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Jorge E. Brandán –                       -      Doutrina Social da Igreja        - 1

         Doutrina Social da Igreja (3)

         A Pessoa humana e os seus Direitos.

1. Doutrina social e o princípio personalista
         A Igreja vê no homem, em cada homem, a imagem viva do próprio Deus;
imagem que encontra sua plena explicação no mistério de Jesus Cristo, imagem
perfeita da Deus, revelador de Deus ao homem, e do homem a si mesmo.

        O homem recebe de Deus a sua dignidade.
        A pessoa humana é o protagonista de toda a vida social.

2. A Pessoa humana Imagem de Deus

a) Criatura à imagem de Deus
         A mensagem fundamental da Sagrada Escritura anuncia que a pessoa
humana é criatura de Deus, e identifica o elemento que a caracteriza e distingue
no seu ser à imagem de Deus: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem
Ele o criou, homem e mulher os criou” (Gn 1,27) Deus coloca a criatura humana
no centro e no vértice da criação. Por ser à imagem de Deus, o indivíduo humano
tem a dignidade de pessoa: ele não é apenas uma coisa, mas alguém. É capaz de
conhecer-se, de possuir e de doar-se livremente e entrar em comunhão com outras
pessoas, e é chamado, por graça, a uma aliança com o seu Criador, a oferecer-lhe
uma resposta de fé e de amor, que ninguém mais pode dar em seu lugar.
         O ser humano é um ser pessoal criado por Deus para a relação com Ele,
que somente na relação pode viver e exprimir-se, e que tende naturalmente a Ele. 1
         O homem não é um ser solitário, mas por sua natureza íntima, um ser
social. Sem relacionar-se com os outros não pode viver nem desenvolver-se.

b) O drama do pecado
1
 Cf. João Paulo II, Carta Encíclica Evangelium Vitae, 35: AAS 87 1995,440-441;
Catecismo da Igreja Católica, 1721.
Jorge E. Brandán –                        -   Doutrina Social da Igreja   - 2

        O homem criado a imagem de Deus é inteligente e livre. Por ser livre
escolhe e ao escolher pode escolher mal. A liberdade coloca ao homem entre o
bem e o mal, somos absolutamente livres para escolher, Deus não interfere na
liberdade humana porque se interferir a anula, a destrói, deixamos de ser pessoas
humanas.
        Perante o mistério do pecado a revelação nos diz:
        “Por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado a
morte” Rm 5,12 O homem tenta forçar o seu limite de criatura, desafiando a
Deus, único Senhor do homem e fonte de vida. Um pecado de desobediência Rm
5,19 que separa o homem de Deus.2
        Da revelação sabemos que Adão, com sua transgressão do mandamento
de Deus, perde a santidade e a justiça em que estava constituído, recebido não
somente para si, mas para toda a humanidade: Ao cederem ao tentador, Adão e
Eva cometem um pecado pessoal, mas este pecado afecta a natureza humana, que
vão transmitir a sua descendência.

As consequências do pecado

        O pecado afasta o homem de Deus, e afasta o homem do seu irmão.
        O Pecado é pessoal, porque é um acto livre de uma pessoa, mas também
todo pecado é social, porque têm consequências na sociedade.

Pecados sociais:

       São os pecados cometidos contra a justiça, todo pecado contra os direitos
do homem, todo pecado contra a liberdade, todo pecado contra a dignidade e
honra do próximo, todo pecado contra o bem comum.

Estruturas de Pecado:

       São estruturas injustas no seio da comunidade alimentadas pelo pecado e
que favorecem o pecado. Estas estruturas se constituem em fontes de outros
pecados.
       O realismo cristão vê os abismos de pecado, mas os vê a luz da esperança,
maior do que todo e qualquer mal, dado pelo ato redentor de Cristo que destruiu o
pecado e a morte.



