2. O que são proteínas heterólogas
heterólogo (he-te-ró-lo-go) adj (hétero+logo) 1
Que consiste em elementos diferentes.
Expressão heteróloga de proteína significa que uma
proteína é experimentalmente colocado em uma célula que
normalmente não fazem (ou seja, expressa) a proteína.
A expressão de proteínas funcionais em hospedeiros
heterólogos é um desafio da biotecnologia moderna.
3. Proteínas e sua importância
A sequência de aminoácidos bem como a função da
proteína, são determinadas pela sequência de pares de
bases no gene que a codifica. As proteínas são
essenciais à estrutura, à função, e ao
regulamento celular e são também responsáveis pela
homeostasia do organismo.
A expressão heteróloga de proteínas é muito
importante quando se pretende proceder ao estudo
funcional das mesmas.
A utilização de microrganismos geneticamente
modificados, capazes de sintetizar proteínas em grande
quantidade, apresenta, sob o ponto de vista econômico,
uma vantagem considerável em relação aos processos
clássicos de produção.
4. Os sistemas de expressão heteróloga
em proteínas têm vindo a ser
extensivamente utilizados nos dias de
hoje, nomeadamente na produção de
proteínas de interesse do ponto de
vista biotecnológico e medicinal .
EXPRESSÃO HETERÓLOGA DE PROTEÍNAS
5. Expansão e desafios da indústria de
biotecnologia:
produção eficiente e controlada de proteínas
recombinantes
diferentes sistemas de expressão: procariotos e
eucariotos
inúmeras finalidades: diagnóstica, terapêutica e de
prevenção (vacinas)
Tecnologia de DNA recombinante:
obter e combinar genes de uma variedade de fontes
clonar e expressar genes em diferentes hospedeiros
produção de grandes quantidades de proteínas
recombinantes
6. A clonagem de expressão permite obter o produto do gene
clonado.
O produto é utilizado para diferentes fins:
O transcrito da sequência clonada (transcrição in vitro) pode
servir como sonda de hibridação.
•A proteína expressa pode servir para identificar o gene clonado,
numa biblioteca de expressão, por hibridação com o anticorpo
específico.
•O DNA recombinante pode servir para produzir proteínas de valor
comercial.
7. Relembrando:
Clonagem gênica: isolamento, amplificação e
purificação de um gene ou de genes, a partir do
material genético de um dado organismo.
Vetores: veículos de clonagem que permitem que os
fragmentos de DNA a serem clonados sejam
introduzidos e propagados em uma célula hospedeira
adequada.
Célula hospedeira: células de fácil manipulação,
crescimento rápido e constituição genética bem
conhecida (ex: bactérias, leveduras, células de cultura
de tecidos de mamíferos e insetos).
8. Sistemas de expressão de proteínas
recombinantes:
bactérias (Escherichia coli)
leveduras (Pichia pastoris)
baculovírus/células de inseto
cultura de células de mamíferos
células de plantas e plantas transgênicas
animais transgênicos
9. Processo: Escolhendo o vetor
Aplicação da proteína expressada
Características da proteína
Solubilidade e localização celular
Tags
Preparar o vetor
Digestão ou Método
LIC
Preparar o Inserto
Plasmídeo ou DNA
PCR
Clonar o Inserto
no Vetor
Anelamento
Transformação
Transformação em
célula
de expressão
Indução
Determinação tempo e
temperatura
SDS-PAGE
Cultura de
células
Extração
Detergentes
Métodos
Físicos
Purificação
Coluna afinidade
Protases - Tags
10. Procedimento:
Isolar e preparar o DNA;
Escolher o vetor apropriado;
O fragmento de DNA a clonar é introduzido em
vectores de clonagem, formando-se o DNA
recombinante.
O DNA recombinante é inserido na célula hospedeira
– transformação, que possui mecanismos
enzimáticos para a replicação do DNA e para a
síntese protéica;
Selecção e identificação de células que incorporam o
DNA recombinante;
Verificar se a proteína foi expressa;
Remoção e purificação das proteínas. -
11. Escolhendo o vetor
Organismos como plasmídeos, bacteriófagos, cosmídios, BAC (Bacterial
Artificial Chromosome) e YAC (Yeast Artificial Chromosome) utilizados
para transferir DNA/RNA para uma celular hospedeira.
Considerações importantes para escolher o melhor vetor de expressão:
- Aplicação da proteína expressada;
- Informações específicas sobre a proteína a ser expressada (sequência extra de
amina terminal)
- Estratégia de clonagem – preparo do inseto (compatibilidade entre sítio de
restrição e a região de leitura).
- Solubilidade e localização celular (citoplasma, periplasma ou corpo de inclusão)
- um local de reconhecimento onde as endonucleases o irão cortar.
12. Preparando o inserto de DNA
DNA de interesse
Utilizar uma enzima de alta
fidelidade;
Limitar o número de ciclos da reação;
Aumentar a concentração do DNA;
Aumentar a concentração de primers.
