SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 41
Descargar para leer sin conexión
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO 
PROGRAMA DA REDE DE INOVAÇÃO EM 
GESTÃO DO TURISMO 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Esse texto referencial tem por objetivo clarificar a concepção metodológica e pedagógica que 
fundamentará o Programa Rede de Inovação em Gestão do Turismo e do Curso de 
Aperfeiçoamento em Gestão Pública com Ênfase no Turismo. Ele busca, também, ajudar você 
a começar a planejar seu processo de aprendizagem individual e coletiva. 
Um dos olhares que norteará as atividades de ensino-aprendizagem proposta para o 
desenvolvimento do curso é a formação colaborativa. Para isso, serão utilizadas situações de 
aprendizagem que articulem os grupos de gestores municipais. No primeiro capítulo deste 
material referencial, o trabalho colaborativo será visto a partir de duas perspectivas 
articuladas e imbricadas em um mesmo processo formativo: a primeira que se refere à 
concepção pedagógica e metodológica do curso; e outra referente à estrutura do curso, com 
ênfase na descrição das atividades presenciais e à distância. 
Inicialmente, vislumbra-se a integração de esforços dos diferentes gestores municipais que 
integram a Rede de Inovação em Gestão do Turismo, tomando como base as zonas turísticas 
ou outras formas correlatas de articulação de interesses e/ou vocação turística das 
municipalidades. Com esse esforço integrativo espera-se estimular o alcance dos objetivos e 
metas comuns para o bom desenvolvimento das atividades turísticas do estado da Bahia. 
No segundo momento, referente ao processo de capacitação profissional, questionam-se as 
tradicionais formas de transferência de conhecimentos e propõem-se metodologias mais 
interativas e criativas, com vistas a estimular uma maior integração e comprometimento dos 
participantes na construção de um processo de ensino-aprendizagem inovador. Com esse 
propósito, espera-se introduzir novos paradigmas educacionais compatíveis com os desafios 
da sociedade contemporânea, de modo a contribuir para uma mudança progressiva da cultura 
de capacitação/aperfeiçoamento de gestores públicos. 
Nesse sentido, o curso servirá como base tanto para a reflexão acerca das suas necessidades 
de capacitação, como também do trabalho colaborativo, proporcionado pelas experiências de 
1 
Prezado Aluno! 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
atuação como atores da Rede de Inovação em Gestão de Turismo, que induzirá os 
participantes e à equipe gestora realizar oportunidades de ações colaborativas ao longo do 
curso e também após a conclusão do mesmo. 
O material referencial está estruturado em duas partes integradas e articuladas: a primeira, 
referente ao conceito de trabalho e formação profissional colaborativa e integra dois 
subcapítulos: Metodologia de pesquisa-ação como base para o desenvolvimento dos Planos 
de Gestão do Turismo (PGTs) e Análise das Lacunas de Competências identificadas nos 
Diagnósticos Individual e Organizacional. A segunda, referente à apresentação da Estrutura 
da Capacitação, está estruturada também em duas subseções: Metodologia de Oficinas e 
Práticas Presenciais e Metodologia de EAD para Estudo no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA). 
Integram esse material, ainda, indicações de textos e outros recursos didáticos para 
aprofundamento das reflexões sobre os conteúdos e metodologias orientadores do curso, 
conforme será detalhado. 
2 
Bons estudos! 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Para nortear e provocar uma reflexão e discussão crítica sobre o conceito e práticas de 
formação Profissional colaborativa, que será a base teórica e metodológica orientadora desse 
curso, vamos inicialmente refletir sobre as seguintes questões: 
• O que é trabalho e formação colaborativa? 
• Que outros conceitos estão articulados e/ou integrados ao 
trabalho e a formação colaborativa? 
• Qual sua importância na formação profissional de gestores 
públicos na contemporaneidade? 
• Como o uso das novas tecnologias de formação em rede 
pode ajudar a desenvolver novas formas interativas de 
trabalho e formação colaborativa? 
• Como o trabalho e a formação colaborativa tem se 
configurado na formação dos gestores públicos (com 
ênfase na gestão municipal de turismo)? 
• Quais reflexões podem ser feitas a partir destes conceitos, 
de modo a possibilitar (re)orientar a participação de cada 
aluno no curso? 
Com base nessas questões serão apresentadas algumas reflexões breves sobre as relações 
entre os conceitos de ciência, trabalho, educação profissional e aprendizagem. O novo e 
complexo contexto social, econômico, político e cultural que marca as relações societárias na 
contemporaneidade exigem novas formas de compreensão crítica e ativa da realidade, 
impondo, assim, a substituição de enfoques fragmentários (pautados na especialização do 
3 
1 UMA APROXIMAÇÃO AOS CONCEITOS E ABORDAGENS 
METODOLÓGICAS SOBRE EDUCAÇÃO COLABORATIVA 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
conhecimento e produção social), por uma visão sistêmica e mais totalizante que permita uma 
compreensão mais objetiva dos fenômenos globais e locais com base na realidade global e 
local. 
Desse modo, pode-se concluir que a concepção de trabalho e educação fragmentada, que 
pautou a visão de ‘mundo-máquina’, iniciada na Idade Moderna (séculos XVI e XVII), por 
meio das revoluções científicas, marcada por uma visão de mundo determinista, fragmentado, 
mecânico, individualizado, baseado em verdades absolutas e fundamentado em uma visão 
dual da realidade – manifesto na separação da realidade exterior das vivências internas do 
indivíduo, da teoria da prática, do corpo da mente e do todo das partes, conforme destaca 
Moraes (1997). 
As profundas e revolucionárias transformações ocorridas, a partir das décadas de 70 e 80 do 
século passado, permitiram questionar fortemente a visão estável de mundo, as decisões 
centralizadas, as visões fragmentadas, a excessiva valorização da racionalidade e do 
individualismo. Conforme ressalta Moraes (1997), todos esses aspectos refletiram-se nos mais 
diferentes âmbitos da vida cotidiana da sociedade contemporânea. Para os objetivos desse 
material referencial, serão destacados apenas os impactos dessas mudanças no mundo do 
trabalho e da educação. 
A grande deformação do entendimento tradicional do mundo, do trabalho e, 
consequentemente, da educação, conforme já ressaltado, foi reforçar a separação entre o 
pensar e o agir. No campo da ciência administrativa essa visão significa a separação entre os 
âmbitos da gestão (concepção) e da gerência (operacionalização), dos atos e fatos 
administrativos, o que acaba por desvincular a compreensão do todo, enfatizando a rigidez e 
contribuindo, assim, para o conformismo dos indivíduos, a hierarquização e a 
compartimentalização do processo produtivo. Em síntese, a especialização das funções 
acabou por separar os responsáveis pela concepção e planejamento dos responsáveis pela 
execução do trabalho, formando, desse modo, uma grande maioria de profissionais 
cumpridoras de ordens – conhecidas como regimes de produção taylorista e fordista que 
4 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
No que se refere à concepção de educação, Kuenzer (2003) compreende que, para cada etapa 
de desenvolvimento social e econômico, existe um projeto pedagógico, de modo que atenda à 
concepção de relações sociais dominantes. Para o autor, a velha escola privilegiou então, os 
conteúdos acadêmicos desvinculados da prática; o trabalho individual; a relação vertical entre 
professor-aluno; a hiperespecialização por meio da fragmentação do currículo; o rompimento 
entre pensamento e ação; a memorização e repetição de informações; algumas disciplinas em 
detrimento de outras; uma estrutura hermética, fechada à realidade, centralizadora, estável e 
destinada a uma população homogeneizada. A esse modelo teórico e metodológico de 
educação predominante nesse contexto, o autor ressalta que duas concepções de 
aprendizagem se fizeram predominantes nesse contexto: o Inatismo, que defende a ideia de 
que as capacidades básicas do ser humano já se encontram prontas desde o seu nascimento e o 
Empirismo, que reconhece a experiência como única fonte válida de conhecimento. 
Felizmente, essa visão mecanicista e fragmentada de mundo vem perdendo espaço, desde o 
final do século XIX, a partir dos avanços dos estudos da biologia, química e física. Com base 
nesse novo movimento científico assiste-se, conforme ressalta Moares (1997), a emergência 
de um paradigma comprometido com a superação do determinismo, imutabilidade, verdade 
absoluta, desintegração do mundo em pequenas partes e a descontextualização tão presentes 
na modernidade. Como alternativa emergem novas ideias com base nos conceitos de 
totalidade indivisa, pensamento sistêmico, mundo em holomovimento 1 , pensamento em 
processo, conhecimento em rede, unidade do conhecimento, teorias transitórias, auto-organização 
Esse novo mundo, denominado de sociedade do conhecimento e da informação vai, aos 
poucos, exigindo mudança no pensamento humano e que começa a transformar o cotidiano e 
1 Holomovimento, segundo David Bohm, é a natureza básica da realidade de um processo dinâmico da totalidade 
que significa "uma única e inquebrantável integridade em movimento de fluxo". Tudo está ligado a tudo em 
fluxo dinâmico, cada parte do fluxo, dentro desta estrutura holográfica, contém o fluxo como um todo. O fluxo 
em si está em constante mudança processual. 
5 
tinham como princípio a divisão do trabalho manual e intelectual (Pennaforte, 2003). 
recursiva, integração do qualitativo ao quantificável. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
provocar profundas alterações nas mais variadas esferas da vida individual, organizacional e 
social. Esse movimento implica que estamos passando de um estágio de obediência cega à 
autoridade hierárquica, para assumir uma postura de questionamento, da assunção, 
progressiva, da substituição do pensamento homogêneo ao pensamento divergente, da mera 
repetição e cópia de modelos prontos à criação de novos conceitos e novas formas de 
existência individual e social, da centralização-descentralização do conhecimento e, enfim, do 
direcionamento à participação conjunta de propostas de interação e produção social. 
Ao avançarmos em direção a uma sociedade que privilegia não apenas a produção, mas 
também a informação e o conhecimento observa-se a crescente valorização da criatividade e 
da inovação. O que exige, por sua vez, a emergência de uma nova concepção de organização 
do trabalho fundamentado na produção em equipe. Esse novo paradigma demanda, portanto, 
uma nova compreensão de educação pautada em uma visão totalizante da realidade, 
privilegiando a interdisciplinaridade, o trabalho colaborativo, a relação horizontal entre os 
agentes educativos, a construção do conhecimento, o reconhecimento da relação entre as 
diversas disciplinas, a integração dos conhecimentos vinculada ao contexto e a realidade ao 
qual cada indivíduo está inserido. 
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os 
homens educam-se entre si, mediados pelo mundo” 
(FREIRE, 1987: 52). 
Ao tomar como referência a visão e contribuição revolucionária de educação de Paulo Freire, 
deseja-se ressaltar, portanto, que as concepções de aprendizagem mais próximas a esse novo 
paradigma de relações sociais mais inclusivas são o construtivismo e o sócio-interacionismo. 
Com base nessa visão crítica freiriana é possível, pois, encontrar alternativas para superar a 
cultura ainda impregnada da nossa sociedade pautada na visão de que o conhecimento está no 
sujeito (Inatismo) ou no objeto (Empirismo), considerando, assim, a relação entre ambos o 
6 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Nesse sentido, Becker (1993) ajuda a compreender melhor as diferenças entre esses dois 
conceitos ao argumentar que na visão construtivista, baseada nos estudos de Piaget, o 
conhecimento resulta das ações e interações do sujeito com o ambiente em que vive. E a 
concepção sócio-interacionista de aprendizagem, baseada nos estudos de Vygotsky, resgata o 
papel sócio-cultural, ou seja, a construção do conhecimento se realiza a partir das relações que 
o indivíduo estabelece na interação com o outro e com a cultura na qual está inserido. 
Em linhas gerais, a concepção de ensino-aprendizagem que pautará esse curso se fundamenta 
em um processo de construção de relações dinâmicas e dialéticas, ou seja, na interação do 
aprendiz (estudante) com o mundo e com os outros, o que permitirá que estruture o sentido e 
significação do processo individual e social de aprendizagem. 
Com base nessa breve reflexão sócio-histórica, é possível introduzir uma reflexão sobre o 
conceito de trabalho colaborativo compreendido como uma visão filosófica e sistêmica do 
mundo, na busca de superar a compartimentalização da realidade. Entretanto, é preciso 
esclarecer que trabalho colaborativo avança o esforço de executar uma tarefa, exige também a 
elaboração, em todos os níveis, desde a concepção (gestão), planejamento, participação, 
reflexão até a avaliação dos processos de trabalho. 
Nesse sentido, a concepção do trabalho colaborativo implica atuar conjuntamente tendo em 
vista alcançar um mesmo objetivo, uma mesma finalidade. Entretanto, esta atuação coletivo-colegiada 
precisa ser compreendida nos seus diferentes níveis, o que implica ver essa nova 
abordagem de relação de trabalho além da execução de atividades, mas, ao contrário, exige 
compreender essa interação também na elaboração e avaliação das ações conjuntas. 
Assim, a partir de um objetivo comum, acredita-se que dois ou mais indivíduos decidem 
integrar um grupo de trabalho para elaboração de um processo de planejamento, execução e 
avaliação de atividades. Aqui cabe ressaltar que, mesmo que a cada profissional caiba um 
papel específico, a visão de trabalho colaborativo, que implica conjunto e união de 
7 
fundamento para a aprendizagem. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
pensamento e execução de uma tarefa comum, não pode está subordinada a um tipo de 
trabalho fragmentado. Dessa forma, o trabalho colaborativo envolve a ação dos indivíduos no 
plano pessoal e coletivo. A participação de cada um auxilia, pois, na harmonia do conjunto 
tendo em vista o objetivo comum que os une. 
Como destaca Almeida (2001:23), na relação com o conhecimento, o trabalho colaborativo 
significa o reconhecimento de um processo de aprendizagem que não se dá somente de forma 
individual, mas “cada um é responsável pela própria aprendizagem e corresponsável pelo 
desenvolvimento do grupo”. Reinterpretando o autor, pode-se dizer que individual é a forma 
como cada um capta a realidade, mas a construção do conhecimento depende do contato com 
o outro, inclusive das interações com tudo que faz parte do meio. O que implica concluir que, 
a partir da forma como cada indivíduo interage com o meio e compreende a realidade 
socializa com o grupo e amplia as possibilidades de receber e/ou trocar informações com o 
outro. Essa dinâmica interativa e dialética possibilita, pois, que os indivíduos criem espaços 
criativos e interativos para reelaborar e colaborar, como uma forma mais ampla de 
compreender uma realidade cada vez mais complexa. 
Abordar o conceito e práticas de trabalho colaborativo implica falar também de um aspecto 
importante que é a necessidade de mudanças de atitudes. Essa reflexão é relevante porque, 
apesar do reconhecimento das mudanças advindas da sociedade do conhecimento, ainda 
estamos acostumados a cada um exercer funções específicas e a centralizar decisões para que 
outros possam cumprir as tarefas. Além disso, estamos acostumados a realizar trabalhos 
individuais o que gera como consequência que quando somos chamados a trabalhar em grupo 
a tendência natural é dividir as partes que cada um vai fazer. 
8 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Quem nunca fez isso? Quem 
nunca recebeu ou passou 
informações prontas e 
acabadas para que outros 
memorizem e cumpram as 
funções? 
Esse é, portanto, um dos maiores desafios que o trabalho colaborativo tem a enfrentar, pois, 
não pode ser encarado como uma cadeia produtiva como uma linha de montagem onde cada 
um sabe fazer bem sua função. Segundo Almeida, (2001:17), para superar essa visão 
tradicional é necessário avançar para uma concepção de trabalho colaborativo na qual “o 
conhecimento se dá por visões sintetizadoras e de captação da visão do todo”. Segundo o 
autor, o que nos impõe reconhecer que não estamos sozinhos no mundo, isto é, que não existe 
apenas uma interpretação para os fatos. Pode-se concluir, portanto, que o indivíduo precisa 
desenvolver sua autonomia em relação ao grupo para: saber se posicionar, respeitar o 
conhecimento do outro, mostrar-se sem medo de ser coagido, saber repreender, aceitar as 
críticas como observações construtivas, confiar no grupo de trabalho, assumir 
responsabilidades, elaborar juntos as ideias, discuti-las, distinguir o que é importante para o 
indivíduo e para o grupo e reconhecer-se como um ser em constante construção. 
Outro aspecto relevante nessa discussão é o conceito e práticas de liderança de um grupo de 
trabalho colaborativo, pois, também aludem mudanças no que se refere ao fornecimento de 
informações ou ordens. O que implica passar a função de gestor de ações as quais visam um 
objetivo comum; isto é, sugere que o líder deve ser problematizador, organizador e 
estimulador de processos de trabalhos coletivos (esse aspecto de liderança colaborativa será 
fundamental para a construção e consolidação de Rede de Inovação em Gestão do Turismo). 
9 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Em síntese, é preciso considerar o trabalho colaborativo como uma forma interativa e criativa 
do indivíduo e relacionar com o mundo, tendo em vista a percepção integrada da realidade, o 
reconhecimento do outro como relevante para seu processo de coexistência, o estabelecimento 
de vínculos entre as dimensões teóricas (reflexão) e a prática (realidade), a consideração da 
realidade específica e contextualizada na elaboração do conhecimento, o reconhecimento do 
saber como um processo contínuo, a corresponsabilidade com a construção do projeto 
individual, organizacional e social, e, enfim, a participação plena e consciente em todos os 
processos da vida cotidiana. 
A inovação será o enfoque central da metodologia que orientará esse curso, pois se considera 
que um dos principais desafios da formação profissional de gestores públicos é introduzir 
transformações nas práticas pedagógicas, de modo a colocar o estudante-gestor em uma 
posição mais ativa e comprometida com uma formação crítica e contextualizada, que 
desenvolva competências para transformar, efetivamente, suas práticas profissionais. Neste 
sentido, buscar-se-á estimular e orientar os participantes a desenvolver competências para 
construírem, juntos, as bases de uma pedagogia cooperativa, aderente às novas mudanças das 
relações de trabalho e das modificações impostas ao Estado e a Administração Pública. 
Com esse propósito, espera-se atender ao objeto fundamental que caracteriza o Termo de 
Referência que fundamentou o desenho desse programa e curso, correspondente ao 
desenvolvimento de uma Rede de Inovação em Gestão do Turismo para o aperfeiçoamento 
das práticas de planejamento e gestão dos municípios turísticos do estado da Bahia. 
Nesse sentido, para alcançar os objetivos definidos nesse instrumento jurídico, especialmente 
o de integrar aproximadamente 100 municípios na Rede de Inovação, mediante o 
10 
1.1 Metodologia para a Concepção de uma Educação Colaborativa2 
2 Com base na TR que concebeu esse Programa e curso. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
desenvolvimento de ações de planejamento do turismo de forma colaborativa, 
construindo competências e disponibilizando recursos técnicos, necessários ao cumprimento 
do desafio de trabalhar de forma colaborativa, utilizando os recursos de uma rede de inovação 
em gestão. Com esse esforço, espera-se contribuir para a promoção do desenvolvimento 
social e econômico das municipalidades selecionadas e do estado da Bahia, através do uso dos 
recursos pedagógicos colaborativos disponíveis, com vistas a construir as bases para a 
implantação de uma formação continuada, em rede, de gestores municipais de turismo. 
Essa metodologia colaborativa terá como foco articular reflexão teórica e a ressignificação 
das práticas profissionais das administrações públicas municipais, com ênfase na gestão do 
turismo. Pelo exposto, o objetivo geral dessa proposta metodológica é implementar um 
processo cooperativo de formação profissional dos gestores públicos em turismo, como 
estratégia de intervenção pedagógica, a fim de subsidiar os participantes na compreensão do 
seu papel como sujeito de suas práticas, cabendo a ele, portanto, a responsabilidade de criar e 
recriar espaços de práticas de aprendizagem, através de um processo de reflexão individual e 
coletiva. Acredita-se que esse método contribuirá para que a função de educando seja 
concebida como uma atividade profissional que exige comprometimento e dedicação, como 
também, do modo como esse exercício se integre nas suas práticas profissionais cotidianas. 
Como objetivos específicos espera-se que essa metodologia colaborativa possibilite alcançar 
as seguintes metas: 
• Provocar nos participantes reflexões que venham ao encontro das necessidades de 
• Estimular o compartilhamento de experiências que os permitam discutir, refletir e 
transformar as práticas profissionais adotadas, favorecendo, assim, a compreensão e 
ressignificação permanente do cotidiano das atividades administrativas e cidadãs sob 
sua responsabilidade; 
11 
formação dos gestores; 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
• Contribuir para organização de novas situações de aprendizagem que envolva o 
desenvolvimento de práticas articuladas e cooperadas de formação em gestão do 
turismo. 
A fim de operacionalizar os escopos propostos acima, as atividades do curso (planejadas em 
formatos de oficinas, seminários e práticas em laboratórios) estimularão o desenvolvimento 
de análises reflexivas, estudos e investigação (com base na metodologia da pesquisa-ação – 
que será objeto de reflexão na próxima seção). Com esse propósito, espera-se construir as 
bases para que o Programa Rede de Inovação em Gestão do Turismo e o Curso de 
Aperfeiçoamento em Planejamento e Gestão Pública consolidem-se como uma formação 
inovadora que contribua, de fato, para a transformação das práticas profissionais em gestão 
