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DA COSTA VICENTINA AO SOTAVENTO, SEM ESQUECER O BARLAVENTO,
PERCORREMOS O LITORAL ALGARVIO DE UMA PONTA À OUTRA
PARA TRAÇAR UM ROTEIRO ASSUMIDAMENTE DE VERÃO. MAIS DO
QUE APENAS AS NOVIDADES, CONCENTRÁMO-NOS EM TODOS OS
ASPECTOS E PARTICULARIDADES QUE FAZEM DO ALGARVE, MESMO
EM PLENO MÊS DE AGOSTO, UM DESTINO DE FÉRIAS DE ELEIÇÃO.
Texto de João Miguel Simões | Fotografia de Pedro Sampayo Ribeiro
80 A G O S T O 2 0 0 9
ALGARVE EM AGOSTO
q A PRAIA
Há quem prefira aArrifana,numa bonita enseada,há quem
prefira a Bordeira, onde dizem ainda ser possível avistar
lontras, mas a praia do Amado, pese o facto de já não ser
mais um segredo na CostaVicentina,permanece como uma
das mais belas e desejadas. Nos últimos anos, não só
melhoraram significativamente os acessos a partir da
Carrapateira, como toda a infra-estrutura à volta da praia
sofreu um considerável upgrade. Os surfistas convivem
hoje com famílias e excursionistas de passagem,mas,ao cair
da noite, o Amado volta a silenciar-se e apenas se avistam
as fogueiras acesas pelos caravanistas que ali pernoitam.
Mas há outra praia que merece uma referência. Para onde
quer que se olhe, a norte ou a sul, até onde a vista alcança,
o panorama sobre a Cardoama, já em Vila do Bispo (boa
estrada até o Castelejo,seguido de mais dois quilómetros em
terra batida), é soberbo. Nos dias mais ventosos, aos surfis-
tas juntam-se os praticantes de parapente, que beneficiam
de um morro que constitui igualmente um excelente
miradouro natural. Aliás, para além do seu extenso areal e
mar batido, o que mais encanta na Cordoama são as suas
arribas abruptas, que chegam a atingir os 100 metros de
altura. O vento tem ainda outra vantagem para além das já
mencionadas… ele traz até nós um odor intenso a esteva.
q O HOTEL
Fica na vila de Sagres, por altura do Porto da Baleeira
e virado para a praia do Martinhal, e é uma das melhores
formas de resgatar o que ainda resta de um Algarve mais
genuíno. Não se pense, todavia, que o Memmo Baleeira
(www.memmobaleeira.com, GPS N37º 00’37.11’’ / W8º
55’53.15’’, pacotes desde €67.50 por noite), que aprovei-
tou a estrutura de um hotel da década de 1960, está de
costas voltadas para a modernidade. A prova disso é que,
apesar de já estar no mercado desde 2007 e de ter, inclusi-
ve, ganho alguns prémios pelo seu design (e aí, há que
dizê-lo, marca pontos a arquitectura arejada e luminosa de
Samuel Torres de Carvalho, a que se juntou uma decoração
acondizerpontuadaporpeçasdeTomVacouPhillippeStarck),
não dorme na forma e ainda recentemente inaugurou uma
ala com novas Memmo Suites, de um ou dois quartos
e equipadas com kitchenettes, pensadas para famílias. No
resto, e porque a aposta tem dado bons frutos, Rodrigo
Machaz,o director-geral,insiste na fórmula de“open resort”,
que é como quem diz aproveitar ao máximo os mimos
internos como a cozinha esmerada,a piscina (no exterior,de
água fria; no interior, aquecida) e um spa à altura, mas sem
esquecer que há um mundo lá fora para explorar através de
actividades como o surf, o mergulho, passeios a pé ou de
BTT, entre outras coisas.
q A NOVIDADE
Setudocorreucomodesejado,oempreendimentodaAldeia
daPedralva(www.aldeiadapedralva.com,GPSN37º08’452”
/ W8º 52’749”, desde €130 por casa/noite) terá chegado a
bom porto na altura em que esta revista estiver nas bancas.
António e Patrícia Ferreira, que dão a cara pela empreitada
que lhes consumiu três anos de pesquisa e muita burocracia
e os levou a abandonar uma carreira na publicidade, viram
nesta aldeia abandonada a hipótese de construir, não uma
unidade hoteleira, mas um tipo de turismo que se casa com
o espírito do lugar. Compraram 31 casas abandonadas, que
transformaram em espaços alegres de um ou dois quartos,
ideais para famílias.Como em tudo,há quem torça o nariz ao
projecto, mas o certo é que este veio requalificar uma aldeia
fantasma e tem um conceito que faz sentido: vir, não para
estar fechado entre paredes, mas sim para usufruir de uma
experiênciaquepodeincluirobservaçãodeaves,aulasdesurf
em família ou ainda passeios de bicicleta.As limpezas ficam
por conta do staff,estando já a funcionar uma mercearia.Até
final do ano contam inaugurar o restaurante,a ser explorado
pelo El Colesterol (ver “o restaurante”).
Para muitos, este continua a ser o último reduto a salvo no litoral algarvio.
A Costa Vicentina, em pleno parque natural, não é mais exclusiva dos caravanistas
e dos surfistas, mas quem chegou de novo e se instalou tem sabido, na medida
do possível e das demandas do negócio, respeitar a filosofia e a ética de vida.
Talvez por isso, e depois do hotel Memmo, se aguarde com alguma expectativa
a abertura, em 2010, de um luxuoso resort na praia do Martinhal, em Sagres.
Os mais cépticos dizem que nada voltará a ser o mesmo, mas o certo é que
o projecto leva a assinatura do atelier de Conran & Partners, famoso em todo o
mundo, e promete total integração na paisagem e “uma sofisticação descontraída”.
Quem viver, verá.
PERCURSO I:
DE ALJEZUR A SAGRES
A G O S T O 2 0 0 9 81
Surfista na Praia doAmado e o areal da Cardoama
(em cima); interior e exteior de uma casa daAldeia
de Pedralva, perto deVila do Bispo (à dir. e em cima).
Piscina interior do Memmo Baleeira (no topo da pág.)
82 A G O S T O 2 0 0 9
q O FENÓMENO
Não chega a ser um segredo, pois já é partilhado por
muitos no sempre eficiente método do boca-a-boca, mas é
um caso digno de registo.As coisas estão prestes a mudar
na aldeia da Pedralva, nos arredores de Vila do Bispo, com
a inauguração do novo empreendimento (ver texto), mas
até agora o que ali existia era um punhado de moradores
resistentes e o Pizza Pazza (GPS N37º 08’452” / W8º
52’749”, aberto de terça a domingo nos meses de Verão,
preço médio: €10-15). No meio do nada, aquele casarão,
de dois andares, pintado de cores vistosas, habituou-se a
não ter mãos a medir para atender quem ali chega, vindo
de todos os cantos de Portugal e do mundo, para saborear
as suas pizzas de massa fina e estaladiça, em combinações
que não acabam mais. O dono e a maioria dos emprega-
dos é de origem alemã, mas já contrataram um funcionário
português!
q O RESTAURANTE
Nos últimos anos, quem passa em Aljezur raramente passa
sem uma paragem no El Colesterol (Estrada Nacional 120,
Sítio de Santa Susana, preço médio: €20), um restaurante
alegre e despojado,que não se acanha em misturar o rústico
com a arte pop instantânea, dividido por sala e esplanada.
A ementa não é longa mas agrada e, se for o caso, serve
os tão apreciados percebes. Quem também o faz, e até
coloca placa na fachada para o anunciar, é o Eira do Mel
(www.eiradomel.com, encerra aos domingos, preço médio:
€25),emVila do Bispo,que alinha por uma filosofia de slow
food. O termo não lhe diz nada? Pense em receitas
tradicionais, neste caso de legítima cozinha regional algar-
via, executadas com vagar e saber, mas com a técnica que
muitas vezes falta a quem não faz disto profissão. Os cice-
rones desta casa, que mistura objectos dos ofícios antigos,
são o casal José António e Isália Pinheiro.
Restaurantes El Colestrol, emAljezur; o Eira do Mel,
emVila do Bispo; e o Pizza Pazza, um dos grandes sucessos
da CostaVicentina. À dir.: Cabo de SãoVicente
A G O S T O 2 0 0 9 83
q A BOA VIDA
Desengane-se, não vamos falar aqui de festas e de borgas
até às tantas da manhã. Isso é o tipo de coisa que poderá
fazer noutros pontos do litoral algarvio, já que na Costa
Vicentina, que partilha com o Sudoeste alentejano um
parque natural, o que está realmente a dar é pular da cama
cedo para aproveitar bem o dia.
A paisagem vicentina abriga inúmeras espécies de aves e de
plantas (sendo que 12 delas não existem em mais lugar
nenhum do mundo), pelo que são cada vez mais as empre-
sas da região a proporcionar passeios a pé, de BTT ou até
mesmo de burro ou a cavalo para explorar o campo e as
praias.Criou-se um pouco a ideia de que as actividades pro-
postas são radicais e para pessoas em excelente forma física,
mas,namaioriadoscasos,oquesepassaéquesãodestinadas
a quem aprecia a vida ao ar livre, o que prova o sucesso
crescente de programas de observação de aves ou de
golfinhos (contactar a Mar Ilimitado, tel. 916 832 625),
por exemplo. Claro que os desportos de água ocupam um
lugar muito especial, afinal, e como se diz por ali, a Costa
Vicentina deve a sua sobrevivência ao surf. Daí nos últimos
anos se terem multiplicado as escolas de surf, windsurf
ou mergulho,quase sempre associadas a casas de hóspedes.
UmadasmaisrecenteséadoAljezur Surf Center(www.al-
jezursurf.com), que pretende vender, não a simples estada,
mas toda uma experiência.Como é o caso do Freeride Surf
Camp (tel. 916 089 005), junto ao hotel Memmo, ou do
Divers Cape (Porto da Baleeira, tel. 965 559 073).
q O MOMENTO
OhistoriadorefilósofogregoEstrabão,quandoescreveusobreaPenínsula
Ibérica, não escondeu o seu fascínio pelo Cabo de São Vicente,
situado no extremo sudoeste do continente europeu, nas cercanias da
Ponta de Sagres.Nos séculos que se seguiram,SãoVicente continuou a
alimentar o imaginário popular, que não conseguia imaginar o mundo
para lá das suas tormentas. Os descobrimentos portugueses vieram
provar o contrário,mas este cabo,de peculiar formato,não perdeu a sua
aura bravia,sobretudo ao final da tarde,altura particularmente mágica
que leva muitos forasteiros a chegarem ali em romaria, vindos até
de Espanha,só para não perderem o espectáculo do astro que flameja.
