O documento discute o enquadramento do PFAP. Aborda a educação como um processo de desenvolvimento integral do aluno através de interações sociais, enfatizando a importância do professor conhecer o aluno e o contexto socioeducativo. Também destaca que a escola deve oferecer atividades extracurriculares para desenvolver potencialidades dos alunos e prepará-los para a sociedade.
Profissionalização em serviço: Projeto de Formação e Ação Pedagógica em Informática
1. Profissionalização em serviço
2.º Ano – 2006/2007
PFAP
Projecto de Formação e Acção Pedagógica
Informática
Professora Acompanhante: Anabela Correia
Trabalho realizado por:
Jorge Miguel Colaço Teixeira
Escola Secundária Daniel Sampaio – Sobreda
2.
3. ÍNDICE
Introdução ................................................................................................... 05
I – Enquadramento do PFAP
1.1. Educar e Educação............................................................................... 07
1.2. Ensinar versus Aprender ....................................................................... 10
1.3. Ser professor ....................................................................................... 12
II – Contexto Externo e Interno do PFAP
2.1. Caracterização do meio envolvente........................................................ 14
2.1.1. O Concelho de Almada............................................................... 14
2.1.2. A Freguesia da Sobreda ............................................................. 17
2.1.2.1. História da freguesia ....................................................... 17
2.1.2.2. Caracterização urbana..................................................... 19
2.1.2.3. Equipamentos colectivos ................................................. 19
2.2. A Escola Secundária Daniel Sampaio...................................................... 21
2.2.1. Constituição .............................................................................. 21
2.2.2. Patrono .................................................................................... 22
2.2.3. Localização, acessos e transportes .............................................. 23
2.2.4. Espaços físicos e localização dos serviços .................................... 24
2.2.5. Alunos...................................................................................... 25
2.2.6. Oferta educativa no ano lectivo 2006/2007.................................. 26
2.2.7. Pessoal Docente........................................................................ 27
2.2.8. Pessoal não Docente ................................................................. 27
2.2.9. Equipamentos pedagógicos ........................................................ 27
2.2.10. Actividades de enriquecimento curricular ..................................... 29
2.2.11. Relação da escola com o meio envolvente ................................... 30
2.2.12. Projecto educativo de escola (PEE) para o triénio 2005/2008 ........ 31
2.3. A turma 12.º F..................................................................................... 34
III – O Problema: Pertinência no processo ensino/aprendizagem
3.1. A educação actual ................................................................................ 43
3.2. O contributo das novas tecnologias na escola ......................................... 45
3.3. A importância da Internet no processo de ensino / aprendizagem ............ 47
3.4. Perfil da Escola Secundária Daniel Sampaio face às Tecnologias de
Informação......................................................................................... 49
4. IV – Áreas e Estratégias de actuação
4.1. Direcção do Curso Tecnológico de Informática........................................ 52
4.2. Intervenção no âmbito do PEE e Plano Anual de Actividades.................... 57
4.3. A leccionação da ATI – Área Tecnológica Integrada ................................ 61
4.3.1. Considerações acerca da ATI...................................................... 61
4.3.2. Planificação das actividades lectivas ............................................ 66
4.3.3. Fundamentação do Projecto e das Actividades Propostas .............. 69
4.3.4. Planificação da Unidade – Servidores Web................................... 73
4.3.5. Planos das aulas........................................................................ 74
V – Avaliação ................................................................................................ 75
Conclusão ..................................................................................................... 77
Bibliografia................................................................................................... 78
Anexos.......................................................................................................... 79
Anexo 1 – A turma 12.º F...................................................................................i
Anexo 2 – Inquérito para caracterização da turma .............................................. iv
Anexo 3 – Cronograma das principais actividades do PFAP ................................. vii
Anexo 4 – Funcionamento da ATI: Documentação / Informações destinadas aos
Encarregados de educação e alunos ................................................. ix
Anexo 5 – Conclusão e certificação do curso .................................................... xxi
Anexo 6 – Critérios de Avaliação da PAT ......................................................... xxiii
Anexo 7 – Regulamento e Guia da PAT............................................................xxv
Anexo 8 – Planificação a Longo Prazo ..............................................................xlvi
Anexo 9 – Planificação a Médio Prazo ............................................................... lix
Anexo 10 – Planificação a Curto Prazo: Aula – tipo ............................................ lxi
Anexo 11 – Critérios de avaliação da ATI .........................................................lxiv
Anexo 12 – Outros........................................................................................ lxvii
5. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
INTRODUÇÃO
O presente documento é fruto, não só destes últimos dias de reflexão em torno do pro-
cesso de ensino-aprendizagem para a elaboração da proposta de Projecto de Formação e
Acção Pedagógica (PFAP), mas também de uma longa caminhada que me conferiu expe-
riência profissional na docência até ao presente ano lectivo, onde lecciono na Escola
Secundária Daniel Sampaio, no grupo 550 – Informática, como professor do quadro de
nomeação provisória.
Decorridos quatro anos de actividade lectiva, fui nomeado para realizar a profissionaliza-
ção em serviço na ESE de Setúbal no passado ano lectivo. Ao longo destes anos na
docência adoptei formas de planificação e concretização do currículo, as quais tiveram ori-
gem, essencialmente, na observação dos docentes nos vários anos em que assumi o papel
de aluno, como também no aconselhamento e formas de agir de colegas de profissão.
Também, durante todo esse período, deparei-me com inúmeros problemas e dificuldades,
para os quais sentia a necessidade de formação, que não tinha. Leccionei quase a totali-
dade de disciplinas existentes na área de informática, muitas das quais sem manuais e
materiais de apoio, tendo o professor que os construir. Foram várias as limitações técni-
cas, uma vez que as escolas não estavam apetrechadas convenientemente para a leccio-
nação de algumas disciplinas mais específicas, obrigando à reorganização de planificações
e metodologias de ensino para fugir ao erro mais comum nesta área: a exposição de con-
teúdos eminentemente práticos através do acetato ou de apresentações em PowerPoint.
Posso ainda incluir neste vasto rol o apoio técnico prestado ás escolas, projectos variados
de apoio ao ensino ou administrativo, a transformação de biblioteca escolar em centro de
recursos, etc…
Com força de vontade, o gosto pela carreira que escolhi e o dinamismo que me caracteri-
za, essas dificuldades foram superadas o que me enriqueceu profissionalmente, permitin-
do-me ganhar experiência e maturidade enquanto professor.
Jorge Teixeira 5
6. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Aquando do momento da nomeação para a profissionalização em serviço, e apesar da
satisfação e euforia pelo significado que a mesma traria à minha carreira, várias dúvidas
me ocorreram. Será que procedi de forma correcta ao longo de todos estes anos? As for-
mas de planificar, leccionar e intervir em determinados aspectos da carreira docente
teriam sido os mais adequados?
Feita a necessária auto-avaliação ao primeiro ano de profissionalização em serviço concluo
que nem tudo decorreu da forma que esperava. Existiram momentos de frustração e um
sentimento de desarticulação de conteúdos á realidade da prática docente, devido talvez
ao grande número de colegas que partilhavam comigo o espaço físico e as aprendizagens,
mas que geravam também um grande e diversificado número de experiências, problemas
e vivências. No entanto, o balanço final foi positivo, sobretudo ao nível da forma de enca-
rar a escola, os alunos, a sociedade e eu próprio. Positiva foi também a forma de encarar
o processo de ensino-aprendizagem centrado numa perspectiva de autonomia do profes-
sor, inversamente ao seguimento rígido dos programas; contemplar a escola como um
espaço de aprendizagem e socialização, complementar da nossa vivência através da reco-
lha de experiências importantes para as nossas vidas; ao contrário de um centro de aqui-
sição de conhecimentos.
Deparo-me agora, no presente ano lectivo e no segundo ano de profissionalização em ser-
viço, com a realização de um projecto de formação e acção educativa, regulamentado pelo
Decreto-Lei n.º 287/88 de 19 de Agosto. Considero no entanto não tratar-se um projecto,
mas sim de uma posposta, ou de um guia, uma vez que não se trata de um projecto aca-
bado, pois muitas modificações irei certamente fazer ao projecto inicial. Pretendo, através
deste, realizar actividades, promover atitudes, aproximar os intervenientes da comunidade
escolar de forma a que me possa sentir um elemento útil e participativo. O desenvolvi-
mento do processo de ensino-aprendizagem no domínio da direcção de curso, a participa-
ção no projecto educativo da escola e no que respeita à disciplina que lecciono, são algu-
mas das tarefas que se me apresentam.
