SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 60
Hamilton Luís Sena Lima
História
 žRelatos de epilepsia datam de 2000 a.C. em textos de origem
babilônica. O termo EPILEPSIA, de étimo grego, significa
literalmente “fulminar”, “abater com surpresa”. O povo usava-o
por acreditar que as crises eram causadas por um demônio e
assim a epilepsia tornou-se uma doença sagrada. Esta é a
base para os mitos e medos (com vestígios nos dias de hoje)
que a cercam e que influenciam as atitudes populares no
sentido de dificultar ainda mais o alcance de uma vida normal
para os portadores da mesma.
História
 A epilepsia fora muito bem identificada por
Hipócrates (400 a.C.) considerado o pai da
medicina e, mais tarde, por Galeno (175 d.C.).
Estes pensadores foram os primeiros da
antiguidade a deduzirem que a epilepsia tinha
origem em anomalias decorrentes do cérebro,
ainda assim, não foram capazes de alterar o
pensamento popular daquela época e durante a
idade média, mais precisamente entre os
séculos XV e XVI, a Santa Inquisição perseguiu
e condenou à morte muitos epiléticos
considerados loucos e hereges.
Hipócrates
Galeno
Epilepsia
 A epilepsia não tem barreiras sociais, étnicas, geográficas,
etárias ou sexuais e é o transtorno neurológico crônico grave
mais comum. Ela também apresenta problemas sociais e
econômicos, tornando-se assim um problema de saúde
pública.
Definições
 Crises epiléptica:
 Ocorrência de sinais e/ou sintomas transitórios decorrentes
de atividade neuronal excessiva ou síncrona no cérebro.
Esses sinais ou sintomas incluem fenômenos anormais
súbitos e transitórios tais como alterações da consciência,
ou eventos motores, sensitivos/sensoriais, autonômicos ou
psíquicos involuntários percebidos pelo paciente ou por um
observador.
Definições
 Epilepsia:
 É um distúrbio cerebral caracterizado pela predisposição
persistente em gerar crises epilépticas e pelas
consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e
sociais desta condição. A definição de epilepsia requer a
ocorrência de pelo menos uma crise epiléptica (ILAE 2005).
Epidemiologia
 Estima-se que acometa 60 milhões de pessoas no mundo e
que a cada ano somem-se aproximadamente 3 milhões de
novos casos.
 Existem entre 1.1 a 1.7 vezes mais homens do que mulheres
com epilepsia.
 1 em cada 20 pessoas pode ter um ataque epiléptico uma vez
na vida.
 Crianças e idosos apresentam maior taxa de incidência.
 1% da população do países desenvolvidos são acometidos pela
epilepsia.
 Nos países em desenvolvimento 2% da população é acometida
pela epilepsia
Epidemiologia
Etiologia
 A etiologia é muito variada, incluindo causas genéticas e
adquiridas
 Segundo sua etiologia as epilepsias se classificam em:
 Epilepsias Idiopáticas: problemas de carga genética
 Epilepsias Sintomáticas: associadas a enfermidades e patologias
adquiridas
 Epilepsia Criptogênica: sem causa identificável
Etiologia
 Epilepsias Idiopáticas:
 Herança poligênica em síndromes
generalizadas de ocorrência
frequente
 Herança monogênica em síndrome
focais de rara ocorrência
 Epilepsias Sintomáticas:
 Malformações, enfermidades
cerebrovascular, trauma encefálico,
tumores cerebrais, infecções do
SNC, degenerativas, outras
 Descargas neuronais excessivas e síncronas em determinada
população neuronal
 Alteração das correntes iônicas a nível neuronal
 Entrada de sódio e cálcio: despolarização neuronal e aumento da
excitabilidade
 Saída de potássio: hiperpolarização dos dendritos com diminuição
da excitabilidade
 Alteração dos receptores de neurotransmissores, por sua vez
associada a canais iônicos (Glutamato, GABA)
 Ocorre excitação excessiva pelo Glutamato ou falta de inibição
do GABA
Fisiopatologia
Fisiopatologia
Fisiologia
 GLUTAMATO - ácido L-glutamato
 Importante neurotransmissor excitatório do cérebro. Atua
tanto através dos receptores acoplados aos canais iónicos
(receptores ionotrópicos: AMPA, NMDA e Cainato) como a
receptores acoplados a proteína G (receptores
metabotrópicos)
Fisiologia
 GABA - ácido gama-aminobutírico:
 Principal neurotransmissor inibitório do cérebro.
 GABAA - receptor do GABA, que ao ser ativado permite o influxo de
cloreto pela membrana celular.
 GABAB - receptor do GABA, que é ligado por meio da proteína G aos
canais de potássio. também impede a abertura dos canais de sódio.
Classificação das Crises Epilépticas
 Existem basicamente dois tipos de epilepsia:
I. Crises Parciais (Focais)
II. Crises Generalizadas
Crises Epilépticas Parciais
 Nas epilepsias parciais, os impulsos atingem um grupo
específico de neurônios e sua manifestação depende do local
atingido. Se for na área motora, o paciente apresentará,
durante a crise, movimentos convulsivos dos membros. Caso a
parte atingida seja a região visual, ele verá pontos luminosos.
Mas existem ainda crises parciais, quando o paciente
apresenta ausências momentâneas de consciência.
Crises Epilépticas Generalizadas
 Nas epilepsias generalizadas o cérebro sofre uma espécie de
curto-circuito geral, e o paciente costuma ter convulsões.
Classificação das Crises Epilépticas -
ILAE (1981)
 I. Crises Parciais (Focais)
 a - Parciais Simples
 b - Parciais Complexas
 c - Secundariamente Generalizada
 II. Crises Generalizadas
 a - Ausência (pequeno mal)
 b - Mioclônicas
 c - Clônicas
 d - Tônicas
 e - Tônico - Clônicas (grande mal)
 f - Atônicas
 III. Crises Não Classificadas
 *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