Quem viu um pôr-do-sol viu todos? Não é o que dizem quando se vai
a São Vicente…
q O LUSCO-FUSCO
Sagres possui alguns bares animados (como o Dromedário,
o Água Salgada ou o Mitic), onde reina uma atmosfera
hippie-chic, mas a nossa sugestão recai no Namastê (Rua
Comandante Matoso,namaste-restaurantebar.blogspot.com,
aberto de quinta a domingo, preço médio: €20) por fazer o
pleno.Com pouco mais de um ano de vida,este restaurante-
-bar,das amigas e sócias Patrícia Pires da Silva e Sofia Cunha
e Silva, é um local da moda para comer, com uma ementa
leve e agradável, a condizer com o espaço alegre e jovial,
e/ou beber um copo.
ALGARVE EM AGOSTO
q A CASA
Não estranhe se não der com ela à primeira. Acontece com
muito boa gente que,em Estombar,perde de vista a placa que
indica a entrada para a reserva, por onde deve continuar até
encontrar a última casa.A última,mas a que deve ter a melhor
vista para o rio Arade, entre Portimão e Lagoa. Baptizada
muito a propósito de Na Curva do Rio (www.nacurvado-
rio.com, GPS N37º 09’354‘’ /W8º 17’157‘’, desde €75 por noi-
te), é uma antiga casa de férias da família de Lourenço Pinto
Ribeiro,que tem ali muitas das suas memórias de infância,mas
está convertida, desde há alguns anos, em negócio. Se virmos
bem, o vaivém do trânsito nem está assim tão afastado, mas
a sensação de isolamento é tal que depressa nos julgamos
mergulhados no Algarve mais profundo. E depois há o rio, ou
melhor, a vista para o rio, saboreada a partir de dois decks
virados a poente e de outros tantos alpendres, que é, sem
dúvida, o grande trunfo de Na Curva do Rio. A casa dispõe
de uma óptima piscina e de sete suites com casa de banho,
além de uma sala de estar com lareira e de uma outra mais
pequena, ideal para ler um livro, ficar à conversa e/ou assistir
à televisão projectada na parede.
Portimão é o exemplo perfeito de que não basta só vontade política e investimento avultado para transformar, da noite
para o dia, uma área que, por muito e bons anos, insistiu num determinado modelo de turismo, mais virado para as massas
e para o gosto muitas vezes duvidoso de um certo tipo de hóspede britânico. São vários os projectos de requalificação
neste trecho do Algarve, mas a pergunta que se impõe, como muitos já fazem, é se em vez de insistir em agradar a gregos
e troianos, juntando no mesmo espaço tipos muito distintos de propósitos e de rendimento per capita, este “Algarve” não
devia assumir, sem complexos, que se quer converter num novo pólo de animação diurna e nocturna, à imagem
e semelhança de outras mecas, como Ibiza. A pergunta, pertinente, fica no ar.
PERCURSO II:
DE LAGOS A ALBUFEIRA
A G O S T O 2 0 0 9 85
q A PRAIA
A esplanada sobre a praia do Camilo, com acesso a
partir de Lagos, não podia ser mais providencial, pois
acabou por facilitar o acesso ao miradouro improvisado.
Rodeada por arribas esculpidas, que formam relevos
típicos como leixões, arcos e sapas, tão do agrado de
avescomoosguinchos,oscorvos-marinhosouasgaivotas,
esta praia é das mais bonitas na costa que se estende
entre Lagos e Albufeira. Ao largo, é comum avistar
veleiros, ao passo que no areal, dividido por uma
formação rochosa atravessada por um túnel escavado
à mão, se agrupam sobretudo famílias. Igualmente
familiar,masumpoucomaiselitista,éapraiadaMarinha,
já no concelho de Lagoa,com acesso a partir da EN 125
(a cerca de 4,5 km). Situada numa enseada, mais uma
vez deparamos com uma praia que deve a sua beleza
natural às arribas ocres, bastante fracturadas e fissura-
das, que envolvem praticamente todo o areal. Uma
das suas particularidades é que se presta à prática de
snorkeling para admirar as suas riquezas subaquáticas.
q A NOVIDADE
Não deixa de ser uma ironia que uma das grandes novida-
des da rentrée algarvia seja o regresso à actividade do Blue
& GreenVilalaraThalassa Resort(www.vilararesort.com,
GPS N37º05’57’’ / W8º 22’49’’), que não só compôs o
nome como teve a coragem de fechar as portas para reabrir
em grande estilo.Situada emAlporchinhos,perto deArmação
de Pêra, esta propriedade do Grupo Amorim soube preser-
var os jardins primorosos, tirar proveito de uma praia que,
na prática, é exclusiva e honrar o projecto arquitectónico
deAlmeidaAraújo,oprimeiroproprietário,maspercebeuque,
depois de décadas em actividade, precisava de se ajustar.
O Vilalara actual é uma versão melhorada, com uma deco-
ração contemporânea e um conceito de quartos e suites mais
conforme agora aos gostos da clientela jovem que o resort
pretende cativar. É que se a talassoterapia, inaugurada em
Junho de 1990, permitiu ao hotel ganhar fama na Europa,
onde é considerado um dos melhores do género, o certo é
que acabou também por o colar à imagem de um turismo
sénior. Parte da estratégia de relançamento da marca passa
por associar aos tratamentos de talassoterapia, ligados à
água do mar,modalidades de spa,o que só foi possível com
o alargamento das instalações e uma forma de estar cool.
Praia da Marinha; Blue & GreenVilalaraThalassa
(em cima e à dir.); uma sala e a esplanada da casa
Na Curva do Rio, em Estombar (em cima, à direita
e na pág. ao lado), perto de Silves
86 A G O S T O 2 0 0 9
ALGARVE EM AGOSTO
q A GULOSEIMA
Não verdade, não uma, mas várias e de perder a cabeça.
Há muita gente que se desloca de propósito à Quinta dos
Avós (www.quintadosavos.pt, abre das 14h00 às 20h00
e encerra às terças, GPS N37º 155704’’ / W8º 265900’’),
em Algoz, só para se aviar dos tentadores doces regionais
algarvios (alguns dos quais de alfarroba), compotas e lico-
res,todos produzidos a preceito de forma artesanal.Convém,
todavia, ir com um pouco mais de vagar para desfrutar da
sua casa de chá, onde, além de tudo o resto, servem ainda
infusões de ervas aromáticas plantadas na quinta (criaram
até uma agradável mistura para beber gelada nos dias
de maior calor).Outra curiosidade é o museu,que os donos
terão o maior gosto em mostrar e onde reuniram muitos
objectos que fazem parte do património local.
q A AGENDA
O projecto “Allgarve” (informações em www.allgarve.pt,
reserva e venda de bilhetes através do número 808 781 212)
continua a esforçar-se para trazer à região outros focos de
interesse. Nesse sentido, uma exposição no Centro Cultural
de Lagos, até 13 de Setembro; outra exposição e um ciclo
de cinema no Museu de Portimão (a primeira termina a 10
de Agosto e o segundo a 2); e uma instalação na Igreja da
Misericórdia(até27deSetembro)deSilves,querecebetam-
bém, na sua Casa de Cultura Islâmica e Mediterrânica, um
conjunto de gravuras cedidas pela Fundação Calouste
Gulbenkian (até 27 de Setembro). Num registo diferente,
de destacar o Festival da Sardinha de Portimão,até 16
deAgosto,ao passo que o cantor Seal vai dar música a quem
se deslocar ao CS Herdade dos Salgados Resort,no dia 1 de
Agosto. No dia 5, mas no Grande Real Sta. Eulália Resort
& Hotel Spa, em Albufeira, será a vez de Maria Rita subir
ao palco.No âmbito do“Allgarve Dance”vão ser ainda rea-
lizadas“SunsetParties”emlocaisaanunciar,bemcomoduas
festas “On Board”, em barcos que vão percorrer a costa.
q O RESTAURANTE
São parecidos e possuem propostas idênticas, mas como
não quisemos decidir entre um e outro, deixamos-lhe a si a
escolha. O Caniço (preço médio: €20) fica na Prainha, em
Alvor, com acesso directo através de um elevador instalado
no penhasco, que desce até ao areal. Com uma decoração
rústica e debruçado sobre a praia, este restaurante notabili-
zou-se pelo seu peixe fresco, pelos diversos tipos de cata-
plana ou ainda pela perna de borrego assado à tavirense.
Já o Restinga (preço médio: €20), fica recuado nas dunas
da praia do Alvor, com a ria por trás, mas também dá direi-
to a vista para o mar. O ambiente é familiar, com uma
simpatia no serviço que faz toda a diferença, num Algarve
nem sempre reconhecido por receber bem o que é da terra.
Na ementa, o peixe fresco é rei, bem como as cataplanas e
as sopas de peixe, amêijoas e camarões.
q A ANIMAÇÃO
Em Portimão, no areal da praia da Rocha, o Sasha Beach
marcouumanovaeracomassuassessõesnocturnas,aosom
dos melhores DJs e com muitas caras conhecidas, que já ti-
nham posto de parte este trecho do Barlavento algarvio. O
Sasha, tal como outros clubes que existiam ou que surgiram
depois, soube aproveitar a lacuna deixada pelo encerramen-
to da Casa do Castelo, em Albufeira.A funcionar durante o
ano como restaurante, o Sasha anuncia que este será o seu
último ano na actual localização,mas o certo é que,até finais
de Agosto, as suas Summer Sessions são incontornáveis no
calendário dos foliões.Quem também está a ganhar o gosto
pelaanimaçãonocturnaéoSuitesAlbaResort&Spa,napraia
daAlbandeira,de que Luís Figo é sócio,mas,à data de fecho
desta edição, entre as novidades mais esperadas estava a
abertura do Faces, no Tivoli Marina (ver percurso III), em
Vilamoura, que marca o regresso da estilista Fátima Lopes à
noite.A empresária promete não uma discoteca,mas sim um
espaço enorme e exclusivo onde será possível dançar, mas
também conviver em grande estilo.A outra entrada de peso,
queprometeagitaropanoramaaté22deAgosto,éadoSalt
Beach Club,napraiadosSalgados,emAlbufeira,acargoda
RP MartaAragão Pinto,que coloca como chamariz os nomes
sonantes de Bob Sinclair, David Moralesou Roger Sanchez.
Restaurante do Sasha e a vila de Silves (à dir.);
restaurante O Caniço, na Prainha, e a Quinta dosAvós,
que vende doces tradicionais algarvios, emAlgoz.
Na pág. ao lado: No Solo Água Beach, Portimão
q O FARNIENTE
A moda dos clubes de praia, que tanto sucesso fazem em outras
paragens como Ibiza ou Miami, veio para ficar no Algarve.
