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O declínio econômico
Durante o seu auge nos séculos I e II, o sistema econômico do Império Romano era o
mais avançado que já havia existido e que viria a existir até a Revolução Industrial. Mas
o seu gradual declínio, durante os séculos III, IV e V, contribuiu enormemente para a
queda do império.

A massiva inflação promovida pelos imperadores durante a crise do terceiro século
destruiu a moeda corrente, anulando a prática do cálculo econômico a longo prazo e
consequentemente a acumulação de capital, que somada ao controle estatal da maioria
dos preços teve efeitos desastrosos. Então, Roma começou a ter uma queda pelas
demais expansões. A falta de condições financeiras e a falta de escravos para uso de
mão-de-obra em todo o império geraram tais quedas.

Essas medidas tiveram consequências desastrosas pois, com quase todos preços
artificialmente baixos, a lucratividade de qualquer empreendimento comercial foi
anulada, resultando num colapso completo da produção e do comércio em larga escala e
da relativa e complexa divisão do trabalho que existia durante a Pax Romana.

A população das cidades caiu por todo império devido ao colapso comercial e industrial.
Enquanto o número de cidadãos (homens adultos e livres) durante o Principado em
Roma era de 320 mil, em Constantinopla no século V havia apenas oitenta mil cidadãos
(25% do número de cidadãos em Roma). Considerando que em Constantinopla existia
um número menor de escravos, isso poderia resultar em uma população total cinco
vezes menor. Os trabalhadores desempregados se fixaram no campo e tentaram produzir
eles mesmos os bens que queriam, desmonetizando a economia e acabando com a
divisão do trabalho, ocorrendo uma drástica redução da produtividade da economia.

Esses fenómenos resultaram na criação do primitivo sistema feudal baseado na auto-
suficiência de pequenos territórios economicamente independentes.

Com seu sistema económico destruído, a produção de armas e a manutenção de uma
força militar defensiva se tornaram infinanciáveis, o que facilitou enormemente as
invasões dos bárbaros.

O fim
Quando o último imperador romano, Rômulo Augusto, foi deposto em 476 d.C., por um
grupo de mercenários, poucos territórios (e tropas) restavam ao seu serviço. Os
comandantes e chefes que tentavam manter o Estado Romano nos últimos anos também
eram, na maioria dos casos, de origem bárbara. Só faltava que um decidisse tomar a
púrpura, coisa que não sucedeu.

O imperador deposto, Rômulo Augusto, era filho de um general de origem bárbara,
Orestes, que havia servido antes a Átila o Huno, e havia obtido o trono graças ao pai
que havia derrubado o último imperador legítimo, Júlio Nepos, que porém manteve sua
autoridade sobre a Dalmácia.

Os aliados de Orestes (hérulos e rúgios) depois se desentenderam com seu patrono e,
sob as ordens de Odoacro, depuseram Rômulo Augústulo. Observa-se que a deposição
do último imperador não foi um acontecimento repentino e que trouxesse mudança
social drástica, mas sim foi o resultado de um longo processo que se desenrolava há
quase um século.

Convencionou-se esta data como o fim da Antiguidade, mas é provável que poucos
naqueles anos considerassem aquele fato como o fim de uma era. Muito diferente,
portanto, de outros marcos da história como, por exemplo, a Tomada da Bastilha
durante a Revolução Francesa.

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  • 6. social drástica, mas sim foi o resultado de um longo processo que se desenrolava há quase um século. Convencionou-se esta data como o fim da Antiguidade, mas é provável que poucos naqueles anos considerassem aquele fato como o fim de uma era. Muito diferente, portanto, de outros marcos da história como, por exemplo, a Tomada da Bastilha durante a Revolução Francesa.