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ARTIGO TÉCNICO
  AVALIAÇÃO DAS CÂMARAS FRIAS USADAS PARA O ARMAZENAMENTO DE
FRUTAS E HORTALIÇAS NO ENTREPOSTO TERMINAL DE SÃO PAULO (CEAGESP)

JOSUÉ FERREIRA NETO1, MARCOS D. FERREIRA2, LINCOLN DE C. NEVES FILHO3,
 CAROLINE ANDREUCCETTI4, ANITA DE S. D. GUTIERREZ5, LUIS A. B. CORTEZ6

RESUMO: O tempo de vida pós-colheita de frutas e hortaliças está diretamente relacionado à
temperatura de armazenamento do produto. Em condições controladas de temperatura e umidade
relativa do ar, as reações metabólicas podem ser retardadas, proporcionando melhor conservação
do produto. Foram realizadas avaliações das câmaras frias destinadas à estocagem de frutas e
hortaliças na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, CEAGESP - São Paulo -
SP, com o objetivo de identificar a situação das câmaras frias utilizadas nesse entreposto. As
condições de estocagem dos produtos foram avaliadas por meio dos parâmetros: temperatura do ar,
umidade relativa, isolamento, equipamento frigorífico (condensador, compressor, evaporador),
piso, dimensões da câmara e da porta. Avaliou-se a eficiência de uso por meio do cálculo para a
determinação da carga térmica. Observou-se que maçã e pêra possuem os maiores volumes
comercializados, utilizando-se de estocagem pelo frio (63,25%), seguido pela banana (24,10%).
Baseando-se no volume médio de comercialização dos permissionários, constatou-se que 73,91%
possuem motores superdimensionados a sua capacidade calorífica de uso.

PALAVRAS-CHAVE: frutas, hortaliças, câmaras frias, estocagem.


       EVALUATION OF THE USE OF COLD CHAMBERS USED TO FRUITS AND
      VEGETABLES STORAGE IN THE TERMINAL WAREHOUSE OF SÃO PAULO -
                                CEAGESP

ABSTRACT: Post-harvest shelf life of fruits and vegetables is direct related to storage
temperatures of these products. At controlled conditions of temperature and humidity, the speed of
metabolic reactions can be reduced, allowing better conservation of the products. The evaluation
was carried out in the Terminal Market of São Paulo- CEAGESP, to identify the condition of cold
chambers used for storage of fruits and vegetables. The parameters investigated were: air
temperature, relative humidity, refrigerated conditions, type of floor, chamber and door
dimensions. Data were used to calculate thermal load. Apples and pears were the most stored
commodities (63.25%) in CEAGESP, followed by bananas (24.10%). Based on the average
commercialization volume, it was observed that 73.91% of the motors were super dimensioned.

KEYWORDS: refrigeration, fruits, vegetables, cold chambers.

INTRODUÇÃO
       Atualmente, as Centrais de Abastecimento S.A. (CEASA) são responsáveis por quase a
totalidade de comercialização das hortifrutícolas no País, existindo cerca de 50 unidades,
distribuindo em torno de 25 milhões de toneladas de frutas e hortaliças por ano. A Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o mais importante mercado atacadista
de frutas e hortaliças na América Latina, comercializou, em 2000, a média de 11 mil toneladas por
dia, com perdas diárias que chegaram a 15% desse total (CORTEZ et al., 2002).

__________________________________
1
  Aluno de Graduação, FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP.
2
  Prof. Dr., Departamento de Tecnologia em Pós-Colheita, FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP, Fone: ()XX19) 3788.1028,
  marcos.ferreira@agr.unicamp.br.
3
  Prof., Departamento de Engenharia de Alimentos, FEA-UNICAMP, Campinas - SP.
4
  Mestre em Engenharia Agrícola, FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP.
5
  CQH - Centro de Qualidade em Horticultura - CEAGESP, Av. Gastão Vidigal, 1946, São Paulo - SP.
6
  Prof. Dr., FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP.
Recebido pelo Conselho Editorial em: 16-1-2006
Aprovado pelo Conselho Editorial em: 19-9-2006
                                                                  Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças                                                  833

      As perdas podem ser reflexos da falta de utilização de tecnologias pós-colheita apropriadas,
como, por exemplo, armazenamento e embalamento adequados a cada produto. De acordo com
CORTEZ et. al. (2002) e THOMPSON (2002), a qualidade inicial do produto, o tipo de manuseio e
o método de armazenamento utilizado influenciam na qualidade final do produto. Quanto mais
baixa a temperatura, mais lentamente ocorrerão as reações químicas, as ações enzimáticas e o
crescimento microbiano (HONÓRIO & MORETTI, 2002). Todavia, os produtos possuem
diferentes níveis de tolerância à baixa temperatura.
      Temperaturas abaixo do nível recomendado podem causar danos pelo frio, perda de sabor e
aroma, escurecimento da casca ou polpa e perda da capacidade de maturação (NEVES FILHO,
1991a). A conservação da qualidade do produto ao longo da cadeia de distribuição de frutas e
hortaliças é, portanto, aspecto fundamental em sistemas de comercialização.
      Segundo CHITARRA & CHITARRA (1990), esses produtos caracterizam-se por serem
sensíveis a mudanças indesejáveis de temperatura e umidade relativa do ambiente onde se
encontram. Algumas vezes, essas alterações podem não ser notadas de imediato, mas serão
observadas ao longo da cadeia de comercialização por meio da mudança de sabor, odor, firmeza e
outras características de qualidade inerentes ao produto. Deste modo, quando bem implantada, a
manutenção da cadeia do frio garante a conservação da qualidade durante a comercialização de
frutas e hortaliças até que esses produtos cheguem à mesa do consumidor (NEVES FILHO,
1991b).
      Armazenamento refrigerado remete ao conceito de carga térmica, uma vez que esse termo
representa a retirada de calor gerado pelo produto armazenado para reduzir sua temperatura até o
nível desejado. A quantidade de calor a ser removida pode ser calculada conhecendo-se o produto,
seu estado inicial, massa, calor específico, temperatura de início de congelamento e calor latente
(ASHRAE, 1993).
      Dentro desse contexto, neste trabalho, avaliaram-se as câmaras frias destinadas ao
armazenamento de frutas e hortaliças na CEAGESP, identificando suas atuais condições de
funcionamento.

