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Caravaggio
o mestre da luz e sombra
        (1571-1610)
Ele viveu pouco, menos de 40 anos. Mas o
 italiano Michelangelo Merisi ficou registrado para
       a posteridade com o nome Caravaggio.
       A arte moderna foi possível, graças à sua
  existência. Poderíamos pensar em Caravaggio
   como um fotógrafo que faz o enquadramento e
cria a iluminação para captar o momento de maior
 intensidade, aquele momento que sintetiza todo
                       drama.
O Pequeno Baco
Doente (1593-1594)-
um auto-retrato, feito
quando Caravaggio
estava gravemente
enfermo- é impossível
dissociar o rapaz real,
suas olheiras, seu
tom de pele
esverdeado. É um ser
humano que está
fantasiado de mito.
Caravaggio emprestava
aos santos e
personagens bíblicos as
fisionomias e aparências
de mendigos, dos pobres,
dos bêbados, dos
cafetões e das
prostitutas.
Contratado para pintar
um São Mateus
escrevendo o Evangelho,
Caravaggio retratou-o
como um velho mendigo
apavorado, que tinha a
mão conduzida por um
anjo, como se não
soubesse escrever.
São Tomé   e   Davi e Golias
Judite e Holoferne (1599)
O rosto de Judite demonstra a barbárie da decapitação,
 além da frieza necessária para a execução desse ato.
Seus mamilos eretos demonstram o arrepio que correm
em sua espinha. Caravaggio cobriu-lhes os seios
posteriormente, conforme comprova o exame feito com
raios X.
Caravaggio foi um
inovador da luz e da
sombra. A luz
protagoniza a obra; ela
surge com muita
violência do meio da
escuridão que domina o
quadro.
O artista usa a luz e as
sombras arbitrariamente,
não somente para realçar
os volumes, mas também
para dar forma às trevas.
Os contrastes criavam
ilimitadas variações de
claro-escuro.
Martírio de São Pedro   e   Flagelação
Orfeu   Narciso
Conversão de São Paulo
Para Caravaggio a pintura devia fixar o
 momento mais dramático, o instante crucial dos
 fatos. Essa era a maneira como a arte poderia
fazer refletir sobre as hipocrisias e conflitos
existentes. A arte não deveria ser algo idealizado,
 mas imiscuir-se na sujeira do mundo, fincar os
pés na lama.
Ele usava um fundo
sempre raso, muito
escuro, por vezes
praticamente negro.
Aplicava focos de luz
intensa sobre os
detalhes, nos rostos ou
membros que dariam o
clímax à cena. Com esse
uso de sombras e luz ele
imanta o espectador para
dentro do quadro. Obriga-
o a participar daquele
instante.
DISCIPLINA DE ARTE

PROF. LISANDRA OLINDA R. NEVES

lisandraolindar@hotmail.com

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Caravaggio

  • 1. Caravaggio o mestre da luz e sombra (1571-1610)
  • 2. Ele viveu pouco, menos de 40 anos. Mas o italiano Michelangelo Merisi ficou registrado para a posteridade com o nome Caravaggio. A arte moderna foi possível, graças à sua existência. Poderíamos pensar em Caravaggio como um fotógrafo que faz o enquadramento e cria a iluminação para captar o momento de maior intensidade, aquele momento que sintetiza todo drama.
  • 3. O Pequeno Baco Doente (1593-1594)- um auto-retrato, feito quando Caravaggio estava gravemente enfermo- é impossível dissociar o rapaz real, suas olheiras, seu tom de pele esverdeado. É um ser humano que está fantasiado de mito.
  • 4. Caravaggio emprestava aos santos e personagens bíblicos as fisionomias e aparências de mendigos, dos pobres, dos bêbados, dos cafetões e das prostitutas. Contratado para pintar um São Mateus escrevendo o Evangelho, Caravaggio retratou-o como um velho mendigo apavorado, que tinha a mão conduzida por um anjo, como se não soubesse escrever.
  • 5. São Tomé e Davi e Golias
  • 7. O rosto de Judite demonstra a barbárie da decapitação, além da frieza necessária para a execução desse ato. Seus mamilos eretos demonstram o arrepio que correm em sua espinha. Caravaggio cobriu-lhes os seios posteriormente, conforme comprova o exame feito com raios X.
  • 8. Caravaggio foi um inovador da luz e da sombra. A luz protagoniza a obra; ela surge com muita violência do meio da escuridão que domina o quadro. O artista usa a luz e as sombras arbitrariamente, não somente para realçar os volumes, mas também para dar forma às trevas. Os contrastes criavam ilimitadas variações de claro-escuro.
  • 9. Martírio de São Pedro e Flagelação
  • 10. Orfeu Narciso
  • 12. Para Caravaggio a pintura devia fixar o momento mais dramático, o instante crucial dos fatos. Essa era a maneira como a arte poderia fazer refletir sobre as hipocrisias e conflitos existentes. A arte não deveria ser algo idealizado, mas imiscuir-se na sujeira do mundo, fincar os pés na lama.
  • 13. Ele usava um fundo sempre raso, muito escuro, por vezes praticamente negro. Aplicava focos de luz intensa sobre os detalhes, nos rostos ou membros que dariam o clímax à cena. Com esse uso de sombras e luz ele imanta o espectador para dentro do quadro. Obriga- o a participar daquele instante.
  • 14. DISCIPLINA DE ARTE PROF. LISANDRA OLINDA R. NEVES lisandraolindar@hotmail.com