2
    Catecismo da Igreja Católica, 1850.
Jorge E. Brandán –                       -      Doutrina Social da Igreja        - 3
 c) Universalidade               do     pecado        e   universalidade            da
 salvação
          A doutrina do pecado original, que ensina a universalidade do pecado,
 tem uma importância fundamental: «Se dizemos que não temos pecado,
 enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós» (1 Jo 1, 8).
          O realismo cristão vê os abismos do pecado, mas na luz da esperança,
 maior do que todo e qualquer mal, dada pelo ato redentor de Cristo que destruiu
 o pecado e a morte (cf. Rm 5, 18-21; 1 Cor 15, 56-57): «N’Ele, Deus reconciliou
 o homem consigo». Cristo, Imagem de Deus (cf. 2 Cor 4, 4; Col 1, 15), é Aquele
 que ilumina plenamente e leva ao cumprimento a imagem e semelhança de Deus
 no homem. A Palavra que se fez homem em Jesus Cristo é desde sempre a vida e
 a luz do homem, luz que ilumina todo homem (cf. Jo 1, 4.9). Deus quer no único
 mediador Jesus Cristo, Seu Filho, a salvação de todos os homens (cf. 1 Tm 2,4-5).
 Jesus é, ao mesmo tempo, o Filho de Deus e o novo Adão, ou seja, o novo homem
 (cf. 1 Cor 15, 47-49; Rm 5,14):
          A realidade nova que Jesus nos dá não se enxerta na natureza humana,
 não se lhe acresce a partir de fora: é, antes, aquela realidade de comunhão com
 o Deus trinitário para a qual os homens desde sempre são orientados no mais
 profundo do seu ser, graças à sua semelhança criatural com Deus; mas trata-se
 também de uma realidade que eles não podem alcançar somente com as próprias
 forças. Mediante o Espírito de Jesus Cristo, Filho encarnado de Deus, no qual tal
 realidade de comunhão é já realizada de modo singular, os homens são acolhidos
 como filhos de Deus (cf. Rm 8, 14-17; Gal 4,4-7).

Questionário

 1-. De quem recebe o homem sua dignidade?
 2- Que nos diz a revelação sobre o pecado original Rm 5,12. 5,19?
 3- Que consequências têm o pecado?
 4- Que são os pecados Sociais?
 5 - Que são as estruturas de pecado?
 6- Por que o pecado é pessoal?
 7- Por que o pecado é social?
 8- Que vê o realismo cristão?
 9- Por que a doutrina sobre o pecado Original têm uma importância fundamental?
Jorge E. Brandán –                          -      Doutrina Social da Igreja        - 4
3. Documento de Trabalho
   «Fizeste-nos para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti»
                             (Santo Agostinho, norte da África).
         Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o
desejo de O ver. Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de
atrair o homem a Si, para que viva e encontre n’Ele aquela plenitude de verdade e de
felicidade, que ele procura sem descanso. Por natureza e por vocação, o homem é um ser
religioso, capaz de entrar em comunhão com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus
que confere ao homem a sua dignidade fundamental.
         A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa humana, o homem pode, só pela
razão, conhecer com certeza a Deus como origem e fim do universo e como sumo bem,
verdade e beleza infinita.
         Estas "vias" para chegar a Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo
material e a pessoa humana.
         O mundo: a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da
beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo.
         Santo Agostinho: "Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar,
interroga a beleza do ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu... interroga
todas estas realidades. Todas elas te respondem: olha-nos, somos belas. Sua beleza é um
hino de louvor. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo, não sujeito à
mudança?"
         O homem: Com sua abertura à verdade e à beleza, com seu senso do bem moral,
com sua liberdade e a voz de sua consciência, com sua aspiração ao infinito e à felicidade,
o homem se interroga sobre a existência de Deus. Mediante tudo isso percebe sinais de sua
alma espiritual. Como "semente de eternidade que leva dentro de si, irredutível à só
matéria" sua alma não pode ter origem senão em Deus.
         Ao conhecer Deus só com a luz da razão, o homem experimenta muitas
dificuldades. Além disso, não pode entrar só pelas suas próprias forças na intimidade do
mistério divino. Por isso é que Deus o quis iluminar com a sua Revelação não apenas
sobre verdades que excedem o seu entendimento, mas também sobre verdades religiosas e
morais que, apesar de serem por si acessíveis à razão, podem deste modo ser conhecidas
por todos, sem dificuldade, com firme certeza e sem mistura de erro.
         É possível falar de Deus a todos e com todos, a partir das perfeições do homem e
das outras criaturas, que são um reflexo, embora limitado, da infinita perfeição de Deus. É,
porém, necessário purificar continuamente a nossa linguagem de tudo o que ela contém de
imaginário e imperfeito, na consciência de que nunca será possível exprimir plenamente o
infinito mistério de Deus.