13. Células para clonagem E. coli
Vantagens:
Vasto conhecimento da genética e fisiologia
de E. coli
Diversidade de vectores de clonagem
Fácil controlo da expressão génica
Fácil crescimento com elevadas produções
Secreção do produto no meio de cultura
Desvantagens:
Não realiza modificações pós-traducionais e
tem capacidade limitada de formar pontes
dissulfídricas
Atividade biológica e imunogenicidade
podem diferir da proteína natural
Elevado conteúdo de endotoxinas
Falta de um mecanismo de secreção
14. Escolhendo a melhor célula
A escolha da melhor célula competente
depende da natureza da proteína de
interesse:
Proteínas mais sensíveis a ação de
proteases;
Proteínas eucarióticas que possuem códons
próprios, também chamados de raros;
Proteínas insolúveis;
Proteínas tóxicas;
15. Deficiência de Protease
Linhagens B834, BL21, BLR, Origami ™B,
Rosetta™ 2, Tuner™;
São deficientes em proteases que possam
degradar as proteínas durante o processo de
purificação;
Proteínas se tornam mais estáveis nessas
linhagens;
16. Um pedaço de DNA pode ser inserido em
um plasmídeo, se tanto o plasmídeo circular
e a fonte de DNA têm sítios de
reconhecimento para a mesma
endonuclease de restrição.
Vetor de expressão
17. Clonagem num vector de expressão
plasmídico
Um pedaço de DNA pode ser
inserido em um plasmídeo, se
tanto o plasmídeo circular e a
fonte de DNA têm sítios de
reconhecimento para a mesma
endonuclease de restrição.
O plasmídeo e o DNA
estranho são cortados por
esta endonuclease de
restrição (EcoRI neste
exemplo).
Os dois intermediários
recombinar por base o
emparelhamento e estão
ligadas pela ação da DNA
ligase.
18. O vector de expressão tem um
promotor forte, adjacente ao
gene que codifica a proteína, que
origina grandes quantidades de
mRNA.
O DNA recombinante é
introduzido em bactérias,
leveduras, células de inserto, ou
células de mamífero, onde o gene
clonado é transcrito e traduzido
eficientemente.
19.
20. Tag
O tag é uma curta sequência de nucleotídeos que codifica um
peptideo com poucos aminoácidos.
Pode ser adicionado à extremidade N ou C do produto
do gene clonado.
Permite a detecção e purificação de proteínas.
Péptideos de fusão específicos conferem vantagens à
proteína alvo durante a expressão: aumentam a
solubilidade, protegem da proteólise, melhoram a
conformação, aumentam a produção.
São vários os tags utilizados nos vectores de clonagem:
His6
Glutationa-S-transferase (GST)
Proteína de ligação a maltose (MBP)
Proteína verde fluorescente (GFP)
Epítopos
21. Tag adicionado ao inserto
Por engenharia genética, uma tag (epítopo) pode ser
adicionado ao inserto.
22. Detecção de proteínas
A identificação do DNA clonado é feita por
hibridação com um anticorpo específico da
proteína expressa.
23. Recuperando a Proteína
Lise celular
Remoção dos Ácidos Nucléicos
Otimizar a Purificação
Remover os Tags
Armazenar as proteínas em tampão
apropriado.
26. Buster Family
É uma mistura de detergentes, própria para o rompimento
da parede celular de E.coli e liberação das proteínas ativas.
27. Purificação de proteínas com tag
Após obtenção da proteína, esses resíduos devem ser
purificados;
Podem prejudicar a função / forma da proteína;
São removidos por uma protease específica e / ou
coluna cromatográfica.
28. Proteases de remoção
Proteases específicas promovem remoção
eficiente dos resíduos
da proteínas.
São altamente específicas e podem ser
ativadas em baixas
temperaturas
Evita desnaturação da proteína.
29. Fractogel
Purificação eficiente e econômica das
protéinas
Purificação de proteínas em larga
escala;
Purificação de proteínas recombinantes
obtidas da cultura celular
Purificação de vírus
Remoção de resíduos e toxinas
Alta estabilidade química
30. Corpos de Inclusão – Fração
Insolúvel
Corpos de inclusão: tornam a proteína
inativa devido a formação de agregados
insolúveis (ácidos nucléicos, fosfolipídios,
etc); Consequentemente a proteína deve
ser rearranjada para retomar sua atividade;
Métodos convencionais de purificação de
corpos de inclusão são empíricos e
consomem muito tempo do usuário.
iFOLD ™ Protein Refolding System
É um método rápido e
reprodutível de
identificar as condições
de rearranjo da proteína.
31. Gene repórter
Gene repórter é um gene que produz uma proteína
que pode ser detectada e quantificada utilizando um
teste simples.
Utilização de genes repórter na localização de proteínas
recombinantes
Ratinho transgénico com GFP em fusão com uma proteína epitelial
O ratinho contém um transgene marcado com GFP expresso no corpo; o
ratinho fluoresce quando iluminado com luz UV.
32. Atualmente
É possível realizar este processo (com modificações
especificas para cada célula, proteína de interesse e
genoma) em:
Leveduras (Pichia pastoris, Saccharomyces
cerevisiae, entre outras).
células de mamífero (células COS, células CV1,
etc)
baculovírus/células de inseto
células de plantas e plantas transgênicas
animais transgênicos
33. A produção de insulina humana por
ENGENHARIA GENÉTICA
bactéria E. coli Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento - nº 23 - novembro/dezembro
2001
34. vetor de expressão pLMT8.5 construído para a produção
da pró-insulina humana em E. coli.
35. Aumentando a estabilidade da
proteína
Utilize células deficientes de proteases;
Adicione inibidores de proteases durante o processo
de extração
Encontre o melhor tampão de armazenagem
36. Bibliografia
Como melhorar sua Expressão de Proteínas
Recombinantes em E.coli. Paola de Carvalho Braga,
2008.
Clonagem de expressão.
PROTEÍNAS RECOMBINANTES PRODUZIDAS EM
LEVEDURAS. Fernando Araripe Gonçalves Torres. Revista
Biotecnologia.
A produção de insulina humana por ENGENHARIA
GENÉTICA. Beatriz Dolabela de Lima. Revista
Biotecnologia.