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                     Júlio César da Silva Corrêa
                          Marilia de Melo Costa




Metodologia da Pesquisa I e II
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                                                              Júlio César da Silva Corrêa1
                                                                       Marilia de Melo Costa2
                                    Revisado pela Profª Ddª Isabel R. Blaskovsky. IEPA. Belém, 2012.




1
 Graduado em Pedagogia com Hab. Adm. Escolar pela UNAMA; Especialista em Psicopedagogia e Educação
Inclusiva pela UCB; Especialista em Educação Ambiental. Escrevente Datilografo SEDUC de 1987a2000; Diretor
da Escola Liberdade Para Aprender 1997/1999; Consultor Pedagógico Creche Escola Espaço Criativo – Serra
dos Carajás; Consultor Pedagógico CEMED Belém; Secretário Acadêmico do Curso Bacharelado em Musica da
UEPA/Conservatório Carlos Gomes, Coordenador Pedagógico Colégio Elite em Barcarena PA, Coordenador /
Diretor Pedagógico Colégio Elite de Belém, Prof. Tutor do Curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar,
Psicopedagogia e Educação Inclusivada UCB, Prof. Tutor Curso de Pedagogia da ULBRA 2006/2010; Prof. do
Curso de Graduação em Pedagogia – Instituto Ômega de Educação para os Polos Ipixuna, Santana do Capim,
Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Membro da Ordem Pachakuty – OPUC.
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 Graduada em Letras/Inglês pela UFPA; Especialista em Gestão Escolar pela UCB; Mestra em Linguística pela
UFPA; Doutoranda em Linguística pela USP; Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio
do Colégio Elite em Barcarena e Belém.
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Apresentação
        A nossa intenção com este livro texto não é realizar um check-up ou triagem das
metodologias nem dos tipos existentes de pesquisa, mas sim de oportunizar aos graduandos
de Pedagogia, Licenciatura em Letras, Sociologia e afins condições básicas para iniciarem sua
busca do conhecimento e da (re)construção deste a partir do ato de pesquisar.
        Assim, o presente livro texto tem a pretensão de subsidiar e instrumentalizar o aprendiz
acadêmico na escolha da metodologia adequada a seu problema de investigação, bem como
de possibilitar a feitura dos trabalhos acadêmicos seguindo as normas da Associação Brasileira
de Normas Técnicas – ABNT, que toma por base as normas estabelecidas pela Organização
Internacional de Normalização – (International Organization for Standardization – ISO), estando
este na graduação ou pós-graduação.
        Vale ressaltar que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – foi fundada
em 1940 e é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base
necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, instrumentalizando o pesquisador na
(re)construção do conhecimento cientifico.
        Neste sentido, o pesquisador pode ser comparado a um médico, que na visão de
Vernon Coleman (2007) deveria pesquisar no intuito de oferecer a seu paciente o melhor
tratamento unindo o melhor que a medicina, seja tradicional, seja alternativa, tem para oferecer
de melhor. “Escolha o melhor e descarte o resto” (COLEMAN, 2007, p.7), assim deve ser o
iniciante na pesquisa. E o orientador deverá indicar os passos que devem ser percorridos, mas
sempre deixar o aprendiz livre para questionar e criar o conhecimento científico.
        O presente material apresenta-se dividido em três capítulos. No primeiro capítulo,
intitulado Conhecimento e Ciência, discorremos acerca do conhecimento, dos tipos de
pesquisas realizadas nas ciências humanas e sociais e de como se dá o “fazer ciência”. No
segundo, Projeto de Pesquisa: construção passo a passo, conceituamos e apresentamos
dois modelos de projetos de pesquisa. No terceiro e último capitulo, Textos Científicos: tipos
e apresentação normativa evidenciamos as regras contidas na ABNT e como realizar
citações em um texto de cunho científico.
        O aprendiz no “fazer ciência” pode a partir de este material lançar-se na (re)construção
do conhecimento científico e na elaboração de trabalhos acadêmicos exigidos no espaço-
tempo de sala de aula.
4



1. CONHECIMENTO E CIÊNCIA

1.1 - Discutindo acerca do Conhecimento

      A sociedade em que vivemos, segundo Giddens (1991), é a sociedade
da informação e do consumo, e a máxima de Bacon (apud. Correa; Aviz, 2002),
“saber é poder”, ainda é uma verdade inconteste. Nossa sociedade hoje
valoriza o conhecimento. Segundo Prestes (2003) conhecimento pode ser
conceituado como a apreensão intelectual de um fato ou de uma verdade,
como o domínio – teórico ou prático – de um assunto, uma arte, uma ciência,
uma técnica, dentre outros.


1.1.1 - Tipos de conhecimento:
- Conhecimento do Senso Comum ou Popular: podemos afirmar que é o
conhecimento espontâneo e natural, ou seja, aquele adquirido por intermédio
da experiência de vida este é assistemático, acrítico, sensitivo, superficial
(LAKATOS apud CORREA; AVIZ, 2002)
                     O conhecimento popular se baseia em opiniões não comprovadas ou
                     resultantes apenas das expressões do dia-a-dia. É valorativo (
                     fundamentado em emoções e em estados de animo), ametódico,
                     assistemático, acrítico e impreciso (PRESTES, 2003, p17)

      Neste sentido, o conhecimento denominado de senso comum ou popular
pode ser considerado como sendo prático, estando diretamente relacionado ao
cotidiano das ações humanas. Podemos citar como exemplo algumas
situações da Amazônia Paraense: criança quando fura o pé em prego para não
inflamar, é só colocar cebola na ponta do prego, mulher grávida não coloca
chave no bolso pois o bebê nasce com a marca da chave na cabeça.


-   Conhecimento     Filosófico:    o   conhecimento      filosófico   encontra-se
intimamente ligado pelo uso da razão pura, no sentido de questionar os
problemas humanos habilitando o ser humano a realizar a distinção entre o
certo e o errado. Neste sentido, “o método utilizado na construção desse tipo
de conhecimento é racional, no qual predomina o processo dedutivo que
precede a experiência, não exigindo confirmação experimental, mas apenas
coerência lógica” (PRESTES, 2003, p.21).
5



      O conhecimento filosófico baseia-se no idealismo e no materialismo,
originados respectivamente no pensamento de Platão e Aristóteles. Vale
ressaltar, que a filosofia (conhecimento filosófico), antes de mais nada, tem a
finalidade de compreender a realidade e fornecer conteúdos reflexivos e
lógicos das mudanças e transformações dessa sociedade, em outras palavras,
filosofar; e este ato engendra a reflexão critica da sociedade, da política e da
educação dentre outros.
      Trujillo (1974) afirma que as hipóteses filosóficas baseiam-se na
experiência, conseqüentemente esse conhecimento surge da experiência e não
da experimentação.


- Conhecimento Religioso: denominado de Teológico ou mítico, o
conhecimento religioso parte da premissa de que as verdades de que trata são
infalíveis ou indiscutíveis (verdades acabadas), pois trazem em seu bojo
revelações de divindade(s) (ação sobrenatural). A aceitação do conhecimento
religioso se constitui em um ato de fé, haja vista a visão sistemática do mundo,
que é discutida como resultado da ação divina (do criador), cujas evidências
não se colocam em discussão, tampouco procuram-se verificar.
                  A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das
                  espécies, particularmente do homem, demonstra as abordagens diversas:
                  de um lado, as posições dos teólogos fundamentam-se, nos ensinamentos
                  de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas,
                  fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses.
                  (MARCONI e LAKATOS, 2005, p79).

      Neste sentido, a verdade de um Cristão Católico será diferente da de um
Protestante, que por sua vez se diferencia da de um Evangélico. Assim sendo,
as grandes religiões do mundo: Cristianismo, Hinduismo, Budismo, Judaísmo,
Islamismo dentre outros apresentaram verdades diferentes e incontestes por
que vão ao encontro das verdades contidas em seus textos sagrados.
- Conhecimento Artístico: Segundo Prestes (2003), este conhecimento
baseia-se na intuição, produzindo emoções, tendo como objetivo maior o sentir
e não o pensar.
-   Conhecimento        Científico:   É    todo   conhecimento      sistematizado     e
comprovado.       Sua    ocorrência       evidentemente     opõe-se     aos     demais
conhecimentos citados acima, pois, segundo Marconi e Lakatos (2005, p.80), o
conhecimento cientifico “constitui-se em conhecimento falível, em virtude de
6



não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente
exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o
acervo de teoria existente”
       Para Koche (1997), o conhecimento científico surge da necessidade do
homem de não assumir mais uma postura meramente passiva, de testemunha
dos fenômenos, sem poder de ação ou controle. Assim cabe ao homem,
utilizando seu potencial de raciocínio, propor uma forma sistemática, metódica
e crítica da sua função de zelar pelo estar no mundo e com o mundo,
compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo.
       Os tipos de conhecimentos listados acima engendram o “fazer ciência”
no espaço-tempo de sala de aula na academia, propondo discussão de
temáticas do dia-a-dia social, ou, ainda, apontando soluções ou minimizações
de problemas de uma determinada realidade.

1.2 - O Fazer Ciência: pesquisa, métodos e instrumentos

       Para que possamos entender ou fomentar a pesquisa no espaço-tempo
de sala de aula, ou ainda, fomentar ensino-pesquisa-extensão, tríade base da
academia, temos que entrever o conceito de ciência.


                 Em sentido amplo, a palavra ciência pode significar, simplesmente,
                 conhecimento, qualquer tipo de saber. Em sentido restrito, ciência não se
                 refere a qualquer tipo de conhecimento, mas aquele que aprende ou
                 registra os fatos, demonstra-os por suas causas constitutivas ou
                 determinantes (PRESTES, 2003, p.23)

                 Sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente
                 correlatadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja
                 estudar (MARCONI; LAKATOS, 2005, p.80)

                 A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao
                 sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à
                 verificação (TRUJILLO,1974, p8)

        Os autores apontam para um tipo de conhecimento, que tem como
base a identificação das operações mentais e técnicas que possibilitem sua
verificação/reprodução, ou seja, possibilitem pesquisar o fato, fenômeno ou
situação, conseqüentemente fazer ciência.
       A ciência é construída e mediada por conhecimentos de diferentes áreas
do saber humano, logo, podemos definir ciência como um conjunto de
conhecimentos, objetivo, racional, sistemático geral, verificável e falível. A priori
7



a ciência busca chegar à veracidade dos fatos. Neste sentido, caracteriza-se
pela verificação; neste ponto diferencia-se dos outros tipos de conhecimentos.
      Para Kuhn (1996), a ciência reúne em sua trajetória histórica fatos,
teorias e métodos que fazem parte de seu arcabouço teórico, em que o ato de
pesquisar ou investigar é a base do conhecimento científico, sendo cada passo
sistematizado.
      Pesquisar “é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico
que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis em qualquer
campo do conhecimento” (ANDER-EGG apud CORREA; AVIZ, 2002, p.17).
Assim, pesquisar é indagar, investigar, inquirir, tendo como objetivo a obtenção
de respostas mediante a utilização de métodos científicos.
      Podemos definir método como o caminho para se chegar a determinado
fim, e método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adotados para se atingir o conhecimento.
      As ciências possuem os seguintes componentes em seu bojo:
                 A) Objetivo ou Finalidade: preocupação em distinguir a característica
                 comum as leis gerais que regem determinados eventos;
                 B) Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de
                 conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo;
                 C) Objeto: subdividido em:
                 - Material: aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar,
                 de modo geral;
                 - Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o
                 mesmo objeto material.
                 ( MARCONI; LAKATOS, 2005, p 80-81)

      A ciência, em decorrência de seus componentes, promove em seu
interior classificação e divisa. Em decorrência da diversidade de fenômenos
que se deseja estudar ou explicar, surgiram e surgem novos ramos de estudo e
ciências específicas.
      A classificação e a divisão da ciência levam em consideração: objeto de
estudo e diferença de enunciados e metodologia empregada. Para um melhor
entendimento dessa divisão, organizamos essa divisão no organograma
abaixo.
8



Organograma nº. 01 – Classificação e Divisão da Ciência




                                          Ciências

               Formais                                              Factuais
    Lógica           Matemática             Naturais                  sociais

                                                          Física                Antropologia
                                                                                  Cultural
                                                        Química                   Direito

                                                       Biologia e                Economia
                                                         outras
                                                                                  Política

                                                                                 Psicologia
                                                                                   Social
                                                                                Sociologia e
                                                                                   outras
             Fonte: Adaptado de Prestes (2003) e Marconi e Lakatos (2005).



      O organograma propicia ao iniciante no vôo do ato de (re)produzir
conhecimento uma visão panorâmica da ciência e assim a possibilidade de
escolha do ramo do saber científico que deseja adentrar e investigar. Vale
ressaltar que as ciências formais são as que se preocupam com os
enunciados, com os estudos das idéias, ao passo que as factuais voltam-se
para o estudo dos fatos, tratando de objetos empíricos, de coisas e de
processos.
      É também possível classificar as ciências em conformidade com a sua
finalidade. Neste sentido, elas podem ser organizadas em básicas, aplicadas
ou técnicas: a primeira tem como finalidade aumentar o conhecimento acerca
das leis que regem a natureza, enquanto a segunda engloba as ciências que
pretendem compreender fenômenos específicos, objetivando uma maior
utilidade prática; e a terceira e última engloba ciências direcionadas à produção
humana ou à melhoria da qualidade de vida (PRESTES, 2003).
9




1.2.1 Pesquisa e Métodos no “Fazer Ciência”


       A ciência encontra-se intimamente ligada à pesquisa, aos métodos
utilizados na construção ou constatação de um fenômeno ou fato observado,
estudado e investigado. Segundo Tozoni-Reis (2006, p.7) pesquisa significa
“investigação e estudo, minudentes e sistemáticos, com fim descobrir ou
estabelecer fatos ou      princípios   relativos a   um   campo    qualquer do
conhecimento”, ou ainda, “designa conjunto de atividades que tem como
finalidade descobrir novos conhecimentos, seja em que área ou em que nível
for” (PRESTES, 2003, p.24).
       Assim, a pesquisa científica é investigação realizada de forma minuciosa
com a finalidade de obter conhecimento específico e estruturado acerca de um
determinado assunto ou problema, resultado de observação direta ou indireta
de fatos, do registro de variáveis presumidas relevantes para futuras análises.
       O ato de pesquisar ou de promover uma pesquisa é um processo
reflexivo, sistemático, controlado e crítico que conduz o pesquisador à
descoberta de novos fatos (conhecimentos) e à percepção de relações
estabelecidas entre as condições que determinam o surgimento ou ausência
desses fatos.
       Mas, para se realizar uma pesquisa, temos que, antes de mais nada,
escolher um método a seguir. A palavra método provém do latim methodus,
methodos que quer dizer estudo metódico de uma ciência, caminho, procura,
investigação. Toda pesquisa será construída passo a passo por intermédio do
método escolhido.
       Outro termo que engendra a pesquisa científica é a palavra
epistemologia que significa estudo da ciência – do grego episthme =
conhecimento, ciência, e logoV = estudo, discurso). É utilizada com duplo
sentido: para indicar o estudo da origem e do valor do conhecimento humano
em geral (e neste sentido é sinônimo de gnosiologia ou crítica); ou para
designar o estudo das ciências físicas e humanas), dos princípios sobre o qual
se fundam, dos critérios de verificação e de verdade, do valor dos sistemas
científicos.
10



       Há três enfoques de pesquisa em Ciências Sociais: o Positivismo, a
Fenomenologia e o Marxismo. Os autores Horn; Diez (2005) sintetizaram as
pressupostos básicos de            cada enfoque,        e apresentaremos os mais
importantes.


- Positivismo: Foi fundado por Auguste Comte tendo como base a “Lei dos
Três Estados” que marcou o desenvolvimento do pensar humano: teológico,
metafísico e positivo. Os nomes de Littré, Spencer e Mill também são ligados
ao Positivismo.
      Características principais:
                  - (...) considerar a realidade como formada por partes isoladas, de fatos
                  atômicos, segundo a expressão de Russell & Witgenstein (Atomismo
                  Lógico);
                  - O positivismo não aceita outra realidade que não sejam os fatos, fatos que
                  possam ser observados;
                  - um dos traços mais característicos do positivismo está representado por
                  uma rejeição ao conhecimento metafísico, à metafísica;
                  - Precisamente foi o positivismo lógico que formulou o celebre principio da
                  verificação (demonstração da verdade). Segundo este princípio, será
                  verdadeiro aquilo que é empiricamente verificável, isto é, toda afirmação
                  sobre o mundo deve ser confrontada com dado;
                  - O positivismo estabeleceu distinção muito clara entre o valor e fato. Os
                  fatos eram objeto da ciência. Os valores, como não eram “dados brutos”, e
                  apenas expressões culturais, ficavam de fora do interesse do pesquisador
                  positivista, nunca podiam constituir-se num conhecimento cientifico. (HORN;
                  DIEZ,2005, p. 41-44)


- Fenomenologia: A fenomenologia é o estudo das essências, de todos os
problemas, tendo como representantes Husserl, Heidegger, Sartre, Merleau-
Ponty, dentre outros.
      Características principais:
                  - Trata-se de descrever, e não de explicar nem de analisar; (p49)
                  - Questionabilidade do conhecimento;
                  - a fenomenologia exalta a interpretação do mundo que surge
                  intencionalmente à nossa consciência. Por isso, na pesquisa, eleva o ator,
                  com suas percepções dos fenômenos, sobre o observador positivista.
                  (HORN; DIEZ, 2005, p. 49-55)


- Marxismo, materialismo dialético e histórico: tem como fundador Karl
Marx, seguido por Engels. A idéia do Marxismo compreende precisamente três
aspectos principais: o materialismo dialético, o materialismo histórico e a
economia política.
11



       Características principais:
                 - O materialismo dialético é a base filosófica do marxismo e como tal realiza
                 a tentativa de buscar explicações coerentes, lógicas e racionais para os
                 fenômenos da natureza, da sociedade e do pensamento;
                 - talvez uma das idéias mais originais do materialismo dialético seja a de
                 haver ressaltado, na teoria do conhecimento, a importância da prática social
                 como critério de verdade;
                 - materialismo histórico é a ciência filosófica do marxismo que estuda as leis
                 sociológicas que caracterizam a vida da sociedade, de sua evolução
                 histórica e da prática social dos homens, no desenvolvimento da
                 humanidade (HORN; DIEZ, 2005, p. 58 -60)

        Os três enfoques supracitados dão base à pesquisa em Ciências
Sociais, dando originalidade à investigação, e subsidiando o pesquisador com
instrumentos e técnicas diferenciadas.

1.2.2 – Tipos ou Modalidades de Pesquisa
       A pesquisa segundo Prestes (2003) pode ser classificada em
conformidade com o objetivo, com forma de estudo, ou ainda, em decorrência
de seu objeto de estudo. Neste sentido nós temos:


    Pesquisa quanto aos objetivos:


       Pesquisa Teórica: a pesquisa teórica é aquela que se dedica a estudar
teorias;
       Pesquisa Metodológica: a pesquisa metodológica preocupa-se em
estudar os modos de se fazer ciência;
       Pesquisa Empírica: a pesquisa empírica é aquela dedicada a codificar o
lado mensurável da realidade;
       Pesquisa Prática, Pesquisa-ação ou Pesquisa-ação-participante: esta
modalidade de pesquisa é aquela voltada para a intervenção de uma realidade
social, ocorrendo uma interação efetiva e ampla entre pesquisadores e
pesquisados. Assim seu objeto de estudo se constitui pela situação social e
pelos problemas de naturezas diversas encontrados em tal situação, buscando-
se resolver, minimizar, esclarecer a realidade observada (investigada).
        Levando para o campo educacional esta modalidade de pesquisa,
segundo Tozoni-Reis (2006) a metodologia da pesquisa-ação-participante
articula, radicalmente, a produção de conhecimentos com ação educativa, isto
é, por um lado investiga, produz conhecimentos sobre a realidade a ser
12



estudada e, por outro lado, realiza concomitantemente um processo educativo
para o enfrentamento desta realidade. Outro fator importante a ser lembrado
que este tipo de pesquisa engendra a pesquisa qualitativa.