Classificação das Crises Epilépticas -
ILAE (1981)
 I. Crises Parciais (Focais)
 a - Parciais Simples
 b - Parciais Complexas
 c - Secundariamente Generalizada
 *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
Parciais Simples
 Sem comprometimento da consciência
 Atinge uma parte do cérebro
Parciais Simples
 Com sintomas:
 Motores - incluindo jacksoniana, versiva e postural
 Sensitivos - somatossensitivo, visual, auditivo e olfativo
 Autonômicos
 Psíquicos - incluindo disfasia, alucinatórios e alterações afetivas
Parciais Complexas
 Com comprometimento parcial ou total da consciência:
 Início como parcial simples seguida por comprometimento
da consciência
 Com comprometimento da consciência desde o início
 Com automatismos
Secundariamente Generalizada
 De parcial simples para secundariamente generalizada
 De parcial complexa para secundariamente generalizada
 De parcial simples evoluindo para uma crise parcial complexa
e depois para uma generalização secundária
Aura
Aura
 Antes do começo de uma crise algumas pessoas
experimentam uma sensação chamada “AURA”. Ela pode
ocorrer com antecedência que possibilite à pessoa tomar
medidas preventivas quanto a possíveis lesões provocadas
pelas crises.
 O tipo de aura varia entre as pessoas. Algumas sentem uma
mudança na temperatura corporal, outros ouvem um som, um
gosto estranho ou curioso odor. Se a pessoa consegue fazer
uma boa descrição de sua aura isso pode ajudar o médico a
descobrir em que região do cérebro ocorre a descarga inicial.
 Uma aura pode ocorrer sem ser seguida por uma crise e, em
alguns casos, ela mesma pode ser classificada como sendo
um tipo de “crise parcial simples”.
Déjà Vu
 Experiências relacionadas a memória como a sensação de “já
visto”
Classificação das Crises Epilépticas -
ILAE (1981)
 II. Crises Generalizadas
 a - Ausência (pequeno mal)
 b - Mioclônicas
 c - Clônicas
 d - Tônicas
 e - Tônico - Clônicas (grande mal)
 f - Atônicas
 *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
Crises Generalizadas
 Origem em ambos os hemisférios cerebrais ao mesmo tempo
 Sem qualquer início focal detectável
Ausência
 Infância e adolescência
 Lapso súbitos e breves da consciência - 10 a 30 segundos
 Pode ocorrer várias vezes ao dia
 Pode ser imperceptível à criança e aos pais
 Manifestações motoras discretas com automatismo orais,
manuais, piscamento, aumento ou diminuição do tono
muscular
 Remissão espontânea na adolescência em 60% a 70%
 Não há alterações neurológicas
Ausência Atípica
 Ausência atípica:
 Perda da consciência mais demorada
 Início e fim menos bruscos
 Automatismo mais evidentes
 Associado à alterações neurológicas
 Respondem menos a anticonvulsivantes
Mioclônicas
 Contração muscular súbita e breve semelhantes a choque
 Uma parte ou todo o corpo
 Aparecem de forma isolada ou repetida
 Ocorrem após privação do sono, ao despertar e ao adormecer
 Associada a:
 Distúrbios metabólicos
 Doenças degenerativas do SNC
 Lesão cerebral anóxica
Clônicas
 Abalos clônicos repetitivos comprometendo a consciência
Tônicas
 Contração muscular mantida com duração de poucos
segundos a minutos
Tônico-Clônicas
 Tipo de crise mais frequente, em 10% dos epilépticos
 Perda abrupta da consciência
 Contração tônica e depois clônica dos quatro membros
 Sialorréia, liberação esfincteriana, apnéia e mordedura de
língua
 “Grito epiléptico”: ar expulso pela glote fechada
 Período pós-crítico: confusão mental e sonolência
Tônico-Clônicas
 Fases:
 Tônica: contração tônica de todo o corpo. Dura de 10-20s
(“grito epiléptico”, cianóse, mordedura da língua)
 Clônica: períodos de relaxamento que aumentam
progressivamente. Dura 1 min
 Recuperação: volta ao estado de alerta. 10-30 min (flacidez
muscular, salivação excessiva, confusão mental e
recuperação gradual da consciência)
Tônico-Clônicas
 Fases:
Atônicas
 Há perda súbita do tono muscular postural. Dura 1-2s
 Breve perda da consciência
 Crise:
 Breve: queda da cabeça
 Prolongada: queda lenta se o indivíduo estiver em pé
Classificação das Crises Epilépticas -
ILAE (1981)
 III. Crises Não Classificadas
 Se incluem neste grupo todas as crises que por dados
incompletos ou inadequados as impossibilite de classificar em
alguma das categorias descritas anteriormente
 Especialmente na infância
 *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
Fatores Desencadeantes das Crises
 Febre
 Suspensão abrupta das DAE's (Drogas Antiepilépticas)
 Fadiga física
 Ingestão de álcool
 Privação de sono
 Hiperventilação (respiração forçada)
 Emoções (relacionadas à preocupação, alegria, tristeza,
irritação e outras).
Propagação das Crises
Classificação das Epilepsias e
Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)
 I. Epilepsias e síndromes relacionadas com a localização
 I.1. Idiopáticas (com início relacionado a idade)
 Epilepsia benigna da infância com paroxismos centro-temporais
 Epilepsia benigna da infância com paroxismos occipitais
 Epilepsia primária da leitura
 I.2. Sintomáticas
 Epilepsias do lobo temporal, frontal, parietal e occipital
 Epilepsia parcial contínua crônica progressiva da infância
 Síndrome com crises com fatores precipitantes
 I.3. Criptogênicas
 *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
Classificação das Epilepsias e
Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)
 II. Epilepsias e síndromes generalizadas
 II.1. Idiopáticas (com início relacionado a idade)
 Convulsão neonatal benigna (familiares ou não)
