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TRANSFERENCIA DE EMBRIÃO EM EQUINOS
1
FERREIRA, Livia da Silva Guerçoni
2
BROMERSCHENKEL, Ingrid
RESUMO
A transferência de embrião (TE), trata-se de uma ferramenta do melhoramento
genético, para a espécie equina apresenta relevante importância vez que a mesma
tem se tornado responsável pelo crescimento mundial da equideocultura. Com a sua
utilização apresenta-se ganho na eficiência reprodutiva, com índices de fertilidades
maiores que 75% aos 15 dias, trata-se de uma técnica em constante evolução,
dessa forma presencia-se o aprimoramento das raças e seus cruzamentos. Baseia-
se no princípio da multiplicação da progênie de fêmeas consideradas superiores
dentro de um rebanho. Obtém-se embriões de uma fêmea doadora para em seguida
transferi-los para fêmeas receptoras, com a finalidade de completar o período de
gestação. Técnica altamente rentável capaz de melhorar geneticamente o rebanho.
Palavras-chave: biotécnica; equideocultura, melhoramento genético.
ABSTRACT
The embryo transfer (ET), it is a breeding tool for equine species, has great
importance since it has become responsible for the global equideocultura growth.
With its use presents gain in reproductive efficiency, with higher fertility rates of 75%
at 15 days, it is a technique constantly evolving, improving in this way is presence-
breeds and their crosses. It is based on the principle of multiplication of female
progeny considered superior within a herd. Embryos obtained from a female donor to
then transfer them to recipient females, in order to complete the gestation period.
Highly profitable technique to genetically improve the herd.
Keywords: biotech; equideocultura, breeding.
1
Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Noroeste Paulista.
2
Docente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Noroeste Paulista.
2
INTRODUÇÃO
Buscando entender o conceito de transferência de embrião (TE), é preciso
saber que esta teve seu desenvolvimento nos meados dos anos 70 e desde então
vem sendo cada vez mais difundida. A eficiência de um programa de TE é
determinada pelos índices de recuperação embrionária e taxa de prenhez. A
receptora de embrião consiste no ponto crítico do programa de TE, e a correta
seleção deste elo (fundamental) da cadeia é imprescindível para o sucesso da
técnica (BORTOT, 2013).
Segundo Evangelista (2012), a técnica de TE, inicia-se com a coleta de um
embrião, portanto utiliza-se uma fêmea doadora e está torna-se ideal por ser
geneticamente superior, em seguida faz-se a transferência deste para uma fêmea
receptora, encarregada de levar a gestação a termo. Essa biotécnica tem sido muito
utilizada na indústria equina. Constantemente a mesma vem passando por estudos
e aperfeiçoamentos. Historicamente a primeira descrição do TE em éguas foi em
1972 e, seu uso comercial iniciou-se em 1980 e atualmente o Brasil é considerado o
maior produtor de embriões equinos do mundo com cerca de 40 centros de TE em
equinos, em sua maioria concentrados nos estados de Minas Gerais e São Paulo.
No Brasil, as raças mais utilizadas são Mangalarga Marchador, Campolina,
Quarto de Milha e Mangalarga Paulista. O uso do sêmen refrigerado e transportado
é uma necessidade, devido à tendência de os garanhões pertencerem a diversos
proprietários (LOSINNO; ALVARENGA, 2009).
Outros países que também se destacam na técnica de produção de embriões
são a Argentina e os Estados Unidos. Segundo a última publicação do Comitê
Estatístico da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS), em
2010 o Brasil foi responsável por 43% das TE em equinos no mundo, a Argentina,
por 29% e os EUA, por 18% (EVANGELISTA, 2012).
2.REVISÃO DE LITERATURA
Buscando a origem histórica da transferência de embriões, o seu registro
encontra no ano de 1890, sendo a mesma realizada em mamíferos, por um método
cirúrgico, realizada pelo cientista Walter Heape, na Inglaterra, este por sua vez fez a
retirada de embriões de uma coelha Angorá, utilizando apenas uma lente de
aumento para identificá-los no oviduto, e os implantou em uma lebre Belgian Hare
3
recém-coberta, que deu à luz a 2 coelhos Angorá e 4 lebres Belgian,
consequentemente este provou que é possível retirar embriões não implantados e
transferi-los a um ambiente gestacional, sem afetar seu desenvolvimento (BORTOT,
2013).
A utilização em embriões equinos foi registrada historicamente em 1972, em
um estudo com 45% de taxa de recuperação de embriões, pelo método não
cirúrgico. Estes foram transferidos, também pelo método não cirúrgico, porém sem
sucesso de prenhez (CARMO, 2006).
Em seu trabalho Evangelista (2012), cita que dois anos após a primeira TE,
Oguri e Tsutsumi (1974), publicaram um estudo no qual recuperaram 18 embriões
de 20 éguas doadoras (90% de taxa de recuperação), transferindo 15 destes e
obtendo 6 éguas receptoras prenhes (40% de taxa de concepção). Destas, 2
abortaram e 4 pariram um potro saudável cada uma, atingindo o sucesso na TE em
equinos pelo método não cirúrgico. Em 1974, foi criada a Sociedade Internacional de
Transferência de Embriões (IETS) em Denver, Colorado, EUA. No Brasil, em 1985,
foi criada a Sociedade Brasileira de Tecnologia em Embriões, que promove
anualmente uma reunião científica onde são apresentados os principais avanços na
área de embriologia. É preciso frisar que no Brasil, a técnica foi fortemente
influenciada e divulgada pelo Médico Veterinário João Junqueira Fleury, este foi o
responsável por diversos estudos e experimentos que envolvem a TE
2.1. Ciclo estral
O ciclo estral da égua, ou simplesmente cio, é o período correspondente ao
intervalo entre uma ovulação e a ovulação subsequente (figura 1). O conhecimento e
a manipulação da duração do ciclo estral equino e suas fases têm-se tornado muito
importante com a crescente utilização de técnicas de inseminação artificial e
transferências de embriões na espécie (HAFEZ, 2004).
4
Figura 1. Representação ilustrativa do ciclo estral da égua.
Fonte: Ourofino, 2015.
O ciclo estral tem duração média de 25 dias nas éguas (HAFEZ, 2004),
podendo haver variações de acordo com o ambiente, a raça, comportamento e
índole de cada animal, porém a dificuldade de predizer a fase exata de estro e do
diestro se torna um fator predisponente a essa variação (LENZI, 2008).
2.1.1. Estro
A característica do estro é marcada pelo período de receptividade sexual e
tem duração média de 3 a 7 dias. Nesta fase, a égua apresenta um ou mais folículos
pré-ovulatórios, também conhecidos como folículos de Graaf, contendo estradiol.
(ROMANO; MUCCIOLO; SILVA, 1998).
O comportamento do estro é induzido pelas quantidades de E2 que são
secretadas pelos folículos ovarianos. O E2 também estimula a liberação de LH que
são ativados pelos seus receptores, ocasionando a ovulação e formação do corpo
lúteo (CL). As manifestações do estro geralmente ocorrem até 24 à 48 horas após
ovulação (LENZI, 2008).
5
2.1.2 Diestro
O diestro é representado pela fase luteínica, que dura em média 13 a 17 dias,
caracterizada pela produção de progesterona (P4) pelo CL (LEY, 2013). Além disso,
a fase do diestro ou lútea finaliza as manifestações do estro. A prostaglandina
(PGF2α) tem como função ocasionar a luteólise do corpo lúteo entre o 14 e 15º dia
(LENZI, 2008).