Curiosamente,o Duna Beach (www.duna-beach.com),na Meia
Praia, em Lagos, não é propriamente uma novidade, pois já tem
praticamente 40 anos. Actualmente integrado na propriedade
do Tivoli Lagos (N37º 06’ 20,51’’ / W8º 40’ 35,49’’), este clube
soube actualizar-se, mantendo aquilo que tinha de bom: o aces-
so directo à praia e uma agradável piscina redonda. No resto
tratou de criar um menu leve a atractivo, cocktails coloridos e de
proporcionar Love Beds, não mais do que camas em palhinha
alugadas ao dia, para desfrutar a dois com vista para o mar
e garrafa de champanhe.Há também festas temáticas.Muito mais
recente é o No Solo Água Beach (www.nosoloagua.com),com
acesso directo à praia da marina de Portimão, que surgiu
no âmbito da requalificação da zona marítima da “capital
do Barlavento”. Na verdade, o No Solo, marca italiana, divide o
espaço e o conceito em três, com uma área de piscina e restau-
rante,outradepraiaerestauranteeaindaoutradepraiaebar.Em
todas elas vai encontrar inúmeras camas de dia,mesas,cadeirões,
enfim,uma profusão tão grande de mobiliário exterior (importado
de Bali,na Indonésia) que,nalguns casos,chega até a ser demais.
De todas as formas, e mesmo sem a clientela glamourosa de
outros seus congéneres, agrada e faz da animação, diurna e
nocturna, um cartão de visita.
q O RESTAURANTE
Em vez de (apenas) uma, duas sugestões.A primeira, mais
informal, fica sobre a praia de São Rafael, em Albufeira,
eleita pelo sítio onbeach.com como a melhor do país e
a quarta melhor da Europa. O critério é discutível, mas é,
apesar da exiguidade do seu areal,que lota facilmente,uma
praia agradável e servida pelo restaurante-bar São Rafael
(pertence ao hotel CS São Rafael mas funciona autonoma-
mente). Com uma decoração em tons de branco e azul,
é um espaço aberto,com esplanada,onde se podem comer
especialidades a partir de €9 e peixe fresco a partir de €8.16
(www.cs-saorafaelsuitehote.com, preço médio: €20). Em
Vilamoura, no recém-inaugurado Tivoli Victoria, está a
funcionar o Emo, aberto apenas aos jantares e com um
conceito de cozinha portuguesa a revisitar em menus de
degustação. É um espaço assumidamente contemporâneo,
com toques fora do comum, como seja a filigrana aplicada
no tecto e paredes ou os painéis de azulejos de chacota
manual metalizados. A execução está a cargo dos jovens
chefs Pedro Peinado Pereira e Bruno Rocha, e não de Luís
Baena, como tem sido erradamente divulgado.
88 A G O S T O 2 0 0 9
ALGARVE EM AGOSTO
q A PRAIA
De longe, parece uma única e mesma praia, mas a verdade
éque,quemconhecebemazona,sabequeapraiadaFalésia,
em Albufeira, se encontra entre as de Olhos d’Água e de
Vilamoura.O acesso por estrada faz-se através da aldeia das
Açoteias, mas para lá chegar vai mesmo ter de estacionar
o carro e fazer o resto do caminho a pé, recorrendo à esca-
daria e rampa em madeira, a poente ou nascente.A beleza
desta praia, com um areal de quase três quilómetros de
extensão, está sobretudo nas arribas, ora mais alaranjadas,
ora mais esbranquiçadas, que a ladeiam e que criam um
forte contraste com as manchas de verde dos pinheiros-
-mansos e os azuis do céu e mar. Tem uma frequência
familiareselecta,aoquenãoéalheioofactodesera”praia”
do Sheraton Pine Cliffs, o resort eleito por José Sócrates
sempre que vai de férias para o Algarve.
q A NOVIDADE
Foi inaugurado oficialmente em Junho e é a confirmação de
que a marca Collection dos Hotéis Tivoli não estava a brin-
car quando mandou imprimir o bordão “experience more”.
O novo Tivoli Victoria (www.tivolihotels.com, GPS N37º
06’ 15.66”/W8º 08’ 30.41”,preços a partir de €240 por
noite), em Vilamoura, possui um total de 280 quartos
e suites,espalhados por corredores algo labirínticos,mas uma
vez que se decora a geografia local, não há que enganar
num hotel com ares de resort.A aposta no golfe para atrair
uma clientela compatível com o nível dos serviços prestados
não fez com que se esquecessem, de todo, diferentes mo-
dalidades de lazer mais a gosto de um outro tipo de hóspede
igualmenteexigente.Nessesentido,écuriosoopiscardeolho
inteligente que os mentores doTivoliVictoria fazem a quem,
mais do que apenas conforto e atenção personalizada
(e nisso há que ressaltar a simpatia em geral do staff e a efi-
ciência dos mordomos que dão assistência às suites execu-
tivas e presidencial), também presta atenção aos detalhes e
aprecia arte. Por todo o hotel, além dos 40 frisos orgânicos
da autoria de Pedro Calapez impressos nas paredes, desta-
que para várias peças, entre fotografia, pintura e escultura,
que vieram das galerias deVera Cortês,Pedro Cera e Cristina
Guerra. De todas as formas, o mais que dá água na boca é
o conjunto de duas piscinas,de inspiração clássica,rodeadas
por espreguiçadeiras e camas de dia.
É um dos trechos com maior visibilidade do Algarve, pelo que foi alvo, nos últimos
anos, de um investimento pesado e contínuo, que transformou por completo, para
o bem e para o mal, toda esta costa. Albufeira e Vilamoura permanecem como
pólos destacados da animação, mas enquanto a primeira aparece muito mais
voltada para as massas, e está a braços como uma marina às moscas, Vilamoura
está cada vez mais a apostar num segmento de luxo cinco estrelas, fazendo valer
a máxima de quem um dia vaticinou “O lugar do futuro é o Algarve”.
PERCURSO III:
DE Albufeira A FAro
Piscina do novoTivoliVictoria, emVilamoura (em cima);
uma das iguarias servidas no Emo, também noTivoli; pelos
caminhos doAlgarve no automóvel híbrido da Honda; a
praia da Falésia e restaurante São Rafael (na pág. ao lado)
A G O S T O 2 0 0 9 89
90 A G O S T O 2 0 0 9
ALGARVE EM AGOSTO
q O SPA
O Elements by Banyan Tree, a funcionar no dois últimos
pisos do já mencionado hotel Tivoli Victoria, não é só mais
um spa que veio aproveitar a onda e a moda.Mesmo quem
já teve a oportunidade de ver muita coisa nesta vida,vai sur-
preender-se com o bom gosto e o refinamento deste espaço.
E espaço, para começar, não lhe falta, já que estamos a falar
de uma área de 1000 m2
,o que não só permitiu a instalação
de uma magnífica piscina interior com amplas vistas
panorâmicas como também as cabines de tratamento,
num total de sete, ao contrário do que é habitual, não são
interiores possuem janelas para o mar e para o campo de
golfe e são desafogadas.A decoração, outro detalhe impor-
tante,é exótica sem ser espampanante,e todo o pessoal tem
formação da BanyanTree,uma das cadeias mais prestigiadas
de hotéis e spas na Ásia. Não há bela sem senão, e neste
caso, a única coisa a lamentar, mas que se compreende pelo
queestáemcausa,équetodosostratamentosesessõesmais
tentadores não custam menos de €120.
q A ANIMAÇÃO
Na marina de Vilamoura, o Nikki Beach Club repete
a fórmula, mas mudou e aprimorou o conceito. Ligado ao
Tivoli Marina (GPS N37º 04’25.80” /W8º 07’12.91”), mas
a funcionar de forma autónoma, este espaço divide-se em
Nikki Beach Barefoot, na praia com um bar de apoio
e várias espreguiçadeiras e opium beds para arrendar até às
21 horas, e em Nikki Beach Lakeside, nos jardins do hotel,
à volta de um lago com restaurante, onde reina a mesma
informalidade mas o ambiente é mais elaborado, com
acentuada tónica marroquino-oriental, e fica aberto até às
duas da manhã. Estão também previstas várias festas
temáticas, com DJs internacionais. Em Faro, o Sui Generis
(www.suigeneris.pt, preço médio: €30) é um sucesso que
se divide em três níveis e serve diferentes propósitos.Ruben
Paulino, o proprietário, inspirou-se noutras paragens para
a criação, mas quem faz, regra geral, as honras da casa
é o panamiano Federico Marichal, ficando a cozinha, outra
boa surpresa, a cargo do chef Diogo Pereira. Mas, mais do
que dar apoio à praia e fazer as vezes de restaurante e bar,
o Sui Generis é também um lounge e até 20 de Setembro,
entre as 17 e as 21 horas,vai ter diversos eventos,além das
Beach Parties,que se vão prolongar madrugada fora… Com
a garantia de que no dia seguinte abrem,como é hábito,às
nove da manhã para começar a servir pequenos-almoços.
Nikki Beach Club de Vilamoura; exposição na Mina
de Sal Gema, em Loulé; o Sui Generis; e massagem
no spa Elements by Banyan Tree (em cima).Ao lado:
marina de Vilamoura
A G O S T O 2 0 0 9 91
q A LOJA
Quase nos arriscamos a dizer que vale a pena passar em Faro
de propósito para espreitar a Space Invaders (Av. 5 de
Outubro, 38A). Há uns anos, quando decidiram abrir este
showroom, Ana Sequeira e João Fernandes não o fizeram
apenas para ficar mais perto das respectivas famílias, mas
também, e sobretudo, por pressentirem, e bem, que havia
espaço noAlgarve para uma loja de design contemporâneo.
Quem vem de Lisboa ou do Porto não vai notar diferença no
que já encontra por lá, mas no resto do país são ainda
poucas as lojas com uma tão grande aposta em peças de
design assinadas por nomes como Frank Gehry, MaMo
Nouchies ou Ray e Charles Eames, só para citar alguns.
E tanto assim é que a Space Invaders fez parte da lista de
sugestões da Experimenta Design.
q O ACONTECIMENTO
Adecorrernoâmbitodo“ArtAlgarve2009”(www.allgarve.pt),
oprojectodascuradorasespanholasLorenaeMariadeCorral,
esta última directora da Bienal deVeneza em 2005,na Mina
de Sal Gema (entrada: €4), em Loulé, é o pretexto para
descobrir, de uma forma muito inusitada, um Algarve
profundo,praticamente desconhecido,que serviu de cenário
a uma das emissões do programa“Prós e Contras”,na RTP1.