 Epilepsia mioclônica benigna do lactente
 Epilepsia infantil ou juvenil com ausência
 Epilepsia mioclônica juvenil
 Epilepsia com crises tônico-clônica ao despertar
 Outras epilepsias generalizadas idiopáticas
 Epilepsia com crises precipitadas por modos específicos de ativação
 *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
Classificação das Epilepsias e
Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)
 II. Epilepsias e síndromes generalizadas
 II.2. Criptogênicas ou Sintomáticas
 Síndrome de West (espasmos infantis)
 Síndrome de Lennox-Gastaut
 Epilepsia com crises mioclônico-astáticas
 Epilepsia com ausências mioclônicas
 II.3. Sintomáticas
 Encefalopatia mioclônica precoce
 Encefalopatia epiléptica precoce com auto-supressão
 Crises decorrentes de outros estados patológicos
 *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
Classificação das Epilepsias e
Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)
 III. Epilepsias e síndromes indeterminadas, focais ou
generalizadas
 Crises neonatal
 Epilepsia mioclônica grave do lactente
 Epilepsia com ponta-onda contínua durante o sono lento
 Epilepsia afasia adquirida
 outras epilepsia indeterminadas
IV. Síndromes especiais (crises relacionadas com a situação)
 Convulsões febris
 Crises isoladas ou estado de mal-epilético isolado
 Crises que resultam apenas de perturbações metabólicas ou
tóxicas agudas (ex: álcool, fármacos)
 *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
Diagnóstico
 O diagnóstico de epilepsia é fundamentalmente clínico
 Por isso é muito importante a descrição detalhada das
crises
 Dão suporte e permitem confirmar o diagnóstico:
 Estudo eletrofisiológico (EEG e vídeo-EEG)
 Imagens cerebrais (tomografia e ressonância magnética)
 Estudo de laboratório
 Estudo genético
Tratamento
 Tratamento Clínico
 Tem por finalidade evitar as crises e assegurar ao paciente
as condições de uma vida social a mais próxima possível da
normal. Baseia-se em medicamentos que não estão
desprovidos de efeitos secundários, devendo ser adaptados
à forma da epilepsia, sua gravidade e sua tolerância
individual.
Tratamento
 Tratamento Cirúrgico
 Interrupção das vias nervosas ao longo das quais se
espalham os impulsos que transmitem as crises.
 Remoção da área cerebral responsável pela produção das
crises.
 Lobectomia: destina-se a remoção de um dos lobos cerebrais.
 Hemisferoctomia: remoção de quase um dos hemisférios do cérebro.
 Calosotomia: corta-se a ponte onde passam as fibras que conectam
uma metade cerebral com a outra (corpo caloso) impedindo a difusão
das crises.
 Ressecções subpiais múltiplas: Consiste em praticar pequenas
incisões no cérebro impedindo a difusão dos impulsos responsáveis
pelas crises.
Tratamento
 Estimulador do Nervo Vagal
 É colocado um estimulador elétrico à bateria no subcutâneo
do paciente semelhante um marcapasso cardíaco, que a
determinados intervalos provoca estimulação do nervo vago
do lado esquerdo do pescoço. O procedimento é caro por
que o aparelho é importado e necessita de procedimento
cirúrgico para sua implantação.
Tratamento
 Dieta Cetogênica
 Tem sido utilizada no tratamento de epilepsia refratária na
infância. consiste em submeter a criança a uma dieta rica
em gorduras e pobre em hidrato de carbono e adequada
em proteínas para provocar uma condição chamada de
cetose
Drogas Antiepilépticas - DAE’s
 Eficácia: Capacidade da droga para controlar as crises
 Tolerância: Incidência, gravidade e o impacto dos efeitos
adversos das DAE’s
 Efetividade: Eficácia e tolerância as DAE’s que se reflete na
adesão ao tratamento
Drogas Antiepilépticas - DAE’s
 Antiepiléticos de primeira geração:
 Fenobarbital, fenitoína, primidona, etosuximida,
benzodiazepínicos, carbamazepina, e valproato
 Antiepiléticos de segunda geração:
 Felbamato, gabapentina, lamotrigina, tiagabina, topiramato,
oxcarbazepina, leviracetam, zonisamida , vigabatrina e
outras
Drogas Antiepilépticas - DAE’s
Drogas Antiepilépticas - DAE’s
Mecanismo de ação das DAE’s
 Aumento da atividade sináptica inibitória
 Diminuição da atividade sináptica excitatória
 Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da
permeabilidade iônica
Mecanismo de ação das DAE’s
Epilepsia na Mulher
 Considerações especiais:
 Dos hormônios femininos, o estrogênio facilita o aparecimento
das crises, enquanto a progesterona diminui. Portanto, nos
dias antes da menstruação pode aumentar o risco das mesmas
 Gravidez em uma mulher epilética deve ser sempre
considerado como gravidez de alto risco
 Alguns medicamentos antiepiléticos podem aumentar o risco
de malformações na gravidez
 Aleitamento materno não é contra-indicado, aconselhando-se a
tomar a medicação dividida em doses menores
O que fazer para ajudar durante a
crise?
 Primeiro não se desesperar; depois seguir o passo a passo:
 A testemunha, amigo ou familiar deve colocar a pessoa
deitada, com algum apoio na cabeça (roupa ou almofada) e
com a cabeça virada de lado (para evitar engasgos com saliva
ou vômitos);
 Não tentar puxar a língua do paciente ou enfiar dedos na boca:
no momento da crise, a força e rigidez do paciente pode
machucar os dedos de quem tentar fazer isso!
 Esperar e tentar arejar o ambiente, pois em geral as crises
duram poucos minutos. Se a crises demorar mais do que o
Habitual, transportar o paciente em ambulância e levar
imediatamente ao hospital.
EPILEPSIA
Não tem
explicação
religiosa
Não é
contagiosa
Não é
doença
FIM