2.1.3. Sazonalidade
As éguas são classificadas como poliéstricas estacionais, ou seja, sua
atividade reprodutiva ocorre na primavera e no verão. O fator determinante deste
comportamento é a duração do período de luz nas regiões temperadas. Esse
estimulo luminoso impede a produção de melatonina através do eixo pineal-
hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Quando a melatonina é liberada pela glândula
pineal, bloqueia a produção de gonadotrofina (GnRH) no hipotálamo, afetando a
produção hipofisária e diminuindo a liberação dos hormônios luteinizante (LH) e
folículo-estimulante (FSH). Esses hormônios são fundamentais para a seleção e
dominância folicular induzindo ao recrutamento para o início de um novo ciclo estral
(BORTOT, 2013).
2.2. Produção dos óvulos
A produção dos folículos é denominada como foliculogênese, que consiste no
processo de formação, crescimento e maturação dos folículos. Tendo início o
desenvolvimento das oogonias e formação dos folículos primordiais, até sua
transformação em folículo maduro. Esses folículos maduros são eleitos para
ovulação e os chamados de folículos pré-antrais ou folículos de Graaf (LENZI,
2008).
Os folículos ovarianos são compostos pelo liquido folicular que contém
hormônios esteroides, que auxilia no seu desenvolvimento sendo o principal o E2, já
os folículos próximos a ovulação contem p4 (LENZI, 2008).
6
Segundo Hafez (2004), as principais funções do liquido folicular são: iniciar o
crescimento folicular, maturação, ovulação, transporte do oócito para o oviduto,
preparar folículo para formação do CL e regulação do ciclo folicular.
2.3.Fertilização e desenvolvimento embrionário
Segundo Prestes (2012), a fertilização dos óvulos nas éguas ocorre na
ampola do oviduto. A primeira clivagem ocorre 24 horas após a fecundação. A
chegada do embrião ao útero ocorre aproximadamente no 6º dia após a fecundação,
na forma de blastocisto inicial ou mórula. Nas éguas, somente os embriões viáveis
são transportados até o útero e permanecem ligados aos processos de clivagem e
liberação de PGF2α pelo embrião viável.
Na espécie equina a clivagem do embrião ocorre através de um processo de
deutoplasmolise na qual se observa desde os primeiros estágios de
desenvolvimento a expulsão do material embrionário para o espaço perivitelíno
(CAIXETA et al., 2008).
Entretanto nos equinos, a partir do estádio de 16 blastômeros, o material
extrudado diminui e desaparece, como pode ser visualizados nas figuras de 2 à 6
(PRESTES, 2012).
Figura 2. Embrião equino (Grau 1) no estágio de mórula.
Fonte: McCUE, (2011).
7
Figura 3. Embrião equino (Grau 1) no estágio de de blastocisto inicial.
Fonte: McCUE,(2011).
Figura 4. embrião equino (Grau 1) no estágio de blastocisto, com
massa celular interna visível. Fonte: McCUE,( 2011).
Figura 5. embrião equino (Grau 1) no estágio de blastocisto expandido.
Fonte: McCUE, (2011).
8
Figura 6. Par de ovócitos não fertilizados.
Fonte: McCUE, (2011)
.
2.4 Transferência de Embrião
A transferência de Embrião (TE) consiste na doação de um embrião de uma
égua doadora para uma égua receptora, que levará adiante a gestação (LEY, 2013).
O mesmo autor cita ainda que dentre as possíveis vantagens apresentadas
pela TE, pode-se contar com a produção de vários potros em uma única égua por
ano, potros de éguas doadoras com alto valor zootécnico, produção de potros de
éguas mais velhas, que apresentam baixo rendimento reprodutivo e como somatório
as vantagens têm-se ainda a obtenção de potros de éguas que estão em atividade
esportiva.
2.4.1 Avaliação e Seleção das Receptoras e das Doadoras
Sem dúvida, o fator mais importante que afeta as taxas de prenhez de TE é o
manejo das doadoras e receptoras de embriões. Antes de serem admitidas nos
centros, todas as éguas devem apresentar teste negativo para anemia infecciosa
equina. Ao chegarem, devem passar por um exame físico geral, recebendo
vermífugos e vacinas necessárias. Se houver um histórico reprodutivo, este deve ser
cuidadosamente revisado, buscando características gerais e do ciclo estral (duração,
incidência de dupla ovulação), pois a maioria desses achados se repete ano após
ano. Além disso, uma avaliação reprodutiva deve ser realizada em cada égua que
entra no programa de TE (EVANGELISTA, 2012).
9
Deve-se levar em consideração o histórico da égua doadora, assim sendo, a
fertilidade e genitores, completando a requisitos básicos e suas diretrizes; como o
registro que contenha a raça e seu valor potencial de gestação. Colhendo assim,
resultados satisfatórios quanto a cria. Quanto ao manejo, como via de regra, o
monitoramento é indispensável para obtenção de resultados satisfatórios. Deve-se
analisar o comportamento do animal, realizar exames clínicos, e também do exame
ginecológico devendo abranger a avaliação do crescimento folicular, permitindo uma
ótima oportunidade para implantação do sêmen, tanto fresco, refrigerado ou
congelado (LIRA et al., 2009).
A TE ocorre através da seleção das éguas receptoras que receberá a
implantação do embrião e levará a gestação adiante. Deve-se atenção quanto ao
peso e idade (400 a 550 kg), (3 a 10 anos), respectivamente. Deve-se obedecer a
critérios quanto a sua índole e ótimo desenvolvimento mamário, isento de
anormalidades uterinas e ovarianas, observando de modo reiterado o que compete
ao monitoramento diário; estro, crescimento folicular e ovulação (LIRA et al., 2009).
2.4.2. Sincronização entre Doadora x Receptora
Para realizar a sincronicidade entre doadoras e receptoras, as éguas devem
ser examinadas uma vez ao dia através da palpação transretal guiada por
ultrassonografia para a avaliação e identificação do folículo dominante no período
estral, e determinar o dia da ovulação para decidir qual método será imposto;
Inseminação artificial ou monta natural (EVANGELISTA, 2012).
Outro método que pode ser realizado é a utilização de éguas receptoras com
ciclo artificial, aplicando-se progesterona e estrógeno para assemelhar-se um ciclo
natural (SOUZA, 2013).
Porém o método mais utilizado para sincronização do estro é a administração
de PGF2a, sendo necessário a presença do corpo lúteo (SILVA, 2003).
2.4.3 Técnica de Colheita
A colheita embrionária é realizada entre o D7 e o D8 após a ovulação, sendo
ideal no D8 (ZOCA, 2009).
10
A égua doadora é colocada em um tronco de contenção com a cauda
envolvida por uma luva de palpação e levantada para que não haja contato com a
região perineal que será limpa. Em seguida toda região perineal é lavada com sabão
neutro. Após a lavagem, é feito o esvaziamento das fezes através da palpação retal,
assim minimizando a evacuação durante o procedimento e evitando contaminação
(FRANÇA, 2011).
2.4.4. Embrionária
A avaliação do estágio de desenvolvimento, da qualidade e do tamanho dos
embriões é fundamental e a capacidade de diferenciar embriões de ovócitos não
fertilizados (UFOs) e estruturas não embriônicas que possam vir a ser coletadas
durante o procedimento de lavagem também é importante. Após a coleta do
embrião, ele é identificado e qualificado morfologicamente (McCUE, 2011).
O embrião deve ser avaliado da seguinte forma: estágio de desenvolvimento,
tamanho e escore de qualidade. Os equipamentos necessários para ser realizada a
avalição, consiste em um microscópio (lupa), dotado de um micrometro para ser feita
a mensuração do diâmetro do embrião. Os embriões devem ser lavados pelo menos
3 vezes em meio de lavagem. O objetivo é remover maior quantidade possível de
impurezas. Após a lavagem, o embrião é mantido no meio de manutenção para ser
realizado a avaliação antes da transferência, seja para outro local para futura
transferência ou criopreservação (McCUE, 2011).
