O documento discute o mercado de entretenimento gospel na microrregião de Ilhéus-Itabuna, Brasil. Ele analisa a evolução do mercado gospel nacional e características dos consumidores, e realiza uma pesquisa primária sobre os eventos gospel e perfis dos organizadores e participantes na região. Os resultados mostram que o número de eventos e empresas organizadoras têm crescido, atraindo principalmente jovens mulheres evangélicas dispostas a gastar até R$50 em eventos de até 4 por ano fora de sua cidade.
1. FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS-FTC
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
KARLLA MIRANDA DA COSTA
O MERCADO DE ENTRETENIMENTO GOSPEL: EVOLUÇÃO,
CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS MICRO REGIÃO ILHEUS-
ITABUNA.
ITABUNA/BA
2008
2. KARLLA MIRANDA DA COSTA
O MERCADO DE ENTRETENIMENTO GOSPEL: EVOLUÇÃO,
CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS NA MICRO REGIÃO
ILHÉUS-ITABUNA
Relatório do trabalho de conclusão do Curso de
Administração com ênfase em Marketing, apresentado
como parte das exigências para obtenção de título de
Bacharel em Administração.
Orientadora: Eliane Costa Marinho.
ITABUNA/BA
2008
3. KARLLA MIRANDA DA COSTA
O MERCADO DE ENTRETENIMENTO GOSPEL: EVOLUÇÃO,
CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS NA MICRO REGIÃO
ILHÉUS-ITABUNA
Trabalho monográfico submetido à Faculdade de
Tecnologia e Ciências – FTC, como requisito parcial para
a obtenção do título de Bacharel em Administração e
aprovada pela seguinte banca examinadora.
Aprovado em:
Profa. Esp. Eliane Costa Pinto Marinho
Faculdade de Tecnologia e Ciências _ FTC – Itabuna
Prof............ Paulo Bomfim
Faculdade de Tecnologia e Ciências _ FTC – Itabuna
Profa. Ms.Maria Alice Accioly Dória
Faculdade de Tecnologia e Ciências- FTC- Itabuna
ITABUNA-
2008
4. Ao meu Deus que me deu forças para
superar os obstáculos, para obter a vitória.
A minha família e amigos, que me
ajudaram a vencer as barreiras.
5. Sonhar grande ou pequeno dá o
mesmo trabalho, mas um sonho
inspirador faz toda diferença.
Michael Dell .
6. AGRADECIMENTOS
A Deus, que sempre esteve comigo, a Ele toda honra e glória, por essa vitória, me deu
forças para enfrentar todas as dificuldades, que me permitiu ganhar uma bolsa de estudos e
me deu uma turma maravilhosa me guardando durante as viagens,entre Una e Itabuna.
A minha família que esteve do meu lado em todos os momentos, especialmente às
minhas mães Maria e Mirian.
A minha irmã Priscilla que esteve comigo em todos os momentos que precisei.
A meus irmãos em Cristo em especial da Primeira Igreja Batista em Una, por orarem
por mim sempre, me dando forças nas horas mais difíceis e se alegrando nos momentos de
felicidade.
Ao meu querido Pastor Edvaldo Santiago pelo incentivo ao estudo.
A comunidade unense por ser tão ajudadora.
Aos meus amigos por serem tão leais, em especial a minha amiga Grasy, que me deu a
mão no momento em que eu mais precisava.
A minha amiga e irmã em cristo Tamara Ramos por ser a minha inspiração nesse
trabalho de conclusão de curso, por sua dedicação a música, e pelos eventos maravilhosos que
organizou.
A minha orientadora Eliane Marinho pele dedicação e atenção.
Aos professores que passaram na minha vida acadêmica pelos ensinamentos.
As minhas famílias que me acolheram com carinho :
A família de Tia Vera(Coaraci), de Dayanna (Ilhéus), Solineide (Santa Luzia), Idália(
Ihéus) Roma(Ilhéus), Neyla (Cananavieiras),Virgínia(Coaraci), Zélia(Coaraci).
A Tamar Ramos por ser um exemplo de pessoa perseverante.
Aos meus colegas que foram escolhidos por Deus em especial a minha colega Lilian
por ser minha parceira incondicional nos estudos durante esses quatro anos.
A galera do busu, que com graça e alegria fizeram a jornada ser menos cansativa.
Aos funcionários da FTC em especial ao pessoal de apoio e a turma da biblioteca pela
presteza.
Aos amigos que me ajudaram a aplicar os questionários: Marvelee, Fábio, Weikman,
Emanuel, entre outros e a todos que responderam com carinho.
A coordenadora do curso de Administração Maria Alice Dória pelo apoio e incentivo.
A todos que contribuíram direta e indiretamente nessa caminhada.
7. LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Localização da microrregião Ilhéus-Itabuna.............................................. 29
Figura 2 Aumento de evangélicos no país, de 194 0 a 2000.................................... 36
Figura 3 Álbum Gospel de Elvis Presley e Aline Barros recebendo o Grammy
Latino.......................................................................................................... 40
Figura 4 Marcha pra Jesus em São Paulo................................................................. 41
Figura 5 Pub Gospel em São Paulo.......................................................................... 42
Figura 6 Brother Simion Shopping & Café.............................................................. 42
Figura 7 Gospel Nigth............................................................................................... 43
Figura 8 Expocristã................................................................................................... 44
Figura 9 Jesus vida verão- Espírito Santo................................................................. 45
Figura 10 Canta Rio – RJ............................................................................................ 46
Figura 11 Organizadores do Canta Rio....................................................................... 46
Figura 12 Congresso de Louvor e Adoração Diante do Trono em Belo
Horizonte.................................................................................................... 47
Figura 13 Religião professada pelos participantes de eventos .................................. 48
Figura 14 Sexo dos entrevistados............................................................................... 48
Figura 15 Faixa etária dos entrevistados .................................................................... 48
Figura 16 Nível de escolaridade dos entrevistados..................................................... 49
Figura 17 Renda dos entrevistados ............................................................................ 49
Figura 18 Valor gasto em eventos pelos entrevistados .............................................. 50
Figura 19 Quantidade de participação de eventos por ano pelos entrevistados.......... 50
Figura 20 Disposição para participar de eventos em outras cidades.......................... 51
Figura 21 Participação de eventos apenas com cantores nacionais............................ 52
Figura 22 Percentual de entrevistados que concordam com inovações como: festa
de camisa, boate gospel.............................................................................. 53
Figura 23 Abertura de espaço para categoria gospel em eventos seculares............... 54
8. LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição percentual da população residente, por religião no Brasil
1991/2000......................................................................................................... 19
Tabela 2 População total da microrregião Ilhéus-Itabuna de jovens por gênero das
cidades pertencentes à amostra estudada ....................................................... 31
Tabela 3 Receita operacional líquida – Atividades recreativas e culturais..................... 33
Tabela 4 Total de custos- Atividades recreativas e culturais.......................................... 34
Tabela 5 Retiradas pró-labore dos proprietários e sócios- Atividades recreativas e
culturais............................................................................................................ 34
Tabela 6 Sexo e faixa etária por religião......................................................................... 37
Tabela 7 Grau de instrução por religião ......................................................................... 38
Tabela 8 Extratos socioeconômicos segundo a religião.................................................. 39
Tabela 9 Cantores Nacionais e Regionais mais citados pelos entrevistados.................. 51
9. SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 13
1.1 Problema................................................................................................................ 15
1.2 Justificativa............................................................................................................ 15
1.3 Objetivos ............................................................................................................... 15
1.3.1 Objetivo Geral....................................................................................................... 15
1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................................ 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 16
2.1 O Mercado de Entretenimento Gospel: Conceitos e Evolução............................. 16
2.1.1 Entretenimento...................................................................................................... 16
2.1.2 Religião.................................................................................................................. 17
2.2 Mercado Gospel..................................................................................................... 20
2.2.1 Conceito e Evolução.............................................................................................. 20
2.2.2 Segmento de mercado............................................................................................ 22
2.2.3 Produtos e Serviços............................................................................................... 23
2.2.4 Música Gospel....................................................................................................... 24
2.2.5 Turismo Religioso................................................................................................. 24
2.2.6 Eventos.................................................................................................................. 26
3 METODOLOGIA................................................................................................ 28
3.1 Área de Estudo....................................................................................................... 28
3.2 Método de Pesquisa............................................................................................... 29
3.3 Técnica de Pesquisa............................................................................................... 30
3.4 População e Amostra............................................................................................. 30
3.4.1 População: caracterização...................................................................................... 30
3.4.2 Amostra: caracterização........................................................................................ 31
3.3 Tratamento dos dados............................................................................................ 32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 33
4.1 Mercado Nacional: Contextualização.................................................................... 33
4.1.1 Análise Quantitativa: tamanho do mercado........................................................... 35
4.1.1.1 Análise da linha de produtos e preços praticados.................................................. 35
4.2 Aspectos Qualitativos: Perfil dos consumidores................................................... 36
4.2.1 Religião.................................................................................................................. 36
10. 4.2.2 Sexo e Faixa Etária................................................................................................ 37
4.2.3 Grau de Instrução................................................................................................... 38
4.2.4 Extratos socioeconômicos..................................................................................... 38
4.3 Despesas com Entretenimento e Cultura............................................................... 39
4.4 Contexto................................................................................................................. 40
5 MICRORREGIÃO ILHEUS-ITABUNA.......................................................... 47
5.1 Perfil dos consumidores - Pesquisa na microrregião Ilhéus-Itabuna..................... 47
5.2 Perfil das empresas e igrejas atuantes na região.................................................... 54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES................................................. 56