Más contenido relacionado

La actualidad más candente (20)

Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de ParkinsonAula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
Aula - SNC - Tratamento da Doença de Parkinson
 
Apresentação acidente vascular cerebral
Apresentação acidente vascular cerebralApresentação acidente vascular cerebral
Apresentação acidente vascular cerebral
 
Slides trauma raquimedular
Slides trauma raquimedularSlides trauma raquimedular
Slides trauma raquimedular
 
Intoxicação exógena
Intoxicação exógenaIntoxicação exógena
Intoxicação exógena
 
Apresentação Epilepsia
Apresentação EpilepsiaApresentação Epilepsia
Apresentação Epilepsia
 
Tce
TceTce
Tce
 
Parkinson
ParkinsonParkinson
Parkinson
 
Apresentacao delirium
Apresentacao deliriumApresentacao delirium
Apresentacao delirium
 
Demências
DemênciasDemências
Demências
 
Sensibilidade 14
Sensibilidade 14Sensibilidade 14
Sensibilidade 14
 
Slides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E Condutas
Slides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E CondutasSlides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E Condutas
Slides Vc Epilepsia Sintomas ,Causas E Condutas
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Convulsao
ConvulsaoConvulsao
Convulsao
 
Anti-hipertensivos
Anti-hipertensivosAnti-hipertensivos
Anti-hipertensivos
 
Crise convulsiva e quedas
Crise convulsiva e quedasCrise convulsiva e quedas
Crise convulsiva e quedas
 
Sinais e sintomas em neurologia
Sinais e sintomas em neurologiaSinais e sintomas em neurologia
Sinais e sintomas em neurologia
 
Tipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicosTipos de estudos epidemiológicos
Tipos de estudos epidemiológicos
 
Introdução à farmacologia
Introdução à farmacologiaIntrodução à farmacologia
Introdução à farmacologia
 
Parkinson
ParkinsonParkinson
Parkinson
 
AVC- Acidente Vascular Cerebral
AVC- Acidente Vascular CerebralAVC- Acidente Vascular Cerebral
AVC- Acidente Vascular Cerebral
 

Destacado

Primeiros Socorros
Primeiros SocorrosPrimeiros Socorros
Primeiros Socorrosguest5a4e95d
 
Doenças renais power point 2015
Doenças renais power point 2015Doenças renais power point 2015
Doenças renais power point 2015belmiro decimo
 
Infecções do trato urinário
Infecções do trato urinárioInfecções do trato urinário
Infecções do trato urinárioDiana Almeida
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaJucie Vasconcelos
 
U. 11 - Infecções Urinárias - PowerPoint
U. 11 - Infecções Urinárias - PowerPointU. 11 - Infecções Urinárias - PowerPoint
U. 11 - Infecções Urinárias - PowerPointI.Braz Slideshares
 
Trabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renais
Trabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renaisTrabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renais
Trabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renaisRebecca Cabo
 
Doenças hereditárias do túbulo renal
Doenças hereditárias do túbulo renalDoenças hereditárias do túbulo renal
Doenças hereditárias do túbulo renalHelton Everton
 
Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)
Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)
Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)Davyson Sampaio
 
Infe cções do Trato Urinário
Infe cções do Trato UrinárioInfe cções do Trato Urinário
Infe cções do Trato UrinárioUrovideo.org
 
Primeiros socorros - Queimaduras
Primeiros socorros - QueimadurasPrimeiros socorros - Queimaduras
Primeiros socorros - QueimadurasRhuan Ornilo
 
DoençAs Do Sistema UrináRio
DoençAs Do Sistema UrináRioDoençAs Do Sistema UrináRio
DoençAs Do Sistema UrináRiosollicitus
 
Sistema endócrino slides da aula
Sistema endócrino slides da aulaSistema endócrino slides da aula
Sistema endócrino slides da aulaFabiano Reis
 
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) cuidadoaoadulto
 
Trabalho sobre Queimaduras
Trabalho sobre QueimadurasTrabalho sobre Queimaduras
Trabalho sobre QueimadurasRui Alves
 

Destacado (20)

Epilepsia final
Epilepsia finalEpilepsia final
Epilepsia final
 
Primeiros Socorros
Primeiros SocorrosPrimeiros Socorros
Primeiros Socorros
 
Doenças renais power point 2015
Doenças renais power point 2015Doenças renais power point 2015
Doenças renais power point 2015
 
Infecções do trato urinário
Infecções do trato urinárioInfecções do trato urinário
Infecções do trato urinário
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal Aguda
 
O rim
O rimO rim
O rim
 
U. 11 - Infecções Urinárias - PowerPoint
U. 11 - Infecções Urinárias - PowerPointU. 11 - Infecções Urinárias - PowerPoint
U. 11 - Infecções Urinárias - PowerPoint
 
Trabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renais
Trabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renaisTrabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renais
Trabalho sobre hipertenção, diabetes e doenças renais
 
Doenças hereditárias do túbulo renal
Doenças hereditárias do túbulo renalDoenças hereditárias do túbulo renal
Doenças hereditárias do túbulo renal
 
Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)
Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)
Infecção do Trato Urinário (Davyson Sampaio Braga)
 
Infe cções do Trato Urinário
Infe cções do Trato UrinárioInfe cções do Trato Urinário
Infe cções do Trato Urinário
 
Doença renal
Doença renalDoença renal
Doença renal
 
Epilepsia
Epilepsia Epilepsia
Epilepsia
 
Primeiros socorros - Queimaduras
Primeiros socorros - QueimadurasPrimeiros socorros - Queimaduras
Primeiros socorros - Queimaduras
 
DoençAs Do Sistema UrináRio
DoençAs Do Sistema UrináRioDoençAs Do Sistema UrináRio
DoençAs Do Sistema UrináRio
 
Sistema endócrino slides da aula
Sistema endócrino slides da aulaSistema endócrino slides da aula
Sistema endócrino slides da aula
 
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica) Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
Seminário (Insuficiência Renal Aguda e Crônica)
 
Afogamento
AfogamentoAfogamento
Afogamento
 
Trabalho sobre Queimaduras
Trabalho sobre QueimadurasTrabalho sobre Queimaduras
Trabalho sobre Queimaduras
 
Queimaduras
QueimadurasQueimaduras
Queimaduras
 

Similar a Epilepsia

Epilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsivaEpilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsivaLucy França
 
Crises convulsivas na infancia
Crises convulsivas na infanciaCrises convulsivas na infancia
Crises convulsivas na infanciaHenrique Fiorillo
 
Epilepsia med 4 ..quinta
Epilepsia med 4 ..quintaEpilepsia med 4 ..quinta
Epilepsia med 4 ..quintajessicabehrens
 
AULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptx
AULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptxAULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptx
AULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptxdenZenilim
 
Farmacologia 13 anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 13   anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)Farmacologia 13   anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 13 anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)Jucie Vasconcelos
 
Obstrução das vias aéreas convulsão
Obstrução das vias aéreas   convulsãoObstrução das vias aéreas   convulsão
Obstrução das vias aéreas convulsãoMiguelAlmeida502577
 
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptxcepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptxMarcio Domingues
 
antiepilepticos e anti hipertensivos.pdf
antiepilepticos e anti hipertensivos.pdfantiepilepticos e anti hipertensivos.pdf
antiepilepticos e anti hipertensivos.pdfMARIANEZIMMERLESANTA
 
SLIDE EPLEPSIA.pptx
SLIDE EPLEPSIA.pptxSLIDE EPLEPSIA.pptx
SLIDE EPLEPSIA.pptxBLACKNET4
 
Convulsoes na infancia ufop
Convulsoes na infancia ufopConvulsoes na infancia ufop
Convulsoes na infancia ufopLeonardo Savassi
 
Convulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufopConvulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufopLeonardo Savassi
 

Similar a Epilepsia (20)

Epilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsivaEpilepsia e crise convulsiva
Epilepsia e crise convulsiva
 
SAÚDE DO ADULTO I
SAÚDE DO ADULTO ISAÚDE DO ADULTO I
SAÚDE DO ADULTO I
 
CONVULSAO.ppt
CONVULSAO.pptCONVULSAO.ppt
CONVULSAO.ppt
 
Epilepsia Final
Epilepsia FinalEpilepsia Final
Epilepsia Final
 
Crises convulsivas na infancia
Crises convulsivas na infanciaCrises convulsivas na infancia
Crises convulsivas na infancia
 
Epilepsia med 4 ..quinta
Epilepsia med 4 ..quintaEpilepsia med 4 ..quinta
Epilepsia med 4 ..quinta
 
Transtornos cerebrais 10_k
Transtornos cerebrais 10_kTranstornos cerebrais 10_k
Transtornos cerebrais 10_k
 
AULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptx
AULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptxAULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptx
AULA DE CONVULSOES - EPILEPSIA - CI-ISCI.pptx
 
Epilepsia gabi ab
Epilepsia  gabi abEpilepsia  gabi ab
Epilepsia gabi ab
 
Farmacologia 13 anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 13   anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)Farmacologia 13   anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)
Farmacologia 13 anticonvulsivantes - med resumos (dez-2011)
 
Cefaleias Primárias
Cefaleias PrimáriasCefaleias Primárias
Cefaleias Primárias
 
Obstrução das vias aéreas convulsão
Obstrução das vias aéreas   convulsãoObstrução das vias aéreas   convulsão
Obstrução das vias aéreas convulsão
 
Fisioterapia neurologia
Fisioterapia neurologiaFisioterapia neurologia
Fisioterapia neurologia
 
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptxcepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
cepeti-apresentacao-luis-felipe-11-09-1fabbfa2.pptx
 
1º socorros concluido
1º socorros concluido1º socorros concluido
1º socorros concluido
 
Epilepsia
EpilepsiaEpilepsia
Epilepsia
 
antiepilepticos e anti hipertensivos.pdf
antiepilepticos e anti hipertensivos.pdfantiepilepticos e anti hipertensivos.pdf
antiepilepticos e anti hipertensivos.pdf
 
SLIDE EPLEPSIA.pptx
SLIDE EPLEPSIA.pptxSLIDE EPLEPSIA.pptx
SLIDE EPLEPSIA.pptx
 
Convulsoes na infancia ufop
Convulsoes na infancia ufopConvulsoes na infancia ufop
Convulsoes na infancia ufop
 
Convulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufopConvulsões na infância ufop
Convulsões na infância ufop
 