A avaliação do embrião é subjetiva, e relativamente simples, não
necessitando de equipamentos sofisticados. O rastreamento dos embriões é
realizado com auxílio de um microscópio estereoscópico (lupa) sob aumento de 10X
e a classificação embrionária é realizada utilizando-se aumento de 40X. A placa de
petri deve estar previamente riscada na sua parte inferior para facilitar a localização
do embrião. Uma vez localizado, este é removido por aspiração com o auxílio de
uma palheta de 0,5 ou 0,25 ml, acoplada a uma seringa de insulina, e transferido
para uma placa de petri menor (35 x 10 mm), contendo o meio de manutenção
TQC®, Ham F10, Encare®, dentre outros (LIRA et al., 2009).
11
Os embriões equinos são avaliados diante um escore que vai de 1 (excelente)
à 5 (degenerado ou morto). Os aspectos avaliados são referentes aos blastômeros,
sendo eles compactos, extrusados ou danificados, coloração do embrião, forma,
tamanho, e desenvolvimento e dano a zona pelúcida comparado à idade do
embrião. Embriões de graus 1 e 2 exibem melhores taxas de prenhes (70 a 80%),
comparado com embriões de graus >3 sofrendo decréscimo (20 a 30%) (ALONSO,
2007).
Tabela 1. Critério de classificação do grau de qualidade de embriões em
equinos
Classificação Qualidade
Grau 1 Excelente – Ideais, esféricos, com tamanho, cor e textura uniformes
Grau 2 Bom – Pequenas imperfeições com poucos blastômeros extrusos,
forma irregular ou separação de trofoblasto
Grau 3 Razoável – Problemas não muito severos de blastômeros extrusos,
células degeneradas ou bastocele colapsada
Grau 4 Pobre – Blastocele colapsada, vários blastômeros extrusos e células
degeneradas, mas com aparência viável da massa embrionária
Grau 5 Degenerado – Oócito não fertilizado ou embrião totalmente
degenerado
Fonte: Lira et al., 2009.
2.4.5 Técnica da Implantação Embrionária
Antes de ser realizada a TE, é aplicado acepromazina (0,04 mg/kg IV) com
intuito de tranquiliza-la e promover o relaxamento vaginal. Logo após é feito a
higienização da região perineal, removendo o conteúdo fecal para que não haja
contaminação (FRANÇA, 2011).
O equipamento mais utilizado para realizar a TE são as pipetas de
inseminação artificial para equinos. A inovulação é realizada na região da bifurcação
cornoal, localizada no corno do útero (BORTOT, 2013).
A TE em equino pode ser realizada pela técnica cirúrgica, por incisão ao
flanco, ou pela técnica não cirúrgica por via cervical. Historicamente, a primeira
apresentava os resultados mais consistentes, resultando nas maiores taxas de
12
prenhez que variavam entre 70% a 75% uma semana após a transferência. Com o
advento de novos estudos com resultados positivos, a metodologia atualmente
utilizada é a transferência não cirúrgica coberta, associada a avaliação e seleção da
égua receptora. Ainda, esta é uma técnica muito menos invasiva, rápida e de alto
percentual de prenhez, na qual consiste em depositar o embrião no corpo do útero
com o uso de uma pipeta de inseminação que atravessa a cérvix (FLEURY et al.,
2007).
A complexidade da TE é relativamente baixa quando comparada com
técnicas mais avançadas, desde que os embriões sejam transferidos por técnica não
cirúrgica no útero de éguas receptoras, permitindo ao clínico executar facilmente tal
procedimento na fazenda, uma vez que este seja proficiente no manejo reprodutivo
equino (LIRA et al.,2009).
O embrião é envasado em palheta plástica de 0,25 mL em porções alternadas
de solução de manutenção e ar. este procedimento minimiza os movimentos do
embrião dentro da palheta e assegura a perfeita expulsão do embrião para dentro do
útero (Silva, 2003). A palheta que contém o embrião, é carregada com três colunas
de meio que são separadas por mais 3 colunas de ar. Sendo a primeira para
lubrificar a base da pipeta e a terceira garante que o embrião será depositado para
fora da mesma (FRANÇA, 2011).
O equipamento para inovulação mais amplamente utilizado pelos
pesquisadores de embriões equinos é a pipeta de inseminação artificial. Contudo,
vários outros aplicadores também têm sido descritos, como o modelo Hannover de
transferência de embriões bovinos, o aplicador modelo Francês e uma adaptação de
tubo de aço + tubo de polietileno. Testando esses quatro equipamentos, não
observaram diferença significativa, muito embora, o modelo Hannover tenha sido o
menos eficiente (LIRA et al.,2009).
Empregando uma bainha plástica sobre o equipamento de transferência,
denominada assim, técnica coberta, com objetivo de proteger o embrião da
contaminação vaginal, foi relatado 54% de prenhez, comparado com 23% sem o uso
da mesma (Squires, 1982). Com o emprego desta mesma técnica, Wilson et al.,
(1987) e Pastorello et al., (1996) obtiveram 77 % e 80% de gestação,
respectivamente.
A avaliação das receptoras, anteriormente ao ato da transferência, é de suma
importância. Devendo-se selecionar a égua mais adequada para receber o embrião.
13
Tal seleção fundamenta-se nas concentrações plasmáticas de progesterona,
naquele momento, contribuindo assim, para que estas apresentem as melhores
condições reprodutivas. Então, por palpação deve-se observar a cérvix firme e
fechada, aumento de tônus uterino (cilíndrico e tubular). Além disso, não pode haver
nenhuma evidência de dobras endometriais ou secreção uterina no exame
ultrassonográfico. Administrando progesterona em receptoras equinas no período de
D0 (dia da ovulação) a D5, possibilitaram a inovulação destas receptoras no D2,
obtendo taxa de prenhez estatisticamente similar as éguas consideradas excelentes
a boas para inovulação no D5 (BORTOT, 2013).
2.4.6. Nidação
Durante o início da gestação o embrião está presente no corpo uterino e
iniciará sua mobilidade a partir dos 9 à 10 dias de gestação. A sua atividade de
mobilidade transuterina inicia-se entre os 11º e 15º dia e encerra por volta do 16º dia
de gestação (CORTE et al., 1994).
2.5 Diagnostico de gestação
O diagnóstico de gestação é realizado através da palpação retal, 20 dias pós-
cobertura ou IA observando-se modificações uterinas. A ultrassonografia
ginecológica equina permite a visualização da vesícula embrionária, sendo uma
estrutura esférica, não ecogênica, e medindo aproximadamente 10 a 15mm de
diâmetro após 10 à 14 dias da ovulação (CORTE et al., 1994).
2.5.1. Sexagem Fetal
A técnica de sexagem permite a visualização de um determinado sexo, assim,
auxiliando uma estimativa de valor zootécnico (OLIVEIRA; YASMIN E RAMOS). O
exame se sexagem fetal é realizado através da ultrassonografia transretal, e a
visualização pode ser feita pelo tubérculo genital ou da genitália externa. Através do
tubérculo é que irá se originar em clitóris nas fêmeas e pênis nos machos. Até o 55º
dia o tubérculo situa-se na região dos membros pélvicos, e conforme o
14
desenvolvimento do feto, o tubérculo migra para parte cranial em direção ao cordão
umbilical no feto másculo, e na fêmea para direção caudal.
O período ideal para ser realizado o exame de sexagem fetal nas éguas é no
período entre 59º à 68º dias de gestação (DIAS, 2007).
2.6 Taxas de prenhez
As taxas de prenhez após a TE são influenciadas pelas variáveis que
envolvem os 3 principais componentes de uma transferência: a receptora, o embrião
e o procedimento de transferência. São algumas delas o método de TE, o técnico
que realizou o procedimento, tamanho, idade e morfologia dos embriões,
procedimentos de cultura e armazenamento destes, estação do ano, sincronia entre
doadora e receptora, idade e histórico reprodutivo das doadoras. Muitos deles já
foram explicados nos itens anteriores do trabalho (EVANGELISTA, 2012).