Jorge Teixeira 6
7. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
I – ENQUADRAMENTO DO PFAP
1.1. Educar e Educação
Educar – Acto através do qual se desenvolve as faculdades
físicas, intelectuais e morais do Homem, tornando-o assim
apto a enfrentar um meio social determinado e a integrar-se
nele com a sua personalidade formada.
In Dicionário Prático Ilustrado, Lello & Irmão Editores, 1977
O desenvolvimento do Homem faz-se a partir das interacções sociais. É nas nossas rela-
ções com o outro que nos desenvolvemos (objectos, meio ambiente, mas especialmente
outras pessoas: pais, irmãos, professores).
Isto traz importantes consequências para a escola. Se alguém é capaz de aprender sozi-
nho com a sua própria experiência, ela aprende mais e melhor com os outros. Na escola
isto quer dizer: com o professor e com os colegas.
O conhecimento sobre a aprendizagem – as suas condições, o seu papel no desenvolvi-
mento – ajuda o professor a ensinar melhor.
Saber sobre a vida escolar do aluno, conhecer as suas competências e as suas referências
sócio-culturais torna-se imprescindível para que o professor tenha sucesso na tarefa de
levar o aluno a aprender.
Assim, a educação tem por finalidade, não apenas a apreensão de determinados conteú-
dos, mas também o desenvolvimento integral do aluno. A educação deve ser perspectiva-
mente centrada no jovem, nas regras do seu desenvolvimento psicológico; equilíbrio entre
as necessidades do ensino individualizado e a sua formação no plano social. Deverá apon-
tar para uma responsabilização crescente do jovem, visando a sua autonomia e a sua
Jorge Teixeira 7
8. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
inserção na sociedade, aplicando práticas educativas aplicadas à vida. A educação é um
processo de aprendizagem e de formação contínua que permite o enriquecimento e o
desenvolvimento do indivíduo ao longo da sua vida, possibilitando-lhe ser o instrumento
do seu próprio desenvolvimento, construindo a sua personalidade á medida que a socie-
dade muda.
Para que estas premissas se adeqúem à realidade educativa é imperioso que, além do
seguimento dos programas propriamente ditos, se ofereça aos alunos uma maior gama de
actividades extra-curriculares ou áreas não disciplinares que desenvolvam as potencialida-
des, satisfaçam as necessidades e permitam testar o potencial de cada aluno.
Como tal, a escola não deve ser vista apenas como uma instituição que tem o encargo de
educar, segundo programas e planos sistemáticos, os indivíduos nas diferentes idades da
sua formação; mas sim como um “ecossistema social”, como um modelo sistemático e
interactivo, onde o professor deverá funcionar como mediador entre esta, o aluno e a
família enquanto pólo extremamente importante de apoio ao aluno, promovendo a sua
integração numa sociedade em mudança e proporcionando-lhe experiências propicias ao
desenvolvimento integral e harmonioso da sua personalidade enquanto cidadão.
Para se fazer uma eficaz análise à situação actual da educação em Portugal, é necessário
atender a três vectores: os pais, a sociedade e a escola.
Cada vez mais, os pais delegam quase integralmente na escola a educação dos filhos, limi-
tando a sua acção educativa a castigos por maus comportamentos. A forma como grande
parte dos pais portugueses educam os filhos, incentiva nestes a falta de auto-confiança, a
falta de iniciativa e de responsabilidade. Deve reconhecer-se que o problema actual da
educação das crianças e dos jovens é um problema de toda a sociedade e de cada adulto.
Temos todos uma responsabilidade com as gerações futuras. Compete-nos preparar os
jovens para a vida adulta, preparando-lhes um tipo de sociedade onde seja possível viver.
Durante muito tempo, a escola foi vista como única fonte de saber, capaz de assegurar
prestígio e posição social. Hoje, embora continue a ter um papel importante, ela já não
tem o "monopólio" do saber exclusivo, ou seja, actualmente há já muitas outras fontes de
Jorge Teixeira 8
9. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
informação igualmente credíveis. Nestas novas fontes de informação estão incluídas as
novas tecnologias que são excelentes meios para a construção do conhecimento.
Em suma, na educação engloba-se o ensinar e o aprender, em aspectos que marcam a
sociedade e a cultura. Aspectos que marcam o próprio ser e que permitem a passagem de
saberes, conhecimentos e culturas de geração em geração.
Jorge Teixeira 9
10. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
1.2. Ensinar versus Aprender
"Diz e eu esquecerei.
Ensina-me e eu lembrar-me-ei.
Envolve-me e eu aprenderei."
Provérbio Chinês
Ensinar e aprender são duas coisas diferentes. Parece óbvio, mas não é. Na prática, está
muito enraizada a ideia de que ensinar e aprender são a mesma coisa. Que basta que
alguém ensine para que outro aprenda. O professor, diante do aluno que admite que não
sabe ou não entende, responde quase sem pensar: "Mas eu já ensinei isso!" E se o aluno
responde: "Mas eu não aprendi", o professor deve entender isso como um desfasamento
perfeitamente normal dentro de todo o processo de conhecimento que envolve uma rela-
ção ensino-aprendizagem.
A própria expressão ensino-aprendizagem, tão repetida e utilizada na pedagogia tem con-
tribuído, sem dúvida, para favorecer e alimentar a confusão, criando a imagem (fonética e
visual) de que os dois termos constituem uma unidade inseparável. Mas a realidade indi-
ca-nos que não existe essa unidade inseparável. Porque a verdade é que pode haver ensi-
no sem aprendizagem como também pode haver aprendizagem sem ensino. Um professor
pode ensinar diversos conteúdos e nenhum de seus alunos aprender o que ele ensinou.
Da mesma forma, um aluno pode aprender diversos conteúdos sem que ninguém os tenha
ensinado, pegando num livro e estudando por conta própria.
Ensinar e aprender são processos diferentes que envolvem sujeitos também diferentes:
um educador e um educando. Ensinar e aprender, por envolver processos e sujeitos dife-
rentes, supõe também métodos diferentes: os mecanismos e estratégias que o professor
utiliza para desenvolver determinado conteúdo são diferentes daqueles que o estudante
utiliza para aprender esse mesmo conteúdo.
Jorge Teixeira 10
11. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
A situação de ensinar sem que isso se traduza em aprendizagem efectiva é bastante
comum e, de facto, acontece todos os dias. Se todo o ensino se traduzisse automatica-
mente em aprendizagem todos os estudantes seriam génios. O problema é que os profes-
sores ensinam mas os alunos não aprendem. O problema é que existe uma grande brecha
e um grande desperdício entre a abundante informação que se ensina e a informação que
é efectivamente registada, processada e aprendida pelos estudantes.
Uma margem razoável de desperdício de informação é inevitável em todo o processo edu-
cativo. Falta de motivação, de interesse, de atenção, de concentração, de compreensão,
etc…, impedem que o conhecimento seja registado e fixado. Por outro lado, existem
mecanismos naturais de selecção: nem tudo interessa a todos, nem da mesma maneira,
motivo pelo qual cada um selecciona e ordena preferencialmente a informação que rece-
be.
Actualmente, o sistema educativo está finalmente fixado na aprendizagem, ou seja, no
ponto de vista do aluno. O objectivo final da educação é a aprendizagem e é a partir dela
que se avalia o aluno, o professor e o sistema. O que importa é que os alunos aprendam,
não que os professores ensinem. Nessa perspectiva, o bom professor não é o que ensina
muitas coisas, mas sim aquele que consegue que os seus alunos aprendam efectivamente
aquilo que ensina.
Jorge Teixeira 11
12. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
1.3. Ser professor
“As aulas tornam-se por vezes mais excitantes, à medida que
o professor deixa de ser apenas professor.”
In ROGERS, “Como professor, posso ser eu mesmo”
Como agente educativo, o professor deverá promover uma relação com base na empatia,
proporcionando o diálogo e a troca de experiências, apelando constantemente para uma
liberdade responsável.
O professor, como facilitador da aprendizagem, não deverá transmitir “conhecimentos fei-
tos” mas sim lançar pistas, encorajando os alunos à auto-descoberta, à capacidade criativa
e crítica, responsabilizando-os pela aprendizagem e organização do seu trabalho.