Epilepsia

  • 2. História  žRelatos de epilepsia datam de 2000 a.C. em textos de origem babilônica. O termo EPILEPSIA, de étimo grego, significa literalmente “fulminar”, “abater com surpresa”. O povo usava-o por acreditar que as crises eram causadas por um demônio e assim a epilepsia tornou-se uma doença sagrada. Esta é a base para os mitos e medos (com vestígios nos dias de hoje) que a cercam e que influenciam as atitudes populares no sentido de dificultar ainda mais o alcance de uma vida normal para os portadores da mesma.
  • 3. História  A epilepsia fora muito bem identificada por Hipócrates (400 a.C.) considerado o pai da medicina e, mais tarde, por Galeno (175 d.C.). Estes pensadores foram os primeiros da antiguidade a deduzirem que a epilepsia tinha origem em anomalias decorrentes do cérebro, ainda assim, não foram capazes de alterar o pensamento popular daquela época e durante a idade média, mais precisamente entre os séculos XV e XVI, a Santa Inquisição perseguiu e condenou à morte muitos epiléticos considerados loucos e hereges. Hipócrates Galeno
  • 4. Epilepsia  A epilepsia não tem barreiras sociais, étnicas, geográficas, etárias ou sexuais e é o transtorno neurológico crônico grave mais comum. Ela também apresenta problemas sociais e econômicos, tornando-se assim um problema de saúde pública.
  • 5. Definições  Crises epiléptica:  Ocorrência de sinais e/ou sintomas transitórios decorrentes de atividade neuronal excessiva ou síncrona no cérebro. Esses sinais ou sintomas incluem fenômenos anormais súbitos e transitórios tais como alterações da consciência, ou eventos motores, sensitivos/sensoriais, autonômicos ou psíquicos involuntários percebidos pelo paciente ou por um observador.
  • 6. Definições  Epilepsia:  É um distúrbio cerebral caracterizado pela predisposição persistente em gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais desta condição. A definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma crise epiléptica (ILAE 2005).
  • 7. Epidemiologia  Estima-se que acometa 60 milhões de pessoas no mundo e que a cada ano somem-se aproximadamente 3 milhões de novos casos.  Existem entre 1.1 a 1.7 vezes mais homens do que mulheres com epilepsia.  1 em cada 20 pessoas pode ter um ataque epiléptico uma vez na vida.  Crianças e idosos apresentam maior taxa de incidência.  1% da população do países desenvolvidos são acometidos pela epilepsia.  Nos países em desenvolvimento 2% da população é acometida pela epilepsia
  • 9. Etiologia  A etiologia é muito variada, incluindo causas genéticas e adquiridas  Segundo sua etiologia as epilepsias se classificam em:  Epilepsias Idiopáticas: problemas de carga genética  Epilepsias Sintomáticas: associadas a enfermidades e patologias adquiridas  Epilepsia Criptogênica: sem causa identificável
  • 10. Etiologia  Epilepsias Idiopáticas:  Herança poligênica em síndromes generalizadas de ocorrência frequente  Herança monogênica em síndrome focais de rara ocorrência  Epilepsias Sintomáticas:  Malformações, enfermidades cerebrovascular, trauma encefálico, tumores cerebrais, infecções do SNC, degenerativas, outras
  • 11.  Descargas neuronais excessivas e síncronas em determinada população neuronal  Alteração das correntes iônicas a nível neuronal  Entrada de sódio e cálcio: despolarização neuronal e aumento da excitabilidade  Saída de potássio: hiperpolarização dos dendritos com diminuição da excitabilidade  Alteração dos receptores de neurotransmissores, por sua vez associada a canais iônicos (Glutamato, GABA)  Ocorre excitação excessiva pelo Glutamato ou falta de inibição do GABA Fisiopatologia
  • 13. Fisiologia  GLUTAMATO - ácido L-glutamato  Importante neurotransmissor excitatório do cérebro. Atua tanto através dos receptores acoplados aos canais iónicos (receptores ionotrópicos: AMPA, NMDA e Cainato) como a receptores acoplados a proteína G (receptores metabotrópicos)
  • 14. Fisiologia  GABA - ácido gama-aminobutírico:  Principal neurotransmissor inibitório do cérebro.  GABAA - receptor do GABA, que ao ser ativado permite o influxo de cloreto pela membrana celular.  GABAB - receptor do GABA, que é ligado por meio da proteína G aos canais de potássio. também impede a abertura dos canais de sódio.
  • 15. Classificação das Crises Epilépticas  Existem basicamente dois tipos de epilepsia: I. Crises Parciais (Focais) II. Crises Generalizadas
  • 16. Crises Epilépticas Parciais  Nas epilepsias parciais, os impulsos atingem um grupo específico de neurônios e sua manifestação depende do local atingido. Se for na área motora, o paciente apresentará, durante a crise, movimentos convulsivos dos membros. Caso a parte atingida seja a região visual, ele verá pontos luminosos. Mas existem ainda crises parciais, quando o paciente apresenta ausências momentâneas de consciência.
  • 17. Crises Epilépticas Generalizadas  Nas epilepsias generalizadas o cérebro sofre uma espécie de curto-circuito geral, e o paciente costuma ter convulsões.
  • 18. Classificação das Crises Epilépticas - ILAE (1981)  I. Crises Parciais (Focais)  a - Parciais Simples  b - Parciais Complexas  c - Secundariamente Generalizada  II. Crises Generalizadas  a - Ausência (pequeno mal)  b - Mioclônicas  c - Clônicas  d - Tônicas  e - Tônico - Clônicas (grande mal)  f - Atônicas  III. Crises Não Classificadas  *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
