O documento descreve as principais formas de dengue - dengue clássico, febre hemorrágica da dengue e síndrome do choque da dengue - e seus sintomas. Também discute a prova do laço, que é usada para detectar fragilidade capilar em pacientes com febre hemorrágica da dengue. Por fim, fornece informações sobre vigilância epidemiológica e investigação de casos de dengue.
2. Doença febril aguda,que pode ser de curso
benigno ou grave,dependendo da forma
como se apresente: dengue
clássico(DC),febre hemorrágica da
dengue(FHD) ou síndrome do choque da
dengue(SCD).
3. Dengue Clássico
A primeira manifestação é a febre
alta (39º a 40ºC, seguido de
cefaléia, mialgia, prostração,
artralgia, anorexia, astenia, dor
retroorbital, náuseas, vômitos,
exantema, prurido.
4. Febre hemorrágica da dengue
Os sintomas iniciais são semelhantes aos do DC,
porém há um agravamento do quadro, geralmente
entre o 3º ou 4º dia da evolução, com aparecimento de
manifestações hemorrágicas.
A fragilidade capilar é evidenciada pela positividade
da prova do laço. Outras manifestações hemorrágicas
incluem petéquias, equimoses, epistaxe,
gengivorragia, em diversos órgãos (gastrintestinal,
intracraniana, etc.).
5. Febre hemorrágica da dengue
A prova do laço não pode ser realizada com garrote,
consiste em se obter, por meio de esfignomanômetro,
o ponto médio entre a pressão máxima e mínima do
paciente, mantendo–se essa pressão por 5 minutos
(no adulto) e 3 minutos (na criança); quando positiva,
aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do
mesmo.
6. Prova do laço
Verificar a PA (deitada ou sentada); calcular o valor
médio: (PA sistólica+ PA diastólica)/2;
Insuflar novamente o manguito até o valor médio e
manter por 5 minutos em adulto ou até o
aparecimento de petéquias;
A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias
em adultos ou 10 em crianças.
7. PROVA DO LAÇO
2,5 5,0 cm
Positiva: 10 ou mais petéquias (crianças)
20 ou mais petéquias (adultos)
8. Funções da Vigilância
Epidemiológica
Processamento dos dados coletados;
Coleta de dados;
Análise e interpretação dos dados processados;
Recomendação das medidas de controle apropriadas;
Promoção das ações de controle indicadas;
Avaliação da eficácia das medidas adotadas;
9. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Nota Técnica SUS nº05/2011
As Unidades que realizam teste rápido
NS1 devem no período NÃO EPIDÊMICO
encaminhar todas as amostras (positivas e
negativas) ao LACEN;
No período EPIDÊMICO encaminhar 10%
das amostras de casos suspeitos de dengue,
com objetivo de realizarem identificação do
sorotipo circulante.
10. Atribuições das Unidades
Coletar amostras dos pacientes que atendem a
definição do caso;
Enviar diariamente as amostras acompanhadas de
ficha de investigação e planilha de consolidação dos
dados para o LACEN;
Coletar 2º amostra (após o 5º) dia do inicio dos
sintomas, dos pacientes que tiveram amostras
negativas no teste NS1.
11. Diagnóstico diferencial
Dengue clássico(DC)- As principais doenças a serem
consideradas no diagnóstico diferencial são: gripe,
rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas
e exantemáticas.
Febre hemorrágica da dengue (FHD) - Outras
doenças com as quais deve-se fazer o diagnóstico
diferencial são: leptospirose, hepatite infecciosa,
influenza, bem como outras febres hemorrágicas
transmitidas por mosquitos ou carrapatos.
12. Segundo a OMS, a definição de FHD é baseada
em critérios clínicos e laboratoriais. Após o
preenchimento desses critérios, os casos devem
ser classificados quanto à gravidade de acordo
com a categoria abaixo:
Grau I- preenche todos os critérios de FHD,
sendo que a única manifestação é a prova do laço
positiva;
13. Grau II- presença de manifestações hemorrágicas
espontâneas (sangramento de pele, petéquias, epistaxe,
gengivorragia e outros);
Grau III- apresenta colapso circulatório com pulso fraco e
rápido, diminuição da pressão arterial, pele pegajosa e fria
e inquietação.
Grau IV- apresenta choque profundo com pressão arterial
e pulso imperceptíveis.
20. Leptospirose
Zoonose de grande importância social e
econômica por apresentar elevada incidência
em determinadas áreas. Sua ocorrência está
relacionada às precárias condições de infra-
estrutura sanitária e alta infestação de
roedores infectados. As inundações
propiciam a disseminação e a persistência do
agente causal no ambiente, facilitando a
eclosão de surtos.
21. Modo de transmissão
A penetração do microorganismo dá-se
através da pele lesada ou das mucosas da
boca,narinas e olhos. Pode ocorrer através
da pele íntegra quando imersa em água por
longo tempo.
Período de incubação: varia de 1 a 30 dias
(média entre 7 e 14 dias).
22. Definição de caso
Suspeito:
Indivíduo com febre de inicio súbito,
mialgias, cefaléia, mal-estar associado a um
ou mais dos seguintes sinais e/ou sintomas:
náuseas calafrios, alteração do volume
urinário, icterícia.
23. Manifestação clínica
Nos últimos anos, tem sido descritos casos da forma
pulmonar grave da leptospirose, com quadros
respiratórios evoluindo para insuficiência respiratória
aguda, com hemorragia pulmonar maciça ou
síndrome de aguda, de angústia respiratória do
adulto. Muitas vezes precede o quadro de icterícia e
insuficiência renal. O óbito pode ocorrer nas
primeiras 24 horas de internação.
24. Antecedentes epidemiológicos
Exposição a enchentes, lama ou coleções hídricas
potencialmente contaminadas;
Exposição a esgoto e fossas;
Atividades que envolvam risco ocupacional, como
coleta de lixo, limpeza de córrego, trabalho em água
ou esgoto, manejo de animais e agricultura em áreas
alagadas, etc.
Presença de animais infectados (roedores, cães,
bovinos, etc.).
25. Notificação
Tanto a ocorrência de casos
suspeitos isolados como a de
surtos devem ser notificadas, o
mais rapidamente possível, para o
desencadeamento das ações de
vigilância epidemiológica e
controle.
26. Primeiras medidas a serem
adotadas:
Hospitalização imediata dos casos
graves, visando evitar
complicações e diminuir a
letalidade. Nos casos leves, o
atendimento é ambulatorial.
27. Roteiro da investigação
epidemiológica
Identificação do paciente – preencher todos os
campos da ficha de investigação epidemiológica ao
Sinan relativos aos dados gerais , dados do caso e de
residência do paciente.
Coletar dados referentes epidemiológicos , com
especial atenção para a ocupação de risco ocorrida
nos 30 dias que antecederam os primeiros sintomas
do paciente, registrando data e endereço do local
provável da infecção e a ocorrência de casos
anteriores de leptospirose humana e animal.
28. Roteiro de investigação
Registrar a data do atendimento
e os sinais e sintomas apresentados
pelo paciente desde o início do
quadro clínico, a ocorrência de
hospitalização, datas de internação
e alta e o endereço do hospital.