Neste contexto é extremamente importante ser ouvido mas, sobretudo, também saber
ouvir, estar receptivo às constantes solicitações dos alunos. O professor não se pode
assumir como “detentor do saber”, ao invés deve-se predispor a ensinar e aprender ensi-
nando.
Assim, uma constante na minha prática docente é estabelecer com os alunos uma relação
de entre-ajuda, na qual tento estar atento às suas dificuldades, essencialmente daqueles
que não tenham um acesso facilitado aos computadores, mostrando-me disponível dentro
e fora da sala de aulas relativamente às suas solicitações.
Os alunos, por sua vez, face às suas necessidades, sempre que possível, determinam o
seu ritmo de aprendizagem, optando algumas vezes pela realização de trabalhos de apli-
cação fora do horário lectivo, sendo, também estes, objecto de avaliação.
Procuro detectar necessidades, interesses, aptidões e vocações dos alunos de forma a
melhor compreendê-los, ajudá-los e avaliá-los. Promovo muitas vezes o ensino pela des-
coberta, explorando as questões formuladas pelos alunos no sentido de eles mesmos as
Jorge Teixeira 12
13. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
resolverem. Realizo ainda vários trabalhos de aplicação para que os alunos os trabalhas-
sem fora da sala de aulas, para que eles próprios os resolvam e identifiquem melhor as
suas dificuldades.
Em conjunto sustentamos uma relação de aproximação professor – aluno de forma a
estabelecer relações francas e abertas, advindo daí grandes benefícios para a integração
escolar de ambas as partes e para o processo de ensino – aprendizagem, reflectindo-se
também ao nível do desenvolvimento pessoal, garantindo o crescimento de atitudes de
respeito, compreensão, amizade e solidariedade.
Com base nisto fomento um ensino e uma aprendizagem descontraídos, contribuindo em
grande parte para a elevação da auto-estima dos alunos. Trato sistematicamente cada
aluno como uma individualidade, chamando-o pelo seu nome, respeitando a sua afectivi-
dade, os seus valores e as suas limitações.
Nunca me limito a uma posição estática na sala de aulas, movimentando-me adequada-
mente no seu espaço, utilizando um tom de voz audível e apropriado, e fazendo uso de
alguma linguagem não verbal, de forma a conferir vivacidade ao diálogo.
Jorge Teixeira 13
14. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
II – CONTEXTO EXTERNO E INTERNO DO PFAP
2.1. Caracterização do meio envolvente
A escola Secundária Daniel Sampaio encontra-se localizada numa área suburbana do Con-
celho de Almada, abrangendo alunos residentes numa vasta área que vai da Fonte da
Telha à Trafaria, incluindo os principais aglomerados populacionais da freguesia.
Neste contexto, é importante conhecer o Concelho e a Freguesia, como meio envolvente
exterior à escola, com vista a ter uma melhor compreensão dos alunos e respectivas famí-
lias.
2.1.1. O Concelho de Almada
A designação de Almada é proveniente das palavras árabes Al-Madan, a Mina, pelo motivo
de que, aquando do domínio árabe da Península Ibérica, os árabes procediam à explora-
ção do jazigo de ouro da Adiça, no termo do Concelho. A zona de Almada foi igualmente
escolhida pelos árabes para a construção de uma fortaleza no promontório natural, sendo
esta destinada à defesa e vigilância da entrada no Rio Tejo, em frente de Lisboa, desen-
volvendo-se a povoação nos domínios da defesa militar, da agricultura e da pesca.
Situada no estuário do rio Tejo, do outro lado de Lisboa, tornou-se cidade pouco depois
do 25 de Abril de 1974, como outras das povoações da "Outra Banda". Constituiu primei-
ramente um "dormitório" para as pessoas que trabalhavam em Lisboa e a sua importância
devia-se, fundamentalmente, à actividade marítima; exemplos disso podem ser encontra-
dos nos grandes estaleiros da Lisnave ou na instituição de defesa da base naval do Alfeite.
Contudo, a principal atracção turística continua a ser a vasta série de praias da Costa da
Caparica: longos areais rodeados de dunas de areia e bosques de pinheiro, os quais se
tornaram extremamente populares nas épocas veraneantes.
Jorge Teixeira 14
15. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Integrado no distrito de Setúbal, o pequeno mas densamente povoado concelho de Alma-
da, é um município com 69,98 km² de área e 159.550 habitantes (Censos de 2001), sub-
dividido em 11 freguesias (Almada, Cacilhas, Caparica, Charneca da Caparica, Costa de
Caparica, Cova da Piedade, Feijó, Laranjeiro, Pragal, Sobreda e Trafaria):
Figura 1 – Mapa do Concelho de Almada.
O município é limitado a leste pelo município do Seixal e a sul por Sesimbra, e possui uma
longa costa a oeste para o Oceano Atlântico, e a norte e nordeste abre-se para o Estuário
do Tejo, frente aos municípios de Lisboa e Oeiras.
Um dos aspectos mais marcantes da população de Almada reside no seu rápido cresci-
mento ao longo das últimas 4 décadas: de 70.000 habitantes em 1960, para 107.000 em
1970, atingindo os 147.690 em 1981, 153.189 em 1991 e os actuais 159.550 em 2001,
com uma população flutuante a oscilar entre as 60.000 e as 70.000 pessoas.
Almada é uma cidade jovem e dinâmica: aproximadamente 40% dos habitantes têm
menos de 35 anos e apenas 7% da população local ultrapassa a fasquia dos 75 anos.
Jorge Teixeira 15
16. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Embora a taxa de fertilidade tenha decrescido, o crescimento da massa populacional veri-
ficado assenta essencialmente nos fluxos migratórios internos, a rondar os 31% nas déca-
das de 1950/60. Estas taxas mantiveram-se elevadas, mesmo nas décadas de 70/80, com
um valor de 24% sobre o total. A existência destes elevados fluxos migratórios está direc-
tamente relacionada com o potencial e as oportunidades existentes na Área Metropolitana
de Lisboa.
O crescimento populacional de Almada está fortemente ligado ao desenvolvimento susten-
tado do concelho, às oportunidades sociais, económicas e profissionais existentes, ao
turismo, ao comércio e serviços e a uma qualidade de vida própria de uma cidade jovem,
moderna e atractiva.
A Tabela seguinte indica o número de residentes por freguesia apurados pelos Censos de
2001:
Freguesia População Residente
Almada 19367
Cacilhas 7030
Caparica 20005
Charneca Caparica 20155
Costa de Caparica 11712
Cova da Piedade 20787
Feijó 15575
Laranjeiro 20898
Pragal 7514
Sobreda 10594
Quadro 1 – População residente nas freguesias do Concelho de Almada
Como já foi referido, a maior parte da população fixou-se neste concelho da área metro-
politana de Lisboa (surto demográfico dos anos 40-70), para estar mais próxima do
emprego, ou para tentar obtê-lo.
É de salientar que, em matéria de emprego, Almada ainda está dependente de Lisboa. A
mobilidade da população residente para o trabalho é em grande parte, responsável pelos
Jorge Teixeira 16
17. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
fluxos de tráfego do Concelho. Os principais meios de transporte utilizados nas desloca-
ções pendulares para Lisboa são:
• Transporte fluvial: A travessia de barco sempre foi um meio de transporte privile-
giado para quem quer chegar à baixa de Lisboa, sendo Cacilhas o maior terminal flu-
vial. A travessia do Tejo via Trafaria e Porto Brandão facilita as acessibilidades das fre-
guesias mais ocidentais do concelho de Almada (Caparica, Trafaria e Costa de Capari-
ca) a Belém.
• Transporte ferroviário: A partir de 1999 o Concelho de Almada tem um troço ferro-
viário que faz a ligação com Lisboa, o comboio da Fertagus que atravessa a ponte 25
de Abril em direcção ao Areeiro. A partir de 2004 esta ligação foi estendida para sul
em direcção a Setúbal. O Metro Sul do Tejo (MST) surge como uma grande oportuni-
dade para organizar os transportes públicos. As principais interfaces serão junto dos
terminais fluviais, das estações ferroviárias (Pragal e Corroios) e das estações do MST
(Universidade Nova, Centro Sul e Laranjeiro). Aqui será fácil sair do metro ou comboio
e apanhar um autocarro, táxi ou carro particular que esteja no parque de estaciona-
mento das estações.
• Transporte rodoviário: O concelho de Almada está ligado a Lisboa via ponte 25 de
Abril por autocarros com destino às praças do Areeiro e de Espanha. Mais recentemen-
te existe uma outra ligação à cidade universitária.