Em relação aos materiais e meios utilizados, todos os utensílios devem ser
estéreis e livres de resíduos tóxicos aos embriões. Apesar de muitos deles serem
descartáveis, os reutilizáveis devem ser lavados com água destilada e esterilizados.
Tubos, sondas, cateteres e filtros são normalmente esterilizados com óxido de
etileno durante 24 horas. Entretanto, após a esterilização, deve-se permitir a
ventilação destes, pois o óxido de etileno é tóxico a embriões e espermatozoides.
Além disso, o embrião nunca deve ser exposto à luz do sol (EVANGELISTA, 2012).
Qualquer desinfetante utilizado para lavagem de materiais pode ser
potencialmente nocivo para o embrião. Utiliza-se os materiais apenas uma vez para
TE, reutilizando-os somente para lavagens uterinas terapêuticas. Entretanto, apesar
de mais seguro, os custos envolvendo a compra de novos materiais podem ser
altos, não sendo aplicável a nossa realidade.
De acordo com Riera (2009), as taxas de prenhez são normalmente maiores
durante a primavera, provavelmente porque as melhores receptoras são usadas no
início da temporada e a alimentação neste período é geralmente melhor. Além disso,
o estresse causado pelo calor forte do verão pode afetar as taxas de prenhez.
Durante o último terço da temporada a eficiência cai significativamente. Gomes e
Gomes (2008) demonstraram taxas de lavados positivos superiores a 70% nos
15
meses de setembro, outubro e novembro, corroborando com possíveis taxas de
prenhez mais altas durante a primavera.
A eficiência de um programa de TE envolve questões de organização e
logística, onde cada item necessário para a operação da técnica deve estar
disponível no momento certo. O manejo de doadoras, receptoras e garanhões deve
ser bem feito, evitando perdas desnecessárias no plantel devido à falta de cuidados
essenciais, ligados ao bem-estar básico destes animais. A disponibilidade de
receptoras é um fator importantíssimo, que afetará as taxas de prenhez, assim como
a fertilidade de éguas e garanhões. Os custos envolvidos em um programa de TE
são muito altos, e fortemente dependentes do número de receptoras alojadas em
uma central. Por isso, os valores devem ser todos analisados, buscando sempre
uma melhor relação custo benefício e com isso, uma maior eficiência do programa.
Por último, a habilidade do técnico que realiza a TE é um fator chave para boas
taxas de prenhez, pois não adianta a natureza realizar o seu papel e o homem
estragar tudo (PESSOA, 2012).
Considerando que o inicio da manutenção embrionária requer vários
processos combinados intrinsecamente, algumas éguas não podem sustentar a
gestação além da fase embrionária. Isto pode resultar em enorme perda econômica
na indústria de cavalos, em que 30-40% das gestações terminam dentro das duas
primeiras semanas da concepção. As taxas de gestação após transferência de
embrião são influenciadas pela variabilidade do método de transferência, o técnico,
tamanho e idade do embrião, morfologia embrionária, estação do ano, sincronização
entre doadoras e receptoras, procedimentos para cultura e armazenagem de
embriões, e idade e histórico reprodutivo de doadoras de embrião (EVANGELISTA,
2012).
Provavelmente, o aspecto mais importante do manejo clínico da perda
embrionária precoce é reconhecer que esta ocorrerá inevitavelmente em algumas
éguas, e o curso mais apropriado seria diagnosticar sua ocorrência assim que
possível para prover uma oportunidade de aproveitar novamente a égua durante a
mesma estação de monta. A descoberta da perda embrionária precoce pode ser
realizada através de exames ultrassonográficos a cada 10 dias ou duas semanas
durante o início da gestação (PESSOA, 2012).
3. CONCLUSÃO
16
Com a realização do trabalho foi possível concluir que a TE, atualmente
representa uma biotécnica economicamente rentável, que tem proporcionado o
desenvolvimento da equinocultura, pois ela permite a produção de múltiplos potros
por égua durante o ano, o melhor aproveitamento de éguas que possuam alto valor
zootécnico e sejam idosas ou que estejam em atividade esportiva, obtenção de
embriões de potras de dois anos, já que nesta fase a gestação é contraindicada e
pode prejudicar o desenvolvimento da potra. Ainda, é capaz de gerar potros de
éguas subférteis por problemas adquiridos, as quais ficam impedidas de exercer
uma gestação a termo devido a uma variedade de razões, tais como idade, infecção
uterina crônica, danos cervicais, etc. Além de todas essas vantagens está ainda é
capaz de favorecer um maior controle de doenças.
Devido a estes fatores tem aumento o número de adeptos a TE, tornando-a
bem procurada por criadores de puro sangue.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORTOT, D.C. Aspectos da reprodução equina: inseminação artificial e
transferência de embrião: Revisão de Literatura. Revista Cientifica Eletrônica de
Medicina Veterinária. Ano XI, n. 21, julho de 2013.
CAIXETA, E.S. FAGUNDES, E.S. FAGUNDES, N.S. PYLES, E.S.S.
Desenvolvimento embrionário inicial equino – revisão. RPCV, n.103, p. 565-566,
2008.
CARMO, M.T. Comparação entre Doses Constantes e Decrescentes de Extrato
Pituitário Equina na Indução de Superovulação em Éguas. 2006, p 156.
CORTE, J.L ALDA, I.N CASTRO, K.E BRASS Diagnóstico precoce de gestação na
égua através da ultrassonografia. Braz. J. vet. Res. anim. Sei, São Paulo, v.31, n.
3/4. p.282-7, 1994.
17
DIAS. L. Diagnóstico de gestação, quantificação e sexagem fetais por meio de
ultrassonografia convencional em éguas e ovelha. Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Lavras, 2007.
EVANGELISTA, R.M. A. Transferência de embriões em equinos e a importância da
égua receptora. Monografia apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária.
Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Porto Alegre, 2012.
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Uso da gonadotrofina coriônica humana (hCG) visando melhorar as características
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FRANÇA, N.A. Fatores que afetam as taxas de gestação após a transferência de
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SQUIRES E.L., IMEL K.L., IULIANO M.F. & SHIDELER R.K. Fatores que afetam a
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OLIVEIRA, R.S. YASMIM, I. PIVATO, A.F. RAMOS. Sexagem fetal em equinos. Rev.
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OUROFINO. Ciclo estral. Imagem. Disponível em: http://site.ourofino.com/blog/wp-
content/uploads/2010/11/equinos.jpg. Acesso em setembro de 2015.
19
PASTORELLO M., MEIRA C., FLEURY J.J. & DUARTE M.C.G. 1996. Transferência
não cirúrgica de embriões em equinos de hipismo. Arq. Fac. Vet. UFRGS 24:212.
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Equine gestão reprodução e inseminação artificial, Philadelphia: Saunders Elsevier,
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SOUZA, R.T.R. Sincronização de receptoras no diestro para utilização em programa
de Transferência de Embriões em equinos. Dissertação Programa de Pós-
Graduação em Medicina Veterinária. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA,
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ZOCA, S.M. Fatores que interferem nas taxas de recuperação embrionária em
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Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2009.
WILSON J.M., ROWLEY W.K., SMITH H.A., WEBB R.L. & TOLLESON D.R. 1987.
