2. Naquele belo poema que ouvimos na vigília pascal, o autor do livro do Gênesis recorda-nos a
obra da Criação e acaba-o contemplando: «Assim foram terminados os céus e a terra… No
sétimo dia, Deus repousou de todo o trabalho por Ele realizado» (Gn 2, 1-2).
3. É o shabbat, o dia do Senhor, o dia em que, segundo a antiga Lei, ninguém deveria trabalhar,
«nem tu, nem os teus filhos e filhas, nem o teu escravo ou escravo… nem o estrangeiro que
está dentro das tuas portas» (Dt 5,14). Todos somos chamados a parar, diante das maravilhas
da obra do Senhor Deus.
4. E eis que Deus decide fazer novas todas as coisas (cf. Is 65,17). Na sua bondade infinita, na sua
misericórdia, perante o homem infiel e esmagado pelos nossos pecados, Deus decide enviar o
Seu Filho, o Verbo eterno, Jesus, Filho do homem e Filho de Deus, encarnado, morto e
ressuscitado por nós e para nossa salvação.
5. É um novo “primeiro dia”, em que Deus diz outra vez «Faça-se luz!» (Gn 1,3), não a luz que
destruiu o caos inicial mas a luz sem fim, a luz que brilhará para sempre (cf. Ap 21,23).
É a nova Criação que se inicia. «Este é o dia que o Senhor fez», diz o Salmo 118 (Sl 118-117,24)
que cantamos ao longo de toda a semana pascal.
6. Contudo, nesta nova Criação, nós não somos apenas a mais bela manifestação do poder do
Criador («Deus viu que era muito bom», Gn 1,31), mas fazemos parte do projeto. «Corpo de
Cristo» (1 Co 12,27), «mortos e ressuscitados» com Cristo (cf. Rm 6,4), somos também atores
desta salvação universal.
7. A liturgia oferece-nos cinquenta dias “dos nossos” para contemplarmos este “dia do Senhor”,
para meditarmos e vivermos esta pertença – cinquenta dias de Páscoa! Animemo-nos uns aos
outros para encontrarmos a nossa resposta pessoal a viver este apelo de anunciarmos a luz da
Ressurreição, de nos tornarmos caminho de paz e de salvação para todos os homens e
mulheres «por Deus amados» (cf. Lc 2,14).
Feliz Páscoa
8. Texto – Evangelizo – Música A Barca – J. Antonio– Imagens – Google –
Formatação Altair Castro
12/04/2012