Questionário:

    1- Por que no homem existe o desejo de Deus?
    2- Como é que se pode conhecer Deus apenas com a luz da razão?
    3- Quais são as vias do conhecimento de Deus: mundo e homem?
Jorge E. Brandán –                       -       Doutrina Social da Igreja   - 5
    4- Basta, porém a exclusiva luz da razão para conhecer Deus?
    5- Como se pode falar de Deus?

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3 doutrina social da igreja a pessoa humana

  • 1. Jorge E. Brandán – - Doutrina Social da Igreja - 1 Doutrina Social da Igreja (3) A Pessoa humana e os seus Direitos. 1. Doutrina social e o princípio personalista A Igreja vê no homem, em cada homem, a imagem viva do próprio Deus; imagem que encontra sua plena explicação no mistério de Jesus Cristo, imagem perfeita da Deus, revelador de Deus ao homem, e do homem a si mesmo. O homem recebe de Deus a sua dignidade. A pessoa humana é o protagonista de toda a vida social. 2. A Pessoa humana Imagem de Deus a) Criatura à imagem de Deus A mensagem fundamental da Sagrada Escritura anuncia que a pessoa humana é criatura de Deus, e identifica o elemento que a caracteriza e distingue no seu ser à imagem de Deus: “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem Ele o criou, homem e mulher os criou” (Gn 1,27) Deus coloca a criatura humana no centro e no vértice da criação. Por ser à imagem de Deus, o indivíduo humano tem a dignidade de pessoa: ele não é apenas uma coisa, mas alguém. É capaz de conhecer-se, de possuir e de doar-se livremente e entrar em comunhão com outras pessoas, e é chamado, por graça, a uma aliança com o seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de fé e de amor, que ninguém mais pode dar em seu lugar. O ser humano é um ser pessoal criado por Deus para a relação com Ele, que somente na relação pode viver e exprimir-se, e que tende naturalmente a Ele. 1 O homem não é um ser solitário, mas por sua natureza íntima, um ser social. Sem relacionar-se com os outros não pode viver nem desenvolver-se. b) O drama do pecado 1 Cf. João Paulo II, Carta Encíclica Evangelium Vitae, 35: AAS 87 1995,440-441; Catecismo da Igreja Católica, 1721.
  • 2. Jorge E. Brandán – - Doutrina Social da Igreja - 2 O homem criado a imagem de Deus é inteligente e livre. Por ser livre escolhe e ao escolher pode escolher mal. A liberdade coloca ao homem entre o bem e o mal, somos absolutamente livres para escolher, Deus não interfere na liberdade humana porque se interferir a anula, a destrói, deixamos de ser pessoas humanas. Perante o mistério do pecado a revelação nos diz: “Por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado a morte” Rm 5,12 O homem tenta forçar o seu limite de criatura, desafiando a Deus, único Senhor do homem e fonte de vida. Um pecado de desobediência Rm 5,19 que separa o homem de Deus.2 Da revelação sabemos que Adão, com sua transgressão do mandamento de Deus, perde a santidade e a justiça em que estava constituído, recebido não somente para si, mas para toda a humanidade: Ao cederem ao tentador, Adão e Eva cometem um pecado pessoal, mas este pecado afecta a natureza humana, que vão transmitir a sua descendência. As consequências do pecado O pecado afasta o homem de Deus, e afasta o homem do seu irmão. O Pecado é pessoal, porque é um acto livre de uma pessoa, mas também todo pecado é social, porque têm consequências na sociedade. Pecados sociais: São os pecados cometidos contra a justiça, todo pecado contra os direitos do homem, todo pecado contra a liberdade, todo pecado contra a dignidade e honra do próximo, todo pecado contra o bem comum. Estruturas de Pecado: São estruturas injustas no seio da comunidade alimentadas pelo pecado e que favorecem o pecado. Estas estruturas se constituem em fontes de outros pecados. O realismo cristão vê os abismos de pecado, mas os vê a luz da esperança, maior do que todo e qualquer mal, dado pelo ato redentor de Cristo que destruiu o pecado e a morte. 2 Catecismo da Igreja Católica, 1850.
