SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 22
Clínica Médica – Juliana Pereira
Apresentação
   Identificação:

    A.O.P., sexo feminino, 57 anos, branca.
    Procedente de Campos Novos Paulista-
    SP.      Aposentada,        1º     grau
    completo, católica, casada.
Apresentação
   Antecedentes Pessoais

    HAS de longa data. Transtorno depressivo há 3
    anos. Obesidade mórbida. DM2 há 8 anos.
    Gonoartrose bilateral. Cirurgia para catarata,
    bilateralmente há 1 ano. Cirurgia em joelho E há 22
    anos. G1P1A0. No climatério (não sabe referir
    precisamente desde quando). Nega alergias.

   Hábitos de vida

    Nega tabagismo, etilismo     ou   uso   de   outras
    substâncias. Sedentária.
Apresentação
  Em uso de:

- enalapril 20mg (12/12h)
- atenolol 25mg (12/12h)
- metformina 850mg (no almoço e jantar)
- glibenclamida (não recorda posologia)
- sertralina 50mg (12/12h)
- clonazepam 2mg (1x ao dia/ à noite)
Apresentação
   Antecedentes Familiares

    Mãe teve IAM há 1 ano, é hipertensa,
    tem DM2, dislipidemia e problemas
    cardíacos (não sabe especificar). Pai
    falecido jovem, desconhece causa.
    Irmão hipertenso.
PERFIL DE RISCO
                   Complicações
                                          Obesidade                                     OA
DM2                  agudas e
                     crônicas
                                                                  Sedentarismo
                         Insuf.            Dislipidemia
                         Renal                                                        Idade
HAS
                                                                      Osteoporose

                   Síndrome
                                                 Eventos
                   Metabólica
                                             Cardiovasculares
                                                                                    Climatério
   Baixa
Adesão ao
Tratamento



                             Crise                                           Agravamento
Escolaridade                                              Depressão            Psicótico
                           Conversiva

(os quadrados em verde indicam condições já existentes)
Queixa e HMA
   Admissão PS: 12/03/2012 (22h)

    Marido refere que há duas horas a paciente
    apresentou fala enrolada, associada a dificuldade de
    deambulação.

    Sudorese intensa. Com parestesia em hemicorpo E.
    Refere que no mesmo dia sentiu cefaléia, desde
    manhã cedo em região frontal E – refere que sente
    cefaléia com freqüência.

    Sem outras queixas associadas. Nega ocorrência de
    episódios anteriores semelhantes.
Hipóteses Diagnósticas
   Sindrômicas
     Fraqueza muscular
     Déficit neurológico
     Síndrome hipertensiva

   Anatomo-funcionais
     Lesão de artéria cerebral média



   Etiológicas
     AVC isquêmico
     AVC hemorrágico
Exame Físico
   PA 180x100mmHg , FC 86 bpm, temperatura
    e FR não relatados.
   Glasgow 15
   Acianótica, anictérica, afebril.
   Sudorese proeminente em hemicorpo E.
   2BRNF s/s. Ausculta pulmonar e exame de
    abdome não relatados.
   Desvio de rima D, disartria. Hemiplegia E.
    Reflexos simétricos. Babinsky + à E.
   Avaliação de orientação temporal e espacial
    não ralatada, função linguística não relatada.
Exames de Admissão
  Ht 36; Hb 12,1; Leucócitos 11600 (0-0-0-81-
     1-0-12-0-6), Plaquetas 295000
    Na 140; K 3,9; Ca 9,7; Mg 1,7; P 3,26
    Glicemia: 241
    Uréia: 41; creatinina: 1,2
    TGO: 35, TGO: 32
    CPK: 1094
    TAP 14,5; INR 1,17; TTPA 37,5; Ratio 1,15;
     Fibrinogênio 445; Ativ. Protrombina 79%
Exames de Admissão




TC de crânio evidenciando área isquêmica em região parietal D,
radiologistas sugerem maior investigação
Exames de Admissão
Internação e seguimento
   No dia da internação (13 de março), a
    paciente apresentou picos febris
    (>38°C), que se mantiveram nos dois
    dias seguintes. Após investigação,
    conclui-se se tratar de pneumonia
    aspirativa, sendo então instituído
    tratamento de acordo.
Internação e seguimento
Internação e seguimento
   Ao longo da internação, a paciente
    manteve o quadro neurolocomotor,
    porém       apresentava      frequentes
    alterações do estado de consciência.