    Pesquisa quanto à forma de investigação:
     Pesquisa Exploratória: este tipo de pesquisa configura-se como a que
acontece na fase preliminar, o que antecede o planejamento formal estruturado
do trabalho de pesquisa. Ela tem como objetivo inventariar mais informações
acerca do assunto que será estudado, facilitar a delimitação do tema que será
pesquisado, orientar na fixação dos objetivos e no elencamento das hipóteses,
ou ainda, viabilizar um novo enfoque para o estudo do assunto da investigação.
     Pesquisa Descritiva: Neste tipo de pesquisa o pesquisador observa,
descreve, analisa, classifica e interpreta os fatos sem sua interferência, logo o
pesquisador investiga os fenômenos do mundo físico e humano sem o
manipular.
     Pesquisa Explicativa: este tipo de pesquisa é mais densa, pois extrapola
o registro, da análise, da classificação e da interpretação do fenômeno
estudado (em estudo). Procura identificar os fatores determinantes do
fenômeno, tendo como objetivo o conhecimento profundo da realidade
estudada.


    Pesquisa quanto ao Objeto:
     Pesquisa Bibliográfica: este tipo de pesquisa pode ser realizado
independentemente ou como parte de qualquer outra pesquisa. Para se
efetivar uma pesquisa do tipo bibliográfica, o pesquisador faz um levantamento
dos temas e tipos de abordagens já trabalhados por outros estudiosos,
assimilando e explorando os aspectos já estudados e publicados, tornando-se
relevante levantar e selecionar materiais (fonte bibliográfica) tais como: livros,
jornais, revistas, material on line, internet, panfletos, fita de vídeo, DVDs, dentre
outras fontes de registro.
                 Esta modalidade de pesquisa é muito comum na área de ciências humanas
                 e sociais, dada a natureza do estatuto epistemológico que compõe esta
                 área. Seu objetivo é buscar compreender as principais contribuições
                 teóricas existentes sobre um determinado tema-problema ou recorte,
                 considerando-se a produção já existente (HORN ; DIEZ, 2005, p.73)
13



                 Na pesquisa bibliográfica, embora seja uma modalidade muito particular de
                 pesquisa, não vamos “ouvir” entrevistados nem observar situações vividas,
                 mas “ouvir”, conversar e debater com os autores através de seus escritos.
                 (TOZONII-REIS, 2006, p.30)

     Pesquisa Experimental ou de Laboratório: neste tipo de pesquisa, que
difere dos citados acima, o pesquisador manipula uma ou mais variáveis
independentes (causas) sob um controle adequado, com finalidade de observar
e interpretar as reações e as modificações ocorridas no objeto de estudo. Vale
dizer que o pesquisador interfere diretamente na situação ou fato de estudo.

                 Experimentar ou realizar experimentos significa exercer positivo controle
                 sobre as condições presumivelmente relevantes, relativas a determinado
                 evento; significa reproduzir, repetir fenômenos dentro de um plano de
                 modificações sistemáticas das variáveis independentes, relativamente a
                 determinado evento, com objetivo de descobrir as condições antecedentes
                 responsáveis pelo evento subseqüente, ou efeito, ou variável dependente
                 assumida como objeto de pesquisa (RUIZ, 1982, p.52)

     Pesquisa de Campo: é desenvolvida principalmente nas Ciências
Sociais. Neste tipo de pesquisa o pesquisador lança mão de questionários com
perguntas fechadas ou abertas, entrevistas estruturadas ou semi-estruturadas,
diário de campo, protocolos verbais, captura de imagens dentre outras. Na
pesquisa de campo o pesquisador investiga o pesquisado em seu meio.
     Tem como finalidade recolher, registrar, ordenar e comparar dados
coletados em campo de investigação. É comum este tipo de pesquisa ser
utilizada em Sociologia, Psicologia, política, Economia e Antropologia.
       Tozoni-Reis (2006), cita também outro tipo de pesquisa que não se
enquadra na classificação acima, que é a pesquisa documental, em que a
fonte de coleta dos dados se dará em um documento que pode ser: histórico,
institucional, associativo, oficial dentre outros.
       Ainda temos Pesquisa do Tipo Histórica e História Oral que engendra
instrumentos e técnicas especificas em sua construção. Alguns autores
apontam a pesquisa histórica partindo da Documental, ou ainda, sendo
ratificada com a Oral (THOMPSON,1992).
       Para reconstruir a memória ou a história, o historiador pode lançar mão
da fotografia (imagem), podendo ser preto e branco ou colorida esta é a
“materialização da experiência vivida, doce lembrança do passado, memórias
de uma trajetória de vida, flagrantes sensacionais, ou ainda, mensagem
codificada em signos tudo isso ou nada disso a fotografia pode ser” (MAUAD,
14



1997, p.314). A fotografia marca uma cultura de um determinado momento da
história, seja ela individual seja coletiva, é um documento material que revela a
vida material de algum lugar do passado, para o historiador a fotografia deve
ser ponto de análise minuciosa que busca relação e interpretação da realidade
investigada.
      Vale dizer que o historiador possui além de fontes documentais e viva
outro recurso que são, segundo Jacques Lê Goff (apud MAUAD, 1997), as
fontes não–verbais: pinturas, móveis, indumentárias, fotografias, filmes dentre
outros. Todo este universo de significação cultura material denomina-se de
iconografia, e auxilia na construção da história oral. Ambas possibilitam a
formação de memórias coletivas.
      Podemos afirmar que a pesquisa, seja ela em qual ramo do
conhecimento ou modalidade que for realizada, auxilia na mudança qualitativa
e quantitativa da realidade social em qual se insere. Como exemplo de
pesquisa que revela a realidade, podemos citar a avaliação realizada no Ensino
Básico brasileiro que revelou que apenas 0,5% das escolas de 1ª a 4ª séries do
Ensino Fundamental possuem nota acima de 5,0. Isso corresponde a 166 das
55 mil instituições de ensino do País, e apenas cinco das aprovadas
encontram-se na Região Norte e Nordeste, os estados de Pernambuco e
Amazonas não têm nenhuma escola bem avaliada. Vale enfatizar que o estudo
é oficial, medido pelo Índice de Desenvolvimento da educação – IDEB –
Parâmetro da ONU em diversos paises. (RANGEL, 2007)
      Outro dado de pesquisa que podemos citar como modificador de
paradigma social foi o descoberto pela equipe do cientista americano Alan
Templeton (biólogo) que afirmou que não há raças entre os humanos, pois as
diferenças genéticas entre humanos de diferentes etnias são insignificantes
para serem tidas como diferença de raças, indo de encontro à visão tida no
contexto social de pretos, brancos e amarelos. A ciência levará anos para
derrubar este paradigma do universo social que diferencia e posteriormente
discrimina
                Em minha primeira visita ao Brasil em 1976, eu descobri que a classificação
                racial usada pelos brasileiros não era a mesma usada nos Estados unidos;
                que a mesma pessoa poderia ser classificada de forma bem diferente em
                dois paises (...) Aquela experiência me ensinou então que o conceito de
                raça não é necessariamente biológico (TEMPLETON apud NORTON,1998,
                p.2)
15




      Assim, a pratica da pesquisa arraigada como prática do desenvolvimento
e produção do conhecimento no espaço-tempo de sala de aula seja na
academia seja na Educação Básica, deve ser encarada como vínculo primeiro
do processo de ensino-aprendizagem.
      Outro fator que deve ser levado em consideração no momento da
pesquisa é a abordagem que o pesquisador pretende escolher no momento da
feitura da mesma. Neste sentido temos:


Pesquisa Quantitativa: A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa
social que utiliza técnicas estatísticas, e normalmente implica a construção de
inquéritos via questionário em que se contactam muitas pessoas. A pesquisas
quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e
conscientes dos entrevistados (público alvo).
      Temos como exemplo deste tipo de abordagem as pesquisas realizadas
dentro do universo político no intuito de prever intenções de votos de um
determinado político ou partido, no lançamento de um novo produto – produção
de marketing, no censo populacional, dentre outros.
      A pesquisa quantitativa trabalha com amostra, ou seja, parcela de uma
população, que deve ser representativa das características deste universo com
um mínimo de discrepâncias; e também com amostragem, que vem a ser a
técnica utilizada para obtenção de amostras representativas com amostragem
de uma determinada realidade.


Pesquisa Qualitativa: a abordagem qualitativa surge no final do século XIX,
diante da indagação dos cientistas sociais se o método de investigação
utilizado nas ciências físicas e naturais com sua visão positivista poderia
realmente dar conta de estudar os fenômenos humanos e sociais. Günther
(2006) citando Dilthey que afirma que “explicamos a natureza, compreendemos
a vida mental” (p.212), Hofstätter aponta essa compreensão como sendo ponto
de partida para diferenciar a pesquisa qualitativa da pesquisa quantitativa.
                Dilthey, que era historiador, foi um dos primeiros a fazer esse tipo de
                indagação e a buscar uma metodologia diferente para ciências sociais,
                argumentando que os fenômenos humanos e sociais são muitos complexos
                e dinâmicos, o que torna quase impossível o estabelecimento de leis gerias
                como na Física ou na Biologia (...) sugere que a investigação dos problemas
16



                  sociais utilize como abordagem metodológica a hermenêutica, que se
                  preocupa com a interpretação dos significados contidos num texto (
                  entendido num sentido muito amplo), levando em conta cada mensagem
                  desse texto e suas inter-relações.
                  Weber também contribuiu de forma importante para a configuração da
                  perspectiva qualitativa de pesquisa ao destacar a compreensão (verstehen)
                  como o objetivo que diferencia a ciência social da ciência física. Segundo
                  ele, o foco da investigação deve se centrar na compreensão dos
                  significados atribuídos pelos sujeitos às suas ações. Como Dilthey, ele
                  argumentar que para compreender esses significados é necessário colocá-
                  los dentro de um contexto. (HORN; DIEZ, 2005, p.76).

       Assim, a idéia de investigar um fenômeno sob o ponto de vista
qualitativo é transpor as barreiras explicativas da visão positivista de conhecer,
os estudiosos das ciências humanas e sociais denominam a idéia de Dilthey e
Weber como sendo idealista – subjetivista, ou ainda, de naturalística e, claro,
de qualitativa.
       A abordagem qualitativa tem suas raízes teóricas na Fenomenologia, em
que se encontram presentes as idéias do interacionismo simbólico – termo
criado por Herbert Blumer em 1969, da etnometodologia e da etnografia. A
fenomenologia enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano
permitindo a penetração no cotidiano desses, entrevendo/entendendo quais os
sentidos/significação que atribuem a seu universo de vida, podendo assim
perceber a realidade socialmente construída.
       A etnometodologia é uma corrente da Sociologia que tem como um dos
representantes mais significativos Harold Garfinkel. A etnometodologia ”não se
refere ao método que o investigador utiliza, mas ao campo de investigação. É o
estudo de como os indivíduos compreendem e estruturam o seu dia-a-dia”
(HORN; DIEZ, 2005, p.78). Neste caso, o pesquisador investiga os métodos
que os pesquisados utilizam para entender e construir as realidades que os
cercam.
       A etnografia tem como principal preocupação o significado que as
ações e os eventos têm para um determinado grupo social investigado.
Etimologicamente falando, a etnografia significa descrição cultural. Para os
antropólogos, a etnografia assume dois sentidos: 1 - um conjunto de técnicas
que eles usam para coletar dados sobre os valores, os hábitos, as crenças, as
práticas e os comportamentos de um grupo social; e 2 - um relato escrito
resultante do emprego dessas técnicas (HORN; DIEZ, 2005, p.84).
17



         Temos ainda mais dois tipos de pesquisa qualitativa, que são: Estudo
 de Caso – enfatiza a pesquisa ou conhecimento do particular, o pesquisador
 seleciona     uma   determinada      realidade     para     estudo;     e   Pesquisa-
 ação/pesquisa-ação-participante – caracteriza-se por um estudo/investigação
 científica de problemas com o intuito de corrigi-los, (re)orientá-los por
 intermédio de seu estudo.
         Bressan (2007), com base em outros autores conceitua o método Estudo
 de Caso como sendo:
                 (...) não é uma técnica específica. É um meio de organizar dados sociais
                 preservando o caráter unitário do objeto social estudado" (GOODE; HATT,
                 1969, p.422). De outra forma, TULL (1976, p 323) afirma que "um estudo de
                 caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular".YIN
                 (1989, p. 23) afirma que "o estudo de caso é uma inquirição empírica que
                 investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real,
                 quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente
                 evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas (BRESSAN,
                 2007, p.5).

         Vale ainda enfatizar que na abordagem qualitativa a fonte direta de
dados é o ambiente natural, constituindo-se o investigador em instrumento
principal: os investigadores introduzem-se em campo em períodos de tempo
longos – como fez o antropólogo cultural Bronislaw Malinowski que o foi primeiro
a passar longos períodos de tempo numa aldeia nativa (observação direta) e
estabeleceu as bases da antropologia interpretativa com dados colhidos em
campo - de posse de instrumentos de gravação de vídeo e áudio e sempre
acompanhados de um bloco de notas para realização de anotações (diário de
campo). (BOGDAN; BIKLEN, 1994).
         Para melhor entendimento da diferença entre as abordagens qualitativa
e quantitativa podemos tecer algumas conclusões acerca da abordagem
qualitativa:
 - O estudo e interpretação dos fenômenos sociais tem como objetivo os
 significados que os sujeitos estabelecem em seu contexto;
 - Os dados são coletados no contexto em que ocorre o fenômeno;
 - A análise dos dados colhidos é realizada de preferência concomitantemente
 ainda com o pesquisador em campo;
 - As investigações ou estudos apresentam-se quase sempre de forma
 descritiva, com enfoque na compreensão e interpretação à luz dos significados
 dos próprios sujeitos e de outras referências afins da literatura;
18



- Na pesquisa qualitativa a priori o pesquisador não estabelece teorias pré-
concebidas que venham a explicar o fenômeno antes da análise e da
interpretação dos dados;
- Na investigação qualitativa deve ocorre uma interação perfeita entre
pesquisador-pesquisado em decorrência da entrevista e da observação
participante, que são técnicas primordiais no desenvolvimento da abordagem
qualitativa de pesquisa;
- O pesquisador qualitativo não pode desprezar a utilização dos dados
quantitativos e a união deste com os qualitativos.

1.2.3 – Técnicas e Instrumentos de Pesquisa

      Para que se possa realizar uma pesquisa em ciências humanas e
sociais ou áreas afins, o pesquisador deverá saber escolher e aplicar a técnica
e os instrumentos na coleta de dados de sua investigação. Mas vale lembrar
que em uma investigação a criatividade do pesquisador deve ser levada em
consideração o tempo todo. Minayo (1998) denomina essa criatividade de
“sopro criativo do pesquisador”.
      Vale lembrar ao pesquisador que há um rigor acadêmico que deve ser
seguido na execução de uma pesquisa, principalmente quando essa é na área
educacional, pois cada tipo de pesquisa exige uma literatura especializada,
bem como técnicas e instrumentos específicos que vão contribuir para a
produção de conhecimentos científicos.
      Para Tozoni-Reis (2006), o primeiro passo é leitura, análise e
interpretação de textos que vão auxiliar o pesquisador na execução da
investigação, seja ela de que modalidade ou tipo de pesquisa for, e esse passo
exige habilidade, disciplina e competência. A leitura deve ser encarada como
uma técnica de pesquisa. Para tanto, faz-se necessário sistematizá-la em sua
execução.
      A leitura, a análise e a interpretação de textos como leitura analítica e
interpretativa de métodos de estudos tem como objetivo:

                - Fornecer uma compreensão global do significado das idéias dos autores;
                - Treinar a compreensão e a interpretação critica;
                - Treinar o desenvolvimento do raciocínio lógico;
                - Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual desenvolvido nos
                seminários, no estudo dirigido, no estudo individual e em grupos, na
19



                  confecção de resumos, resenhas, sumários etc. (SEVERINO apud TOZONI-
                  REIS, 2006, p.42)

         A leitura de textos de cunho teórico que vão ao encontro da investigação
realizada dará ao pesquisador uma visão mais abrangente do problema
investigado. Severino (1985) nos chama a atenção para que na posterior leitura
de textos teóricos, o pesquisador realize uma síntese pessoal da leitura feita,
propondo assim uma análise reflexiva do texto, dando-lhe uma interpretação
sob sua ótica.
         A   técnica   de   Observação:       Observação       não-participante     e
observação participante. A observação é uma das técnicas mais utilizadas na
pesquisa de campo, mas faz-se necessário que o pesquisador sistematize sua
observação, ou seja, antes de ir a campo para realizar a observação o
pesquisador deve listar os comportamentos a serem observados, dentre outras
observações que fará em campo, como forma de não se perder nos seus
registros.
         Segundo Prestes (2003), na observação não participante o pesquisador
não interfere na realidade observada, toma o sentido de ser apenas um
telespectador que registra os fatos e procedimentos observados, enquanto na
observação participante o pesquisador participa da realidade estudada de
forma natural, havendo um acolhimento do pesquisador no grupo ou
comunidade observada.
         A entrevista como técnica / método de pesquisa de campo exige um
roteiro previamente sistematizado para que quando o pesquisador esteja diante
de seu entrevistado não ocorram erros e nem tampouco deixe-se de perguntar
informações importantes para a investigação.
         Outro fator importante, é a escolha do aparelho que será usado na
gravação da voz, imagem, imagem-voz do entrevistado onde a marca,
tamanho, cor e também como será o registro: VHS, DVD, CD, fita cassete
etc...
         A entrevista pode ser entrevista estruturada é aquela que possui
perguntas fechadas a serem feitas aos entrevistados, tornando-se assim um
questionário (instrumento de pesquisa em anexo modelo). Em contrapartida,
na entrevista semi-estruturada o pesquisador faz apenas um roteiro de
20



entrevista a ser apresentado ao entrevistado, conseqüentemente estabelece
um dialogo entre o pesquisador e o entrevistado.
      Barros; Lehfeld (apud CORRÊA, 2005) nos chama a atenção para o fato
de que não há um único método para realizar determinada investigação. A
metodologia reflete as condições históricas do momento em que o
conhecimento foi construído. Assim o pesquisador pode lançar mão da
metodologia que melhor se adapte ao seu problema de estudo.
      Neste sentido Bunge (apud PRESTES, 2003), nos remete a seguinte
observação: seja qual for o método cientifico utilizado, a pesquisa deve seguir
as etapas:
                  a) descobrimento do problema ou lacuna em um conjunto de
                  conhecimentos;
                  b) colocação precisa do problema ou, ainda, a recolocação de um velho
                  problema à luz de novos conhecimentos;
                  c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes do problema
                  (dados empíricos, teorias, aparelhos de medição, técnica de medição etc.);
                  d) tentativa de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxilio
                  de instrumento (conceitual ou empírico) disponível;
                  e) investigação da conseqüência da solução obtida;
                  f) prova (comprovação da solução, isto é, confronto da solução com a
                  totalidade das teorias e das informações empíricas pertinentes);
                  g) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na
                  obtenção da solução incorreta. (BUNGE apud PRESTES, 2003, p.29)

      As colocações de Bunge denotam os critérios rigorosos que o
pesquisador deve assumir no momento de promover a sua pesquisa, seja em
qualquer campo do conhecimento científico. Vale ressaltar que há pesquisas
em que há a necessidade de capturar imagens (fotos) como forma de ilustrar o
campo de investigação. Essa prática é muito utilizada em trabalhos
antropológicos.
      Outros métodos que engendram o “fazer ciência” são os métodos:
indutivo – é aquele que se utiliza a indução, processo mental em que,
partindo-se de dados particulares, devidamente constatados, pode-se inferir
uma verdade geral ou universal não contidas nas partes examinadas – e
dedutivo – a racionalização ou combinação de idéias em sentido interpretativo
tem mais valor que a experimentação caso a caso, ou seja, utiliza-se a
dedução, raciocínio que caminha do geral para o particular.
21




2 PROJETO DE PESQUISA: CONSTRUÇÃO PASSO A PASSO

      É claro que para ser realizar uma pesquisa de cunho científico temos
que, antes de tudo, programar, esquematizar, planejar e isto se fazem
construindo um projeto de pesquisa, que dará os contornos da (re)produção do
problema que queremos investigar.
      No projeto, elenca-se o problema que se deseja investigar, justifica-se
esse problema, elaboram-se os objetivos que deverão ser atingidos na
execução da investigação, faz-se uma discussão prévia - base teórica - de
alguns estudos que existam sobre o tema que será abordado, fecha-se a
metodologia, detalhando-se os instrumentos que farão parte da pesquisa e
monta-se um cronograma de execução. O pesquisador não pode ser esquecer
que a feitura do projeto deve seguir rigorosamente as normas técnicas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
      O projeto de pesquisa inicia-se com:
                a) a caracterização do problema (que fazer?) delineado em dimensões
                técnicas e operacionais viáveis, delimitadas e objetivas;
                b) o estabelecimento de um conjunto de afirmações conjeturais (hipótese)
                sobre a relação existente entre as variáveis, na forma de supostas e
                plausíveis respostas ao problema ou de explicações do fenômeno-
                problema, em proposições que podem ser testadas, nunca demonstradas
                ou provadas, a partir de dados e observações levantadas pelo pesquisador
                para servir como setas indicadoras da definição de objetivos, isto é,
                respostas de para que fazer? (objetivo geral) e para quem fazer? (objetivos
                específicos);
                c) esses objetivos serão atingidos mediante a execução de ações
                planejadas e desenvolvidas conforme uma metodologia científica que
                responde o como fazer?, de forma consistente com os cenários da
                pesquisa, os recursos disponíveis para sua execução e a finalidade ou
                aplicação esperada dos resultados.(TEIXEIRA, 2007, p.3)

      Na feitura do projeto de pesquisa alguns elementos são obrigatórios e
outros não, também há casos de determinadas instituições adaptarem ou
criarem um modelo de projeto para sua instituição. Assim nós iremos
representar aqui na íntegra os elementos exigidos por cada autor na feitura de
projeto de pesquisa.