  • 3. Jorge E. Brandán – - Doutrina Social da Igreja - 3 c) Universalidade do pecado e universalidade da salvação A doutrina do pecado original, que ensina a universalidade do pecado, tem uma importância fundamental: «Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós» (1 Jo 1, 8). O realismo cristão vê os abismos do pecado, mas na luz da esperança, maior do que todo e qualquer mal, dada pelo ato redentor de Cristo que destruiu o pecado e a morte (cf. Rm 5, 18-21; 1 Cor 15, 56-57): «N’Ele, Deus reconciliou o homem consigo». Cristo, Imagem de Deus (cf. 2 Cor 4, 4; Col 1, 15), é Aquele que ilumina plenamente e leva ao cumprimento a imagem e semelhança de Deus no homem. A Palavra que se fez homem em Jesus Cristo é desde sempre a vida e a luz do homem, luz que ilumina todo homem (cf. Jo 1, 4.9). Deus quer no único mediador Jesus Cristo, Seu Filho, a salvação de todos os homens (cf. 1 Tm 2,4-5). Jesus é, ao mesmo tempo, o Filho de Deus e o novo Adão, ou seja, o novo homem (cf. 1 Cor 15, 47-49; Rm 5,14): A realidade nova que Jesus nos dá não se enxerta na natureza humana, não se lhe acresce a partir de fora: é, antes, aquela realidade de comunhão com o Deus trinitário para a qual os homens desde sempre são orientados no mais profundo do seu ser, graças à sua semelhança criatural com Deus; mas trata-se também de uma realidade que eles não podem alcançar somente com as próprias forças. Mediante o Espírito de Jesus Cristo, Filho encarnado de Deus, no qual tal realidade de comunhão é já realizada de modo singular, os homens são acolhidos como filhos de Deus (cf. Rm 8, 14-17; Gal 4,4-7). Questionário 1-. De quem recebe o homem sua dignidade? 2- Que nos diz a revelação sobre o pecado original Rm 5,12. 5,19? 3- Que consequências têm o pecado? 4- Que são os pecados Sociais? 5 - Que são as estruturas de pecado? 6- Por que o pecado é pessoal? 7- Por que o pecado é social? 8- Que vê o realismo cristão? 9- Por que a doutrina sobre o pecado Original têm uma importância fundamental?
  • 4. Jorge E. Brandán – - Doutrina Social da Igreja - 4 3. Documento de Trabalho «Fizeste-nos para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti» (Santo Agostinho, norte da África). Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o desejo de O ver. Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre n’Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que ele procura sem descanso. Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao homem a sua dignidade fundamental. A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa humana, o homem pode, só pela razão, conhecer com certeza a Deus como origem e fim do universo e como sumo bem, verdade e beleza infinita. Estas "vias" para chegar a Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e a pessoa humana. O mundo: a partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo. Santo Agostinho: "Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu... interroga todas estas realidades. Todas elas te respondem: olha-nos, somos belas. Sua beleza é um hino de louvor. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo, não sujeito à mudança?" O homem: Com sua abertura à verdade e à beleza, com seu senso do bem moral, com sua liberdade e a voz de sua consciência, com sua aspiração ao infinito e à felicidade, o homem se interroga sobre a existência de Deus. Mediante tudo isso percebe sinais de sua alma espiritual. Como "semente de eternidade que leva dentro de si, irredutível à só matéria" sua alma não pode ter origem senão em Deus. Ao conhecer Deus só com a luz da razão, o homem experimenta muitas dificuldades. Além disso, não pode entrar só pelas suas próprias forças na intimidade do mistério divino. Por isso é que Deus o quis iluminar com a sua Revelação não apenas sobre verdades que excedem o seu entendimento, mas também sobre verdades religiosas e morais que, apesar de serem por si acessíveis à razão, podem deste modo ser conhecidas por todos, sem dificuldade, com firme certeza e sem mistura de erro. É possível falar de Deus a todos e com todos, a partir das perfeições do homem e das outras criaturas, que são um reflexo, embora limitado, da infinita perfeição de Deus. É, porém, necessário purificar continuamente a nossa linguagem de tudo o que ela contém de imaginário e imperfeito, na consciência de que nunca será possível exprimir plenamente o infinito mistério de Deus. Questionário: 1- Por que no homem existe o desejo de Deus? 2- Como é que se pode conhecer Deus apenas com a luz da razão? 3- Quais são as vias do conhecimento de Deus: mundo e homem?
  • 5. Jorge E. Brandán – - Doutrina Social da Igreja - 5 4- Basta, porém a exclusiva luz da razão para conhecer Deus? 5- Como se pode falar de Deus?