   A investigação com RM de crânio
    evidenciou transformação hemorrágica
    e acometimento isquêmico de extenso
    território da artéria cerebral média D.
Internação e Seguimento




RM de crânio em T2, mostrando extensa área de isquemia em hemisfério D.
Internação e Segmento




RM de crânio em T1 com focos de transformação hemorrágica
próximos aos núcleos da base
Internação e Seguimento
   Outros exames evidenciaram:
     Ecocardiografia transtorácica (20/mar): FE
     60%, insuficiência mitral discreta, disfunção
     diastólica ventricular grau I (alteração de
     relaxamento).

     Doppler de carótidas (20/mar): oclusão total
     de carótida interna D, próxima ao bulbo.
Internação e Seguimento
   A    paciente     segue      clinicamente
    estável, com previsão de alta após
    completar     antibioticoterapia.    Fará
    seguimento com a neurologia e cirurgia
    vascular.
Comentários
   Este caso mostra uma condição aguda bastante
    comum no estágio da clínica médica, fruto da
    combinação de múltiplos fatores de risco, e bastante
    recorrente    em     pacientes  cujo    seguimento
    ambulatorial de suas condições de base geralmente
    encontra-se prejudicado, seja por não adesão ou
    baixo nível de instrução.

   Também é um exemplo de paciente que exibe
    morbidades crônicas bastante comuns à população
    atualmente, exemplificando a influência dos hábitos
    de vida, positiva ou negativamente sobre o curso
    natural dessas doenças.
Comentários
   Notamos que a grande maioria dos casos é de
    AVCs isquêmicos, acometendo territórios das
    artérias cerebrais médias, sendo poucos
    casos os que sofrem transformação
    hemorrágica, o que piora o prognóstico.

   Lamentavelmente, não podemos contar com
    terapia trombolítica em nosso serviço, o que
    acaba resultando de perdas funcionais a longo
    prazo para estes pacientes, e maiores
    encargos emocionais e financeiros às suas
    famílias.
22 de março de 2012

Más contenido relacionado

La actualidad más candente (20)

SINDROME CORONARIANA AGUDA
SINDROME CORONARIANA AGUDASINDROME CORONARIANA AGUDA
SINDROME CORONARIANA AGUDA
 
Traumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálicoTraumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálico
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
 
Crises Hipertensivas
Crises HipertensivasCrises Hipertensivas
Crises Hipertensivas
 
Seminário: Trombose venosa profunda - TVP
Seminário: Trombose venosa profunda - TVPSeminário: Trombose venosa profunda - TVP
Seminário: Trombose venosa profunda - TVP
 
Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Acidente Vascular Encefálico (AVE)Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Acidente Vascular Encefálico (AVE)
 
Iam
IamIam
Iam
 
Urgências e Emergências na Atenção Básica - SCA e AVC
Urgências e Emergências na Atenção Básica - SCA e AVC Urgências e Emergências na Atenção Básica - SCA e AVC
Urgências e Emergências na Atenção Básica - SCA e AVC
 
Arritimias cardíacas
Arritimias cardíacasArritimias cardíacas
Arritimias cardíacas
 
AVC Isquemico
AVC IsquemicoAVC Isquemico
AVC Isquemico
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
 
IAM
IAMIAM
IAM
 
Tromboembolismo venoso
Tromboembolismo venosoTromboembolismo venoso
Tromboembolismo venoso
 
Traumatismo craniano
Traumatismo cranianoTraumatismo craniano
Traumatismo craniano
 
Hemorragia subaracnoidea
Hemorragia subaracnoidea Hemorragia subaracnoidea
Hemorragia subaracnoidea
 
Tromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo PulmonarTromboembolismo Pulmonar
Tromboembolismo Pulmonar
 
Doenças da aorta
Doenças da aortaDoenças da aorta
Doenças da aorta
 
AVC
AVCAVC
AVC
 
AVC- Acidente Vascular Cerebral
AVC- Acidente Vascular CerebralAVC- Acidente Vascular Cerebral
AVC- Acidente Vascular Cerebral
 
Tep
TepTep
Tep
 

Similar a Caso Clínico: AVCi com transformação hemorrágica

Caso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre ReumáticaCaso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre Reumáticaresenfe2013
 
Aula Patologia - ICC.pptx
Aula Patologia - ICC.pptxAula Patologia - ICC.pptx
Aula Patologia - ICC.pptxRaGomes7
 