Projeto de Pesquisa – Modelo nº 01
a) Dados de identificação, contendo:
- Titulo (subtítulo) da pesquisa (ainda que em caráter provisório);
- Tema;
22



- área de conhecimento;
- Subárea (consultar convenção CNPq – http://www.cnpq.br);
-Órgão responsável *;
- Órgão executor *;
- Órgão financiador*;
- Órgão interveniente (caso haja)*;
- Duração da pesquisa;
- Local de realização (da pesquisa);
- Custo do projeto*;
- Coordenador do projeto* (ou orientador, se for o caso), com suas
credencias;
- Pesquisador(es), com suas credenciais*;
b) Resumo (informativo);
c) Justificativa: motivos de ordem teórica que levam à realização da pesquisa,
envolvendo a delimitação espacial e temporal do problema (dificuldade
proposta que exige delimitação precisa, a fim de que se proponha uma
solução, através de métodos e técnicas de pesquisa), bem como a descrição
da situação ou realidade a ser pesquisada;
d) Embasamento teórico, ou revisão bibliográfica, ou revisão da literatura;
e) Delimitação do problema;
- Objetivos: geral – delimitação clara do que o pesquisador pretende conseguir
através de sua indagação; e específicos – derivados do objetivo geral,
apresentam as distintas ações que se devem desenvolver para atingir o
objetivo geral. Podem ser imediatos (os que se quer alcançar até o termino da
pesquisa) e mediatos (os que se pretende alcançar em um prazo maior, que se
estende mesmo após a pesquisa terminada);
- Hipóteses: suposições provisórias que servem para tentar explicar o
problema;
- Variáveis: elementos ou características que variam em um determinado
fenômeno;
f) Procedimentos,
- Amostragem,
23



   - população: totalidade de indivíduos (não necessariamente seres
humanos, podem ser objetos, por exemplo) que possuem as mesmas
características para um determinado estudo;
   - amostra: uma parte da população, selecionada de acordo com regra ou
plano.
- Instrumentos,
   - descrição dos instrumentos: caracterização dos objetos utilizados para
coleta de dados, como questionários, entrevistas, etc.
   - aplicação dos instrumentos: detalhamentos sobre o modo como serão
empregados os instrumentos e quem fará.
- Levantamento e análise dos dados: modo como serão coletados e
interpretados os dados;
- Tratamento dos dados: procedimentos para tabulação (processo pelo qual
se apresentam os dados obtidos em tabelas);
g) Cronograma: indicação do tempo necessário para a realização de cada
etapa da pesquisa;
h) Referências.
OBS.: Os itens com assinalados com asteriscos (*) se referem a projetos
institucionais, sendo desnecessários em projetos relativos a investigações que
resultam em trabalhos de conclusão de cursos, monografias, dissertações ou
teses.
Fonte: PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A Pesquisa e a Construção do
Conhecimento Cientifico: do planejamento aos textos, da escola à academia.
São Paulo: Rêspel, 2003, p. 36-37



Projeto de Pesquisa – Modelo nº 02
         Todo projeto de pesquisa possui capa com identificação do autor e
instituição, curso e área de conhecimento a qual se destina, mas, como já
enfatizamos, há diferenciações de itens exigidos, neste caso iremos nos
respaldar nos autores Horn & Diez (2005) que ao nosso ver são mais didáticos
na explicação da elaboração de um projeto de pesquisa.

                 Um projeto de pesquisa é uma espécie de carta de intenção, de explicação
                 da proposta do estudo que se pretende realizar; é o esboço que permite
                 prever o lançamento para diante de uma busca teórica que se constitui em
                 condição para qualquer nível de pós-graduação. Assim, configura-se como
24



                 o planejamento da pesquisa, enquanto a monografia é a sistematização
                 (relatório) do processo e resultado da investigação. (HORN; DIEZ, 2005,
                 p.69)

Titulo: nome da pesquisa que será realizada.
Tema: Esse item descreverá o objeto de estudo. Deverá evidenciar qual a
pesquisa pretendida, elucidando o assunto a abordar, delimitando-o segundo o
desígnio de um curso lato senso. Além disso, o tema deve ser redigido com
objetividade, exprimindo globalmente a proposta. Dessa forma o tema é mais
extenso do que o titulo, pois seu mister é esclarecer a intenção do estudo como
sinopse prévia da monografia.
Problematização: Problematizar é especificar um ponto para ser resolvido,
aquilo que significa contenda, desavença, discussão ou conflito em relação à
temática escolhida; portanto, é uma questão, um enunciado que interroga
sobre como chegar a uma boa conclusão. Neste sentido, a problematização –
antônimo da solução – descreve o aspecto negativo que a realidade mostra, e
para modificá-lo resolvendo-o ou minorando-o, busca-se respaldo acadêmico
através de um aprofundamento teórico.
Justificativa: É constituída pela argumentação sobre a relevância do estudo.
Destarte, na justificativa retomam-se problematização e objetivo geral,
mostrando a importância da abordagem para encontrar o rumo pensado como
solução da questão identificada.
Objetivo Geral: De modo lato, o objetivo geral manifesta o rumo do
conhecimento acadêmico desejado, abraçando pesquisa e monografia como
proposta ampla.
Objetivos específicos: Para o cumprimento do objetivo geral, os específicos
devem manifestar as etapas previstas para complementar a finalidade
almejada. Deve-se planejar um objetivo para cada segmento – capítulo, parte
ou seção – da monografia.
Objetivo: Manifesta-se objetivo como rumo do estudo, ou seja, do
conhecimento acadêmico desejado. Uma vez que é “Projeto de Monografia”,
seu objetivo deve refletir-se ao saber. Por isso são adequados os termos
pesquisar, estudar, perquirir, investigar, inquirir, indagar, questionar, esclarecer,
explicar, etc no lugar de melhorar o desempenho do aluno, alfabetizar, formar
ou educar.
25



Revisão de literatura (ou suporte teórico): Neste item – que posteriormente
será ampliado e aperfeiçoado para construir o corpo de texto da monografia –
deve-se elucidar a temática segundo os vários autores, relacionando-os. Uma
revisão bem elaborada mostra as visões das autoridades sobre o assunto, as
convergências e divergências dessas visões, como se fosse uma mesa
redonda – a simulação de um colóquio entre os teóricos aos quais se teve
acesso.
Metodologia: O sentido da metodologia é facilitar o cumprimento dos
objetivos. É preciso descrevê-la, esclarecendo quais os caminhos escolhidos
para o estudo e sua sistematização, ou seja, projetando as possibilidades da
travessia pretendida. A opção metodológica decorre do prisma sob o qual se
observa o objeto e respalda a pesquisa. Assim, para uma pesquisa de campo,
deve-se elucidar, com fundamentação teórica, sobre o universo que lhe é
pertinente, os critérios de amostragem, os instrumentos de pesquisa, etc. Uma
pesquisa documental deve prever as diversas fontes, categorizando-as
segundo autores específicos.
Cronograma: Este, em forma de texto ou tabela, consiste no planejamento das
etapas de trabalho necessárias à construção do texto monográfico, distribuídas
no tempo previsto para o estudo. Assim, é uma previsão do agenciamento das
tarefas que permitirá alcançar os objetivos propostos, desde a escolha temática
até a redação final.
Referências: Todos os autores ou documentos aqui listados devem ter sido
evocados no texto. Da mesma forma, todos os autores citados no texto devem
estar aqui referenciados.


Fonte: HORN, Geraldo Balduino & DIEZ, Carmem Lúcia F. Metodologia da
Pesquisa. Curitiba: IESDE, 2005, p 69 -71

      Tonzoni-Reis (2006) acrescenta ao projeto de pesquisa o item
hipótese(s) que vem logo após a formulação do problema (problematização). A
autora conceitua hipóteses como sendo “indagações a serem respondidas na
investigação, isto é, são respostas provisórias aos problemas de pesquisa e
têm como função principal nortear as investigações” (p64).
26



      Luna (1999) afirma que qualquer que seja o referencial teórico ou
metodologia empregada na pesquisa, essa deverá apresentar os seguintes
requisitos básicos:
                1- a formulação de um problema de pesquisa, isto é, de um conjunto de
                perguntas que se pretende responder, e cujas respostas mostrem-se novas
                e relevantes teóricas e/ou socialmente;
                2- a determinação das informações necessárias para encaminhar as
                respostas às perguntas feitas;
                3- a seleção das melhores fontes dessas informações;
                4- a definição de um conjunto de ações que produzam essas informações;
                5- a seleção de um sistema para o tratamento dessas informações;
                6- o uso de um sistema teórico para interpretação delas;
                7- a produção de respostas às perguntas formuladas pelo problema;
                8- a indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas( ou seja, por
                que aquelas respostas, nas condições da pesquisa, são as melhores
                respostas possíveis ?);
                9- finalmente, a indicação da generalidade dos resultados, isto é, a
                extensão dos resultados obtidos; na medida em que a pesquisa foi realizada
                sob determinadas condições, a generalidade procura indicar 9 quanto
                possível) até que ponto, sendo alteradas as condições, podem-se esperar
                resultados semelhantes.(LUNA,1999, p. 16-17)

      O autor nos dá condições de entender a dinâmica que envolve a
pesquisa ou ato de pesquisar, pois traz à tona uma reflexão acerca: do
problema que será investigado, da metodologia que será utilizada na produção
da investigação, e ainda, se os resultados obtidos são satisfatórios. Daí a
necessidade de planejar as ações que envolveram a pesquisa em si. Planejar
significa projetar, elaborar um projeto de pesquisa.
      Outro ponto vista que deve ser levado em consideração na feitura de
uma pesquisa, seja na graduação, seja na pós-graduação, por um estudante
(aprendiz), faz-se presente em dois aspectos fundamentais:
                1º - o tópico da pesquisa deve cair diretamente no âmbito cultural de sua
                graduação (secundariamente no da especialização);
                2º - o assunto deve surgir da pratica quotidiana que o pesquisador realiza
                como profissional. (TRIVIÑOS, 1987, p.93)

      Quando se elabora um projeto de pesquisa deve-se pensar em sua
aplicabilidade e em sua viabilidade, logo não há como pesquisar algo a que
não se tem acesso ou conhecimento de causa, ou ainda, realizar uma pesquisa
partindo sem nenhuma base teórica que refute a necessidade de investigação.
Outro fator que deve também ser considerado na feitura da pesquisa é que
enfoque o pesquisador (estudantes – aprendizes) deseja seguir em sua
investigação.

                Enfoque Positivista
27



                Tema: O Fracasso Escolar
                Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º
                grau da cidade de Porto Alegre, RS.
                Formulação do Problema: Existem relações entre o fracasso escolar das
                escola estaduais de 1º grau da cidade de Porto Alegre – RS – e o nível
                sócio – econômico da família, escolaridade dos pais, lugar onde está
                situada a escola, centro ou periferia, sexo dos educandos, anos de
                magistério dos professores e grau de formação profissional dos mesmos?

                Enfoque Fenomenológico
                Tema: O Fracasso escolar
                Delimitação do problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º
                da cidade de Porto Alegre,RS.
                Formulação do Problema: Quais são as causas, segundo a percepção dos
                alunos repetentes, dos pais e dos professores, do fracasso escolar e o
                significado que este tem para a vida dos estudantes que fracassaram,
                segundo estes mesmos, os pais e os educadores das escolas de 1º grau da
                cidade de Porto Alegre – RS?

                Enfoque Dialético
                Tema: O Fracasso Escolar
                Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º
                grau da cidade de Porto Alegre – RS
                Formulação do Problema: Quais são os aspectos do desenvolvimento do
                fracasso escolar a nível local, regional e nacional e suas relações com o
                processo da educação e da comunidade nacional e como se apresentam as
                contradições, primordialmente, em relação ao currículo, formação e
                desempenho profissional dos professores e a situação de lugar da escola,
                centro ou periferia, dos alunos que fracassam, e especificadamente nas
                escolas estaduais de 1º grau de Porto Alegre – RS ? (TRIVINOS,1987, p.
                96-97)


       As colocações de Trivinos (1987) elucidam e norteiam a escolha e a
elaboração de um projeto de pesquisa na área de ciências humanas e sociais,
em que encontram-se mais pesquisas de cunho dialético do que positivista e
fenomenológico (GAMBOA, 1999).
       Vale lembras aos aprendizes do fazer ciência, que há casos que os
resultados de pesquisa viabiliza a feitura de um projeto de intervenção
pedagógica ( no caso de ambiente os situações que envolva a aprendizagem)
e intervenção social, mas vale ressaltar que também a casos que a feitura de
projetos de intervenção vai ao encontro da solução ou minimização de
problemas que fazem parte do cotidiano educativo ou social. Neste sentido o
projeto contem as seguintes partes:
      Corpo do Projeto:
      Capa – contendo a identificação dos autores e titulo do projeto
      Identificação: titulo, autor(es), biografia do autor(es), local e endereço
       completo, período de execução, legalidade – qual a legislação que
28



    ampara a execução do mesmo, no caso de pessoa jurídica CNPJ dentre
    outros documentos, parceiros – quando há parceria com instituições
    publicas e particulares nomes de todos e endereço, publico alvo;
   Introdução: fazer um pequeno preâmbulo acerca do projeto e sua
    viabilidade junto a comunidade alvo;
   Justificativa / Problema: deixar bem claro como surgiu a idéia da
    feitura do projeto e qual a sua utilidade junto a comunidade escolar, do
    bairro X, da instituição Y, é bom colocar dados oficiais ( resultados de
    pesquisas de cunho qualitativo ou quantitativo do MEC, IBGE, Fundação
    Getulio Vargas, Fundação Airton Sena dentre outros ) que venham
    comprovar a elaboração e aplicação do projeto;
   Objetivos: geral e específicos que se pretende alcançar na execução do
    projeto junto a clientela alvo;
   Metas: qual o objetivo do projeto a curto e a longo prazo;
   Suporte Teórico: é importante discorrer sobre a problemática que se
    deseja intervir e a possível solução ou minimização do mesmo, para que
    se saiba da intimidade do(s) autor(es) no tratamento do problema;
   Metodologia: o autor(es) deve(m) expor os passos de execução do
    projeto de forma didática, para que se entenda sua operacionalização;
   Recursos Materiais e de Serviços : aqui deve-se dividir em recursos:
    financeiros, didáticos, serviços, material de expediente etc..., contendo
    planilha de custo a ser gasto do inicio ao fim do projeto;
   Cronograma de Execução;
   Avaliação: o autor(es) deve(m) construir um ou vários instrumentos de
    avaliação do projeto como um todo como forma de registro de sua
    aplicabilidade junto a clientela alvo;
   Referencial: livros, periódicos dentre outros materiais utilizados na
    elaboração do projeto em alguns caso monta-se um portfolio do projeto.
29




3 TEXTOS CIENTÍFICOS: TIPOS E APRESENTAÇÃO NORMATIVA.

      O “fazer ciência” no espaço-tempo da academia engloba alguns
aspectos normativos que auxiliam o aprendiz a (re)produzir conhecimentos
científicos. Neste intuito nos respaldamos em Rother & Braga (2001), Pestes
(2003), Conduru & Moreira (2004), Rangel et al (2005), Horn & Diez (2005),
Corrêa & Aviz (2006),        Tozoni-Reis (2006), Normalização de Trabalhos
Acadêmicos (2006) e Teixeira (2007).

3.1 - Tipos de textos científicos

Fichamento: É a transcrição dos trechos mais importantes de um livro.
Sugere-se para se fazer um fichamento ler pelo menos duas vezes o livro para
marcar o que for mais importante, buscando destacar sua essência, seu
objetivo principal. Após a leitura, deve-se transcrever os trechos marcados
sem, contudo, alterar nenhuma palavra. Os trechos marcados devem ser
copiados exatamente como o autor escreveu.
      O fichamento é utilizado na construção de textos científicos, pois permite
que o pesquisador faça o levantamento de bibliografias e de autores que
discutem sua temática de investigação, conseqüentemente montando um
acervo bibliográfico. A apresentação do fichamento é feita em ficha de leitura.


Resenha: A resenha compõe o grupo de metodologias de estudo adotadas na
academia para assegurar as idéias contidas em uma obra acompanhada de
uma análise sobre a mesma. Definir o autor e analisar suas idéias são
condições necessárias para se elaborar uma resenha. O cabeçalho de uma
resenha deve estar contido na parte superior da página.


Resumo – O resumo se constitui da mesma maneira do fichamento, e traz
somente as idéias do autor do livro. Porém, no resumo deve-se escrever com
as próprias palavras as idéias do autor de forma sucinta. Temos o resumo
informativo que tem a finalidade de difundir informações contidas em livros,
artigos ou outros documentos dando condições ao possível leitor a visão geral
do livro, do relatório de pesquisa dentre outros.
30



Artigo científico – Este instrumento é utilizado na e pela academia, e
apresenta também um referencial científico por conter alguns pré-requisitos
necessários que asseguram a cientificidade da argumentação utilizadas no
mesmo. Por este motivo, o artigo é indicado para ser utilizado em revistas e
periódicos especializados. Em sua construção o mesmo segue os seguintes
pré-requisitos:
1- Tema / título;
2- Nome do autor(es) do artigo;
3- Resumo e palavras – chave em português e inglês (abstract);
4- Na primeira página faz-se uma nota de rodapé indicando a procedência do
artigo e identificando as credencias do autor(es) do artigo;
5- O texto do artigo é seguido e contém introdução à temática que será
discutida, desenvolvimento dessa temática e conclusão. Pode o texto ser
separado com sub-itens é obrigatório embasamento teórico com citações
curtas ou longas seguindo as normas de citação da ABNT;
6- No final do texto, fazem-se referências do material bibliográfico utilizado,
seguindo as normas da ABNT.


Paper: É um pequeno artigo científico, embora não apresente subdivisões,
constituindo-se em um texto unitário que não deve ultrapassar dez páginas.
Destina-se à apresentação e à comunicação em congressos, simpósios,
reuniões científicas dentre outros, sujeitos à aceitação por julgamento.


Ensaio: Neste o(s) autor(es) desenvolve(m) uma proposta pessoal (visão)
sobre um determinado assunto, partindo de pressupostos já existentes no meio
cientifico. A finalidade é de expressar a independência com relação ao assunto
discutido na elaboração.


Relatório técnico-científico: É um tipo de relatório (documento) que relata
formalmente os resultados obtidos ou progressos alcançados em uma pesquisa
ou que descreve a situação de uma questão técnico-científica dessa pesquisa.


Dissertação: Destina-se à obtenção do titulo de mestre, tendo como principal
característica o aprofundamento, a sistematização de conhecimentos já
31



apresentados e argumentados com imparcialidade; o tratamento e o
fechamento de uma questão cientifica.


Tese: Uma tese deve identificar, situar, tratar e fechar, de maneira
aprofundada, uma questão cientifica inédita. Destina-se à obtenção do titulo
acadêmico de doutor.


