3. A Essência Universal
1 Introdução
A intenção desta obra é chamar a atenção para um fato que
parece bastante óbvio, mas que certamente passa despercebido
para muita gente. Este fato é o nome desta obra, ou seja, “A
Essência Universal”. Como o próprio nome sugere, “A Essência
Universal” é o único insumo que existe na natureza. Em outras
palavras, todas as coisas que existem no universo do micro ao
macrocosmo são constituídas desta essência. Para ser mais
específico, esta obra pretende mostrar porque o seu autor
concluiu que todas as formas materiais existentes, da menor
partícula até as galáxias, são feitas de uma única entidade, ou
seja, que existe uma “Essência Universal”. Para mostrar a
coerência desta suposição, que para o autor é uma certeza, será
adotado o seguinte procedimento: Primeiramente,
apresentaremos evidências da existência desta “Essência
Universal”. Posteriormente, listaremos os seus pré-requisitos
existenciais. Em seguida, identificaremos de maneira clara e
inequívoca a ”Essência Universal”, para mostrar que ela já é
uma velha conhecida nossa. Por último, mostraremos mais uma
faceta desta essência que é imprescindível para o funcionamento
do universo. Sem mais delongas, vejamos quais são os fatos que
suportam a existência desta essência universal.
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2 Evidências Existenciais
A finalidade deste tópico é apresentar fatos que corroborem com
afirmação de que todas as coisas do universo são constituídas
por uma única entidade, isto é, revelar porque todas as coisas do
universo possuem uma mesma essência.
O primeiro fato que nos permite inferir a existência de uma
essência universal é o conhecimento subliminar que nós
assimilamos por causa da necessidade de comer e da
inevitabilidade da morte. A necessidade de comer e a morte nos
induzem a certeza de que nós somos “processadores”, “saída” e
até “entrada” em um imenso sistema. Nós somos
“processadores” porque processamos substâncias captadas do
ambiente, grande parte delas é resíduo cósmico que já foi
processado por outros organismos. Nós também somos “saída”
porque expelimos para o ambiente gases, fluídos, excrementos e
até o nosso corpo por ocasião da nossa morte. É importante
notar que as nossas “saídas” são “entradas” do ponto de vista do
meio ambiente. Esta relação de interdependência sistêmica nos
induz o sentimento de que somos feitos de pó e que ao pó
retornaremos, ou seja, que nós somos sistemas onde entra pó e
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5. A Essência Universal
sai pó. Este sentimento é uma percepção coletiva que no fundo
nos informa que todas as coisas possuem a mesma essência.
O segundo fato que suporta a existência de uma essência
universal está na organização natural. A organização do
universo é incontestável, pois todos os seus componentes do
micro ao macrocosmo são complementares. Não vale dizer que
o funcionamento do universo é caótico, pois esta visão pode ser
apenas fruto do nosso estágio de desenvolvimento cultural. Em
outras palavras, até termos provas reais do contrário, nós
podemos afirmar no máximo que o funcionamento do
mecanismo do universo é desconhecido. As ciências podem no
máximo dizer que a única magia realmente comprovada é que o
universo do micro ao macrocosmo está integralmente
estruturado em conformidade com as leis da natureza. Esta
estruturação é uma evidência que possibilita confirmar a
existência de uma essência universal, pois é fato que a
decomposição estrutural das formas materiais e a redução da
diversidade existencial caminham juntas. Em outras palavras,
quanto mais fundo mergulharmos no microcosmo, menos
possibilidades existenciais serão encontradas, ou seja, quanto
menor for a partícula observada menos componentes ela conterá.
A Física admite tacitamente que a estruturação do universo
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conduz a possibilidade de que todas as coisas sejam feitas da
mesma entidade. Uma prova disto é a construção de um
acelerador de partículas com quase 30 kms de extensão no
CERN na Europa, pois ele tem a finalidade de localizar a menor
porção de matéria que existe, o Bóson de Higgs ou a Partícula
de Deus.
Como se vê, na prática não há conflito entre a percepção
coletiva e a visão científica, pois ambas conduzem ao mesmo
ponto, portanto só falta levantar quais são os pontos relevantes
para que uma essência possa ser considerada universal.
3 Pré-requisitos Existenciais
Este tópico vai apresentar alguns fatos que embasam a certeza
de que todas as coisas do universo são constituídas por uma
única entidade. Para obtê-los vamos começar tentando imaginar
quais seriam as propriedades necessárias para que uma entidade
conseguisse se transformar em todas as coisas do universo.