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de casoDiabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de casoTuani Varella
 
Caso clinico doença de addisson
Caso clinico doença de addissonCaso clinico doença de addisson
Caso clinico doença de addissonbiochemestry
 
Doença Arterial Coronariana
Doença Arterial CoronarianaDoença Arterial Coronariana
Doença Arterial Coronarianaresenfe2013
 
hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao
 hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao
hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joaoLAC
 
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...Dalila677702
 
Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Davyson Sampaio
 
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA Van Der Häägen Brazil
 
Sessão clinica 16 julho
Sessão clinica   16 julhoSessão clinica   16 julho
Sessão clinica 16 julhojaninemagalhaes
 
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca Leonardo Bax
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosRodrigo Biondi
 

Similar a Caso Clínico: AVCi com transformação hemorrágica (20)

Sessao clinica 2
Sessao clinica 2Sessao clinica 2
Sessao clinica 2
 
Caso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre ReumáticaCaso clínico Febre Reumática
Caso clínico Febre Reumática
 
diabetes
diabetesdiabetes
diabetes
 
Aula Patologia - ICC.pptx
Aula Patologia - ICC.pptxAula Patologia - ICC.pptx
Aula Patologia - ICC.pptx
 
Sepse Academicos 2009
Sepse Academicos 2009Sepse Academicos 2009
Sepse Academicos 2009
 
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de casoDiabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
 
Caso clinico doença de addisson
Caso clinico doença de addissonCaso clinico doença de addisson
Caso clinico doença de addisson
 
Doença Arterial Coronariana
Doença Arterial CoronarianaDoença Arterial Coronariana
Doença Arterial Coronariana
 
Terapia Nutricional no Lúpus
Terapia Nutricional no LúpusTerapia Nutricional no Lúpus
Terapia Nutricional no Lúpus
 
hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao
 hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao
hipertensao-arterial_-_lac_-_guilherme._joao
 
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
RELATO_DE_CASO_CLINICO_E_REVISAO_DE_LITERATURA_DE_PACIENTE_PEDIATRICO_COM_CET...
 
Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)Febre reumática (davyson sampaio braga)
Febre reumática (davyson sampaio braga)
 
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
 
Sessão clinica 16 julho
Sessão clinica   16 julhoSessão clinica   16 julho
Sessão clinica 16 julho
 
Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca
 
Esclerodermia
EsclerodermiaEsclerodermia
Esclerodermia
 
Esclerodermia
EsclerodermiaEsclerodermia
Esclerodermia
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
 
Síndrome nefrotica
Síndrome nefroticaSíndrome nefrotica
Síndrome nefrotica
 
HAS e DM- Saúde do idoso.pdf
HAS e DM- Saúde do idoso.pdfHAS e DM- Saúde do idoso.pdf
HAS e DM- Saúde do idoso.pdf
 