Monografia: É um texto resultante de uma pesquisa científica, uma monografia
traz a identificação, o posicionamento, o tratamento e o fechamento de um
tema (problema) discutido com embasamento teórico aprofundado. Sua
produção é orientada por um professor (orientador) com o título acima de seu
orientado, ou seja, na graduação o professor deverá no mínimo ter o titulo de
especialista na área de discussão do trabalho que será orientado, na pós-
graduação (especialização) o titulo de mestre, no mestrado, doutor, no
doutorado pós-doutorado, para que assim o orientador possa contribuir na
feitura e formação da pesquisa de seu orientando.
      Nos cursos de graduação é comum de se utilizar o termo trabalho de
conclusão de curso – TCC, que se entrega no final do curso, sendo um pré-
requisito para a obtenção do grau de Pedagogia, Licenciado Pleno em Letras,
Bacharel em Ciências Sociais – com ênfase em Sociologia dentre outras áreas
do conhecimento cientifico.


Portfólio: O portfolio é uma seqüência estruturada e sistematizada de imagens
(fotos), figuras, gráficos, tabelas, idéias, textos. Deve ser constituído apenas
por um foco (ciência) para que haja uma vinculação e uma seqüência lógica
entre as partes (textos e etc) nele contidas. O portfólio apresenta a seguinte
estrutura: considerações iniciais, desenvolvimento e considerações finais.

3.2 - Apresentação Gráfica de Textos Científicos

                              Formação Básica


3.2.1 - Impressão
32



        O papel de impressão das monografias de conclusão de curso e demais
trabalhos acadêmicos deve ter o tamanho 210x297mm (modelo A4), ser branco
e apresentar boa qualidade de absorção da tinta. Há casos de cursos
(universidades) que aceitam outra cor de papel em tom claro (papel tipo vergê)
        A impressão deve ser feita somente em um dos lados do papel, com
exceção da folha de rosto cujo verso deve conter a Ficha Catalográfica. A
impressão do texto principal deve ser feita em tinta preta, podendo serem
empregados tons de cinza na formatação dos títulos; outras cores, mormente
as mais vivas, devem ser de uso restrito às eventuais ilustrações, fotos e
tabelas contidas no texto.
        Toda tabela, ilustração, figuras, fotos (imagens) devem conter título,
serem numeradas e conter fonte bibliográfica, no caso de pesquisa de campo
cita-se o locus de investigação e o período de realização. As tabelas
apresentarão numeração seqüencial desde a primeira até a ultima contida no
texto científico. Vale lembrar ao pesquisador iniciante que as possíveis
ilustrações que utilizem em seu texto (tabela, gráfico, foto, figura dentre outras)
precisam de numeração especifica. Exemplo: caso o texto contenha 5 tabelas,
durante o texto todo a contagem irá até cinco, é claro, as fotos em numero de 7
são numeradas de forma independentemente, logo terão a numeração até
sete.


- Listas de gráficos, ilustrações etc.
        As listas são sumário elementos que não os títulos dos capítulos, tais
como gráficos, mapas, tabelas, ilustrações etc; evidentemente, a necessidade
de uma lista vai estar condicionada à existência desses componentes.


3.2.2 - Encadernação
        A encadernação serve para facilitar o manuseio e a conservação das
laudas da monografia e deve ser feita, preferencialmente, com mola espiral e
com o emprego de capas plásticas, sendo a primeira branca e transparente, e
a última, preta e opaca, ou ainda, encadernação em capa dura (tipo livro)
quase sempre solicitada em cursos de pós-graduação.
        Depois de aprovada a monografia, o aluno deverá depositar um volume
da versão definitiva em disquete ou CD no formato Word e entregar junto com
33



o material impresso e encadernado à coordenação de curso ou ao professor
orientador que a encaminhará à biblioteca da instituição.


3.2.3 - Margens
      Adotam-se     as   seguintes    margens-padrão        na   visualização   da
configuração da página do Word: lado esquerdo 3cm, lado superior 3cm, lado
direito 2cm e lado inferior 2cm. No caso da fonte deve ser utilizada, para o
corpo da monografia (ou qualquer outro trabalho científico), as fontes Times
New Roman ou Arial , estilo normal, tamanho 12.


- Espaçamento
      Usar preferencialmente espaço 1,5. O fim de uma seção e o cabeçalho
da próxima são separados por 2 espaços de 1,5 entrelinhas. As citações de
mais de 3 linhas, as notas de rodapé, as referências, as legendas das
ilustrações e tabelas, a ficha catalográfica, a natureza do trabalho, objetivo, o
nome da instituição a que é submetida, a área de concentração devem ser
digitadas em espaço simples. As referências, que ficam no final do trabalho
devem ser separadas entre si por dois espaços simples.

3.2.4 - Paginação
       As páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas não são
numeradas. As numerações começam a partir do inicio do texto, ou seja, da
Introdução ou Considerações Iniciais e sempre começando com um número
ímpar. Os números da paginação ficam no canto superior do lado direito da
folha em algarismos arábicos. Referências, anexos, apêndices, glossário e
índice devem ser incluídos na numeração seqüencial das páginas do texto
principal, ou seja, as páginas que compõem o trabalho seguem duas
numerações:
- os elementos pré-textuais recebem numeração em algarismos romanos,
colocada no centro da margem inferior das páginas. Tal contagem é iniciada
com a folha de rosto, mas esta, por questão de estética, não recebe número;
- o texto principal recebe numeração em algarismos arábicos, colocada na
margem superior direita (junto ao cabeçalho, se houver). A numeração irá
aparecer a partir das Considerações Iniciais (introdução).
34




- Numeração Progressiva

- Capítulos e Seções
      A divisão da monografia em capítulos, seções, dentre outras, tem por
objetivo facilitar a identificação de partes do texto integral, quer para despertar
a atenção do leitor para a idéia central do trabalho, quer para facilitar a sua
localização.
      Sendo assim, não existem regras fixas para sua determinação – divide-
se um texto em capítulos (apresentação em negrito, fonte 14) e sub-capítulos
(apresentação em negrito, fonte normal do texto - 12) quando o autor entender
necessário, conforme perceba que o tema mereça destaque. Não se nomeiam
como capítulos a introdução e a conclusão.
      As seções são classificadas como:
Seções primárias: Principais divisões de um texto (denominadas “capítulos”) e
são formatadas em caixa alta, negritadas. Por serem as principais divisões de
um texto, devem iniciar em páginas diferentes.
      As seções primárias podem ser divididas em seções secundárias; as
secundárias, em terciárias; as terciárias, em quaternárias, etc.
Seções secundárias: divisão do texto de uma seção primária. São formatadas
em caixa alta sem negrito.
Seções terciárias: divisão do texto de uma seção secundária. São formatadas
em caixa baixa com negrito.
Seções quaternárias: divisão do texto de uma seção terciária. São formatadas
em caixa baixa sem negrito.
Seções quinárias: divisão do texto de uma seção quaternária. São formatadas
em caixa baixa com negrito.
      Os títulos dos capítulos e de suas seções (tantas quantas houver) são
apresentados em parágrafos com alinhamento justificado, espaçamento entre
linhas simples, com recuo especial de deslocamento, fontes e espaços
variados conforme seu nível, recebendo numeração em algarismos arábicos.

3.2.5 - No tocante ao uso de aspas, negrito, itálico e sublinhado

1- o emprego de aspas para destacar transcrições de textos;
35



2- o uso do itálico para destacar palavras ou frases em língua estrangeira;
3- o emprego do negrito para destacar o nome de uma monografia ou um de
um capítulo ou subtítulo, bem como palavras de efeito e expressões principais
contidas em um parágrafo;
4- o uso do estilo sublinhado somente para destacar links (vínculos)
empregados em informática.

3.2.6 - No caso dos parágrafos
- Normal: o parágrafo normal deve apresentar a seguinte formatação:
- citação no corpo do texto
      As citações de fontes de consulta com até 3 linhas hão de ser lançadas
no mesmo parágrafo em que são referidas e são identificadas por aspas, sem
alteração na dimensão e na apresentação da fonte. No final da citação coloca-
se a fonte bibliográfica da citação utilizada. Exemplo: (CORRÊA & COSTA,
2007, p. 22), coloca-se a pagina da citação, pois esta se encontra com parte do
texto idêntico ao do autor.
      Sendo as citações mais longas, acima de 3 linhas, não devem ser
inseridas no texto normal, mas destacadas em parágrafo especial, em fonte ou
ponto menor que a do parágrafo normal (fonte 10), com recuo de 4cm do texto
normal e no final da citação identificar a fonte bibliográfica (autor (es), ano:
página).
- notas de rodapé
      Empregam-se notas de rodapé para a inclusão de textos e explicações
de importância não essencial para a compreensão do texto principal, remissões
a outras partes do trabalho (referências cruzadas), advertências, bem como
para indicações bibliográficas, transcrições e idéias contidas em outros
trabalhos.
      A citação em nota de rodapé apresentará numeração seqüencial desde
a primeira até a última, com apresentação da fonte bibliográfica, com fonte 10 e
espaçamento simples.
36



3.2.7 - Títulos
       Título é a designação que se põe no começo da monografia de suas
partes, capítulos e seções, e que indica o tema-objeto do texto a seguir,
servindo para facilitar a identificação do trabalho ou de parte dele.
- Título da monografia
        O título da monografia é inserido na folha de rosto, na seguinte
formatação:
       Parágrafo: centralizado verticalmente; espaçamento entre linhas: um e
        meio sem recuos;
       Fonte: tamanho 16 ou 14, negrito, todas maiúsculas e subtítulo quando
        houver em letra minúscula.
        O título da monografia, evidentemente, não recebe qualquer numeração,
pois é único.



3.2.8 - Estrutura da Monografia (como sugerida pela ABNT para
apresentação de Trabalhos acadêmicos e científicos)

Quadro nº 01 - Elementos Pré-Textuais

                            Proteção externa, que reveste o trabalho, geralmente
                            padronizada pelos cursos / universidades, ou seja, a capa deve
                            ser do mesmo tamanho das páginas do corpo do trabalho (A4),
Capa (obr.)                 de plástico transparente branco, para melhor proteger o
                            documento e para permitir ao leitor a visualização da folha de
                            rosto. Uma capa também deve ser posta após a última página
                            do trabalho, com o mesmo escopo de proteção e manuseio;
                            esta, todavia, deve ser de cor escura, de preferência preta, e
                            opaca.

Lombada (op.)               Informações externas do autor, título.

Folha de rosto (obr.)       Contêm elementos essenciais ao trabalho: título e subtítulo da
                            obra; autor; cidade e ano.

Ficha Catalográfica         Contêm todas as informações da folha de rosto juntamente com
                            nome da instituição, tipo de trabalho acadêmico, código de
(verso da folha de rosto)
                            catalogação, etc.

Errata (op.)                Elemento eventual, é uma lista das folhas e linhas, onde
                            ocorreram erros seguidas das devidas correções

Folha de Aprovação (obr.)   Contêm os elementos da folha de rosto; data de aprovação e
                            nome dos membros da banca examinadora.

Dedicatória (op.)           Contêm o oferecimento do trabalho a determinada pessoa ou
                            pessoas, a critério do autor.
37



Agradecimentos (op.)           O autor faz agradecimentos a pessoas e/ou instituições;

Epígrafe (op.)                 O autor inclui uma citação ou pensamento;

Resumo Nacional (obr.)         É a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de
                               maior interesse e importância;



Resumo Estrangeiro (obr.)      É a versão do resumo em português para um idioma
                               internacional (inglês – Abstract, em francês – Resumée,...)

Lista de ilustrações (op.)     Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de
                               ilustração (quadros, fotografias, gráficos, etc.)

Lista de Tabelas (op.)         Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto.

Lista de abreviaturas e        Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas
siglas (op.) utilizadas no
texto.

Lista de símbolos (op.)        Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com o
                               devido significado.

Sumário (obr.)                 Inclui as seções e partes em que se divide o trabalho, facilita
                               consulta ao documento.
Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006: p.8)

Quadro nº 02 - Elementos Textuais

Introdução ou                  Parte inicial do texto, que apresenta os objetivos da obra, o
Considerações iniciais         método de trabalho ou de pesquisa, etc. Recomenda-se uma
                               breve descrição das partes de que se comporá o
                               desenvolvimento.

Desenvolvimento (              Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada do
discussão da temática em       tema enfocado. O desenvolvimento do trabalho, divisível em
capítulos e seções)            capítulos, é a parte principal da monografia. É ali que o autor
                               faz uma retrospectiva da situação problemática, como ela vem
                               sendo tratada pela comunidade científica (doutrina,
                               jurisprudência etc.), elabora sua crítica e apresenta suas teses,
                               explicando, detalhadamente, suas conclusões. No corpo do
                               texto principal, podem ser inseridos elementos gráficos, fotos,
                               ilustrações etc., desde que sejam essenciais para a sua
                               compreensão; caso contrário, estes devem ser inseridos como
                               anexos.

Conclusão ou                   Parte final do texto, contendo as considerações finais de
Considerações Finais           impressão do pesquisador. A conclusão da monografia destina-
                               se à memorização e fixação das principais partes do trabalho
                               ou à articulação delas com o propósito inicial da pesquisa. É
                               usual que o autor faça uma síntese das conclusões parciais a
                               que chegou, podendo apresentá-las por meio de tópicos
                               concisos.
Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006:p9)
38



Quadro nº 03 - Elementos Pós-Textuais

                               Relação das pesquisas realizadas sobre o tema abordado em
                               ordem alfabética. Em caso de repetição de nomes de autores
Referências
                               ou de monografias com edições diferentes, o texto repetido
                               deve ser substituído por um travessão de 5 espaços seguido de
                               um ponto:

Glossário (op.)                Lista em ordem alfabética de palavras pouco conhecidas com
                               os seus devidos significados.

                               Matéria adicional, acrescentada no fim da monografia a título de
                               esclarecimento, que pode servir de apoio ao mesmo:
Apêndices (op.)
                               questionário de pesquisa, roteiro de entrevista etc...

Anexos (op.)                   Material adicional no final do texto.

                               Relação detalhada no final do trabalho incluindo as listas de
                               autor, título ou assunto. Normalmente os índices somente são
Índices (op.)
                               empregados em trabalhos de maior corpo, com mais de 50
                               laudas.

Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006, p.9)



3.2.9 - Citações em Documentos

       É a forma de fazer menção em um texto de uma informação colhida em
outra fonte (livro, periódico, jornal, vídeo, etc.). Os dados da publicação citada
devem identificar a obra de modo a facilitar sua localização. As citações podem
aparecer no texto, ou em notas de rodapé. As regras gerais de apresentação
são:
- Quando a citação for no corpo do texto, o sobrenome do autor, a instituição
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e
minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, as letras são maiúsculas;
- Quando a citação for direta, é preciso especificar, após a autoria, o ano
seguido de vírgula e a página da citação. Na citação indireta a indicação da
página é opcional;
- As citações diretas de até três linhas devem vir entre aspas duplas no texto.
As aspas simples indicam citação dentro de outra citação;
- As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas
com recuo de 4 cm de margem esquerda com letra menor que o texto e sem as
aspas;
39



- Quando os dados obtidos forem por informação verbal (palestras, debates,
entrevistas) é preciso informar entre parênteses a expressão “informação
verbal”, mencionando-se os dados disponíveis em nota de rodapé.


Citações Diretas

       São transcrições extraídas do texto consultado, respeitando-se as
características formais. Exemplos:
       Para Bogdan & Biklen (1994, p. 30), a “investigação qualitativa a fonte
direta de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento
principal“.
       Bronislaw Malinowski foi o primeiro antropólogo cultural a passar longos
períodos de tempo numa aldeia nativa – observação direta” (BOGDAN ;
BIKLEN,1994, p.25)
                As experiências educacionais de pessoas de todas as idades( bem como
                todo o tipo de materiais que contribuam para aumentar o nosso
                conhecimento relativo a essas experiências), tanto em contexto escolar
                como exteriores à escola, podem construir objeto de estudo. A investigação
                qualitativa em educação assume muitas formas e é conduzida em múltiplos
                contextos. (BOGDAN; BIKLEN,1994, p.16).


Citações Indiretas

       Texto baseado na obra do autor consultado, reproduzindo-se idéias e
informações do documento, sem, entretanto, transcrever as próprias palavras
do autor. Exemplos:
       Para Vianna (1976, p. 27), a alocação de que a hegemonia nasce nas
fábricas pode ser confrontada com o conceito de Marx de “submissão real do
trabalhador ao capital”.
       Moreno (1997) nos mostra que a origem desses núcleos de interesse
pode ser encontrada na cultura grega clássica.
Citação de Citação

       Transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao
original, ou seja, retirada de fonte citada pelo autor da obra consultada. É
preciso indicar o autor da citação, seguido da data e página da obra original, a
expressão latina “apud”, o nome do autor consultado, a data e página da obra
onde consta a citação. Exemplo:
40



                   [...] Autonomia não é apenas a liberdade de se fazer o que se quer, mas a
                   responsabilidade em decidir sobre seu próprio comportamento, identificando
                   e assumindo seus direitos e deveres, incorporando o relacionamento social
                   como recíproco. Os princípios e valores morais ganham assim importância
                   para o desenvolvimento da autonomia. (NOGUEIRA, 1998, p. 23 apud
                   SOUTO, 2002, p. 13)

        Segundo Gomide (apud COSTA, 2004, p. 16) “não é uma habilidade que
todo mundo tem, é preciso gostar de pesquisar e de ler, ser curioso e
especulativo”.


Citação Em Notas de Rodapé

        Aparecem no pé da página do próprio texto. As notas são numeradas
seqüencialmente em algarismos arábicos, sobrescrito (acima da linha). O
tamanho da letra e a entrelinha são menores que o texto. Exemplos:
“No processo ensino-aprendizagem os professores devem estimular seus
aprendizes a leitura”. 3
_________________
3 Entrevista de Corrêa e Costa, transcrita do Jornal o Abelhudo, n. 277, p. 45.


“[...] cada aprendiz possui sua forma de apreender particular. Assim a
metodologia docente deve se adaptar a necessidade do mesmo ou da turma”.
(CORRÊA e MELO, 2006, p. 7).4
__________________

4 CORRÊA, J.C. e COSTA, M. M. Contornos da Didática Critica. Belém: EMA / OPUC, 2006.

- Citação Enfatizando Trechos

        Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta
alteração com a expressão “grifo nosso” entre parênteses após a chamada
da citação, ou “grifo do autor”, caso o destaque já faça parte da obra
consultada. Exemplos:
“Nos dias atuais a internet é uma aliada no processo de pesquisa escolar: o
grande problema é a superabundância de informações nela vinculada”.
(CORRÊA; SANTOS, 2005, p. 82, grifo nosso).
                   As bibliotecas como elementos do sistema educacional necessitam
                   participar ativamente deste processo, buscando caminhos inovativos e
                   criativos para apoiar a aprendizagem a distância e principalmente oferecer
                   aos estudantes que optarem por essa modalidade de ensino oportunidades
                   iguais de acesso às fontes informacionais como oferecidos aos estudantes
41



                 do ensino presencial. (BLATTMANN 2001, apud SOUTO, 2002, p. 16, grifo
                 do autor)

3.2.10 - Elaboração de Referências

      É a representação dos documentos efetivamente citados no trabalho.
Fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece convenções para
transcrição e apresentação da informação originada do documento e de outras
fontes de informação.


1. Livro
- um autor
           LEÃO, Carneiro. Panorama Sociológico do Brasil. Rio de Janeiro: INEP, 1958



- dois autores
           MARCONI, Marina de A. e LAKATOS, Eva M. Fundamentos de
           Metodologia Cientifica. 6ªed. São Paulo: Atlas, 2005.

           BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari. Investigação Qualitativa em
           Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. (Trad.) Maria
           João Alvarez et al. Porto – Portugal: Porto,1994.


- mais de dois autores
           ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência - uma
           perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988.

           RANGEL et al. Orientações Para Produção do trabalho de
           Conclusão de Curso. 2ªed. Curitiba: IESDE, 2005.


- coletânea de vários autores
           COSTA, M. de M. (Org). Linguagem oral e escrita sob a
           perspectiva holística: sala de aula em discussão. Belém: EMA,
           2001.

           CORREA, Julio C. (Coord.). Caminhos e Descaminhos da Ação
           do Mestre aprendiz em sala de aula. Belém: EMA, 2001


2. Capitulo de Livro
           SAFFIOTI, Heleieth I. B. Estar ou Ser Sociólogo In: BARREIRA,
           César (Org.). A Sociologia No Tempo: memória, imaginação e
           utopia.São Paulo: Cortez, 2003. p 146 - 170
42




3. Folheto
            FERREIRA, Mário. Manual de Xadrez Para Iniciantes. Belém,
            Gráfica Elite, 2004. 50f.

4. Folder

            UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ. Biblioteca Central:
            atividades. Belém, 2002.1 folder.