Para cumprir a visita é preciso descer 230 metros abaixo do
nível do mar, mas as galerias são suficientemente amplas
e arejadas,possibilitando que ali se permaneça cerca de uma
hora para passar em revista as nove instalações e projecções
que animam a mina até finais de Setembro. Sal Gema,
convém referir,continua em funcionamento,mas a visita não
contempla, ao contrário do que muitos pensam, passagem
pelas áreas de extracção.Apenas a lamentar, a má sinaliza-
ção da mina para quem vem de fora.
q A AGENDA
O projecto “Allgarve” (informações e reservas de bilhetes
pelo tel. 808 781 212), nas suas diferentes vertentes, tem
previstas várias intervenções e exposições, até finais de
Setembro, no centro de Faro (nomeadamente no Museu
Municipal) e em Loulé (em locais como a Fonte da Pipa, o
Convento de Santo António ou a Mina Campina de Cima),
que também vai receber o Cataplana Experience, de 2
a 6 de Setembro, numa proposta mais gourmet. Em maté-
ria de música e animação, destaque para as actuações de
Joss Stone (31 de Julho, Monumento Duarte Pacheco, em
Loulé),José Cid e Herman José (7 deAgosto,The Lake Resort,
Vilamoura), Ive Mendes (13 de Agosto, Hotel D. Pedro Golf
Vilamoura) ouAbba Gold (18 deAgosto,Vila SolVilamoura
Spa & Golf Resort),bem como para o Allgarve Dance,dia
14 deAgosto no Nikki Beach Club,e para a Noite Branca
do Algarve, dia 29 de Agosto em Loulé.
Loja Space Invaders, em Faro
92 A G O S T O 2 0 0 9
ALGARVE EM AGOSTO
92 A G O S T O 2 0 0 9
À semelhança da Costa Vicentina, o Sotavento algarvio conservou um pouco
mais da sua essência, sendo muitos os que ainda procuram refúgio nas praias
do município de Castro Marim, já perto da fronteira com Espanha. Areais como
o da Manta Rota ou Praia Verde foram requalificados, o que aumentou a afluência
de pessoas mas tem, até ver, garantido novas infra-estruturas turísticas
de qualidade. De salientar ainda o património natural da região, com especial
destaque para a Ria Formosa e para a Reserva do Sapal em Castro Marim
e Vila Real de Santo António.
PERCURSO IV:
DE Faro A castro marim
q A PRAIA
Não é mais um segredo, mas ainda assim há quem desconheça
ou que, simplesmente, imagina ser complicado lá chegar. E não
é.A Ilha da Fábrica, assim chamada por antes ter existido ali
em frente uma fábrica de tijolos, fica localizada na península
de Cacela, junto à aldeia histórica de Cacela Velha. Diz quem
conhece que se pode ir a pé, desde a praia da Manta Rota,
mas é mais cómodo (e rápido,nem chega a 10 minutos) fazer a
travessia de barco. Durante os meses de Verão, basta dirigir-se
ao Sítio da Fábrica (ao lado do restaurante Costa, GPS N37º
9’253” / W7º 33’205”) e vai encontrar embarcações que
asseguram a ida e volta (€1,50 por pessoa). A praia é uma
língua de areia esbranquiçada, que serve de barreira natural
ao avanço do mar, banhada pelas águas mais calmas e pouco
profundas da Ria Formosa.O cenário é ainda muito belo,mas já
se começa a ressentir da falta de vigilância e de manutenção.
A G O S T O 2 0 0 9 93
q O PASSEIO
O Parque Natural da Ria Formosa acompanha pratica-
mente toda a costa desde o Ancão até à Manta Rota. São
ao todo mais de 18 mil hectares e, apesar do desenvolvi-
mento galopante do Algarve e do avanço do betão, tem
conseguido manter um ecossistema muito peculiar, assente
nas lagoas e nos canais que se formam entre cordões de
dunas, onde várias aves procuram abrigo no Inverno, sem
contar que vivem ali inúmeras espécies ameaçadas de
extinção – como o Caimão comum ou o Camaleão –, que
se extrai sal e se cultiva, em abundância, a amêijoa. Quem
quiser, no entanto, mais do que simples cartões postais,
pode efectuar vários percursos pedestres – de aproximada-
mente três quilómetros e acessíveis, mas o automóvel
tambémfoicontemplado–sugeridospeloCentrodeEducação
Ambiental de Marim (tel.289 700 210,e-mail pnrf@icnb.pt,
www.portal.icnb.pt). Só para aguçar o apetite, entre os
locaisavisitardentrodoparqueestáoCentrodeReprodução
e Criação de Cães d’Água e o chalet do poeta João Lúcio,
hoje uma ecoteca, apontado, juntamente com a Quinta
da Regaleira em Sintra, como um raro exemplar da arqui-
tectura simbolista em Portugal.
q A NOVIDADE
Na localidade de Estói, a escassos 10 quilómetros de Faro,
fica a mais nova pousada histórica de Portugal. Inaugurada
em finais de Junho, esta unidade cinco estrelas é composta
pelo antigo palácio de Estói,que pertenceu ao visconde José
Francisco da Silva, e por um anexo desenhado pelo arqui-
tecto Gonçalo Byrne, integrados numa propriedade de qua-
tro hectares.A recuperação do imóvel, que estava nas mãos
da Câmara Municipal de Faro desde 1987, consumiu boa
parte dos 12,5 milhões de euros disponibilizados para a obra,
mas quem vê hoje a recuperação primorosa dos frescos,dos
frisos ou do mobiliário do palácio não deixa de se surpreen-
der. Na parte antiga estão a funcionar as áreas comuns da
pousada, como as salas de estar, o restaurante ou o bar, ao
passo que os quartos, num total de 63 e bastantes amplos,
estão todos na ala minimalista desenhada por Byrne.
A conjugação dos dois volumes arquitectónicos, assumida-
mente contrastantes,ainda choca alguns,mas o certo é que
Estói (www.pousadas.pt,GPSN37º05’799”/W7º53’731”,
desde €100 por noite) passou a ser a grande coqueluche
da região,contando ainda com pavilhões de chá,jardins em
estilo “Versalhes“, um spa e uma piscina integrada na pai-
sagem.Não muito longe ficam as ruínas romanas de Milreu.
Ria Formosa; Pousada de Estói
(em cima); casa em Cacela (à dir.);
e a praia da Fábrica (pág. ao lado)
94 A G O S T O 2 0 0 9
ALGARVE EM AGOSTO
q A AGENDA
Inserido na programação do “Allgarve”, vai ter lugar em
Olhão,de 11 a 16 deAgosto,o Festival de Marisco,uma
oportunidade ímpar para apreciar, em várias apresentações
gourmet supervisionadas por José Bento dos Santos,um dos
produtos mais apreciados da gastronomia local. Até dia 9
de Agosto, ainda vai a tempo de apanhar o XVII Festival
“Sete Sóis, Sete Luas” na praia da Manta Rota, sendo
que no dia 14 deAgosto, na zona ribeirinha deVila Real de
Santo António, actua a fadista Mariza com um convidado
a anunciar.De 27 a 30 deAgosto,por sua vez,cabe a Casto
Marim organizar Dias Medievais (mais informações em
www.allgarve.pt e venda de bilhetes em www.ticketline.pt).
q O RESTAURANTE
À falta de um, sugerimos dois, sobre a areia e com vista
para o mar. O primeiro fica na praia da Manta Rota e dá
pelo nome de Chá com Água Salgada (www.chaco-
maguasalgada.com, GPS N37º 9’52.5“ / W 7º 31’9.27“,
preço médio: €25). Aberto há um pouco mais de um ano,
este espaço surpreende não só pela sua arquitectura despo-
jada, entre dunas, mas também por servir, sem a ditadura
dos horários, um cardápio fresco e caprichado, assinado
pelo jovem chef Marco Jacó, onde marcam pontos entradas
como Rolinhos de Bacalhau marinado com espargos verdes
e espuma de limão ou ainda os lingueirões à Bulhão Pato.
Maisadiante,naPraiaVerde,quemmaisordenaéoPezinhos
n’Areia (www.pezinhosnaareia.com, GPS N37° 10’25.85”
/W7° 28’46.35”,preço médio:€25).O que começou como
um modesto apoio de praia na década de 1980 é hoje um
valor seguro com clientela fiel, entre anónimos e famosos,
que se delicia com a cozinha portuguesa, à base de peixe e
marisco, e aprecia o facto de poder dar um mergulho entre
uma coisa e outra. Para 2010, o restaurante tem já previsto
um novo espaço, ainda mais exótico e amplo.
AgradecemosàHondaacedênciadomodeloInsightcomoqualrealizámosestepercursopeloAlgarve
q A GULOSEIMA
Não é para consumo imediato, mas ainda assim faz sentido
a menção para mais tarde recordar. O calor, já se sabe, não
éomelhoramigodochocolate,porissoaQuintadoXocolatl
(Sítio do Pinheiro.1077,Luz deTavira,www.quinta-xoc.com)
suspendeu a produção das suas guloseimas artesanais
durante o Verão.A partir de Outubro, no entanto, não só a
quinta,que também é galeria de arte e oficina,reabre a suas
portas – com um novo café,para além da loja que já existia
e funcionava de terça a domingo –, com as 25 variedades
de chocolates e bombons, produzidos a partir do melhor
chocolate belga conjugado com sabores típicos algarvios
(e não só) como a aguardente de figo, a amêndoa torrada
ou a laranja, a serem também vendidas em várias lojas do
Algarve. Mas a visita à quinta, à beira da Ria Formosa, será
sempre um bom pretexto para conhecer os responsáveis
pelo projecto, o mestre chocolateiro Frank Vermorgen e a
artista plástica Elza Newton.
q A NOITE
Até ver, o Sotavento permanece, por estar também menos
à mão de semear, um pouco arredado das festas mais ba-
daladas que animam oVerão algarvio.A excepção continua
por conta do Manta Beach Club,na Praia da Manta Rota,
que trouxe para as páginas das revistas do social um areal
entretanto requalificado, mas que, durante o dia, por muito
que os tempos sejam outros e já não se possa falar na“praia
dos montanheiros” – antigamente, os trabalhadores rurais
desciam da serra com os seus burros, depois da apanha do
figo, da alfarroba e da amêndoa, para irem a banhos nesta
zona –, continua a ter uma frequência eminentemente
popular, por contraste com outras praias mais “elitistas” do
litoral algarvio. Além das festas temáticas, o Manta Beach
vai ter também grupos de Salsa no âmbito do “Allgarve”.
Restaurante Pezinhos n’Areia, na Praia
Verde (à dir.) e esplanada e um dos pratos
do Chá com Água Salgada, na Manta
Rota (em baixo).Ao lado: exterior das
varandas daVila Campina, perto deTavira
q O REFÚGIO
Não fica junto ao mar, se bem que este não está a mais de quatro
quilómetros de distância,mas não é por isso que o Vila Campina
(www.vilacampina.pt,GPS N37º 6’ 7’’ /W7º 43’ 22’’,desde €95 por
noite) tem menos potencial ou charme. Aliás, muito do encanto
desta casa de hóspedes reside no facto de ficar na campina algar-
via, entre laranjais, nas cercanias da localidade de Luz de Tavira.