MATERIAL E MÉTODOS
     A pesquisa de campo foi realizada na CEAGESP (SP), no ano de 2003, avaliando-se 118
câmaras frias, representando 65,60% do total de 180 câmaras presentes naquele entreposto. As
câmaras frias que não foram analisadas estavam fechadas, ou em fase de instalação ou não sendo
permitido o acesso pelo proprietário.
      Para a avaliação das câmaras frias utilizadas para a estocagem de frutas e hortaliças na
CEAGESP (SP), utilizou-se de uma planilha contendo os seguintes parâmetros: (1) tipo e
quantidade de produto armazenado; (2) volume mensal de produto armazenado e identificação das
embalagens utilizadas; (3) condições externas e internas de temperatura de bulbo úmido e seco; (4)
dimensões e tipo de material isolante utilizado nas tubulações; (5) dimensões e tipo de material
isolante utilizado nas câmaras; (6) piso da câmara, e (7) equipamento utilizado no sistema
frigorífico (unidade condensadora, compressor, evaporador e válvula de expansão). Os produtos
comercializados nesse entreposto são estocados para posterior comercialização.
      Para a obtenção das informações referentes ao funcionamento das câmaras, foram utilizados
os seguintes instrumentos, devidamente aferidos: (a) termômetro de bulbo seco e bulbo úmido, para
determinar a condição interna da câmara; (b) indicador de umidade relativa; (c) paquímetro para
medir os diâmetros das tubulações, e (d) trena para medidas de comprimento das tubulações.
Análise dos dados
      Com os dados obtidos, realizaram-se cálculos para a determinação da carga térmica e análises
da operação do sistema. Para o cálculo da carga térmica, utilizou-se da metodologia descrita em
ASHRAE (1998), considerando os parâmetros: (1) transmissão: calor transmitido pelas paredes,
piso e teto da câmara fria; (2) infiltração: cada vez que a porta da câmara fria é aberta, o ar externo
penetra em seu interior, representando uma carga térmica adicional. Porém, a determinação exata
                                                                      Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Josué Ferreira Neto, Marcos D. Ferreira, Lincoln de C. Neves Filho et al.                                                         834

desse volume de ar é difícil, sendo, para tanto, adotados valores aproximados para o número de
trocas por dia, conforme indicados na ASHRAE (1998); (3) produto: nesse caso, dois aspectos
foram considerados: carga térmica de resfriamento do produto e carga térmica relativa à taxa de
respiração do mesmo, uma vez que frutas e hortaliças continuam seu metabolismo mesmo após se
destacarem das plantas de origem, desde que não sofram congelamento. Somando-se o valor
calculado em cada item, obtém-se a carga térmica total. Considerou-se um período de 16 a 20 h de
operação dos equipamentos, de forma a possibilitar o degelo, as eventuais manutenções, e também
possíveis sobrecargas de capacidade (NEVES FILHO, 2002). O cálculo foi realizado utilizando-se
do “software” Cálculo de carga térmica e seleção de equipamento frigoríficado (Macquay do
Brasil), conforme indicado por NEVES FILHO (2000). Com o valor da carga térmica (kcal h-1) e o
dimensionamento dos equipamentos frigoríficos obtidos por meio do “software” adotado, realizou-
se a comparação entre as potências dos motores recomendados com aqueles empregados no
entreposto em questão. Os equipamentos frigoríficos possuem custo consideravelmente alto e
geralmente são selecionados pela carga térmica total. Para otimizar as variáveis do cálculo, é de
fundamental importância conhecer a temperatura de entrada do produto.
      Os dados iniciais utilizados para o cálculo da carga térmica foram de acordo com o
“software” utilizado: dimensão da câmara fria (m), estimativa da temperatura de entrada do
produto a ser armazenado (°C), temperatura de armazenamento (°C), tipo de isolante térmico e
espessura do mesmo (m), tipo de tubulação, iluminação, número de pessoas que têm acesso à
câmara, tempo de operação do compressor, quantidade de unidades condensadoras, quantidade de
evaporadores por unidade condensadora.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
       Por meio dos resultados obtidos durante a pesquisa, observou-se a presença de quatro grupos
predominantes (Figura 1): (1) permissionários que trabalham com maçã e pêra, destinando 50,00%
das câmaras frias para o armazenamento desses produtos; (2) aqueles que trabalham com banana,
totalizando 31,30% das câmaras; (3) distribuidores de frutas e hortaliças em geral (13,60%), e (4)
permissionários que comercializam congelados, utilizando 5,10% das câmaras para esse fim.


                                 100
            % de câmaras frias




                                  90
                                  80
                                  70
                                  60
                                  50
                                  40
                                  30
                                  20
                                  10
                                   0
                                       Maçã / Pêra   Banana       Frutas /        Congelados
                                                                  Legumes

                                                               Tipo de produto armazenado
FIGURA 1. Diferentes produtos armazenados nas câmaras frias da CEAGESP (SP).

      Nas câmaras utilizadas para estocagem de frutas e hortaliças, ocorre a mistura de diferentes
produtos, em muitos casos incompatíveis com o armazenamento refrigerado. Em uma mesma
câmara, observou-se o armazenamento conjunto de: morango, melão, alface, laranja, maçã, uvas e
cebolinha. Esses produtos pertencem a grupos diferentes quanto à sensibilidade pelo frio. De
acordo com KADER (2002), por exemplo, a maçã (temperatura de estocagem indicada 0 ± 1 °C), o
morango (0 ± 0,5 °C), a alface (0 °C) e a uva (1 ± 0 °C) não são sensíveis a danos pelo frio,
enquanto a laranja é um produto sensível, com temperatura indicada para estocagem de 3 a 8 °C