5. Catálogo

            MUSEU DA IMIGRAÇÂO (São Paulo, SP). Catalogo. São Paulo,
            1997. 16p

6. Trabalhos Acadêmicos

            COSTA, Carlos F.C. da S. A Construção do Conhecimento
            Construtivista – Interdisciplinar na Educação Infantil. 1997. 70f.
            Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) –
            Universidade da Amazônia, Belém, 1997.


            MACIEL, Carlos Alberto Batista. Rito, poder e socialização nos
            programas de atendimento aos meninos e meninas de rua.
            2000. 112f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) –
            Departamento de Antropologia, Universidade Federal do Pará,
            Belém, 2000.


            JUSTO G. Z. Biodisponibilidade e Atividade Antineoplástica de
            Novo Modificador da Resposta Biológica, 1996. 218p. Tese (
            Doutorado em Química Orgânica) – Departamento de Química
            Orgânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

7. Trabalhos Apresentados em Eventos

- Considerados no todo

            CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS, 11.,
            2004, Fortaleza.
43



Anais... Fortaleza: CFESS, 2004. 368p.

- Considerados em parte

          PETRELE JUNIOR, Miguel. Pesca na Amazônia. In: SEMINARIO
          INTERNACIONAL SOBRE O MEIO AMBIENTE, POBREZA E
          DESENVOLVIMENTO NA AMAZÔNIA, 5, 1993, Belém. Anais...
          Belém: Governo do Pará, 1992. p. 72-78.

8. Publicação Periódica

- Revista no todo

          CAMINHOS DA TERRA. São Paulo: Peixes, 2006. Mensal. ISSN
          0104 – 1541.

- Artigo de Revista
    Assinado

          GÜNTHER,       Hartmut.   Pesquisa    Qualitativa   Versus   Pesquisa
          Quantitativa: Esta É a Questão?. Psicologia: Teoria e Pesquisa. vol.
          22, nº. 2, p. 201-210. mai. / ago. 2006.

          GENTILI, P. A Indisciplina Como Aliada. Nova Escola, São Paulo,
          nº.149,p16-19, jan./fev.,2002.

    Não Assinado

          VICIO liberado. Veja, São Paulo, nº.1710, p. 75-76, 25 jul.2001.


- Artigo de Jornal
    Assinado

          PALACIOS, Fernando. O Retrocesso Anunciado. O Liberal,Belém, 7
          ago. 2003. Atualidades,p.4

          ALMEIDA, Jaqueline. Violência está diretamente ligada à falta de
          perspectivas dos Jovens.O Liberal. Belém, 05 fev.007. Policia, p.6

OBS.: Segue as mesmas regras de citação livro no caso de mais de um autor.

    Não Assinado
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Metodologia da Pesquisa: Conhecimento, Ciência e Tipos de Pesquisa