REFERÊNCIAS................................................................................................... 58
APÊNDICES........................................................................................................ 62
APÊNDICE A- Questionários aplicados na pesquisa aos consumidores.............. 63
APÊNDICE B-Questionário aplicado nas empresas e igrejas organizadores de
eventos................................................................................................................... 65
APÊNDICE C- Lista de representações das igrejas na microrregião Ilhéus-
Itabuna................................................................................................................... 67
ANEXOS............................................................................................................... 69
ANEXO A- Eventos realizados em Itabuna.......................................................... 70
ANEXO B- Eventos realizados em Ilhéus............................................................ 77
ANEXO C- Eventos realizados em Una................................................................ 80
ANEXO D- Eventos realizados em Coaraci.......................................................... 83
ANEXO E- Cantores, banda e grupos regionais................................................... 85
ANEXO F- Cantores nacionais na região.............................................................. 86
ANEXO G- Corais e grupos vocais regionais....................................................... 88
ANEXO H- Grupos de Coreografia e Teatro regionais........................................ 89
ANEXO I- Opções de Lazer.................................................................................. 90
ANEXO J- Acampamento da Igreja Batista Teosópolis....................................... 91
ANEXO K- Cantores internacionais na região...................................................... 92
11. O MERCADO DE ENTRETENIMENTO GOSPEL: EVOLUÇÃO,
CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS NA MICRO REGIÃO ILHEUS-ITABUNA
Autora: KARLLA MIRANDA DA COSTA
Orientadora: Profª ELIANE MARINHO COSTA
RESUMO Com o objetivo de avaliar o mercado de entretenimento gospel sua evolução,
características e as perspectivas para micro região ilheus-itabuna, foram pesquisados os
principais articulares do entretenimento gospel regional, em especial os eventos, baseados
numa comparação com o mercado nacional que tem tido muitas mudanças influenciadas pela
melhoria das comunicações e dos transportes, permitindo uma interação maior do público
alvo: os evangélicos e que por conta de seu rápido crescimento tem feito com que o mercado
procure satisfazer essa parcela da população por meio de serviços e produtos especializados, o
gospel deixou de ser apenas um estilo musical e passou a ser um estilo de vida. O
levantamento dos dados primários deu-se através da aplicação de questionários com os
participantes dos eventos, bem como com os realizadores nas cidades de: Ilhéus, Itabuna, Una
e Coaraci, como representatividade da região pesquisada. Utilizou-se como fonte secundária a
pesquisa em livros e revistas especializados, bem com pesquisas na internet que se mostrou se
grande utilidade, visto que há poucos livros sobre o tema em questão. Os resultados apontam
que tem crescido o número de eventos e de empresas realizadores do mesmo e que as igrejas
tem sido responsável pelos eventos realizados de maior qualidade e maior parte do público
são jovens, na sua maioria mulheres, tem 2º grau completo, um renda salarial de até dois
salários mínimos, estão dispostos a gastar até R$ 50,00; tem um tempo médio de participação
de eventos de 10 anos, com uma média de até 4 eventos anuais, saem de suas cidades de
origem em busca de eventos, valorizam a mensagem, a organização, a seriedade os
organizadores, a pontualidade, a boa música, a mistura de estilos, segurança e a atração seja
ela nacional ou regional; Apontam o atraso, a falta de estrutura, e falta de variedade da
alimentação vendida nos eventos, bem como a decoração como as falhas mais freqüentes
nesse eventos.A forma utilizada para divulgação dos mesmos são: a comunicação nas igrejas,
cartazes, TV, rádio e com menor incidência a internet; no quesito inovação a maior parte
concorda com a organização de festas gospel de camisa, boates gospel e vêem de forma
positiva a abertura de eventos seculares para atrações gospel, e o cd se mostrou um dos
produtos mais consumidos por esse público. Já as empresas e igrejas realizadores de eventos
cobram em média de 10 a 30 reais, e alguns eventos são gratuitos e de cunho social, tem uma
média de participação de 3000 a 7000 pessoas, as modalidades de eventos praticados na
região são os shows, festivais de músicas, congresso, feiras e retiros e também encontram
dificuldades com relação a infra-estrutura para realização do eventos, visto que a região
pesquisada possui poucas opções, e que os eventos devem ser realizados de forma sazonal
para não cair na rotina com uma média de 2 em 2 meses e como sugestão a realização de
eventos em lugares não tradicionais como Batuba Beach, Jardim Atlântico e também cursos
de capacitação para organização de eventos gospel .
Palavras-Chave: entretenimento; gospel; eventos.
12. O MERCADO DE ENTRETENIMENTO GOSPEL: EVOLUÇÃO,
CARACTERÍSTICAS E PERSPECTIVAS NO SUL DA BAHIA
Autora: KARLLA MIRANDA DA COSTA
Orientadora: Profª ELIANE COSTA PINTO MARINHO
ABSTRACT
With the objective to assess the market for entertainment gospel its development,
characteristics and prospects for micro-region Ilheus- Itabuna, were searched the main joint
regional gospel of entertainment, especially the events, based on a comparison to the domestic
market, which has had many changes influenced by better communications and transport,
allowing a greater interaction of the target audience: the gospel and that because of its rapid
growth has made the market look satisfy that portion of the population through specialized
products and services, the gospel no longer just a musical style and has become a lifestyle.
The survey of primary data has been through the application of questionnaires to the
participants of the events, as well as the directors in the cities of: Ilhéus, Itabuna, Una and
Coaraci, as representative of the region searched. It was used as a secondary source to
research in books and specialized magazines as well as searches on the Internet that was very
useful if, since there are few books on the subject in question. The results indicate that has
increased the number of events and corporate directors of the same and that churches have
been responsible for events held in increased quality and most of the audience are young
people, mostly women, have complete 2nd degree, an income wage up to two minimum
wages, are willing to spend up to 50 reals has an average time to participate in events of 10
years, with an average of up to 4 events per year, leaving their cities of origin in search of
events, value the message, organization, the organizers seriously, punctuality, good music, a
mixture of styles, safety and attraction whether regional or national They highlight the delay,
the lack of structure and lack of variety of food sold at events As well as the decoration as the
most frequent failures in that way events. A used to disseminate them are: the communication
in churches, posters, TV, radio and the Internet with lower incidence, in the most innovative
aspect agrees with the organization of gospel-shirted festivals, nightclubs gospel in a positive
way and see the opening of attractions events secular to gospel, and the CD was one of the
products most consumed by the public. Already businesses and churches directors of events
charge an average of 10 to 30 reals, and some events are free and social nature, has an average
participation of people from 3000 to 7000, a detailed events in the region are charged the
concerts, festivals the music, congress, fairs and retreats and are also difficulties with regard
to infrastructure for completion of events, since the region has few options investigated, and
that the events should be made in order not to fall into the seasonal routine with an average , 2
in 2 months and as a suggestion the holding of events in places as non-traditional Batuba
Beach, Garden Atlantic and also training courses for organizing events gospel.
Key -Words: entertainment; gospel ; event.
13. 1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A partir das últimas décadas (anos 70/ 80), o cenário religioso brasileiro vem se
modificando rapidamente pelo grande crescimento do número de evangélicos, no qual se
destaca o surgimento das Igrejas neopentecostais. Essas Igrejas trouxeram inovações nas
formas de culto, de comunicação, e de comportamento dos fiéis, apresentando uma forma
nova de se relacionar com Deus e na reinterpretação e relativização de doutrinas e costumes
nas quais permeia o segmento gospel, estabelecendo um novo padrão.
Se originalmente, o termo Gospel foi associado à música religiosa, atualmente tem um
significado mais amplo, como movimento, estilo de vida. O mercado de produtos gospel tem
se desenvolvido não só nas grandes cidades, mas também em pequenas comunidades graças a
melhoria da comunicação e dos transportes e a organização de igrejas em associações, que
mesmo estando em lugares distantes, seguem as mesmas regras.
Dolghie ( 2004) aponta a Igreja Renascer em Cristo “ reconhecida pelo estilo novo e
despojado de seus pastores e pastoras, pelo culto vibrante e de caráter festivo,pelas
programações para jovens e, acima de tudo pela música gospel”, como a responsável pela
divulgação do chamado “ movimento gospel” tendo estimulado a produção fonográfica e
espetáculos de promoção de produtos e ou serviços que abrangem uma grande diversidade:
livros, CD’s, cartões de crédito entre tantos outros.
A dimensão que vem tomando esse movimento denominado por Cunha ( 2007) de
“cultura gospel” tem despertado o interesse de estudiosos não só das áreas da Sociologia,
Ciências da Religião e da Comunicação. Economistas e administradores também têm
desenvolvidos trabalhos para avaliar esse mercado e as estratégias de marketing adotadas,
pelos atores envolvidos nesse mercado, para a divulgação de seus produtos.
Os dados do IBGE, em pesquisa realizada no censo 2000, informam que o país
tem uma população de 26 milhões de evangélicos, com grande poder de consumo e que
precisa de alternativas de lazer e entretenimento. ”. Segundo a Sony DADC ( acessado em
09/10/20080), em 2005, somente o segmento fonográfico, foi responsável pela venda de mais
de 52 milhões de unidades de CDs e DVDs, gerando um faturamento superior a R$ 40
14. milhões com projeção de aumentar para R$50 milhões até 2020. Quando considerada toda a
indústria de produtos e serviços, o segmento é responsável por um movimento em torno de R$
1 bilhão. Ainda segundo a Sony ( ibdem), os números desse mercado são invejáveis: mais de
200 mil pontos de pregação no país, com a abertura de 10 mil novas igrejas a cada ano; cerca
de 300 mil pastores e líderes e aproximadamente 500 escolas de ensino teológico.
Nesse trabalho, buscou-se descrever o mercado gospel na microrregião de Ilhéus-
Itabuna a partir da identificação dos elementos que o caracterizam: a música, o consumo e o
entretenimento, tornando-o uma expressão cultural, mas que terá como foco apenas, os
eventos. A pesquisa de campo foi desenvolvida em 10%, ou seja 4 dos 41 municípios da
Microrregião de Ilhéus-Itabuna da Bahia, que possui uma população estimada em 478.789
habitantes( IBGE 2007). Dessa população, há uma estimativa de que 40% a 50% desse total
sejam de evangélicos segundo dados não oficiais, mas que só serão completados após o censo
de 2010.
Nessa área, o mercado gospel tem apresentado expressivo crescimento em
consonância com os dados nacionais abrindo espaço para a criação de inúmeros negócios
associados a esse nicho de mercado. Por se tratar de um mercado recente, ainda é pequena a
bibliografia encontrada sobre o tema, tornando-se válido o desenvolvimento do presente
trabalho, cujo objetivo é discutir as perspectivas do mercado de entretenimento gospel na
região Sul da Bahia e as estratégias (adotadas) de segmentação de mercado para o público
gospel. Para atingir esse objetivo fez-se um breve histórico da evolução do entretenimento
gospel; identificou-se seus principais produtos e serviços; procedeu-se um levantamento dos
principais empreendimentos gospel na Micro Região de Ilhéus-Itabuna e uma avaliação do
tamanho desse mercado na região, discutindo as técnicas que têm sido utilizadas nos
empreendimentos gospel da região, tendo como referência, os nacionais.