À chegada, os hóspedes, portugueses mas sobretudo estrangeiros,
recebem, para além da chave do seu quarto – e são só oito, mais
uma suite –, uma outra para abrir e fechar o portão. Porque a
sensação é de se estar um pouco em casa, mas uma casa, como
escreveu alguém no livro de hóspedes,“com muito,mas muito mais
estilo”. A proprietária, Sofia, que já trabalhou com revistas de
decoração, criou um espaço imaculadamente branco por dentro
e por fora, mas onde cabem, para além dos jardins e da campina
verdejante à volta, apontamentos de cor e pequenos toques
personalizados que fazem deste espaço uma constante e agradável
surpresa.A convidativa piscina,fundamental para ajudar a suportar
o calor das tardes de maior braseiro,fica convenientemente afastada
da casa para garantir a quem vai e a quem fica um maior sossego.

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  • 1.
  • 2. DA COSTA VICENTINA AO SOTAVENTO, SEM ESQUECER O BARLAVENTO, PERCORREMOS O LITORAL ALGARVIO DE UMA PONTA À OUTRA PARA TRAÇAR UM ROTEIRO ASSUMIDAMENTE DE VERÃO. MAIS DO QUE APENAS AS NOVIDADES, CONCENTRÁMO-NOS EM TODOS OS ASPECTOS E PARTICULARIDADES QUE FAZEM DO ALGARVE, MESMO EM PLENO MÊS DE AGOSTO, UM DESTINO DE FÉRIAS DE ELEIÇÃO. Texto de João Miguel Simões | Fotografia de Pedro Sampayo Ribeiro
  • 3. 80 A G O S T O 2 0 0 9 ALGARVE EM AGOSTO q A PRAIA Há quem prefira aArrifana,numa bonita enseada,há quem prefira a Bordeira, onde dizem ainda ser possível avistar lontras, mas a praia do Amado, pese o facto de já não ser mais um segredo na CostaVicentina,permanece como uma das mais belas e desejadas. Nos últimos anos, não só melhoraram significativamente os acessos a partir da Carrapateira, como toda a infra-estrutura à volta da praia sofreu um considerável upgrade. Os surfistas convivem hoje com famílias e excursionistas de passagem,mas,ao cair da noite, o Amado volta a silenciar-se e apenas se avistam as fogueiras acesas pelos caravanistas que ali pernoitam. Mas há outra praia que merece uma referência. Para onde quer que se olhe, a norte ou a sul, até onde a vista alcança, o panorama sobre a Cardoama, já em Vila do Bispo (boa estrada até o Castelejo,seguido de mais dois quilómetros em terra batida), é soberbo. Nos dias mais ventosos, aos surfis- tas juntam-se os praticantes de parapente, que beneficiam de um morro que constitui igualmente um excelente miradouro natural. Aliás, para além do seu extenso areal e mar batido, o que mais encanta na Cordoama são as suas arribas abruptas, que chegam a atingir os 100 metros de altura. O vento tem ainda outra vantagem para além das já mencionadas… ele traz até nós um odor intenso a esteva. q O HOTEL Fica na vila de Sagres, por altura do Porto da Baleeira e virado para a praia do Martinhal, e é uma das melhores formas de resgatar o que ainda resta de um Algarve mais genuíno. Não se pense, todavia, que o Memmo Baleeira (www.memmobaleeira.com, GPS N37º 00’37.11’’ / W8º 55’53.15’’, pacotes desde €67.50 por noite), que aprovei- tou a estrutura de um hotel da década de 1960, está de costas voltadas para a modernidade. A prova disso é que, apesar de já estar no mercado desde 2007 e de ter, inclusi- ve, ganho alguns prémios pelo seu design (e aí, há que dizê-lo, marca pontos a arquitectura arejada e luminosa de Samuel Torres de Carvalho, a que se juntou uma decoração acondizerpontuadaporpeçasdeTomVacouPhillippeStarck), não dorme na forma e ainda recentemente inaugurou uma ala com novas Memmo Suites, de um ou dois quartos e equipadas com kitchenettes, pensadas para famílias. No resto, e porque a aposta tem dado bons frutos, Rodrigo Machaz,o director-geral,insiste na fórmula de“open resort”, que é como quem diz aproveitar ao máximo os mimos internos como a cozinha esmerada,a piscina (no exterior,de água fria; no interior, aquecida) e um spa à altura, mas sem esquecer que há um mundo lá fora para explorar através de actividades como o surf, o mergulho, passeios a pé ou de BTT, entre outras coisas. q A NOVIDADE Setudocorreucomodesejado,oempreendimentodaAldeia daPedralva(www.aldeiadapedralva.com,GPSN37º08’452” / W8º 52’749”, desde €130 por casa/noite) terá chegado a bom porto na altura em que esta revista estiver nas bancas. António e Patrícia Ferreira, que dão a cara pela empreitada que lhes consumiu três anos de pesquisa e muita burocracia e os levou a abandonar uma carreira na publicidade, viram nesta aldeia abandonada a hipótese de construir, não uma unidade hoteleira, mas um tipo de turismo que se casa com o espírito do lugar. Compraram 31 casas abandonadas, que transformaram em espaços alegres de um ou dois quartos, ideais para famílias.Como em tudo,há quem torça o nariz ao projecto, mas o certo é que este veio requalificar uma aldeia fantasma e tem um conceito que faz sentido: vir, não para estar fechado entre paredes, mas sim para usufruir de uma experiênciaquepodeincluirobservaçãodeaves,aulasdesurf em família ou ainda passeios de bicicleta.As limpezas ficam por conta do staff,estando já a funcionar uma mercearia.Até final do ano contam inaugurar o restaurante,a ser explorado pelo El Colesterol (ver “o restaurante”). Para muitos, este continua a ser o último reduto a salvo no litoral algarvio. A Costa Vicentina, em pleno parque natural, não é mais exclusiva dos caravanistas e dos surfistas, mas quem chegou de novo e se instalou tem sabido, na medida do possível e das demandas do negócio, respeitar a filosofia e a ética de vida. Talvez por isso, e depois do hotel Memmo, se aguarde com alguma expectativa a abertura, em 2010, de um luxuoso resort na praia do Martinhal, em Sagres. Os mais cépticos dizem que nada voltará a ser o mesmo, mas o certo é que o projecto leva a assinatura do atelier de Conran & Partners, famoso em todo o mundo, e promete total integração na paisagem e “uma sofisticação descontraída”. Quem viver, verá. PERCURSO I: DE ALJEZUR A SAGRES
  • 4. A G O S T O 2 0 0 9 81 Surfista na Praia doAmado e o areal da Cardoama (em cima); interior e exteior de uma casa daAldeia de Pedralva, perto deVila do Bispo (à dir. e em cima). Piscina interior do Memmo Baleeira (no topo da pág.)
  • 5. 82 A G O S T O 2 0 0 9 q O FENÓMENO Não chega a ser um segredo, pois já é partilhado por muitos no sempre eficiente método do boca-a-boca, mas é um caso digno de registo.As coisas estão prestes a mudar na aldeia da Pedralva, nos arredores de Vila do Bispo, com a inauguração do novo empreendimento (ver texto), mas até agora o que ali existia era um punhado de moradores resistentes e o Pizza Pazza (GPS N37º 08’452” / W8º 52’749”, aberto de terça a domingo nos meses de Verão, preço médio: €10-15). No meio do nada, aquele casarão, de dois andares, pintado de cores vistosas, habituou-se a não ter mãos a medir para atender quem ali chega, vindo de todos os cantos de Portugal e do mundo, para saborear as suas pizzas de massa fina e estaladiça, em combinações que não acabam mais. O dono e a maioria dos emprega- dos é de origem alemã, mas já contrataram um funcionário português! q O RESTAURANTE Nos últimos anos, quem passa em Aljezur raramente passa sem uma paragem no El Colesterol (Estrada Nacional 120, Sítio de Santa Susana, preço médio: €20), um restaurante alegre e despojado,que não se acanha em misturar o rústico com a arte pop instantânea, dividido por sala e esplanada. A ementa não é longa mas agrada e, se for o caso, serve os tão apreciados percebes. Quem também o faz, e até coloca placa na fachada para o anunciar, é o Eira do Mel (www.eiradomel.com, encerra aos domingos, preço médio: €25),emVila do Bispo,que alinha por uma filosofia de slow food. O termo não lhe diz nada? Pense em receitas tradicionais, neste caso de legítima cozinha regional algar- via, executadas com vagar e saber, mas com a técnica que muitas vezes falta a quem não faz disto profissão. Os cice- rones desta casa, que mistura objectos dos ofícios antigos, são o casal José António e Isália Pinheiro. Restaurantes El Colestrol, emAljezur; o Eira do Mel, emVila do Bispo; e o Pizza Pazza, um dos grandes sucessos da CostaVicentina. À dir.: Cabo de SãoVicente
  • 6. A G O S T O 2 0 0 9 83 q A BOA VIDA Desengane-se, não vamos falar aqui de festas e de borgas até às tantas da manhã. Isso é o tipo de coisa que poderá fazer noutros pontos do litoral algarvio, já que na Costa Vicentina, que partilha com o Sudoeste alentejano um parque natural, o que está realmente a dar é pular da cama cedo para aproveitar bem o dia. A paisagem vicentina abriga inúmeras espécies de aves e de plantas (sendo que 12 delas não existem em mais lugar nenhum do mundo), pelo que são cada vez mais as empre- sas da região a proporcionar passeios a pé, de BTT ou até mesmo de burro ou a cavalo para explorar o campo e as praias.Criou-se um pouco a ideia de que as actividades pro- postas são radicais e para pessoas em excelente forma física, mas,namaioriadoscasos,oquesepassaéquesãodestinadas a quem aprecia a vida ao ar livre, o que prova o sucesso crescente de programas de observação de aves ou de golfinhos (contactar a Mar Ilimitado, tel. 916 832 625), por exemplo. Claro que os desportos de água ocupam um lugar muito especial, afinal, e como se diz por ali, a Costa Vicentina deve a sua sobrevivência ao surf. Daí nos últimos anos se terem multiplicado as escolas de surf, windsurf ou mergulho,quase sempre associadas a casas de hóspedes. UmadasmaisrecenteséadoAljezur Surf Center(www.al- jezursurf.com), que pretende vender, não a simples estada, mas toda uma experiência.Como é o caso do Freeride Surf Camp (tel. 916 089 005), junto ao hotel Memmo, ou do Divers Cape (Porto da Baleeira, tel. 965 559 073). q O MOMENTO OhistoriadorefilósofogregoEstrabão,quandoescreveusobreaPenínsula Ibérica, não escondeu o seu fascínio pelo Cabo de São Vicente, situado no extremo sudoeste do continente europeu, nas cercanias da Ponta de Sagres.Nos séculos que se seguiram,SãoVicente continuou a alimentar o imaginário popular, que não conseguia imaginar o mundo para lá das suas tormentas. Os descobrimentos portugueses vieram provar o contrário,mas este cabo,de peculiar formato,não perdeu a sua aura bravia,sobretudo ao final da tarde,altura particularmente mágica que leva muitos forasteiros a chegarem ali em romaria, vindos até de Espanha,só para não perderem o espectáculo do astro que flameja. Quem viu um pôr-do-sol viu todos? Não é o que dizem quando se vai a São Vicente… q O LUSCO-FUSCO Sagres possui alguns bares animados (como o Dromedário, o Água Salgada ou o Mitic), onde reina uma atmosfera hippie-chic, mas a nossa sugestão recai no Namastê (Rua Comandante Matoso,namaste-restaurantebar.blogspot.com, aberto de quinta a domingo, preço médio: €20) por fazer o pleno.Com pouco mais de um ano de vida,este restaurante- -bar,das amigas e sócias Patrícia Pires da Silva e Sofia Cunha e Silva, é um local da moda para comer, com uma ementa leve e agradável, a condizer com o espaço alegre e jovial, e/ou beber um copo.
