2. Colonização Europeia
Contexto da Europa no fim do século XV
No fim da Idade Média a Europa passou por diversas crises ligadas às pestes, às
guerras, recessões e conquistas arruinando o equilíbrio antigo. Assim, com o fim das crises, a
Europa iniciou, durante o século XV, o período moderno, com avanço populacional, aumento
das classes burguesas, bem como com o desenvolvimento das trocas comerciais. Para estas
trocas eram utilizados os metais, como o ouro, a prata e o cobre. Todavia, o ouro, começou a
ficar escasso. Assim, o desenvolvimento econômico começou a não ser mais possível por
conta deste fato. Outro produto comercializado eram as especiarias, porém, devido ao clima
europeu, estes produtos não eram cultivados naquele Continente. Como precisavam
conquistar novos espaços para conseguir as especiarias, também era necessário o ouro.
Portanto era preciso iniciar o processo de conquistas para os Países europeus conseguirem
novas terras e novas riquezas, dando início às navegações Portugal e Espanha.
Portugal por ter sido um dos países da Europa com maior desenvolvimento, e ter
criado a primeira Escola de Navegações, reunindo vários navegadores, cartógrafos,
marinheiros. Então, somadas as questões da falta de metais na Europa, o alto conhecimento
dos portugueses na navegação e o desenvolvimento do País, Portugal estava preparado para
iniciar as Grandes Navegações.
Espanha, por sua vez, com o fim da Guerra da Reconquista, em 1492, que expulsou
os mouros da Península Ibérica, decidiu iniciar as navegações.
3. Características da Colonização
Espanhola
O conceito urbano segue um padrão uniforme:
- planos simples e práticos, que se adaptavam à topografia local.
- quarteirões idênticos, geralmente, com forma quadrada, definidos por ruas
ortogonais e retilíneas.
- o centro da cidade é ocupado por grandes edifícios públicos - estas
edificações repousam sobre uma grande praça regular, obtida com a supressão de
alguns quarteirões.
4. Primeira Lei Urbanística da Idade Moderna –
Filipe II
Leis de urbanismo ditadas pelo Filipe II,
criadas para determinar o traçado das cidades
fundadas pelos espanhóis, na ocasião da
conquista das Américas. Conhecida também com
Lei das Índias, davam indicações precisas sobre a
localização das cidades a serem fundadas e sobre
as distâncias mínimas a respeitar entre elas e com
aquelas já existentes.
A lei estabelecia que, quando fizessem o
plano do lugar, distribuíssem praças, ruas e
parcelas, com cordão e régua, a partir da praça
principal em direção às entradas e caminhos
principais, deixando território suficiente para o
crescimento da cidade. Assim, sempre seguirá o
Planta de 1581, com a a parte central da cidade de seu crescimento de acordo com o mesmo
Cholula, no México. modelo, apesar do aumento da população. E essa
configuração da trama das ruas, determinava um
traçado em forma de xadrez.
5. Algumas regras mais importantes:
- A planta do estabelecimento a ser fundado deveria sempre
ser levada pronta de Portugal;
-O plano composto por ruas, praças e lotes deveria ser
implantado a partir da praça principal, de onde sairiam às ruas, que
se prolongavam até as portas e ruas exteriores;
- A implantação deveria ser feita,
deixando espaço vazio aberto;
- A praça principal, denominada de
praça maior deveria estar sempre localizada no
centro da cidade;
- A área da praça deveria ser
proporcional e adequada ao número de
habitantes, pensando-se sempre no futuro
crescimento da cidade;
- Nas áreas que necessitam de defesa,
as ruas deveriam ser largas para permitir o
acesso aos cavalos;
- A igreja deveria estar situada numa
área com topografia elevada, de forma
independente;
Vista aérea da Cidade de Guadalajara,
com a praça principal.
6. Características da Colonização
Portuguesa
Colonização portuguesa assumiu caracteres de desordem urbana em
recorrência a falta de planejamento, pois nada inventaram os portugueses no
planejamento de cidades em países novos. Ao contrário dos espanhóis, que era
instruídos por lei a executar um traçado em forma de xadrez; já os portugueses não
mantinham regras, exceto a antiga defesa através da altura.
Autores afirmavam que cidades portuguesas eram fruto de uma recriação
das cidades medievais portuguesas com ruas tortuosas e com seus bairros
congestionados, onde tende para a cidade perfeita, aquela que em que cada um dos
elementos exerce função natural.
No Brasil
Com características diferentes das que marcaram as cidades da América
espanhola - que eram planejadas como um tabuleiro de xadrez, com ruas e
quarteirões retos e uniformes, as cidades brasileiras foram resultado da dinâmica do
dia-a-dia, ou seja, de um crescimento desordenado.
Por isso, elas apresentavam certo naturalismo, obedecendo mais ao rigor do
relevo local que a planos geométricos.
7. No Brasil, os colonizadores portugueses seguiram de perto os espanhóis na fundação de núcleos urbanos, mas o
traçado inicial das cidades não correspondia a nenhuma norma oficial generalizada.