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Tcc versão final 21.09

  • 1. TRANSFERENCIA DE EMBRIÃO EM EQUINOS 1 FERREIRA, Livia da Silva Guerçoni 2 BROMERSCHENKEL, Ingrid RESUMO A transferência de embrião (TE), trata-se de uma ferramenta do melhoramento genético, para a espécie equina apresenta relevante importância vez que a mesma tem se tornado responsável pelo crescimento mundial da equideocultura. Com a sua utilização apresenta-se ganho na eficiência reprodutiva, com índices de fertilidades maiores que 75% aos 15 dias, trata-se de uma técnica em constante evolução, dessa forma presencia-se o aprimoramento das raças e seus cruzamentos. Baseia- se no princípio da multiplicação da progênie de fêmeas consideradas superiores dentro de um rebanho. Obtém-se embriões de uma fêmea doadora para em seguida transferi-los para fêmeas receptoras, com a finalidade de completar o período de gestação. Técnica altamente rentável capaz de melhorar geneticamente o rebanho. Palavras-chave: biotécnica; equideocultura, melhoramento genético. ABSTRACT The embryo transfer (ET), it is a breeding tool for equine species, has great importance since it has become responsible for the global equideocultura growth. With its use presents gain in reproductive efficiency, with higher fertility rates of 75% at 15 days, it is a technique constantly evolving, improving in this way is presence- breeds and their crosses. It is based on the principle of multiplication of female progeny considered superior within a herd. Embryos obtained from a female donor to then transfer them to recipient females, in order to complete the gestation period. Highly profitable technique to genetically improve the herd. Keywords: biotech; equideocultura, breeding. 1 Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Noroeste Paulista. 2 Docente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Noroeste Paulista.
  • 2. 2 INTRODUÇÃO Buscando entender o conceito de transferência de embrião (TE), é preciso saber que esta teve seu desenvolvimento nos meados dos anos 70 e desde então vem sendo cada vez mais difundida. A eficiência de um programa de TE é determinada pelos índices de recuperação embrionária e taxa de prenhez. A receptora de embrião consiste no ponto crítico do programa de TE, e a correta seleção deste elo (fundamental) da cadeia é imprescindível para o sucesso da técnica (BORTOT, 2013). Segundo Evangelista (2012), a técnica de TE, inicia-se com a coleta de um embrião, portanto utiliza-se uma fêmea doadora e está torna-se ideal por ser geneticamente superior, em seguida faz-se a transferência deste para uma fêmea receptora, encarregada de levar a gestação a termo. Essa biotécnica tem sido muito utilizada na indústria equina. Constantemente a mesma vem passando por estudos e aperfeiçoamentos. Historicamente a primeira descrição do TE em éguas foi em 1972 e, seu uso comercial iniciou-se em 1980 e atualmente o Brasil é considerado o maior produtor de embriões equinos do mundo com cerca de 40 centros de TE em equinos, em sua maioria concentrados nos estados de Minas Gerais e São Paulo. No Brasil, as raças mais utilizadas são Mangalarga Marchador, Campolina, Quarto de Milha e Mangalarga Paulista. O uso do sêmen refrigerado e transportado é uma necessidade, devido à tendência de os garanhões pertencerem a diversos proprietários (LOSINNO; ALVARENGA, 2009). Outros países que também se destacam na técnica de produção de embriões são a Argentina e os Estados Unidos. Segundo a última publicação do Comitê Estatístico da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS), em 2010 o Brasil foi responsável por 43% das TE em equinos no mundo, a Argentina, por 29% e os EUA, por 18% (EVANGELISTA, 2012). 2.REVISÃO DE LITERATURA Buscando a origem histórica da transferência de embriões, o seu registro encontra no ano de 1890, sendo a mesma realizada em mamíferos, por um método cirúrgico, realizada pelo cientista Walter Heape, na Inglaterra, este por sua vez fez a retirada de embriões de uma coelha Angorá, utilizando apenas uma lente de aumento para identificá-los no oviduto, e os implantou em uma lebre Belgian Hare
  • 3. 3 recém-coberta, que deu à luz a 2 coelhos Angorá e 4 lebres Belgian, consequentemente este provou que é possível retirar embriões não implantados e transferi-los a um ambiente gestacional, sem afetar seu desenvolvimento (BORTOT, 2013). A utilização em embriões equinos foi registrada historicamente em 1972, em um estudo com 45% de taxa de recuperação de embriões, pelo método não cirúrgico. Estes foram transferidos, também pelo método não cirúrgico, porém sem sucesso de prenhez (CARMO, 2006). Em seu trabalho Evangelista (2012), cita que dois anos após a primeira TE, Oguri e Tsutsumi (1974), publicaram um estudo no qual recuperaram 18 embriões de 20 éguas doadoras (90% de taxa de recuperação), transferindo 15 destes e obtendo 6 éguas receptoras prenhes (40% de taxa de concepção). Destas, 2 abortaram e 4 pariram um potro saudável cada uma, atingindo o sucesso na TE em equinos pelo método não cirúrgico. Em 1974, foi criada a Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS) em Denver, Colorado, EUA. No Brasil, em 1985, foi criada a Sociedade Brasileira de Tecnologia em Embriões, que promove anualmente uma reunião científica onde são apresentados os principais avanços na área de embriologia. É preciso frisar que no Brasil, a técnica foi fortemente influenciada e divulgada pelo Médico Veterinário João Junqueira Fleury, este foi o responsável por diversos estudos e experimentos que envolvem a TE 2.1. Ciclo estral O ciclo estral da égua, ou simplesmente cio, é o período correspondente ao intervalo entre uma ovulação e a ovulação subsequente (figura 1). O conhecimento e a manipulação da duração do ciclo estral equino e suas fases têm-se tornado muito importante com a crescente utilização de técnicas de inseminação artificial e transferências de embriões na espécie (HAFEZ, 2004).
  • 4. 4 Figura 1. Representação ilustrativa do ciclo estral da égua. Fonte: Ourofino, 2015. O ciclo estral tem duração média de 25 dias nas éguas (HAFEZ, 2004), podendo haver variações de acordo com o ambiente, a raça, comportamento e índole de cada animal, porém a dificuldade de predizer a fase exata de estro e do diestro se torna um fator predisponente a essa variação (LENZI, 2008). 2.1.1. Estro A característica do estro é marcada pelo período de receptividade sexual e tem duração média de 3 a 7 dias. Nesta fase, a égua apresenta um ou mais folículos pré-ovulatórios, também conhecidos como folículos de Graaf, contendo estradiol. (ROMANO; MUCCIOLO; SILVA, 1998). O comportamento do estro é induzido pelas quantidades de E2 que são secretadas pelos folículos ovarianos. O E2 também estimula a liberação de LH que são ativados pelos seus receptores, ocasionando a ovulação e formação do corpo lúteo (CL). As manifestações do estro geralmente ocorrem até 24 à 48 horas após ovulação (LENZI, 2008).
  • 5. 5 2.1.2 Diestro O diestro é representado pela fase luteínica, que dura em média 13 a 17 dias, caracterizada pela produção de progesterona (P4) pelo CL (LEY, 2013). Além disso, a fase do diestro ou lútea finaliza as manifestações do estro. A prostaglandina (PGF2α) tem como função ocasionar a luteólise do corpo lúteo entre o 14 e 15º dia (LENZI, 2008). 2.1.3. Sazonalidade As éguas são classificadas como poliéstricas estacionais, ou seja, sua atividade reprodutiva ocorre na primavera e no verão. O fator determinante deste comportamento é a duração do período de luz nas regiões temperadas. Esse estimulo luminoso impede a produção de melatonina através do eixo pineal- hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Quando a melatonina é liberada pela glândula pineal, bloqueia a produção de gonadotrofina (GnRH) no hipotálamo, afetando a produção hipofisária e diminuindo a liberação dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH). Esses hormônios são fundamentais para a seleção e dominância folicular induzindo ao recrutamento para o início de um novo ciclo estral (BORTOT, 2013). 2.2. Produção dos óvulos A produção dos folículos é denominada como foliculogênese, que consiste no processo de formação, crescimento e maturação dos folículos. Tendo início o desenvolvimento das oogonias e formação dos folículos primordiais, até sua transformação em folículo maduro. Esses folículos maduros são eleitos para ovulação e os chamados de folículos pré-antrais ou folículos de Graaf (LENZI, 2008). Os folículos ovarianos são compostos pelo liquido folicular que contém hormônios esteroides, que auxilia no seu desenvolvimento sendo o principal o E2, já os folículos próximos a ovulação contem p4 (LENZI, 2008).