O tema encontra-se desenvolvido em: Introdução; Referencial Teórico; Metodologia;
Resultados e discussão e Considerações finais. A introdução traz de forma breve, uma
apresentação ao leitor, do tema a ser tratado, destacando a importância do mesmo e os
objetivos que levaram ao desenvolvimento dessa pesquisa. O referencial Teórico traz uma
revisão de literatura para buscar nos autores pesquisados, o apoio necessário à discussão dos
dados encontrados na pesquisa de campo. Na Metodologia informa-se o caminho feito pela
pesquisadora para o desenvolvimento do tema, e nos Resultados e Discussão estão
apresentados e comentados os dados coletados, seguidos de algumas considerações finais e
sugestões. Espera-se que esse trabalho contribua com informações úteis àqueles que se
15. interessem pelo tema, muito embora a limitação do tempo não tenha permitido o
desenvolvimento de uma pesquisa mais abrangente.
1.2 Problema
Atualmente, segundo dados do IBGE em pesquisa realizada no censo 2000, o país tem
uma população de 26 milhões de evangélicos, são pessoas que tem um grande poder de
consumo e precisam de alternativas de lazer e entretenimento. Diante desta realidade,
pergunta-se: o mercado da Região Sul da Bahia está preparado para atender esse público?
1.3 Justificativa
A análise da quantidade de evangélicos no país permite a criação de opções de
entretenimento para esse público tão crescente, com o intuito de satisfazer suas necessidades e
promover oportunidades de novos negócios nesse ramo. Hoje, o capitalismo enxerga a
importância desse nicho de mercado, com comportamentos e hábitos de consumo próprios. Os
evangélicos se tornaram um mercado considerável, incentivando o aparecimento de novos
negócios e produtos. As ofertas vão de cerveja sem álcool a cartões de crédito, passando por
instrumentos musicais, livros e CDs de música gospel, a entrada dos protestantes no mercado
de consumo também se tornou uma oportunidade de mercado. Essas informações darão
subsídios para conhecer os fatores determinantes para o surgimento de novos negócios.
Portanto, através desta pesquisa, almeja-se demonstrar a promoção e execução de produtos e
serviços específicos para esse público-alvo e mostrar que o turismo religioso deve ser
ampliado para esse nicho de mercado, e promover a discussão de um tema pouco explorado.
1. 4 OBJETIVOS
1. 4.1 Objetivo Geral
Discutir as perspectivas do mercado de entretenimento gospel na região sul da Bahia e
as estratégias de segmentação de mercado para o público gospel.
1 4.2 Objetivos Específicos
I. Apresentar um breve histórico da evolução do entretenimento gospel;
II. Identificar os principais produtos e serviços do mercado gospel;
III. Fazer um levantamento dos principais empreendimentos gospel no Sul da Bahia.
16. IV. Avaliar o tamanho do mercado para o entretenimento gospel.
V- discutir as técnicas que têm sido utilizadas nos empreendimentos gospel da região.
17. 2 REFERENCIAL TEÓRICO
O MERCADO DE ENTRETENIMENTO GOSPEL: CONCEITOS E EVOLUÇÃO
2.1 Entretenimento
Sempre houve, ao longo da história, atividades divertidas e programadas como
brincadeiras de rua, jogos, festas, circos, teatros, shows, feiras, campeonatos, romarias,
procissões, quermesses. Mas, de acordo com Trigo (2003) o entretenimento é relativamente
novo no mundo, quando considerado como uma atividade pagã. Por essa razão, trata-se de
uma área de estudo relativamente nova. Nas últimas décadas, tem sido pesquisada em seus
aspectos históricos, sociais e mercadológicos, permitindo, atualmente, desenvolver análises
sobre seus peculiares métodos de gestão.
Segundo Trigo (2003) a etimologia da palavra entretenimento, de origem latina, vem
de inter (entre) e tenere (ter). Em inglês, a evolução da palavra entertainement significa
“aquilo que diverte com distração e recreação” e “um espetáculo público ou mostra destinada
a interessar e divertir “. O que se deve ressaltar é a importância social, cultural e econômica
do entretenimento na vida das pessoas. Muitos exemplos demonstram como permeia nossa
sociedade, e constitui-se uma forma econômica, uma referência cultural e um estilo em vários
segmentos sociais.
No aspecto social, o entretenimento popular teve suas raízes no espetáculo onde a
guerra, a religião, os esportes e outros aspectos da vida pública, foram campos férteis para sua
propagação. A diversão perpassa todas as esferas humanas. Faz parte tanto da cultura popular
como da elite, pois o objetivo do entretenimento é chamar atenção para algo ( WOLF, 1999).
O crescimento do segmento entretenimento acelerou-se ao longo dos séculos XIX e
XX, fruto da estruturação do capitalismo em sua fase pós-industrial. A tecnologia também
pode ser considerada de fundamental importância para o grande desenvolvimento desse setor,
pois o cinema, o rádio, a televisão (hoje com DVDs, cabos e videogames), e finalmente os
computadores, revolucionaram esse segmento ao popularizar o uso das inovações
tecnológicas destinadas à massa. Ainda segundo Trigo (2003), o desenvolvimento acelerado
da tecnologia permitiu novas possibilidades de entretenimento pelas variadas expressões
culturais, artísticas havendo cada vez mais a junção desses campos com a educação, esportes,
18. comunicações e publicidade. Wolf (1999) ratifica essa visão ao afirmar que ele está no
encontro dos negócios com a comunicação.
As transformações sociais ocorridas na década de 50 também foram responsáveis pelo
desenvolvimento da área do entretenimento com a valorização de culturas alternativas que
foram enriquecidas pela movimentação de grupos significativos, propiciando o surgimento de
novas idéias que foram convertidas em mercadorias e serviços cada vez mais segmentados.
De acordo com Wolf(1999) a mídia tem papel importante no crescimento do mercado
do entretenimento,e um dos princípios organizadores da economia, política, sociedade e vida
cotidiana. Dentre os mais variados tipos de entretenimento, destaca-se o mercado de eventos,
com shows e espetáculos que são fenômenos culturais de massa.
Desde a teorização de Bord sobre a sociedade do espetáculo nos anos 60/70 a cultura
do espetáculo têm-se expandido em cada aspecto da vida social. Na cultura do espetáculo,
empresas têm que ser entertainers para prosperar, pois na economia do entretenimento,
negócios e diversão se fundem. É o setor econômico que mais cresce, na imensa economia de
consumo (WOLF, 1999).
Ao final do século XX, na pós-modernidade, de acordo com Cunha (2007), tudo se
congregou na mesma amálgama virtual e nos mesmos espaços reais subsegmentados. O duo
consumo-entretenimento constitui-se um aspecto conformador da cultura do mercado,
hegemônica nestes primórdios do século XXI. Ao lado da mídia, e dos espaços de consumo
de bens na contemporaneidade, o entretenimento tem ocupado lugar significativo na vida das
pessoas, num esforço para sobreviver em um sistema cuja lógica é excludente, o que provoca
desgastes físicos e emocionais nas pessoas que buscam em seu tempo livre uma compensação,
um alívio.
Os centros urbanos concentram boa parte da indústria de entretenimento no Brasil,
uma tendência que se explica pela proximidade com a população dessas localidades.
( ANSARAH, 1999, op.97)
2.2 Religião
A palavra religião vem do latim : religio, formada pelo prefixo re ( outra vez, de novo)
e o verbo ligare ( ligar, unir, vincular). A religião é um vínculo, é a ligação do homem com o
divino. Essa ligação aparece na religião judaica, quando Jeová indica ao povo o lugar onde
deve habitar- a Terra Prometida - e o espaço onde o templo deveria ser edificado, para nele
19. ser colocada a Arca da Aliança, símbolo do vínculo que une o povo e seu Deus, recordando a
primeira ligação: o arco-íris, anunciado por Deus a Noé como prova de seu laço com ele e sua
descendência. Também no cristianismo a religio é explicitada por gesto de união e um dos
símbolos se dá no Novo Testamento, quando Jesus dá a Pedro a missão de edificar sua Igreja
e as “ Chaves do Reino”, onde o que fosse ligado na terra seria também ligado no céu e o que
fosse desligado na terra assim também seria no céu ( CHAUÍ, 1995).
Ainda segundo Chauí (1995), através da sacralização e consagração, a religião cria a
idéia de espaço sagrado. Os céus, o monte Olímpo (na Grécia), as montanhas do deserto (em
Israel), templos e igrejas são santuários ou morada dos deuses. A religião organiza o espaço e
lhe dá qualidades culturais, diversas das simples qualidades naturais. A religião liga os
humanos com a divindade, porque organiza espaço e tempo. Os seres humanos precisam
garantir que a ligação e a organização se mantenham e sejam sempre propícias. Para isso, são
criados os ritos que são realizados por meio de cerimônias em que gestos, pessoas, objetos e
emoções determinadas adquirem o poder misterioso de presentificar o laço entre os humanos
e a divindade.
O Brasil é considerado como o segundo país mais religioso do mundo, perdendo
apenas para a Guatemala. Possui uma enorme diversidade religiosa e essa diversidade pode
ser vista como uma grande oportunidade de negócio, uma vez que, ela permite maior
mobilidade e liberdade para as ações empresariais, sendo, portanto uma oportunidade de
grande importância (ver Tabela 02). Esta diversidade tem grandes probabilidades de
permanecer ou mesmo aumentar, devido o surgimento de novas igrejas ou movimentos
religiosos.
Em sua composição religiosa destacam-se: a Católica Apostólica Romana, Católica
Ortodoxa, Batista, Luterana, Presbiteriana, Metodista, Assembléia de Deus, Congregação
Cristã do Brasil, Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus
é Amor, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Testemunhas de Jeová, Mórmons, Espiritismo,
Umbanda, Budismo, Candomblé, Messiânica, Judaísmo, Tradições esotéricas, Islamismo,
Crenças Indígenas, Orientais, entre outras religiões.
O censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
realizado no ano de 2000 (ver Tabela 01) indicou que a composição religiosa no Brasil está
disposta da seguinte forma:
20. TABELA 01 - Distribuição percentual da população residente, por religião – Brasil –
1991/2000
Religiões 1991 (%) 2000 (%)
Católica Apostólica Romana 83,0 73,6
Evangélicas 9,0 15,4
Espíritas 1,1 1,3
Umbanda e Candomblé 0,4 0,3
Outras religiosidades 1,4 1,8
Sem religião 4,7 7,4
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991/2000.
Dos 1,8% que se declaram seguidores de outras religiões, 1,1 milhão são testemunhas
de Jeová, 200 mil fazem parte da Igreja dos Santos dos Últimos Dias ou mórmons, 215 mil
são budistas, 109 mil messiânicos. Os judeus são em número de 87 mil, os esotéricos, 58 mil
e os muçulmanos, 27 mil.
A Tabela 01 mostra a mudança na composição religiosa brasileira entre os anos de
1991 e 2000, na qual se percebe um aumento pequeno daqueles indivíduos que se consideram
sem religião (4,7 % em 1991; 7,4% em 2000), o que diminuiu o percentual da população
adepta a algum tipo de religião em 2,5% (94,9% em 1991; 92,4% em 2000) e o crescimento
expressivo de adeptos das Igrejas evangélicas.
As preocupações espirituais e religiosas têm crescido. Esse aumento deve-se em parte
ao crescente ritmo do dia-a-dia, estresse e ansiedade das pessoas, ocasionando uma
desesperada busca por segurança, paz de espírito e convivência mais harmoniosa com outras
pessoas, muitas vezes encontradas na prática de uma religião.
Brito e Caetano (2008) no artigo “Brasil do futuro: 50% evangélico”, afirmam que
existem no país cerca de 150 mil igrejas evangélicas de todos os tipos e denominações. Há
três divisões entre as instituições protestantes: Tradicionais, Pentecostais e Neopentecostais.
As tradicionais compreendem principalmente as igrejas históricas que tiveram origem no
início da Reforma Protestante como: Igreja Luterana, Igreja Presbiteriana, Igreja Batista e a
Igreja Metodista. As pentecostais, tiveram origem numa época de reavivamento do
protestantismo nos Estados Unidos, cujas principais representantes no Brasil são: Assembléia
de Deus, que comporta o maior número de fiéis no país, Evangelho Quadrangular, Deus é
Amor e a Congregação Cristã no Brasil.
21. Por fim, as neopentecostais são igrejas oriundas do pentecostalismo original ou mesmo
das igrejas tradicionais. As principais representantes são: Igreja Universal do Reino de Deus,
a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Igreja Renascer em Cristo e a Igreja Sara Nossa
Terra.
2.3 Mercado Gospel
2.3.1 Conceito e Evolução
De acordo com Cunha (2007) o termo Gospel foi originado nos Estados Unidos. É a
junção de duas palavras: “God” (Deus) “Spell” (palavra) significando palavra de Deus ou
evangelho. É comumente utilizado para classificar a música religiosa moderna ou a música
contemporânea da Igreja nascida no século XX em comunidades protestantes negras com
ritmos como blues, no ragtime e nas músicas religiosas populares do movimento urbano do
revival (“reavivamento”) do século XIX. O que se define como gospel não é o gênero
musical e sim a mensagem de justiça social, cristo, paz e harmonia entre os homens.
Na metade dos anos 30 do século XX, segundo Ferris e Wilson (1989),o apelo da
música gospel no interior da cultura negra era bastante evidente, e foi rapidamente abraçado
pelas gravadoras comerciais que desejavam capitalizar esta popularidade. As estações de
rádio e suas maiores redes incluíram a música na sua transmissão ao vivo. Estas tentativas de
marketing de massa rapidamente levaram a um senso de profissionalismo entre os cantores.
Ainda segundo esses autores, há significativas mudanças na música negra desde os
anos 50, em especial, com a sofisticação em relação ao marketing e estilos musicais.
Tais mudanças são partes, de um processo de transformação na música e na cultura
popular onde historicamente, os ritmos consagrados no repertório musical evangélico são
aqueles mais tradicionais e bem aceitos entre os adeptos: as baladas românticas, o rock, o pop
e o sertanejo, este mais desenvolvido entre os pentecostais. O movimento gospel assimilou a
tendência e colocou-as na lista de músicas mais tocadas e mais vendidas ( CUNHA, 2007).
No entanto, o movimento abriu espaço para outros ritmos até então rejeitados pelos
evangélicos - também populares- mais associados pelos religiosos a músicos marginalizados,
como o rap, o funk, o hip-hop, o forró, o reggae; e ao carnaval e à malandragem, como o
samba, o pagode o axé-music. As igrejas, nos anos 90, assistiram ao surgimento de um
número extenso de grupos musicais de todos esses ritmos que não encontravam espaço no
22. cenário musical evangélico para apreciação e muito menos para uso litúrgico, e essas
mudanças ocorreram para conquistar o mercado jovem.
No Brasil não é visto apenas como estilo musical, mas também como estilo de vida ou
“ jeito de ser” . Atualmente, o mercado musical tem apresentado grande qualidade, fazendo
surgir produtos e serviços específicos para o público gospel. No que diz respeito ao uso desses
gêneros na liturgia, ainda há dificuldades, mas muitas igrejas estão criando os próprios
grupos, que encontram mais facilidade para liderar e promover eventos e programações
alternativas nas diferentes comunidades religiosas.
O crescimento gospel tornou possível o surgimento de uma diversidade de categorias
e gêneros tornando repletas as estantes de ofertas de CDs nas lojas e grande variedade nos
sites da Internet. O site da loja o “ Submarino”, por exemplo, apresenta 15 diferentes gêneros
nas categorias Gospel Nacional: Louvor e Adoração, Black Music, Pop, Rock, Dance,
Rap/Funk, Hinos, Infantil, Instrumental, Pagode, Pentecostal, Popular, Reggae, Sertajo e
Vocal. De acordo com Kakuta e Ribeiro (2007) o segmento gospel, que se refere em essência
aos evangélicos, tem tido um amplo crescimento e, cada vez observa-se a necessidade de
oferecer produtos e serviços que alcancem as expectativas e desejos deste segmento tão
promissor.
Para Negrão ( 2000, apud, DOLGHIE, 2004, p.204) a “ mercantilização do sagrado”
não é algo novo posto que antecedeu “ a própria concepção e organização do mercado
capitalista moderno”. Assim, o mercado gospel e o marketing religioso atual, nada mais são
do que uma nova forma desse antigo processo de mercantilização que ressurgiu quando a
Igreja Renascer percebeu uma insatisfação dos seus fiéis e no campo protestante com os
aspectos rituais e musicais em seus cultos. Contudo, a oferta de produtos religiosos não cria
por si só o consumo religioso.
[... ]nem a procura religiosa, nem a produção religiosa - nenhuma
delas por si só - pode provocar o consumo religioso; este é resultado,
única e exclusivamente,da convergência de uma procura religiosa
insatisfeita com a oferta do produto adequado a esta procura. Sempre
que, e somente se, ocorrerem essas duas condições, ocorrerá consumo
religioso ( MADURO,1983, p.137-138 apud DOLGHIE, 2004 p.205)
Segundo Cunha (2007), na lógica da cultura de mercado, consumir bens e serviços é
ser cidadão; na lógica da cultura gospel, consumir bens e serviços religiosos é ser cidadão no
Reino de Deus. Nesse caso, o consumo não é apenas uma ação que responde a lógica de
mercado. Mas, constitui-se elemento popular de valores e sentidos religiosos. Assim, o
23. consumidor cristão brasileiro é fiel (quando gosta de um produto ou serviço, torna-se
consumidor dele e permanece como tal), e conservador ( não gasta o seu dinheiro com
produtos ou serviços que não lhe tragam benefícios- ele poupa mais do que gasta- mas, ao
comprar, tem o dinheiro voltado para família), mas busca inserção na modernidade. “Cristão”
é hoje uma logomarca. Esta logomarca leva o consumidor cristão a sentir o desejo de
consumir o produto ou serviço.
“ O fato de os cristãos terem se tornado um segmento de mercado já pode ser
identificado na programação da mídia religiosa eletrônica, o que muda a relação dos
produtores religiosos com os meios” (CUNHA, 2007 p. 144).
2.3.2 Segmentação do mercado
Para E. Kuazaqui (2000) a segmentação nada mais é do que uma técnica estratégica
que permite ao gestor aplicar melhor e mais eficientemente os recursos, bem como estruturar
e organizar a atividade para atender melhor ao mercado. Segundo esse autor, a condição
básica para que a segmentação seja empreendida eficazmente é que ela atenda a determinados
requisitos em relação aos grupos resultantes do processo de segmentação.
Os requisitos são:
Acessibilidade: o grupo resultante do processo deve ser acessível à empresa por meio
da gestão do marketing mix;
Operacionalidade: a empresa responsável pela divisão do mercado em grupo deve
apresentar condições, infra-estrutura e capacidade operacional de atender ao
segmento-alvo;
Substancialidade: isso quer dizer que o grupo resultante deve gerar retorno à empresa,
ou seja, com base na segmentação, o grupo de mercado a ser trabalhado deve propiciar
condições de gerar lucros e valor para a empresa;
Mensurabilidade: os segmentos devem ser indentificáveis- significa saber exatamente
quem são os participantes do grupo – e também quantificáveis – o que implica
conhecer o número de participantes e potencial de mercado;
Segundo Cobra (2008) o modelo tradicional de marketing considera que o mercado é
o início e o fim das ações de marketing, e que a seqüência lógica de atividades deve ser:
análise de dados de mercado, definição do marketing mix e obtenção de respostas do
mercado. No mercado cultural e de entretenimento, o processo se inicia no produto em si. Em
24. seguida, a empresa procura identificar que segmento de mercado teria interesse pelo produto.
Uma vez identificado o público-alvo, a empresa decide sobre os outros três elementos do
marketing mix , a saber: o preço, distribuição e promoção.
