1. Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector da Formação
«ESTA É A NOSSA FÉ,
A FÉ DA IGREJA QUE NOS GLORIAMOS DE PROFESSAR»
II Módulo: SACRAMENTOS
*A Graça de Deus e os Sacramentos em geral *
1. A Graça de Deus
Não podemos observar os mandamentos, praticar a virtude e evitar o
pecado só com a nossa força: é necessária a graça de Deus.
Mas o que é a GRAÇA?
- Um dom sobrenatural que Deus nos concede gratuitamente em
virtude dos merecimentos da Redenção de Jesus para efectuar a
obra da nossa salvação.
Podemos considerar duas espécies de Graça:
*Graça santificante - dom sobrenatural, estável e permanente, que
o Espírito Santo infunde em nós, pelos merecimentos da redenção
de Jesus, a fim de tornar a nossa alma 'aceitável' a Deus e herdeira
do Céu.
Podemos perder esta graça quando nos encontramos em pecado
mortal. Sem a graça santificante não há salvação para o Homem.
*Graça auxiliante - é todo o auxílio divino e de momento que nos
incita e nos move, ajudando-nos a praticar a virtude e a fugir do
mal.
A Graça de Deus pode ser obtida por dois meios: pelos sacramentos que
recebemos (graça santificante) e pela nossa oração (graça auxiliante).
2. Nota 1: Para melhor percebermos o que é estar na Graça de Deus, podemos olhar para a Imagem
1. Na parte superior vê-se São Paulo que se tornou fiel à graça de Deus e a mulher Samaritana que
se converteu e viu em Jesus o seu único Senhor. A alma em estado de graça aparece como uma
Virgem com um lírio na mão, olhos fitos no céu e com o Espírito Santo a habitar no seu coração.
Por sua vez, o estado de "não graça", apresenta uma alma em pecado, acorrentada e cujo Demónio
se apoderou do seu coração. Surge também a imagem da traição de Judas pois este voltou as
costas ao Senhor.
2. Os Sacramentos em geral
O Sacramento é um sinal visível da graça invisível, instituído para nossa
salvação. Chama-se de sinal visível da graça porque não só confere graça,
como também a significa e a representa.
Os Sacramentos foram instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo, deixando
neles a virtude dos Seus merecimentos. Com eles, são-nos comunicadas as
graças necessárias para a nossa santificação.
Para fazer o Sacramento são necessárias três coisas: matéria, forma e
intenção do ministro.
- Matéria: é aquilo que se emprega para fazer o sacramento. Por
exemplo, no Baptismo é a água.
- Forma: as palavras que se proferem quando se administra o
Sacramento. Exemplo: "Eu te baptizo em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo".
- Intenção: é a vontade do ministro de fazer o que está a fazer em
Igreja.
Podemos dizer que há duas espécies de Sacramentos:
*Sacramentos de vivos - chamam-se assim porque para os receber
digna e perfeitamente é necessário que a alma esteja em estado de graça.
(Confirmação, Eucaristia, Santa Unção, Ordem e Matrimónio).
*Sacramentos de mortos- são os Sacramentos que estão destinados
aos que se encontram mortos para a Graça de Deus, isto é, que se
encontram em estado de pecado. (Baptismo e Penitência).
3. Há três sacramentos que não se podem receber mais do que uma vez:
Baptismo, Confirmação e Ordem. O Matrimónio poderá ser
administrado mais alguma vez em caso de morte de um cônjuge, apesar de
em algumas passagens bíblicas ser 'sugerido' o estado de viuvez. A Ordem
poderá ser recebida em outros graus (Diaconado, Presbiterado,
Episcopado).
Os primeiros cinco sacramentos podem ser chamados de sacramentos de
necessidade e os dois últimos de livre escolha.
Os efeitos dos sacramentos em nós são os seguintes:
- conferirem a graça santificante;
- aumentar a graça obtida por outro sacramento;
- alguns deles imprimem carácter (Baptismo, Confirmação e Ordem);
- conferem a graça sacramental que apesar de não ser muito
distinta da graça santificante, acrescentam um auxílio divino para se
conseguir o fim do sacramento.
Todos aqueles que recebem os sacramentos recebem o carácter (distinto
de imprimir carácter), todavia só recebem a graça aqueles que se
encontram para isso preparados e dispostos.
Explicando de outra forma, usando um exemplo prático, ao
tomarmos um antibiótico recebemos o carácter/a fórmula para eliminar a
doença. No entanto, se a seguir beber uma bebida alcoólica, ou seja, não
estar disposto a receber o tratamento nem me preparar para isso, não terei
a graça/efeito para ficar curado.