  • 6. 6 Segundo Hafez (2004), as principais funções do liquido folicular são: iniciar o crescimento folicular, maturação, ovulação, transporte do oócito para o oviduto, preparar folículo para formação do CL e regulação do ciclo folicular. 2.3.Fertilização e desenvolvimento embrionário Segundo Prestes (2012), a fertilização dos óvulos nas éguas ocorre na ampola do oviduto. A primeira clivagem ocorre 24 horas após a fecundação. A chegada do embrião ao útero ocorre aproximadamente no 6º dia após a fecundação, na forma de blastocisto inicial ou mórula. Nas éguas, somente os embriões viáveis são transportados até o útero e permanecem ligados aos processos de clivagem e liberação de PGF2α pelo embrião viável. Na espécie equina a clivagem do embrião ocorre através de um processo de deutoplasmolise na qual se observa desde os primeiros estágios de desenvolvimento a expulsão do material embrionário para o espaço perivitelíno (CAIXETA et al., 2008). Entretanto nos equinos, a partir do estádio de 16 blastômeros, o material extrudado diminui e desaparece, como pode ser visualizados nas figuras de 2 à 6 (PRESTES, 2012). Figura 2. Embrião equino (Grau 1) no estágio de mórula. Fonte: McCUE, (2011).
  • 7. 7 Figura 3. Embrião equino (Grau 1) no estágio de de blastocisto inicial. Fonte: McCUE,(2011). Figura 4. embrião equino (Grau 1) no estágio de blastocisto, com massa celular interna visível. Fonte: McCUE,( 2011). Figura 5. embrião equino (Grau 1) no estágio de blastocisto expandido. Fonte: McCUE, (2011).
  • 8. 8 Figura 6. Par de ovócitos não fertilizados. Fonte: McCUE, (2011) . 2.4 Transferência de Embrião A transferência de Embrião (TE) consiste na doação de um embrião de uma égua doadora para uma égua receptora, que levará adiante a gestação (LEY, 2013). O mesmo autor cita ainda que dentre as possíveis vantagens apresentadas pela TE, pode-se contar com a produção de vários potros em uma única égua por ano, potros de éguas doadoras com alto valor zootécnico, produção de potros de éguas mais velhas, que apresentam baixo rendimento reprodutivo e como somatório as vantagens têm-se ainda a obtenção de potros de éguas que estão em atividade esportiva. 2.4.1 Avaliação e Seleção das Receptoras e das Doadoras Sem dúvida, o fator mais importante que afeta as taxas de prenhez de TE é o manejo das doadoras e receptoras de embriões. Antes de serem admitidas nos centros, todas as éguas devem apresentar teste negativo para anemia infecciosa equina. Ao chegarem, devem passar por um exame físico geral, recebendo vermífugos e vacinas necessárias. Se houver um histórico reprodutivo, este deve ser cuidadosamente revisado, buscando características gerais e do ciclo estral (duração, incidência de dupla ovulação), pois a maioria desses achados se repete ano após ano. Além disso, uma avaliação reprodutiva deve ser realizada em cada égua que entra no programa de TE (EVANGELISTA, 2012).
  • 9. 9 Deve-se levar em consideração o histórico da égua doadora, assim sendo, a fertilidade e genitores, completando a requisitos básicos e suas diretrizes; como o registro que contenha a raça e seu valor potencial de gestação. Colhendo assim, resultados satisfatórios quanto a cria. Quanto ao manejo, como via de regra, o monitoramento é indispensável para obtenção de resultados satisfatórios. Deve-se analisar o comportamento do animal, realizar exames clínicos, e também do exame ginecológico devendo abranger a avaliação do crescimento folicular, permitindo uma ótima oportunidade para implantação do sêmen, tanto fresco, refrigerado ou congelado (LIRA et al., 2009). A TE ocorre através da seleção das éguas receptoras que receberá a implantação do embrião e levará a gestação adiante. Deve-se atenção quanto ao peso e idade (400 a 550 kg), (3 a 10 anos), respectivamente. Deve-se obedecer a critérios quanto a sua índole e ótimo desenvolvimento mamário, isento de anormalidades uterinas e ovarianas, observando de modo reiterado o que compete ao monitoramento diário; estro, crescimento folicular e ovulação (LIRA et al., 2009). 2.4.2. Sincronização entre Doadora x Receptora Para realizar a sincronicidade entre doadoras e receptoras, as éguas devem ser examinadas uma vez ao dia através da palpação transretal guiada por ultrassonografia para a avaliação e identificação do folículo dominante no período estral, e determinar o dia da ovulação para decidir qual método será imposto; Inseminação artificial ou monta natural (EVANGELISTA, 2012). Outro método que pode ser realizado é a utilização de éguas receptoras com ciclo artificial, aplicando-se progesterona e estrógeno para assemelhar-se um ciclo natural (SOUZA, 2013). Porém o método mais utilizado para sincronização do estro é a administração de PGF2a, sendo necessário a presença do corpo lúteo (SILVA, 2003). 2.4.3 Técnica de Colheita A colheita embrionária é realizada entre o D7 e o D8 após a ovulação, sendo ideal no D8 (ZOCA, 2009).
  • 10. 10 A égua doadora é colocada em um tronco de contenção com a cauda envolvida por uma luva de palpação e levantada para que não haja contato com a região perineal que será limpa. Em seguida toda região perineal é lavada com sabão neutro. Após a lavagem, é feito o esvaziamento das fezes através da palpação retal, assim minimizando a evacuação durante o procedimento e evitando contaminação (FRANÇA, 2011). 2.4.4. Embrionária A avaliação do estágio de desenvolvimento, da qualidade e do tamanho dos embriões é fundamental e a capacidade de diferenciar embriões de ovócitos não fertilizados (UFOs) e estruturas não embriônicas que possam vir a ser coletadas durante o procedimento de lavagem também é importante. Após a coleta do embrião, ele é identificado e qualificado morfologicamente (McCUE, 2011). O embrião deve ser avaliado da seguinte forma: estágio de desenvolvimento, tamanho e escore de qualidade. Os equipamentos necessários para ser realizada a avalição, consiste em um microscópio (lupa), dotado de um micrometro para ser feita a mensuração do diâmetro do embrião. Os embriões devem ser lavados pelo menos 3 vezes em meio de lavagem. O objetivo é remover maior quantidade possível de impurezas. Após a lavagem, o embrião é mantido no meio de manutenção para ser realizado a avaliação antes da transferência, seja para outro local para futura transferência ou criopreservação (McCUE, 2011). A avaliação do embrião é subjetiva, e relativamente simples, não necessitando de equipamentos sofisticados. O rastreamento dos embriões é realizado com auxílio de um microscópio estereoscópico (lupa) sob aumento de 10X e a classificação embrionária é realizada utilizando-se aumento de 40X. A placa de petri deve estar previamente riscada na sua parte inferior para facilitar a localização do embrião. Uma vez localizado, este é removido por aspiração com o auxílio de uma palheta de 0,5 ou 0,25 ml, acoplada a uma seringa de insulina, e transferido para uma placa de petri menor (35 x 10 mm), contendo o meio de manutenção TQC®, Ham F10, Encare®, dentre outros (LIRA et al., 2009).
