2. Conceito “ O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção)”. (Associação Brasileira do Déficit de Atenção)
3. Características 1- TDAH – Tipo desatento • Não enxerga detalhes ou faz erros por falta de cuidado; • Dificuldade em manter a atenção; • Parece não ouvir; • Dificuldade em seguir instruções; • Dificuldade na organização; • Evita / não gosta de tarefas de esforço mental; • Freqüentemente perde os objetos; • Distrai-se com facilidade; • Esquecimento nas atividades diárias .
4. • 2- TDAH – Tipo hiperativo / impulsivo • • Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou não parando quieto na cadeira; • Dificuldade em permanecer sentado; • Corre sem destino ou sobe nas coisas excessivamente; • Dificuldade em engajar-se numa atividade em silêncio; • Fala excessivamente;
5. • Responde as perguntas antes de serem formuladas; • Age como se fosse movido a motor; • Dificuldade em esperar sua vez; • Interrompe e se intromete.” (Sam Goldstein, 1999) • 3- TDAH - Tipo combinado É caracterizado pela pessoa que apresenta os dois conjuntos de critérios dos tipos desatento e hiperativo / impulsivo.
6. E agora! Tenho muitos alunos com estas características... Será que são hiperativos??? “O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança”. (ANDRADE,2000)
7. Quem é mais propenso a ter esta doença? Crianças, adultos, pessoas com grau elevado de inteligência, negros, ricos, só em crianças ...? A hiperatividade, segundo Lancet (1998) denominada na medicina de desordem do déficit de atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Os sintomas variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal ou acima da média, o estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento .
8. Conseqüências • Na idade escolar, crianças com TDAH apresentam uma maior probabilidade de repetência, evasão escolar, baixo rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de relacionamento social. • Na infância demonstram uma probabilidade maior de desenvolver problemas relacionados com comportamento inoportuno, delinqüência, transtorno de conduta, depressão, ansiedade e se não tratada, na adolescência grande propensão a dependência à álcool e drogas.
9. • Repercussões da hiperatividade no relacionamento familiar.O comportamento hiperativo pode desestabilizar a relação do casal. • Grande percentual de internações na emergência por ano (acidente graves).
10. Diagnóstico A avaliação do TDAH inclui, freqüentemente, um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e emocional. O exame médico também é importante para esclarecer possíveis causas de sintomas semelhantes aos do TDAH (por exemplo: reação adversa à medicação, problema de tireóide, etc). O processo de diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e outros adultos que de alguma maneira, interagem de maneira rotineira com a pessoa que está sendo avaliada.
11. Como avaliar: 1)se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários.
12. IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios. CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima) CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).
13. CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.
14. O papel da escola no diagn ó stico ” Segundo o psiquiatra Ênio Roberto de Andrade, a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso aumentar o nível de concentração para aprender. "O diagnóstico clínico, deve ser feito com base no histórico da criança". Por isso, a observação de pais e professores é fundamental”. (ANDRADE, 2000, p. 30). Segundo Maristane Dias, não cabe ao professor ou à escola fazer o diagnóstico, mas é possível observar o aluno e conversar com os pais para que um especialista seja procurado.
15. Tratamento Em casos leves o distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação pedagógica, diz o psiquiatra Ênio de Andrade: "Os casos graves necessitam de tratamento com medicamentos". O tratamento é feito por um período mínimo de dois anos, mas deve durar até a adolescência, quando os sintomas diminuem ou desaparecem, graças ao amadurecimento do cérebro, que equilibra a produção da dopamina. (ANDRADE apud GENTILE, 2000, p. 31).
16. Dicas para o professor lidar com o aluno com TDAH - Evite colocar alunos nos cantos da sala, onde a reverberação do som é maior. Eles devem ficar nas primeiras carteiras das fileiras do centro da classe, e de costas para ela; -Faça com que a rotina na classe seja clara e previsível, crianças com TDAH têm dificuldade de se ajustar a mudanças de rotina; -Afaste-as de portas e janelas para evitar que se distraiam com outro estímulos;
17. -Deixe-as perto de fontes de luz para que possam enxergar bem; -Não fale de costas, mantenha sempre o contato visual; -Intercale atividades de alto e baixo interesse durante o dia (onde entra as atividade lúdicas- aprender brincando), em vez de concentrar o mesmo tipo de tarefa em um só período; -Repita ordens e instruções; faça frases curtas e peça ao aluno para repeti-las, certificando-se de que ele entendeu;
18. Permita movimento na sala de aula. Peça à criança para buscar materiais, apagar o quadro, recolher trabalhos. Assim ela pode sair da sala quando estiver mais agitada e recuperar o auto-controle;
19. Atividades Lúdicas: Importante!!! O papel das atividades lúdicas como intervenção no aluno com TDAH, é contribuir para melhores condições de desenvolvimento, e não como forma de tratamento.(Russi,2004)
20. Ao utilizar o jogo como estratégia de ensino, se está utilizando uma ferramenta preciosa que ofereça oportunidade para a criança hiperativa desenvolver habilidades de experimentação, imaginação, concentração, interação, perseverança, socialização, atenção, autoconfiança, bem como resolução de problemas. Segundo Cunha (apud BARROS, 2002, p.58), “ brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança, tendo em vista que o comportamento lúdico contribui para aquisição das habilidades de cada domínio do desenvolvimento”
21. Através do lúdico ,como prática pedagógica, a criança compreenderá o porquê das regras, pois, antes do início de qualquer atividade lúdica, é necessário que os participantes compreendam e concordem com as regras combinadas pelo grupo e pelo professor.
22. Cuidado!!! A utilização inadequada dos jogos e/ou brincadeiras como estratégia pedagógica no processo ensino e aprendizagem, pode causar grandes prejuízos à vida social e emocional das crianças, em especial, àquelas com TDAH.