O documento discute especificações e métodos para revestimentos cerâmicos em pisos e paredes, incluindo: (1) Uma breve história do uso de azulejos e cerâmicas na arquitetura; (2) Condições gerais para execução de pisos cerâmicos, como preparo da base e camadas do revestimento; (3) Métodos de assentamento e ferramentas necessárias.
2. INTRODUÇÃO
O presente trabalho refere-se a atividades
referentes a revestimento cerâmicos para pisos
e azulejos com respectivas especificações de
materiais.
3. UM POUCO DE HISTÓRIA
Na arquitetura europeia, as placas cerâmicas se
fez presente desde que os primeiros edifícios
de tijolo ou pedra foram erguidos. O seu uso na
arquitetura foi dirigido tanto a um
apelo decorativo, quanto prático. Em razão de
suas características o azulejo torna as
residências mais decorativas e reduz os custos
de conservação e manutenção, já que é
refratário à ação do sol e impede
a corrosão das paredes pela umidade.
4. UM POUCO DE HISTÓRIA
No Brasil, seja pela abundância de matérias-
primas ou pela herança cultural portuguesa, de
quem adquirimos o gosto por azulejos, o uso
de revestimentos cerâmicos tornou-se um
costume antigo e corrente. Não é à toa que o
País está entre os cinco principais
consumidores desse tipo de material e é um
dos maiores produtores do setor, com
capacidade instalada de 600 milhões de m²
anuais.
5. CONDIÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DO
PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO
A aplicação dos pisos cerâmicos só deve
acontecer após um período mínimo de cura da
base ou da camada de regularização, quando
for o caso de onde não foi empregado nenhum
processo de cura, o tempo mínimo para o
assentamento deverá ser de duas semanas
após a regularização da camada
6. CONDIÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DO
PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO
Base: é denominado como o piso a ser recoberto,
ele pode ser executado com uma camada de
concreto simples ou armado, a base é onde
serão aplicadas as camadas necessárias para o
revestimento cerâmico;
7. CONDIÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DO
PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO
Contrapiso: é denominada a camada de
argamassa sobre a qual é assentado o
revestimento cerâmico;
8. CONDIÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DO
PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO
Camada intermediária: é denominada a camada
que fica entre a base e o contrapiso, cuja
principal finalidade é a regularização da base;
9. CONDIÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DO
PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO
Argamassa colante: é utilizada para a fixar o
revestimento cerâmico ao contra piso;
10. CONDIÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DO
PISO COM REVESTIMENTO CERÂMICO
E por último vem à camada de cerâmica formada
pelo revestimento cerâmico. A seguir temos
uma figura ilustrativa de como é formado um
revestimento cerâmico
12. MÉTODOS DE ASSENTAMENTO
É muito importante que o assentador, antes de
iniciar os trabalhos de colocação da cerâmica,
certifique-se de que possui todas as
ferramentas e equipamentos essenciais para o
assentamento, de forma a poupar tempo e
trabalho durante a execução dos serviços. As
ferramentas e equipamentos necessários à
execução do assentamento de revestimento
cerâmico em pisos são:
14. MÉTODOS DE ASSENTAMENTO
Existem vários métodos de assentamento dos
pisos cerâmicos, hoje em dia,
o assentamento se encontra fora do controle da
indústria, estando mais ligado aos prestadores
de serviços independentes. As etapas para o
assentamento dos pisos cerâmico
16. RESISTÊNCIA À ABRASÃO
O PEI é a resistência à abrasão, ou seja, ao
desgaste da superfície esmaltada causada pelo
tráfego de pessoas, contato com sujeiras
abrasivas e movimentação de objetos. É o PEI
que orienta onde o produto pode ser utilizado.
O PEI é uma característica muito importante na
hora de especificar uma cerâmica. Ele
determina a durabilidade de um produto em
condições normais de uso.
18. JUNTAS DE ASSENTAMENTO
Juntas de assentamento também conhecidas por
rejunte, são espaços entre as placas cerâmicas
que compõe o revestimento, preenchidas com
material flexível, chamado de argamassa de
rejuntamento
19. JUNTAS DE ASSENTAMENTO
TO
(TAMANHO DA PEÇA)
(CM)
JUNTA DE ASSENTAMENTO MÍNIMA RECOMENDADA
(MM)
10 x 20 3
15 x 15 3 a 5
20 x 20 3 a 5
25 x 25 3 a 5
30 x 30 5 a 7
33 x 33 5 a 7
40 x 40 6 a 8
41 x 41 8
20. PREPARO DA BASE
- Planeza: Verifique a planeza da base, utilizando
uma régua retilínea com 2m de comprimento.