  • 1. 1 Júlio César da Silva Corrêa Marilia de Melo Costa Metodologia da Pesquisa I e II
  • 2. 2 Júlio César da Silva Corrêa1 Marilia de Melo Costa2 Revisado pela Profª Ddª Isabel R. Blaskovsky. IEPA. Belém, 2012. 1 Graduado em Pedagogia com Hab. Adm. Escolar pela UNAMA; Especialista em Psicopedagogia e Educação Inclusiva pela UCB; Especialista em Educação Ambiental. Escrevente Datilografo SEDUC de 1987a2000; Diretor da Escola Liberdade Para Aprender 1997/1999; Consultor Pedagógico Creche Escola Espaço Criativo – Serra dos Carajás; Consultor Pedagógico CEMED Belém; Secretário Acadêmico do Curso Bacharelado em Musica da UEPA/Conservatório Carlos Gomes, Coordenador Pedagógico Colégio Elite em Barcarena PA, Coordenador / Diretor Pedagógico Colégio Elite de Belém, Prof. Tutor do Curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar, Psicopedagogia e Educação Inclusivada UCB, Prof. Tutor Curso de Pedagogia da ULBRA 2006/2010; Prof. do Curso de Graduação em Pedagogia – Instituto Ômega de Educação para os Polos Ipixuna, Santana do Capim, Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Membro da Ordem Pachakuty – OPUC. 2 Graduada em Letras/Inglês pela UFPA; Especialista em Gestão Escolar pela UCB; Mestra em Linguística pela UFPA; Doutoranda em Linguística pela USP; Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio do Colégio Elite em Barcarena e Belém.
  • 3. 3 Apresentação A nossa intenção com este livro texto não é realizar um check-up ou triagem das metodologias nem dos tipos existentes de pesquisa, mas sim de oportunizar aos graduandos de Pedagogia, Licenciatura em Letras, Sociologia e afins condições básicas para iniciarem sua busca do conhecimento e da (re)construção deste a partir do ato de pesquisar. Assim, o presente livro texto tem a pretensão de subsidiar e instrumentalizar o aprendiz acadêmico na escolha da metodologia adequada a seu problema de investigação, bem como de possibilitar a feitura dos trabalhos acadêmicos seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que toma por base as normas estabelecidas pela Organização Internacional de Normalização – (International Organization for Standardization – ISO), estando este na graduação ou pós-graduação. Vale ressaltar que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – foi fundada em 1940 e é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, instrumentalizando o pesquisador na (re)construção do conhecimento cientifico. Neste sentido, o pesquisador pode ser comparado a um médico, que na visão de Vernon Coleman (2007) deveria pesquisar no intuito de oferecer a seu paciente o melhor tratamento unindo o melhor que a medicina, seja tradicional, seja alternativa, tem para oferecer de melhor. “Escolha o melhor e descarte o resto” (COLEMAN, 2007, p.7), assim deve ser o iniciante na pesquisa. E o orientador deverá indicar os passos que devem ser percorridos, mas sempre deixar o aprendiz livre para questionar e criar o conhecimento científico. O presente material apresenta-se dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, intitulado Conhecimento e Ciência, discorremos acerca do conhecimento, dos tipos de pesquisas realizadas nas ciências humanas e sociais e de como se dá o “fazer ciência”. No segundo, Projeto de Pesquisa: construção passo a passo, conceituamos e apresentamos dois modelos de projetos de pesquisa. No terceiro e último capitulo, Textos Científicos: tipos e apresentação normativa evidenciamos as regras contidas na ABNT e como realizar citações em um texto de cunho científico. O aprendiz no “fazer ciência” pode a partir de este material lançar-se na (re)construção do conhecimento científico e na elaboração de trabalhos acadêmicos exigidos no espaço- tempo de sala de aula.
  • 4. 4 1. CONHECIMENTO E CIÊNCIA 1.1 - Discutindo acerca do Conhecimento A sociedade em que vivemos, segundo Giddens (1991), é a sociedade da informação e do consumo, e a máxima de Bacon (apud. Correa; Aviz, 2002), “saber é poder”, ainda é uma verdade inconteste. Nossa sociedade hoje valoriza o conhecimento. Segundo Prestes (2003) conhecimento pode ser conceituado como a apreensão intelectual de um fato ou de uma verdade, como o domínio – teórico ou prático – de um assunto, uma arte, uma ciência, uma técnica, dentre outros. 1.1.1 - Tipos de conhecimento: - Conhecimento do Senso Comum ou Popular: podemos afirmar que é o conhecimento espontâneo e natural, ou seja, aquele adquirido por intermédio da experiência de vida este é assistemático, acrítico, sensitivo, superficial (LAKATOS apud CORREA; AVIZ, 2002) O conhecimento popular se baseia em opiniões não comprovadas ou resultantes apenas das expressões do dia-a-dia. É valorativo ( fundamentado em emoções e em estados de animo), ametódico, assistemático, acrítico e impreciso (PRESTES, 2003, p17) Neste sentido, o conhecimento denominado de senso comum ou popular pode ser considerado como sendo prático, estando diretamente relacionado ao cotidiano das ações humanas. Podemos citar como exemplo algumas situações da Amazônia Paraense: criança quando fura o pé em prego para não inflamar, é só colocar cebola na ponta do prego, mulher grávida não coloca chave no bolso pois o bebê nasce com a marca da chave na cabeça. - Conhecimento Filosófico: o conhecimento filosófico encontra-se intimamente ligado pelo uso da razão pura, no sentido de questionar os problemas humanos habilitando o ser humano a realizar a distinção entre o certo e o errado. Neste sentido, “o método utilizado na construção desse tipo de conhecimento é racional, no qual predomina o processo dedutivo que precede a experiência, não exigindo confirmação experimental, mas apenas coerência lógica” (PRESTES, 2003, p.21).
  • 5. 5 O conhecimento filosófico baseia-se no idealismo e no materialismo, originados respectivamente no pensamento de Platão e Aristóteles. Vale ressaltar, que a filosofia (conhecimento filosófico), antes de mais nada, tem a finalidade de compreender a realidade e fornecer conteúdos reflexivos e lógicos das mudanças e transformações dessa sociedade, em outras palavras, filosofar; e este ato engendra a reflexão critica da sociedade, da política e da educação dentre outros. Trujillo (1974) afirma que as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, conseqüentemente esse conhecimento surge da experiência e não da experimentação. - Conhecimento Religioso: denominado de Teológico ou mítico, o conhecimento religioso parte da premissa de que as verdades de que trata são infalíveis ou indiscutíveis (verdades acabadas), pois trazem em seu bojo revelações de divindade(s) (ação sobrenatural). A aceitação do conhecimento religioso se constitui em um ato de fé, haja vista a visão sistemática do mundo, que é discutida como resultado da ação divina (do criador), cujas evidências não se colocam em discussão, tampouco procuram-se verificar. A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das espécies, particularmente do homem, demonstra as abordagens diversas: de um lado, as posições dos teólogos fundamentam-se, nos ensinamentos de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas, fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses. (MARCONI e LAKATOS, 2005, p79). Neste sentido, a verdade de um Cristão Católico será diferente da de um Protestante, que por sua vez se diferencia da de um Evangélico. Assim sendo, as grandes religiões do mundo: Cristianismo, Hinduismo, Budismo, Judaísmo, Islamismo dentre outros apresentaram verdades diferentes e incontestes por que vão ao encontro das verdades contidas em seus textos sagrados. - Conhecimento Artístico: Segundo Prestes (2003), este conhecimento baseia-se na intuição, produzindo emoções, tendo como objetivo maior o sentir e não o pensar. - Conhecimento Científico: É todo conhecimento sistematizado e comprovado. Sua ocorrência evidentemente opõe-se aos demais conhecimentos citados acima, pois, segundo Marconi e Lakatos (2005, p.80), o conhecimento cientifico “constitui-se em conhecimento falível, em virtude de
  • 6. 6 não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente” Para Koche (1997), o conhecimento científico surge da necessidade do homem de não assumir mais uma postura meramente passiva, de testemunha dos fenômenos, sem poder de ação ou controle. Assim cabe ao homem, utilizando seu potencial de raciocínio, propor uma forma sistemática, metódica e crítica da sua função de zelar pelo estar no mundo e com o mundo, compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo. Os tipos de conhecimentos listados acima engendram o “fazer ciência” no espaço-tempo de sala de aula na academia, propondo discussão de temáticas do dia-a-dia social, ou, ainda, apontando soluções ou minimizações de problemas de uma determinada realidade. 1.2 - O Fazer Ciência: pesquisa, métodos e instrumentos Para que possamos entender ou fomentar a pesquisa no espaço-tempo de sala de aula, ou ainda, fomentar ensino-pesquisa-extensão, tríade base da academia, temos que entrever o conceito de ciência. Em sentido amplo, a palavra ciência pode significar, simplesmente, conhecimento, qualquer tipo de saber. Em sentido restrito, ciência não se refere a qualquer tipo de conhecimento, mas aquele que aprende ou registra os fatos, demonstra-os por suas causas constitutivas ou determinantes (PRESTES, 2003, p.23) Sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlatadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar (MARCONI; LAKATOS, 2005, p.80) A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação (TRUJILLO,1974, p8) Os autores apontam para um tipo de conhecimento, que tem como base a identificação das operações mentais e técnicas que possibilitem sua verificação/reprodução, ou seja, possibilitem pesquisar o fato, fenômeno ou situação, conseqüentemente fazer ciência. A ciência é construída e mediada por conhecimentos de diferentes áreas do saber humano, logo, podemos definir ciência como um conjunto de conhecimentos, objetivo, racional, sistemático geral, verificável e falível. A priori
  • 7. 7 a ciência busca chegar à veracidade dos fatos. Neste sentido, caracteriza-se pela verificação; neste ponto diferencia-se dos outros tipos de conhecimentos. Para Kuhn (1996), a ciência reúne em sua trajetória histórica fatos, teorias e métodos que fazem parte de seu arcabouço teórico, em que o ato de pesquisar ou investigar é a base do conhecimento científico, sendo cada passo sistematizado. Pesquisar “é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis em qualquer campo do conhecimento” (ANDER-EGG apud CORREA; AVIZ, 2002, p.17). Assim, pesquisar é indagar, investigar, inquirir, tendo como objetivo a obtenção de respostas mediante a utilização de métodos científicos. Podemos definir método como o caminho para se chegar a determinado fim, e método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento. As ciências possuem os seguintes componentes em seu bojo: A) Objetivo ou Finalidade: preocupação em distinguir a característica comum as leis gerais que regem determinados eventos; B) Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo; C) Objeto: subdividido em: - Material: aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo geral; - Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo objeto material. ( MARCONI; LAKATOS, 2005, p 80-81) A ciência, em decorrência de seus componentes, promove em seu interior classificação e divisa. Em decorrência da diversidade de fenômenos que se deseja estudar ou explicar, surgiram e surgem novos ramos de estudo e ciências específicas. A classificação e a divisão da ciência levam em consideração: objeto de estudo e diferença de enunciados e metodologia empregada. Para um melhor entendimento dessa divisão, organizamos essa divisão no organograma abaixo.
  • 8. 8 Organograma nº. 01 – Classificação e Divisão da Ciência Ciências Formais Factuais Lógica Matemática Naturais sociais Física Antropologia Cultural Química Direito Biologia e Economia outras Política Psicologia Social Sociologia e outras Fonte: Adaptado de Prestes (2003) e Marconi e Lakatos (2005). O organograma propicia ao iniciante no vôo do ato de (re)produzir conhecimento uma visão panorâmica da ciência e assim a possibilidade de escolha do ramo do saber científico que deseja adentrar e investigar. Vale ressaltar que as ciências formais são as que se preocupam com os enunciados, com os estudos das idéias, ao passo que as factuais voltam-se para o estudo dos fatos, tratando de objetos empíricos, de coisas e de processos. É também possível classificar as ciências em conformidade com a sua finalidade. Neste sentido, elas podem ser organizadas em básicas, aplicadas ou técnicas: a primeira tem como finalidade aumentar o conhecimento acerca das leis que regem a natureza, enquanto a segunda engloba as ciências que pretendem compreender fenômenos específicos, objetivando uma maior utilidade prática; e a terceira e última engloba ciências direcionadas à produção humana ou à melhoria da qualidade de vida (PRESTES, 2003).
  • 9. 9 1.2.1 Pesquisa e Métodos no “Fazer Ciência” A ciência encontra-se intimamente ligada à pesquisa, aos métodos utilizados na construção ou constatação de um fenômeno ou fato observado, estudado e investigado. Segundo Tozoni-Reis (2006, p.7) pesquisa significa “investigação e estudo, minudentes e sistemáticos, com fim descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento”, ou ainda, “designa conjunto de atividades que tem como finalidade descobrir novos conhecimentos, seja em que área ou em que nível for” (PRESTES, 2003, p.24). Assim, a pesquisa científica é investigação realizada de forma minuciosa com a finalidade de obter conhecimento específico e estruturado acerca de um determinado assunto ou problema, resultado de observação direta ou indireta de fatos, do registro de variáveis presumidas relevantes para futuras análises. O ato de pesquisar ou de promover uma pesquisa é um processo reflexivo, sistemático, controlado e crítico que conduz o pesquisador à descoberta de novos fatos (conhecimentos) e à percepção de relações estabelecidas entre as condições que determinam o surgimento ou ausência desses fatos. Mas, para se realizar uma pesquisa, temos que, antes de mais nada, escolher um método a seguir. A palavra método provém do latim methodus, methodos que quer dizer estudo metódico de uma ciência, caminho, procura, investigação. Toda pesquisa será construída passo a passo por intermédio do método escolhido. Outro termo que engendra a pesquisa científica é a palavra epistemologia que significa estudo da ciência – do grego episthme = conhecimento, ciência, e logoV = estudo, discurso). É utilizada com duplo sentido: para indicar o estudo da origem e do valor do conhecimento humano em geral (e neste sentido é sinônimo de gnosiologia ou crítica); ou para designar o estudo das ciências físicas e humanas), dos princípios sobre o qual se fundam, dos critérios de verificação e de verdade, do valor dos sistemas científicos.
  • 10. 10 Há três enfoques de pesquisa em Ciências Sociais: o Positivismo, a Fenomenologia e o Marxismo. Os autores Horn; Diez (2005) sintetizaram as pressupostos básicos de cada enfoque, e apresentaremos os mais importantes. - Positivismo: Foi fundado por Auguste Comte tendo como base a “Lei dos Três Estados” que marcou o desenvolvimento do pensar humano: teológico, metafísico e positivo. Os nomes de Littré, Spencer e Mill também são ligados ao Positivismo.  Características principais: - (...) considerar a realidade como formada por partes isoladas, de fatos atômicos, segundo a expressão de Russell & Witgenstein (Atomismo Lógico); - O positivismo não aceita outra realidade que não sejam os fatos, fatos que possam ser observados; - um dos traços mais característicos do positivismo está representado por uma rejeição ao conhecimento metafísico, à metafísica; - Precisamente foi o positivismo lógico que formulou o celebre principio da verificação (demonstração da verdade). Segundo este princípio, será verdadeiro aquilo que é empiricamente verificável, isto é, toda afirmação sobre o mundo deve ser confrontada com dado; - O positivismo estabeleceu distinção muito clara entre o valor e fato. Os fatos eram objeto da ciência. Os valores, como não eram “dados brutos”, e apenas expressões culturais, ficavam de fora do interesse do pesquisador positivista, nunca podiam constituir-se num conhecimento cientifico. (HORN; DIEZ,2005, p. 41-44) - Fenomenologia: A fenomenologia é o estudo das essências, de todos os problemas, tendo como representantes Husserl, Heidegger, Sartre, Merleau- Ponty, dentre outros.  Características principais: - Trata-se de descrever, e não de explicar nem de analisar; (p49) - Questionabilidade do conhecimento; - a fenomenologia exalta a interpretação do mundo que surge intencionalmente à nossa consciência. Por isso, na pesquisa, eleva o ator, com suas percepções dos fenômenos, sobre o observador positivista. (HORN; DIEZ, 2005, p. 49-55) - Marxismo, materialismo dialético e histórico: tem como fundador Karl Marx, seguido por Engels. A idéia do Marxismo compreende precisamente três aspectos principais: o materialismo dialético, o materialismo histórico e a economia política.
  • 11. 11  Características principais: - O materialismo dialético é a base filosófica do marxismo e como tal realiza a tentativa de buscar explicações coerentes, lógicas e racionais para os fenômenos da natureza, da sociedade e do pensamento; - talvez uma das idéias mais originais do materialismo dialético seja a de haver ressaltado, na teoria do conhecimento, a importância da prática social como critério de verdade; - materialismo histórico é a ciência filosófica do marxismo que estuda as leis sociológicas que caracterizam a vida da sociedade, de sua evolução histórica e da prática social dos homens, no desenvolvimento da humanidade (HORN; DIEZ, 2005, p. 58 -60) Os três enfoques supracitados dão base à pesquisa em Ciências Sociais, dando originalidade à investigação, e subsidiando o pesquisador com instrumentos e técnicas diferenciadas. 1.2.2 – Tipos ou Modalidades de Pesquisa A pesquisa segundo Prestes (2003) pode ser classificada em conformidade com o objetivo, com forma de estudo, ou ainda, em decorrência de seu objeto de estudo. Neste sentido nós temos:  Pesquisa quanto aos objetivos: Pesquisa Teórica: a pesquisa teórica é aquela que se dedica a estudar teorias; Pesquisa Metodológica: a pesquisa metodológica preocupa-se em estudar os modos de se fazer ciência; Pesquisa Empírica: a pesquisa empírica é aquela dedicada a codificar o lado mensurável da realidade; Pesquisa Prática, Pesquisa-ação ou Pesquisa-ação-participante: esta modalidade de pesquisa é aquela voltada para a intervenção de uma realidade social, ocorrendo uma interação efetiva e ampla entre pesquisadores e pesquisados. Assim seu objeto de estudo se constitui pela situação social e pelos problemas de naturezas diversas encontrados em tal situação, buscando- se resolver, minimizar, esclarecer a realidade observada (investigada). Levando para o campo educacional esta modalidade de pesquisa, segundo Tozoni-Reis (2006) a metodologia da pesquisa-ação-participante articula, radicalmente, a produção de conhecimentos com ação educativa, isto é, por um lado investiga, produz conhecimentos sobre a realidade a ser
  • 12. 12 estudada e, por outro lado, realiza concomitantemente um processo educativo para o enfrentamento desta realidade. Outro fator importante a ser lembrado que este tipo de pesquisa engendra a pesquisa qualitativa.  Pesquisa quanto à forma de investigação: Pesquisa Exploratória: este tipo de pesquisa configura-se como a que acontece na fase preliminar, o que antecede o planejamento formal estruturado do trabalho de pesquisa. Ela tem como objetivo inventariar mais informações acerca do assunto que será estudado, facilitar a delimitação do tema que será pesquisado, orientar na fixação dos objetivos e no elencamento das hipóteses, ou ainda, viabilizar um novo enfoque para o estudo do assunto da investigação. Pesquisa Descritiva: Neste tipo de pesquisa o pesquisador observa, descreve, analisa, classifica e interpreta os fatos sem sua interferência, logo o pesquisador investiga os fenômenos do mundo físico e humano sem o manipular. Pesquisa Explicativa: este tipo de pesquisa é mais densa, pois extrapola o registro, da análise, da classificação e da interpretação do fenômeno estudado (em estudo). Procura identificar os fatores determinantes do fenômeno, tendo como objetivo o conhecimento profundo da realidade estudada.  Pesquisa quanto ao Objeto: Pesquisa Bibliográfica: este tipo de pesquisa pode ser realizado independentemente ou como parte de qualquer outra pesquisa. Para se efetivar uma pesquisa do tipo bibliográfica, o pesquisador faz um levantamento dos temas e tipos de abordagens já trabalhados por outros estudiosos, assimilando e explorando os aspectos já estudados e publicados, tornando-se relevante levantar e selecionar materiais (fonte bibliográfica) tais como: livros, jornais, revistas, material on line, internet, panfletos, fita de vídeo, DVDs, dentre outras fontes de registro. Esta modalidade de pesquisa é muito comum na área de ciências humanas e sociais, dada a natureza do estatuto epistemológico que compõe esta área. Seu objetivo é buscar compreender as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema-problema ou recorte, considerando-se a produção já existente (HORN ; DIEZ, 2005, p.73)
  • 13. 13 Na pesquisa bibliográfica, embora seja uma modalidade muito particular de pesquisa, não vamos “ouvir” entrevistados nem observar situações vividas, mas “ouvir”, conversar e debater com os autores através de seus escritos. (TOZONII-REIS, 2006, p.30) Pesquisa Experimental ou de Laboratório: neste tipo de pesquisa, que difere dos citados acima, o pesquisador manipula uma ou mais variáveis independentes (causas) sob um controle adequado, com finalidade de observar e interpretar as reações e as modificações ocorridas no objeto de estudo. Vale dizer que o pesquisador interfere diretamente na situação ou fato de estudo. Experimentar ou realizar experimentos significa exercer positivo controle sobre as condições presumivelmente relevantes, relativas a determinado evento; significa reproduzir, repetir fenômenos dentro de um plano de modificações sistemáticas das variáveis independentes, relativamente a determinado evento, com objetivo de descobrir as condições antecedentes responsáveis pelo evento subseqüente, ou efeito, ou variável dependente assumida como objeto de pesquisa (RUIZ, 1982, p.52) Pesquisa de Campo: é desenvolvida principalmente nas Ciências Sociais. Neste tipo de pesquisa o pesquisador lança mão de questionários com perguntas fechadas ou abertas, entrevistas estruturadas ou semi-estruturadas, diário de campo, protocolos verbais, captura de imagens dentre outras. Na pesquisa de campo o pesquisador investiga o pesquisado em seu meio. Tem como finalidade recolher, registrar, ordenar e comparar dados coletados em campo de investigação. É comum este tipo de pesquisa ser utilizada em Sociologia, Psicologia, política, Economia e Antropologia. Tozoni-Reis (2006), cita também outro tipo de pesquisa que não se enquadra na classificação acima, que é a pesquisa documental, em que a fonte de coleta dos dados se dará em um documento que pode ser: histórico, institucional, associativo, oficial dentre outros. Ainda temos Pesquisa do Tipo Histórica e História Oral que engendra instrumentos e técnicas especificas em sua construção. Alguns autores apontam a pesquisa histórica partindo da Documental, ou ainda, sendo ratificada com a Oral (THOMPSON,1992). Para reconstruir a memória ou a história, o historiador pode lançar mão da fotografia (imagem), podendo ser preto e branco ou colorida esta é a “materialização da experiência vivida, doce lembrança do passado, memórias de uma trajetória de vida, flagrantes sensacionais, ou ainda, mensagem codificada em signos tudo isso ou nada disso a fotografia pode ser” (MAUAD,
  • 14. 14 1997, p.314). A fotografia marca uma cultura de um determinado momento da história, seja ela individual seja coletiva, é um documento material que revela a vida material de algum lugar do passado, para o historiador a fotografia deve ser ponto de análise minuciosa que busca relação e interpretação da realidade investigada. Vale dizer que o historiador possui além de fontes documentais e viva outro recurso que são, segundo Jacques Lê Goff (apud MAUAD, 1997), as fontes não–verbais: pinturas, móveis, indumentárias, fotografias, filmes dentre outros. Todo este universo de significação cultura material denomina-se de iconografia, e auxilia na construção da história oral. Ambas possibilitam a formação de memórias coletivas. Podemos afirmar que a pesquisa, seja ela em qual ramo do conhecimento ou modalidade que for realizada, auxilia na mudança qualitativa e quantitativa da realidade social em qual se insere. Como exemplo de pesquisa que revela a realidade, podemos citar a avaliação realizada no Ensino Básico brasileiro que revelou que apenas 0,5% das escolas de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental possuem nota acima de 5,0. Isso corresponde a 166 das 55 mil instituições de ensino do País, e apenas cinco das aprovadas encontram-se na Região Norte e Nordeste, os estados de Pernambuco e Amazonas não têm nenhuma escola bem avaliada. Vale enfatizar que o estudo é oficial, medido pelo Índice de Desenvolvimento da educação – IDEB – Parâmetro da ONU em diversos paises. (RANGEL, 2007) Outro dado de pesquisa que podemos citar como modificador de paradigma social foi o descoberto pela equipe do cientista americano Alan Templeton (biólogo) que afirmou que não há raças entre os humanos, pois as diferenças genéticas entre humanos de diferentes etnias são insignificantes para serem tidas como diferença de raças, indo de encontro à visão tida no contexto social de pretos, brancos e amarelos. A ciência levará anos para derrubar este paradigma do universo social que diferencia e posteriormente discrimina Em minha primeira visita ao Brasil em 1976, eu descobri que a classificação racial usada pelos brasileiros não era a mesma usada nos Estados unidos; que a mesma pessoa poderia ser classificada de forma bem diferente em dois paises (...) Aquela experiência me ensinou então que o conceito de raça não é necessariamente biológico (TEMPLETON apud NORTON,1998, p.2)
  • 15. 15 Assim, a pratica da pesquisa arraigada como prática do desenvolvimento e produção do conhecimento no espaço-tempo de sala de aula seja na academia seja na Educação Básica, deve ser encarada como vínculo primeiro do processo de ensino-aprendizagem. Outro fator que deve ser levado em consideração no momento da pesquisa é a abordagem que o pesquisador pretende escolher no momento da feitura da mesma. Neste sentido temos: Pesquisa Quantitativa: A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa social que utiliza técnicas estatísticas, e normalmente implica a construção de inquéritos via questionário em que se contactam muitas pessoas. A pesquisas quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados (público alvo). Temos como exemplo deste tipo de abordagem as pesquisas realizadas dentro do universo político no intuito de prever intenções de votos de um determinado político ou partido, no lançamento de um novo produto – produção de marketing, no censo populacional, dentre outros. A pesquisa quantitativa trabalha com amostra, ou seja, parcela de uma população, que deve ser representativa das características deste universo com um mínimo de discrepâncias; e também com amostragem, que vem a ser a técnica utilizada para obtenção de amostras representativas com amostragem de uma determinada realidade. Pesquisa Qualitativa: a abordagem qualitativa surge no final do século XIX, diante da indagação dos cientistas sociais se o método de investigação utilizado nas ciências físicas e naturais com sua visão positivista poderia realmente dar conta de estudar os fenômenos humanos e sociais. Günther (2006) citando Dilthey que afirma que “explicamos a natureza, compreendemos a vida mental” (p.212), Hofstätter aponta essa compreensão como sendo ponto de partida para diferenciar a pesquisa qualitativa da pesquisa quantitativa. Dilthey, que era historiador, foi um dos primeiros a fazer esse tipo de indagação e a buscar uma metodologia diferente para ciências sociais, argumentando que os fenômenos humanos e sociais são muitos complexos e dinâmicos, o que torna quase impossível o estabelecimento de leis gerias como na Física ou na Biologia (...) sugere que a investigação dos problemas
