O documento discute a teoria queer e como ela surgiu como uma resposta à marginalização de grupos LGBTQ durante a crise da AIDS. A teoria queer ensina que a identidade é construída culturalmente e que sexo e gênero não são obrigatoriamente relacionados. Ela desafia a heteronormatividade e busca desconstruir a fobia institucionalizada contra pessoas queer.
1. O pé esquerdo de Dante atira
a teoria queer para a
engrenagem.
Marla Morris
Capítulo 1
2. Dante critica os escândalos do papado medieval, a isto
chama-se política queer.
Os teóricos queer entendem a teoria queer como uma forma de
activismo, e o activismo queer como uma forma de teoria.
“São queer as formas de falar, descontínuas, irregulares e em sentido
contrário, acerca da identidade. Os queer lutam contra a
heteronormatividade, a homofobia e os crimes raciais.”
3. A teoria queer emergiu por volta de 1990, através de Teresa de
Laurentis.
A teoria queer era uma resposta à crise da sida, uma vez que os
organismos de saúde e o governo os marginalizavam devido à
homofobia.
Emergiu como “uma reacção a e
forma de resistência ao olhar indiferente
do não fazer nada, não ver nada, não ouvir
nada.”
4. A teoria queer ensina-nos que a
identidade é culturalmente construída.
Muitos professores e administradores
escolares já têm noções preconcebidas acerca dos alunos. As escolas
americanas ensinam os seus alunos a serem obedientes aos seus
patrões e aos donos.
Tal como a Igreja, a comunidade psiquiátrica pune aquilo
que julga como actividade sexual desnatural. Até à bem pouco tempo
os homossexuais eram considerados doentes mentais.
5. Foucault e Derrida destacam que os sujeitos são produzidos
pela linguagem e pela cultura.
Historicamente foi tipicamente utilizado para se referir a
homens efeminizados (homossexuais) ou mulheres masculinizadas
(lésbicas) ou excêntricos.
Queer significa mais do que ser lésbica”, “homossexual” ou
“bissexual”. Queer refere-se “a qualquer indivíduo que se sinta
marginalizado pelas percepções de sexualidade predominantes.”
.
6. Os teóricos queer também insistem que o sexo é socialmente
construído, não existindo por isso um sexo nuclear.
A teoria queer tenta separar o sexo do género, e ainda
sugere que não estão obrigatoriamente relacionados. Actualmente
em algumas línguas não existe distinção entre as palavras sexo e
género.
Na perspectiva da autora, não é fácil ser-se queer. A culpa
interiorizada e a fobia aos queer são difíceis de evitar. Ex. os
anúncios publicitários, apenas reproduzem a normatividade, os
queer são pouco representados na televisão.
7. “Alguns dos meus colegas da universidade escolhem jogar de
acordo com as regras, fazendo-se passar por “heterossexuais” porque
receiam que se saiba a verdade…”
Os insiders (pessoas aceites, heterossexuais) vêem os
estranhos (queer) como uma falha “contaminada”. A mulher/homem
heterossexual pode projectar imagens negativas, imagens de
depravação, de mesquinhez nos queer. E estas imagens são
interiorizadas pelos queers.
8. As identidades queer são politicamente radicais. Não é fácil
confessar-se publicamente que se é queer.
A autora revela-nos que silêncio é igual a morte, e tal como
Lynn Miller afirma “ o silêncio nega a existência da diferença e
permite que se acredite que a cultura dominante é a única cultura”
(1994,p.214)
A política queer é mais do que simplesmente advogar a
tolerância, é mais do que transformar crenças e atitudes que
perpetuam a opressão, e deve ser posta em prática no sentido de
desconstruir a fobia já institucionalizada aos queer.
9. A teoria queer, parece irrelevante para a educação, mas não o é.
Esta teoria consciencializa acerca desta nova área ajudando os
professores a melhor educar os seus alunos relativamente às
complexidades das identidades.
Os teóricos queer poderão promover o conhecimento e até mesmo
a empatia para com aqueles que têm sido rotulados de formas violentas e
danosas.
Eles afirmam também que disciplinar o corpo é imoral, antiético
e manifestamente errado.
O pé esquerdo de Dante atira a teoria queer para a engrenagem.