  • 19. Classificação das Crises Epilépticas - ILAE (1981)  I. Crises Parciais (Focais)  a - Parciais Simples  b - Parciais Complexas  c - Secundariamente Generalizada  *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
  • 20. Parciais Simples  Sem comprometimento da consciência  Atinge uma parte do cérebro
  • 21. Parciais Simples  Com sintomas:  Motores - incluindo jacksoniana, versiva e postural  Sensitivos - somatossensitivo, visual, auditivo e olfativo  Autonômicos  Psíquicos - incluindo disfasia, alucinatórios e alterações afetivas
  • 22. Parciais Complexas  Com comprometimento parcial ou total da consciência:  Início como parcial simples seguida por comprometimento da consciência  Com comprometimento da consciência desde o início  Com automatismos
  • 23. Secundariamente Generalizada  De parcial simples para secundariamente generalizada  De parcial complexa para secundariamente generalizada  De parcial simples evoluindo para uma crise parcial complexa e depois para uma generalização secundária
  • 24. Aura
  • 25. Aura  Antes do começo de uma crise algumas pessoas experimentam uma sensação chamada “AURA”. Ela pode ocorrer com antecedência que possibilite à pessoa tomar medidas preventivas quanto a possíveis lesões provocadas pelas crises.  O tipo de aura varia entre as pessoas. Algumas sentem uma mudança na temperatura corporal, outros ouvem um som, um gosto estranho ou curioso odor. Se a pessoa consegue fazer uma boa descrição de sua aura isso pode ajudar o médico a descobrir em que região do cérebro ocorre a descarga inicial.  Uma aura pode ocorrer sem ser seguida por uma crise e, em alguns casos, ela mesma pode ser classificada como sendo um tipo de “crise parcial simples”.
  • 26. Déjà Vu  Experiências relacionadas a memória como a sensação de “já visto”
  • 27. Classificação das Crises Epilépticas - ILAE (1981)  II. Crises Generalizadas  a - Ausência (pequeno mal)  b - Mioclônicas  c - Clônicas  d - Tônicas  e - Tônico - Clônicas (grande mal)  f - Atônicas  *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
  • 28. Crises Generalizadas  Origem em ambos os hemisférios cerebrais ao mesmo tempo  Sem qualquer início focal detectável
  • 29. Ausência  Infância e adolescência  Lapso súbitos e breves da consciência - 10 a 30 segundos  Pode ocorrer várias vezes ao dia  Pode ser imperceptível à criança e aos pais  Manifestações motoras discretas com automatismo orais, manuais, piscamento, aumento ou diminuição do tono muscular  Remissão espontânea na adolescência em 60% a 70%  Não há alterações neurológicas
  • 30. Ausência Atípica  Ausência atípica:  Perda da consciência mais demorada  Início e fim menos bruscos  Automatismo mais evidentes  Associado à alterações neurológicas  Respondem menos a anticonvulsivantes
  • 31. Mioclônicas  Contração muscular súbita e breve semelhantes a choque  Uma parte ou todo o corpo  Aparecem de forma isolada ou repetida  Ocorrem após privação do sono, ao despertar e ao adormecer  Associada a:  Distúrbios metabólicos  Doenças degenerativas do SNC  Lesão cerebral anóxica
  • 32. Clônicas  Abalos clônicos repetitivos comprometendo a consciência
  • 33. Tônicas  Contração muscular mantida com duração de poucos segundos a minutos
  • 34. Tônico-Clônicas  Tipo de crise mais frequente, em 10% dos epilépticos  Perda abrupta da consciência  Contração tônica e depois clônica dos quatro membros  Sialorréia, liberação esfincteriana, apnéia e mordedura de língua  “Grito epiléptico”: ar expulso pela glote fechada  Período pós-crítico: confusão mental e sonolência
  • 35. Tônico-Clônicas  Fases:  Tônica: contração tônica de todo o corpo. Dura de 10-20s (“grito epiléptico”, cianóse, mordedura da língua)  Clônica: períodos de relaxamento que aumentam progressivamente. Dura 1 min  Recuperação: volta ao estado de alerta. 10-30 min (flacidez muscular, salivação excessiva, confusão mental e recuperação gradual da consciência)
  • 37. Atônicas  Há perda súbita do tono muscular postural. Dura 1-2s  Breve perda da consciência  Crise:  Breve: queda da cabeça  Prolongada: queda lenta se o indivíduo estiver em pé
  • 38. Classificação das Crises Epilépticas - ILAE (1981)  III. Crises Não Classificadas  Se incluem neste grupo todas as crises que por dados incompletos ou inadequados as impossibilite de classificar em alguma das categorias descritas anteriormente  Especialmente na infância  *ILAE International League Against Epilepsy (1981)
  • 39. Fatores Desencadeantes das Crises  Febre  Suspensão abrupta das DAE's (Drogas Antiepilépticas)  Fadiga física  Ingestão de álcool  Privação de sono  Hiperventilação (respiração forçada)  Emoções (relacionadas à preocupação, alegria, tristeza, irritação e outras).
  • 41. Classificação das Epilepsias e Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)  I. Epilepsias e síndromes relacionadas com a localização  I.1. Idiopáticas (com início relacionado a idade)  Epilepsia benigna da infância com paroxismos centro-temporais  Epilepsia benigna da infância com paroxismos occipitais  Epilepsia primária da leitura  I.2. Sintomáticas  Epilepsias do lobo temporal, frontal, parietal e occipital  Epilepsia parcial contínua crônica progressiva da infância  Síndrome com crises com fatores precipitantes  I.3. Criptogênicas  *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