  • 7. ALGARVE EM AGOSTO q A CASA Não estranhe se não der com ela à primeira. Acontece com muito boa gente que,em Estombar,perde de vista a placa que indica a entrada para a reserva, por onde deve continuar até encontrar a última casa.A última,mas a que deve ter a melhor vista para o rio Arade, entre Portimão e Lagoa. Baptizada muito a propósito de Na Curva do Rio (www.nacurvado- rio.com, GPS N37º 09’354‘’ /W8º 17’157‘’, desde €75 por noi- te), é uma antiga casa de férias da família de Lourenço Pinto Ribeiro,que tem ali muitas das suas memórias de infância,mas está convertida, desde há alguns anos, em negócio. Se virmos bem, o vaivém do trânsito nem está assim tão afastado, mas a sensação de isolamento é tal que depressa nos julgamos mergulhados no Algarve mais profundo. E depois há o rio, ou melhor, a vista para o rio, saboreada a partir de dois decks virados a poente e de outros tantos alpendres, que é, sem dúvida, o grande trunfo de Na Curva do Rio. A casa dispõe de uma óptima piscina e de sete suites com casa de banho, além de uma sala de estar com lareira e de uma outra mais pequena, ideal para ler um livro, ficar à conversa e/ou assistir à televisão projectada na parede. Portimão é o exemplo perfeito de que não basta só vontade política e investimento avultado para transformar, da noite para o dia, uma área que, por muito e bons anos, insistiu num determinado modelo de turismo, mais virado para as massas e para o gosto muitas vezes duvidoso de um certo tipo de hóspede britânico. São vários os projectos de requalificação neste trecho do Algarve, mas a pergunta que se impõe, como muitos já fazem, é se em vez de insistir em agradar a gregos e troianos, juntando no mesmo espaço tipos muito distintos de propósitos e de rendimento per capita, este “Algarve” não devia assumir, sem complexos, que se quer converter num novo pólo de animação diurna e nocturna, à imagem e semelhança de outras mecas, como Ibiza. A pergunta, pertinente, fica no ar. PERCURSO II: DE LAGOS A ALBUFEIRA
  • 8. A G O S T O 2 0 0 9 85 q A PRAIA A esplanada sobre a praia do Camilo, com acesso a partir de Lagos, não podia ser mais providencial, pois acabou por facilitar o acesso ao miradouro improvisado. Rodeada por arribas esculpidas, que formam relevos típicos como leixões, arcos e sapas, tão do agrado de avescomoosguinchos,oscorvos-marinhosouasgaivotas, esta praia é das mais bonitas na costa que se estende entre Lagos e Albufeira. Ao largo, é comum avistar veleiros, ao passo que no areal, dividido por uma formação rochosa atravessada por um túnel escavado à mão, se agrupam sobretudo famílias. Igualmente familiar,masumpoucomaiselitista,éapraiadaMarinha, já no concelho de Lagoa,com acesso a partir da EN 125 (a cerca de 4,5 km). Situada numa enseada, mais uma vez deparamos com uma praia que deve a sua beleza natural às arribas ocres, bastante fracturadas e fissura- das, que envolvem praticamente todo o areal. Uma das suas particularidades é que se presta à prática de snorkeling para admirar as suas riquezas subaquáticas. q A NOVIDADE Não deixa de ser uma ironia que uma das grandes novida- des da rentrée algarvia seja o regresso à actividade do Blue & GreenVilalaraThalassa Resort(www.vilararesort.com, GPS N37º05’57’’ / W8º 22’49’’), que não só compôs o nome como teve a coragem de fechar as portas para reabrir em grande estilo.Situada emAlporchinhos,perto deArmação de Pêra, esta propriedade do Grupo Amorim soube preser- var os jardins primorosos, tirar proveito de uma praia que, na prática, é exclusiva e honrar o projecto arquitectónico deAlmeidaAraújo,oprimeiroproprietário,maspercebeuque, depois de décadas em actividade, precisava de se ajustar. O Vilalara actual é uma versão melhorada, com uma deco- ração contemporânea e um conceito de quartos e suites mais conforme agora aos gostos da clientela jovem que o resort pretende cativar. É que se a talassoterapia, inaugurada em Junho de 1990, permitiu ao hotel ganhar fama na Europa, onde é considerado um dos melhores do género, o certo é que acabou também por o colar à imagem de um turismo sénior. Parte da estratégia de relançamento da marca passa por associar aos tratamentos de talassoterapia, ligados à água do mar,modalidades de spa,o que só foi possível com o alargamento das instalações e uma forma de estar cool. Praia da Marinha; Blue & GreenVilalaraThalassa (em cima e à dir.); uma sala e a esplanada da casa Na Curva do Rio, em Estombar (em cima, à direita e na pág. ao lado), perto de Silves
  • 9. 86 A G O S T O 2 0 0 9 ALGARVE EM AGOSTO q A GULOSEIMA Não verdade, não uma, mas várias e de perder a cabeça. Há muita gente que se desloca de propósito à Quinta dos Avós (www.quintadosavos.pt, abre das 14h00 às 20h00 e encerra às terças, GPS N37º 155704’’ / W8º 265900’’), em Algoz, só para se aviar dos tentadores doces regionais algarvios (alguns dos quais de alfarroba), compotas e lico- res,todos produzidos a preceito de forma artesanal.Convém, todavia, ir com um pouco mais de vagar para desfrutar da sua casa de chá, onde, além de tudo o resto, servem ainda infusões de ervas aromáticas plantadas na quinta (criaram até uma agradável mistura para beber gelada nos dias de maior calor).Outra curiosidade é o museu,que os donos terão o maior gosto em mostrar e onde reuniram muitos objectos que fazem parte do património local. q A AGENDA O projecto “Allgarve” (informações em www.allgarve.pt, reserva e venda de bilhetes através do número 808 781 212) continua a esforçar-se para trazer à região outros focos de interesse. Nesse sentido, uma exposição no Centro Cultural de Lagos, até 13 de Setembro; outra exposição e um ciclo de cinema no Museu de Portimão (a primeira termina a 10 de Agosto e o segundo a 2); e uma instalação na Igreja da Misericórdia(até27deSetembro)deSilves,querecebetam- bém, na sua Casa de Cultura Islâmica e Mediterrânica, um conjunto de gravuras cedidas pela Fundação Calouste Gulbenkian (até 27 de Setembro). Num registo diferente, de destacar o Festival da Sardinha de Portimão,até 16 deAgosto,ao passo que o cantor Seal vai dar música a quem se deslocar ao CS Herdade dos Salgados Resort,no dia 1 de Agosto. No dia 5, mas no Grande Real Sta. Eulália Resort & Hotel Spa, em Albufeira, será a vez de Maria Rita subir ao palco.No âmbito do“Allgarve Dance”vão ser ainda rea- lizadas“SunsetParties”emlocaisaanunciar,bemcomoduas festas “On Board”, em barcos que vão percorrer a costa. q O RESTAURANTE São parecidos e possuem propostas idênticas, mas como não quisemos decidir entre um e outro, deixamos-lhe a si a escolha. O Caniço (preço médio: €20) fica na Prainha, em Alvor, com acesso directo através de um elevador instalado no penhasco, que desce até ao areal. Com uma decoração rústica e debruçado sobre a praia, este restaurante notabili- zou-se pelo seu peixe fresco, pelos diversos tipos de cata- plana ou ainda pela perna de borrego assado à tavirense. Já o Restinga (preço médio: €20), fica recuado nas dunas da praia do Alvor, com a ria por trás, mas também dá direi- to a vista para o mar. O ambiente é familiar, com uma simpatia no serviço que faz toda a diferença, num Algarve nem sempre reconhecido por receber bem o que é da terra. Na ementa, o peixe fresco é rei, bem como as cataplanas e as sopas de peixe, amêijoas e camarões. q A ANIMAÇÃO Em Portimão, no areal da praia da Rocha, o Sasha Beach marcouumanovaeracomassuassessõesnocturnas,aosom dos melhores DJs e com muitas caras conhecidas, que já ti- nham posto de parte este trecho do Barlavento algarvio. O Sasha, tal como outros clubes que existiam ou que surgiram depois, soube aproveitar a lacuna deixada pelo encerramen- to da Casa do Castelo, em Albufeira.A funcionar durante o ano como restaurante, o Sasha anuncia que este será o seu último ano na actual localização,mas o certo é que,até finais de Agosto, as suas Summer Sessions são incontornáveis no calendário dos foliões.Quem também está a ganhar o gosto pelaanimaçãonocturnaéoSuitesAlbaResort&Spa,napraia daAlbandeira,de que Luís Figo é sócio,mas,à data de fecho desta edição, entre as novidades mais esperadas estava a abertura do Faces, no Tivoli Marina (ver percurso III), em Vilamoura, que marca o regresso da estilista Fátima Lopes à noite.A empresária promete não uma discoteca,mas sim um espaço enorme e exclusivo onde será possível dançar, mas também conviver em grande estilo.A outra entrada de peso, queprometeagitaropanoramaaté22deAgosto,éadoSalt Beach Club,napraiadosSalgados,emAlbufeira,acargoda RP MartaAragão Pinto,que coloca como chamariz os nomes sonantes de Bob Sinclair, David Moralesou Roger Sanchez. Restaurante do Sasha e a vila de Silves (à dir.); restaurante O Caniço, na Prainha, e a Quinta dosAvós, que vende doces tradicionais algarvios, emAlgoz. Na pág. ao lado: No Solo Água Beach, Portimão
  • 10. q O FARNIENTE A moda dos clubes de praia, que tanto sucesso fazem em outras paragens como Ibiza ou Miami, veio para ficar no Algarve. Curiosamente,o Duna Beach (www.duna-beach.com),na Meia Praia, em Lagos, não é propriamente uma novidade, pois já tem praticamente 40 anos. Actualmente integrado na propriedade do Tivoli Lagos (N37º 06’ 20,51’’ / W8º 40’ 35,49’’), este clube soube actualizar-se, mantendo aquilo que tinha de bom: o aces- so directo à praia e uma agradável piscina redonda. No resto tratou de criar um menu leve a atractivo, cocktails coloridos e de proporcionar Love Beds, não mais do que camas em palhinha alugadas ao dia, para desfrutar a dois com vista para o mar e garrafa de champanhe.Há também festas temáticas.Muito mais recente é o No Solo Água Beach (www.nosoloagua.com),com acesso directo à praia da marina de Portimão, que surgiu no âmbito da requalificação da zona marítima da “capital do Barlavento”. Na verdade, o No Solo, marca italiana, divide o espaço e o conceito em três, com uma área de piscina e restau- rante,outradepraiaerestauranteeaindaoutradepraiaebar.Em todas elas vai encontrar inúmeras camas de dia,mesas,cadeirões, enfim,uma profusão tão grande de mobiliário exterior (importado de Bali,na Indonésia) que,nalguns casos,chega até a ser demais. De todas as formas, e mesmo sem a clientela glamourosa de outros seus congéneres, agrada e faz da animação, diurna e nocturna, um cartão de visita.