2.1.2. A Freguesia da Sobreda
2.1.2.1. História da freguesia
Povoação muito antiga a Sobreda é referida em documentos do século XII. Fernão Lopes,
o nosso cronista, fala da Suvereda, quando descreve o ataque surpresa a Almada, levado
a cabo por Nuno Alvares Pereira em 1384. Almada estava então ocupada pelos Castelha-
nos que também cercavam Lisboa. Suvereda é a forma mais antiga de Sobreda e significa
lugar de Sobreiros e é sinal de povoamento florestal que parece ter sido abundante nas
colinas a norte e sul do vale da Sobreda.
Jorge Teixeira 17
18. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Embora o vale da Sobreda fosse uma zona fértil, as áreas circunvizinhas eram apenas
aptas para culturas florestais ou de sequeiro. Aliado a este facto estava um certo isola-
mento da povoação, que apenas em fins do Século XIX foi ligada a Corroios e à Caparica
por estrada. Até aí apenas azinhagas de má qualidade a ligavam às principais vias do con-
celho. Devido a esta situação, a sua população foi sempre escassa e em fins do século XIX
era apenas de 150 habitantes. Tal não impediu que na zona fértil do vale se estabeleces-
sem ricas quintas de fidalgos e morgados como os Zagalos, os Caiados e Azevedos e
outros, e até uma dependência dos frades Agostinhos descalços que em 1677 fundaram
junto ao Rossio da Sobreda (o antigo largo do rio) um convento, hoje desaparecido.
O crescimento da indústria no conselho de Almada e a proximidade de Lisboa levaram nos
anos 60 a um crescimento populacional do concelho de Almada, e consequentemente da
freguesia da Sobreda.
Em 4 de Outubro de 1985 a Assembleia da República aprova a passagem da Sobreda à
categoria de freguesia, alteração que tem como objectivo descentralizar para melhor servir
os interesses da população local. Em 14 de Outubro de 1985 é nomeada pela Assembleia
Municipal de Almada a Comissão Instaladora da freguesia da Sobreda que desenvolve as
acções necessárias para que em 2 de Novembro de 1986 seja eleita a 1ª Assembleia da
freguesia da Sobreda. Dado o seu franco desenvolvimento e progresso, é em 20 de Maio
de 1992 elevada à categoria de Vila.
Figura 2 – Brasão da freguesia da Sobreda
A Sobreda de hoje reflecte uma certa harmonia entre a Sobreda Histórica, da qual faz par-
te o excelente solar dos Zagalos e seus jardins, dos séculos XVII / XVIII, os modernos edi-
Jorge Teixeira 18
19. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
fícios habitacionais do nosso século e as novas urbanizações, tornando a Sobreda numa
zona habitacional privilegiada no conselho de Almada, favorecida pela sua própria localiza-
ção e envolvimento das vias de comunicação.
2.1.2.2. Caracterização urbana
A freguesia tem uma área de 664 ha. e, a nível populacional, a Sobreda conta com cerca
de 14000 habitantes residentes, a que acresce a população flutuante de fim-de-semana e
veraneio, trabalhando na própria localidade (comércio, serviços e alguma agricultura) ou
deslocando-se diariamente para Lisboa.
O número actual de eleitores é cerca de 9200, além destes, são muitos os residentes ain-
da não recenseados, como indica o elevado número de pedidos de atestados de residen-
tes nesta situação
A Freguesia integra as localidades de: Sobreda, Vale Figueira a Alto do Índio, sendo a
Sobreda e Vale Figueira os dois principais núcleos urbanos com mais de 3 000 eleitores
cada, cujos aglomerados populacionais são contínuos
2.1.2.3. Equipamentos colectivos
A. Instalações desportivas e culturais:
• Associação Reformados e Pensionistas Idosos do Alto do Índio;
• Campo de Jogos Polidesportivo descoberto no Alto do Índio, e outro em
Vale Figueira;
• Clube Recreativo e Instrução Sobredense;
• Clube Recreativo Verde Atlântico;
• Escola de Equitação Escola Profissional de Musica de Almada;
• Grupo Recreativo Casal de Santo António;
• Sociedade Cultural e Recreativa Vale Figueira;
• Sociedade Recreativa de Lazarim.
Jorge Teixeira 19
20. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
B. Equipamentos Sociais
• Centro de 3ª Idade Imaculada Conceição;
• Centro de Convívio no Alto do Índio;
• Centro de Saúde S. Filinto;
• Centro Paroquial de Vale Figueira;
• Comissão de Moradores Bairro S. João;
• Comissão de Moradores da Quinta do Guarda-Mor;
• Comissão de Moradores de Vale Figueira;
• Comissão de Moradores do Alto do Índio;
• Cruz Vermelha Portuguesa em Vale Figueira (Posto de saúde);
• Igreja Paroquial na Sobreda e outra em Vale Figueira;
• Jardim Secular na Sobreda;
• Posto Móvel CTT;
• Solar Santa Margarida (Casa de repouso).
C. Escolas e instituições de ensino
• Escola Primaria n.º 1 da Sobreda;
• Escola Primaria n.º 2 da Sobreda / JI Alto do Índio;
• Escola Primaria n.º 1 de Vale Figueira;
• Jardim de Infância do Alto do Índio;
• Escola Básica Integrada de Elias Garcia;
• Escola Secundária Daniel Sampaio.
Na oferta educativa privada da freguesia podemos incluir:
• Alves & Irmã, Lda.;
• Externato A Colmeia;
• Externato O Palhacinho Vaidoso Unipessoal, Lda.;
• Externato Zazzo;
• Maria José G. Santos Lopes;
• O Sossego da Mamã – Estabelecimento de Ensino Particular Lda.;
• Rainha Santa – Estabelecimentos de Ensino Particular, Lda.
Jorge Teixeira 20
21. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
2.2. A Escola Secundária Daniel Sampaio
2.2.1. Constituição
A Escola Secundária Daniel Sampaio, antes designada por Escola Secundária da Sobreda,
é recente, pois a sua construção é de 1987 tendo sido inaugurada em 7 de Dezembro. No
seu primeiro ano lectivo contou apenas com turmas do 7º e 8º anos. No ano seguinte,
abriu na data prevista pelo Ministério da Educação com cerca de 1100 alunos distribuídos
em turmas do 7º ano, 8º ano e 9º ano. No ano lectivo de 90/91 além de turmas do 3º
ciclo, iniciou também a leccionação de turmas do 10º ano. Nos anos seguintes, alargou o
ensino a todos os anos de escolaridade, desde o 7º ano ao 12º ano.
O projecto-tipo desta escola foi o adoptado para a construção de outras escolas de Ensino
Secundário em Portugal. Inicialmente integrava quatro pavilhões de “construção industria-
lizada” implantados no terreno, tendo ainda, um pavilhão onde funcionava a cozinha e o
refeitório. No ano lectivo de 95/96 foi construído mais um pavilhão equipado com labora-
tórios de Biologia e de Físico – Química e o pavilhão do refeitório foi desdobrado em refei-
tório e auditório. Possuía ainda um recinto desportivo descoberto e um espaço pavimenta-
do também para a prática gimno-desportiva, com balneários anexos, estando prevista a
construção de um pavilhão gimnodesportivo, cuja construção apenas terminou no passado
ano lectivo, encontrando-se em pleno funcionamento.
No início a escola foi projectada para uma população de 1200 alunos, mas este número
nunca foi alcançado, apesar dos primeiros anos quase se ter atingido a capacidade para a
qual este estabelecimento de ensino foi projectado.
De um corpo docente no ano lectivo de 87/88 constituído por 55 professores, na sua
maioria provisórios, passou-se para o ano lectivo de 2006/2007 a 102 professores, dos
quais cerca de 74% efectivos.
Jorge Teixeira 21
22. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
2.2.2. Patrono
Há uns anos a esta parte, a escola sentiu a necessidade de reforçar a sua imagem e iden-
tidade, pelo que a escolha de um patrono se assumia como essencial. Com a actual gestão
da escola, e com um projecto educativo para o triénio 2002/2005, foi dado seguimento ao
processo, visando encontrar uma personalidade que apadrinhasse esta instituição e que
projectasse o seu nome.
Nesse sentido, em Setembro de 2002, iniciou-se a auscultação da comunidade educativa,
professores, alunos, funcionários e associações de pais, para levantamento de nomes de
personalidades que, de alguma forma, tivessem valor reconhecido, nomeadamente no
âmbito da cultura, ciência ou educação. A escolha recaiu em Daniel Sampaio.