  • 11. 11 Os embriões equinos são avaliados diante um escore que vai de 1 (excelente) à 5 (degenerado ou morto). Os aspectos avaliados são referentes aos blastômeros, sendo eles compactos, extrusados ou danificados, coloração do embrião, forma, tamanho, e desenvolvimento e dano a zona pelúcida comparado à idade do embrião. Embriões de graus 1 e 2 exibem melhores taxas de prenhes (70 a 80%), comparado com embriões de graus >3 sofrendo decréscimo (20 a 30%) (ALONSO, 2007). Tabela 1. Critério de classificação do grau de qualidade de embriões em equinos Classificação Qualidade Grau 1 Excelente – Ideais, esféricos, com tamanho, cor e textura uniformes Grau 2 Bom – Pequenas imperfeições com poucos blastômeros extrusos, forma irregular ou separação de trofoblasto Grau 3 Razoável – Problemas não muito severos de blastômeros extrusos, células degeneradas ou bastocele colapsada Grau 4 Pobre – Blastocele colapsada, vários blastômeros extrusos e células degeneradas, mas com aparência viável da massa embrionária Grau 5 Degenerado – Oócito não fertilizado ou embrião totalmente degenerado Fonte: Lira et al., 2009. 2.4.5 Técnica da Implantação Embrionária Antes de ser realizada a TE, é aplicado acepromazina (0,04 mg/kg IV) com intuito de tranquiliza-la e promover o relaxamento vaginal. Logo após é feito a higienização da região perineal, removendo o conteúdo fecal para que não haja contaminação (FRANÇA, 2011). O equipamento mais utilizado para realizar a TE são as pipetas de inseminação artificial para equinos. A inovulação é realizada na região da bifurcação cornoal, localizada no corno do útero (BORTOT, 2013). A TE em equino pode ser realizada pela técnica cirúrgica, por incisão ao flanco, ou pela técnica não cirúrgica por via cervical. Historicamente, a primeira apresentava os resultados mais consistentes, resultando nas maiores taxas de
  • 12. 12 prenhez que variavam entre 70% a 75% uma semana após a transferência. Com o advento de novos estudos com resultados positivos, a metodologia atualmente utilizada é a transferência não cirúrgica coberta, associada a avaliação e seleção da égua receptora. Ainda, esta é uma técnica muito menos invasiva, rápida e de alto percentual de prenhez, na qual consiste em depositar o embrião no corpo do útero com o uso de uma pipeta de inseminação que atravessa a cérvix (FLEURY et al., 2007). A complexidade da TE é relativamente baixa quando comparada com técnicas mais avançadas, desde que os embriões sejam transferidos por técnica não cirúrgica no útero de éguas receptoras, permitindo ao clínico executar facilmente tal procedimento na fazenda, uma vez que este seja proficiente no manejo reprodutivo equino (LIRA et al.,2009). O embrião é envasado em palheta plástica de 0,25 mL em porções alternadas de solução de manutenção e ar. este procedimento minimiza os movimentos do embrião dentro da palheta e assegura a perfeita expulsão do embrião para dentro do útero (Silva, 2003). A palheta que contém o embrião, é carregada com três colunas de meio que são separadas por mais 3 colunas de ar. Sendo a primeira para lubrificar a base da pipeta e a terceira garante que o embrião será depositado para fora da mesma (FRANÇA, 2011). O equipamento para inovulação mais amplamente utilizado pelos pesquisadores de embriões equinos é a pipeta de inseminação artificial. Contudo, vários outros aplicadores também têm sido descritos, como o modelo Hannover de transferência de embriões bovinos, o aplicador modelo Francês e uma adaptação de tubo de aço + tubo de polietileno. Testando esses quatro equipamentos, não observaram diferença significativa, muito embora, o modelo Hannover tenha sido o menos eficiente (LIRA et al.,2009). Empregando uma bainha plástica sobre o equipamento de transferência, denominada assim, técnica coberta, com objetivo de proteger o embrião da contaminação vaginal, foi relatado 54% de prenhez, comparado com 23% sem o uso da mesma (Squires, 1982). Com o emprego desta mesma técnica, Wilson et al., (1987) e Pastorello et al., (1996) obtiveram 77 % e 80% de gestação, respectivamente. A avaliação das receptoras, anteriormente ao ato da transferência, é de suma importância. Devendo-se selecionar a égua mais adequada para receber o embrião.
  • 13. 13 Tal seleção fundamenta-se nas concentrações plasmáticas de progesterona, naquele momento, contribuindo assim, para que estas apresentem as melhores condições reprodutivas. Então, por palpação deve-se observar a cérvix firme e fechada, aumento de tônus uterino (cilíndrico e tubular). Além disso, não pode haver nenhuma evidência de dobras endometriais ou secreção uterina no exame ultrassonográfico. Administrando progesterona em receptoras equinas no período de D0 (dia da ovulação) a D5, possibilitaram a inovulação destas receptoras no D2, obtendo taxa de prenhez estatisticamente similar as éguas consideradas excelentes a boas para inovulação no D5 (BORTOT, 2013). 2.4.6. Nidação Durante o início da gestação o embrião está presente no corpo uterino e iniciará sua mobilidade a partir dos 9 à 10 dias de gestação. A sua atividade de mobilidade transuterina inicia-se entre os 11º e 15º dia e encerra por volta do 16º dia de gestação (CORTE et al., 1994). 2.5 Diagnostico de gestação O diagnóstico de gestação é realizado através da palpação retal, 20 dias pós- cobertura ou IA observando-se modificações uterinas. A ultrassonografia ginecológica equina permite a visualização da vesícula embrionária, sendo uma estrutura esférica, não ecogênica, e medindo aproximadamente 10 a 15mm de diâmetro após 10 à 14 dias da ovulação (CORTE et al., 1994). 2.5.1. Sexagem Fetal A técnica de sexagem permite a visualização de um determinado sexo, assim, auxiliando uma estimativa de valor zootécnico (OLIVEIRA; YASMIN E RAMOS). O exame se sexagem fetal é realizado através da ultrassonografia transretal, e a visualização pode ser feita pelo tubérculo genital ou da genitália externa. Através do tubérculo é que irá se originar em clitóris nas fêmeas e pênis nos machos. Até o 55º dia o tubérculo situa-se na região dos membros pélvicos, e conforme o
  • 14. 14 desenvolvimento do feto, o tubérculo migra para parte cranial em direção ao cordão umbilical no feto másculo, e na fêmea para direção caudal. O período ideal para ser realizado o exame de sexagem fetal nas éguas é no período entre 59º à 68º dias de gestação (DIAS, 2007). 2.6 Taxas de prenhez As taxas de prenhez após a TE são influenciadas pelas variáveis que envolvem os 3 principais componentes de uma transferência: a receptora, o embrião e o procedimento de transferência. São algumas delas o método de TE, o técnico que realizou o procedimento, tamanho, idade e morfologia dos embriões, procedimentos de cultura e armazenamento destes, estação do ano, sincronia entre doadora e receptora, idade e histórico reprodutivo das doadoras. Muitos deles já foram explicados nos itens anteriores do trabalho (EVANGELISTA, 2012). Em relação aos materiais e meios utilizados, todos os utensílios devem ser estéreis e livres de resíduos tóxicos aos embriões. Apesar de muitos deles serem descartáveis, os reutilizáveis devem ser lavados com água destilada e esterilizados. Tubos, sondas, cateteres e filtros são normalmente esterilizados com óxido de etileno durante 24 horas. Entretanto, após a esterilização, deve-se permitir a ventilação destes, pois o óxido de etileno é tóxico a embriões e espermatozoides. Além disso, o embrião nunca deve ser exposto à luz do sol (EVANGELISTA, 2012). Qualquer desinfetante utilizado para lavagem de materiais pode ser potencialmente nocivo para o embrião. Utiliza-se os materiais apenas uma vez para TE, reutilizando-os somente para lavagens uterinas terapêuticas. Entretanto, apesar de mais seguro, os custos envolvendo a compra de novos materiais podem ser altos, não sendo aplicável a nossa realidade. De acordo com Riera (2009), as taxas de prenhez são normalmente maiores durante a primavera, provavelmente porque as melhores receptoras são usadas no início da temporada e a alimentação neste período é geralmente melhor. Além disso, o estresse causado pelo calor forte do verão pode afetar as taxas de prenhez. Durante o último terço da temporada a eficiência cai significativamente. Gomes e Gomes (2008) demonstraram taxas de lavados positivos superiores a 70% nos