Primeiramente, esta entidade deveria ser capaz de transformar-
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se em formas materiais. Segundamente, ela também teria que ser
viva, consciente, inteligente, autônoma e sensível. Em outras
palavras, esta entidade deveria ser capaz de suportar corpos e
possuir vontade própria.
Esta essência universal não poderia ser material. Esta restrição é
tão importante quanto as propriedades acima. Há dois motivos
para isto: Primeiro motivo, porque é fato que a capacidade
intervencionista de uma forma depende do seu estágio evolutivo.
Em outras palavras, é sabido que quanto mais simplória a forma
menor é a sua capacidade de interferir no meio ambiente.
Exemplo: Um átomo não tem o nosso poder de transformar o
ambiente, pois a sua estrutura não lhe permite pensar e mobilizar
outras forças como nós fazemos; Segundo motivo, uma essência
universal não pode ser decomposta em nada mais, pois a
existência de qualquer entidade que seja passível de
decomposição está condicionada a existência de outra entidade,
portanto ela não possui autonomia para se transformar sozinha
em todas as coisas materiais do universo.
Em suma, qualquer entidade candidata a essência universal deve
ter vontade própria e ser imaterial, mas com capacidade para se
materializar. Com base nisto, provisoriamente chamaremos a
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“Essência Universal” de “pré-matéria”. Esta conclusão nos
possibilita concluir e afirmar que o Bóson de Higgs ou a
Partícula de Deus não é uma essência universal, pois por menor
que este seja ele sempre será matéria. Agora que já dispomos
das regras básicas para a identificação da “Essência Universal”,
vejamos qual é a única entidade que as satisfaz integralmente.
4 Identificação da Essência Universal
Agora veremos qual é a única entidade que se enquadra no perfil
que foi traçado para a “Essência Universal”. Para isto vamos
recorrer a uma premissa incontestável que pode ser encontrada
na seguinte célebre frase de Lavoisier: “Na natureza nada se
cria, nada se perde, tudo se transforma!” Esta premissa é a
transformação compulsória que a natureza impõe a todos os seus
filhos. Ela é uma evidência de que todas as coisas são efêmeras.
Em outras palavras, a transformação, a morte ou o término de
todas as coisas do micro ao macrocosmo é o ponto de partida
para a identificação de uma entidade que possa ser uma essência
universal. Se partirmos da premissa que todas as coisas se
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9. A Essência Universal
transformam porque são eventos, nós seremos obrigados a
concluir que a “Essência Universal é uma força. Para verificar a
veracidade desta conclusão, primeiramente é necessário explicar
mais claramente o que é um evento. Para ficarmos mais próximo
possível das ciências, podemos dizer que todo evento é um
fenômeno, fato ou acontecimento que é produzido pela ação e
reação de um conjunto de forças. Em outras palavras, a força é a
única entidade habilitada para materializar a realidade. Isto
significa que a força tem que ser imaterial, possuir vontade
própria e materializável, pois estes são os pré-requisitos
existenciais para qualquer entidade que seja candidata a
“Essência Universal”.
A única força com as propriedades necessárias para ser
enquadrada como “Essência Universal” é o tempo. Esta
afirmação pode parecer estranha, pois nós estamos acostumados
a enxergar o tempo apenas como um tapete onde ocorrem todos
os eventos ou como uma unidade referencial para medir-se a
duração de eventos e não como uma força viva. Entretanto,
antes de tudo é importante perceber que todo evento é um
movimento temporal. A expressão “movimento é temporal” é
uma redundância que foi intencionalmente empregada para
destacar o papel do tempo na realidade, pois os termos fatos,
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fenômenos ou acontecimentos sempre designam entidades
temporais. O tempo é a única entidade capaz de produzir
movimentos temporais, pois é incontestável que: “filho de peixe,
peixinho é”. O tempo é a única entidade que consegue se
converter em todas as coisas, porque além de imaterial ele
também é consegue se materializar através de eventos. Ainda
temos uma pendência, isto é, como se provar que o tempo
também possui vontade própria? Para conseguir isto, seria
necessário explicar toda a estrutura e o funcionamento da
natureza. Isto não será feito nesta obra. Entretanto, vamos
mostrar outra maneira que também permite enxergar a coerência
da nossa proposição. Para isto consideremos a seguinte
expressão que é muito trivial: “Deixe o tempo resolver isto”. Ela
reflete a nossa percepção subliminar de que as coisas são
naturalmente conduzidas pela vontade do tempo. Caso esta
percepção seja insuficiente como evidência, convém notar que o
universo é o maior evento que existe e que o seu movimento
temporal conhecido por evolução, só pode ser justificado, se for
conduzida por uma vontade. Em outras palavras, a organização e
o funcionamento universo são tão complexos, que não creditá-
los a uma vontade é o mesmo que se desprezar a estatística
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como ciência, pois a probabilidade de ocorrência casual de um
evento desta magnitude é igual a zero.