Assim, preenchidas as formalidades e demais requisitos previstos na lei, e após a concor-
dância da Câmara Municipal de Almada, a Escola Secundária da Sobreda com 3º Ciclo do
Ensino Básico de Sobreda, passou a denominar-se Escola Secundária com 3º Ciclo do
ensino básico Daniel Sampaio, Sobreda, Almada, por despacho do Senhor Secretário de
Estado da Administração Educativa de 27 de Julho de 2003.
Daniel José Branco de Sampaio, nasceu em Lisboa a 8 de Setembro de 1946. Formou-se
em Medicina pela Universidade de Lisboa, em 1970, tendo-se especializado em Psiquiatria.
Tem desenvolvido a sua carreira hospitalar no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde
foi chefe de serviço e coordenador da consulta externa de psiquiatria e onde fundou e
coordena o Núcleo de Doenças de Comportamento Alimentar – anorexia nervosa –, dedi-
cando-se ao atendimento de jovens em risco e suas famílias.
Tem colaborado em programas de rádio e televisão e é autor de vários livros (Inventem-
se Novos Pais, Voltei à Escola...). Assina actualmente uma crónica semanal na revista
"Xis", do Jornal "Público". É coordenador nacional do Programa de Educação para a Saú-
de, que integra a Educação Sexual nas escolas.
Jorge Teixeira 22
23. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Daniel Sampaio tem apoiado a nossa Escola, nomeadamente, realizando encontros regula-
res com encarregados de educação, alunos e professores e acompanhando pessoalmente
alguns alunos.
2.2.3. Localização, acessos e transportes
A principal via de acesso à escola é a estrada camarária Lazarim – Vale Figueira que dá
ligação a outras vias que conduzem às localidades vizinhas, à sede de concelho e a Lisboa.
A Escola é servida por três carreiras de transportes regulares dos TST, dos quais se desta-
ca a carreira da Fertagus, com ligação ao Fórum Almada e à estação de comboios do Pra-
gal, e ainda por cinco carreiras de transportes escolares próprios, que diariamente trans-
portam os alunos das localidades vizinhas.
Ao longo dos anos de existência da escola, têm-se feito diligências no intuito de melhorar
a rede de transportes, contudo estes continuam a ser insuficientes e morosos, sendo os
alunos obrigados a apanhar mais que um transporte ou fazerem parte do percurso a pé.
Localização da
escola
Figura 3 – Localização da escola
Jorge Teixeira 23
24. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
2.2.4. Espaços físicos e localização dos serviços
Os espaços escolares são aprazíveis já que estão bem conservados, limpos e com um
agradável embelezamento, que se revela, não só nas partes ajardinadas, mas também na
decoração das colunas de suporte dos telheiros dos espaços cobertos. O jardim da Escola
fruto do clube do ambiente, além de embelezar a escola, destina-se a uma área de lazer
dos alunos.
A escola é constituída por sete pavilhões, onde estão instalados os equipamentos e os ser-
viços e onde se desenvolvem as actividades escolares, conforme o quadro que se segue:
PAVILHÃO ESPAÇOS E SERVIÇOS
R/ C: Recepção, PBX, Serviços Administrativos, ASE, Sala dos Pro-
fessores, lavabos;
A 1° Andar: Centro de Recursos, Auditório/ Sala de Audiovisuais,
Gabinete de Gestão, Sala de Trabalho dos Departamentos e dos
Directores de Turma, Sala de Reuniões e Sala dos Clubes.
R/C: Salas de Aula, Biomuseu, Clube de Cerâmica;
B 1° Andar: Salas de aula, Salas específicas de Educação Visual, Gabi-
nete de Educação para a Saúde, lavabos.
R/ C: Salas de Informática e dos Cursos CEF, lavabos;
C 1° Andar: Salas de Informática, Salas de Aula, Gabinete Apoios edu-
cativos.
R/ C: Sala de Convívio e Bar dos Alunos, Sala Funcionários, Papela-
D ria, Sala de Estudo, Reprografia lavabos;
1° Andar: Salas de Aula
R/ C: Laboratórios de Física e Química, Clube das Ciências Experi-
E mentais, lavabos;
1° Andar: Laboratório de Biologia e Geologia, Sala de Audiovisuais,
Salas de Aula
R Cozinha, Refeitório, Grande Auditório, lavabos
Pavilhão Gimnodesportivo
Polidesportivo descoberto e Balneários
Quadro 2 – Espaços e serviços da escola
Jorge Teixeira 24
25. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
2.2.5. Alunos
A escola é frequentada por 883 alunos, distribuídos por um total de 41 turmas e por vários
ciclos e cursos, conforme os quadros que se apresentam seguidamente.
A maioria dos alunos reside em edifícios construídos nas décadas de setenta e oitenta, em
habitações unifamiliares, prédios e bairros de habitação económica. As famílias pertencem,
em geral, a um estrato socioeconómico médio-baixo e a maioria exerce a sua actividade
profissional nos sectores secundário e terciário, na zona da Grande Lisboa. Em termos de
escolarização, a maior parte dos encarregados de educação possui o 1°, 2°. e 3° ciclos da
escolaridade básica.
ANO N° TURMAS N° ALUNOS TOTAL
7° 8 199
8° 5 124 400
9° 3 77
10° 4 119
11° 7 144 328
12° 8 129
728
Quadro 3 – População escolar
ANO CURSOS TECNOLÓGICOS N° ALUNOS TOTAL
11° ADMINISTRAÇÃO 17
11° INFORMÁTICA 16
12° ADMINISTRAÇÃO 10 64
12° DESIGN DE EQUIPAMENTO 07
12° INFORMÁTICA 14
Quadro 4 – Cursos tecnológicos
10° E CURSO DE INFORMÁTICA DE GESTÃO 21 ALUNOS
Quadro 5 – Cursos profissionais
Jorge Teixeira 25
26. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
ANO CURSOS N° ALUNOS TOTAL
8° EMPREGADO COMERCIAL 18
9° TIPO III ACOMPANHANTES DE CRIANÇAS 17
10° FORMAÇÃO COMPLEMENTAR 13 70
11° TIPO V ASSISTENTE DA ACÇÃO EDUCATIVA 10
12° TIPO V ASSISTENTE DA ACÇÃO EDUCATIVA 12
Quadro 6 – Cursos CEF – Cursos de educação e formação
2.2.6. Oferta educativa no ano lectivo 2006/2007
A escola oferece o 3° ciclo do Ensino Básico, com o currículo nacional e as disciplinas de
opção, pensadas em função dos interesses e necessidades de aprendizagem dos alunos.
A Escola oferece também vários Cursos do Ensino Secundário, em função dos interesses
dos alunos, dos recursos humanos e materiais da Escola e da distribuição da Rede Escolar
determinada pela DREL.
Concretizando um dos grandes objectivos do Projecto Educativo – "Promover a diversida-
de de oferta curricular numa lógica de inclusão"- a Escola tem vindo a alargar a oferta de
Cursos de Educação e Formação (CEF), como meio privilegiado de evitar o abandono
escolar, possibilitando aos alunos a obtenção de um certificado que os habilita para uma
entrada mais rápida no mundo do trabalho.
No sentido de ir também de encontro aos interesses dos alunos e à oferta do mercado do
trabalho, a escola abriu o Curso Profissional de Informática de Gestão.
3° CICLO DO ENSINO BÁSICO
CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
7°, 8°, 9° ANOS
Tipo 2 – Empregado Comercial
Currículo regular
Tipo 3 – Acompanhante de Crianças
Quadro 7 – Oferta educativa no ensino básico
Jorge Teixeira 26
27. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
ENSINO SECUNDÁRIO
10°, 11° 12° ANOS
CURSOS CIENTÍFICO – CURSOS DE EDUCAÇÃO E
HUMANÍSTICOS CURSOS PROFISSIONAIS FORMAÇÃO
Ciências e Tecnologias Técnico de Informática de Formação Complementar
Ciências Socioeconómicas Gestão Tipo 5 – Assistente de
Ciências Sociais e Humanas Acção Educativa
Quadro 8 – Oferta educativa no ensino secundário
2.2.7. Pessoal Docente
O corpo docente da escola é constituído por 102 professores, sendo do Quadro Definitivo
(PQND) 76; do Quadro de Zona Pedagógica de Nomeação Definitiva (PQZND) 15, do Qua-
dro de Zona Pedagógica de Nomeação Provisória (PQZNP) 3, de nomeação provisória
(PQNP) 2 e 6 Provisórios. Se considerarmos apenas os 76 professores do quadro, temos
um índice de estabilidade do corpo docente na ordem dos 75%. O rácio professor/aluno é
de 1 professor para, aproximadamente, 9 alunos.