  • 16. 16 sociais utilize como abordagem metodológica a hermenêutica, que se preocupa com a interpretação dos significados contidos num texto ( entendido num sentido muito amplo), levando em conta cada mensagem desse texto e suas inter-relações. Weber também contribuiu de forma importante para a configuração da perspectiva qualitativa de pesquisa ao destacar a compreensão (verstehen) como o objetivo que diferencia a ciência social da ciência física. Segundo ele, o foco da investigação deve se centrar na compreensão dos significados atribuídos pelos sujeitos às suas ações. Como Dilthey, ele argumentar que para compreender esses significados é necessário colocá- los dentro de um contexto. (HORN; DIEZ, 2005, p.76). Assim, a idéia de investigar um fenômeno sob o ponto de vista qualitativo é transpor as barreiras explicativas da visão positivista de conhecer, os estudiosos das ciências humanas e sociais denominam a idéia de Dilthey e Weber como sendo idealista – subjetivista, ou ainda, de naturalística e, claro, de qualitativa. A abordagem qualitativa tem suas raízes teóricas na Fenomenologia, em que se encontram presentes as idéias do interacionismo simbólico – termo criado por Herbert Blumer em 1969, da etnometodologia e da etnografia. A fenomenologia enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano permitindo a penetração no cotidiano desses, entrevendo/entendendo quais os sentidos/significação que atribuem a seu universo de vida, podendo assim perceber a realidade socialmente construída. A etnometodologia é uma corrente da Sociologia que tem como um dos representantes mais significativos Harold Garfinkel. A etnometodologia ”não se refere ao método que o investigador utiliza, mas ao campo de investigação. É o estudo de como os indivíduos compreendem e estruturam o seu dia-a-dia” (HORN; DIEZ, 2005, p.78). Neste caso, o pesquisador investiga os métodos que os pesquisados utilizam para entender e construir as realidades que os cercam. A etnografia tem como principal preocupação o significado que as ações e os eventos têm para um determinado grupo social investigado. Etimologicamente falando, a etnografia significa descrição cultural. Para os antropólogos, a etnografia assume dois sentidos: 1 - um conjunto de técnicas que eles usam para coletar dados sobre os valores, os hábitos, as crenças, as práticas e os comportamentos de um grupo social; e 2 - um relato escrito resultante do emprego dessas técnicas (HORN; DIEZ, 2005, p.84).
  • 17. 17 Temos ainda mais dois tipos de pesquisa qualitativa, que são: Estudo de Caso – enfatiza a pesquisa ou conhecimento do particular, o pesquisador seleciona uma determinada realidade para estudo; e Pesquisa- ação/pesquisa-ação-participante – caracteriza-se por um estudo/investigação científica de problemas com o intuito de corrigi-los, (re)orientá-los por intermédio de seu estudo. Bressan (2007), com base em outros autores conceitua o método Estudo de Caso como sendo: (...) não é uma técnica específica. É um meio de organizar dados sociais preservando o caráter unitário do objeto social estudado" (GOODE; HATT, 1969, p.422). De outra forma, TULL (1976, p 323) afirma que "um estudo de caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular".YIN (1989, p. 23) afirma que "o estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas (BRESSAN, 2007, p.5). Vale ainda enfatizar que na abordagem qualitativa a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo-se o investigador em instrumento principal: os investigadores introduzem-se em campo em períodos de tempo longos – como fez o antropólogo cultural Bronislaw Malinowski que o foi primeiro a passar longos períodos de tempo numa aldeia nativa (observação direta) e estabeleceu as bases da antropologia interpretativa com dados colhidos em campo - de posse de instrumentos de gravação de vídeo e áudio e sempre acompanhados de um bloco de notas para realização de anotações (diário de campo). (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Para melhor entendimento da diferença entre as abordagens qualitativa e quantitativa podemos tecer algumas conclusões acerca da abordagem qualitativa: - O estudo e interpretação dos fenômenos sociais tem como objetivo os significados que os sujeitos estabelecem em seu contexto; - Os dados são coletados no contexto em que ocorre o fenômeno; - A análise dos dados colhidos é realizada de preferência concomitantemente ainda com o pesquisador em campo; - As investigações ou estudos apresentam-se quase sempre de forma descritiva, com enfoque na compreensão e interpretação à luz dos significados dos próprios sujeitos e de outras referências afins da literatura;
  • 18. 18 - Na pesquisa qualitativa a priori o pesquisador não estabelece teorias pré- concebidas que venham a explicar o fenômeno antes da análise e da interpretação dos dados; - Na investigação qualitativa deve ocorre uma interação perfeita entre pesquisador-pesquisado em decorrência da entrevista e da observação participante, que são técnicas primordiais no desenvolvimento da abordagem qualitativa de pesquisa; - O pesquisador qualitativo não pode desprezar a utilização dos dados quantitativos e a união deste com os qualitativos. 1.2.3 – Técnicas e Instrumentos de Pesquisa Para que se possa realizar uma pesquisa em ciências humanas e sociais ou áreas afins, o pesquisador deverá saber escolher e aplicar a técnica e os instrumentos na coleta de dados de sua investigação. Mas vale lembrar que em uma investigação a criatividade do pesquisador deve ser levada em consideração o tempo todo. Minayo (1998) denomina essa criatividade de “sopro criativo do pesquisador”. Vale lembrar ao pesquisador que há um rigor acadêmico que deve ser seguido na execução de uma pesquisa, principalmente quando essa é na área educacional, pois cada tipo de pesquisa exige uma literatura especializada, bem como técnicas e instrumentos específicos que vão contribuir para a produção de conhecimentos científicos. Para Tozoni-Reis (2006), o primeiro passo é leitura, análise e interpretação de textos que vão auxiliar o pesquisador na execução da investigação, seja ela de que modalidade ou tipo de pesquisa for, e esse passo exige habilidade, disciplina e competência. A leitura deve ser encarada como uma técnica de pesquisa. Para tanto, faz-se necessário sistematizá-la em sua execução. A leitura, a análise e a interpretação de textos como leitura analítica e interpretativa de métodos de estudos tem como objetivo: - Fornecer uma compreensão global do significado das idéias dos autores; - Treinar a compreensão e a interpretação critica; - Treinar o desenvolvimento do raciocínio lógico; - Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual desenvolvido nos seminários, no estudo dirigido, no estudo individual e em grupos, na
  • 19. 19 confecção de resumos, resenhas, sumários etc. (SEVERINO apud TOZONI- REIS, 2006, p.42) A leitura de textos de cunho teórico que vão ao encontro da investigação realizada dará ao pesquisador uma visão mais abrangente do problema investigado. Severino (1985) nos chama a atenção para que na posterior leitura de textos teóricos, o pesquisador realize uma síntese pessoal da leitura feita, propondo assim uma análise reflexiva do texto, dando-lhe uma interpretação sob sua ótica. A técnica de Observação: Observação não-participante e observação participante. A observação é uma das técnicas mais utilizadas na pesquisa de campo, mas faz-se necessário que o pesquisador sistematize sua observação, ou seja, antes de ir a campo para realizar a observação o pesquisador deve listar os comportamentos a serem observados, dentre outras observações que fará em campo, como forma de não se perder nos seus registros. Segundo Prestes (2003), na observação não participante o pesquisador não interfere na realidade observada, toma o sentido de ser apenas um telespectador que registra os fatos e procedimentos observados, enquanto na observação participante o pesquisador participa da realidade estudada de forma natural, havendo um acolhimento do pesquisador no grupo ou comunidade observada. A entrevista como técnica / método de pesquisa de campo exige um roteiro previamente sistematizado para que quando o pesquisador esteja diante de seu entrevistado não ocorram erros e nem tampouco deixe-se de perguntar informações importantes para a investigação. Outro fator importante, é a escolha do aparelho que será usado na gravação da voz, imagem, imagem-voz do entrevistado onde a marca, tamanho, cor e também como será o registro: VHS, DVD, CD, fita cassete etc... A entrevista pode ser entrevista estruturada é aquela que possui perguntas fechadas a serem feitas aos entrevistados, tornando-se assim um questionário (instrumento de pesquisa em anexo modelo). Em contrapartida, na entrevista semi-estruturada o pesquisador faz apenas um roteiro de
  • 20. 20 entrevista a ser apresentado ao entrevistado, conseqüentemente estabelece um dialogo entre o pesquisador e o entrevistado. Barros; Lehfeld (apud CORRÊA, 2005) nos chama a atenção para o fato de que não há um único método para realizar determinada investigação. A metodologia reflete as condições históricas do momento em que o conhecimento foi construído. Assim o pesquisador pode lançar mão da metodologia que melhor se adapte ao seu problema de estudo. Neste sentido Bunge (apud PRESTES, 2003), nos remete a seguinte observação: seja qual for o método cientifico utilizado, a pesquisa deve seguir as etapas: a) descobrimento do problema ou lacuna em um conjunto de conhecimentos; b) colocação precisa do problema ou, ainda, a recolocação de um velho problema à luz de novos conhecimentos; c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes do problema (dados empíricos, teorias, aparelhos de medição, técnica de medição etc.); d) tentativa de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxilio de instrumento (conceitual ou empírico) disponível; e) investigação da conseqüência da solução obtida; f) prova (comprovação da solução, isto é, confronto da solução com a totalidade das teorias e das informações empíricas pertinentes); g) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta. (BUNGE apud PRESTES, 2003, p.29) As colocações de Bunge denotam os critérios rigorosos que o pesquisador deve assumir no momento de promover a sua pesquisa, seja em qualquer campo do conhecimento científico. Vale ressaltar que há pesquisas em que há a necessidade de capturar imagens (fotos) como forma de ilustrar o campo de investigação. Essa prática é muito utilizada em trabalhos antropológicos. Outros métodos que engendram o “fazer ciência” são os métodos: indutivo – é aquele que se utiliza a indução, processo mental em que, partindo-se de dados particulares, devidamente constatados, pode-se inferir uma verdade geral ou universal não contidas nas partes examinadas – e dedutivo – a racionalização ou combinação de idéias em sentido interpretativo tem mais valor que a experimentação caso a caso, ou seja, utiliza-se a dedução, raciocínio que caminha do geral para o particular.
  • 21. 21 2 PROJETO DE PESQUISA: CONSTRUÇÃO PASSO A PASSO É claro que para ser realizar uma pesquisa de cunho científico temos que, antes de tudo, programar, esquematizar, planejar e isto se fazem construindo um projeto de pesquisa, que dará os contornos da (re)produção do problema que queremos investigar. No projeto, elenca-se o problema que se deseja investigar, justifica-se esse problema, elaboram-se os objetivos que deverão ser atingidos na execução da investigação, faz-se uma discussão prévia - base teórica - de alguns estudos que existam sobre o tema que será abordado, fecha-se a metodologia, detalhando-se os instrumentos que farão parte da pesquisa e monta-se um cronograma de execução. O pesquisador não pode ser esquecer que a feitura do projeto deve seguir rigorosamente as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. O projeto de pesquisa inicia-se com: a) a caracterização do problema (que fazer?) delineado em dimensões técnicas e operacionais viáveis, delimitadas e objetivas; b) o estabelecimento de um conjunto de afirmações conjeturais (hipótese) sobre a relação existente entre as variáveis, na forma de supostas e plausíveis respostas ao problema ou de explicações do fenômeno- problema, em proposições que podem ser testadas, nunca demonstradas ou provadas, a partir de dados e observações levantadas pelo pesquisador para servir como setas indicadoras da definição de objetivos, isto é, respostas de para que fazer? (objetivo geral) e para quem fazer? (objetivos específicos); c) esses objetivos serão atingidos mediante a execução de ações planejadas e desenvolvidas conforme uma metodologia científica que responde o como fazer?, de forma consistente com os cenários da pesquisa, os recursos disponíveis para sua execução e a finalidade ou aplicação esperada dos resultados.(TEIXEIRA, 2007, p.3) Na feitura do projeto de pesquisa alguns elementos são obrigatórios e outros não, também há casos de determinadas instituições adaptarem ou criarem um modelo de projeto para sua instituição. Assim nós iremos representar aqui na íntegra os elementos exigidos por cada autor na feitura de projeto de pesquisa. Projeto de Pesquisa – Modelo nº 01 a) Dados de identificação, contendo: - Titulo (subtítulo) da pesquisa (ainda que em caráter provisório); - Tema;
  • 22. 22 - área de conhecimento; - Subárea (consultar convenção CNPq – http://www.cnpq.br); -Órgão responsável *; - Órgão executor *; - Órgão financiador*; - Órgão interveniente (caso haja)*; - Duração da pesquisa; - Local de realização (da pesquisa); - Custo do projeto*; - Coordenador do projeto* (ou orientador, se for o caso), com suas credencias; - Pesquisador(es), com suas credenciais*; b) Resumo (informativo); c) Justificativa: motivos de ordem teórica que levam à realização da pesquisa, envolvendo a delimitação espacial e temporal do problema (dificuldade proposta que exige delimitação precisa, a fim de que se proponha uma solução, através de métodos e técnicas de pesquisa), bem como a descrição da situação ou realidade a ser pesquisada; d) Embasamento teórico, ou revisão bibliográfica, ou revisão da literatura; e) Delimitação do problema; - Objetivos: geral – delimitação clara do que o pesquisador pretende conseguir através de sua indagação; e específicos – derivados do objetivo geral, apresentam as distintas ações que se devem desenvolver para atingir o objetivo geral. Podem ser imediatos (os que se quer alcançar até o termino da pesquisa) e mediatos (os que se pretende alcançar em um prazo maior, que se estende mesmo após a pesquisa terminada); - Hipóteses: suposições provisórias que servem para tentar explicar o problema; - Variáveis: elementos ou características que variam em um determinado fenômeno; f) Procedimentos, - Amostragem,
  • 23. 23 - população: totalidade de indivíduos (não necessariamente seres humanos, podem ser objetos, por exemplo) que possuem as mesmas características para um determinado estudo; - amostra: uma parte da população, selecionada de acordo com regra ou plano. - Instrumentos, - descrição dos instrumentos: caracterização dos objetos utilizados para coleta de dados, como questionários, entrevistas, etc. - aplicação dos instrumentos: detalhamentos sobre o modo como serão empregados os instrumentos e quem fará. - Levantamento e análise dos dados: modo como serão coletados e interpretados os dados; - Tratamento dos dados: procedimentos para tabulação (processo pelo qual se apresentam os dados obtidos em tabelas); g) Cronograma: indicação do tempo necessário para a realização de cada etapa da pesquisa; h) Referências. OBS.: Os itens com assinalados com asteriscos (*) se referem a projetos institucionais, sendo desnecessários em projetos relativos a investigações que resultam em trabalhos de conclusão de cursos, monografias, dissertações ou teses. Fonte: PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A Pesquisa e a Construção do Conhecimento Cientifico: do planejamento aos textos, da escola à academia. São Paulo: Rêspel, 2003, p. 36-37 Projeto de Pesquisa – Modelo nº 02 Todo projeto de pesquisa possui capa com identificação do autor e instituição, curso e área de conhecimento a qual se destina, mas, como já enfatizamos, há diferenciações de itens exigidos, neste caso iremos nos respaldar nos autores Horn & Diez (2005) que ao nosso ver são mais didáticos na explicação da elaboração de um projeto de pesquisa. Um projeto de pesquisa é uma espécie de carta de intenção, de explicação da proposta do estudo que se pretende realizar; é o esboço que permite prever o lançamento para diante de uma busca teórica que se constitui em condição para qualquer nível de pós-graduação. Assim, configura-se como
  • 24. 24 o planejamento da pesquisa, enquanto a monografia é a sistematização (relatório) do processo e resultado da investigação. (HORN; DIEZ, 2005, p.69) Titulo: nome da pesquisa que será realizada. Tema: Esse item descreverá o objeto de estudo. Deverá evidenciar qual a pesquisa pretendida, elucidando o assunto a abordar, delimitando-o segundo o desígnio de um curso lato senso. Além disso, o tema deve ser redigido com objetividade, exprimindo globalmente a proposta. Dessa forma o tema é mais extenso do que o titulo, pois seu mister é esclarecer a intenção do estudo como sinopse prévia da monografia. Problematização: Problematizar é especificar um ponto para ser resolvido, aquilo que significa contenda, desavença, discussão ou conflito em relação à temática escolhida; portanto, é uma questão, um enunciado que interroga sobre como chegar a uma boa conclusão. Neste sentido, a problematização – antônimo da solução – descreve o aspecto negativo que a realidade mostra, e para modificá-lo resolvendo-o ou minorando-o, busca-se respaldo acadêmico através de um aprofundamento teórico. Justificativa: É constituída pela argumentação sobre a relevância do estudo. Destarte, na justificativa retomam-se problematização e objetivo geral, mostrando a importância da abordagem para encontrar o rumo pensado como solução da questão identificada. Objetivo Geral: De modo lato, o objetivo geral manifesta o rumo do conhecimento acadêmico desejado, abraçando pesquisa e monografia como proposta ampla. Objetivos específicos: Para o cumprimento do objetivo geral, os específicos devem manifestar as etapas previstas para complementar a finalidade almejada. Deve-se planejar um objetivo para cada segmento – capítulo, parte ou seção – da monografia. Objetivo: Manifesta-se objetivo como rumo do estudo, ou seja, do conhecimento acadêmico desejado. Uma vez que é “Projeto de Monografia”, seu objetivo deve refletir-se ao saber. Por isso são adequados os termos pesquisar, estudar, perquirir, investigar, inquirir, indagar, questionar, esclarecer, explicar, etc no lugar de melhorar o desempenho do aluno, alfabetizar, formar ou educar.
  • 25. 25 Revisão de literatura (ou suporte teórico): Neste item – que posteriormente será ampliado e aperfeiçoado para construir o corpo de texto da monografia – deve-se elucidar a temática segundo os vários autores, relacionando-os. Uma revisão bem elaborada mostra as visões das autoridades sobre o assunto, as convergências e divergências dessas visões, como se fosse uma mesa redonda – a simulação de um colóquio entre os teóricos aos quais se teve acesso. Metodologia: O sentido da metodologia é facilitar o cumprimento dos objetivos. É preciso descrevê-la, esclarecendo quais os caminhos escolhidos para o estudo e sua sistematização, ou seja, projetando as possibilidades da travessia pretendida. A opção metodológica decorre do prisma sob o qual se observa o objeto e respalda a pesquisa. Assim, para uma pesquisa de campo, deve-se elucidar, com fundamentação teórica, sobre o universo que lhe é pertinente, os critérios de amostragem, os instrumentos de pesquisa, etc. Uma pesquisa documental deve prever as diversas fontes, categorizando-as segundo autores específicos. Cronograma: Este, em forma de texto ou tabela, consiste no planejamento das etapas de trabalho necessárias à construção do texto monográfico, distribuídas no tempo previsto para o estudo. Assim, é uma previsão do agenciamento das tarefas que permitirá alcançar os objetivos propostos, desde a escolha temática até a redação final. Referências: Todos os autores ou documentos aqui listados devem ter sido evocados no texto. Da mesma forma, todos os autores citados no texto devem estar aqui referenciados. Fonte: HORN, Geraldo Balduino & DIEZ, Carmem Lúcia F. Metodologia da Pesquisa. Curitiba: IESDE, 2005, p 69 -71 Tonzoni-Reis (2006) acrescenta ao projeto de pesquisa o item hipótese(s) que vem logo após a formulação do problema (problematização). A autora conceitua hipóteses como sendo “indagações a serem respondidas na investigação, isto é, são respostas provisórias aos problemas de pesquisa e têm como função principal nortear as investigações” (p64).
  • 26. 26 Luna (1999) afirma que qualquer que seja o referencial teórico ou metodologia empregada na pesquisa, essa deverá apresentar os seguintes requisitos básicos: 1- a formulação de um problema de pesquisa, isto é, de um conjunto de perguntas que se pretende responder, e cujas respostas mostrem-se novas e relevantes teóricas e/ou socialmente; 2- a determinação das informações necessárias para encaminhar as respostas às perguntas feitas; 3- a seleção das melhores fontes dessas informações; 4- a definição de um conjunto de ações que produzam essas informações; 5- a seleção de um sistema para o tratamento dessas informações; 6- o uso de um sistema teórico para interpretação delas; 7- a produção de respostas às perguntas formuladas pelo problema; 8- a indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas( ou seja, por que aquelas respostas, nas condições da pesquisa, são as melhores respostas possíveis ?); 9- finalmente, a indicação da generalidade dos resultados, isto é, a extensão dos resultados obtidos; na medida em que a pesquisa foi realizada sob determinadas condições, a generalidade procura indicar 9 quanto possível) até que ponto, sendo alteradas as condições, podem-se esperar resultados semelhantes.(LUNA,1999, p. 16-17) O autor nos dá condições de entender a dinâmica que envolve a pesquisa ou ato de pesquisar, pois traz à tona uma reflexão acerca: do problema que será investigado, da metodologia que será utilizada na produção da investigação, e ainda, se os resultados obtidos são satisfatórios. Daí a necessidade de planejar as ações que envolveram a pesquisa em si. Planejar significa projetar, elaborar um projeto de pesquisa. Outro ponto vista que deve ser levado em consideração na feitura de uma pesquisa, seja na graduação, seja na pós-graduação, por um estudante (aprendiz), faz-se presente em dois aspectos fundamentais: 1º - o tópico da pesquisa deve cair diretamente no âmbito cultural de sua graduação (secundariamente no da especialização); 2º - o assunto deve surgir da pratica quotidiana que o pesquisador realiza como profissional. (TRIVIÑOS, 1987, p.93) Quando se elabora um projeto de pesquisa deve-se pensar em sua aplicabilidade e em sua viabilidade, logo não há como pesquisar algo a que não se tem acesso ou conhecimento de causa, ou ainda, realizar uma pesquisa partindo sem nenhuma base teórica que refute a necessidade de investigação. Outro fator que deve também ser considerado na feitura da pesquisa é que enfoque o pesquisador (estudantes – aprendizes) deseja seguir em sua investigação. Enfoque Positivista
  • 27. 27 Tema: O Fracasso Escolar Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de Porto Alegre, RS. Formulação do Problema: Existem relações entre o fracasso escolar das escola estaduais de 1º grau da cidade de Porto Alegre – RS – e o nível sócio – econômico da família, escolaridade dos pais, lugar onde está situada a escola, centro ou periferia, sexo dos educandos, anos de magistério dos professores e grau de formação profissional dos mesmos? Enfoque Fenomenológico Tema: O Fracasso escolar Delimitação do problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º da cidade de Porto Alegre,RS. Formulação do Problema: Quais são as causas, segundo a percepção dos alunos repetentes, dos pais e dos professores, do fracasso escolar e o significado que este tem para a vida dos estudantes que fracassaram, segundo estes mesmos, os pais e os educadores das escolas de 1º grau da cidade de Porto Alegre – RS? Enfoque Dialético Tema: O Fracasso Escolar Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de Porto Alegre – RS Formulação do Problema: Quais são os aspectos do desenvolvimento do fracasso escolar a nível local, regional e nacional e suas relações com o processo da educação e da comunidade nacional e como se apresentam as contradições, primordialmente, em relação ao currículo, formação e desempenho profissional dos professores e a situação de lugar da escola, centro ou periferia, dos alunos que fracassam, e especificadamente nas escolas estaduais de 1º grau de Porto Alegre – RS ? (TRIVINOS,1987, p. 96-97) As colocações de Trivinos (1987) elucidam e norteiam a escolha e a elaboração de um projeto de pesquisa na área de ciências humanas e sociais, em que encontram-se mais pesquisas de cunho dialético do que positivista e fenomenológico (GAMBOA, 1999). Vale lembras aos aprendizes do fazer ciência, que há casos que os resultados de pesquisa viabiliza a feitura de um projeto de intervenção pedagógica ( no caso de ambiente os situações que envolva a aprendizagem) e intervenção social, mas vale ressaltar que também a casos que a feitura de projetos de intervenção vai ao encontro da solução ou minimização de problemas que fazem parte do cotidiano educativo ou social. Neste sentido o projeto contem as seguintes partes:  Corpo do Projeto:  Capa – contendo a identificação dos autores e titulo do projeto  Identificação: titulo, autor(es), biografia do autor(es), local e endereço completo, período de execução, legalidade – qual a legislação que