pública e possam assumir, assim, o status de experiências exitosas de formação profissional 
em rede de inovação. A Escola de Administração da UFBA acredita que o sucesso desse 
empreendimento poderá servir de orientação para a agenda de programas/políticas de 
formação/capacitação profissional e também de valorização dos servidores. 
A concepção e implantação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo e do Curso de 
Aperfeiçoamento em Planejamento e Gestão Pública é um desafio para o governo do Estado, 
através da liderança da SETUR, bem como para os municípios selecionados, pois, exige, em 
primeiro lugar, reconhecer esse esforço como uma ação estratégica para a promoção do 
desenvolvimento do turismo sustentável no Estado. E, em segundo lugar, impõe desenvolver 
estratégias pedagógicas inovadoras compatíveis com as exigências da nova sociedade do 
conhecimento e voltadas para atender os desafios crescentes impostos ao Estado e a 
administração pública (em todas as esferas de governo). 
Nesse sentido, faz-se necessário (re)orientar as abordagens metodológicas, de modo a 
trabalhar não apenas os conteúdos teóricos e práticos que fundamentam a gestão pública, mas 
é fundamental, também, investir no processo comportamental dos participantes (gestores), 
solidificando as atitudes e habilidades necessárias para o aperfeiçoamento continuado das 
12 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
práticas de gestão para que possam, assim, transformar as competências aprendidas e 
apreendidas em entregas para a sociedade. 
Em síntese, criar e implantar um modelo diferenciado de capacitação colaborativa (como 
base para a implantação futura de um Programa ou Política de educação continuada) para 
atender ao perfil e necessidades dos gestores das zonas turísticas do estado da Bahia é o 
objetivo central desse curso. Assim como também se assume como meta complementar 
propiciar aos participantes metodologias que contribuam para que, a partir da identificação 
e análise das lacunas de competências individuais e organizacionais, possam (re)definir 
“trilhas de aprendizagem” para seu autodesenvolvimento e da organização onde atuam, 
tendo como base o conceito e prática de gestão em rede de cooperação. 
1.2 Metodologia de Pesquisa-Ação como base para o Desenvolvimento dos 
Esta seção abordará o conceito e métodos utilizados para o desenvolvimento de uma 
pesquisa-ação; assim como apresentará os objetivos do Plano de Gestão em Turismo (PGTs) 
que será o principal produto a ser elaborado pelos participantes para a conclusão do curso. 
Segundo Hernández e Ventura (1998), além da adoção de outra postura frente à produção do 
conhecimento, o trabalho colaborativo exige propiciar situações que sejam condizentes com a 
colaboração, a contextualização e a participação do grupo. Neste sentido, a articulação teoria-prática, 
segundo os autores, pode se realizar a partir do trabalho com projetos, o que significa 
que, a partir de um tema ou problema significativo da realidade do aprendiz/participante, pode 
haver uma convergência de conhecimentos que possibilite que se articule em saberes 
sistematizado em informações e pessoas, com o objetivo de estabelecer relações 
compreensivas, a partir daquela realidade específica. 
Nesse sentido, como o produto final desse curso é a elaboração e desenvolvimento de um 
13 
Projetos de Gestão em Turismo – PGTs 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Plano de Gestão em Turismo – PGT acredita-se que esse exercício oportunizará que os 
participantes desenvolvam competências em trabalho colaborativo, utilizando a Rede de 
Inovação em Turismo como instrumento substancial para construir possibilidades de 
produção, comunicação e troca de experiências. 
Como será destacado no capitulo 2 desse material referencial, o trabalho colaborativo dar-se-á 
por meio digital, explorando todas as possibilidades oferecidas pela tecnologia da informação. 
Neste caso, o domínio da ferramenta e o acesso à rede de internet são essenciais, mas não os 
únicos pré-requisitos para o desenvolvimento dos PGTs. Apesar de serem fundamentais, é 
preciso esclarecer que tanto o acesso a esses recursos e as habilidades técnicas quanto à 
interatividade do ambiente digital não garantem a produção do trabalho colaborativo, 
especialmente no que se refere à produção de Projetos e/ou Planos. Como desataca Moraes 
(1997), para que esse esforço compartilhado ocorra, são necessárias ações intencionais que 
dinamizem a produção articulada do grupo, considerando tanto o domínio tecnológico quanto 
a interação multidirecional (interações por textos, por debates em Fóruns no AVA, entre 
outros, conforme será destacado no próximo capítulo) entre os participantes para a formação 
de uma rede coletiva de trabalho e formação. 
Pesquisa-ação é definida, por Kemmis e Mc Taggart (1988, apud 
ELIA e SAMPAIO, 2001, p.248) como: 
(...) uma forma de investigação baseada em uma auto-reflexão 
coletiva empreendida pelos participantes de um 
grupo social de maneira a melhorar a racionalidade e a 
justiça de suas próprias práticas sociais e educacionais, 
como também o seu entendimento dessas práticas e de 
situações onde essas práticas acontecem. A abordagem é de 
uma pesquisa-ação apenas quando ela é colaborativa (...) 
14 
1.2.1 O que é Pesquisa-Ação? 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
A pesquisa-ação é caracterizada pela colaboração e negociação entre especialistas, 
profissionais e outros atores que integram o projeto de pesquisa interventiva. A integração 
colaborativa entre diversos atores interessados e comprometidos em resolver um problema 
(um desafio) possibilita romper com práticas centralizadoras, autoritárias de gestão, pois 
estimula que especialistas e práticos interajam em torno de um objetivo comum, sem que 
aqueles tentem preservar seus espaços de controle e autonomia do trabalho, e sem que os 
práticos necessitem validar suas ideias e teorias frente aos acadêmicos. 
A pesquisa-ação traz um aspecto inovador devido a três aspectos fundamentais: o caráter 
participativo, o impulso democrático e a contribuição à mudança social. Ademais essa 
metodologia tem comprovado beneficiar seus participantes por meio de processos de 
autoconhecimento e no estimulo a práticas educativas informa e ajuda nas transformações 
pedagógicas. 
Segundo Elliott (1997, p.15), a pesquisa-ação permite superar as 
lacunas existentes entre a teoria e a prática e os resultados 
ampliam as capacidades de compreensão dos aprendizes e 
também dos professores – que tem a oportunidade de inovar suas 
práticas. 
Aqui cabe esclarecer que a pesquisa-ação não deve ser confundida com um processo solitário 
de autoavaliação; mas se qualifica como uma prática reflexiva de ênfase social que se 
investiga e também pelo processo de se investigar sobre ela. Conforma ressalta Elliott (1997, 
p.17), a pesquisa-ação é um processo que se modifica continuamente em espirais de reflexão e 
ação, onde cada espiral inclui: 
 Aclarar e diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer 
15 
melhorar ou resolver; 
 Formular estratégias de ação; 
 Desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência; 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
A literatura reconhece que Kurt Lewin, em 1946, foi o primeiro autor conhecido a aplicar a 
pesquisa-ação em seu trabalho junto ao governo americano, no contexto do período pós-guerra. 
O objetivo da metodologia era investigar mudanças dos hábitos alimentares e de 
16 
 Ampliar a compreensão da nova situação; 
 Proceder aos mesmos passos para a nova situação prática. 
A imagem a seguir demonstra estas espirais: 
Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/espirais%20da%20pesquisa%20acao.jpg 
1.2.2 Bases da Pedagogia da Pesquisa Ação 
atitudes da população frente aos grupos éticos minoritários. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Na década de 80 do século passado, a pesquisa-ação absorve a perspectiva teórico-metodológica 
dialética, com ênfase na melhoria das práticas educativas. Nesse esforço, se 
Segundo os autores mencionados acima, quando se fala de pesquisa-ação refere-se a um tipo 
de pesquisa particular que se caracteriza basicamente por três conceituações diferentes: 
I. Pesquisa-ação colaborativa: a busca de transformação é solicitada por um grupo de 
II. Pesquisa-ação crítica: a transformação é decorrente de um processo que valoriza a 
III. Pesquisa-ação estratégica: a transformação é previamente planejada, sem a 
participação dos sujeitos, e o pesquisador acompanha os efeitos e avaliará seus 
resultados. 
Ao analisar as três conceituações indicadas acima, pode-se concluir que há algo em comum 
nas três definições que caracterizam a pesquisa-ação como um método, uma estratégia 
metodológica, que parte de uma situação social concreta a modificar, conforme aponta 
Mailhiot (1970), onde o pesquisador (no caso desse curso o estudante-gestor) deve assumir ao 
mesmo tempo o papel de pesquisador e participante do grupo. O que significa afirmar que ele 
pensa e atua em um processo de prática-social-reflexiva (Shon), buscando, desse modo, gerar 
um processo de reflexão-ação coletiva, em que o sujeito (pesquisador) fará parte da 
metodologia da investigação e deve, por essa razão, tomar consciência das transformações 
que ocorrem em si, no outro e no processo. 
17 
destacam os trabalhos de Elliot e Adelman (1973-1976). 
referência a uma dada equipe de pesquisadores. 
construção cognitiva da experiência, baseada em reflexão crítica coletiva. 
Segundo Kurt Lewin (1946), a pesquisa-ação envolve três fases de trabalho: 
I. Planejamento – reconhecimento da situação 
II. Tomada de decisão 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
 Nos casos em que o foco desloca-se para o produto da mudança e não mais para o 
 A pesquisa-ação é uma pesquisa pedagógica, a partir de princípios éticos que 
Cabe ressaltar, portanto, a pesquisa-ação é incompatível com a abordagem positivista, que, 
conforme concepção ideológica a ciência deve se apresentar como neutra e autônoma em 
relação à realidade social. Mas, ao negar a neutralidade científica, os autores aqui citados 
concordam que, do ponto de vista metodológico, a pesquisa-ação vai exigir do pesquisador e 
do grupo ao qual está inserido que a pesquisa seja permeada por uma dinâmica de princípios e 
práticas dialógicas, participativas e transformadoras. Deve, portanto, permitir ajustes e 
caminhar de acordo com as sínteses provisórias que vão se estabelecendo no grupo de estudo. 
O que significa, afinal, 
pesquisa-ação? 
Responder a essa questão implica, antes de tudo, reconhecer que se trata de uma metodologia 
diferenciada na qual impõe uma lógica inovadora pautada no trabalho e estudo colaborativo. 
O objetivo maior é, portanto, permitir conhecer as ações necessárias à compreensão dos 
processos que estruturam a pedagogia da mudança da práxis na investigação. A pesquisa-ação 
fundamenta-se, assim, no modelo do ‘agir comunicativo’ onde os pesquisadores podem ou 
não chegar a um saber compartilhado, esse resultado vai depender da capacidade de 
construção de redes que possibilitarão tecer uma estrutura interacional de confiança e 
comprometimento do grupo. 
18 
III. Encontro de fatos sobre os resultados da ação 
processo, perde-se, assim, o imbricamento entre pesquisa e ação. 
levam à contínua formação e emancipação de todos os sujeitos da prática. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Pelas razões desatacadas acima, Kurt Lewin (1946), Mailhiot (1970), dentre outros autores, 
destacam que as ações devem ser readequadas e renovadas por meio das espirais cíclicas. O 
que significa compreender que as ações do pesquisador (e do grupo) devem caminhar dentro 
de um modelo de ação comunicativa, com ênfase na garantia de expressão e participação de 
todos, garantido, desse modo, o alcance dos objetivos de uma pesquisa-ação. Em síntese, as 
ações dos participantes devem ser voltadas para a disponibilidade, a cooperação e o 
envolvimento do grupo. 
Como as dimensões da 
pesquisa e da ação se 
integram? 
Conforme aponta os estudos sobre o tema, a possibilidade de integração entre pesquisa e ação 
depende da associação íntima a uma proposta de ação coletiva. Nesse sentido, a pesquisa é 
indicada como instrumento para se alcançar a ação de intervenção desejada e esta (ação) passa 
a ser objeto de pesquisa. Assim, o processo de pesquisa-ação, representando a interação entre 
instrumento e objeto deve ser caracterizado pela concomitância, intercomunicação e 
interfecundidade entre pesquisa e ação. 
Como se estruturam 
processos pedagógicos 
para a pesquisa-ação? 
Este talvez seja um dos grandes desafios da pesquisa-ação, por exigir maiores esforços dos 
pesquisadores devido ao fato de ser um processo dinâmico e flexível. Com base na leitura de 
19 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
diversos autores, a exemplo de Barbier (2002), esses processos de aprendizagem podem ser 
divididos da seguinte forma: 
Mas como esse material referencial tem por objetivo apenas apresentar os fundamentos 
metodológicos e pedagógicos que orientarão o desenvolvimento do Programa e do curso. 
Deixaremos para caracterizar, aprofundar e discutir melhor esses processos no material que 
será elaborado como subsídio para o desenvolvimento da Oficina 3 do Eixo IV, referente a 
Orientação para o desenvolvimento dos Projetos de Gestão de Turismo – PGTs. 
Objetivo Geral 
O objetivo do Curso de Gestão Pública é realizar o aperfeiçoamento dos gestores de 
turismo dos municípios que integram as zonas turísticas do estado da Bahia para 
promover uma nova abordagem metodológica, com base nos princípios da educação 
colaborativa e com vistas a desenvolver competências profissionais nas áreas de 
gestão, planejamento, controle, monitoramento e avaliação de programas, políticas e 
projetos na área de turismo. 
20 
I. Construção da dinâmica do coletivo 
II. Ressignificação das espirais cíclicas 
III. Produção de conhecimento e socialização de saberes 
IV. Análise e avaliação das práticas 
V. Conscientização das novas dinâmicas compreensivas 
2 ESTRUTURA DO CURSO 
2.1 Objetivos do Curso 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Espera-se que ao final do Programa os participantes desenvolvam as seguintes 
capacidades: 
 Analisar criticamente as contradições e idiossincrasias que fundamentam a 
Gestão Pública brasileira e avaliar suas repercussões na formação e prática 
administrativa dos gestores municipais de turismo; 
 Gestionar todas as etapas que envolvem uma Política/Programa ou Projeto 
(elaboração, planejamento, controle, execução, comunicação, avaliação e 
encerramento), estimando recursos necessários para sua implementação e 
utilizando instrumentos que permitam facilitar os processos de trabalho; 
 Trabalhar em equipe, estimulando o estabelecimento de um ambiente de 
cooperação profissional e pessoal, de modo a garantir o sucesso dos projetos 
sob sua coordenação/responsabilidade, contribuindo, desse modo, para o 
alcance dos objetivos e metas do Plano de Turismo do município; 
 Reconhecer a responsabilidade que tem como gestores/servidores públicos e 
também como atores sociais que exercem um poder cujo maior desafio é 
contribuir para a melhoria do desempenho da Administração Pública do Estado 
da Bahia, contribuindo, assim, para uma maior articulação e integração intra e 
intergovernamental com vistas a melhorar a efetividade dos bens e serviços 
públicos disponibilizados à sociedade, com ênfase especial para as políticas de 
turismo; 
 Compreender o processo de formação profissional continuada como ação 
estratégica imprescindível para o alcance e consolidação da Modernização 
Administrativa do estado da Bahia da Bahia. 
21 
2.2 Objetivos de Aprendizagem 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
O curso está estruturado em Quatro Eixos de Aprendizagens, integrados e articulados 
entre si, conforme diretrizes definidas no Termo de Referência que orientou o desenho do 
Programa. Essa estrutura pedagógica tem por objetivo possibilitar aos Secretários e gestores 
municipais que atuam na área de turismo do Estado da Bahia uma formação 
socioprofissional reflexiva, que permita, conforme destaca Schon (1995) estabelecer uma 
afinidade positiva e proativa entre teoria-prática-teoria-prática. O objetivo desse percurso 
pedagógico é garantir aos participantes o desenvolvimento de competências que facilitem a 
compreensão das relações complexas que fundamentam e orientam a gestão pública 
brasileira na atualidade, com ênfase na gestão municipal do turismo. 
Conforme destacado no capítulo anterior, os princípios de uma formação socioprofissional 
reflexiva, que envolve uma articulação estreita e interdependente entre teoria e prática, 
impõe inovar em abordagens pedagógicas tendo como fundamento uma dinâmica que 
possibilita a formação colaborativa e o desenvolvimento de trabalho em rede. 
As atividades do curso serão realizadas de forma interligada e sequencial, conforme a ordem 
estabelecida no quadro 1 abaixo: 
Objetivos: 
 Mobilizar, sensibilizar e alinhar os atores institucionais e participantes envolvidos; 
 Promover nivelamento dos aspectos teórico-metodológicos que fundamentarão o programa; 
 Comprometer os participantes com o desenvolvimento, do programa, 
 Desenvolver metodologias específicas para o diagnóstico das competências profissionais e 
22 
2.3 Estrutura Pedagógica do Curso 
QUADRO 1 – PERCURSO PEDAGÓGICO 
EIXO DE APRENDIZAGEM I 
Sensibilização, Comprometimento e Planejamento do Curso de Capacitação. 
organizacionais dos municípios, visando a adequação dos instrumentos de gestão. 
Módulos/Atividades 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014 
Carga 
horária 
Oficina 1 – Sensibilização e mobilização dos participantes em Regiões selecionadas pela 08
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Objetivos: 
 Possibilitar que os participantes do Programa reconheçam os fundamentos teóricos e práticos da 
Administração Pública contemporânea, por meio de estudos analíticos que permitam uma visão ampla das 
relações históricas e complexas entre Estado, Governo e Sociedade; 
 Contribuir para uma compreensão atualizada acerca dos principais desafios e perspectivas a serem 
enfrentados pelo poder público municipal, com ênfase na política nos programas, projetos e ações 
turísticas. 
23 
SETUR 
Seminário de Abertura - Turismo Sustentável 08 
Oficina 2 – Fundamentos Metodológicos do Programa 08 
Oficina 3 – Metodologia de Governança de Redes de Cooperação 08 
Oficina 4 – Metodologia de Mapeamento de Competências Profissional e Organizacional 08 
Carga horária 40 
EIXO DE APRENDIZAGEM II 
Tendências Contemporâneas da Administração Pública Brasileira e as Singularidades da Gestão 
Municipal 
Atividades Carga 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014 
horária 
Seminário 2 – Cenário e Desafios da Administração Pública Brasileira e Baiana com 
Ênfase na Gestão do Turismo 
08 
Oficina 1 – Conceitos Fundamentais no Turismo 08 
Oficina 2 – Lei Geral do Turismo 12 
Carga horária 28 
EIXO DE APRENDIZAGEM III 
Novos Processos e Instrumentos de Gestão Pública 
Objetivos: 
 Reconhecer e analisar, de forma crítica e contextualizada, os novos processos e instrumentos de gestão 
que tem orientado a administração pública brasileira; 
 Identificar as principais influências dessas mudanças na gestão pública municipal; 
 Desenvolver competências práticas em gestão pública com vistas a contribuir, de forma efetiva, para o 
alcance da modernização administrativa municipal e melhoria continuada da qualidade dos bens e 
serviços disponibilizados a população. 
Atividades 
Carga 
horária 
Oficina – 1 - Planejamento Estratégico, Planejamento Governamental (PPA) e 
Orçamentação (LDO, LOA e LRF) – com base nas Leis nº 4.320 e nº 8.666 
16 
Oficina 2 – Monitoramento e Avaliação de Políticas na área de turismo 20
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
24 
Oficina 3 – Elaboração e Gestão de Projetos 16 
Oficina 4 – Convênios e Contratos: celebração, execução e prestação de contas com ênfase 
em captação de recursos – com base na Portaria nº 112/2013 e no SICONV 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014 
36 
Carga horaria 88 
EIXO DE APRENDIZAGEM IV 
Rede de Inovação em Gestão de Turismo 
Objetivos: 
 Possibilitar que os participantes do Programa estabeleçam relações entre as atividades profissionais e os 
conhecimentos e instrumentos de gestão trabalhados no curso, a partir do estabelecimento de uma maior 
integração e articulação entre teoria-prática; 
 Ajudar os participantes do Programa na identificação dos limites, desafios e possibilidades de atuação do 
município e/ou região na política de desenvolvimento do turismo do estado da Bahia; 
 Promover maior integração entre os participantes do Programa em torno do desafio comum de 
potencializar as políticas de apoio ao turismo no estado da Bahia, tendo a SETUR como articuladora desse 
processo. 
Disciplinas/Atividades 
Carga 
horária 
Oficina 1 – Aprendizagem e Inovação como Atributos Essenciais para a Modernização da 
Gestão Pública Municipal 
12 
Oficina 2 – Estudos de Boas Práticas em Gestão do Turismo 24 
Oficina 3 – Orientação para o desenvolvimento dos Projetos de Gestão de Turismo – 
PGTs. 
44 
Seminário 3 – Apresentação dos Projetos de Gestão de Turismo-PGTs desenvolvidos 
pelos cursistas (Encerramento do curso) 
12 
Carga horária 92 
Conforme indicado no Quadro 2, abaixo, o curso é semipresencial, sendo que da carga horária 
total 124 hs/atividades serão presenciais, realizadas mensalmente, conforme cronograma de 
aulas definidos abaixo, 24 hs/orientação do desenvolvimento dos Projetos de Gestão em 
Turismo PGT (laboratório) e 100 hs/atividades para as atividades a distância (AVA).
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
A partir da implantação da Rede de Inovação em Turismo será realizado um diagnóstico das 
competências individuais e organizacionais que servirá para (re)orientar as abordagens 
pedagógicas e o desenvolvimento do curso, especialmente a elaboração dos Planos de Gestão 
do Turismo dos municípios participantes, como produto principal. 
Para cumprir os objetivos definidos acima, o Programa proporcionará a construção, em 
parceria com a Comunidade Científica, de metodologia de implantação de rede de inovação 
em gestão do turismo com ênfase no desenvolvimento de competências administrativas, 
tomando como referência a análise estratégica do perfil das capacidades dos gestores e da 
administrações municipais participantes. Com base nesse diagnóstico será possível 
desenvolver tecnologias de gestão e gerência que explorem as potencialidades locais e 
25 
QUADRO 2 – Síntese da Carga Horária do Curso 
EIXOS ESTRUTURANTES 
