui professor, mas prefiro traba- cial Content, plataforma digital freela para site de compras cole- É um dos benefícios trabalhistas É a quantidade disponível para
lhar por conta própria. Organizo de aprendizado focada nas mí- tivas, blogs, clínica de cirurgia com os quais não conta um freelancers na Green Cowork,
melhor meus horários, trabalho dias sociais. “Comecei na facul- plástica, e-commerce... É um profissional freelancer empresa que é novidade em RP
em casa e sobra tempo de me dade a fazer freelas. Sempre mundo de possibilidades.”
Fim de produtos piratas poderia
gerar R$ 30 bilhões ao Brasil Elcio Alves/AAN
taria está diretamente ligada ao
País deve fechar este crime organizado. A aquisição
ano com R$ 1,7 bilhão de um simples DVD contribui
sim para que mais armas e dro-
em valores de produtos gas cheguem às ruas.”
apreendidos Segundo Barreto, o Brasil deve
fechar 2011 com um total de R$
O fim da pirataria e da circula- 1,7 bilhão em produtos falsos e
ção de produtos contrabandea- contrabandeados apreendidos.
dos no Brasil poderia aumen- O valor é recorde e 30% maior
tar a arrecadação tributária em do que o montante apreendido
R$ 30 bilhões por ano e gerar 2 em 2010 (R$ 1,27 bilhão em mer-
milhões de empregos formais. cadorias). O governo atribuiu o
A estimativa é do secretário exe- crescimento ao reforço das ope-
cutivo do Ministério da Justiça, Comerciantes ambulantes rações de fiscalização, principal-
Luiz Paulo Barreto, que apre- vendem produtos: irregularidade mente nas fronteiras. “A razão
sentou esta semana os dados principal se atribui à Operação
mais recentes de apreensões duto pirata é um mau negócio, Fronteira, lançada em 2011, que
de mercadorias falsas, contra- em vários aspectos”, disse. inclui Polícia Federal, Polícia Ro-
bandeadas e piratas. “Há um Além das perdas de arrecada- doviária Federal e Exército, e
custo social muito alto por ção e de postos de trabalho for- que atuou no patrulhamento
trás da pirataria, que gera mui- mais, Barreto destacou que a pi- mais intenso das regiões de fron-
tos prejuízos para o Brasil, por rataria está associada a outros teira, e permitiu maior número
isso temos que conscientizar o prejuízos, como a circulação de de prisões e maior apreensão de
consumidor que comprar pro- armas e drogas no País. “A pira- produtos piratas”, disse. (ABr)