Em Suma, apesar da deficiência argumental acima, excetuando-
se o tempo não há nenhuma outra entidade que tenha as
qualificações necessárias para pleitear a função de “Essência
Universal”. Esta capacidade será reforçada no próximo tópico
por meio de uma argumentação que é bem mais accessível a
todos.
5 A Essência Vital
Neste tópico veremos porque o tempo também pode ser
considerado a nossa “Essência Vital”. Para conseguir mostrar
isto, precisaremos recordar os seguintes conceitos, que foram
passados anteriormente: O primeiro conceito é que todas as
coisas são eventos, pois todas elas são efêmeras, inclusive os
seres humanos. O segundo conceito é que todos os eventos são
movimentos temporais realizados por uma força que consegue
se transformar em qualquer coisa. Agora precisamos analisar
como respondemos a seguinte pergunta: O que sou? Sempre que
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nós tentamos responder esta pergunta, nós conseguimos
descobrir apenas as três categorias de fatos a nossa história, os
nossos sentidos e o nosso poder de gerar e sentir eventos. Estas
três categorias de fatos podem ser relacionadas aos dois
conceitos acima da seguinte maneira:
a) Toda história é uma cadeia de eventos
interdependentes, portanto toda história é suportada por
uma força.
b) Como nós somos movidos por sentimentos, eles são
evidências da vontade intrínseca a nossa essência ou
força vital.
c) O nosso poder é fruto de uma força, pois nós também
somos filhos da natureza e esta é a única possibilidade
existente para gerar e sentir eventos. A força somente é
capaz de gerar e sentir eventos porque tem vontade
intrínseca.
Partindo da premissa que inclusive nós somos eventos, nós
também somos obrigados a admitir a possibilidade de que a
nossa essência vital seja a mesma força dotada de vontade
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própria que constitui tudo mais no universo. Em outras palavras,
o tempo também é a nossa essência, isto é, o tempo é a essência
vital humana. Para tornar esta possibilidade mais fácil de aceitar
podemos acrescentar ainda o seguinte argumento: A gente
somente consegue falar sobre eventos, porque os verbos podem
apenas as ações dos eventos e descrever situações, isto é, fatos
temporais, ou seja, eventos.
Com base em tudo que foi visto já é possível apresentar uma
visão panorâmica da realidade onde o tempo é o único agente. O
próximo tópico empregará uma analogia bem simples para
facilitar a compreensão desta visão.
6 Considerações Finais
Para facilitar a compreensão das idéias aqui apresentadas e
mostrar a viabilidade de que o tempo seja uma essência
universal, nós podemos ver o universo como um imenso origami
multidimensional. O termo “Origami” é de origem japonesa e
serve para designar esculturas feitas por meio de dobradura de
papel. Nesta analogia o tempo é o único papel que existe com
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autonomia para dobrar-se sozinho em todas as esculturas físicas,
químicas e biológicas que constituem o universo.
Evidentemente, isto significa que só é possível ter uma visão
holística do universo, se soubermos em detalhes como o tempo
faz para se transformar em todas as coisas. Para descobrir isto, o
autor desta obra por mais de 35 anos, aplicou os seus
conhecimentos na área de sistemas de processamento de dados e
de telecomunicações para entender a engenharia da natureza.
Este estudo produziu “A Teoria do Big Brain”. Esta é a primeira
e única obra que consegue explicar de forma contemporânea e
totalmente estruturada todo o universo. Para saber mais visite o
site www.ateoriadobigbrain.blogspot.com.
“Nada é eterno, tudo é evento, tudo é tempo”
Jairo Alves
http://sites.google.com/site/jairoalvesbigbrain/
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