  • 28. 28 ampara a execução do mesmo, no caso de pessoa jurídica CNPJ dentre outros documentos, parceiros – quando há parceria com instituições publicas e particulares nomes de todos e endereço, publico alvo;  Introdução: fazer um pequeno preâmbulo acerca do projeto e sua viabilidade junto a comunidade alvo;  Justificativa / Problema: deixar bem claro como surgiu a idéia da feitura do projeto e qual a sua utilidade junto a comunidade escolar, do bairro X, da instituição Y, é bom colocar dados oficiais ( resultados de pesquisas de cunho qualitativo ou quantitativo do MEC, IBGE, Fundação Getulio Vargas, Fundação Airton Sena dentre outros ) que venham comprovar a elaboração e aplicação do projeto;  Objetivos: geral e específicos que se pretende alcançar na execução do projeto junto a clientela alvo;  Metas: qual o objetivo do projeto a curto e a longo prazo;  Suporte Teórico: é importante discorrer sobre a problemática que se deseja intervir e a possível solução ou minimização do mesmo, para que se saiba da intimidade do(s) autor(es) no tratamento do problema;  Metodologia: o autor(es) deve(m) expor os passos de execução do projeto de forma didática, para que se entenda sua operacionalização;  Recursos Materiais e de Serviços : aqui deve-se dividir em recursos: financeiros, didáticos, serviços, material de expediente etc..., contendo planilha de custo a ser gasto do inicio ao fim do projeto;  Cronograma de Execução;  Avaliação: o autor(es) deve(m) construir um ou vários instrumentos de avaliação do projeto como um todo como forma de registro de sua aplicabilidade junto a clientela alvo;  Referencial: livros, periódicos dentre outros materiais utilizados na elaboração do projeto em alguns caso monta-se um portfolio do projeto.
  • 29. 29 3 TEXTOS CIENTÍFICOS: TIPOS E APRESENTAÇÃO NORMATIVA. O “fazer ciência” no espaço-tempo da academia engloba alguns aspectos normativos que auxiliam o aprendiz a (re)produzir conhecimentos científicos. Neste intuito nos respaldamos em Rother & Braga (2001), Pestes (2003), Conduru & Moreira (2004), Rangel et al (2005), Horn & Diez (2005), Corrêa & Aviz (2006), Tozoni-Reis (2006), Normalização de Trabalhos Acadêmicos (2006) e Teixeira (2007). 3.1 - Tipos de textos científicos Fichamento: É a transcrição dos trechos mais importantes de um livro. Sugere-se para se fazer um fichamento ler pelo menos duas vezes o livro para marcar o que for mais importante, buscando destacar sua essência, seu objetivo principal. Após a leitura, deve-se transcrever os trechos marcados sem, contudo, alterar nenhuma palavra. Os trechos marcados devem ser copiados exatamente como o autor escreveu. O fichamento é utilizado na construção de textos científicos, pois permite que o pesquisador faça o levantamento de bibliografias e de autores que discutem sua temática de investigação, conseqüentemente montando um acervo bibliográfico. A apresentação do fichamento é feita em ficha de leitura. Resenha: A resenha compõe o grupo de metodologias de estudo adotadas na academia para assegurar as idéias contidas em uma obra acompanhada de uma análise sobre a mesma. Definir o autor e analisar suas idéias são condições necessárias para se elaborar uma resenha. O cabeçalho de uma resenha deve estar contido na parte superior da página. Resumo – O resumo se constitui da mesma maneira do fichamento, e traz somente as idéias do autor do livro. Porém, no resumo deve-se escrever com as próprias palavras as idéias do autor de forma sucinta. Temos o resumo informativo que tem a finalidade de difundir informações contidas em livros, artigos ou outros documentos dando condições ao possível leitor a visão geral do livro, do relatório de pesquisa dentre outros.
  • 30. 30 Artigo científico – Este instrumento é utilizado na e pela academia, e apresenta também um referencial científico por conter alguns pré-requisitos necessários que asseguram a cientificidade da argumentação utilizadas no mesmo. Por este motivo, o artigo é indicado para ser utilizado em revistas e periódicos especializados. Em sua construção o mesmo segue os seguintes pré-requisitos: 1- Tema / título; 2- Nome do autor(es) do artigo; 3- Resumo e palavras – chave em português e inglês (abstract); 4- Na primeira página faz-se uma nota de rodapé indicando a procedência do artigo e identificando as credencias do autor(es) do artigo; 5- O texto do artigo é seguido e contém introdução à temática que será discutida, desenvolvimento dessa temática e conclusão. Pode o texto ser separado com sub-itens é obrigatório embasamento teórico com citações curtas ou longas seguindo as normas de citação da ABNT; 6- No final do texto, fazem-se referências do material bibliográfico utilizado, seguindo as normas da ABNT. Paper: É um pequeno artigo científico, embora não apresente subdivisões, constituindo-se em um texto unitário que não deve ultrapassar dez páginas. Destina-se à apresentação e à comunicação em congressos, simpósios, reuniões científicas dentre outros, sujeitos à aceitação por julgamento. Ensaio: Neste o(s) autor(es) desenvolve(m) uma proposta pessoal (visão) sobre um determinado assunto, partindo de pressupostos já existentes no meio cientifico. A finalidade é de expressar a independência com relação ao assunto discutido na elaboração. Relatório técnico-científico: É um tipo de relatório (documento) que relata formalmente os resultados obtidos ou progressos alcançados em uma pesquisa ou que descreve a situação de uma questão técnico-científica dessa pesquisa. Dissertação: Destina-se à obtenção do titulo de mestre, tendo como principal característica o aprofundamento, a sistematização de conhecimentos já
  • 31. 31 apresentados e argumentados com imparcialidade; o tratamento e o fechamento de uma questão cientifica. Tese: Uma tese deve identificar, situar, tratar e fechar, de maneira aprofundada, uma questão cientifica inédita. Destina-se à obtenção do titulo acadêmico de doutor. Monografia: É um texto resultante de uma pesquisa científica, uma monografia traz a identificação, o posicionamento, o tratamento e o fechamento de um tema (problema) discutido com embasamento teórico aprofundado. Sua produção é orientada por um professor (orientador) com o título acima de seu orientado, ou seja, na graduação o professor deverá no mínimo ter o titulo de especialista na área de discussão do trabalho que será orientado, na pós- graduação (especialização) o titulo de mestre, no mestrado, doutor, no doutorado pós-doutorado, para que assim o orientador possa contribuir na feitura e formação da pesquisa de seu orientando. Nos cursos de graduação é comum de se utilizar o termo trabalho de conclusão de curso – TCC, que se entrega no final do curso, sendo um pré- requisito para a obtenção do grau de Pedagogia, Licenciado Pleno em Letras, Bacharel em Ciências Sociais – com ênfase em Sociologia dentre outras áreas do conhecimento cientifico. Portfólio: O portfolio é uma seqüência estruturada e sistematizada de imagens (fotos), figuras, gráficos, tabelas, idéias, textos. Deve ser constituído apenas por um foco (ciência) para que haja uma vinculação e uma seqüência lógica entre as partes (textos e etc) nele contidas. O portfólio apresenta a seguinte estrutura: considerações iniciais, desenvolvimento e considerações finais. 3.2 - Apresentação Gráfica de Textos Científicos Formação Básica 3.2.1 - Impressão
  • 32. 32 O papel de impressão das monografias de conclusão de curso e demais trabalhos acadêmicos deve ter o tamanho 210x297mm (modelo A4), ser branco e apresentar boa qualidade de absorção da tinta. Há casos de cursos (universidades) que aceitam outra cor de papel em tom claro (papel tipo vergê) A impressão deve ser feita somente em um dos lados do papel, com exceção da folha de rosto cujo verso deve conter a Ficha Catalográfica. A impressão do texto principal deve ser feita em tinta preta, podendo serem empregados tons de cinza na formatação dos títulos; outras cores, mormente as mais vivas, devem ser de uso restrito às eventuais ilustrações, fotos e tabelas contidas no texto. Toda tabela, ilustração, figuras, fotos (imagens) devem conter título, serem numeradas e conter fonte bibliográfica, no caso de pesquisa de campo cita-se o locus de investigação e o período de realização. As tabelas apresentarão numeração seqüencial desde a primeira até a ultima contida no texto científico. Vale lembrar ao pesquisador iniciante que as possíveis ilustrações que utilizem em seu texto (tabela, gráfico, foto, figura dentre outras) precisam de numeração especifica. Exemplo: caso o texto contenha 5 tabelas, durante o texto todo a contagem irá até cinco, é claro, as fotos em numero de 7 são numeradas de forma independentemente, logo terão a numeração até sete. - Listas de gráficos, ilustrações etc. As listas são sumário elementos que não os títulos dos capítulos, tais como gráficos, mapas, tabelas, ilustrações etc; evidentemente, a necessidade de uma lista vai estar condicionada à existência desses componentes. 3.2.2 - Encadernação A encadernação serve para facilitar o manuseio e a conservação das laudas da monografia e deve ser feita, preferencialmente, com mola espiral e com o emprego de capas plásticas, sendo a primeira branca e transparente, e a última, preta e opaca, ou ainda, encadernação em capa dura (tipo livro) quase sempre solicitada em cursos de pós-graduação. Depois de aprovada a monografia, o aluno deverá depositar um volume da versão definitiva em disquete ou CD no formato Word e entregar junto com
  • 33. 33 o material impresso e encadernado à coordenação de curso ou ao professor orientador que a encaminhará à biblioteca da instituição. 3.2.3 - Margens Adotam-se as seguintes margens-padrão na visualização da configuração da página do Word: lado esquerdo 3cm, lado superior 3cm, lado direito 2cm e lado inferior 2cm. No caso da fonte deve ser utilizada, para o corpo da monografia (ou qualquer outro trabalho científico), as fontes Times New Roman ou Arial , estilo normal, tamanho 12. - Espaçamento Usar preferencialmente espaço 1,5. O fim de uma seção e o cabeçalho da próxima são separados por 2 espaços de 1,5 entrelinhas. As citações de mais de 3 linhas, as notas de rodapé, as referências, as legendas das ilustrações e tabelas, a ficha catalográfica, a natureza do trabalho, objetivo, o nome da instituição a que é submetida, a área de concentração devem ser digitadas em espaço simples. As referências, que ficam no final do trabalho devem ser separadas entre si por dois espaços simples. 3.2.4 - Paginação As páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas não são numeradas. As numerações começam a partir do inicio do texto, ou seja, da Introdução ou Considerações Iniciais e sempre começando com um número ímpar. Os números da paginação ficam no canto superior do lado direito da folha em algarismos arábicos. Referências, anexos, apêndices, glossário e índice devem ser incluídos na numeração seqüencial das páginas do texto principal, ou seja, as páginas que compõem o trabalho seguem duas numerações: - os elementos pré-textuais recebem numeração em algarismos romanos, colocada no centro da margem inferior das páginas. Tal contagem é iniciada com a folha de rosto, mas esta, por questão de estética, não recebe número; - o texto principal recebe numeração em algarismos arábicos, colocada na margem superior direita (junto ao cabeçalho, se houver). A numeração irá aparecer a partir das Considerações Iniciais (introdução).
  • 34. 34 - Numeração Progressiva - Capítulos e Seções A divisão da monografia em capítulos, seções, dentre outras, tem por objetivo facilitar a identificação de partes do texto integral, quer para despertar a atenção do leitor para a idéia central do trabalho, quer para facilitar a sua localização. Sendo assim, não existem regras fixas para sua determinação – divide- se um texto em capítulos (apresentação em negrito, fonte 14) e sub-capítulos (apresentação em negrito, fonte normal do texto - 12) quando o autor entender necessário, conforme perceba que o tema mereça destaque. Não se nomeiam como capítulos a introdução e a conclusão. As seções são classificadas como: Seções primárias: Principais divisões de um texto (denominadas “capítulos”) e são formatadas em caixa alta, negritadas. Por serem as principais divisões de um texto, devem iniciar em páginas diferentes. As seções primárias podem ser divididas em seções secundárias; as secundárias, em terciárias; as terciárias, em quaternárias, etc. Seções secundárias: divisão do texto de uma seção primária. São formatadas em caixa alta sem negrito. Seções terciárias: divisão do texto de uma seção secundária. São formatadas em caixa baixa com negrito. Seções quaternárias: divisão do texto de uma seção terciária. São formatadas em caixa baixa sem negrito. Seções quinárias: divisão do texto de uma seção quaternária. São formatadas em caixa baixa com negrito. Os títulos dos capítulos e de suas seções (tantas quantas houver) são apresentados em parágrafos com alinhamento justificado, espaçamento entre linhas simples, com recuo especial de deslocamento, fontes e espaços variados conforme seu nível, recebendo numeração em algarismos arábicos. 3.2.5 - No tocante ao uso de aspas, negrito, itálico e sublinhado 1- o emprego de aspas para destacar transcrições de textos;
  • 35. 35 2- o uso do itálico para destacar palavras ou frases em língua estrangeira; 3- o emprego do negrito para destacar o nome de uma monografia ou um de um capítulo ou subtítulo, bem como palavras de efeito e expressões principais contidas em um parágrafo; 4- o uso do estilo sublinhado somente para destacar links (vínculos) empregados em informática. 3.2.6 - No caso dos parágrafos - Normal: o parágrafo normal deve apresentar a seguinte formatação: - citação no corpo do texto As citações de fontes de consulta com até 3 linhas hão de ser lançadas no mesmo parágrafo em que são referidas e são identificadas por aspas, sem alteração na dimensão e na apresentação da fonte. No final da citação coloca- se a fonte bibliográfica da citação utilizada. Exemplo: (CORRÊA & COSTA, 2007, p. 22), coloca-se a pagina da citação, pois esta se encontra com parte do texto idêntico ao do autor. Sendo as citações mais longas, acima de 3 linhas, não devem ser inseridas no texto normal, mas destacadas em parágrafo especial, em fonte ou ponto menor que a do parágrafo normal (fonte 10), com recuo de 4cm do texto normal e no final da citação identificar a fonte bibliográfica (autor (es), ano: página). - notas de rodapé Empregam-se notas de rodapé para a inclusão de textos e explicações de importância não essencial para a compreensão do texto principal, remissões a outras partes do trabalho (referências cruzadas), advertências, bem como para indicações bibliográficas, transcrições e idéias contidas em outros trabalhos. A citação em nota de rodapé apresentará numeração seqüencial desde a primeira até a última, com apresentação da fonte bibliográfica, com fonte 10 e espaçamento simples.
  • 36. 36 3.2.7 - Títulos Título é a designação que se põe no começo da monografia de suas partes, capítulos e seções, e que indica o tema-objeto do texto a seguir, servindo para facilitar a identificação do trabalho ou de parte dele. - Título da monografia O título da monografia é inserido na folha de rosto, na seguinte formatação:  Parágrafo: centralizado verticalmente; espaçamento entre linhas: um e meio sem recuos;  Fonte: tamanho 16 ou 14, negrito, todas maiúsculas e subtítulo quando houver em letra minúscula. O título da monografia, evidentemente, não recebe qualquer numeração, pois é único. 3.2.8 - Estrutura da Monografia (como sugerida pela ABNT para apresentação de Trabalhos acadêmicos e científicos) Quadro nº 01 - Elementos Pré-Textuais Proteção externa, que reveste o trabalho, geralmente padronizada pelos cursos / universidades, ou seja, a capa deve ser do mesmo tamanho das páginas do corpo do trabalho (A4), Capa (obr.) de plástico transparente branco, para melhor proteger o documento e para permitir ao leitor a visualização da folha de rosto. Uma capa também deve ser posta após a última página do trabalho, com o mesmo escopo de proteção e manuseio; esta, todavia, deve ser de cor escura, de preferência preta, e opaca. Lombada (op.) Informações externas do autor, título. Folha de rosto (obr.) Contêm elementos essenciais ao trabalho: título e subtítulo da obra; autor; cidade e ano. Ficha Catalográfica Contêm todas as informações da folha de rosto juntamente com nome da instituição, tipo de trabalho acadêmico, código de (verso da folha de rosto) catalogação, etc. Errata (op.) Elemento eventual, é uma lista das folhas e linhas, onde ocorreram erros seguidas das devidas correções Folha de Aprovação (obr.) Contêm os elementos da folha de rosto; data de aprovação e nome dos membros da banca examinadora. Dedicatória (op.) Contêm o oferecimento do trabalho a determinada pessoa ou pessoas, a critério do autor.
  • 37. 37 Agradecimentos (op.) O autor faz agradecimentos a pessoas e/ou instituições; Epígrafe (op.) O autor inclui uma citação ou pensamento; Resumo Nacional (obr.) É a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior interesse e importância; Resumo Estrangeiro (obr.) É a versão do resumo em português para um idioma internacional (inglês – Abstract, em francês – Resumée,...) Lista de ilustrações (op.) Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração (quadros, fotografias, gráficos, etc.) Lista de Tabelas (op.) Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto. Lista de abreviaturas e Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas siglas (op.) utilizadas no texto. Lista de símbolos (op.) Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com o devido significado. Sumário (obr.) Inclui as seções e partes em que se divide o trabalho, facilita consulta ao documento. Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006: p.8) Quadro nº 02 - Elementos Textuais Introdução ou Parte inicial do texto, que apresenta os objetivos da obra, o Considerações iniciais método de trabalho ou de pesquisa, etc. Recomenda-se uma breve descrição das partes de que se comporá o desenvolvimento. Desenvolvimento ( Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada do discussão da temática em tema enfocado. O desenvolvimento do trabalho, divisível em capítulos e seções) capítulos, é a parte principal da monografia. É ali que o autor faz uma retrospectiva da situação problemática, como ela vem sendo tratada pela comunidade científica (doutrina, jurisprudência etc.), elabora sua crítica e apresenta suas teses, explicando, detalhadamente, suas conclusões. No corpo do texto principal, podem ser inseridos elementos gráficos, fotos, ilustrações etc., desde que sejam essenciais para a sua compreensão; caso contrário, estes devem ser inseridos como anexos. Conclusão ou Parte final do texto, contendo as considerações finais de Considerações Finais impressão do pesquisador. A conclusão da monografia destina- se à memorização e fixação das principais partes do trabalho ou à articulação delas com o propósito inicial da pesquisa. É usual que o autor faça uma síntese das conclusões parciais a que chegou, podendo apresentá-las por meio de tópicos concisos. Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006:p9)
  • 38. 38 Quadro nº 03 - Elementos Pós-Textuais Relação das pesquisas realizadas sobre o tema abordado em ordem alfabética. Em caso de repetição de nomes de autores Referências ou de monografias com edições diferentes, o texto repetido deve ser substituído por um travessão de 5 espaços seguido de um ponto: Glossário (op.) Lista em ordem alfabética de palavras pouco conhecidas com os seus devidos significados. Matéria adicional, acrescentada no fim da monografia a título de esclarecimento, que pode servir de apoio ao mesmo: Apêndices (op.) questionário de pesquisa, roteiro de entrevista etc... Anexos (op.) Material adicional no final do texto. Relação detalhada no final do trabalho incluindo as listas de autor, título ou assunto. Normalmente os índices somente são Índices (op.) empregados em trabalhos de maior corpo, com mais de 50 laudas. Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006, p.9) 3.2.9 - Citações em Documentos É a forma de fazer menção em um texto de uma informação colhida em outra fonte (livro, periódico, jornal, vídeo, etc.). Os dados da publicação citada devem identificar a obra de modo a facilitar sua localização. As citações podem aparecer no texto, ou em notas de rodapé. As regras gerais de apresentação são: - Quando a citação for no corpo do texto, o sobrenome do autor, a instituição responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, as letras são maiúsculas; - Quando a citação for direta, é preciso especificar, após a autoria, o ano seguido de vírgula e a página da citação. Na citação indireta a indicação da página é opcional; - As citações diretas de até três linhas devem vir entre aspas duplas no texto. As aspas simples indicam citação dentro de outra citação; - As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm de margem esquerda com letra menor que o texto e sem as aspas;
  • 39. 39 - Quando os dados obtidos forem por informação verbal (palestras, debates, entrevistas) é preciso informar entre parênteses a expressão “informação verbal”, mencionando-se os dados disponíveis em nota de rodapé. Citações Diretas São transcrições extraídas do texto consultado, respeitando-se as características formais. Exemplos: Para Bogdan & Biklen (1994, p. 30), a “investigação qualitativa a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal“. Bronislaw Malinowski foi o primeiro antropólogo cultural a passar longos períodos de tempo numa aldeia nativa – observação direta” (BOGDAN ; BIKLEN,1994, p.25) As experiências educacionais de pessoas de todas as idades( bem como todo o tipo de materiais que contribuam para aumentar o nosso conhecimento relativo a essas experiências), tanto em contexto escolar como exteriores à escola, podem construir objeto de estudo. A investigação qualitativa em educação assume muitas formas e é conduzida em múltiplos contextos. (BOGDAN; BIKLEN,1994, p.16). Citações Indiretas Texto baseado na obra do autor consultado, reproduzindo-se idéias e informações do documento, sem, entretanto, transcrever as próprias palavras do autor. Exemplos: Para Vianna (1976, p. 27), a alocação de que a hegemonia nasce nas fábricas pode ser confrontada com o conceito de Marx de “submissão real do trabalhador ao capital”. Moreno (1997) nos mostra que a origem desses núcleos de interesse pode ser encontrada na cultura grega clássica. Citação de Citação Transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original, ou seja, retirada de fonte citada pelo autor da obra consultada. É preciso indicar o autor da citação, seguido da data e página da obra original, a expressão latina “apud”, o nome do autor consultado, a data e página da obra onde consta a citação. Exemplo:
  • 40. 40 [...] Autonomia não é apenas a liberdade de se fazer o que se quer, mas a responsabilidade em decidir sobre seu próprio comportamento, identificando e assumindo seus direitos e deveres, incorporando o relacionamento social como recíproco. Os princípios e valores morais ganham assim importância para o desenvolvimento da autonomia. (NOGUEIRA, 1998, p. 23 apud SOUTO, 2002, p. 13) Segundo Gomide (apud COSTA, 2004, p. 16) “não é uma habilidade que todo mundo tem, é preciso gostar de pesquisar e de ler, ser curioso e especulativo”. Citação Em Notas de Rodapé Aparecem no pé da página do próprio texto. As notas são numeradas seqüencialmente em algarismos arábicos, sobrescrito (acima da linha). O tamanho da letra e a entrelinha são menores que o texto. Exemplos: “No processo ensino-aprendizagem os professores devem estimular seus aprendizes a leitura”. 3 _________________ 3 Entrevista de Corrêa e Costa, transcrita do Jornal o Abelhudo, n. 277, p. 45. “[...] cada aprendiz possui sua forma de apreender particular. Assim a metodologia docente deve se adaptar a necessidade do mesmo ou da turma”. (CORRÊA e MELO, 2006, p. 7).4 __________________ 4 CORRÊA, J.C. e COSTA, M. M. Contornos da Didática Critica. Belém: EMA / OPUC, 2006. - Citação Enfatizando Trechos Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a expressão “grifo nosso” entre parênteses após a chamada da citação, ou “grifo do autor”, caso o destaque já faça parte da obra consultada. Exemplos: “Nos dias atuais a internet é uma aliada no processo de pesquisa escolar: o grande problema é a superabundância de informações nela vinculada”. (CORRÊA; SANTOS, 2005, p. 82, grifo nosso). As bibliotecas como elementos do sistema educacional necessitam participar ativamente deste processo, buscando caminhos inovativos e criativos para apoiar a aprendizagem a distância e principalmente oferecer aos estudantes que optarem por essa modalidade de ensino oportunidades iguais de acesso às fontes informacionais como oferecidos aos estudantes
  • 41. 41 do ensino presencial. (BLATTMANN 2001, apud SOUTO, 2002, p. 16, grifo do autor) 3.2.10 - Elaboração de Referências É a representação dos documentos efetivamente citados no trabalho. Fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e de outras fontes de informação. 1. Livro - um autor LEÃO, Carneiro. Panorama Sociológico do Brasil. Rio de Janeiro: INEP, 1958 - dois autores MARCONI, Marina de A. e LAKATOS, Eva M. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 6ªed. São Paulo: Atlas, 2005. BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. (Trad.) Maria João Alvarez et al. Porto – Portugal: Porto,1994. - mais de dois autores ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência - uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988. RANGEL et al. Orientações Para Produção do trabalho de Conclusão de Curso. 2ªed. Curitiba: IESDE, 2005. - coletânea de vários autores COSTA, M. de M. (Org). Linguagem oral e escrita sob a perspectiva holística: sala de aula em discussão. Belém: EMA, 2001. CORREA, Julio C. (Coord.). Caminhos e Descaminhos da Ação do Mestre aprendiz em sala de aula. Belém: EMA, 2001 2. Capitulo de Livro SAFFIOTI, Heleieth I. B. Estar ou Ser Sociólogo In: BARREIRA, César (Org.). A Sociologia No Tempo: memória, imaginação e utopia.São Paulo: Cortez, 2003. p 146 - 170
  • 42. 42 3. Folheto FERREIRA, Mário. Manual de Xadrez Para Iniciantes. Belém, Gráfica Elite, 2004. 50f. 4. Folder UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ. Biblioteca Central: atividades. Belém, 2002.1 folder. 5. Catálogo MUSEU DA IMIGRAÇÂO (São Paulo, SP). Catalogo. São Paulo, 1997. 16p 6. Trabalhos Acadêmicos COSTA, Carlos F.C. da S. A Construção do Conhecimento Construtivista – Interdisciplinar na Educação Infantil. 1997. 70f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade da Amazônia, Belém, 1997. MACIEL, Carlos Alberto Batista. Rito, poder e socialização nos programas de atendimento aos meninos e meninas de rua. 2000. 112f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Departamento de Antropologia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000. JUSTO G. Z. Biodisponibilidade e Atividade Antineoplástica de Novo Modificador da Resposta Biológica, 1996. 218p. Tese ( Doutorado em Química Orgânica) – Departamento de Química Orgânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 7. Trabalhos Apresentados em Eventos - Considerados no todo CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS, 11., 2004, Fortaleza.
  • 43. 43 Anais... Fortaleza: CFESS, 2004. 368p. - Considerados em parte PETRELE JUNIOR, Miguel. Pesca na Amazônia. In: SEMINARIO INTERNACIONAL SOBRE O MEIO AMBIENTE, POBREZA E DESENVOLVIMENTO NA AMAZÔNIA, 5, 1993, Belém. Anais... Belém: Governo do Pará, 1992. p. 72-78. 8. Publicação Periódica - Revista no todo CAMINHOS DA TERRA. São Paulo: Peixes, 2006. Mensal. ISSN 0104 – 1541. - Artigo de Revista  Assinado GÜNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão?. Psicologia: Teoria e Pesquisa. vol. 22, nº. 2, p. 201-210. mai. / ago. 2006. GENTILI, P. A Indisciplina Como Aliada. Nova Escola, São Paulo, nº.149,p16-19, jan./fev.,2002.  Não Assinado VICIO liberado. Veja, São Paulo, nº.1710, p. 75-76, 25 jul.2001. - Artigo de Jornal  Assinado PALACIOS, Fernando. O Retrocesso Anunciado. O Liberal,Belém, 7 ago. 2003. Atualidades,p.4 ALMEIDA, Jaqueline. Violência está diretamente ligada à falta de perspectivas dos Jovens.O Liberal. Belém, 05 fev.007. Policia, p.6 OBS.: Segue as mesmas regras de citação livro no caso de mais de um autor.  Não Assinado