CARGA HORÁRIA 
TEÓRICA LABORATÓRIO AVA 
EIXO I Sensibilização, comprometimento e 
planejamento do programa. 
32 - 8 
EIXO II Tendências contemporâneas da 
administração pública brasileira e as 
singularidades da gestão municipal. 
24 - 4 
EIXO III Novos processos e instrumentos de 
gestão pública 
32 24 32 
EIXO IV Implantação da Rede de Inovação em 
gestão de turismo. 36 - 56 
CARGA HORÁRIA TOTAL 
124 24 100 
248 
2.4 Metodologias Orientadoras das Atividades Presenciais do Curso 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
regionais, de modo que os produtos e subprodutos turísticos baianos alcancem maior 
competitividade no mercado regional, nacional e internacional. 
A operação das atividades previstas para a execução do curso, conforme já destacado, dar-se-á 
em duas etapas articuladas e integradas entre si; desenvolvimento de atividades presenciais e a 
distância. 
As atividades pedagógicas que orientarão o desenvolvimento das dinâmicas de ensino 
presenciais serão diversificadas, considerando, portanto, os objetivos de aprendizagem 
propostos e consoantes com as necessidades de cada unidade temática que integra o curso, 
destacando as seguintes metodologias: 
• Atividades expositivas: que serão utilizadas para contextualizar os conteúdos do 
curso, de modo a mobilizar as estruturas mentais dos participantes para que estes 
operem com os conceitos apresentados e discutidos na formação; 
• Atividades práticas: aplicação de exercícios onde os alunos identificarão em sua 
realidade, os conhecimentos prévios sobre referencias de aplicações práticas de sua 
vivência profissional, que podem mediar à compreensão crítica do assunto e 
problematizar a sua participação; 
• Atividades reflexivas: a partir de situações concretas (estudos de casos) discutidas 
com os participantes que tem por objetivo consolidar, por meio da aplicação prática, 
os conhecimentos adquiridos e habilidades desenvolvidas no incremento de conteúdos 
e/ou objetos de aprendizagem relacionados com a sua área de atuação profissional; 
• Atividades de soluções de problemas: apresentação e orientação aos participantes de 
metodologias que os ajudem a desenvolver competências para a resolução de 
problemas (reais), mobilizando-os para a busca de solução, utilizando os conceitos 
estudados e as reflexões realizadas durante a formação. 
• Atividades práticas (laboratoriais); estas atividades serão realizadas na área de 
26 
gestão do SICONV. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Em síntese, várias dinâmicas permearão o processo de ensino-aprendizagem por meio de 
atividades pedagógicas nos seguintes formatos: 
• O desenvolvimento de trabalhos para o incentivo e pesquisa, autoestudo de textos, 
vídeos, roteiros teóricos e práticos, casos e situações problema e demais materiais que 
possam servir como base para o melhor aproveitamento dos cursistas, contidos nos 
módulos do curso; 
• O funcionamento de cada unidade temática é baseado em discussões temáticas e 
atividades que provoquem e conduzam o cursista para a resolução de problemas, assim 
com para a criação de novas ideias em novos contextos de trabalho; 
• O desenvolvimento de trabalhos práticos, como entrevistas, trabalhos coletivos, fóruns 
de discussões, simulação de construção de projetos voltados para a realidade de forma 
que o cursista consiga reportar-se à realidade prática dos temas estudados e agregar o 
conhecimento e as habilidades adquiridas a uma realidade de trabalho concreto, na 
construção de soluções e aplicação em projetos para o seu município. 
Os participantes sempre serão situados na dinâmica de funcionamento do curso e no seu papel 
ativo diante do mesmo, sobretudo no que se refere ao apoio institucional diante do processo 
de acompanhamento e avaliação de cada unidade temática em questão. 
O material didático entregue aos participantes conterá o conteúdo do curso em formato 
impresso, além da disponibilização do mesmo conteúdo em ambiente virtual, conjuntamente a 
sua programação e agenda, de forma estruturada e com acesso totalmente interativo. 
A avaliação de aprendizagem será processual, considerando a participação dos alunos nas 
atividades desenvolvidas durante o curso (presenciais e a distancia) mediante a realização de 
tarefas, exercícios, leituras dirigidas e estudos de casos, etc., e o desempenho dos grupos de 
27 
2.5 Sistemáticas de Avaliação do curso 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
trabalho durante a elaboração dos PGTs (trabalho final do curso), estabelecendo relações com 
os conteúdos abordados em cada um dos temas fundamentais, com a finalidade de motivar a 
colaboração entre os participantes. 
A avaliação é um componente crítico para um programa educacional de sucesso. Neste curso 
optamos pela avaliação somativa: processo de avaliação final de um programa instrucional 
visando promover uma avaliação continuada de modo que os seus resultados possam 
melhorar o desenvolvimento e desempenho das atividades em curso. 
Estamos vivenciando um grande avanço tecnológico que vem facilitando a difusão de 
conhecimentos e contribuindo para a transmissão da informação de forma abrangente e veloz. 
A utilização dos computadores nas ciências em geral tem trazido grandes mudanças em 
diversas áreas como comércio, indústria, serviços de educação e no turismo. 
Segundo o Ministério do Turismo, todas as ações voltadas para o desenvolvimento do turismo 
no âmbito municipal, regional, estadual e nacional estão direcionadas no sentido de formar 
redes de serviços e de parcerias. De acordo com o Caderno de Turismo que aborda o tema 
“Formação de Redes”, as principais vantagens de se formar tramas são: 
28 
Podem ser citadas como instrumentos de avaliação as seguintes atividades: 
• Monitoramento do curso; 
• Análise do desempenho dos instrutores; 
• Análise do uso das mídias pelos alunos; 
• Teste da qualidade do material; 
• Efetividade do programa a distância; 
• Entre outros recursos 
2.6 Metodologias Orientadoras das Atividades a Distância 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Precisamos, portanto, nos preparar para lidar, da melhor forma possível, com as tecnologias 
neste novo cenário. Uma das tecnologias mais comum é a Internet (e, sem dúvida, a de maior 
impacto) que apresenta um significativo crescimento e vem se espalhando rapidamente pelos 
cantos mais distantes do planeta. A internet possibilita, portanto, a possibilidade de 
estabelecer uma comunicação universal com características de interatividade, 
hipertextualidade, conteúdo multimídia, ampla disponibilidade com baixo custo. 
As atuais descobertas científicas e o avanço tecnológico vêm obtendo, cada vez mais, 
participação no cotidiano dos indivíduos e coletividades. Esta nova realidade se reflete nas 
relações profissionais nas quais, a cada dia, torna-se mais presente o uso de tecnologias 
digitais. A Educação e, em especial a Educação a Distância (EAD), têm vivido importantes 
transformações em função da revolução e evolução tecnológica, o que nos leva a refletir sobre 
novas necessidades e concepções pedagógicas que tem sido adotada no ambiente educacional. 
Conforme já apontado no capítulo anterior, uma das principais características da educação 
tecnológica é a colaboração, permitindo, pois, que comunidades de estudantes e profissionais 
se articulem em redes com o propósito de aperfeiçoar tempo e recursos, bem como garantir a 
interatividade voltada à troca de experiências. 
29 
• A realização de atividades comuns; 
• O fortalecimento de laços, a fim de aumentar e ampliar a produtividade; 
• A redução de custos; 
• O acesso às inovações tecnológicas e aos novos mercados; 
• O maior poder de negociação e barganha; 
• A troca de experiências e de informações. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Nesse sentido, as tecnologias atuais que revestem os conteúdos educacionais e de treinamento 
possuem avançados recursos para estimular a atitude colaborativa entre os profissionais que 
estão estudando o mesmo tema ou similar. Este processo também desenvolve competências de 
colaboração e cooperação virtualmente, habilidades que vem sendo requisitadas nos últimos 
tempos para uma atuação profissional coletiva. 
As práticas educacionais baseadas em tecnologias são suportadas por métodos e técnicas 
pedagógicas consolidadas, no ensino por competências e estilos de aprendizagem 
diferenciados, os quais são sistemicamente integrados com as tecnologias da informação e 
comunicação; além de contar com recursos disponíveis nas chamadas novas mídias digitais e 
redes sociais. 
As estratégias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem que utilizam esses recursos 
tecnológicos são, portanto, diferenciados, pois permite considerar a diversificação da 
modalidade educacional presencial, virtual ou distribuída. Todos os programas e cursos 
desenvolvidos que incluem a modalidade presencial possuem os seus conteúdos e/ou objetos 
30 
Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/50/Network_Sociality.jpg/729px- 
Network_Sociality.jpg 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
de aprendizagem, além dos recursos de distribuição, interação e colaboração em repositórios 
digitais. 
A abordagem de EAD para este curso foi estruturada em seis etapas articuladas e integradas e 
busca fornecer aos gestores/alunos um processo de suporte técnico e pedagógico em até 24 
horas por e-mail e no AVA, através dos serviços de monitoria e tutoria. 
O curso possui carga horária de 100 horas à distância que será organizada em apoio às 
atividades presenciais em todos os Eixos de Aprendizagem que integram o curso. (como 
demonstra o quadro 2, indicado acima). 
Como decorrência da aprovação da então chamada nova LDB, em 1996, os recursos da EAD 
amplamente difundidos como modalidade de formação e como estratégia, foram incorporados 
pelas Instituições educacionais. As possibilidades das novas Tecnologias de Informação e 
Comunicação incentivam o rápido crescimento da EAD, como uma modalidade de ensino que 
permite aproximar o saber do aprendiz, levando em conta os limites individuais, as distâncias 
espacial, temporal, tecnológica e socioeconômica, promovem uma maior e mais rápida 
interação dos indivíduos com o meio ambiente. 
31 
2.6.1 Descrição das Etapas 
a) Estrutura Organizacional 
b) Planejamento 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
A abordagem interacionista tem origem na teoria sóciointeracionista de Vygotsky, conforme 
já destacado no capítulo anterior. Aqui cabe ressaltar novamente que o sóciointeracionismo 
permite que o processo de aprendizagem dos indivíduos se constitua a partir das relações com 
o outro e com a cultura; ou seja, a aprendizagem se dá a partir da interação. 
O formador, nesse caso, prioriza o incentivo à autonomia, criatividade, pensamento crítico e 
colaboração entre os alunos. Nesse sentido, destaca-se o papel do professor como “orientador 
e desafiador”, numa perspectiva em que, este deixa de ser apenas um provedor de 
informações e passa a ser um gerenciador de entendimento. O papel do professor é motivar o 
grupo e monitorar a participação dos alunos, considerando os objetivos e interesses coletivos. 
As estratégias pedagógicas para esta abordagem dão ênfase ao diálogo, às discussões coletivas 
e às atividades colaborativas, conforme já destacado acima. 
32 
Tabela 1: Modelo de Construção de Curso em EAD 
Tipo de Curso Design Implementação Interações Ambiente 
Necessidade dos Alunos 
Filosofia do Programa 
QUALITUR 
Diagnóstico de 
Competências 
Estratégia da SETUR 
para implementação da 
Rede de Inovação do 
Turismo 
Design 
Instrucional 
Planejamento do 
Curso 
Produção dos 
Materiais 
Estratégia de 
Avaliação 
Material Impresso 
Material Midiatizado 
Vídeo/Áudio 
Portal da Rede de 
Inovação do Turismo 
Gestores 
Instrutores 
Tutores 
Monitores 
Alunos 
Trabalho 
Residência 
Sala de Aula 
Laboratórios 
AVA 
Fonte: Adaptado de Moore  Kearsley 
c) Abordagem Pedagógica 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Segundo definição de Niskier (op. cit. in [LISBOA, 2002]), a 
EAD: 
(...) é a aprendizagem planejada que geralmente 
ocorre num local diferente do ensino e, por causa 
disso, requer técnicas especiais de desenho de curso, 
técnicas especiais de instrução, métodos especiais de 
comunicação através da eletrônica e outras 
tecnologias, bem como arranjos essenciais 
organizacionais e administrativos. 
Quanto ao conteúdo a ser trabalhado nesse modelo, o destaque está associado a propostas de 
desafios que venham incentivar a discussão e a produção do conhecimento no grupo de 
estudo. 
Optou-se por este modelo, por ser mais condizente com a perspectiva da EAD no contexto de 
Rede de Inovação, onde emergem possibilidades de comunicação multilateral ‘todos-todos’, 
de uma educação não linear em que cada sujeito tem a possibilidade, em que cada voz pode 
33 
Fonte: http://upload.wikimeida.org/wikipedia/commons/d/dc/Social_Network.png 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
ser a sua própria ou a do outro e não mais apenas daquele que detêm o poder ou o saber; com 
possibilidade de autoria, coautoria e de conteúdos abertos. 
Saiba mais sobre a abordagem acima lendo o texto: “A modelagem de unidades 
de aprendizagem usando recursos de Ambientes Virtuais”, disponível em: 
http://www.ggte.unicamp.br/ggte/ 
site_ggte/arquivos/publicacoes/Orientacoes2_04_10 _2007_final.pdf 
d) Outros critérios importantes que foram considerados no planejamento do Curso para 
as atividades à distância foram os seguintes: 
I. Análise da viabilidade; 
II. Alocação de recursos físicos e tecnológicos; 
III. Concepção de um Projeto Pedagógico que dê possibilidades de se criar uma equipe 
IV. Criação de um ambiente virtual, de fácil acesso, com interface amigável, com 
facilidade de manutenção e navegabilidade, capaz de controlar os cursos à distância e 
principalmente promover a interação entre os cursistas; 
V. Integração das atividades do Curso ao Portal da Rede como estratégia de divulgação. 
Para o planejamento das diversas unidades temáticas do curso várias escolhas foram feitas em 
função das limitações e potencialidades do projeto de cada unidade temática, assim como das 
competências dos instrutores e do tipo de conteúdo a ser trabalhado (conforme definido no 
Termo de Referência que orientou o desenho do Programa e curso). 
É importante ter em mente que assim como as tecnologias, os modelos de EAD não precisam 
ser olhados como excludentes. Um projeto a distância pode apresentar aspectos de modelos 
diferentes. Por exemplo, podemos utilizar um material produzido dentro de uma perspectiva 
instrucional com atividades que focam na colaboração. Claro que uma abordagem pedagógica 
principal irá nortear as escolhas a serem feitas, mas, junto a isso, outras variáveis irão 
influenciar as decisões da equipe de coordenação do curso. 
34 
multidisciplinar que promova o maior envolvimento de professore e alunos; 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Vale ressaltar, no que diz respeito à preparação dos conteúdos a serem trabalhados, que a 
tarefa enfrentada pelos instrutores desse curso não é tão distinta daquela enfrentada pelos 
instrutores que trabalham na modalidade presencial. 
Em ambas existe a necessidade de preparar um curso que desenvolva temas relevantes para 
uma determinada unidade temática, implementar propostas pedagógicas adequadas a cada 
contexto e necessidades dos alunos e conceber propostas de avaliação e desempenho 
condizentes com a proposta pedagógica do curso. 
A modalidade/tipo do curso foi definida a partir da interação entre a equipe da SETUR e os 
Consultores contratados. Podem ser destacadas as seguintes variáveis consideradas decisivas 
no momento da estruturação do curso: Necessidades dos Alunos, Filosofia do Programa 
QUALITUR, Propósitos da SETUR de trabalhar uma Rede de Inovação no Turismo e 
Estratégias Pedagógicas apresentadas pelos consultores. 
Uma vez estabelecido o plano inicial do curso na sua fase de Planejamento, a equipe gestora 
realizou o Diagnóstico Individual e Organizacional com o objetivo de delinear o perfil dos 
alunos e as necessidades (reais) dos Municípios. Após a avaliação dos Diagnósticos 
procedeu-se a adequação dos conteúdos para elaborar o desenho global do curso. Os materiais 
a serem disponibilizado para os alunos estão sendo selecionados criteriosamente para que os 
objetivos sejam alcançados. Os planos de ensino foram definidos a partir dos Eixos Temáticos 
e das mídias a serem utilizadas, a partir da estratégia de buscar, ao máximo, atender as 
demandas de capacitação dos alunos. 
Vejam abaixo as diferentes tecnologias e mídias que serão utilizadas no curso, na modalidade 
EAD: 
35 
2.6.2 Design do Curso 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Durante a Produção estão sendo criados procedimentos operacionais e técnicos que 
incorporem as tecnologias de EAD no processo de produção do material didático selecionado. 
A produção depende basicamente do design gerado que deve incluir: 
O instrutor responsável pela construção do conteúdo didático poderá também utilizar o AVA 
(Plataforma Moodle customizada para o curso) para orientar na execução das atividades 
pedagógicas da sua unidade temática, permitindo a adaptação de um método de ensino, além 
da realização de funções administrativas. 
A EAD proporciona ao aluno a possibilidade de estudo em novos ambientes de aprendizagem, 
liberando as pessoas da necessidade de frequentar uma sala de aula, um espaço fixo para 
estudo, ou seja, a educação pode ser levada onde o aluno quiser estudar. Não tendo mais 
espaço fixo para aprendizagem, o aluno fica livre para aprender quando e onde quiser. Estes 
podem ser considerados pontos-chave da flexibilidade que os cursos oferecidos à distância 
proporcionam aos seus alunos. 
36 
• E-Books 
• Atividades de orientação dirigida no AVA 
• Vídeo 
• Fóruns 
• Entre outras modalidades 
2.6.3 Produção 
• Editoração eletrônica do material selecionado; 
• Estabelecimento da interatividade do aluno; 
• Processamento e edição das mídias; 
• Definição da comunicação entre instrutor-aluno e aluno-aluno 
• Teste do sistema (ambiente) 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
Parte-se de um conceito muito simples: alunos e professores estão separados por certa 
distância e, às vezes, pelo tempo. A modalidade à distância modifica a ideia de que, para 
existir ensino, seria sempre necessário contar com a figura do professor em um mesmo local 
(sala de aula, trabalho, residência, centros de aprendizagem) que um grupo de alunos 
tradicionais. 
O Curso incorpora tecnologias que serão continuamente acompanhadas. Os 
gestores/consultores acompanharão a Aplicação do curso para garantir a sua operacionalidade 
durante todo o período em que as atividades estiverem ocorrendo. 
Algumas atividades como, divulgação, assinatura do termo de cooperação, diagnóstico, 
coordenação de matrículas e agendamento foram executadas antes do início do curso. 
Durante a Aplicação do curso, os gestores/consultores, deverão fornecer suporte aos 
instrutores, atuando da seguinte maneira: 
37 
2.6.4 Aplicação – Gerenciamento 
• Corrigindo problemas e implementando a comunicação; 
• Adicionando material ao curso; 
• Resolvendo problemas técnicos e operacionais. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
A cibercultura começa a se desenvolver a partir do momento em que os computadores saem 
do domínio dos grandes centros de processamento de dados - nas universidades e centros de 
pesquisas - e se transferem para as mesas dos cidadãos autônomos. Nessa direção, o curso 
atende aos requisitos da Cibercultura, na medida em que se tem a possibilidade de estar 
conectado em rede, podendo produzir e colaborar com os demais alunos que integram seu 
grupo de trabalho ou com outros grupos, assim como trocar mensagens com outros estudantes 
no interior de grupos, assim como participar de encontros virtuais e ter acesso às informações 
públicas disponibilizadas na rede, bem como construir e/ou participar de comunidades 
virtuais. 
38 
2.6.5 O Curso no Contexto da Cibercultura 
2.6.5.1 Conceitos Básicos 
Ciberespaço 
Segundo Pierre Levy (1993), 
“Também chamado de rede, o ciberespaço é o novo 
meio de comunicação que surge da interconexão 
mundial dos computadores.”. 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
39 
Cibercultura 
Segundo Pierre Levy (1993) , cibercultura 
“Conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de 
práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de 
valores que se desenvolvem juntamente com o 
ciberespaço.” 
Saiba mais. 
Vídeo de entrevista de Pierre Lèvy: 
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embeddedv=08rVXi55yje 
Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikimedia/commons/thumb/f/f1/Cibercultura.jpg/800px- 
Cibercultura.jpg 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
Fundamentos Metodológicos do Programa 
Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e 
Márcia Rangel 
O conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem, comumente conhecido como AVA, surge 
no contexto da educação na cibercultura e se constitui num recurso muito utilizado e discutido 
na educação mediada pelas tecnologias de informação e comunicação. Surgiram com o 
advento da internet e a evolução das TICs. 
Na contemporaneidade, a Educação a Distância (EAD) faz uso intenso dos ambientes virtuais, 
lançando mão do seu potencial de comunicação para ampliar as possibilidades de interação e 
colaboração entre os participantes de cursos online. Os AVA´s trazem a possibilidade de 
romper com as distâncias espaços-temporais, típicas da EAD. Mas, o nível de interação e 
colaboração vai SEMPRE depender da concepção de educação adotada em cada projeto e das 
escolhas pedagógicas que são feitas. 
Para entender o que é e como pode ser utilizado um ambiente virtual de aprendizagem, 
precisamos ter clareza do que entendemos por ambiente de aprendizagem. Podemos dizer que 
um ambiente de aprendizagem é um espaço onde se constrói conhecimento. Nessa 
perspectiva, a escola, o trabalho, a família, os espaços culturais, todos podem ser entendidos 
como ambientes de aprendizagem. 
Quando falamos em ambientes VIRTUAIS de aprendizagem, dois aspectos aparecem 
associados a este conceito: o elemento POTENCIAL e o elemento REDE. O potencial vem da 
definição filosófica de VIRTUAL – virtual entendido como problematização, como potência. 
E o elemento REDE diz respeito ao ciberespaço, à conexão em rede. 
40 
2.6.6 Ambientes Virtuais de Aprendizagem 
Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...
O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...
O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...Márcio Castro
 