  • 15. 15 meses de setembro, outubro e novembro, corroborando com possíveis taxas de prenhez mais altas durante a primavera. A eficiência de um programa de TE envolve questões de organização e logística, onde cada item necessário para a operação da técnica deve estar disponível no momento certo. O manejo de doadoras, receptoras e garanhões deve ser bem feito, evitando perdas desnecessárias no plantel devido à falta de cuidados essenciais, ligados ao bem-estar básico destes animais. A disponibilidade de receptoras é um fator importantíssimo, que afetará as taxas de prenhez, assim como a fertilidade de éguas e garanhões. Os custos envolvidos em um programa de TE são muito altos, e fortemente dependentes do número de receptoras alojadas em uma central. Por isso, os valores devem ser todos analisados, buscando sempre uma melhor relação custo benefício e com isso, uma maior eficiência do programa. Por último, a habilidade do técnico que realiza a TE é um fator chave para boas taxas de prenhez, pois não adianta a natureza realizar o seu papel e o homem estragar tudo (PESSOA, 2012). Considerando que o inicio da manutenção embrionária requer vários processos combinados intrinsecamente, algumas éguas não podem sustentar a gestação além da fase embrionária. Isto pode resultar em enorme perda econômica na indústria de cavalos, em que 30-40% das gestações terminam dentro das duas primeiras semanas da concepção. As taxas de gestação após transferência de embrião são influenciadas pela variabilidade do método de transferência, o técnico, tamanho e idade do embrião, morfologia embrionária, estação do ano, sincronização entre doadoras e receptoras, procedimentos para cultura e armazenagem de embriões, e idade e histórico reprodutivo de doadoras de embrião (EVANGELISTA, 2012). Provavelmente, o aspecto mais importante do manejo clínico da perda embrionária precoce é reconhecer que esta ocorrerá inevitavelmente em algumas éguas, e o curso mais apropriado seria diagnosticar sua ocorrência assim que possível para prover uma oportunidade de aproveitar novamente a égua durante a mesma estação de monta. A descoberta da perda embrionária precoce pode ser realizada através de exames ultrassonográficos a cada 10 dias ou duas semanas durante o início da gestação (PESSOA, 2012). 3. CONCLUSÃO
  • 16. 16 Com a realização do trabalho foi possível concluir que a TE, atualmente representa uma biotécnica economicamente rentável, que tem proporcionado o desenvolvimento da equinocultura, pois ela permite a produção de múltiplos potros por égua durante o ano, o melhor aproveitamento de éguas que possuam alto valor zootécnico e sejam idosas ou que estejam em atividade esportiva, obtenção de embriões de potras de dois anos, já que nesta fase a gestação é contraindicada e pode prejudicar o desenvolvimento da potra. Ainda, é capaz de gerar potros de éguas subférteis por problemas adquiridos, as quais ficam impedidas de exercer uma gestação a termo devido a uma variedade de razões, tais como idade, infecção uterina crônica, danos cervicais, etc. Além de todas essas vantagens está ainda é capaz de favorecer um maior controle de doenças. Devido a estes fatores tem aumento o número de adeptos a TE, tornando-a bem procurada por criadores de puro sangue. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORTOT, D.C. Aspectos da reprodução equina: inseminação artificial e transferência de embrião: Revisão de Literatura. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano XI, n. 21, julho de 2013. CAIXETA, E.S. FAGUNDES, E.S. FAGUNDES, N.S. PYLES, E.S.S. Desenvolvimento embrionário inicial equino – revisão. RPCV, n.103, p. 565-566, 2008. CARMO, M.T. Comparação entre Doses Constantes e Decrescentes de Extrato Pituitário Equina na Indução de Superovulação em Éguas. 2006, p 156. CORTE, J.L ALDA, I.N CASTRO, K.E BRASS Diagnóstico precoce de gestação na égua através da ultrassonografia. Braz. J. vet. Res. anim. Sei, São Paulo, v.31, n. 3/4. p.282-7, 1994.
  • 17. 17 DIAS. L. Diagnóstico de gestação, quantificação e sexagem fetais por meio de ultrassonografia convencional em éguas e ovelha. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, 2007. EVANGELISTA, R.M. A. Transferência de embriões em equinos e a importância da égua receptora. Monografia apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Porto Alegre, 2012. FLEURY P.D.C., ALONSO M.A., SOUSA F.A.C., ANDRADE A.F.C. ARRUDA R.P. Uso da gonadotrofina coriônica humana (hCG) visando melhorar as características reprodutivas e fertilidade de receptoras de embriões equinos. Rev. Bras. Reprod. Anim. 31:27-31, 2007. FRANÇA, N.A. Fatores que afetam as taxas de gestação após a transferência de embriões equinos. UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA, Lisboa, 2011. GOMES, G.M.; GOMES, L.P.M. Fatores que influenciam a produção de embriões em éguas doadoras. Acta Scientiae Veterinariae, Porto Alegre, v. 36, p. 199-206. Suplemento 2.2008. HAFEZ, E. S. E; HAFEZ, B. Ciclos Reprodutivos. In: HAFEZ, E. S. E; HAFEZ, B. Reprodução Animal, 7. ed. Barueri, SP: Ed. Manole, 2004. cap. 4, p. 55-67. LENZI, O. Transferência de embriões em equinos. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 2008. LEY, W.B. Reprodução em éguas: para veterinários de equinos. Reimpressão. São Paulo: Rocca, 2013. LIRA, R.A. PEIXOTO, G.C.X. SILVA, A.R. Transferência de embrião em equinos: revisão. Acta Veterinária Brasílica, v.3, n.4, p.132-140, 2009. LOSINNO, L.; ALVARENGA, M.A. Fatores críticos em programas de transferência de embriões em equinos no Brasil e Argentina. In: REUNIÃO ANUAL DA
  • 18. 18 SOCIEDADE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE EMBRIÕES, 18, 2006, Araxá. Acta Scientiae Veterinariae, Porto Alegre, v. 34, p. 39-49, 2009. McCUE, P. M. Transferência de embriões em equinos. Avaliação do embrião / Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV- SP. Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 9, n. 3 (2011), p. 80–83, 2011. PESSOA, M.A. Custos envolvidos em central de reprodução equina (central de TE). In: CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ, 13., 2012, Campinas: ABRAVEQ, 2012. Revista Brasileira de Medicina Veterinária Equina, São Paulo, v. 41, p. 99-102, 2012. PRESTES, N.C. Obstetrícia Veterinária. Reimpressão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. ROMANO, M.A. MUCCIOLO, R.G. SILVA, A.E.D. Biologia reprodutiva de éguas: estudo do ciclo estral e momento de ovulação. Braz. J. vet. Res. anim. Sci., São Paulo, v. 35, n. 1, p. 25-28, 1998. SQUIRES E.L., IMEL K.L., IULIANO M.F. & SHIDELER R.K. Fatores que afetam a eficiência reprodutiva em equinos programa de transferência de embriões. J. Reprod. Fertil. 32:409-414, 1982. OGURI, N.; TSUTSUMI, Y. Transferência embriões não cirúrgico em éguas. Journal of Reproduction and Fertility, Cambridge, v. 41, n. 2, p. 313-320, Dec. 1974. OLIVEIRA, R.S. YASMIM, I. PIVATO, A.F. RAMOS. Sexagem fetal em equinos. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.38, n.1, p.37-42, jan./mar. 2014. Disponível em www.cbra.org.br. Acesso em setembro de 2015. OUROFINO. Ciclo estral. Imagem. Disponível em: http://site.ourofino.com/blog/wp- content/uploads/2010/11/equinos.jpg. Acesso em setembro de 2015.
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