2.2.8. Pessoal não Docente
A escola conta com 29 funcionários (em serviço), sendo 9 administrativos, 2 do ASE, e 18
auxiliares de acção educativa. O rácio real AAE /aluno é de l auxiliar para cerca de 49 alu-
nos.
2.2.9. Equipamentos pedagógicos
A escola dispõe dos seguintes equipamentos pedagógicos:
• Centro de Recursos (Biblioteca, Videoteca e sala Nónio) – pode considerar-se que exis-
te um assinalável espólio bibliográfico, com cerca de 7000 monografias, cassetes de
Jorge Teixeira 27
28. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
áudio e vídeo, CD-ROM, cd – Áudio e dvds, dossiers temáticos, mapas e cartas, diapo-
sitivos, transparências, etc… Ao nível dos equipamentos informáticos, existem compu-
tadores destinados à própria organização do centro, consulta do catálogo, jornal esco-
lar. A sala Nónio, é o espaço do centro de recursos destinado ao trabalho livre dos
alunos usando meios informáticos e consulta na Internet.
O Centro de Recursos tem uma elevada frequência de utilização por alunos e professo-
res. Apenas a utilização por parte dos funcionários não é significativa.
Relativamente ao tipo de utilização, os professores recorrem ao centro de recursos
para pesquisa documental e recolha de materiais didácticos. Entre os alunos, apesar
do peso de utilização dos equipamentos informáticos, é também significativa a leitura
lúdica e didáctica, e ainda o visionamento de filmes.
• Laboratórios – as instalações laboratoriais são aprazíveis e o equipamento encontra-se
bem acondicionado.
As instalações e equipamentos encontram-se bem rendibilizados, constatando-se que o
currículo é gerido de acordo com os recursos existentes, com as inovações possíveis
previstas nos respectivos planeamentos e com a autonomia proposta aos alunos para
a realização dos diferentes trabalhos.
• Equipamentos Informáticos – a escola dispõe de um considerável número de equipa-
mentos informáticos para fazer face, não só ao trabalho de sala de aula, mas também
às actividades de pesquisa que os alunos podem realizar no centro de recursos. Princi-
palmente ao nível dos cursos tecnológicos e dos profissionais, há uma grande utiliza-
ção deste tipo de equipamento, não só como tecnologia de informação e comunicação,
como também noutras aplicações, como sejam o tratamento de imagem e a monta-
gem vídeo.
• Equipamentos Desportivos – a escola dispõe de espaços próprios exteriores e desco-
bertos para a prática das actividades desta área disciplinar, para além de um pavilhão
gimnodesportivo recente.
Jorge Teixeira 28
29. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
2.2.10. Actividades de enriquecimento curricular
Duas das áreas de intervenção do projecto educativo de escola, presentemente em vigor,
são a da cultura e desporto, com o objectivo de promover actividades culturais, desporti-
vas e artísticas que contribuam para a formação global dos alunos; e a da promoção da
imagem da escola a nível exterior, reforçando igualmente o sentimento de pertença dentro
da comunidade escolar.
Assim, a escola seleccionou e tem em desenvolvimento uma significativa oferta de activi-
dades de enriquecimento curricular, sob a forma de projectos e clubes. Em Julho de 2006,
encontravam-se em actividade os seguintes:
• “Bem-vindo à nova porta de entrada da Escola Secundária Daniel Sampaio” – vocacio-
nado para a remodelação do site da escola: http://www.esec-danielsampaio.pt/;
• Clube Europeu;
• Clube do Ambiente – que é um projecto que visa o aproveitamento e embelezamento
dos espaços verdes da escola, com o objectivo de despertar os alunos envolvidos para
os valores da preservação da natureza e, em simultâneo, enriquecer o seu leque de
interesses e proporcionar-lhes uma ocupação de tempos livres;
• Biomuseu – que funciona como clube, num espaço de aquariofilia e de educação
ambiental;
• Clube das Ciências Experimentais;
• Jornal da Escola – trata-se de um projecto de enriquecimento curricular de cariz jorna-
lístico. São editados 6 jornais por ano lectivo, com uma tiragem de 300 exemplares;
• Laboratório da Matemática – que este ano ganha uma maior dimensão devido ao pla-
no da matemática;
• Clube da Rádio;
• Clube da Guitarra;
• Clube Escola d’Actores;
• Clube de Fotografia;
• Clube de Xadrez;
• Oficina de Expressão Dramática;
Jorge Teixeira 29
30. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Estes projectos e clubes estão adequados ao contexto da escola e aos interesses e desen-
volvimento dos alunos. O número de alunos envolvidos, tanto do ensino básico como do
ensino secundário, é significativo. Nas actividades, os alunos inscritos revelam bastante
assiduidade.
São ainda desenvolvidas acções muito diversificadas, das quais se podem salientar:
• Semana das profissões – em que são envolvidos todos os departamentos da escola;
• Dia da Escola e do Patrono;
• Dia mundial da árvore;
• Dia mundial do ambiente;
2.2.11. Relação da escola com o meio envolvente
A Escola Secundária Daniel Sampaio é uma comunidade educativa aberta que coopera
com as autarquias, nomeadamente a Junta de Freguesia da Sobreda e a Câmara Municipal
de Almada, com outros estabelecimentos de ensino público e privado, com instituições de
carácter cultural e social e com pequenas empresas.
A Escola participa também em iniciativas de carácter cultural, artístico e desportivo pro-
movidas por instituições exteriores. Esta cooperação concretiza-se actualmente nas
seguintes acções:
• Participação no Projecto "Aparece", em colaboração com o nosso patrono, Prof. Daniel
Sampaio;
• Colaboração com o Centro Paroquial de Vale Figueira em actividades lúdicas e de soli-
dariedade;
• Participação dos grupos de teatro da Escola na Mostra Anual de Teatro das Escolas de
Almada;
• Realização de espectáculos teatrais no CRIS (Clube de Instrução e Recreio Sobreden-
se);
• Actuação do Coro Cantabile em eventos culturais no exterior da escola;
Jorge Teixeira 30
31. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
• Protocolos de estágio, para os alunos dos Cursos CEF, com as seguintes instituições:
"Jardim Infantil O Coala", Centro Paroquial de Vale Figueira, Colégio do Vale, Externato
O Tim Tim, Jardim de Infância Um Dó Li Tá, Externato Guia da Criança, Externato
Palhacinho Vaidoso, Unipessoal, Lda., Fraldinhas e Biberons Lda. – Creche e jardim de
Infância, CLAPIS – Centro Lúdico de Actividades Pedagógicas e Sócio – Educativas
• Protocolos de estágio, paro os alunos do Curso Tecnológico de Informática, com as
seguintes empresas: INATEL - Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos
Livres dos Trabalhadores, Alma Alentejana – Associação de Desenvolvimento Local,
Arribatejo – Associação de Desenvolvimento Local, TERAzone, Faculdade de Ciências e
Tecnologia – Universidade Nova de Lisboa, Ydreams – Sistemas de Informação, Lda.,
DataFrame, Lda., GHD – Global Human Development, Associação de Comércio e Servi-
ços do Distrito de Setúbal, Campo de Flores, entre outras.
• Disponibilização do Pavilhão Gimnodesportivo para utilização por grupos desportivos
das localidades vizinhas.
2.2.12. Projecto educativo de escola (PEE) para o triénio
2005/2008
Com o objectivo primordial de se tornar numa escola de qualidade e referência, o projecto
educativo da Escola Secundária Daniel Sampaio constitui, na sua essência, um instrumen-
to organizador da acção educativa da escola e também um agente de transformação da
mesma.
Durante o triénio 2005/2008, e com o lema “melhor conhecimento, mais cidadania”, o PEE
assenta em duas vertentes:
• Como organizador da acção educativa, em que pretende ser um elemento congrega-
dor de todos os projectos educativos existentes na escola e unificador das várias estru-
turas que intervêm na instrução e educação dos nossos alunos;
• Como agente de transformação, em que pretende ser adjuvante na mudança e na ino-
vação, nas áreas do ensino/aprendizagem, cidadania; cultura e desporto; imagem da
escola e espaços e equipamentos.