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...ProfessorPrincipiante
 
Material complementar disciplina pós thiago felício]
Material complementar  disciplina pós    thiago felício]Material complementar  disciplina pós    thiago felício]
Material complementar disciplina pós thiago felício]TiagoFel1
 
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...ProfessorPrincipiante
 
A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...
A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...
A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...ProfessorPrincipiante
 
01 programa psicologia_(cursos_profissionais)
01 programa psicologia_(cursos_profissionais)01 programa psicologia_(cursos_profissionais)
01 programa psicologia_(cursos_profissionais)Micas Cullen
 
Projeto de pesquisa de mestrado
Projeto de pesquisa de mestradoProjeto de pesquisa de mestrado
Projeto de pesquisa de mestradoJose Arnaldo Silva
 
Projeto pesquisa mestrado
Projeto pesquisa mestradoProjeto pesquisa mestrado
Projeto pesquisa mestradoeduviecorr
 
Artigo: Domínio pessoal: o que é preciso descobrir antes de aprender
Artigo: Domínio pessoal: o que é preciso  descobrir antes de aprenderArtigo: Domínio pessoal: o que é preciso  descobrir antes de aprender
Artigo: Domínio pessoal: o que é preciso descobrir antes de aprenderPriscila Stuani
 
Referencial 20111018124117
Referencial 20111018124117Referencial 20111018124117
Referencial 20111018124117ben
 
A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...
A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...
A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...ProfessorPrincipiante
 
Subsídio de prepação livreto
Subsídio de prepação   livretoSubsídio de prepação   livreto
Subsídio de prepação livretoRafael Barros
 

La actualidad más candente (16)

O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...
O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...
O tutor-na-educacao-a-distancia-contribuicoes-da-motivacao-para-a-aprendizage...
 