Caso Clínico: AVCi com transformação hemorrágica

  • 1. Clínica Médica – Juliana Pereira
  • 2. Apresentação  Identificação: A.O.P., sexo feminino, 57 anos, branca. Procedente de Campos Novos Paulista- SP. Aposentada, 1º grau completo, católica, casada.
  • 3. Apresentação  Antecedentes Pessoais HAS de longa data. Transtorno depressivo há 3 anos. Obesidade mórbida. DM2 há 8 anos. Gonoartrose bilateral. Cirurgia para catarata, bilateralmente há 1 ano. Cirurgia em joelho E há 22 anos. G1P1A0. No climatério (não sabe referir precisamente desde quando). Nega alergias.  Hábitos de vida Nega tabagismo, etilismo ou uso de outras substâncias. Sedentária.
  • 4. Apresentação Em uso de: - enalapril 20mg (12/12h) - atenolol 25mg (12/12h) - metformina 850mg (no almoço e jantar) - glibenclamida (não recorda posologia) - sertralina 50mg (12/12h) - clonazepam 2mg (1x ao dia/ à noite)
  • 5. Apresentação  Antecedentes Familiares Mãe teve IAM há 1 ano, é hipertensa, tem DM2, dislipidemia e problemas cardíacos (não sabe especificar). Pai falecido jovem, desconhece causa. Irmão hipertenso.
  • 6. PERFIL DE RISCO Complicações Obesidade OA DM2 agudas e crônicas Sedentarismo Insuf. Dislipidemia Renal Idade HAS Osteoporose Síndrome Eventos Metabólica Cardiovasculares Climatério Baixa Adesão ao Tratamento Crise Agravamento Escolaridade Depressão Psicótico Conversiva (os quadrados em verde indicam condições já existentes)
  • 7. Queixa e HMA  Admissão PS: 12/03/2012 (22h) Marido refere que há duas horas a paciente apresentou fala enrolada, associada a dificuldade de deambulação. Sudorese intensa. Com parestesia em hemicorpo E. Refere que no mesmo dia sentiu cefaléia, desde manhã cedo em região frontal E – refere que sente cefaléia com freqüência. Sem outras queixas associadas. Nega ocorrência de episódios anteriores semelhantes.
  • 8. Hipóteses Diagnósticas  Sindrômicas  Fraqueza muscular  Déficit neurológico  Síndrome hipertensiva  Anatomo-funcionais  Lesão de artéria cerebral média  Etiológicas  AVC isquêmico  AVC hemorrágico
  • 9. Exame Físico  PA 180x100mmHg , FC 86 bpm, temperatura e FR não relatados.  Glasgow 15  Acianótica, anictérica, afebril.  Sudorese proeminente em hemicorpo E.  2BRNF s/s. Ausculta pulmonar e exame de abdome não relatados.  Desvio de rima D, disartria. Hemiplegia E. Reflexos simétricos. Babinsky + à E.  Avaliação de orientação temporal e espacial não ralatada, função linguística não relatada.
  • 10. Exames de Admissão  Ht 36; Hb 12,1; Leucócitos 11600 (0-0-0-81- 1-0-12-0-6), Plaquetas 295000  Na 140; K 3,9; Ca 9,7; Mg 1,7; P 3,26  Glicemia: 241  Uréia: 41; creatinina: 1,2  TGO: 35, TGO: 32  CPK: 1094  TAP 14,5; INR 1,17; TTPA 37,5; Ratio 1,15; Fibrinogênio 445; Ativ. Protrombina 79%
  • 11. Exames de Admissão TC de crânio evidenciando área isquêmica em região parietal D, radiologistas sugerem maior investigação
  • 13. Internação e seguimento  No dia da internação (13 de março), a paciente apresentou picos febris (>38°C), que se mantiveram nos dois dias seguintes. Após investigação, conclui-se se tratar de pneumonia aspirativa, sendo então instituído tratamento de acordo.
  • 15. Internação e seguimento  Ao longo da internação, a paciente manteve o quadro neurolocomotor, porém apresentava frequentes alterações do estado de consciência.  A investigação com RM de crânio evidenciou transformação hemorrágica e acometimento isquêmico de extenso território da artéria cerebral média D.
  • 16. Internação e Seguimento RM de crânio em T2, mostrando extensa área de isquemia em hemisfério D.
  • 17. Internação e Segmento RM de crânio em T1 com focos de transformação hemorrágica próximos aos núcleos da base
  • 18. Internação e Seguimento  Outros exames evidenciaram:  Ecocardiografia transtorácica (20/mar): FE 60%, insuficiência mitral discreta, disfunção diastólica ventricular grau I (alteração de relaxamento).  Doppler de carótidas (20/mar): oclusão total de carótida interna D, próxima ao bulbo.
  • 19. Internação e Seguimento  A paciente segue clinicamente estável, com previsão de alta após completar antibioticoterapia. Fará seguimento com a neurologia e cirurgia vascular.
  • 20. Comentários  Este caso mostra uma condição aguda bastante comum no estágio da clínica médica, fruto da combinação de múltiplos fatores de risco, e bastante recorrente em pacientes cujo seguimento ambulatorial de suas condições de base geralmente encontra-se prejudicado, seja por não adesão ou baixo nível de instrução.  Também é um exemplo de paciente que exibe morbidades crônicas bastante comuns à população atualmente, exemplificando a influência dos hábitos de vida, positiva ou negativamente sobre o curso natural dessas doenças.
  • 21. Comentários  Notamos que a grande maioria dos casos é de AVCs isquêmicos, acometendo territórios das artérias cerebrais médias, sendo poucos casos os que sofrem transformação hemorrágica, o que piora o prognóstico.  Lamentavelmente, não podemos contar com terapia trombolítica em nosso serviço, o que acaba resultando de perdas funcionais a longo prazo para estes pacientes, e maiores encargos emocionais e financeiros às suas famílias.
  • 22. 22 de março de 2012