De acordo com Kotler (1994) segmentar o mercado é identificar clientes com
comportamentos homogêneos quanto a seus gastos e preferências. Qualquer mercado pode ser
fragmentado em segmentos, nichos e em indivíduos. Segmento de mercado, corresponde a
grupos distintos identificáveis dentro de um mercado; nichos são grupos menores que podem
estar à procura de uma combinação especial de benefícios.
A segmentação de mercado é a identificação de mercados que
possibilitam diferentes estratégias de marketing. É o esforço de
dividir mercados em grupos diretos de compradores que podem
requer produtos ou compostos de marketing separados. A
segmentação de mercado é o processo de classificar clientes em
grupos com necessidades, características e comportamentos
diferentes ( MOREIRA, 1999 p. 328).
O tamanho do mercado gospel no Brasil exibe números expressivos mostrando sua
força e justificando a realização de uma exposição anual de produtos religiosos a Expo-Cristã
– Feira internacional do Consumidor cristão que em 2007 movimentou cerca de R$10 milhões
em negócios ( BICHARA, 2008)
2.3 3 Produtos e Serviços
“ Produtos são insumos transformados, que voltam ao ambiente externo sob a forma
de bens e serviços.” e “serviço é todo e qualquer ato ou desempenho essencialmente
intangível que uma parte pode oferecer a outra que não resulte na posse de algo (MOREIRA,
1999, p. 294 ). A essência do mercado é satisfazer a demanda com a distribuição de produtos
e serviços. ( MOREIRA 1999, apud BRITTO; FONTES2002, p.17).
Dentre os produtos oferecidos ao público gospel estão os CDs, livros e revistas
especializadas, Bíblias, Dvs, camisetas personalizadas, grifes de roupas, cartões de crédito,
celulares entre tantos outros. Em termos de faturamento destacam-se o segmento de música
gospel ( R$ 600 milhões em 2007 , BECHARA, 2008) e o mercado editorial (
aproximadamente R$ 240 milhões em 2007, BECHARA, 2008). O turismo religioso também
vem despontando como um segmento promissor, pois em pesquisa feita pelo Ministério do
Turismo em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, em 2006 foi
25. identificado que 3,2% do total de turistas que se deslocaram no país, tinham motivações
religiosas.
a- Música Gospel
A música gospel tem sua origem na produção de cânticos religiosos protestantes a
partir da década de 80 de forma paralela aos cânticos presentes nos cultos do protestantismo
tradicional. A música gospel, segundo (DOLGHIE, 2004, p. 203), diferencia-se pelo
rompimento “com o antigo cântico, quando passa a incorporar uma gama quase contraditória
de valores: valores seculares, litúrgicos e de mercado. [...] As bandas são as mais variadas e se
confundem com a apresentação de bandas musicais seculares” Segundo a mesma autora,
nesse sentido o termo gospel é “[...] usado como uma música, não importa o seu estilo, que
fala de Deus ou, pelo menos, das coisas de Deus”. Por meio dela, o jovem cristão sentiu-se
mais integrado com o mundo secular satisfazendo sua necessidade de pertencer a algum tipo
de grupo social (proporcionado pela música gospel).
O entretenimento gospel e secular já não se diferenciam tanto e o jovem cristão tem ao
seu dispor um mercado musical que atende os mais variados gostos aliando a sua
religiosidade com o gosto musical e a diversão. Com o crescimento desse mercado há
atualmente “cerca de 700 nomes entre bandas e cantores solistas, empresários e uma vasta
gama de serviços como arranjadores, e suporte técnico para shows”( DOLGHIE, 2004).
b- Turismo Religioso
O Turismo Religioso não é, necessariamente, um turismo feito por religiosos,
místicos, santos populares, devotos e sacerdotes/profissionais de qualquer credo ou confissão
religiosa. O adjetivo “religioso” deve ser reconhecido em sua amplitude espiritual e
metafísica, embora esteja perigosamente comprometida com a perspectiva cristã –
responsável pela sistematização desse significante, no universo do Império Romano e da
Igreja Católica. Portanto, a correta definição para esse tipo de turismo encontra-se num
exercício aproximativo. Trata-se de um fazer turístico capaz de manifestar algum dado de
religiosidade. E é exatamente na religiosidade – no ato popular de professar o sistema de
crenças chamado de Religião – que o Turismo Religioso pode ser comparado às peregrinações
e romarias aos lugares sagrados, em momentos também sagrados.
A religião é considerada um fenômeno espiritual que envolve o profundo
relacionamento entre as criaturas e o criador e por isso criam relações além dos
26. cultos e templos e chegam ao turismo, tendo a propaganda e o marketing como
influências primordiais nesse processo. (ANDRADE 1997, pg. 126 )
Percebe-se, nos últimos anos, o aumento sistemático do debate sobre questões
religiosas. Debate este motivado por uma série de fatores convergentes para uma espécie de
“renascimento do sagrado”. Tais fatores são em nível internacional: os conflitos no mundo
islâmico (bem com o crescimento geométrico desta religião monoteísta), o esgotamento dos
recursos ambientais, as crises econômicas e sua associação global com a redução dos
investimentos sociais, a derrocada do socialismo como alternativa política global, e o
crescimento do terrorismo, entre outros.
No Brasil, especificamente, o reconhecimento prático de que a democracia, a
urbanização e os meios de comunicação selaram, de uma vez por todas, a separação entre
cidadania e catolicismo, permitiu contraditoriamente um aumento da tolerância e da
concorrência entre diferentes credos. Deu-se afinal, o nascimento de um mercado religioso
pulsante, fortalecendo em distintos rituais e estratégias de manutenção/expansão. E, sem
dúvida, o Turismo Religioso representa mais uma dessas estratégias. (OLIVEIRA,2008)
Ainda de acordo com Oliveira (2008 p. 2) vale lembrar alguns episódios atuais
relevantes. Nunca se teve tantos religiosos beatificados e canonizados pelo Vaticano –
Anchieta, Frei Galvão, Madre Paulina – e tantos santuários católicos (oficiais ou populares)
sendo expostos nos meios eletrônicos de comunicação. Pelo movimento protestante, nunca foi
tão farta e ostensiva a presença de casas de culto das mais variadas denominações
evangélicas. Além da paisagem urbana, rádios, jornais, televisões, internet, multiplicam os
valores da vida religiosa, como fenômeno de massa. O espiritismo (kardecistas, umbandistas
ou orientais) ganha nova força sincrética, graças ao boom de misticismo da Nova Era e o
intercâmbio cultural da virada do milênio. Virada esta, por si só, um período especial para
motivar exercícios de fé e busca ritual. Está aí o consumo global das festividades natalinas,
transformadas em evento turístico-religioso internacional: o ecumênico reveillon.
Para Oliveira ( 2008) as análises sociológicas das motivações turísticas fixavam-se,
exclusivamente, nos aspectos da renda e do entretenimento, voltados ao lazer. No campo da
religiosidade, tem-se uma permanente reconstrução de práticas e valores. Por isso fazer
Turismo Religioso é fazer visita e, portanto, comprometer outra viagem, outra estada, outro
patamar de aproximação ao sagrado. A densidade desses aspectos que reúnem, num só
evento, raízes históricas das peregrinações religiosas, costumes rituais nos locais de destino
(santuários e festas) e a gestão dos equipamentos e atrativos correlatos.
27. c- Eventos
Melo Neto (2001) afirma, que os eventos compõem um cadeia de valor econômico
agregado que gera receitas para o turismo, no comércio e na indústria do entretenimento, além
dos investimentos em patrocínio, criação e produção de merchadising, gastos com obras ,
serviços e geração de empregos.
O processo criativo em eventos exige originalidade na sua idealização, concepção e
execução. Assim, todo evento deve ser criado para ser único, envolver seu público-alvo,
sensibilizar patrocinadores e apoio, trazendo resultados positivos aos empreendedores.
Percebe-se, portanto, que a organização de eventos não se limita ao conhecimento ou análise
prévia das etapas do procedimento, mas muito além disso, envolve conhecimento de novas
tecnologias, gostos, necessidades e modismo.
Para Moreira( 1999), os eventos são ocorrências projetadas para comunicar mensagens
ao público-alvo, tais como conferências com a imprensa , grandes inaugurações e outros.
O setor de eventos é um dos que mais tem crescido no Brasil nos
últimos anos, com a estabilidade da moda, o desenvolvimento da
indústria nacional, a abertura de mercado e a posição estratégica do
Brasil no Mercosul, empresas, instituições, e associações de
praticamente todos os setores reúnem-se para apresentar seus
produtos, resultados de pesquisas e estudos em eventos
personalizados (ANSARAH, 1999 p. 57).
O evento está sendo utilizado, hoje, como um dos instrumentos mais viáveis e de
maior sucesso em comunicação. A implantação das atuais e sofisticadas técnicas de promoção
e comercialização garantem a divulgação e o implemento de novas tecnologias turísticas. A
sofisticação vem permitindo a organização de programações de eventos que estão motivando
e orientando o consumo de determinadas localidades - bens e serviços, diminuindo a
ociosidade característica do produto turístico ( BRITTO & FONTES, 2002) .
Os eventos estão criando oportunidade de viagens, ampliando o consumo, permitindo
a estabilidade dos níveis de emprego do setor e promovendo o desenvolvimento e a
comercialização de produtos. “ O evento deve ser pensado como uma atividade econômica e
social que gera uma série de benefícios para os empreendedores, cidades promotoras,
comércio local e para a comunidade” ( BRITTO ; FONTES, 2002) .
28. Em estratégias de captação de eventos devem ser considerados os seguintes fatores
como estímulo a percepção dos diferenciais dos produtos: a qualidade dos serviços de
hotelaria, entretenimento e lazer, da infra-estrutura turística, do espaço de eventos, da
tecnologia disponível, dos atrativos turísticos e da qualidade de serviços periféricos como
serviços de táxi, locação de veículos, comércio, bares e restaurantes etc. Sua organização não
se limita ao conhecimento ou análise prévia das etapas de procedimentos, envolve o
conhecimento de novas tendências, gostos, necessidade e modismos. O bom profissional de
eventos tem que perceber as sutis relações entre as coisas, admira desafios e propõe soluções
inéditas e adequadas. É um profissional que domina o novo; outro aspecto importante é a
ousadia, a coragem de fugir do lugar comum e envolver esquemas em que os participantes são
colhidos a todo instante com surpresas e atrativos, sob uma idéia central. O evento acima de
tudo deve ser agradável e divertido. ( BRITTO ;FONTES, 2002) .