Jorge Teixeira 31
32. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Através da leitura do diagrama e quadro seguintes é possível um melhor entendimento do
PEE, através da interacção das várias áreas que o compõem:
PROJECTO EDUCATIVO DE ESCOLA
ENSINO- CULTURA E
CIDADANIA
APRENDIZAGEM DESPORTO
Espaços e Equipamentos
• Melhorar os resultados
escolares dos alunos • Promover actividades
• Promover o desenvolvimento culturais, desportivas e
• Promover a diversidade pessoal e social dos alunos artísticas que contribuam
de oferta educativa numa lógica para a formação global
de inclusão dos alunos
PLANO ANUAL DE ACTIVIDADES
Processos de operacionalização e metas anuais
IMAGEM DA ESCOLA
MELHOR CONHECIMENTO
MAIS CIDADANIA
Figura 4 – Diagrama síntese do PEE
Jorge Teixeira 32
33. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Estrutura do PEE
Áreas Objectivos Objectivos Específicos
Gerais
• Melhorar os resul- • Diminuir os níveis de insucesso escolar (em disciplinas a definir);
tados escolares dos • Aumentar a percentagem de alunos que concluem o 12º ano no
alunos período máximo de quatro anos;
• Diminuir o número de abandonos escolares no ensino básico e
secundário;
ENSINO –
APRENDIZAGEM • Aumentar o índice de entrada dos alunos no ensino superior
• Promover a diversi- • Oferecer cursos diversificados que contribuam para o sucesso dos
dade da oferta alunos com vista à sua integração na vida activa
educativa numa
lógica de inclusão
• Promover a saúde • Integrar, nas ACND, a abordagem da Educação para a Saúde (Edu-
física, psicológica e cação Sexual e Educação Alimentar);
social • Reforçar a abordagem de conteúdos de outras disciplinas que se
ligam a estas temáticas
CIDADANIA • Promover o desen- • Proporcionar aos alunos um espaço e um tempo de debate e refle-
volvimento pessoal xão sobre cidadania;
e social • Esclarecer individualmente os alunos sobre dúvidas e problemas, a
nível da educação sexual, no âmbito do previsto no Programa de
Educação para a Saúde.
• Promover activida- • Alargar os horizontes culturais dos alunos potencializando a interac-
des culturais, des- tividade entre os vários intervenientes (departamentos, projectos e
portivas e artísticas clubes, associações de alunos e pais), rentabilizando recursos mate-
CULTURA E
DESPORTO que contribuam riais e articulando competências de transversalidade e de entre-
para a formação ajuda;
global dos alunos • Criar Clubes que promovam actividades desportivas e a dança.
• Projectar a imagem • Conceber produtos / serviços que permitam a projecção da imagem
da escola a nível da escola e a promovam, a partir do seu interior, para o exterior.
exterior
IMAGEM DA • Reforçar o sentido • Realizar actividades extra-curriculares que reforçam o sentimento de
ESCOLA
de pertença dentro pertença na comunidade escolar.
da comunidade
escolar
• Melhorar os espa- • Viabilizar esforços para o embelezamento e limpeza dos espaços
ços e equipamen- exteriores;
tos da escola • Garantir condições de segurança continuadas na entrada da Escola;
• Criar condições que proporcionem um atendimento personalizado
ESPAÇOS E nos Serviços Administrativos;
EQUIPAMENTOS
• Optimizar a qualidade do Bar dos Alunos;
• Criar mais espaços de convívio para os alunos;
• Adquirir mais computadores, projectores, retroprojectores e vídeos
para as salas de aula.
Quadro 9 – Áreas de intervenção do PEE
Jorge Teixeira 33
34. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
2.3. A turma 12.º F
A turma F do 12.º ano é composta por 14 alunos, pertence ao Curso Tecnológico de
Informática, sendo-lhes por mim ministrada a ATI – Área Tecnológica Integrada. A disci-
plina tem uma carga horária semanal de 7 blocos de 90 minutos, sendo leccionada às
quintas-feiras das 12h.30m. às 17h.45m., e às sextas-feiras da 10h.15m. às 17h.45m. Os
alunos têm sempre acesso aos meios informáticos na sala de aula.
Para se poderem estabelecer objectivos, organizar os conteúdos programáticos, definir e
implementar as estratégias de acção e avaliação, é necessário proceder-se à análise da
situação envolvente dos alunos da turma. Pretende-se assim, com a caracterização da
turma, um conhecimento mais profundo da mesma, de forma a adequar o processo de
ensino/aprendizagem às situações reais e concretas, tendo em conta os percursos escola-
res diferenciados e o acesso às novas tecnologias, entre outras.
Na globalidade, a turma revela bastantes dificuldades nas disciplinas técnicas e específi-
cas, denotando-se que os alunos não têm hábitos e métodos de estudo adequados ao
nível de ensino que frequentam.
A turma revela ainda algumas deficiências ao nível da responsabilidade que se traduzem
em dificuldades no cumprimento de prazos, na pontualidade e assiduidade.
Na leccionação da ATI, até ao momento, não se registou qualquer problema de absentis-
mo ou de indisciplina, tendo os alunos demonstrado interesse em executar as tarefas pro-
postas.
A caracterização da turma foi baseada num inquérito realizado aos alunos. Dessa caracte-
rização importa salientar os seguintes aspectos:
Jorge Teixeira 34
35. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
A. Constituição da turma e caracterização dos alunos:
Nacionalidade dos alunos:
14
12
10
8
6
4
2
0
Port. Ang.
Distribuição por sexo:
10
8
6
4
2
0
Masc Fem
Distribuição por idades:
8
7
6
5
4
3
2
1
0
17 anos 18 anos 19 anos 20 anos
Jorge Teixeira 35
36. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Distância Casa – Escola:
7
6
5
4
3
2
1
0
[0-1[ km. [1-5[ km. + 5 km.
Forma de deslocação:
29%
42% Pé
Autocarro
Carro particular
29%
Local das refeições:
6% 3%
Casa
Escola
36% 55% Restaurante
Familiares
Computador / Ligação à Internet em casa
o Todos os alunos possuem computador, sendo que apenas 1 não tem ligação à Internet.
Jorge Teixeira 36
37. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Ocupação dos tempos livres (3 actividades por aluno):
2% Computador
9%
2% 27% Desporto
Sair com os amigos
5%
Teatro
Música
16% TV / Vídeo
9% Ler
2% Tocar baixo
2% Cinema
26% Trabalhos escolares
Forma de estudar:
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Só Com amigos Não estuda
Local de estudo:
12
10
8
6
4
2
0
Casa Escola Biblioteca Não estuda
Jorge Teixeira 37
38. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Tempo diário de estudo:
7
6
5
4
3
2
1
0
0 min. [1 - 29[ min. [30 - 60[ min. [1 - 2[ horas + 2 horas
Problemas de saúde:
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Nenhum Visão Alergias Audição Asma
Hora de deitar:
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
[22 - 23[ horas [23 - 24[ horas + 24 horas
Jorge Teixeira 38
39. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Significado de escola:
11% 17%
Preparação para uma profissão
Local de aprendizagem
33% Local de convívio e diversão
39% NS / NR
Profissão para o futuro:
8
7
6
5
4
3
2
1
0
il
o
be
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Té
Pela análise aos gráficos acima, conclui-se sumariamente, que se trata de uma turma
homogénea em variadíssimos aspectos, com acesso facilitado e bastante acentuado às
novas tecnologias.
Jorge Teixeira 39
40. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Também se deduz facilmente que os alunos residem bastante próximos da escola, onde
passam também grande parte do seu dia. Será portanto fácil a sua integração em activi-
dades extra-curriculares e a promoção de hábitos e metodologias de estudo na escola, de
forma a melhorar os seus resultados escolares.
B. Caracterização escolar:
Frequência de Pré Primária:
12
10
8
6
4
2
0
Sim Não
Instituição de ensino básico:
12
10
8
6
4
2
0
Pública Privada
Retenções:
4
3
2
1
0
1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário
Jorge Teixeira 40
41. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Disciplinas preferidas:
6% 6% Filosofia
6%
9% Inglês
3%
Português
6%
Matemática
12%
Educação Física
ATI
18% Bases de Programação
15% Tecnologias Informáticas
Aplicações Informáticas
19% Francês
Disciplinas com maiores dificuldades:
6% Filosofia
3% 16%
Inglês
10% Português
10% Matemática
6% Educação Física
3% Fisica e Quimica
3% Bases de Programação
Tecnologias Informáticas
24%
Aplicações Informáticas
19%
Francês
Do seu percurso escolar salienta-se o reduzido número de retenções. Conclui-se também a
disponibilidade destes alunos para as disciplinas técnicas de informática, e as suas dificul-
dades nas disciplinas de carácter específico, sendo que os alunos se complementam: nas
áreas em que alguns sentem mais dificuldades, são as preferidas de outros.