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: PIBID E COMUNIDADES DE PR...
 
Material complementar disciplina pós thiago felício]
Material complementar  disciplina pós    thiago felício]Material complementar  disciplina pós    thiago felício]
Material complementar disciplina pós thiago felício]
 
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...
PROFESSORES SUPERVISORES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DO...
 
A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...
A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...
A FORMAÇÃO DO LICENCIADO EM PEDAGOGIA E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: CONSTRUINDO...
 
01 programa psicologia_(cursos_profissionais)
01 programa psicologia_(cursos_profissionais)01 programa psicologia_(cursos_profissionais)
01 programa psicologia_(cursos_profissionais)
 
Projeto de pesquisa de mestrado
Projeto de pesquisa de mestradoProjeto de pesquisa de mestrado
Projeto de pesquisa de mestrado
 
Projeto pesquisa mestrado
Projeto pesquisa mestradoProjeto pesquisa mestrado
Projeto pesquisa mestrado
 
Artigo: Domínio pessoal: o que é preciso descobrir antes de aprender
Artigo: Domínio pessoal: o que é preciso  descobrir antes de aprenderArtigo: Domínio pessoal: o que é preciso  descobrir antes de aprender
Artigo: Domínio pessoal: o que é preciso descobrir antes de aprender
 
Referencial 20111018124117
Referencial 20111018124117Referencial 20111018124117
Referencial 20111018124117
 
O planejamento em espiral jesus
O planejamento em espiral jesusO planejamento em espiral jesus
O planejamento em espiral jesus
 
A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...
A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...
A IMPORTÂNCIA DO BLOG PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES PRINCIPIANTES...
 
Reflexão Final
Reflexão FinalReflexão Final
Reflexão Final
 
Ae sec filosofia
Ae sec filosofiaAe sec filosofia
Ae sec filosofia
 
Subsídio de prepação livreto
Subsídio de prepação   livretoSubsídio de prepação   livreto
Subsídio de prepação livreto
 
ciclos
ciclosciclos
ciclos
 

Similar a Texto 1 fundamentos metodologicos do programa

Texto 1 fundamentos metodologicos do programa
Texto 1   fundamentos metodologicos do programaTexto 1   fundamentos metodologicos do programa
Texto 1 fundamentos metodologicos do programaKarlla Costa
 
#ppel7 by Jo@na Aprendizagem
#ppel7 by Jo@na Aprendizagem#ppel7 by Jo@na Aprendizagem
#ppel7 by Jo@na AprendizagemJosi Baioto
 
Helderpereira ava2015 relatorioi_mooc
Helderpereira ava2015 relatorioi_moocHelderpereira ava2015 relatorioi_mooc
Helderpereira ava2015 relatorioi_moocHélder Pereira
 
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIRPESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIRchristianceapcursos
 
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocxUm mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocxEstela Sales
 
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online Elizabeth Batista
 
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIRPESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIRchristianceapcursos
 
Apropriaçãoo das tecnologias um fenomeno em espiral
Apropriaçãoo das tecnologias  um fenomeno em espiralApropriaçãoo das tecnologias  um fenomeno em espiral
Apropriaçãoo das tecnologias um fenomeno em espiralDeusirene Magalhaes de Araujo
 
AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...
AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...
AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...cidacandine
 
vanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdf
vanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdfvanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdf
vanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdfRosanaSoaresdeLacerd
 
Organização dos cursos segundo o modelo de competências
Organização dos cursos segundo o modelo de competênciasOrganização dos cursos segundo o modelo de competências
Organização dos cursos segundo o modelo de competênciasInge Suhr
 
Projeto colaborativo na Plataforma Moodle
Projeto colaborativo na Plataforma Moodle Projeto colaborativo na Plataforma Moodle
Projeto colaborativo na Plataforma Moodle Fernando Rui Campos
 
Eduvirtua mod 2 ppt1
Eduvirtua mod 2 ppt1Eduvirtua mod 2 ppt1
Eduvirtua mod 2 ppt1Sandra Andrea
 
Grupo a atividade_is
Grupo a atividade_isGrupo a atividade_is
Grupo a atividade_isLuciana
 
Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...
Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...
Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...ANATED
 
Artigo em Gestão do trabalho coletivo
Artigo em Gestão do trabalho coletivoArtigo em Gestão do trabalho coletivo
Artigo em Gestão do trabalho coletivoJose Arnaldo Silva
 
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdfEDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf4444444444ada
 
Velhas ferramentas para novos tempos um sonho ou uma possibilidade
Velhas ferramentas para novos tempos   um sonho ou uma possibilidadeVelhas ferramentas para novos tempos   um sonho ou uma possibilidade
Velhas ferramentas para novos tempos um sonho ou uma possibilidadeAdroaldo Dallabrida
 

Similar a Texto 1 fundamentos metodologicos do programa (20)

Texto 1 fundamentos metodologicos do programa
Texto 1   fundamentos metodologicos do programaTexto 1   fundamentos metodologicos do programa
Texto 1 fundamentos metodologicos do programa
 
#ppel7 by Jo@na Aprendizagem
#ppel7 by Jo@na Aprendizagem#ppel7 by Jo@na Aprendizagem
#ppel7 by Jo@na Aprendizagem
 
Helderpereira ava2015 relatorioi_mooc
Helderpereira ava2015 relatorioi_moocHelderpereira ava2015 relatorioi_mooc
Helderpereira ava2015 relatorioi_mooc
 
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIRPESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
 
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocxUm mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
Um mix entre o aprendizado presencial e virtual estela s buenoetecgvdocx
 
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
Procedimentos e Critérios de Avaliação Pedagógica num Contexto Online
 
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIRPESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
PESQUISA PARTICIPATIVA: SABER PENSAR PARA INTERVIR
 
Apropriaçãoo das tecnologias um fenomeno em espiral
Apropriaçãoo das tecnologias  um fenomeno em espiralApropriaçãoo das tecnologias  um fenomeno em espiral
Apropriaçãoo das tecnologias um fenomeno em espiral
 
AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...
AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...
AS REFORMAS NAS DIRETRIZES CURRICULARES PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCA...
 
EVTdigital e CoP
EVTdigital e CoPEVTdigital e CoP
EVTdigital e CoP
 
vanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdf
vanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdfvanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdf
vanessajdasilva,+3630_3642_Aversa.pdf
 
Organização dos cursos segundo o modelo de competências
Organização dos cursos segundo o modelo de competênciasOrganização dos cursos segundo o modelo de competências
Organização dos cursos segundo o modelo de competências
 
Projeto colaborativo na Plataforma Moodle
Projeto colaborativo na Plataforma Moodle Projeto colaborativo na Plataforma Moodle
Projeto colaborativo na Plataforma Moodle
 
Eduvirtua mod 2 ppt1
Eduvirtua mod 2 ppt1Eduvirtua mod 2 ppt1
Eduvirtua mod 2 ppt1
 
Grupo a atividade_is
Grupo a atividade_isGrupo a atividade_is
Grupo a atividade_is
 
Problemática
ProblemáticaProblemática
Problemática
 
Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...
Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...
Formação Continuada para Professores: abordagem teórico-prática do cotidiano ...
 
Artigo em Gestão do trabalho coletivo
Artigo em Gestão do trabalho coletivoArtigo em Gestão do trabalho coletivo
Artigo em Gestão do trabalho coletivo
 
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdfEDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
 
Velhas ferramentas para novos tempos um sonho ou uma possibilidade
Velhas ferramentas para novos tempos   um sonho ou uma possibilidadeVelhas ferramentas para novos tempos   um sonho ou uma possibilidade
Velhas ferramentas para novos tempos um sonho ou uma possibilidade
 

Más de Karlla Costa

Certificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedin
Certificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedinCertificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedin
Certificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedinKarlla Costa
 
FACILITADORES DA APRENDIZAGEM
FACILITADORES DA APRENDIZAGEMFACILITADORES DA APRENDIZAGEM
FACILITADORES DA APRENDIZAGEMKarlla Costa
 
DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO
DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO  DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO
DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO Karlla Costa
 
FORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAIS
FORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAISFORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAIS
FORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAISKarlla Costa
 
Certificadoempreendedorismonaep
CertificadoempreendedorismonaepCertificadoempreendedorismonaep
CertificadoempreendedorismonaepKarlla Costa
 
Turismo e-hotelaria
Turismo e-hotelariaTurismo e-hotelaria
Turismo e-hotelariaKarlla Costa
 
CURSO ASSOCIATIVISMO 2
CURSO ASSOCIATIVISMO 2CURSO ASSOCIATIVISMO 2
CURSO ASSOCIATIVISMO 2Karlla Costa
 
CURSO ASSOCIATIVISMO 1
CURSO ASSOCIATIVISMO 1CURSO ASSOCIATIVISMO 1
CURSO ASSOCIATIVISMO 1Karlla Costa
 
Agricultura de precisao modulo 6
Agricultura de precisao modulo 6Agricultura de precisao modulo 6
Agricultura de precisao modulo 6Karlla Costa
 
Agricultura de precisao modulo 5
Agricultura de precisao modulo 5Agricultura de precisao modulo 5
Agricultura de precisao modulo 5Karlla Costa
 
Agricultura de precisao modulo 4
Agricultura de precisao modulo 4Agricultura de precisao modulo 4
Agricultura de precisao modulo 4Karlla Costa
 
Agricultura de precisao modulo 3
Agricultura de precisao modulo 3Agricultura de precisao modulo 3
Agricultura de precisao modulo 3Karlla Costa
 

Más de Karlla Costa (20)

Certificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedin
Certificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedinCertificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedin
Certificado deconclusao como aproveitar ao maximo o linkedin
 
Trabalho Remoto
Trabalho RemotoTrabalho Remoto
Trabalho Remoto
 
FACILITADORES DA APRENDIZAGEM
FACILITADORES DA APRENDIZAGEMFACILITADORES DA APRENDIZAGEM
FACILITADORES DA APRENDIZAGEM
 
DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO
DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO  DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO
DA VITIMIZAÇÃO A AÇÃO
 
PAA
PAAPAA
PAA
 
MROC
MROCMROC
MROC
 
FORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAIS
FORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAISFORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAIS
FORMAÇÃO DE CONTEUDISTAS PARA CURSOS VIRTUAIS
 
Certificadoempreendedorismonaep
CertificadoempreendedorismonaepCertificadoempreendedorismonaep
Certificadoempreendedorismonaep
 
Turismo e-hotelaria
Turismo e-hotelariaTurismo e-hotelaria
Turismo e-hotelaria
 
Agroturismo
AgroturismoAgroturismo
Agroturismo
 
ASSOCATIVISMO 5
ASSOCATIVISMO 5ASSOCATIVISMO 5
ASSOCATIVISMO 5
 
ASSOCIATIVISMO 5
ASSOCIATIVISMO 5ASSOCIATIVISMO 5
ASSOCIATIVISMO 5
 
ASSCIATIVISMO 4
ASSCIATIVISMO 4ASSCIATIVISMO 4
ASSCIATIVISMO 4
 
ASSOCIATIVISMO 3
ASSOCIATIVISMO 3ASSOCIATIVISMO 3
ASSOCIATIVISMO 3
 
CURSO ASSOCIATIVISMO 2
CURSO ASSOCIATIVISMO 2CURSO ASSOCIATIVISMO 2
CURSO ASSOCIATIVISMO 2
 
CURSO ASSOCIATIVISMO 1
CURSO ASSOCIATIVISMO 1CURSO ASSOCIATIVISMO 1
CURSO ASSOCIATIVISMO 1
 
Agricultura de precisao modulo 6
Agricultura de precisao modulo 6Agricultura de precisao modulo 6
Agricultura de precisao modulo 6
 
Agricultura de precisao modulo 5
Agricultura de precisao modulo 5Agricultura de precisao modulo 5
Agricultura de precisao modulo 5
 
Agricultura de precisao modulo 4
Agricultura de precisao modulo 4Agricultura de precisao modulo 4
Agricultura de precisao modulo 4
 
Agricultura de precisao modulo 3
Agricultura de precisao modulo 3Agricultura de precisao modulo 3
Agricultura de precisao modulo 3
 