                                                                        Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças                                                                       835

por três meses, dependendo da cultivar e grau de maturação. Portanto, a laranja deveria estar
armazenada em outra câmara fria. Embora o morango, a alface e a uva pertençam ao mesmo grupo
que a maçã quanto à sensibilidade ao frio, os três primeiros são classificados como tendo baixa
produção de etileno, ou seja, abaixo de 0,1µL C2H4 kg-1 h-1, enquanto a maçã possui alta produção
de etileno, entre 10 e 100µL C2H4 kg-1 h-1. O armazenamento conjunto expõe o morango, a alface e
a uva à alta quantidade de etileno, provocando a aceleração do seu processo de senescência
(KADER, 2002). Muitas câmaras frias não apresentavam processo de ventilação, o que pode
agravar ainda mais a exposição ao etileno.
       Para maçã, pêra e banana, identificaram-se as temperaturas internas das câmaras frias (Figura
2), o que é importante para avaliar se os produtos estão estocados dentro de condições ideais para a
manutenção de sua qualidade, o que pode resultar em desordens fisiológicas (KADER, 2002).
Observa-se, na Figura 2, que 60,00% das câmaras são mantidas numa faixa de temperatura de 0 °C
a 6 °C. Porém, segundo MITCHAM et al. (2004), a temperatura ótima de estocagem para maçã e
pêra é, respectivamente, 0 ± 1 °C e -1 ± 0 °C, indicando que apenas 13,56% das câmaras estavam
em condições adequadas de estocagem para esses dois produtos (Figura 2). A banana caracteriza-se
por ser sensível ao frio, sendo sua temperatura mínima de segurança para estocagem, segundo
HONÓRIO & MORETTI (2002), de 12 °C. Abaixo dessa temperatura ocorre o escurecimento da
casca do fruto, diminuindo seu valor comercial. KADER (2004) recomenda 13-14 °C para a
estocagem e o transporte de bananas, e 15-20 °C para seu amadurecimento. A temperatura mais
utilizada para a estocagem de bananas, na CEAGESP, está situada na faixa de 16-18 oC, ou seja,
43,24% das câmaras frias (Figura 2).

                                      MAÇÃ / PÊRA
                                                                                                                          BANANA
% de câmaras frias




                     45
                                                                             % de câmaras frias




                     40                                                                           45
                     35                                                                           40
                     30                                                                           35
                                                                                                  30
                     25
                                                                                                  25
                     20                                                                           20
                     15                                                                           15
                     10                                                                           10
                      5                                                                            5
                      -                                                                            -
                          < 0°   0°   0° - 2° 2° - 4° 4° - 6° 6° - 8° > 8°                             12° - 14° 14° - 16° 16° - 18° 18° - 20°   >= 20°
                                                          Temperatura (°C)                                                       Temperatura (ºC) (°C)
                                                                                                                                         Temperatura
FIGURA 2. Temperatura interna das câmaras frias da CEAGESP (SP), utilizadas para maçã, pêra e
           banana.

       Em relação à embalagem utilizada para armazenamento dos produtos, observou-se que
31,36% dos permissionários entrevistados só utilizam caixas de madeira; 18,64% embalagens de
papelão, madeira e plástico; 21,19% utilizam embalagens de papelão; 17,80% embalagens de
papelão e madeira; 8,47% embalagens de papelão e plástico, e um pequeno número de 2,54%, só
utilizam embalagens de plástico. Segundo MORETTI & SARGENT (2000) e COSTA &
CAIXETA FILHO (1996), a utilização da caixa de madeira provoca danos indesejáveis para a
qualidade dos produtos, pois propicia a proliferação de patógenos, sendo reutilizada sem uma
sanitização adequada. A rugosidade que esse tipo de caixa possui, também causa danos nos
produtos devido à abrasão. A presença de machucados provocará aumento na perda de água e, por
conseqüência, redução do peso e da qualidade.
      Em relação ao material isolante utilizado nas tubulações, destaca-se que 67,80% das câmaras
frias não utilizam nenhum tipo de revestimento. Os isolamentos utilizados dividiram-se em
poliestireno de menor densidade (11,86%) e alta densidade (1,70%), com variação na espessura
entre 10,00 cm e 20,00 cm; poliuretano expandido (16,10%), com espessura variando de 3,50 cm a
15,00 cm, e borracha (2,54%), com espessuras de 3,50 cm a 10,50 cm. O uso ou não do material
isolante pode influenciar na eficiência do funcionamento do sistema.


                                                                                Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Josué Ferreira Neto, Marcos D. Ferreira, Lincoln de C. Neves Filho et al.                                                         836

       Quanto aos revestimentos das câmaras frias, identificou-se o uso de poliestireno com
espessura de 10,00 cm (77,97%); poliuretano com espessura entre 5,00 cm e 15,00 cm (18,64%), e
sisal com espessura de 18,00 cm, em 3,39% das câmaras. Identificou-se que 55,93% das câmaras
possuem piso de concreto e 30,51% utilizam estrado de madeira.
       Segundo NEVES FILHO (2002), o emprego de proteção nas portas (cortinas) das câmaras
frias pode reduzir a carga térmica em até 80%, com a utilização de portas tipo impacto, e de 60% a
80% com a utilização de cortinas de ar verticais. Na Figura 3, tem-se que a utilização de proteção
contra a infiltração de ar nas câmaras é pequena. Das câmaras que armazenam produtos
congelados, 50% usam cortinas plásticas, enquanto para maçã, 31,00%, e para outras frutas e
hortaliças somente 7,00%. A falta de proteção (cortina) contra infiltração de ar nas portas mostra-se
um problema sério, principalmente em câmaras que trabalham com temperaturas baixas, como é o
caso da maçã e da pêra. Em muitas câmaras, as cortinas plásticas existem, mas são amarradas e
colocadas de lado ou, muitas vezes, possuem tiras cortadas, para não atrapalhar a circulação de
pessoas e mercadorias, perdendo, portanto, a sua finalidade de uso.
                                                    100%                                      93%
                    100%

                      90%

                      80%
                                 64%
                      70%

                      60%                                                   50% 50%
                      50%

                      40%              31%

                      30%

                      20%
                                                                                                    7%
                                           5%                                                            0%
                      10%                                  0% 0%                      0%

                       0%
                                   maçã               banana            congelados            diversos

                                           não utilizam    cortina plástica   cortina de ar

 FIGURA 3. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores
           observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam maçã e
           pêra.

      A análise da capacidade calorífica foi dividida entre os grupos de produtos já classificados
anteriormente: maçã/pêra, banana, frutas/legumes e congelados. Diante dos resultados apresentados
(Figuras 4 a 7), observa-se que podem ser consideradas três categorias de situação relativas ao
funcionamento das câmaras frias. Na primeira categoria, estão as câmaras com capacidade
calorífica superior à recomendada ou superdimensionada; a segunda categoria com capacidade
inferior ou subdimensionada, e a terceira são aquelas que estão compatíveis com o valor
recomendado.
     Na Figura 4, observa-se que 69,77% das 43 câmaras frias que armazenam maçã e pêra, estão
com capacidade calorífica superdimensionada; 20,93% apresentam-se com capacidade
subdimensionada, e 9,30% com condição adequada.
      Nas câmaras que estocam banana (Figura 5), pode-se identificar que não houve a ocorrência
de funcionamento adequado em nenhuma câmara analisada, pois 80,00% estão
superdimensionadas e 20,00% subdimensionadas. Em geral, essas câmaras possuíam estrutura para
climatização de frutos.