  • 11. q O RESTAURANTE Em vez de (apenas) uma, duas sugestões.A primeira, mais informal, fica sobre a praia de São Rafael, em Albufeira, eleita pelo sítio onbeach.com como a melhor do país e a quarta melhor da Europa. O critério é discutível, mas é, apesar da exiguidade do seu areal,que lota facilmente,uma praia agradável e servida pelo restaurante-bar São Rafael (pertence ao hotel CS São Rafael mas funciona autonoma- mente). Com uma decoração em tons de branco e azul, é um espaço aberto,com esplanada,onde se podem comer especialidades a partir de €9 e peixe fresco a partir de €8.16 (www.cs-saorafaelsuitehote.com, preço médio: €20). Em Vilamoura, no recém-inaugurado Tivoli Victoria, está a funcionar o Emo, aberto apenas aos jantares e com um conceito de cozinha portuguesa a revisitar em menus de degustação. É um espaço assumidamente contemporâneo, com toques fora do comum, como seja a filigrana aplicada no tecto e paredes ou os painéis de azulejos de chacota manual metalizados. A execução está a cargo dos jovens chefs Pedro Peinado Pereira e Bruno Rocha, e não de Luís Baena, como tem sido erradamente divulgado. 88 A G O S T O 2 0 0 9 ALGARVE EM AGOSTO q A PRAIA De longe, parece uma única e mesma praia, mas a verdade éque,quemconhecebemazona,sabequeapraiadaFalésia, em Albufeira, se encontra entre as de Olhos d’Água e de Vilamoura.O acesso por estrada faz-se através da aldeia das Açoteias, mas para lá chegar vai mesmo ter de estacionar o carro e fazer o resto do caminho a pé, recorrendo à esca- daria e rampa em madeira, a poente ou nascente.A beleza desta praia, com um areal de quase três quilómetros de extensão, está sobretudo nas arribas, ora mais alaranjadas, ora mais esbranquiçadas, que a ladeiam e que criam um forte contraste com as manchas de verde dos pinheiros- -mansos e os azuis do céu e mar. Tem uma frequência familiareselecta,aoquenãoéalheioofactodesera”praia” do Sheraton Pine Cliffs, o resort eleito por José Sócrates sempre que vai de férias para o Algarve. q A NOVIDADE Foi inaugurado oficialmente em Junho e é a confirmação de que a marca Collection dos Hotéis Tivoli não estava a brin- car quando mandou imprimir o bordão “experience more”. O novo Tivoli Victoria (www.tivolihotels.com, GPS N37º 06’ 15.66”/W8º 08’ 30.41”,preços a partir de €240 por noite), em Vilamoura, possui um total de 280 quartos e suites,espalhados por corredores algo labirínticos,mas uma vez que se decora a geografia local, não há que enganar num hotel com ares de resort.A aposta no golfe para atrair uma clientela compatível com o nível dos serviços prestados não fez com que se esquecessem, de todo, diferentes mo- dalidades de lazer mais a gosto de um outro tipo de hóspede igualmenteexigente.Nessesentido,écuriosoopiscardeolho inteligente que os mentores doTivoliVictoria fazem a quem, mais do que apenas conforto e atenção personalizada (e nisso há que ressaltar a simpatia em geral do staff e a efi- ciência dos mordomos que dão assistência às suites execu- tivas e presidencial), também presta atenção aos detalhes e aprecia arte. Por todo o hotel, além dos 40 frisos orgânicos da autoria de Pedro Calapez impressos nas paredes, desta- que para várias peças, entre fotografia, pintura e escultura, que vieram das galerias deVera Cortês,Pedro Cera e Cristina Guerra. De todas as formas, o mais que dá água na boca é o conjunto de duas piscinas,de inspiração clássica,rodeadas por espreguiçadeiras e camas de dia. É um dos trechos com maior visibilidade do Algarve, pelo que foi alvo, nos últimos anos, de um investimento pesado e contínuo, que transformou por completo, para o bem e para o mal, toda esta costa. Albufeira e Vilamoura permanecem como pólos destacados da animação, mas enquanto a primeira aparece muito mais voltada para as massas, e está a braços como uma marina às moscas, Vilamoura está cada vez mais a apostar num segmento de luxo cinco estrelas, fazendo valer a máxima de quem um dia vaticinou “O lugar do futuro é o Algarve”. PERCURSO III: DE Albufeira A FAro Piscina do novoTivoliVictoria, emVilamoura (em cima); uma das iguarias servidas no Emo, também noTivoli; pelos caminhos doAlgarve no automóvel híbrido da Honda; a praia da Falésia e restaurante São Rafael (na pág. ao lado)
  • 12. A G O S T O 2 0 0 9 89
  • 13. 90 A G O S T O 2 0 0 9 ALGARVE EM AGOSTO q O SPA O Elements by Banyan Tree, a funcionar no dois últimos pisos do já mencionado hotel Tivoli Victoria, não é só mais um spa que veio aproveitar a onda e a moda.Mesmo quem já teve a oportunidade de ver muita coisa nesta vida,vai sur- preender-se com o bom gosto e o refinamento deste espaço. E espaço, para começar, não lhe falta, já que estamos a falar de uma área de 1000 m2 ,o que não só permitiu a instalação de uma magnífica piscina interior com amplas vistas panorâmicas como também as cabines de tratamento, num total de sete, ao contrário do que é habitual, não são interiores possuem janelas para o mar e para o campo de golfe e são desafogadas.A decoração, outro detalhe impor- tante,é exótica sem ser espampanante,e todo o pessoal tem formação da BanyanTree,uma das cadeias mais prestigiadas de hotéis e spas na Ásia. Não há bela sem senão, e neste caso, a única coisa a lamentar, mas que se compreende pelo queestáemcausa,équetodosostratamentosesessõesmais tentadores não custam menos de €120. q A ANIMAÇÃO Na marina de Vilamoura, o Nikki Beach Club repete a fórmula, mas mudou e aprimorou o conceito. Ligado ao Tivoli Marina (GPS N37º 04’25.80” /W8º 07’12.91”), mas a funcionar de forma autónoma, este espaço divide-se em Nikki Beach Barefoot, na praia com um bar de apoio e várias espreguiçadeiras e opium beds para arrendar até às 21 horas, e em Nikki Beach Lakeside, nos jardins do hotel, à volta de um lago com restaurante, onde reina a mesma informalidade mas o ambiente é mais elaborado, com acentuada tónica marroquino-oriental, e fica aberto até às duas da manhã. Estão também previstas várias festas temáticas, com DJs internacionais. Em Faro, o Sui Generis (www.suigeneris.pt, preço médio: €30) é um sucesso que se divide em três níveis e serve diferentes propósitos.Ruben Paulino, o proprietário, inspirou-se noutras paragens para a criação, mas quem faz, regra geral, as honras da casa é o panamiano Federico Marichal, ficando a cozinha, outra boa surpresa, a cargo do chef Diogo Pereira. Mas, mais do que dar apoio à praia e fazer as vezes de restaurante e bar, o Sui Generis é também um lounge e até 20 de Setembro, entre as 17 e as 21 horas,vai ter diversos eventos,além das Beach Parties,que se vão prolongar madrugada fora… Com a garantia de que no dia seguinte abrem,como é hábito,às nove da manhã para começar a servir pequenos-almoços. Nikki Beach Club de Vilamoura; exposição na Mina de Sal Gema, em Loulé; o Sui Generis; e massagem no spa Elements by Banyan Tree (em cima).Ao lado: marina de Vilamoura
  • 14. A G O S T O 2 0 0 9 91 q A LOJA Quase nos arriscamos a dizer que vale a pena passar em Faro de propósito para espreitar a Space Invaders (Av. 5 de Outubro, 38A). Há uns anos, quando decidiram abrir este showroom, Ana Sequeira e João Fernandes não o fizeram apenas para ficar mais perto das respectivas famílias, mas também, e sobretudo, por pressentirem, e bem, que havia espaço noAlgarve para uma loja de design contemporâneo. Quem vem de Lisboa ou do Porto não vai notar diferença no que já encontra por lá, mas no resto do país são ainda poucas as lojas com uma tão grande aposta em peças de design assinadas por nomes como Frank Gehry, MaMo Nouchies ou Ray e Charles Eames, só para citar alguns. E tanto assim é que a Space Invaders fez parte da lista de sugestões da Experimenta Design. q O ACONTECIMENTO Adecorrernoâmbitodo“ArtAlgarve2009”(www.allgarve.pt), oprojectodascuradorasespanholasLorenaeMariadeCorral, esta última directora da Bienal deVeneza em 2005,na Mina de Sal Gema (entrada: €4), em Loulé, é o pretexto para descobrir, de uma forma muito inusitada, um Algarve profundo,praticamente desconhecido,que serviu de cenário a uma das emissões do programa“Prós e Contras”,na RTP1. Para cumprir a visita é preciso descer 230 metros abaixo do nível do mar, mas as galerias são suficientemente amplas e arejadas,possibilitando que ali se permaneça cerca de uma hora para passar em revista as nove instalações e projecções que animam a mina até finais de Setembro. Sal Gema, convém referir,continua em funcionamento,mas a visita não contempla, ao contrário do que muitos pensam, passagem pelas áreas de extracção.Apenas a lamentar, a má sinaliza- ção da mina para quem vem de fora. q A AGENDA O projecto “Allgarve” (informações e reservas de bilhetes pelo tel. 808 781 212), nas suas diferentes vertentes, tem previstas várias intervenções e exposições, até finais de Setembro, no centro de Faro (nomeadamente no Museu Municipal) e em Loulé (em locais como a Fonte da Pipa, o Convento de Santo António ou a Mina Campina de Cima), que também vai receber o Cataplana Experience, de 2 a 6 de Setembro, numa proposta mais gourmet. Em maté- ria de música e animação, destaque para as actuações de Joss Stone (31 de Julho, Monumento Duarte Pacheco, em Loulé),José Cid e Herman José (7 deAgosto,The Lake Resort, Vilamoura), Ive Mendes (13 de Agosto, Hotel D. Pedro Golf Vilamoura) ouAbba Gold (18 deAgosto,Vila SolVilamoura Spa & Golf Resort),bem como para o Allgarve Dance,dia 14 deAgosto no Nikki Beach Club,e para a Noite Branca do Algarve, dia 29 de Agosto em Loulé. Loja Space Invaders, em Faro
  • 15. 92 A G O S T O 2 0 0 9 ALGARVE EM AGOSTO 92 A G O S T O 2 0 0 9 À semelhança da Costa Vicentina, o Sotavento algarvio conservou um pouco mais da sua essência, sendo muitos os que ainda procuram refúgio nas praias do município de Castro Marim, já perto da fronteira com Espanha. Areais como o da Manta Rota ou Praia Verde foram requalificados, o que aumentou a afluência de pessoas mas tem, até ver, garantido novas infra-estruturas turísticas de qualidade. De salientar ainda o património natural da região, com especial destaque para a Ria Formosa e para a Reserva do Sapal em Castro Marim e Vila Real de Santo António. PERCURSO IV: DE Faro A castro marim q A PRAIA Não é mais um segredo, mas ainda assim há quem desconheça ou que, simplesmente, imagina ser complicado lá chegar. E não é.A Ilha da Fábrica, assim chamada por antes ter existido ali em frente uma fábrica de tijolos, fica localizada na península de Cacela, junto à aldeia histórica de Cacela Velha. Diz quem conhece que se pode ir a pé, desde a praia da Manta Rota, mas é mais cómodo (e rápido,nem chega a 10 minutos) fazer a travessia de barco. Durante os meses de Verão, basta dirigir-se ao Sítio da Fábrica (ao lado do restaurante Costa, GPS N37º 9’253” / W7º 33’205”) e vai encontrar embarcações que asseguram a ida e volta (€1,50 por pessoa). A praia é uma língua de areia esbranquiçada, que serve de barreira natural ao avanço do mar, banhada pelas águas mais calmas e pouco profundas da Ria Formosa.O cenário é ainda muito belo,mas já se começa a ressentir da falta de vigilância e de manutenção.