8. A diferença de métodos do urbanismo colonial português em relação ao espanhol começa
pela legislação. Enquanto os espanhóis possuíam um código legislativo de âmbito geral para ser
observado pelos povoadores, os portugueses limitavam a sua legislação ao que continha a “Ordenação
do Reino”, que cuidava antes dos edifícios e servidões, com limitações ao direito de propriedade, do que
dos procedimentos de fundação das cidades. Estas eram consideradas cada qual como um caso
particular, a exigir determinações específicas, que podiam variar de cidade para cidade.
9. O aspecto predominante na cidade colonial é de desordem. Notou-o Sérgio
Buarque de Holanda:
“A cidade que os portugueses construíram na América não
é produto mental, não chega a contradizer o quadro da
natureza, e sua silhueta se enlaça com a linha da paisagem.
Nenhum rigor, nenhum método, nenhuma previdência,
sempre esse significativo abandono no que exprime a
palavra “desleixo”, ou convicção de que não vale a pena”.
10. Quando Salvador, extravasando as muralhas escorregou para beira-mar, foi dividida, como
ainda hoje, em “Cidade Alta” e “Cidade Baixa”, como no Porto, ao mesmo tempo que tendia
para o traçado regular.
15. CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES
A estrutura urbana era rudimentar;
- Ausência de passeio,
- Não haviam ruas e sim caminhos, que eram
definidos pelas próprias edificações;
- A vegetação era escassa e não haviam
áreas verdes (praças, parques, etc.);
- Haviam os espaços em frente as igrejas que
configuravam as praças secas.
17. CIDADE ALTA X CIDADE BAIXA
CIDADE ALTA: Escolhida para a implantação da cidade, considerando as
questões defensivas.
CIDADE BAIXA: Escolhida para a implantação do comércio, considerando a
proximidade do mar mantém relação direta com Portugal.
20. Praças
• As praças do Brasil Colonial constituíam o
centro de reunião da vida urbana, onde se
realizavam as cerimônias cívicas e toda sorte de
festividades religiosas e recreativas, servindo
ainda aos mercados e feiras. Nelas se localizavam
os edifícios principais, que mais enobreciam a
cidade.
21. Vista do Terreiro de Jesus, com a Catedral Basílica ao fundo, em 1862. Ao lado da
igreja vê-se o antigo Colégio dos Jesuítas de Salvador.
22. Edifícios Institucionais
Terreiro de Jesus por causa da Igreja dos
Jesuítas (atual Catedral Basílica),
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco Casa de Câmara e Cadeia da Cidade
de Salvador
23. Igreja e Convento de São Francisco
• As influências das formas jesuíticas, distinguisse das
demais igrejas da mesma ordem, que são
normalmente com torre única, recuada do plano da
fachada.
• Fachada imponente da igreja do Convento de São
Francisco, em Salvador, com duas torres e um
frontão de curvas e contracurvas, bem mais
expressivo.
24. FORTIFICAÇÕES
Forte Santo Alberto
Forte de São Pedro
Forte de São Marcelo
25. Residências
- A fachada básica da casa colonial era composta por uma porta (sempre frontal) e duas
janelas; Embora houvesse muitas outras casas maiores, em todas elas prevalecia a métrica
e os espaçamentos entre as aberturas.
- As diferenças sociais das famílias eram percebidas fortemente na arquitetura através da
eira e da beira: detalhes presentes nos beiral e que eram uma forma bem clara de mostrar
o poderio das famílias.
29. A palavra Pelourinho, Em
sentido amplo, corresponde a
uma coluna de pedra localizada
normalmente ao centro de uma
praça, onde eram expostos e
castigados criminosos. No Brasil, e
em especial o PELOURINHO DE
SALVADOR, o uso principal era
para castigar escravos através de
chicotadas durante o período
colonial.
30. Bibliografia
http://miscelaneajuliolucas.blogspot.com.br/2011/03/salvador-462-anos-de-historia-do-brasil.html
http://historiadenina.blogspot.com.br/2012/03/aniversario-da-cidade-de-salvador-da.html
http://www.ub.edu/geocrit/-xcol/392.htm
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/cartografia_potuguesa/textos/textos2/textos_06.htm#1
http://arquitracobrasil.wordpress.com/periodo-colonial-1530-a-1830/
http://rafaeldantasbahia.blogspot.com.br/
http://www.jornallivre.com.br/193420/a-arquitetura-colonial-do-brasil.html
http://www.cienciamao.usp.br/dados/t2k/_historiadobrasil_h7f.arquivo.pdf
Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial - Nestor Goulart Reis Filho
História da Cidade – Leonardo Benévolo
Arquitetura e Arte no Brasil Colonial – John Bury
SALVADOR Transformações e permanência – Pedro de Almeida Vasconcelos
Quadro da Arquitetura no Brasil – Nestor Goulart Reis Filho