Texto 1 fundamentos metodologicos do programa

  • 1. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO PROGRAMA DA REDE DE INOVAÇÃO EM GESTÃO DO TURISMO Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 2. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Esse texto referencial tem por objetivo clarificar a concepção metodológica e pedagógica que fundamentará o Programa Rede de Inovação em Gestão do Turismo e do Curso de Aperfeiçoamento em Gestão Pública com Ênfase no Turismo. Ele busca, também, ajudar você a começar a planejar seu processo de aprendizagem individual e coletiva. Um dos olhares que norteará as atividades de ensino-aprendizagem proposta para o desenvolvimento do curso é a formação colaborativa. Para isso, serão utilizadas situações de aprendizagem que articulem os grupos de gestores municipais. No primeiro capítulo deste material referencial, o trabalho colaborativo será visto a partir de duas perspectivas articuladas e imbricadas em um mesmo processo formativo: a primeira que se refere à concepção pedagógica e metodológica do curso; e outra referente à estrutura do curso, com ênfase na descrição das atividades presenciais e à distância. Inicialmente, vislumbra-se a integração de esforços dos diferentes gestores municipais que integram a Rede de Inovação em Gestão do Turismo, tomando como base as zonas turísticas ou outras formas correlatas de articulação de interesses e/ou vocação turística das municipalidades. Com esse esforço integrativo espera-se estimular o alcance dos objetivos e metas comuns para o bom desenvolvimento das atividades turísticas do estado da Bahia. No segundo momento, referente ao processo de capacitação profissional, questionam-se as tradicionais formas de transferência de conhecimentos e propõem-se metodologias mais interativas e criativas, com vistas a estimular uma maior integração e comprometimento dos participantes na construção de um processo de ensino-aprendizagem inovador. Com esse propósito, espera-se introduzir novos paradigmas educacionais compatíveis com os desafios da sociedade contemporânea, de modo a contribuir para uma mudança progressiva da cultura de capacitação/aperfeiçoamento de gestores públicos. Nesse sentido, o curso servirá como base tanto para a reflexão acerca das suas necessidades de capacitação, como também do trabalho colaborativo, proporcionado pelas experiências de 1 Prezado Aluno! Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 3. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel atuação como atores da Rede de Inovação em Gestão de Turismo, que induzirá os participantes e à equipe gestora realizar oportunidades de ações colaborativas ao longo do curso e também após a conclusão do mesmo. O material referencial está estruturado em duas partes integradas e articuladas: a primeira, referente ao conceito de trabalho e formação profissional colaborativa e integra dois subcapítulos: Metodologia de pesquisa-ação como base para o desenvolvimento dos Planos de Gestão do Turismo (PGTs) e Análise das Lacunas de Competências identificadas nos Diagnósticos Individual e Organizacional. A segunda, referente à apresentação da Estrutura da Capacitação, está estruturada também em duas subseções: Metodologia de Oficinas e Práticas Presenciais e Metodologia de EAD para Estudo no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Integram esse material, ainda, indicações de textos e outros recursos didáticos para aprofundamento das reflexões sobre os conteúdos e metodologias orientadores do curso, conforme será detalhado. 2 Bons estudos! Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 4. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Para nortear e provocar uma reflexão e discussão crítica sobre o conceito e práticas de formação Profissional colaborativa, que será a base teórica e metodológica orientadora desse curso, vamos inicialmente refletir sobre as seguintes questões: • O que é trabalho e formação colaborativa? • Que outros conceitos estão articulados e/ou integrados ao trabalho e a formação colaborativa? • Qual sua importância na formação profissional de gestores públicos na contemporaneidade? • Como o uso das novas tecnologias de formação em rede pode ajudar a desenvolver novas formas interativas de trabalho e formação colaborativa? • Como o trabalho e a formação colaborativa tem se configurado na formação dos gestores públicos (com ênfase na gestão municipal de turismo)? • Quais reflexões podem ser feitas a partir destes conceitos, de modo a possibilitar (re)orientar a participação de cada aluno no curso? Com base nessas questões serão apresentadas algumas reflexões breves sobre as relações entre os conceitos de ciência, trabalho, educação profissional e aprendizagem. O novo e complexo contexto social, econômico, político e cultural que marca as relações societárias na contemporaneidade exigem novas formas de compreensão crítica e ativa da realidade, impondo, assim, a substituição de enfoques fragmentários (pautados na especialização do 3 1 UMA APROXIMAÇÃO AOS CONCEITOS E ABORDAGENS METODOLÓGICAS SOBRE EDUCAÇÃO COLABORATIVA Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 5. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel conhecimento e produção social), por uma visão sistêmica e mais totalizante que permita uma compreensão mais objetiva dos fenômenos globais e locais com base na realidade global e local. Desse modo, pode-se concluir que a concepção de trabalho e educação fragmentada, que pautou a visão de ‘mundo-máquina’, iniciada na Idade Moderna (séculos XVI e XVII), por meio das revoluções científicas, marcada por uma visão de mundo determinista, fragmentado, mecânico, individualizado, baseado em verdades absolutas e fundamentado em uma visão dual da realidade – manifesto na separação da realidade exterior das vivências internas do indivíduo, da teoria da prática, do corpo da mente e do todo das partes, conforme destaca Moraes (1997). As profundas e revolucionárias transformações ocorridas, a partir das décadas de 70 e 80 do século passado, permitiram questionar fortemente a visão estável de mundo, as decisões centralizadas, as visões fragmentadas, a excessiva valorização da racionalidade e do individualismo. Conforme ressalta Moraes (1997), todos esses aspectos refletiram-se nos mais diferentes âmbitos da vida cotidiana da sociedade contemporânea. Para os objetivos desse material referencial, serão destacados apenas os impactos dessas mudanças no mundo do trabalho e da educação. A grande deformação do entendimento tradicional do mundo, do trabalho e, consequentemente, da educação, conforme já ressaltado, foi reforçar a separação entre o pensar e o agir. No campo da ciência administrativa essa visão significa a separação entre os âmbitos da gestão (concepção) e da gerência (operacionalização), dos atos e fatos administrativos, o que acaba por desvincular a compreensão do todo, enfatizando a rigidez e contribuindo, assim, para o conformismo dos indivíduos, a hierarquização e a compartimentalização do processo produtivo. Em síntese, a especialização das funções acabou por separar os responsáveis pela concepção e planejamento dos responsáveis pela execução do trabalho, formando, desse modo, uma grande maioria de profissionais cumpridoras de ordens – conhecidas como regimes de produção taylorista e fordista que 4 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 6. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel No que se refere à concepção de educação, Kuenzer (2003) compreende que, para cada etapa de desenvolvimento social e econômico, existe um projeto pedagógico, de modo que atenda à concepção de relações sociais dominantes. Para o autor, a velha escola privilegiou então, os conteúdos acadêmicos desvinculados da prática; o trabalho individual; a relação vertical entre professor-aluno; a hiperespecialização por meio da fragmentação do currículo; o rompimento entre pensamento e ação; a memorização e repetição de informações; algumas disciplinas em detrimento de outras; uma estrutura hermética, fechada à realidade, centralizadora, estável e destinada a uma população homogeneizada. A esse modelo teórico e metodológico de educação predominante nesse contexto, o autor ressalta que duas concepções de aprendizagem se fizeram predominantes nesse contexto: o Inatismo, que defende a ideia de que as capacidades básicas do ser humano já se encontram prontas desde o seu nascimento e o Empirismo, que reconhece a experiência como única fonte válida de conhecimento. Felizmente, essa visão mecanicista e fragmentada de mundo vem perdendo espaço, desde o final do século XIX, a partir dos avanços dos estudos da biologia, química e física. Com base nesse novo movimento científico assiste-se, conforme ressalta Moares (1997), a emergência de um paradigma comprometido com a superação do determinismo, imutabilidade, verdade absoluta, desintegração do mundo em pequenas partes e a descontextualização tão presentes na modernidade. Como alternativa emergem novas ideias com base nos conceitos de totalidade indivisa, pensamento sistêmico, mundo em holomovimento 1 , pensamento em processo, conhecimento em rede, unidade do conhecimento, teorias transitórias, auto-organização Esse novo mundo, denominado de sociedade do conhecimento e da informação vai, aos poucos, exigindo mudança no pensamento humano e que começa a transformar o cotidiano e 1 Holomovimento, segundo David Bohm, é a natureza básica da realidade de um processo dinâmico da totalidade que significa "uma única e inquebrantável integridade em movimento de fluxo". Tudo está ligado a tudo em fluxo dinâmico, cada parte do fluxo, dentro desta estrutura holográfica, contém o fluxo como um todo. O fluxo em si está em constante mudança processual. 5 tinham como princípio a divisão do trabalho manual e intelectual (Pennaforte, 2003). recursiva, integração do qualitativo ao quantificável. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 7. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel provocar profundas alterações nas mais variadas esferas da vida individual, organizacional e social. Esse movimento implica que estamos passando de um estágio de obediência cega à autoridade hierárquica, para assumir uma postura de questionamento, da assunção, progressiva, da substituição do pensamento homogêneo ao pensamento divergente, da mera repetição e cópia de modelos prontos à criação de novos conceitos e novas formas de existência individual e social, da centralização-descentralização do conhecimento e, enfim, do direcionamento à participação conjunta de propostas de interação e produção social. Ao avançarmos em direção a uma sociedade que privilegia não apenas a produção, mas também a informação e o conhecimento observa-se a crescente valorização da criatividade e da inovação. O que exige, por sua vez, a emergência de uma nova concepção de organização do trabalho fundamentado na produção em equipe. Esse novo paradigma demanda, portanto, uma nova compreensão de educação pautada em uma visão totalizante da realidade, privilegiando a interdisciplinaridade, o trabalho colaborativo, a relação horizontal entre os agentes educativos, a construção do conhecimento, o reconhecimento da relação entre as diversas disciplinas, a integração dos conhecimentos vinculada ao contexto e a realidade ao qual cada indivíduo está inserido. “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens educam-se entre si, mediados pelo mundo” (FREIRE, 1987: 52). Ao tomar como referência a visão e contribuição revolucionária de educação de Paulo Freire, deseja-se ressaltar, portanto, que as concepções de aprendizagem mais próximas a esse novo paradigma de relações sociais mais inclusivas são o construtivismo e o sócio-interacionismo. Com base nessa visão crítica freiriana é possível, pois, encontrar alternativas para superar a cultura ainda impregnada da nossa sociedade pautada na visão de que o conhecimento está no sujeito (Inatismo) ou no objeto (Empirismo), considerando, assim, a relação entre ambos o 6 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 8. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Nesse sentido, Becker (1993) ajuda a compreender melhor as diferenças entre esses dois conceitos ao argumentar que na visão construtivista, baseada nos estudos de Piaget, o conhecimento resulta das ações e interações do sujeito com o ambiente em que vive. E a concepção sócio-interacionista de aprendizagem, baseada nos estudos de Vygotsky, resgata o papel sócio-cultural, ou seja, a construção do conhecimento se realiza a partir das relações que o indivíduo estabelece na interação com o outro e com a cultura na qual está inserido. Em linhas gerais, a concepção de ensino-aprendizagem que pautará esse curso se fundamenta em um processo de construção de relações dinâmicas e dialéticas, ou seja, na interação do aprendiz (estudante) com o mundo e com os outros, o que permitirá que estruture o sentido e significação do processo individual e social de aprendizagem. Com base nessa breve reflexão sócio-histórica, é possível introduzir uma reflexão sobre o conceito de trabalho colaborativo compreendido como uma visão filosófica e sistêmica do mundo, na busca de superar a compartimentalização da realidade. Entretanto, é preciso esclarecer que trabalho colaborativo avança o esforço de executar uma tarefa, exige também a elaboração, em todos os níveis, desde a concepção (gestão), planejamento, participação, reflexão até a avaliação dos processos de trabalho. Nesse sentido, a concepção do trabalho colaborativo implica atuar conjuntamente tendo em vista alcançar um mesmo objetivo, uma mesma finalidade. Entretanto, esta atuação coletivo-colegiada precisa ser compreendida nos seus diferentes níveis, o que implica ver essa nova abordagem de relação de trabalho além da execução de atividades, mas, ao contrário, exige compreender essa interação também na elaboração e avaliação das ações conjuntas. Assim, a partir de um objetivo comum, acredita-se que dois ou mais indivíduos decidem integrar um grupo de trabalho para elaboração de um processo de planejamento, execução e avaliação de atividades. Aqui cabe ressaltar que, mesmo que a cada profissional caiba um papel específico, a visão de trabalho colaborativo, que implica conjunto e união de 7 fundamento para a aprendizagem. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 9. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel pensamento e execução de uma tarefa comum, não pode está subordinada a um tipo de trabalho fragmentado. Dessa forma, o trabalho colaborativo envolve a ação dos indivíduos no plano pessoal e coletivo. A participação de cada um auxilia, pois, na harmonia do conjunto tendo em vista o objetivo comum que os une. Como destaca Almeida (2001:23), na relação com o conhecimento, o trabalho colaborativo significa o reconhecimento de um processo de aprendizagem que não se dá somente de forma individual, mas “cada um é responsável pela própria aprendizagem e corresponsável pelo desenvolvimento do grupo”. Reinterpretando o autor, pode-se dizer que individual é a forma como cada um capta a realidade, mas a construção do conhecimento depende do contato com o outro, inclusive das interações com tudo que faz parte do meio. O que implica concluir que, a partir da forma como cada indivíduo interage com o meio e compreende a realidade socializa com o grupo e amplia as possibilidades de receber e/ou trocar informações com o outro. Essa dinâmica interativa e dialética possibilita, pois, que os indivíduos criem espaços criativos e interativos para reelaborar e colaborar, como uma forma mais ampla de compreender uma realidade cada vez mais complexa. Abordar o conceito e práticas de trabalho colaborativo implica falar também de um aspecto importante que é a necessidade de mudanças de atitudes. Essa reflexão é relevante porque, apesar do reconhecimento das mudanças advindas da sociedade do conhecimento, ainda estamos acostumados a cada um exercer funções específicas e a centralizar decisões para que outros possam cumprir as tarefas. Além disso, estamos acostumados a realizar trabalhos individuais o que gera como consequência que quando somos chamados a trabalhar em grupo a tendência natural é dividir as partes que cada um vai fazer. 8 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 10. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Quem nunca fez isso? Quem nunca recebeu ou passou informações prontas e acabadas para que outros memorizem e cumpram as funções? Esse é, portanto, um dos maiores desafios que o trabalho colaborativo tem a enfrentar, pois, não pode ser encarado como uma cadeia produtiva como uma linha de montagem onde cada um sabe fazer bem sua função. Segundo Almeida, (2001:17), para superar essa visão tradicional é necessário avançar para uma concepção de trabalho colaborativo na qual “o conhecimento se dá por visões sintetizadoras e de captação da visão do todo”. Segundo o autor, o que nos impõe reconhecer que não estamos sozinhos no mundo, isto é, que não existe apenas uma interpretação para os fatos. Pode-se concluir, portanto, que o indivíduo precisa desenvolver sua autonomia em relação ao grupo para: saber se posicionar, respeitar o conhecimento do outro, mostrar-se sem medo de ser coagido, saber repreender, aceitar as críticas como observações construtivas, confiar no grupo de trabalho, assumir responsabilidades, elaborar juntos as ideias, discuti-las, distinguir o que é importante para o indivíduo e para o grupo e reconhecer-se como um ser em constante construção. Outro aspecto relevante nessa discussão é o conceito e práticas de liderança de um grupo de trabalho colaborativo, pois, também aludem mudanças no que se refere ao fornecimento de informações ou ordens. O que implica passar a função de gestor de ações as quais visam um objetivo comum; isto é, sugere que o líder deve ser problematizador, organizador e estimulador de processos de trabalhos coletivos (esse aspecto de liderança colaborativa será fundamental para a construção e consolidação de Rede de Inovação em Gestão do Turismo). 9 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 11. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Em síntese, é preciso considerar o trabalho colaborativo como uma forma interativa e criativa do indivíduo e relacionar com o mundo, tendo em vista a percepção integrada da realidade, o reconhecimento do outro como relevante para seu processo de coexistência, o estabelecimento de vínculos entre as dimensões teóricas (reflexão) e a prática (realidade), a consideração da realidade específica e contextualizada na elaboração do conhecimento, o reconhecimento do saber como um processo contínuo, a corresponsabilidade com a construção do projeto individual, organizacional e social, e, enfim, a participação plena e consciente em todos os processos da vida cotidiana. A inovação será o enfoque central da metodologia que orientará esse curso, pois se considera que um dos principais desafios da formação profissional de gestores públicos é introduzir transformações nas práticas pedagógicas, de modo a colocar o estudante-gestor em uma posição mais ativa e comprometida com uma formação crítica e contextualizada, que desenvolva competências para transformar, efetivamente, suas práticas profissionais. Neste sentido, buscar-se-á estimular e orientar os participantes a desenvolver competências para construírem, juntos, as bases de uma pedagogia cooperativa, aderente às novas mudanças das relações de trabalho e das modificações impostas ao Estado e a Administração Pública. Com esse propósito, espera-se atender ao objeto fundamental que caracteriza o Termo de Referência que fundamentou o desenho desse programa e curso, correspondente ao desenvolvimento de uma Rede de Inovação em Gestão do Turismo para o aperfeiçoamento das práticas de planejamento e gestão dos municípios turísticos do estado da Bahia. Nesse sentido, para alcançar os objetivos definidos nesse instrumento jurídico, especialmente o de integrar aproximadamente 100 municípios na Rede de Inovação, mediante o 10 1.1 Metodologia para a Concepção de uma Educação Colaborativa2 2 Com base na TR que concebeu esse Programa e curso. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 12. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel desenvolvimento de ações de planejamento do turismo de forma colaborativa, construindo competências e disponibilizando recursos técnicos, necessários ao cumprimento do desafio de trabalhar de forma colaborativa, utilizando os recursos de uma rede de inovação em gestão. Com esse esforço, espera-se contribuir para a promoção do desenvolvimento social e econômico das municipalidades selecionadas e do estado da Bahia, através do uso dos recursos pedagógicos colaborativos disponíveis, com vistas a construir as bases para a implantação de uma formação continuada, em rede, de gestores municipais de turismo. Essa metodologia colaborativa terá como foco articular reflexão teórica e a ressignificação das práticas profissionais das administrações públicas municipais, com ênfase na gestão do turismo. Pelo exposto, o objetivo geral dessa proposta metodológica é implementar um processo cooperativo de formação profissional dos gestores públicos em turismo, como estratégia de intervenção pedagógica, a fim de subsidiar os participantes na compreensão do seu papel como sujeito de suas práticas, cabendo a ele, portanto, a responsabilidade de criar e recriar espaços de práticas de aprendizagem, através de um processo de reflexão individual e coletiva. Acredita-se que esse método contribuirá para que a função de educando seja concebida como uma atividade profissional que exige comprometimento e dedicação, como também, do modo como esse exercício se integre nas suas práticas profissionais cotidianas. Como objetivos específicos espera-se que essa metodologia colaborativa possibilite alcançar as seguintes metas: • Provocar nos participantes reflexões que venham ao encontro das necessidades de • Estimular o compartilhamento de experiências que os permitam discutir, refletir e transformar as práticas profissionais adotadas, favorecendo, assim, a compreensão e ressignificação permanente do cotidiano das atividades administrativas e cidadãs sob sua responsabilidade; 11 formação dos gestores; Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 13. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel • Contribuir para organização de novas situações de aprendizagem que envolva o desenvolvimento de práticas articuladas e cooperadas de formação em gestão do turismo. A fim de operacionalizar os escopos propostos acima, as atividades do curso (planejadas em formatos de oficinas, seminários e práticas em laboratórios) estimularão o desenvolvimento de análises reflexivas, estudos e investigação (com base na metodologia da pesquisa-ação – que será objeto de reflexão na próxima seção). Com esse propósito, espera-se construir as bases para que o Programa Rede de Inovação em Gestão do Turismo e o Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Gestão Pública consolidem-se como uma formação inovadora que contribua, de fato, para a transformação das práticas profissionais em gestão pública e possam assumir, assim, o status de experiências exitosas de formação profissional em rede de inovação. A Escola de Administração da UFBA acredita que o sucesso desse empreendimento poderá servir de orientação para a agenda de programas/políticas de formação/capacitação profissional e também de valorização dos servidores. A concepção e implantação da Rede de Inovação em Gestão do Turismo e do Curso de Aperfeiçoamento em Planejamento e Gestão Pública é um desafio para o governo do Estado, através da liderança da SETUR, bem como para os municípios selecionados, pois, exige, em primeiro lugar, reconhecer esse esforço como uma ação estratégica para a promoção do desenvolvimento do turismo sustentável no Estado. E, em segundo lugar, impõe desenvolver estratégias pedagógicas inovadoras compatíveis com as exigências da nova sociedade do conhecimento e voltadas para atender os desafios crescentes impostos ao Estado e a administração pública (em todas as esferas de governo). Nesse sentido, faz-se necessário (re)orientar as abordagens metodológicas, de modo a trabalhar não apenas os conteúdos teóricos e práticos que fundamentam a gestão pública, mas é fundamental, também, investir no processo comportamental dos participantes (gestores), solidificando as atitudes e habilidades necessárias para o aperfeiçoamento continuado das 12 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 14. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel práticas de gestão para que possam, assim, transformar as competências aprendidas e apreendidas em entregas para a sociedade. Em síntese, criar e implantar um modelo diferenciado de capacitação colaborativa (como base para a implantação futura de um Programa ou Política de educação continuada) para atender ao perfil e necessidades dos gestores das zonas turísticas do estado da Bahia é o objetivo central desse curso. Assim como também se assume como meta complementar propiciar aos participantes metodologias que contribuam para que, a partir da identificação e análise das lacunas de competências individuais e organizacionais, possam (re)definir “trilhas de aprendizagem” para seu autodesenvolvimento e da organização onde atuam, tendo como base o conceito e prática de gestão em rede de cooperação. 1.2 Metodologia de Pesquisa-Ação como base para o Desenvolvimento dos Esta seção abordará o conceito e métodos utilizados para o desenvolvimento de uma pesquisa-ação; assim como apresentará os objetivos do Plano de Gestão em Turismo (PGTs) que será o principal produto a ser elaborado pelos participantes para a conclusão do curso. Segundo Hernández e Ventura (1998), além da adoção de outra postura frente à produção do conhecimento, o trabalho colaborativo exige propiciar situações que sejam condizentes com a colaboração, a contextualização e a participação do grupo. Neste sentido, a articulação teoria-prática, segundo os autores, pode se realizar a partir do trabalho com projetos, o que significa que, a partir de um tema ou problema significativo da realidade do aprendiz/participante, pode haver uma convergência de conhecimentos que possibilite que se articule em saberes sistematizado em informações e pessoas, com o objetivo de estabelecer relações compreensivas, a partir daquela realidade específica. Nesse sentido, como o produto final desse curso é a elaboração e desenvolvimento de um 13 Projetos de Gestão em Turismo – PGTs Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 15. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Plano de Gestão em Turismo – PGT acredita-se que esse exercício oportunizará que os participantes desenvolvam competências em trabalho colaborativo, utilizando a Rede de Inovação em Turismo como instrumento substancial para construir possibilidades de produção, comunicação e troca de experiências. Como será destacado no capitulo 2 desse material referencial, o trabalho colaborativo dar-se-á por meio digital, explorando todas as possibilidades oferecidas pela tecnologia da informação. Neste caso, o domínio da ferramenta e o acesso à rede de internet são essenciais, mas não os únicos pré-requisitos para o desenvolvimento dos PGTs. Apesar de serem fundamentais, é preciso esclarecer que tanto o acesso a esses recursos e as habilidades técnicas quanto à interatividade do ambiente digital não garantem a produção do trabalho colaborativo, especialmente no que se refere à produção de Projetos e/ou Planos. Como desataca Moraes (1997), para que esse esforço compartilhado ocorra, são necessárias ações intencionais que dinamizem a produção articulada do grupo, considerando tanto o domínio tecnológico quanto a interação multidirecional (interações por textos, por debates em Fóruns no AVA, entre outros, conforme será destacado no próximo capítulo) entre os participantes para a formação de uma rede coletiva de trabalho e formação. Pesquisa-ação é definida, por Kemmis e Mc Taggart (1988, apud ELIA e SAMPAIO, 2001, p.248) como: (...) uma forma de investigação baseada em uma auto-reflexão coletiva empreendida pelos participantes de um grupo social de maneira a melhorar a racionalidade e a justiça de suas próprias práticas sociais e educacionais, como também o seu entendimento dessas práticas e de situações onde essas práticas acontecem. A abordagem é de uma pesquisa-ação apenas quando ela é colaborativa (...) 14 1.2.1 O que é Pesquisa-Ação? Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 16. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel A pesquisa-ação é caracterizada pela colaboração e negociação entre especialistas, profissionais e outros atores que integram o projeto de pesquisa interventiva. A integração colaborativa entre diversos atores interessados e comprometidos em resolver um problema (um desafio) possibilita romper com práticas centralizadoras, autoritárias de gestão, pois estimula que especialistas e práticos interajam em torno de um objetivo comum, sem que aqueles tentem preservar seus espaços de controle e autonomia do trabalho, e sem que os práticos necessitem validar suas ideias e teorias frente aos acadêmicos. A pesquisa-ação traz um aspecto inovador devido a três aspectos fundamentais: o caráter participativo, o impulso democrático e a contribuição à mudança social. Ademais essa metodologia tem comprovado beneficiar seus participantes por meio de processos de autoconhecimento e no estimulo a práticas educativas informa e ajuda nas transformações pedagógicas. Segundo Elliott (1997, p.15), a pesquisa-ação permite superar as lacunas existentes entre a teoria e a prática e os resultados ampliam as capacidades de compreensão dos aprendizes e também dos professores – que tem a oportunidade de inovar suas práticas. Aqui cabe esclarecer que a pesquisa-ação não deve ser confundida com um processo solitário de autoavaliação; mas se qualifica como uma prática reflexiva de ênfase social que se investiga e também pelo processo de se investigar sobre ela. Conforma ressalta Elliott (1997, p.17), a pesquisa-ação é um processo que se modifica continuamente em espirais de reflexão e ação, onde cada espiral inclui: Aclarar e diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer 15 melhorar ou resolver; Formular estratégias de ação; Desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência; Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 17. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel A literatura reconhece que Kurt Lewin, em 1946, foi o primeiro autor conhecido a aplicar a pesquisa-ação em seu trabalho junto ao governo americano, no contexto do período pós-guerra. O objetivo da metodologia era investigar mudanças dos hábitos alimentares e de 16 Ampliar a compreensão da nova situação; Proceder aos mesmos passos para a nova situação prática. A imagem a seguir demonstra estas espirais: Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/espirais%20da%20pesquisa%20acao.jpg 1.2.2 Bases da Pedagogia da Pesquisa Ação atitudes da população frente aos grupos éticos minoritários. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 18. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Na década de 80 do século passado, a pesquisa-ação absorve a perspectiva teórico-metodológica dialética, com ênfase na melhoria das práticas educativas. Nesse esforço, se Segundo os autores mencionados acima, quando se fala de pesquisa-ação refere-se a um tipo de pesquisa particular que se caracteriza basicamente por três conceituações diferentes: I. Pesquisa-ação colaborativa: a busca de transformação é solicitada por um grupo de II. Pesquisa-ação crítica: a transformação é decorrente de um processo que valoriza a III. Pesquisa-ação estratégica: a transformação é previamente planejada, sem a participação dos sujeitos, e o pesquisador acompanha os efeitos e avaliará seus resultados. Ao analisar as três conceituações indicadas acima, pode-se concluir que há algo em comum nas três definições que caracterizam a pesquisa-ação como um método, uma estratégia metodológica, que parte de uma situação social concreta a modificar, conforme aponta Mailhiot (1970), onde o pesquisador (no caso desse curso o estudante-gestor) deve assumir ao mesmo tempo o papel de pesquisador e participante do grupo. O que significa afirmar que ele pensa e atua em um processo de prática-social-reflexiva (Shon), buscando, desse modo, gerar um processo de reflexão-ação coletiva, em que o sujeito (pesquisador) fará parte da metodologia da investigação e deve, por essa razão, tomar consciência das transformações que ocorrem em si, no outro e no processo. 17 destacam os trabalhos de Elliot e Adelman (1973-1976). referência a uma dada equipe de pesquisadores. construção cognitiva da experiência, baseada em reflexão crítica coletiva. Segundo Kurt Lewin (1946), a pesquisa-ação envolve três fases de trabalho: I. Planejamento – reconhecimento da situação II. Tomada de decisão Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 19. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Nos casos em que o foco desloca-se para o produto da mudança e não mais para o A pesquisa-ação é uma pesquisa pedagógica, a partir de princípios éticos que Cabe ressaltar, portanto, a pesquisa-ação é incompatível com a abordagem positivista, que, conforme concepção ideológica a ciência deve se apresentar como neutra e autônoma em relação à realidade social. Mas, ao negar a neutralidade científica, os autores aqui citados concordam que, do ponto de vista metodológico, a pesquisa-ação vai exigir do pesquisador e do grupo ao qual está inserido que a pesquisa seja permeada por uma dinâmica de princípios e práticas dialógicas, participativas e transformadoras. Deve, portanto, permitir ajustes e caminhar de acordo com as sínteses provisórias que vão se estabelecendo no grupo de estudo. O que significa, afinal, pesquisa-ação? Responder a essa questão implica, antes de tudo, reconhecer que se trata de uma metodologia diferenciada na qual impõe uma lógica inovadora pautada no trabalho e estudo colaborativo. O objetivo maior é, portanto, permitir conhecer as ações necessárias à compreensão dos processos que estruturam a pedagogia da mudança da práxis na investigação. A pesquisa-ação fundamenta-se, assim, no modelo do ‘agir comunicativo’ onde os pesquisadores podem ou não chegar a um saber compartilhado, esse resultado vai depender da capacidade de construção de redes que possibilitarão tecer uma estrutura interacional de confiança e comprometimento do grupo. 18 III. Encontro de fatos sobre os resultados da ação processo, perde-se, assim, o imbricamento entre pesquisa e ação. levam à contínua formação e emancipação de todos os sujeitos da prática. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 20. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Pelas razões desatacadas acima, Kurt Lewin (1946), Mailhiot (1970), dentre outros autores, destacam que as ações devem ser readequadas e renovadas por meio das espirais cíclicas. O que significa compreender que as ações do pesquisador (e do grupo) devem caminhar dentro de um modelo de ação comunicativa, com ênfase na garantia de expressão e participação de todos, garantido, desse modo, o alcance dos objetivos de uma pesquisa-ação. Em síntese, as ações dos participantes devem ser voltadas para a disponibilidade, a cooperação e o envolvimento do grupo. Como as dimensões da pesquisa e da ação se integram? Conforme aponta os estudos sobre o tema, a possibilidade de integração entre pesquisa e ação depende da associação íntima a uma proposta de ação coletiva. Nesse sentido, a pesquisa é indicada como instrumento para se alcançar a ação de intervenção desejada e esta (ação) passa a ser objeto de pesquisa. Assim, o processo de pesquisa-ação, representando a interação entre instrumento e objeto deve ser caracterizado pela concomitância, intercomunicação e interfecundidade entre pesquisa e ação. Como se estruturam processos pedagógicos para a pesquisa-ação? Este talvez seja um dos grandes desafios da pesquisa-ação, por exigir maiores esforços dos pesquisadores devido ao fato de ser um processo dinâmico e flexível. Com base na leitura de 19 Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 21. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel diversos autores, a exemplo de Barbier (2002), esses processos de aprendizagem podem ser divididos da seguinte forma: Mas como esse material referencial tem por objetivo apenas apresentar os fundamentos metodológicos e pedagógicos que orientarão o desenvolvimento do Programa e do curso. Deixaremos para caracterizar, aprofundar e discutir melhor esses processos no material que será elaborado como subsídio para o desenvolvimento da Oficina 3 do Eixo IV, referente a Orientação para o desenvolvimento dos Projetos de Gestão de Turismo – PGTs. Objetivo Geral O objetivo do Curso de Gestão Pública é realizar o aperfeiçoamento dos gestores de turismo dos municípios que integram as zonas turísticas do estado da Bahia para promover uma nova abordagem metodológica, com base nos princípios da educação colaborativa e com vistas a desenvolver competências profissionais nas áreas de gestão, planejamento, controle, monitoramento e avaliação de programas, políticas e projetos na área de turismo. 20 I. Construção da dinâmica do coletivo II. Ressignificação das espirais cíclicas III. Produção de conhecimento e socialização de saberes IV. Análise e avaliação das práticas V. Conscientização das novas dinâmicas compreensivas 2 ESTRUTURA DO CURSO 2.1 Objetivos do Curso Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 22. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Espera-se que ao final do Programa os participantes desenvolvam as seguintes capacidades: Analisar criticamente as contradições e idiossincrasias que fundamentam a Gestão Pública brasileira e avaliar suas repercussões na formação e prática administrativa dos gestores municipais de turismo; Gestionar todas as etapas que envolvem uma Política/Programa ou Projeto (elaboração, planejamento, controle, execução, comunicação, avaliação e encerramento), estimando recursos necessários para sua implementação e utilizando instrumentos que permitam facilitar os processos de trabalho; Trabalhar em equipe, estimulando o estabelecimento de um ambiente de cooperação profissional e pessoal, de modo a garantir o sucesso dos projetos sob sua coordenação/responsabilidade, contribuindo, desse modo, para o alcance dos objetivos e metas do Plano de Turismo do município; Reconhecer a responsabilidade que tem como gestores/servidores públicos e também como atores sociais que exercem um poder cujo maior desafio é contribuir para a melhoria do desempenho da Administração Pública do Estado da Bahia, contribuindo, assim, para uma maior articulação e integração intra e intergovernamental com vistas a melhorar a efetividade dos bens e serviços públicos disponibilizados à sociedade, com ênfase especial para as políticas de turismo; Compreender o processo de formação profissional continuada como ação estratégica imprescindível para o alcance e consolidação da Modernização Administrativa do estado da Bahia da Bahia. 21 2.2 Objetivos de Aprendizagem Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 23. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel O curso está estruturado em Quatro Eixos de Aprendizagens, integrados e articulados entre si, conforme diretrizes definidas no Termo de Referência que orientou o desenho do Programa. Essa estrutura pedagógica tem por objetivo possibilitar aos Secretários e gestores municipais que atuam na área de turismo do Estado da Bahia uma formação socioprofissional reflexiva, que permita, conforme destaca Schon (1995) estabelecer uma afinidade positiva e proativa entre teoria-prática-teoria-prática. O objetivo desse percurso pedagógico é garantir aos participantes o desenvolvimento de competências que facilitem a compreensão das relações complexas que fundamentam e orientam a gestão pública brasileira na atualidade, com ênfase na gestão municipal do turismo. Conforme destacado no capítulo anterior, os princípios de uma formação socioprofissional reflexiva, que envolve uma articulação estreita e interdependente entre teoria e prática, impõe inovar em abordagens pedagógicas tendo como fundamento uma dinâmica que possibilita a formação colaborativa e o desenvolvimento de trabalho em rede. As atividades do curso serão realizadas de forma interligada e sequencial, conforme a ordem estabelecida no quadro 1 abaixo: Objetivos: Mobilizar, sensibilizar e alinhar os atores institucionais e participantes envolvidos; Promover nivelamento dos aspectos teórico-metodológicos que fundamentarão o programa; Comprometer os participantes com o desenvolvimento, do programa, Desenvolver metodologias específicas para o diagnóstico das competências profissionais e 22 2.3 Estrutura Pedagógica do Curso QUADRO 1 – PERCURSO PEDAGÓGICO EIXO DE APRENDIZAGEM I Sensibilização, Comprometimento e Planejamento do Curso de Capacitação. organizacionais dos municípios, visando a adequação dos instrumentos de gestão. Módulos/Atividades Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014 Carga horária Oficina 1 – Sensibilização e mobilização dos participantes em Regiões selecionadas pela 08