O segmento de Organização e Promoção de Eventos Gospel está inserido nas
atividades de serviço do tipo recreativas e culturais. Segundo dados do IBGE, a receita
operacional deste tipo de serviço teve um crescimento acentuado de 2003 a 2005, o que pode
ser verificado na Tabela 13.
Em contrapartida, os custos totais do mesmo segmento diminuíram em 2005 com
relação a 2003, mas, de acordo com a curva do gráfico apresenta tendência de aumentar,
sendo necessárias providências para mantê-los controlados (ver Tabela 14).Tratando da
retirada pró-labore no segmento de atividade recreativa e cultural, os dados do IBGE, revelam
um “salto” expressivo dos valores em 2005 e, segundo a curva do gráfico, a tendência é
aumentar (Tabela 15).
Ainda com relação a promoção de eventos há que se destacar o turismo de eventos,
segmento também em crescimento, que envolve um conjunto de atividades exercidas pelas
pessoas que viajam a fim de participar de congressos, convenções, assembléias, simpósios,
seminários e demais encontros que visam ao estudo de alternativa, de dimensionamento ou de
interesses de determinada categoria profissional, associação, clube crença religiosa, outra
organização com objetivos profissionais , culturais de aperfeiçoamento setorial ou de
atualização ( EMBRATUR).
29.
30. 3 METODOLOGIA
3.1 Área de Estudo
A Microrregião Ilhéus – Itabuna pertence à mesorregião Sul Baiano, É formada por 41
municípios: Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barra do Rocha, Barro Preto, Belmonte
,Buerarema, Camacan,Canavieiras, Coaraci, Firmino Alves, Floresta Azul, Gandu, Gongogi,
Ibicaraí, Ibirapitanga, Ibirataia, Ilhéus, Ipiaú, Itabuna, Itacaré, Itagibá, Itaju do Colônia,
Itajuípe, Itamari, Itapé ,Itapebi, Itapitanga, Jussari, Mascote ,Nova Ibiá, Pau-Brasil, Santa
Cruz da Vitória, Santa Luzia, São José da Vitória, Teolândia, Ubaitaba ,Ubatã, Una, Uruçuca
e Wenceslau Guimarães. È a microrregião com maior númerode cidades.
Sua população segundo dados do IBGE (2005) está em torno de 1.075.311 habitantes
distribuídos em uma área de 21.308,944 Km². Sua cultura historicamente ligada ao cacau, foi
abalada com a crise dessa lavoura que transformou essa microrregião de grande exportadora
de cacau para importadora desse produto.
Atualmente, a economia desses municípios encontra-se em processo de diversificação
com a exploração de outras culturas, além da exploração do turismo que já apresenta
resultados animadores. O comércio e a instalação de algumas empresas importantes também
têm contribuído para o desenvolvimento dessa microrregião.
É uma área de belas paisagens onde se destaca a Mata Atlântica considerada como um dos
mais importantes ecossistemas em biodiversidade do mundo e também dos mais ameaçados.
Sua história que se confunde com o nascimento do país e a rica cultura da região convidam ao
turismo nos seus diversos segmentos.
As distâncias entre os municípios são favorecidas por estarem interligadas por
rodovias asfaltadas em bom estado de conservação facilitando a movimentação das pessoas
entre as mesmas. Todas são servidas pelos mais modernos meios de comunicação (rádio, tv ,
jornal e internet) facilitando a divulgação dos eventos na microrregião por esses meios.
31. Figura-1 Mapa da Micro Região Ilhéus-Itabuna
3.2 Método de Pesquisa
A definição do método, na medida em que se refere ao caminho percorrido pelo
pesquisador em busca de respostas, é de fundamental importância em qualquer trabalho
investigativo. Pelas características desse estudo optou-se pelo método dedutivo, pois se
32. procurou a partir de uma realidade mais ampla verificar uma situação particular valendo-se da
combinação de idéias pela interpretação dos dados encontrados. Nesse método, a necessidade
de explicação não está nas premissas, mas na relação entre essas e a conclusão ( CERVO e
BERVIAN apud BARROS e LEHFELD, 2000).
Quanto aos procedimentos utilizados tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e
descritiva. Bibliográfica porque se buscou informações já disponíveis na literatura sobre o
tema, e descritiva porque se buscou identificar e caracterizar o mercado gospel na
microrregião Ilhéus-Itabuna, ou seja, se objetivou conhecer e interpretar a realidade sem nela
interferir para modificá-la.
3.3 Técnica de Pesquisa
Foram utilizadas como técnicas de pesquisa: o questionário e o formulário aplicados
aos sujeitos da pesquisa ( empresas, Igrejas e consumidores) em número de 120 para a coleta
de dados primários. A escolha do questionário deveu-se ao fato do mesmo possibilitar uma
maior sistematização dos resultados encontrados facilitando o processo de análise além de
permitir aplicar a uma amostra grande em um pequeno espaço de tempo e a um custo baixo.
A aplicação dos questionários ocorreu durante o mês de outubro de 2008 com a
distribuição dos mesmos para a amostra escolhida e posterior recolhimento dos mesmos. Os
formulários também foram utilizados visando obter a cooperação de alguns respondentes que
de outro modo não participaria da pesquisa.
A necessidade de deslocamento para a aplicação dos formulários constituiu-se uma
limitação ao estudo dado que foi desenvolvido em quatro municípios.
3.4 População e Amostra
A área escolhida para a pesquisa é composta por 41 municípios, porém a aplicação dos
questionários ocorreu em apenas quatro deles; Ilhéus, Itabuna, Coaraci e Una representando
10% do número total de municípios. A escolha recaiu sobre essas cidades por serem
representativas no contexto estudado. São referências no fornecimento de produtos e serviços
para o público gospel da microrregião e oferecem maior número de eventos nesse segmento,
atraindo a população dos outros municípios da microrregião.
3.4.1 População: caracterização
33. A população da microrregião Ilhéus –Itabuna representa 15 % do total do estado da
Bahia, conforme a Tabela 02. E, quando relacionada à população da microrregião estudada
com as cidades que farão parte da amostra observa-se que as mesmas correspondem a 40% da
população da mesma, corroborando a importância da escolha desses municípios para o estudo.
Tabela-02 .População total da microrregião Ilhéus-Itabuna e percentual de jovens por
gênero das cidades pertencentes a amostra estudada.
População de jovens total e percentual População Total
(16- 24 anos) e percentual
Masculino Feminino
Estado da Bahia 14.076.212
MicrorregiãoIlhéus- Itabuna 1.075.311
Itabuna 210.604
Ilhéus 220.144
Coaraci 22.764
Una 22.277
Fonte: IBGE, 2007.
A microrregião Ilhéus-Itabuna conforme observado na Tabela 02 representa um
percentual importante no total do estado e o número de jovens também é representativo (
15%). Essa caracterização é pertinente, pois na formatação dos eventos, é necessário definir
as características do público-alvo para a elaboração das estratégias de comunicação. A
população feminina não prevalece muito sobre a masculina, a diferença é de apenas 1,12%, o
que permite considerar que na área estudada a população mostra-se equilibrada quanto aos
sexos dos indivíduos que a compõem. Isto é uma oportunidade relativa de negócio (ver Tabela
07), uma vez que possibilita uma maior mobilidade em termos de estratégias de comunicação
para atingir este público.
O público jovem, por suas características, permite ou são “tocados” por uma ampla
variedade de ferramentas de comunicação, constituindo-se uma vantagem para o promotor de
eventos.
3.4.2 Amostra: Caracterização
Para melhor operacionalizar a pesquisa no tempo determinado para a entrega dos
resultados, utilizou-se uma amostra colhida nas quatro principais cidades fornecedoras de
34. eventos da microrregião: Ilhéus, Itabuna, Coaraci e Una que juntas são responsáveis por %
dos eventos realizados por ano na área de estudo.
Nas cidades escolhidas para constituir a amostra existem 44 .representações de Igrejas
evangélicas ( vide relação no Apêndice....) e funcionam empresas organizadoras de eventos
gospel, que nelas se concentram pelas facilidades de contatar com prestadores dos serviços
necessários para a formatação de um evento. Contudo, não se deixou de considerar que alguns
eventos são realizados de modo independente, por algumas Igrejas sem a mediação dessas
empresas. Mas, pela dificuldade de caracterizá-los e mensurá-los, esses eventos não serão
alvos do presente estudo.
Quando se deseja colher informações sobre um ou mais aspectos de um grupo
grande ou numeroso, verifica-se, muitas vezes, ser praticamente impossível fazer um
levantamento do todo. Daí a necessidade de investigar apenas uma parte desta
população ou universo ( MARCONI e LAKATOS, 2001, p. )
Foi adotado por conveniência, o tipo de amostragem não probabilística, e intencional.
Dessa forma, a pesquisadora visitou as Igrejas das referidas cidades para buscar os
participantes da pesquisa levando em consideração o critério de que os respondentes deveriam
ser consumidores assíduos desse tipo de evento e os principais promotores desses eventos.
Também buscou informações com os líderes dessas Igrejas. O objetivo foi trabalhar com uma
amostra representativa que pudesse dar aos resultados a maior fidelidade possível,
considerando-se a limitação do tempo e a pequena experiência da pesquisadora.
3.5 Tratamento dos dados
Os dados obtidos na pesquisa de campo e bibliográfica foram apresentados na forma
de tabelas e gráficos, na forma percentual, para facilitar o acompanhamento das análises tendo
sido utilizado a ferramenta Excel para o tratamento dos dados.
35. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Mercado Nacional :Contextualização
O segmento de Organização e Promoção de Eventos Gospel está inserido nas
atividades de serviço do tipo recreativas e culturais. Segundo dados do IBGE, a receita
operacional deste tipo de serviço teve um crescimento acentuado de 2003 a 2005, o que pode
ser verificado na Tabela 13. Em contrapartida, os custos totais do mesmo segmento
diminuíram em 2005 com relação a 2003, mas, de acordo com a curva do gráfico apresenta
como tendência aumentar, sendo necessárias providências para mantê-los. (ver Tabela 14)
Tratando da retirada pró-labore no segmento de atividade recreativa e cultural, os
dados do IBGE, revelam um “salto” expressivo dos valores em 2005 e, segundo a curva do
gráfico, a tendência é aumentar (Tabela 15).