                                                                        Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças                                                                                                837


                                                                         45
                                                                         40




                                            Cap.calorífica (10 kcal/h)
                                                                         35
                                                                         30
                                        3.                               25
                                                                         20
                                                                         15
                                                                         10
                                                                          5
                                                                          0
                                                                              0       5        10        15       20        25         30         35         40        45
                                                                                                                                       Câmaras frias - MAÇÃ/PÊRA

                                                                                                    Valores recomendados         Valores observados
FIGURA 4. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores
          observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam maçã e pêra.


                                       30

                                       25
           Cap.calorífica (10kacl/h)




                                       20
          3




                                       15

                                       10

                                       5

                                       0
                                                       0                          5       10             15        20            25          30           35           40

                                                                                                                                            Câmaras frias - BANANA

                                                                                           Valores recomendados             Valores observados

FIGURA 5. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores
          observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam banana.

       Para as câmaras que estocam frutas e legumes (Figura 6), identificou-se que 62,50% estão
superdimensionadas e 37,50%, subdimensionadas. Durante o período da pesquisa, nenhuma
câmara fria de armazenamento de frutas e legumes estava em condições adequadas ao
funcionamento. Para os produtos congelados (Figura 7), identificou-se que 83,33% das câmaras
frias estavam superdimensionadas e 16,67% com condição adequada.




                                                                                                                    Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Josué Ferreira Neto, Marcos D. Ferreira, Lincoln de C. Neves Filho et al.                                                                                   838



                                               20
                                               18

           Cap.calorífica (10kcal/h)
                                               16
                                               14
          3


                                               12
                                               10
                                                8
                                                6
                                                4
                                                2
                                                0
                                                       0       1       2          3       4           5           6          7           8          9

                                                                                                              Câmaras frias - FRUTAS/LEGUMES

                                                                           Valores recomendados           Valores observados
FIGURA 6. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores
          observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam frutas e
          legumes.


                                                      10
                                                       9
                         Cap.calorífica (10 kcal/h)




                                                       8
                                                       7
                    3




                                                       6
                                                       5
                                                       4
                                                       3
                                                       2
                                                       1
                                                       0
                                                           0       1          2          3                4           5              6             7

                                                                                                                  Câmaras frias - CONGELADOS

                                                                            Valores recomendados           Valores observados

FIGURA 7. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores
          observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam congelados.

CONCLUSÕES
      Foi constatada deficiência na estrutura de armazenamento de frutas e hortaliças no Entreposto
pesquisado. As câmaras frias, em sua maioria, não estavam adequadas para as condições de
estocagem, principalmente em relação à temperatura requerida para armazenamento dos produtos.
O funcionamento inadequado das câmaras frias, naquelas que indicaram super e
subdimensionamento, pode trazer, como conseqüência, a perda na qualidade do produto ao longo
de seu armazenamento, além de proporcionar maior gasto energético diante da má utilização desses
equipamentos. Por isso, um projeto de manutenção (freqüente e eficiente) deve ser inserido na
rotina desses permissionários de forma a permitir melhor funcionamento de seus equipamentos
frigoríficos. A manutenção preventiva proporciona maior vida útil do equipamento, menor tempo
de reparos e, portanto, otimizando o uso. Deve ser empregada a correta instalação de proteção nas
portas (cortinas), sejam essas de plástico ou ar, minimizando a renovação do ar no interior da

                                                                                                  Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças                                                  839

câmara fria, contribuindo também para a redução do consumo de energia elétrica dos equipamentos
frigoríficos.

REFERÊNCIAS
ASHRAE. Thermal properties of foods. Fundamentals handbook. Atlanta: American Society of
Heating, Refrigerating, Air-Conditioning Engineers, 1993. 980 p.
ASHRAE. Refrigeration systems and applications handbook. Atlanta: American Society of
Heating, Refrigerating, Air-Conditioning Engineers, 1998. 1001 p.
CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio.
Lavras: ESAL-FAEPE, 1990. 302p.
CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; NEVES FILHO, L.C.; MORETTI, C.L. Importância do
resfriamento para frutas e hortaliças no Brasil. In: CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; MORETTI,
C. L. (Ed.) Resfriamento de frutas e hortaliças. Campinas: UNICAMP/EMBRAPA, 2002. p.17-35.
COSTA, F.G.; CAIXETA Filho, J.V. Análise das perdas na comercialização de tomate: um estudo
de caso. Informações Econômicas, São Paulo, v.26, n.12, p.9-24, dez. 1996.
HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C.L. Fisiologia pós-colheita de frutos e hortaliças. In: CORTEZ, L.
A. B.; HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C.L. (Ed.). Resfriamento de frutas e hortaliças. Campinas:
UNICAMP/EMBRAPA, 2002. p. 59-81.
KADER, A.A. Banana: recommendations for maintaining postharvest quality. Department of
Vegetables Crops. University of Califórnia, Postharvest Technology. Disponível em:
<http://rics.ucdavis.edu/postharvest2/Produce/ProduceFacts/Fruit/banana.shtml>. Acesso em: jul.
2004.
KADER, A.A. Postharvest biology and technology: an overview. In: KADER, A.A. (Ed.).
Postharvest technology of horticultural crops. 3rd ed. Berkeley: University of California, 2002.
p.39-47. (Publication, 3311)
MITCHAM, E.J.; CRISOSTO, C.H.; KADER, A.A. Apple ‘Fuji’: Recommendations for
maintaining postharvest quality. Department of Vegetables Crops. University of California,
Postharvest Technology. Disponível em:
<http://rics.ucdavis.edu/postharvest2/Produce/ProduceFacts/Fruit/fuji.shtml>. Acesso em: jul.
2004.
MORETTI, C. L.; SARGENT, S. A. Alteração de sabor e aroma em tomates causada por impacto.
Scientia Agrícola, Piracicaba, v.57, n.3, p.385-8, jul-set. 2000.
NEVES FILHO, L.C. Efeitos de baixas temperaturas em alimentos. Campinas: UNICAMP-FEA,
1991a. 28 p. Relatório interno.
NEVES FILHO, L.C. Resfriamento, congelamento e estocagem de alimentos. São Paulo: Instituto
Brasileiro do Frio/ABRAVA/SINDRATAR, 1991b. 186 p.
NEVES FILHO, L.C. Alimentos e refrigeração. Campinas: UNICAMP/FEA, 2000. 385 p.
NEVES FILHO, L.C. Carga térmica. In: CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C.L.
(Ed.). Resfriamento de frutas e hortaliças. Campinas: UNICAMP/EMBRAPA, 2002. p.123-39.
THOMPSON, J.T. Storage systems. In: KADER, A.A. (Ed.). Postharvest technology of
horticultural crops. 3rd ed. Berkeley: University of California, 2002. p.113-22. (Publication 3311)