  • 16. A G O S T O 2 0 0 9 93 q O PASSEIO O Parque Natural da Ria Formosa acompanha pratica- mente toda a costa desde o Ancão até à Manta Rota. São ao todo mais de 18 mil hectares e, apesar do desenvolvi- mento galopante do Algarve e do avanço do betão, tem conseguido manter um ecossistema muito peculiar, assente nas lagoas e nos canais que se formam entre cordões de dunas, onde várias aves procuram abrigo no Inverno, sem contar que vivem ali inúmeras espécies ameaçadas de extinção – como o Caimão comum ou o Camaleão –, que se extrai sal e se cultiva, em abundância, a amêijoa. Quem quiser, no entanto, mais do que simples cartões postais, pode efectuar vários percursos pedestres – de aproximada- mente três quilómetros e acessíveis, mas o automóvel tambémfoicontemplado–sugeridospeloCentrodeEducação Ambiental de Marim (tel.289 700 210,e-mail pnrf@icnb.pt, www.portal.icnb.pt). Só para aguçar o apetite, entre os locaisavisitardentrodoparqueestáoCentrodeReprodução e Criação de Cães d’Água e o chalet do poeta João Lúcio, hoje uma ecoteca, apontado, juntamente com a Quinta da Regaleira em Sintra, como um raro exemplar da arqui- tectura simbolista em Portugal. q A NOVIDADE Na localidade de Estói, a escassos 10 quilómetros de Faro, fica a mais nova pousada histórica de Portugal. Inaugurada em finais de Junho, esta unidade cinco estrelas é composta pelo antigo palácio de Estói,que pertenceu ao visconde José Francisco da Silva, e por um anexo desenhado pelo arqui- tecto Gonçalo Byrne, integrados numa propriedade de qua- tro hectares.A recuperação do imóvel, que estava nas mãos da Câmara Municipal de Faro desde 1987, consumiu boa parte dos 12,5 milhões de euros disponibilizados para a obra, mas quem vê hoje a recuperação primorosa dos frescos,dos frisos ou do mobiliário do palácio não deixa de se surpreen- der. Na parte antiga estão a funcionar as áreas comuns da pousada, como as salas de estar, o restaurante ou o bar, ao passo que os quartos, num total de 63 e bastantes amplos, estão todos na ala minimalista desenhada por Byrne. A conjugação dos dois volumes arquitectónicos, assumida- mente contrastantes,ainda choca alguns,mas o certo é que Estói (www.pousadas.pt,GPSN37º05’799”/W7º53’731”, desde €100 por noite) passou a ser a grande coqueluche da região,contando ainda com pavilhões de chá,jardins em estilo “Versalhes“, um spa e uma piscina integrada na pai- sagem.Não muito longe ficam as ruínas romanas de Milreu. Ria Formosa; Pousada de Estói (em cima); casa em Cacela (à dir.); e a praia da Fábrica (pág. ao lado)
  • 17. 94 A G O S T O 2 0 0 9 ALGARVE EM AGOSTO q A AGENDA Inserido na programação do “Allgarve”, vai ter lugar em Olhão,de 11 a 16 deAgosto,o Festival de Marisco,uma oportunidade ímpar para apreciar, em várias apresentações gourmet supervisionadas por José Bento dos Santos,um dos produtos mais apreciados da gastronomia local. Até dia 9 de Agosto, ainda vai a tempo de apanhar o XVII Festival “Sete Sóis, Sete Luas” na praia da Manta Rota, sendo que no dia 14 deAgosto, na zona ribeirinha deVila Real de Santo António, actua a fadista Mariza com um convidado a anunciar.De 27 a 30 deAgosto,por sua vez,cabe a Casto Marim organizar Dias Medievais (mais informações em www.allgarve.pt e venda de bilhetes em www.ticketline.pt). q O RESTAURANTE À falta de um, sugerimos dois, sobre a areia e com vista para o mar. O primeiro fica na praia da Manta Rota e dá pelo nome de Chá com Água Salgada (www.chaco- maguasalgada.com, GPS N37º 9’52.5“ / W 7º 31’9.27“, preço médio: €25). Aberto há um pouco mais de um ano, este espaço surpreende não só pela sua arquitectura despo- jada, entre dunas, mas também por servir, sem a ditadura dos horários, um cardápio fresco e caprichado, assinado pelo jovem chef Marco Jacó, onde marcam pontos entradas como Rolinhos de Bacalhau marinado com espargos verdes e espuma de limão ou ainda os lingueirões à Bulhão Pato. Maisadiante,naPraiaVerde,quemmaisordenaéoPezinhos n’Areia (www.pezinhosnaareia.com, GPS N37° 10’25.85” /W7° 28’46.35”,preço médio:€25).O que começou como um modesto apoio de praia na década de 1980 é hoje um valor seguro com clientela fiel, entre anónimos e famosos, que se delicia com a cozinha portuguesa, à base de peixe e marisco, e aprecia o facto de poder dar um mergulho entre uma coisa e outra. Para 2010, o restaurante tem já previsto um novo espaço, ainda mais exótico e amplo. AgradecemosàHondaacedênciadomodeloInsightcomoqualrealizámosestepercursopeloAlgarve q A GULOSEIMA Não é para consumo imediato, mas ainda assim faz sentido a menção para mais tarde recordar. O calor, já se sabe, não éomelhoramigodochocolate,porissoaQuintadoXocolatl (Sítio do Pinheiro.1077,Luz deTavira,www.quinta-xoc.com) suspendeu a produção das suas guloseimas artesanais durante o Verão.A partir de Outubro, no entanto, não só a quinta,que também é galeria de arte e oficina,reabre a suas portas – com um novo café,para além da loja que já existia e funcionava de terça a domingo –, com as 25 variedades de chocolates e bombons, produzidos a partir do melhor chocolate belga conjugado com sabores típicos algarvios (e não só) como a aguardente de figo, a amêndoa torrada ou a laranja, a serem também vendidas em várias lojas do Algarve. Mas a visita à quinta, à beira da Ria Formosa, será sempre um bom pretexto para conhecer os responsáveis pelo projecto, o mestre chocolateiro Frank Vermorgen e a artista plástica Elza Newton. q A NOITE Até ver, o Sotavento permanece, por estar também menos à mão de semear, um pouco arredado das festas mais ba- daladas que animam oVerão algarvio.A excepção continua por conta do Manta Beach Club,na Praia da Manta Rota, que trouxe para as páginas das revistas do social um areal entretanto requalificado, mas que, durante o dia, por muito que os tempos sejam outros e já não se possa falar na“praia dos montanheiros” – antigamente, os trabalhadores rurais desciam da serra com os seus burros, depois da apanha do figo, da alfarroba e da amêndoa, para irem a banhos nesta zona –, continua a ter uma frequência eminentemente popular, por contraste com outras praias mais “elitistas” do litoral algarvio. Além das festas temáticas, o Manta Beach vai ter também grupos de Salsa no âmbito do “Allgarve”. Restaurante Pezinhos n’Areia, na Praia Verde (à dir.) e esplanada e um dos pratos do Chá com Água Salgada, na Manta Rota (em baixo).Ao lado: exterior das varandas daVila Campina, perto deTavira
  • 18. q O REFÚGIO Não fica junto ao mar, se bem que este não está a mais de quatro quilómetros de distância,mas não é por isso que o Vila Campina (www.vilacampina.pt,GPS N37º 6’ 7’’ /W7º 43’ 22’’,desde €95 por noite) tem menos potencial ou charme. Aliás, muito do encanto desta casa de hóspedes reside no facto de ficar na campina algar- via, entre laranjais, nas cercanias da localidade de Luz de Tavira. À chegada, os hóspedes, portugueses mas sobretudo estrangeiros, recebem, para além da chave do seu quarto – e são só oito, mais uma suite –, uma outra para abrir e fechar o portão. Porque a sensação é de se estar um pouco em casa, mas uma casa, como escreveu alguém no livro de hóspedes,“com muito,mas muito mais estilo”. A proprietária, Sofia, que já trabalhou com revistas de decoração, criou um espaço imaculadamente branco por dentro e por fora, mas onde cabem, para além dos jardins e da campina verdejante à volta, apontamentos de cor e pequenos toques personalizados que fazem deste espaço uma constante e agradável surpresa.A convidativa piscina,fundamental para ajudar a suportar o calor das tardes de maior braseiro,fica convenientemente afastada da casa para garantir a quem vai e a quem fica um maior sossego.