TABELA 13 - Receita operacional líquida - Atividades recreativas e culturais
Tabela 13 - Receita operacional líquida - Atividades recreativas e
culturais
Variável = Receita operacional líquida - total (Mil Reais)
Atividades de serviços = 2.3 Atividades recreativas e culturais
Brasil
EIXO: Ano
Ano Receita (mil reais)
2003 2.082.902
2004 2.189.916
2005 2.783.366
Fonte: IBGE - Pesquisa Anual de Serviços
36. TABELA 14 - Total de custos – Atividades recreativas e culturais
Tabela 14 – Total de custos – Atividades recreativas e culturais
Variável = Total de custos (Mil Reais)
Serviços prestados às famílias = 1.3 Atividades recreativas e culturais
Brasil
EIXO: Ano
Ano Custos (Mil reais)
2003 248.824
2004 178.227
2005 215.222
Fonte: IBGE - Pesquisa Anual de Serviços
TABELA 15 - Retiradas pró-labore dos proprietários e sócios –
Atividades recreativas e culturais
Tabela 15 – Retiradas pró-labore dos proprietários e sócios – Atividades recreativas e
culturais
Variável = Retiradas pró-labore dos proprietários e sócios (Mil Reais)
Serviços prestados às famílias = 1.3 Atividades recreativas e culturais
Brasil
EIXO: Ano
37. Ano Retiradas (Mil reais)
2002 138.677
2003 137.647
2004 150.862
2005 239.506
Fonte: IBGE - Pesquisa Anual de Serviços
5.1.1. Análise Quantitativa: tamanho do mercado
O mercado de eventos é relativamente sazonal. Os “picos” para a realização de
eventos correspondem aos feriados e às principais datas comemorativas, algumas relacionadas
diretamente ao cristianismo: natal, páscoa, dia da Bíblia, ano novo, dia dos namorados, etc.
Associado à sazonalidade está à agenda das bandas, cantores e pregadores que possam ser
trazidos pelas empresas de eventos.
No mercado de eventos na região sul da Bahia, a média de faturamento anual por
empresa é de R$ 160.000,00, considerando-se a realização de três a quatro grandes eventos
por ano, que é a média de realização por empresa. Para este cálculo, considerou-se uma média
de faturamento por show de R$ 20.000,00 a R$ 60.000,00.
5.1.1.1 Análise da linha de produtos e preços praticados
O segmento de eventos gospel inclui: shows gospel, congressos e retiros espirituais.
Mas, o objeto de estudo é o show gospel responsável pela maior participação de mercado,
com alta margem de contribuição e impacto para a imagem da empresa. Estes shows ainda
podem ser subdivididos em: shows tradicionais e inovadores. A diferença entre os dois está
no público a que é direcionado e, principalmente, nas atrações e estilos musicais. Já os shows
38. inovadores, como o próprio nome diz, trazem novidades da área evangélica, como louvores
em ritmo funk e boates gospel. Estes últimos (shows inovadores)
O segmento gospel, se comparado ao seguimento secular, trabalha com preços muito
baixos. Em um show tradicional gospel, a faixa de preços dos ingressos varia de R$ 5,00 a
R$30,00, sendo mais freqüente R$ 10,00. O problema, na precificação de eventos está na
visão dos consumidores. Eles avaliam o evento principalmente pelas bandas ou cantores que
se apresentam e fazem comparação de preços de um evento para outro, baseando-se
principalmente por este aspecto. É importante, portanto, avaliar o perfil dos consumidores;
sendo preciso conhecê-los para influenciar nas suas decisões e opiniões.
5.1.2. Aspectos Qualitativos: Perfil dos consumidores
5.1.2.1 Religião
Como exposto na análise sócio-cultural do macro-ambiente, a população brasileira é
composta por uma diversidade de religiões, o que contribui muito para o mercado de eventos
gospel, uma vez que, influenciados por suas religiões, esses indivíduos buscam aquilo que
esteja de acordo com suas crenças, além do que, a religião desenvolve um sentimento de
confraternização, amplamente relacionado a eventos.
O segmento gospel tem por público-alvo principal os evangélicos, mas também atinge,
de forma secundária, mas bastante intensa, as demais religiões. Segundo o IBGE, as religiões
evangélicas têm tido um crescimento bastante expressivo em todas as regiões do país,
conforme mostra a Figura 02.
FIGURA 02: Aumento de evangélicos no país, de 1940 a 2000
Fonte: IBGE
39. 5.1.2.2 Sexo e Faixa Etária
Segundo a Figura 03, considerando-se o público-alvo principal do segmento gospel, o
público pentecostal é significativamente composto por jovens e adultos, com maioria
feminina, sendo pequena a presença de pessoas com mais de 55 anos. No Protestantismo
histórico a prevalência é de pessoas com mais de 55 anos e composta por uma maioria
masculina. Existe, portanto, um equilíbrio no setor, que considerando a religião evangélica,
abrange todas as faixas etárias e sexo.
Considerando-se o público consumidor como um todo, que inclui desde católicos, até
aqueles pertencentes a religiões afro-brasileiras e outras religiões, verifica-se a partir da
Figura 03, que, em 1998, 85,8% da população masculina e 93,9% da população feminina no
Brasil, possuía algum tipo de religião.
Quanto à idade, 88,2% da população entre 16 e 25 anos, 87,1% da população entre 26
e 40 anos, 94,4% da população entre 41 e 55 anos e 97,5% da população entre 55 e 65 anos,
possuía algum tipo de religião.
Com este dados, percebe-se o tamanho da fatia de mercado consumidor que o
segmento gospel pode atingir, em todas as faixas etárias e sexo.
FIGURA 03: Sexo e faixa etária por religião
Fonte: Ministério da Saúde. Pesquisa sobre Comportamento Sexual da População Brasileira e Percepções sobre
HIV/Aids.
40. 5.1.2.3 Grau de Instrução
A análise do público alvo por grau de instrução pode ser vista na Figura 04, que
apresenta dados do IBGE, 1998 - onde se percebe que a maioria dos pentecostais (65,2%) é
formada por pessoas com o Fundamental Incompleto, enquanto a média nacional é de 46%. O
Protestantismo histórico também possui grande parcela de fiéis com Ensino Fundamental
Incompleto (41,8%), entretanto, na categoria Ensino Médio Completo, ele está em segundo
lugar, atrás apenas dos Espíritas, com 20,8%, enquanto a média nacional é de 16,7%.
A religião que tem maior parte de seus integrantes com ensino médio completo é a
Espírita Kardecista com 42,7%, que também alcança o segundo lugar em Ensino Superior
(18,9%), perdendo apenas para religiões Afro-brasileiras, com 33%. Em contraste, as religiões
evangélicas possuem o menor percentual de indivíduos com Ensino Superior, 4,2% para o
protestantismo histórico e 2,8% para os Pentecostais.
FIGURA 04: Grau de instrução por religião
Fonte: Ministério da Saúde. Pesquisa sobre Comportamento Sexual da População Brasileira e Percepções sobre
HIV/Aids.
5.1.2.4 Estratos socioeconômicos
Tratando do rendimento segundo as religiões, pode-se caracterizá-las por estratos
socioeconômicos (Figura 05). As categorias socioeconômicas variam de A (muito alto) a E
(muito baixo) e as demais categorias (B, C, D) indicam níveis socioeconômicos
intermediários. O rendimento é fortemente afetado pelo grau de instrução, o que pode ser
observado na Figura 05. Os evangélicos, que possuem baixo grau de instrução (conforme
visto no item acima), predominam nos estratos socioeconômicos C e D, enquanto os espíritas
e os de religião afro-brasileira predominam na classe B.
41. Tipos de despesa, Despesas monetária e não-monetária média mensal familiar (R$)
número de Religião da pessoa de referência da família
famílias e Total
Católica Evangélica de Sem religião
Evangélica de Outras Outras
tamanho médio apostólica origem Espírita e não-
missão evangélicas religiosidades
romana pentecostal determinada
das famílias
Despesa total 1 144,16 1 110,21 1 604,44 947,72 1 632,10 3 265,30 1 584,30 1 222,90
Despesas
correntes 1 079,17 1 047,82 1 521,79 889,60 1 413,57 2 941,25 1 532,55 1 169,75
Despesas de
consumo 984,83 959,61 1 337,01 824,95 1 321,93 2 439,69 1 393,36 1 067,45
Alimentação 262,18 258,71 310,12 227,23 291,10 477,67 308,21 293,48
Habitação 315,77 305,80 443,28 287,60 448,33 802,62 424,21 326,46
FIGURA 05: Estratos socioeconômicos segundo religião
Fonte: Ministério da Saúde. Pesquisa sobre Comportamento Sexual da População Brasileira e Percepções sobre
HIV/Aids.
5.1.2.5 Despesas com Entretenimento e Cultura
Na Tabela 16 encontra-se dados do IBGE, acerca das despesas segundo as religiões,
na região nordeste. Em destaque está o tipo de despesa recreação e cultura, onde se pode
incluir a atividade de organização de eventos.
Percebe-se que as religiões evangélicas juntas são as que mais gastam com recreação e
cultura, totalizando R$ 85,28/ mês. Ela é seguida de perto pelos Espíritas, que gastam R$
80,92/ mês. Percentualmente, o gasto ainda é muito pouco. Considerando-se todas as
religiões, o gasto com entretenimento e cultura é de R$ 247,08, que representa apenas 2,2%
dos gastos totais (R$ 11.288,32).
43. Tamanho médio
da família 4,01 4,05 3,87 4,05 3,92 3,33 3,43 3,79
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de Orçamentos
Familiares 2002-2003.
Nota: O termo família está sendo utilizado para indicar a unidade de investigação da pesquisa "Unidade de
Consumo".