                                                                      Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006

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Avaliação das câmaras frias na CEAGESP

  • 1. ARTIGO TÉCNICO AVALIAÇÃO DAS CÂMARAS FRIAS USADAS PARA O ARMAZENAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS NO ENTREPOSTO TERMINAL DE SÃO PAULO (CEAGESP) JOSUÉ FERREIRA NETO1, MARCOS D. FERREIRA2, LINCOLN DE C. NEVES FILHO3, CAROLINE ANDREUCCETTI4, ANITA DE S. D. GUTIERREZ5, LUIS A. B. CORTEZ6 RESUMO: O tempo de vida pós-colheita de frutas e hortaliças está diretamente relacionado à temperatura de armazenamento do produto. Em condições controladas de temperatura e umidade relativa do ar, as reações metabólicas podem ser retardadas, proporcionando melhor conservação do produto. Foram realizadas avaliações das câmaras frias destinadas à estocagem de frutas e hortaliças na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, CEAGESP - São Paulo - SP, com o objetivo de identificar a situação das câmaras frias utilizadas nesse entreposto. As condições de estocagem dos produtos foram avaliadas por meio dos parâmetros: temperatura do ar, umidade relativa, isolamento, equipamento frigorífico (condensador, compressor, evaporador), piso, dimensões da câmara e da porta. Avaliou-se a eficiência de uso por meio do cálculo para a determinação da carga térmica. Observou-se que maçã e pêra possuem os maiores volumes comercializados, utilizando-se de estocagem pelo frio (63,25%), seguido pela banana (24,10%). Baseando-se no volume médio de comercialização dos permissionários, constatou-se que 73,91% possuem motores superdimensionados a sua capacidade calorífica de uso. PALAVRAS-CHAVE: frutas, hortaliças, câmaras frias, estocagem. EVALUATION OF THE USE OF COLD CHAMBERS USED TO FRUITS AND VEGETABLES STORAGE IN THE TERMINAL WAREHOUSE OF SÃO PAULO - CEAGESP ABSTRACT: Post-harvest shelf life of fruits and vegetables is direct related to storage temperatures of these products. At controlled conditions of temperature and humidity, the speed of metabolic reactions can be reduced, allowing better conservation of the products. The evaluation was carried out in the Terminal Market of São Paulo- CEAGESP, to identify the condition of cold chambers used for storage of fruits and vegetables. The parameters investigated were: air temperature, relative humidity, refrigerated conditions, type of floor, chamber and door dimensions. Data were used to calculate thermal load. Apples and pears were the most stored commodities (63.25%) in CEAGESP, followed by bananas (24.10%). Based on the average commercialization volume, it was observed that 73.91% of the motors were super dimensioned. KEYWORDS: refrigeration, fruits, vegetables, cold chambers. INTRODUÇÃO Atualmente, as Centrais de Abastecimento S.A. (CEASA) são responsáveis por quase a totalidade de comercialização das hortifrutícolas no País, existindo cerca de 50 unidades, distribuindo em torno de 25 milhões de toneladas de frutas e hortaliças por ano. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o mais importante mercado atacadista de frutas e hortaliças na América Latina, comercializou, em 2000, a média de 11 mil toneladas por dia, com perdas diárias que chegaram a 15% desse total (CORTEZ et al., 2002). __________________________________ 1 Aluno de Graduação, FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP. 2 Prof. Dr., Departamento de Tecnologia em Pós-Colheita, FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP, Fone: ()XX19) 3788.1028, marcos.ferreira@agr.unicamp.br. 3 Prof., Departamento de Engenharia de Alimentos, FEA-UNICAMP, Campinas - SP. 4 Mestre em Engenharia Agrícola, FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP. 5 CQH - Centro de Qualidade em Horticultura - CEAGESP, Av. Gastão Vidigal, 1946, São Paulo - SP. 6 Prof. Dr., FEAGRI/UNICAMP, Campinas - SP. Recebido pelo Conselho Editorial em: 16-1-2006 Aprovado pelo Conselho Editorial em: 19-9-2006 Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 2. Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças 833 As perdas podem ser reflexos da falta de utilização de tecnologias pós-colheita apropriadas, como, por exemplo, armazenamento e embalamento adequados a cada produto. De acordo com CORTEZ et. al. (2002) e THOMPSON (2002), a qualidade inicial do produto, o tipo de manuseio e o método de armazenamento utilizado influenciam na qualidade final do produto. Quanto mais baixa a temperatura, mais lentamente ocorrerão as reações químicas, as ações enzimáticas e o crescimento microbiano (HONÓRIO & MORETTI, 2002). Todavia, os produtos possuem diferentes níveis de tolerância à baixa temperatura. Temperaturas abaixo do nível recomendado podem causar danos pelo frio, perda de sabor e aroma, escurecimento da casca ou polpa e perda da capacidade de maturação (NEVES FILHO, 1991a). A conservação da qualidade do produto ao longo da cadeia de distribuição de frutas e hortaliças é, portanto, aspecto fundamental em sistemas de comercialização. Segundo CHITARRA & CHITARRA (1990), esses produtos caracterizam-se por serem sensíveis a mudanças indesejáveis de temperatura e umidade relativa do ambiente onde se encontram. Algumas vezes, essas alterações podem não ser notadas de imediato, mas serão observadas ao longo da cadeia de comercialização por meio da mudança de sabor, odor, firmeza e outras características de qualidade inerentes ao produto. Deste modo, quando bem implantada, a manutenção da cadeia do frio garante a conservação da qualidade durante a comercialização de frutas e hortaliças até que esses produtos cheguem à mesa do consumidor (NEVES FILHO, 1991b). Armazenamento refrigerado remete ao conceito de carga térmica, uma vez que esse termo representa a retirada de calor gerado pelo produto armazenado para reduzir sua temperatura até o nível desejado. A quantidade de calor a ser removida pode ser calculada conhecendo-se o produto, seu estado inicial, massa, calor específico, temperatura de início de congelamento e calor latente (ASHRAE, 1993). Dentro desse contexto, neste trabalho, avaliaram-se as câmaras frias destinadas ao armazenamento de frutas e hortaliças na CEAGESP, identificando suas atuais condições de funcionamento. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa de campo foi realizada na CEAGESP (SP), no ano de 2003, avaliando-se 118 câmaras frias, representando 65,60% do total de 180 câmaras presentes naquele entreposto. As câmaras frias que não foram analisadas estavam fechadas, ou em fase de instalação ou não sendo permitido o acesso pelo proprietário. Para a avaliação das câmaras frias utilizadas para a estocagem de frutas e hortaliças na CEAGESP (SP), utilizou-se de uma planilha contendo os seguintes parâmetros: (1) tipo e quantidade de produto armazenado; (2) volume mensal de produto armazenado e identificação das embalagens utilizadas; (3) condições externas e internas de temperatura de bulbo úmido e seco; (4) dimensões e tipo de material isolante utilizado nas tubulações; (5) dimensões e tipo de material isolante utilizado nas câmaras; (6) piso da câmara, e (7) equipamento utilizado no sistema frigorífico (unidade condensadora, compressor, evaporador e válvula de expansão). Os produtos comercializados nesse entreposto são estocados para posterior comercialização. Para a obtenção das informações referentes ao funcionamento das câmaras, foram utilizados os seguintes instrumentos, devidamente aferidos: (a) termômetro de bulbo seco e bulbo úmido, para determinar a condição interna da câmara; (b) indicador de umidade relativa; (c) paquímetro para medir os diâmetros das tubulações, e (d) trena para medidas de comprimento das tubulações. Análise dos dados Com os dados obtidos, realizaram-se cálculos para a determinação da carga térmica e análises da operação do sistema. Para o cálculo da carga térmica, utilizou-se da metodologia descrita em ASHRAE (1998), considerando os parâmetros: (1) transmissão: calor transmitido pelas paredes, piso e teto da câmara fria; (2) infiltração: cada vez que a porta da câmara fria é aberta, o ar externo penetra em seu interior, representando uma carga térmica adicional. Porém, a determinação exata Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 3. Josué Ferreira Neto, Marcos D. Ferreira, Lincoln de C. Neves Filho et al. 834 desse volume de ar é difícil, sendo, para tanto, adotados valores aproximados para o número de trocas por dia, conforme indicados na ASHRAE (1998); (3) produto: nesse caso, dois aspectos foram considerados: carga térmica de resfriamento do produto e carga térmica relativa à taxa de respiração do mesmo, uma vez que frutas e hortaliças continuam seu metabolismo mesmo após se destacarem das plantas de origem, desde que não sofram congelamento. Somando-se o valor calculado em cada item, obtém-se a carga térmica total. Considerou-se um período de 16 a 20 h de operação dos equipamentos, de forma a possibilitar o degelo, as eventuais manutenções, e também possíveis sobrecargas de capacidade (NEVES FILHO, 2002). O cálculo foi realizado utilizando-se do “software” Cálculo de carga térmica e seleção de equipamento frigoríficado (Macquay do Brasil), conforme indicado por NEVES FILHO (2000). Com o valor da carga térmica (kcal h-1) e o dimensionamento dos equipamentos frigoríficos obtidos por meio do “software” adotado, realizou- se a comparação entre as potências dos motores recomendados com aqueles empregados no entreposto em questão. Os equipamentos frigoríficos possuem custo consideravelmente alto e geralmente são selecionados pela carga térmica total. Para otimizar as variáveis do cálculo, é de fundamental importância conhecer a temperatura de entrada do produto. Os dados iniciais utilizados para o cálculo da carga térmica foram de acordo com o “software” utilizado: dimensão da câmara fria (m), estimativa da temperatura de entrada do produto a ser armazenado (°C), temperatura de armazenamento (°C), tipo de isolante térmico e espessura do mesmo (m), tipo de tubulação, iluminação, número de pessoas que têm acesso à câmara, tempo de operação do compressor, quantidade de unidades condensadoras, quantidade de evaporadores por unidade condensadora. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio dos resultados obtidos durante a pesquisa, observou-se a presença de quatro grupos predominantes (Figura 1): (1) permissionários que trabalham com maçã e pêra, destinando 50,00% das câmaras frias para o armazenamento desses produtos; (2) aqueles que trabalham com banana, totalizando 31,30% das câmaras; (3) distribuidores de frutas e hortaliças em geral (13,60%), e (4) permissionários que comercializam congelados, utilizando 5,10% das câmaras para esse fim. 100 % de câmaras frias 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Maçã / Pêra Banana Frutas / Congelados Legumes Tipo de produto armazenado FIGURA 1. Diferentes produtos armazenados nas câmaras frias da CEAGESP (SP). Nas câmaras utilizadas para estocagem de frutas e hortaliças, ocorre a mistura de diferentes produtos, em muitos casos incompatíveis com o armazenamento refrigerado. Em uma mesma câmara, observou-se o armazenamento conjunto de: morango, melão, alface, laranja, maçã, uvas e cebolinha. Esses produtos pertencem a grupos diferentes quanto à sensibilidade pelo frio. De acordo com KADER (2002), por exemplo, a maçã (temperatura de estocagem indicada 0 ± 1 °C), o morango (0 ± 0,5 °C), a alface (0 °C) e a uva (1 ± 0 °C) não são sensíveis a danos pelo frio, enquanto a laranja é um produto sensível, com temperatura indicada para estocagem de 3 a 8 °C Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 4. Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças 835 por três meses, dependendo da cultivar e grau de maturação. Portanto, a laranja deveria estar armazenada em outra câmara fria. Embora o morango, a alface e a uva pertençam ao mesmo grupo que a maçã quanto à sensibilidade ao frio, os três primeiros são classificados como tendo baixa produção de etileno, ou seja, abaixo de 0,1µL C2H4 kg-1 h-1, enquanto a maçã possui alta produção de etileno, entre 10 e 100µL C2H4 kg-1 h-1. O armazenamento conjunto expõe o morango, a alface e a uva à alta quantidade de etileno, provocando a aceleração do seu processo de senescência (KADER, 2002). Muitas câmaras frias não apresentavam processo de ventilação, o que pode agravar ainda mais a exposição ao etileno. Para maçã, pêra e banana, identificaram-se as temperaturas internas das câmaras frias (Figura 2), o que é importante para avaliar se os produtos estão estocados dentro de condições ideais para a manutenção de sua qualidade, o que pode resultar em desordens fisiológicas (KADER, 2002). Observa-se, na Figura 2, que 60,00% das câmaras são mantidas numa faixa de temperatura de 0 °C a 6 °C. Porém, segundo MITCHAM et al. (2004), a temperatura ótima de estocagem para maçã e pêra é, respectivamente, 0 ± 1 °C e -1 ± 0 °C, indicando que apenas 13,56% das câmaras estavam em condições adequadas de estocagem para esses dois produtos (Figura 2). A banana caracteriza-se por ser sensível ao frio, sendo sua temperatura mínima de segurança para estocagem, segundo HONÓRIO & MORETTI (2002), de 12 °C. Abaixo dessa temperatura ocorre o escurecimento da casca do fruto, diminuindo seu valor comercial. KADER (2004) recomenda 13-14 °C para a estocagem e o transporte de bananas, e 15-20 °C para seu amadurecimento. A temperatura mais utilizada para a estocagem de bananas, na CEAGESP, está situada na faixa de 16-18 oC, ou seja, 43,24% das câmaras frias (Figura 2). MAÇÃ / PÊRA BANANA % de câmaras frias 45 % de câmaras frias 40 45 35 40 30 35 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 - - < 0° 0° 0° - 2° 2° - 4° 4° - 6° 6° - 8° > 8° 12° - 14° 14° - 16° 16° - 18° 18° - 20° >= 20° Temperatura (°C) Temperatura (ºC) (°C) Temperatura FIGURA 2. Temperatura interna das câmaras frias da CEAGESP (SP), utilizadas para maçã, pêra e banana. Em relação à embalagem utilizada para armazenamento dos produtos, observou-se que 31,36% dos permissionários entrevistados só utilizam caixas de madeira; 18,64% embalagens de papelão, madeira e plástico; 21,19% utilizam embalagens de papelão; 17,80% embalagens de papelão e madeira; 8,47% embalagens de papelão e plástico, e um pequeno número de 2,54%, só utilizam embalagens de plástico. Segundo MORETTI & SARGENT (2000) e COSTA & CAIXETA FILHO (1996), a utilização da caixa de madeira provoca danos indesejáveis para a qualidade dos produtos, pois propicia a proliferação de patógenos, sendo reutilizada sem uma sanitização adequada. A rugosidade que esse tipo de caixa possui, também causa danos nos produtos devido à abrasão. A presença de machucados provocará aumento na perda de água e, por conseqüência, redução do peso e da qualidade. Em relação ao material isolante utilizado nas tubulações, destaca-se que 67,80% das câmaras frias não utilizam nenhum tipo de revestimento. Os isolamentos utilizados dividiram-se em poliestireno de menor densidade (11,86%) e alta densidade (1,70%), com variação na espessura entre 10,00 cm e 20,00 cm; poliuretano expandido (16,10%), com espessura variando de 3,50 cm a 15,00 cm, e borracha (2,54%), com espessuras de 3,50 cm a 10,50 cm. O uso ou não do material isolante pode influenciar na eficiência do funcionamento do sistema. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 5. Josué Ferreira Neto, Marcos D. Ferreira, Lincoln de C. Neves Filho et al. 836 Quanto aos revestimentos das câmaras frias, identificou-se o uso de poliestireno com espessura de 10,00 cm (77,97%); poliuretano com espessura entre 5,00 cm e 15,00 cm (18,64%), e sisal com espessura de 18,00 cm, em 3,39% das câmaras. Identificou-se que 55,93% das câmaras possuem piso de concreto e 30,51% utilizam estrado de madeira. Segundo NEVES FILHO (2002), o emprego de proteção nas portas (cortinas) das câmaras frias pode reduzir a carga térmica em até 80%, com a utilização de portas tipo impacto, e de 60% a 80% com a utilização de cortinas de ar verticais. Na Figura 3, tem-se que a utilização de proteção contra a infiltração de ar nas câmaras é pequena. Das câmaras que armazenam produtos congelados, 50% usam cortinas plásticas, enquanto para maçã, 31,00%, e para outras frutas e hortaliças somente 7,00%. A falta de proteção (cortina) contra infiltração de ar nas portas mostra-se um problema sério, principalmente em câmaras que trabalham com temperaturas baixas, como é o caso da maçã e da pêra. Em muitas câmaras, as cortinas plásticas existem, mas são amarradas e colocadas de lado ou, muitas vezes, possuem tiras cortadas, para não atrapalhar a circulação de pessoas e mercadorias, perdendo, portanto, a sua finalidade de uso. 100% 93% 100% 90% 80% 64% 70% 60% 50% 50% 50% 40% 31% 30% 20% 7% 5% 0% 10% 0% 0% 0% 0% maçã banana congelados diversos não utilizam cortina plástica cortina de ar FIGURA 3. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam maçã e pêra. A análise da capacidade calorífica foi dividida entre os grupos de produtos já classificados anteriormente: maçã/pêra, banana, frutas/legumes e congelados. Diante dos resultados apresentados (Figuras 4 a 7), observa-se que podem ser consideradas três categorias de situação relativas ao funcionamento das câmaras frias. Na primeira categoria, estão as câmaras com capacidade calorífica superior à recomendada ou superdimensionada; a segunda categoria com capacidade inferior ou subdimensionada, e a terceira são aquelas que estão compatíveis com o valor recomendado. Na Figura 4, observa-se que 69,77% das 43 câmaras frias que armazenam maçã e pêra, estão com capacidade calorífica superdimensionada; 20,93% apresentam-se com capacidade subdimensionada, e 9,30% com condição adequada. Nas câmaras que estocam banana (Figura 5), pode-se identificar que não houve a ocorrência de funcionamento adequado em nenhuma câmara analisada, pois 80,00% estão superdimensionadas e 20,00% subdimensionadas. Em geral, essas câmaras possuíam estrutura para climatização de frutos. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 6. Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças 837 45 40 Cap.calorífica (10 kcal/h) 35 30 3. 25 20 15 10 5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Câmaras frias - MAÇÃ/PÊRA Valores recomendados Valores observados FIGURA 4. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam maçã e pêra. 30 25 Cap.calorífica (10kacl/h) 20 3 15 10 5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Câmaras frias - BANANA Valores recomendados Valores observados FIGURA 5. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam banana. Para as câmaras que estocam frutas e legumes (Figura 6), identificou-se que 62,50% estão superdimensionadas e 37,50%, subdimensionadas. Durante o período da pesquisa, nenhuma câmara fria de armazenamento de frutas e legumes estava em condições adequadas ao funcionamento. Para os produtos congelados (Figura 7), identificou-se que 83,33% das câmaras frias estavam superdimensionadas e 16,67% com condição adequada. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 7. Josué Ferreira Neto, Marcos D. Ferreira, Lincoln de C. Neves Filho et al. 838 20 18 Cap.calorífica (10kcal/h) 16 14 3 12 10 8 6 4 2 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Câmaras frias - FRUTAS/LEGUMES Valores recomendados Valores observados FIGURA 6. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam frutas e legumes. 10 9 Cap.calorífica (10 kcal/h) 8 7 3 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Câmaras frias - CONGELADOS Valores recomendados Valores observados FIGURA 7. Comparação entre os valores recomendados de capacidade calorífica e os valores observados nos equipamentos frigoríficos das câmaras frias que estocam congelados. CONCLUSÕES Foi constatada deficiência na estrutura de armazenamento de frutas e hortaliças no Entreposto pesquisado. As câmaras frias, em sua maioria, não estavam adequadas para as condições de estocagem, principalmente em relação à temperatura requerida para armazenamento dos produtos. O funcionamento inadequado das câmaras frias, naquelas que indicaram super e subdimensionamento, pode trazer, como conseqüência, a perda na qualidade do produto ao longo de seu armazenamento, além de proporcionar maior gasto energético diante da má utilização desses equipamentos. Por isso, um projeto de manutenção (freqüente e eficiente) deve ser inserido na rotina desses permissionários de forma a permitir melhor funcionamento de seus equipamentos frigoríficos. A manutenção preventiva proporciona maior vida útil do equipamento, menor tempo de reparos e, portanto, otimizando o uso. Deve ser empregada a correta instalação de proteção nas portas (cortinas), sejam essas de plástico ou ar, minimizando a renovação do ar no interior da Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006
  • 8. Avaliação das câmaras frias usadas para o armazenamento de frutas e hortaliças 839 câmara fria, contribuindo também para a redução do consumo de energia elétrica dos equipamentos frigoríficos. REFERÊNCIAS ASHRAE. Thermal properties of foods. Fundamentals handbook. Atlanta: American Society of Heating, Refrigerating, Air-Conditioning Engineers, 1993. 980 p. ASHRAE. Refrigeration systems and applications handbook. Atlanta: American Society of Heating, Refrigerating, Air-Conditioning Engineers, 1998. 1001 p. CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: ESAL-FAEPE, 1990. 302p. CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; NEVES FILHO, L.C.; MORETTI, C.L. Importância do resfriamento para frutas e hortaliças no Brasil. In: CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C. L. (Ed.) Resfriamento de frutas e hortaliças. Campinas: UNICAMP/EMBRAPA, 2002. p.17-35. COSTA, F.G.; CAIXETA Filho, J.V. Análise das perdas na comercialização de tomate: um estudo de caso. Informações Econômicas, São Paulo, v.26, n.12, p.9-24, dez. 1996. HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C.L. Fisiologia pós-colheita de frutos e hortaliças. In: CORTEZ, L. A. B.; HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C.L. (Ed.). Resfriamento de frutas e hortaliças. Campinas: UNICAMP/EMBRAPA, 2002. p. 59-81. KADER, A.A. Banana: recommendations for maintaining postharvest quality. Department of Vegetables Crops. University of Califórnia, Postharvest Technology. Disponível em: <http://rics.ucdavis.edu/postharvest2/Produce/ProduceFacts/Fruit/banana.shtml>. Acesso em: jul. 2004. KADER, A.A. Postharvest biology and technology: an overview. In: KADER, A.A. (Ed.). Postharvest technology of horticultural crops. 3rd ed. Berkeley: University of California, 2002. p.39-47. (Publication, 3311) MITCHAM, E.J.; CRISOSTO, C.H.; KADER, A.A. Apple ‘Fuji’: Recommendations for maintaining postharvest quality. Department of Vegetables Crops. University of California, Postharvest Technology. Disponível em: <http://rics.ucdavis.edu/postharvest2/Produce/ProduceFacts/Fruit/fuji.shtml>. Acesso em: jul. 2004. MORETTI, C. L.; SARGENT, S. A. Alteração de sabor e aroma em tomates causada por impacto. Scientia Agrícola, Piracicaba, v.57, n.3, p.385-8, jul-set. 2000. NEVES FILHO, L.C. Efeitos de baixas temperaturas em alimentos. Campinas: UNICAMP-FEA, 1991a. 28 p. Relatório interno. NEVES FILHO, L.C. Resfriamento, congelamento e estocagem de alimentos. São Paulo: Instituto Brasileiro do Frio/ABRAVA/SINDRATAR, 1991b. 186 p. NEVES FILHO, L.C. Alimentos e refrigeração. Campinas: UNICAMP/FEA, 2000. 385 p. NEVES FILHO, L.C. Carga térmica. In: CORTEZ, L.A.B.; HONÓRIO, S.L.; MORETTI, C.L. (Ed.). Resfriamento de frutas e hortaliças. Campinas: UNICAMP/EMBRAPA, 2002. p.123-39. THOMPSON, J.T. Storage systems. In: KADER, A.A. (Ed.). Postharvest technology of horticultural crops. 3rd ed. Berkeley: University of California, 2002. p.113-22. (Publication 3311) Eng. Agríc., Jaboticabal, v.26, n.3, p.832-839, set./dez. 2006