Os desvios não devem ser maiores que 3mm
em relação à régua.
21. PREPARO DA BASE
- Caimento: O caimento de cada ambiente deve
estar direcionado para a porta de saída ou para
o ralo, de acordo com a necessidade do local.
Lajes de cobertura devem ser executadas com
caimento mínimo de 1,5%.
22. PREPARO DA BASE
- Dureza: Verificar a dureza da superfície em
diferentes pontos com um prego. A base é
resistente se o risco for superficial. Lembrando
que a base deve apresentar resistência
compatível com os esforços a que estará
submetida.
23. PREPARO DA BASE
- Aderência do contrapiso: Verifique se a base
não apresenta som de cavo (oco) ao ser
percutida com um martelo. As áreas soltas
deverão ser refeitas. Verifique se as retrações
próprias do cimento e possíveis fissuras estão
estabilizadas.
24. PREPARO DA BASE
- Porosidade: Se a água demorar a ser absorvida
pela base, ela tem baixa absorção. Se a água for
absorvida rapidamente, ela é muito absorvente.
Molhar a base muito absorvente antes de iniciar o
assentamento, sem saturá-la.
25. PREPARO DA BASE
- Correção: Se uma base não for suficientemente
resistente aos esforços a que estará
submetida, deve-se eliminá-la e refazê-la para
aplicação da argamassa colante.
26. PREPARO DA BASE
- Limpeza: As bases devem estar sempre
limpas, sem pó, óleo, tinta ou qualquer outra
substância que impeça a boa aderência da
argamassa colante. A base de concreto deverá
ser escovada (escova de aço), depois eliminar
por lavagem de alta pressão tudo o que possa
prejudicar a aderência:
óleo, desformantes, resíduos de
cimento, hidrófugos de superfície.
27. LASTRO DE CONCRETO
É uma camada de argamassa sobre a qual são
assentados os revestimentos cerâmicos. Deve-
se construir a camada de regularização sobre a
base de concreto nos seguintes casos:
- Se a laje ou a base não apresentar nivelamento e
caimento necessário ao escoamento da água
em áreas molháveis;
28. LASTRO DE CONCRETO
- Se houver a necessidade de adequação da base
para execução da camada impermeabilizante;
- Se houver a necessidade de adequação da base
para execução da camada de separação;
29. MUITO IMPORTANTE
Devem ser tomados os devidos cuidados com o
nivelamento da superfície.
O acabamento superficial da camada de
regularização deve ser rugoso.
No caso de execução de camada de
impermeabilização ou de separação sobre o
contrapiso, o mesmo deve ter textura
superficial lisa, obtida mediante desempeno
com desempenadeira metálica.
30. CARACTERÍSTICAS DO CONTRA PISO
Traço da argamassa 1:5 a 1:6 (em volume de cimento areia média)
Água de amassamento
Quantidade suficiente para dar à argamassa uma
consistência de “farofa”
31. CARACTERÍSTICAS DO CONTRA PISO
Espessura da camada
Variável, conforme a regularidade superficial da base
e os
caimentos necessários para escoamento da água.
Para
pisos externos, o caimento mínimo deve ser de 1,5
%.Quando a espessura da camada de regularização
for
superior a 30 mm, a construção deve ser feita por
etapas,
com suficiente compactação e secagem da anterior.
Armadura
Deve ser empregada sempre que a aplicação se der
sobre uma camada de separação. A armadura deve
ser uma tela soldada com malha de 50 x 50mm e fios
de diâmetro entre 1,5 e 2,0 mm, colocada na metade
da espessura da camada de regularização.
33. ARGAMASSA COLANTE
Além da argamassa para chapisco e para emboço
deve-se utilizar outros dois tipos de
argamassa, a argamassa colante e a argamassa
de rejunte.
34. TIPOS DE ARGAMASSAS
Tipo AC – I – tem como caracteriscas principais
resistir à solicitações mecânicas em ambiente
internos, com exceção de
saunas, churrasqueiras, estufas e áreas
especiais.
35. TIPOS DE ARGAMASSAS
Tipo AC – II – Indicada para o uso externo, pois é
balanceada para suportar as intempéries do
tempo (chuva, vento, incidência direta do sol e
etc.