Contexto:
Houve muitas influências no mundo do entretenimento no período de 1950 a 2000 e
um dos maiores entertaineres desse período foi o cantor Elvis Presley que também se tornou
um ícone na divulgação da cultura gospel . Segundo Brito (1992) a música gospel sempre fez
parte da vida de Elvis, desde sua infância até morte física em 1977, e o influenciou muito em
sua carreira. Nos anos 70, freqüentemente, cantava ou cedia espaço para seus músicos,
apresentarem canções gospel em seus shows, possuindo inclusive discografia gospel. Elvis é
conhecido há muitos anos como o rei do rock'n'roll, mas ele também já vendeu mais de 250
milhões de músicas gospel nos Estados Unidos. Elvis veio de uma família de assembleianos
tradicionais tendo sido batizado pelo Espírito Santo1 1, logo após foram surgindo vários
grupos adeptos do gospel, conquistando inclusive o prêmio Grammy2, considerado o Oscar da
música
No Brasil, a região Sudeste é a que mais se destaca no segmento de eventos gospel. Com
destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
São Paulo
Tem uma dais maiores expressões que é a Marcha para Jesus. Trata-se de um evento
internacional e interdenominacional que ocorre anualmente em milhares de cidades do
mundo. Um ato pacífico, consciente e excitante do mover de Deus em nossos dias.
A Igreja tem a oportunidade de mostrar que não é restrita aos templos, mas viva e aberta a
toda sociedade, além de unir as igrejas cristãs em um ato de expressão pública de fé, amor,
agradecimento e exaltação do nome de Jesus Cristo. A Figura - ..... retrata uma Marcha - em
qualquer parte do mundo - são milhares de cristãos marchando pelas ruas, de todas as idades,
raças, nacionalidades e culturas étnicas. Roupas coloridas, bandeiras, faixas, galhardetes.
1
Batismo pelo espírito santo: era a recepção da graça visível (através das línguas) e a introdução
do cristão no mundo dos dons espirituais.
2
Grammy: mais requintado e prestigioso prêmio da indústria musical internacional presenteado
anualmente pela National Academy of Recording Arts and Sciences nos Estados Unidos da
América, honrando conquistas na arte de gravação musical e provendo suporte à comunidade da
indústria musical.
44. Fazendo parte do calendário oficial de diversas cidades, a Marcha para Jesus conta
com a participação de trios elétricos de diversas comunidades e igrejas cristãs, envolvendo
todas as denominações .Além de São Paulo esse evento ocorre em outras centenas de cidades,
incluindo as principais capitais do país. A Marcha para Jesus é um evento que há mais de 10
anos vem sendo organizada pela Igreja Renascer em Cristo.
Figura -
Outro grande fenômeno dos eventos nas noites paulistas foi o surgimento de Pub´s
Gospel, um lugar onde além de ouvir uma boa música, os fiéis podem dançar ao som de
músicas gospel e degustar iguarias, além de reunir-se com outros irmãos. O que mais se
destaca é o Pub Gospel sob a direção de Bianca Toledo e o Brother Simion Shop & Café sob
o comando de Brother Simion, ambos cantores gospel.
45. Figura - Pub Gospel
Figura Brother Simion Shop & Café
Outro grande evento que ocorre em São Paulo é a Exposição Internacional do
Consumidor Cristão- EXPO CRISTÃ, realizada pela EBF Eventos, que em 2008 completou a
sua 7ª edição. A feira reúne mais de 300 expositores numa área de 16.000 m², no Expo Center
Norte, e recebe mais de 100.000 visitantes, entre eles: líderes religiosos, músicos, cristãos de
todas as idades. Sua uma duração média é de seis dias onde são promovidos os produtos
cristãos. Um passeio recheado de atrações musicais, teatro, dança, filmes, workshops e
congressos com líderes renomados, e que em 2006, começou a ser realizada também no Rio
de Janeiro.
46. Figura- Cartaz de divulgação (SP) - Expo Cristã no RJ
Espírito Santo :
O evento de maior expressão é o Jesus Vida Verão, é um evento de musica cristã que
acontece anualmente, todas as sextas e sábados do mês de janeiro, nas areias da Praia da
Costa, estado do Espírito Santo, reunindo cerca de 50 mil pessoas por noite. Nasceu em 1992,
e está em sua 16ª edição. Consagrou-se como um dos maiores do gênero no Brasil. Foi
premiado no Credicard Hall, em São Paulo, com o Troféu Talento de melhor evento do
segmento no ano de 2006.
O evento reúne seriedade, tradição e competência, integrando empresas arrojadas,
objetivos sociais, músicos reconhecidos e personalidades de renome nacional. Tem natureza
social, musical, espiritual e esportiva, possuindo como característica peculiar ser totalmente
aberto ao público.O Jesus Vida Verão também diferencia-se por ser voltado a reestruturação
de famílias. Reúne uma equipe de cerca de 300 voluntários encarregados de prestar apoio e
aconselhamento espiritual às pessoas interessadas. Durante as 16 edições do evento mais de
8000 pessoas já foram atendidas e encaminhadas para serem acompanhadas por Igrejas
Cristãs em diversas regiões do país.
47. Além da área espiritual e musical, o evento também conta com competições esportivas
de destaque no cenário estadual. A Copa Jesus Vida Verão de Futebol de Areia e a Corrida
Rústica Jesus Vida Verão agitam o município de Vila Velha durante o mês de Janeiro.
Destaca-se pela excelente qualidade de suas atrações. Fernanda Brum, Voices, Diante do
Trono, Toque no Altar, David Quinlan, Oficina G3, Kleber Lucas, Marquinhos Gomes, Aline
Barros, Carlinhos Félix, Cassiane, Rose Nascimento, André Valadão, Fernandinho,
Comunidade Internacional da Zona Sul, Soraya Moraes, Nívea Soares, entre outros, já
passaram pelos palcos deste evento, que cresce a cada ano atraindo multidões
Figura-
Rio de Janeiro :
Um dos eventos amis expressivos que já aconteceu no Rio, foi o Canta Rio que foi
realizado no feriado de 7 de Setembro pela Grupo Mk de Comunicação, empresa formada por
mídias que atuam no segmento evangélico em âmbito nacional há 20 anos. Na edição em
2006 reuniu mais de 150 mil pessoas na Enseada de Botafogo com a presença Cassiane,
Fernanda Brum, Aline Barros, Oficina G3, Marina de Oliveira, Kleber Lucas, Novo Som,
Voices, Eyshila, Rayssa & Ravel, Quatro Por Um, Pamela, PG, Alda Célia, Comunidade
Internacional da Zona Sul, Léa Mendonça e Toque no Altar vão conduzir a grande festa de
ritmos e estilos, com a entrada franca . Seguindo o mesmo porte de outros eventos realizados
pelo mesmo grupo: Canta Zona Sul (presença de 160 mil pessoas na Praia de Copacabana em
2004) e o Canta Brasil (em 2000 cerca de 120 mil pessoas no Maracanã).
48. Figura-
Figura-
Marina de Oliveira, Cristina Xisto, vice-presidente do Grupo MK de Comunicação, e Yvelise
de Oliveira, presidente do Grupo MK de Comunicação
Minas Gerais:
O 1º Congresso Internacional de Louvor & Adoração Diante do Trono começou a ser
realizado em 2000 pelo grupo Diante do Trono que é um grupo de música gospel surgido em
Belo Horizonte, na Igreja Batista da Lagoinha. Criado em 1997, durante seus anos de
ministério tornou-se referência musical entre os evangélicos e é considerado um dos grupos
mais populares na música cristã brasileira. Durante a sua história, venderam mais de seis
milhões de discos, trazendo personagens conhecidas na música cristã de todas as partes do
Brasil e do mundo. O evento acontece anualmente na Semana Santa, em Belo Horizonte,
reunindo líderes de louvor e adoradores de todo Brasil e até mesmo do exterior. No ano de
2007, cerca de 15.000 congressistas compareceram para participar de quatro dias intensos de
49. culto, que incluíram ainda a gravação ao vivo do CD e DVD Alegria, de André Valadão e do
DVD instrumental Sem palavras.
1 2
Figura-
1. http://wallpapersdiantedotrono.blogspot.com/2008/02/9-congresso-dt.htm
2. http://www.flickr.com/photos/paulohigor
5.2 MICRO REGIÃO ILHEUS-ITABUNA
As informações apresentadas a seguir fazem parte da pesquisa de campo realizada
durante o mês de outubro com pessoas das cidade de Ilhéus, Itabuna, Una e Coaraci, membros
das mais variadas denominações por se caracterizar ser uma pesquisa de cunho
interdenominacional.
5.2.1 Perfil dos consumidores – Pesquisa na microrregião Ilhéus- Itabuna
Foram entrevistados 120 indivíduos, adotando-se por metodologia de amostragem a
não-probabilística por conveniência
Em relação a religião professada a maioria destes, 80 % pertencem a alguma religião
evangélica, 10% são espíritas e outros 10 % são católicos, conforme o gráfico figura 01. Esse
resultado já era esperado visto que nosso objeto de estudos são os evangélicos, as demais
categorias foram entrevistadas como público em potencial que participam dos eventos e que
por meio destes podem vir a ser tornar evangélicos.
50. 10% 10%
80%
Católicos Evangélicos Espíritas
Figura 1 – Religião professada pelo entrevistados
Com relação ao gênero dos pesquisados, 60% é composto por mulheres conforme Figura-
40%
Feminino
M asculino
60%
Figura 2-
A faixa etátia dos entrevistados apresentou predominância entre os 21-30 anos (60 %
) sendo também expressiva a faixa entre 10e 20 anos.
51. 60%
10- 20
4% 21- 30
2% 31- 40
41 - 50
34%
Figura 03 – Faixa etária dos entrevistados
Com relação a escolaridade dos pesquisados a Figura .... mostra uma diferença
pequena entre os que estão cursando o ensino superior 13% e os que já concluíram 16%, tem
uma expressividade entre aqueles que concluíram o ensino médio 65% e um pequeno
percentual dos que estão no ensino fundamental 6%.
6%
16%
Fundamental
13% Ensino M édio
Superior em Curso
Superior Completo
65%
Figura 4- Nível de escolaridade dos entrevistados
A Figura 5 identifica renda dos entrevistados sobressaindo-se aqueles que ainda não
possuem renda ou possuem até 2 salários mínimos totalizando 86% ( classe B e C), ficando
com uma quantitativo de 11% os que possuem renda entre 3 a 5 salário mínimos e 3% apenas
possuem uma renda acima de 5 salários .