Jorge Teixeira 41
42. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
C. Caracterização familiar:
Faixa etária dos pais:
16
14
12
10
8
6
4
2
0
[30 - 40[ anos 40 - 50[ anos + de 50 anos NS / NR
Habilitações literárias dos pais:
7
6
5
4
3
2
1
0
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Su
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1.
2.
3.
N
Se
Situação profissional dos pais:
16
14
12
10
8
6
4
2
0
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o
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C
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Jorge Teixeira 42
43. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
III – O PROBLEMA:
PERTINÊNCIA NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM
3.1. A educação actual
Tal como já havia sido referido, a escola já não deve ser encarada como um espaço fecha-
do e triste, mas sim como um lugar de prazer e de aprendizagem. Para tal, o contributo
do professor é fundamental. O papel deste não se deve resumir à transmissão de teorias
muitas vezes já em desuso mas em estar aberto à imprevisibilidade e às constantes muta-
ções socioculturais. O papel do professor não poderá limitar-se a uma comunicação unila-
teral entre este e os seus alunos. Este papel terá de ser activo e criativo, de forma a que a
educação decorra numa acção cooperativa e onde haja espaço para a criatividade de alu-
nos e professores.
Naturalmente que há sempre quem pense que o uso dos audiovisuais e dos media no acto
educativo poderá pôr em risco o papel do professor como detentor ou transmissor do
conhecimento. É óbvio que tal não acontece, mas também será óbvio que à crescente
importância dos media no processo de ensino-aprendizagem se impõe uma redefinição do
papel do professor e da estratégia que deve adoptar junto dos alunos. Na verdade, se
uma verdadeira integração dos meios audiovisuais no ensino é indispensável na escola, ela
deve ser o resultado de uma perfeita tomada de consciência do papel que estes meios
devem desempenhar no seio do processo pedagógico, sem ultrapassar nem reduzir o
papel do professor.
Assim sendo, os audiovisuais deverão contribuir para uma modificação do papel do profes-
sor, pois este já não é o único responsável pela transmissão da matéria aos alunos. O
educador deve ver o aluno já não como um auditor que deve transcrever e memorizar as
mensagens, mas sim como um aprendiz que, utilizando todos os meios disponíveis, contri-
bui para a sua própria aprendizagem.
Jorge Teixeira 43
44. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
O professor tem como papel principal criar e estimular o ambiente educativo. Neste novo
perfil de escola, o ensino tem de se processar ao nível da coordenação e acompanhamen-
to, das informações (conteúdos) devendo fornecer os contextos e o conhecimento base
que promova uma verdadeira autonomia. Neste sentido, deve, igualmente, haver uma
preocupação em colocar os alunos face a problemas que exijam experimentação. Contudo,
muitos professores desconhecedores desta realidade ignoram estas inovações, provavel-
mente por não as conhecerem e não as dominarem. Hesita-se em alterar as estruturas
existentes há muito tempo, simplesmente porque as inovações exigem uma formação,
uma preparação e uma organização suplementares.
Por outro lado, existe o problema financeiro, pois, nalguns casos, evita-se o uso de novos
métodos de ensino dado que o dinheiro já é pouco para fazer funcionar convenientemente
os sistemas existentes. Mas não dar importância aos audiovisuais pode originar conse-
quências graves, principalmente nos níveis etários mais baixos. Acima de tudo deve existir
um espírito critico por parte de todos os intervenientes no processo educativo.
O professor tem, assim, de integrar na sala de aula meios que facilitem a comunicação. Os
progressos no domínio da comunicação têm sido óptimos. Os novos meios de informação
permitem a troca de informação, independentemente da distância, com toda a precisão e
rapidez. O processo de ensino tem necessidade de uma ligação constante com o mundo
exterior. Neste domínio, a evolução tecnológica pôs à disposição do professor meios sufi-
cientes para trazer até ao aluno um mundo até há bem pouco tempo distante. A técnica
passou a ser aceite por muitos como a solução para os problemas existentes no ensino,
sendo importante de modo a conseguir-se um sistema educativo eficiente apoiado em ins-
trumentos que respondam às exigências da época. Contudo, os meios tecnológicos não
valem por si mesmos. A sua utilidade depende da metodologia com que são usados. Não
são apenas os meios que contam, mas sim a forma de apropriamento desses meios para
criar uma situação educativa. A integração destes meios facilita a comunicação, facultando
um precioso auxílio tanto ao nível do ensino como ao nível da aprendizagem.
Jorge Teixeira 44
45. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
3.2. O contributo das novas tecnologias na escola
Nunca, como hoje, foi possível aprender com uma variedade tão alargada de meios nos
quais se encontram a informação. Os livros, as revistas, o vídeo, o cinema, a televisão, a
fotografia, a banda desenhada, os jornais, o software, os multimédia e as pessoas com as
quais convivemos no dia-a-dia, entre outros, constituem os suportes aos quais podemos
recorrer para termos acesso à informação
A educação tem, obrigatoriamente, de se adaptar às necessidades das sociedades onde
está inserida. Mas este processo nem sempre é fácil, pois essa "adaptação" tem pela fren-
te um grande desafio, que é o de se adaptar às mudanças sociais, culturais e económicas
que nascem aquando da massificação do uso das novas tecnologias.
Contudo, a educação, ultimamente, tem vindo a ser reformulada. Embora, na sua essên-
cia, mantendo o mesmo objectivo, que é o de educar, não podemos ficar indiferentes aos
novos métodos e técnicas introduzidos no ensino, decorrentes do aparecimento das novas
tecnologias.
Actualmente, o papel da escola é de extrema importância pois devido à elevada variedade
de oferta de informação verifica-se um afastamento dos educandos da informação chave,
ou seja, o papel da escola do século XXI é o de moderador. Indiscutivelmente, nesta nova
escola, as novas tecnologias desempenham um papel importantíssimo: - o de ferramentas
auxiliares do processo ensino/aprendizagem.
É fundamental, por isso, que a escola esteja familiarizada com estas ferramentas informá-
ticas e saiba utilizá-las na acção educativa normal. Assim, a escola tem de fornecer aos
alunos os meios adequados para que possam ter acesso à informação e, simultaneamen-
te, familiarizar-se com eles, possibilitando-lhes também oportunidades de interacção
social.
Jorge Teixeira 45
46. PFAP – Projecto de Formação e Acção Pedagógica
ESE Setúbal – Profissionalização em Serviço – 2.º Ano
Assumindo este novo perfil, a escola não deve esquecer a componente pedagógica asso-
ciada aos novos meios de informação. Estas ferramentas possibilitam ao aluno a manipu-
lação e construção do conhecimento de uma forma diferente daquela que era utilizada por
métodos tradicionais onde, habitualmente, o conhecimento se transmite de forma oral.
São muito diversas as razões que têm levado os professores a integrar as novas tecnolo-
gias nas aulas. Uma delas é a forte motivação que ele exerce em grande parte dos alunos,
contrastando com o desinteresse quase geral pelas actividades escolares.
Há casos em que o docente compreende que não se trata de mudar as técnicas usadas,
mas sim de inovar verdadeiramente, favorecendo um ensino mais centrado no aluno e na
sua iniciativa. Deste modo, será possível a realização de projectos onde alunos e professor
estejam implicados. Assim sendo, as TI – Tecnologias de Informação podem ser um auxi-
liar precioso nessa inovação, ao favorecer nos alunos um trabalho autónomo ou de grupo
na resolução de problemas, no levantamento de hipóteses, na investigação, etc..
Por outro lado, a introdução das novas tecnologias no ensino também tem as suas des-
vantagens e limitações como o elevado custo de instalação e manutenção de uma rede de
computadores. O rápido aparecimento de novas tecnologias provoca uma constante troca
e mudança de equipamento. Há ainda o problema do analfabetismo informático e da des-
confiança nos computadores. O professor tem que saber introduzir convenientemente os
alunos nestes meios e ser capaz de os motivar e ajudar quando necessário.
Jorge Teixeira 46