  • 42. Classificação das Epilepsias e Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)  II. Epilepsias e síndromes generalizadas  II.1. Idiopáticas (com início relacionado a idade)  Convulsão neonatal benigna (familiares ou não)  Epilepsia mioclônica benigna do lactente  Epilepsia infantil ou juvenil com ausência  Epilepsia mioclônica juvenil  Epilepsia com crises tônico-clônica ao despertar  Outras epilepsias generalizadas idiopáticas  Epilepsia com crises precipitadas por modos específicos de ativação  *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
  • 43. Classificação das Epilepsias e Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)  II. Epilepsias e síndromes generalizadas  II.2. Criptogênicas ou Sintomáticas  Síndrome de West (espasmos infantis)  Síndrome de Lennox-Gastaut  Epilepsia com crises mioclônico-astáticas  Epilepsia com ausências mioclônicas  II.3. Sintomáticas  Encefalopatia mioclônica precoce  Encefalopatia epiléptica precoce com auto-supressão  Crises decorrentes de outros estados patológicos  *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
  • 44. Classificação das Epilepsias e Síndromes Epilépticas – ILAE (1989)  III. Epilepsias e síndromes indeterminadas, focais ou generalizadas  Crises neonatal  Epilepsia mioclônica grave do lactente  Epilepsia com ponta-onda contínua durante o sono lento  Epilepsia afasia adquirida  outras epilepsia indeterminadas IV. Síndromes especiais (crises relacionadas com a situação)  Convulsões febris  Crises isoladas ou estado de mal-epilético isolado  Crises que resultam apenas de perturbações metabólicas ou tóxicas agudas (ex: álcool, fármacos)  *ILAE International League Against Epilepsy (1989)
  • 45. Diagnóstico  O diagnóstico de epilepsia é fundamentalmente clínico  Por isso é muito importante a descrição detalhada das crises  Dão suporte e permitem confirmar o diagnóstico:  Estudo eletrofisiológico (EEG e vídeo-EEG)  Imagens cerebrais (tomografia e ressonância magnética)  Estudo de laboratório  Estudo genético
  • 46. Tratamento  Tratamento Clínico  Tem por finalidade evitar as crises e assegurar ao paciente as condições de uma vida social a mais próxima possível da normal. Baseia-se em medicamentos que não estão desprovidos de efeitos secundários, devendo ser adaptados à forma da epilepsia, sua gravidade e sua tolerância individual.
  • 47. Tratamento  Tratamento Cirúrgico  Interrupção das vias nervosas ao longo das quais se espalham os impulsos que transmitem as crises.  Remoção da área cerebral responsável pela produção das crises.  Lobectomia: destina-se a remoção de um dos lobos cerebrais.  Hemisferoctomia: remoção de quase um dos hemisférios do cérebro.  Calosotomia: corta-se a ponte onde passam as fibras que conectam uma metade cerebral com a outra (corpo caloso) impedindo a difusão das crises.  Ressecções subpiais múltiplas: Consiste em praticar pequenas incisões no cérebro impedindo a difusão dos impulsos responsáveis pelas crises.
  • 48. Tratamento  Estimulador do Nervo Vagal  É colocado um estimulador elétrico à bateria no subcutâneo do paciente semelhante um marcapasso cardíaco, que a determinados intervalos provoca estimulação do nervo vago do lado esquerdo do pescoço. O procedimento é caro por que o aparelho é importado e necessita de procedimento cirúrgico para sua implantação.
  • 49. Tratamento  Dieta Cetogênica  Tem sido utilizada no tratamento de epilepsia refratária na infância. consiste em submeter a criança a uma dieta rica em gorduras e pobre em hidrato de carbono e adequada em proteínas para provocar uma condição chamada de cetose
  • 50. Drogas Antiepilépticas - DAE’s  Eficácia: Capacidade da droga para controlar as crises  Tolerância: Incidência, gravidade e o impacto dos efeitos adversos das DAE’s  Efetividade: Eficácia e tolerância as DAE’s que se reflete na adesão ao tratamento
  • 51. Drogas Antiepilépticas - DAE’s  Antiepiléticos de primeira geração:  Fenobarbital, fenitoína, primidona, etosuximida, benzodiazepínicos, carbamazepina, e valproato  Antiepiléticos de segunda geração:  Felbamato, gabapentina, lamotrigina, tiagabina, topiramato, oxcarbazepina, leviracetam, zonisamida , vigabatrina e outras
  • 54. Mecanismo de ação das DAE’s  Aumento da atividade sináptica inibitória  Diminuição da atividade sináptica excitatória  Controle da excitabilidade da membrana neuronal e da permeabilidade iônica
  • 55. Mecanismo de ação das DAE’s
  • 56. Epilepsia na Mulher  Considerações especiais:  Dos hormônios femininos, o estrogênio facilita o aparecimento das crises, enquanto a progesterona diminui. Portanto, nos dias antes da menstruação pode aumentar o risco das mesmas  Gravidez em uma mulher epilética deve ser sempre considerado como gravidez de alto risco  Alguns medicamentos antiepiléticos podem aumentar o risco de malformações na gravidez  Aleitamento materno não é contra-indicado, aconselhando-se a tomar a medicação dividida em doses menores
  • 57. O que fazer para ajudar durante a crise?  Primeiro não se desesperar; depois seguir o passo a passo:  A testemunha, amigo ou familiar deve colocar a pessoa deitada, com algum apoio na cabeça (roupa ou almofada) e com a cabeça virada de lado (para evitar engasgos com saliva ou vômitos);  Não tentar puxar a língua do paciente ou enfiar dedos na boca: no momento da crise, a força e rigidez do paciente pode machucar os dedos de quem tentar fazer isso!  Esperar e tentar arejar o ambiente, pois em geral as crises duram poucos minutos. Se a crises demorar mais do que o Habitual, transportar o paciente em ambulância e levar imediatamente ao hospital.
  • 58.
  • 60. FIM