Não são indicadas para
piscinas, estufas, saunas, etc.
36. TIPOS DE ARGAMASSAS
Tipo AC – III – tem como característica a aderência
superior em relação às argamassas dos outros
tipos e são mais indicadas para o assentamento
de porcelanatos e de revestimento cerâmicos
em piscinas de agua quente, saunas e
churrasqueiras.
38. ARGAMASSAS DE REJUNTAMENTO
Preenche as juntas de assentamento entre placas
cerâmicas e dar acabamento ao sistema de
revestimento cerâmico. Tem como principais
características ter baixa permeabilidade,
estabilidade de cor, capacidade de absorver
deformações e uma boa limpabilidade.
42. MUITO IMPORTANTE
Colocação das placas cerâmicas, o tardoz das
placas cerâmicas a serem assentadas deve
estar limpo, isento de pó, gorduras, ou
partículas secas e não deve ser molhado antes
do assentamento. A colocação das placas
cerâmicas deve ser feita de acordo com a
disposição prevista, respeitando a largura
especificada das juntas de assentamento
43. RODAPÉ
A medida das peças a serem cortadas para
rodapé, devem ser de 7cm a
8cm, fiquem também atento para os detalhes
dos desenhos das peças, procure coincidir o
máximo possível.
45. RODAPÉ
O corte das peças pode ser com a serra mármore
ou cortador de cerâmica.
Como o rodapé não vai estar exposto a peso não
será necessário picotar a parede para que ele
fique mais fixo simplesmente a argamassa dá
conta do recado. Aplique uma
quantidade razoável na peça e cole na parede.
47. AZULEJOS
Os azulejos são aplicados sobretudo no
revestimento de paredes de cozinhas, casas de
banho e superfícies exteriores sujeitas à ação
de agentes climáticos.
Para revestir um parede com azulejos deve-se ter
alguns cuidados em relação ao estado da
parede, a superfície da parede deve estar limpa,
regularizada, seca e bem consistente
48. AZULEJOS
Camada de regularização:
- Aplicar chapisco com traço em volume
variando entre 1:3 e 1:4 (cimento e areia);
- Aguardar 14 dias para o total endurecimento do
chapisco;
- Executar a camada de regularização sobre a
base umedecida com argamassa mista de
cimento, cal e areia;
49. AZULEJOS
- A camada de regularização não deve ter
espessura superior a 1,5 cm. Caso haja
necessidade de aumentar a espessura, execute
em camadas. Argamassas com espessuras
superiores a 2,5 cm devem ser armadas com
tela deployer ou tela de galinheiro.
50. AZULEJOS
Assentamento com argamassa colante:
- Depois de preparada a argamassa deve ficar em
repouso por 20 ou 30 minutos, obedecendo a
recomendação do fabricante;
- Aplicar a argamassa sobre a superfície com o
lado liso da desempenadeira, apertando a sobre
a base;
- Empregar a desempenadeira com o lado
dentado formando cordões, retirando-se o
excesso de argamassa;
51. AZULEJOS
- O assentamento deve ser
feito, preferencialmente, de baixo para
cima, respeitando a cota do nível acabado do
piso;
- Utilizar valores mínimos de juntas de
assentamento conforme tabela já apresentada
para o assentamento;
- Na colocação das peças aplicar um leve
movimento de rotação ou de translação de
forma a haver uma melhor
acomodação, submetendo-as a uma pressão
adequada, permitindo que o excesso de
argamassa possa fluir para fora;
53. DESENQUINAMENTO
Esse processo é feito para retirar a quina viva no
encontro de parede ou no próprio pilar. O
pedreiro faz o desenpeno da quina em torno de
1 cm. Esse processo é feito só para retirar a
quina viva.
54. PATOLOGIAS
Quaisquer falhas no assentamento, refletem-se
negativamente na imagem geral do produto
cerâmico. Alguns dos principais defeitos
relacionados ao assentamento malfeito e a
outros fatores do processo são:
55. PATOLOGIAS
Eflorescência;
Destacamento: ocorre pela dilatação/retração do
contrapiso e pela falta de junta ou outros
fatores distintos;
Gretamento; acontece quando o esmalte se rompe
devido à incompatibilidade de dilatação entre a
base e o esmalte, agravada pela variação de
umidade e temperatura;
Desgaste prematuro do esmalte.