  • 24. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Objetivos: Possibilitar que os participantes do Programa reconheçam os fundamentos teóricos e práticos da Administração Pública contemporânea, por meio de estudos analíticos que permitam uma visão ampla das relações históricas e complexas entre Estado, Governo e Sociedade; Contribuir para uma compreensão atualizada acerca dos principais desafios e perspectivas a serem enfrentados pelo poder público municipal, com ênfase na política nos programas, projetos e ações turísticas. 23 SETUR Seminário de Abertura - Turismo Sustentável 08 Oficina 2 – Fundamentos Metodológicos do Programa 08 Oficina 3 – Metodologia de Governança de Redes de Cooperação 08 Oficina 4 – Metodologia de Mapeamento de Competências Profissional e Organizacional 08 Carga horária 40 EIXO DE APRENDIZAGEM II Tendências Contemporâneas da Administração Pública Brasileira e as Singularidades da Gestão Municipal Atividades Carga Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014 horária Seminário 2 – Cenário e Desafios da Administração Pública Brasileira e Baiana com Ênfase na Gestão do Turismo 08 Oficina 1 – Conceitos Fundamentais no Turismo 08 Oficina 2 – Lei Geral do Turismo 12 Carga horária 28 EIXO DE APRENDIZAGEM III Novos Processos e Instrumentos de Gestão Pública Objetivos: Reconhecer e analisar, de forma crítica e contextualizada, os novos processos e instrumentos de gestão que tem orientado a administração pública brasileira; Identificar as principais influências dessas mudanças na gestão pública municipal; Desenvolver competências práticas em gestão pública com vistas a contribuir, de forma efetiva, para o alcance da modernização administrativa municipal e melhoria continuada da qualidade dos bens e serviços disponibilizados a população. Atividades Carga horária Oficina – 1 - Planejamento Estratégico, Planejamento Governamental (PPA) e Orçamentação (LDO, LOA e LRF) – com base nas Leis nº 4.320 e nº 8.666 16 Oficina 2 – Monitoramento e Avaliação de Políticas na área de turismo 20
  • 25. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel 24 Oficina 3 – Elaboração e Gestão de Projetos 16 Oficina 4 – Convênios e Contratos: celebração, execução e prestação de contas com ênfase em captação de recursos – com base na Portaria nº 112/2013 e no SICONV Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014 36 Carga horaria 88 EIXO DE APRENDIZAGEM IV Rede de Inovação em Gestão de Turismo Objetivos: Possibilitar que os participantes do Programa estabeleçam relações entre as atividades profissionais e os conhecimentos e instrumentos de gestão trabalhados no curso, a partir do estabelecimento de uma maior integração e articulação entre teoria-prática; Ajudar os participantes do Programa na identificação dos limites, desafios e possibilidades de atuação do município e/ou região na política de desenvolvimento do turismo do estado da Bahia; Promover maior integração entre os participantes do Programa em torno do desafio comum de potencializar as políticas de apoio ao turismo no estado da Bahia, tendo a SETUR como articuladora desse processo. Disciplinas/Atividades Carga horária Oficina 1 – Aprendizagem e Inovação como Atributos Essenciais para a Modernização da Gestão Pública Municipal 12 Oficina 2 – Estudos de Boas Práticas em Gestão do Turismo 24 Oficina 3 – Orientação para o desenvolvimento dos Projetos de Gestão de Turismo – PGTs. 44 Seminário 3 – Apresentação dos Projetos de Gestão de Turismo-PGTs desenvolvidos pelos cursistas (Encerramento do curso) 12 Carga horária 92 Conforme indicado no Quadro 2, abaixo, o curso é semipresencial, sendo que da carga horária total 124 hs/atividades serão presenciais, realizadas mensalmente, conforme cronograma de aulas definidos abaixo, 24 hs/orientação do desenvolvimento dos Projetos de Gestão em Turismo PGT (laboratório) e 100 hs/atividades para as atividades a distância (AVA).
  • 26. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel A partir da implantação da Rede de Inovação em Turismo será realizado um diagnóstico das competências individuais e organizacionais que servirá para (re)orientar as abordagens pedagógicas e o desenvolvimento do curso, especialmente a elaboração dos Planos de Gestão do Turismo dos municípios participantes, como produto principal. Para cumprir os objetivos definidos acima, o Programa proporcionará a construção, em parceria com a Comunidade Científica, de metodologia de implantação de rede de inovação em gestão do turismo com ênfase no desenvolvimento de competências administrativas, tomando como referência a análise estratégica do perfil das capacidades dos gestores e da administrações municipais participantes. Com base nesse diagnóstico será possível desenvolver tecnologias de gestão e gerência que explorem as potencialidades locais e 25 QUADRO 2 – Síntese da Carga Horária do Curso EIXOS ESTRUTURANTES CARGA HORÁRIA TEÓRICA LABORATÓRIO AVA EIXO I Sensibilização, comprometimento e planejamento do programa. 32 - 8 EIXO II Tendências contemporâneas da administração pública brasileira e as singularidades da gestão municipal. 24 - 4 EIXO III Novos processos e instrumentos de gestão pública 32 24 32 EIXO IV Implantação da Rede de Inovação em gestão de turismo. 36 - 56 CARGA HORÁRIA TOTAL 124 24 100 248 2.4 Metodologias Orientadoras das Atividades Presenciais do Curso Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 27. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel regionais, de modo que os produtos e subprodutos turísticos baianos alcancem maior competitividade no mercado regional, nacional e internacional. A operação das atividades previstas para a execução do curso, conforme já destacado, dar-se-á em duas etapas articuladas e integradas entre si; desenvolvimento de atividades presenciais e a distância. As atividades pedagógicas que orientarão o desenvolvimento das dinâmicas de ensino presenciais serão diversificadas, considerando, portanto, os objetivos de aprendizagem propostos e consoantes com as necessidades de cada unidade temática que integra o curso, destacando as seguintes metodologias: • Atividades expositivas: que serão utilizadas para contextualizar os conteúdos do curso, de modo a mobilizar as estruturas mentais dos participantes para que estes operem com os conceitos apresentados e discutidos na formação; • Atividades práticas: aplicação de exercícios onde os alunos identificarão em sua realidade, os conhecimentos prévios sobre referencias de aplicações práticas de sua vivência profissional, que podem mediar à compreensão crítica do assunto e problematizar a sua participação; • Atividades reflexivas: a partir de situações concretas (estudos de casos) discutidas com os participantes que tem por objetivo consolidar, por meio da aplicação prática, os conhecimentos adquiridos e habilidades desenvolvidas no incremento de conteúdos e/ou objetos de aprendizagem relacionados com a sua área de atuação profissional; • Atividades de soluções de problemas: apresentação e orientação aos participantes de metodologias que os ajudem a desenvolver competências para a resolução de problemas (reais), mobilizando-os para a busca de solução, utilizando os conceitos estudados e as reflexões realizadas durante a formação. • Atividades práticas (laboratoriais); estas atividades serão realizadas na área de 26 gestão do SICONV. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 28. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Em síntese, várias dinâmicas permearão o processo de ensino-aprendizagem por meio de atividades pedagógicas nos seguintes formatos: • O desenvolvimento de trabalhos para o incentivo e pesquisa, autoestudo de textos, vídeos, roteiros teóricos e práticos, casos e situações problema e demais materiais que possam servir como base para o melhor aproveitamento dos cursistas, contidos nos módulos do curso; • O funcionamento de cada unidade temática é baseado em discussões temáticas e atividades que provoquem e conduzam o cursista para a resolução de problemas, assim com para a criação de novas ideias em novos contextos de trabalho; • O desenvolvimento de trabalhos práticos, como entrevistas, trabalhos coletivos, fóruns de discussões, simulação de construção de projetos voltados para a realidade de forma que o cursista consiga reportar-se à realidade prática dos temas estudados e agregar o conhecimento e as habilidades adquiridas a uma realidade de trabalho concreto, na construção de soluções e aplicação em projetos para o seu município. Os participantes sempre serão situados na dinâmica de funcionamento do curso e no seu papel ativo diante do mesmo, sobretudo no que se refere ao apoio institucional diante do processo de acompanhamento e avaliação de cada unidade temática em questão. O material didático entregue aos participantes conterá o conteúdo do curso em formato impresso, além da disponibilização do mesmo conteúdo em ambiente virtual, conjuntamente a sua programação e agenda, de forma estruturada e com acesso totalmente interativo. A avaliação de aprendizagem será processual, considerando a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas durante o curso (presenciais e a distancia) mediante a realização de tarefas, exercícios, leituras dirigidas e estudos de casos, etc., e o desempenho dos grupos de 27 2.5 Sistemáticas de Avaliação do curso Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 29. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel trabalho durante a elaboração dos PGTs (trabalho final do curso), estabelecendo relações com os conteúdos abordados em cada um dos temas fundamentais, com a finalidade de motivar a colaboração entre os participantes. A avaliação é um componente crítico para um programa educacional de sucesso. Neste curso optamos pela avaliação somativa: processo de avaliação final de um programa instrucional visando promover uma avaliação continuada de modo que os seus resultados possam melhorar o desenvolvimento e desempenho das atividades em curso. Estamos vivenciando um grande avanço tecnológico que vem facilitando a difusão de conhecimentos e contribuindo para a transmissão da informação de forma abrangente e veloz. A utilização dos computadores nas ciências em geral tem trazido grandes mudanças em diversas áreas como comércio, indústria, serviços de educação e no turismo. Segundo o Ministério do Turismo, todas as ações voltadas para o desenvolvimento do turismo no âmbito municipal, regional, estadual e nacional estão direcionadas no sentido de formar redes de serviços e de parcerias. De acordo com o Caderno de Turismo que aborda o tema “Formação de Redes”, as principais vantagens de se formar tramas são: 28 Podem ser citadas como instrumentos de avaliação as seguintes atividades: • Monitoramento do curso; • Análise do desempenho dos instrutores; • Análise do uso das mídias pelos alunos; • Teste da qualidade do material; • Efetividade do programa a distância; • Entre outros recursos 2.6 Metodologias Orientadoras das Atividades a Distância Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 30. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Precisamos, portanto, nos preparar para lidar, da melhor forma possível, com as tecnologias neste novo cenário. Uma das tecnologias mais comum é a Internet (e, sem dúvida, a de maior impacto) que apresenta um significativo crescimento e vem se espalhando rapidamente pelos cantos mais distantes do planeta. A internet possibilita, portanto, a possibilidade de estabelecer uma comunicação universal com características de interatividade, hipertextualidade, conteúdo multimídia, ampla disponibilidade com baixo custo. As atuais descobertas científicas e o avanço tecnológico vêm obtendo, cada vez mais, participação no cotidiano dos indivíduos e coletividades. Esta nova realidade se reflete nas relações profissionais nas quais, a cada dia, torna-se mais presente o uso de tecnologias digitais. A Educação e, em especial a Educação a Distância (EAD), têm vivido importantes transformações em função da revolução e evolução tecnológica, o que nos leva a refletir sobre novas necessidades e concepções pedagógicas que tem sido adotada no ambiente educacional. Conforme já apontado no capítulo anterior, uma das principais características da educação tecnológica é a colaboração, permitindo, pois, que comunidades de estudantes e profissionais se articulem em redes com o propósito de aperfeiçoar tempo e recursos, bem como garantir a interatividade voltada à troca de experiências. 29 • A realização de atividades comuns; • O fortalecimento de laços, a fim de aumentar e ampliar a produtividade; • A redução de custos; • O acesso às inovações tecnológicas e aos novos mercados; • O maior poder de negociação e barganha; • A troca de experiências e de informações. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 31. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Nesse sentido, as tecnologias atuais que revestem os conteúdos educacionais e de treinamento possuem avançados recursos para estimular a atitude colaborativa entre os profissionais que estão estudando o mesmo tema ou similar. Este processo também desenvolve competências de colaboração e cooperação virtualmente, habilidades que vem sendo requisitadas nos últimos tempos para uma atuação profissional coletiva. As práticas educacionais baseadas em tecnologias são suportadas por métodos e técnicas pedagógicas consolidadas, no ensino por competências e estilos de aprendizagem diferenciados, os quais são sistemicamente integrados com as tecnologias da informação e comunicação; além de contar com recursos disponíveis nas chamadas novas mídias digitais e redes sociais. As estratégias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem que utilizam esses recursos tecnológicos são, portanto, diferenciados, pois permite considerar a diversificação da modalidade educacional presencial, virtual ou distribuída. Todos os programas e cursos desenvolvidos que incluem a modalidade presencial possuem os seus conteúdos e/ou objetos 30 Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/50/Network_Sociality.jpg/729px- Network_Sociality.jpg Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 32. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel de aprendizagem, além dos recursos de distribuição, interação e colaboração em repositórios digitais. A abordagem de EAD para este curso foi estruturada em seis etapas articuladas e integradas e busca fornecer aos gestores/alunos um processo de suporte técnico e pedagógico em até 24 horas por e-mail e no AVA, através dos serviços de monitoria e tutoria. O curso possui carga horária de 100 horas à distância que será organizada em apoio às atividades presenciais em todos os Eixos de Aprendizagem que integram o curso. (como demonstra o quadro 2, indicado acima). Como decorrência da aprovação da então chamada nova LDB, em 1996, os recursos da EAD amplamente difundidos como modalidade de formação e como estratégia, foram incorporados pelas Instituições educacionais. As possibilidades das novas Tecnologias de Informação e Comunicação incentivam o rápido crescimento da EAD, como uma modalidade de ensino que permite aproximar o saber do aprendiz, levando em conta os limites individuais, as distâncias espacial, temporal, tecnológica e socioeconômica, promovem uma maior e mais rápida interação dos indivíduos com o meio ambiente. 31 2.6.1 Descrição das Etapas a) Estrutura Organizacional b) Planejamento Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 33. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel A abordagem interacionista tem origem na teoria sóciointeracionista de Vygotsky, conforme já destacado no capítulo anterior. Aqui cabe ressaltar novamente que o sóciointeracionismo permite que o processo de aprendizagem dos indivíduos se constitua a partir das relações com o outro e com a cultura; ou seja, a aprendizagem se dá a partir da interação. O formador, nesse caso, prioriza o incentivo à autonomia, criatividade, pensamento crítico e colaboração entre os alunos. Nesse sentido, destaca-se o papel do professor como “orientador e desafiador”, numa perspectiva em que, este deixa de ser apenas um provedor de informações e passa a ser um gerenciador de entendimento. O papel do professor é motivar o grupo e monitorar a participação dos alunos, considerando os objetivos e interesses coletivos. As estratégias pedagógicas para esta abordagem dão ênfase ao diálogo, às discussões coletivas e às atividades colaborativas, conforme já destacado acima. 32 Tabela 1: Modelo de Construção de Curso em EAD Tipo de Curso Design Implementação Interações Ambiente Necessidade dos Alunos Filosofia do Programa QUALITUR Diagnóstico de Competências Estratégia da SETUR para implementação da Rede de Inovação do Turismo Design Instrucional Planejamento do Curso Produção dos Materiais Estratégia de Avaliação Material Impresso Material Midiatizado Vídeo/Áudio Portal da Rede de Inovação do Turismo Gestores Instrutores Tutores Monitores Alunos Trabalho Residência Sala de Aula Laboratórios AVA Fonte: Adaptado de Moore Kearsley c) Abordagem Pedagógica Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 34. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Segundo definição de Niskier (op. cit. in [LISBOA, 2002]), a EAD: (...) é a aprendizagem planejada que geralmente ocorre num local diferente do ensino e, por causa disso, requer técnicas especiais de desenho de curso, técnicas especiais de instrução, métodos especiais de comunicação através da eletrônica e outras tecnologias, bem como arranjos essenciais organizacionais e administrativos. Quanto ao conteúdo a ser trabalhado nesse modelo, o destaque está associado a propostas de desafios que venham incentivar a discussão e a produção do conhecimento no grupo de estudo. Optou-se por este modelo, por ser mais condizente com a perspectiva da EAD no contexto de Rede de Inovação, onde emergem possibilidades de comunicação multilateral ‘todos-todos’, de uma educação não linear em que cada sujeito tem a possibilidade, em que cada voz pode 33 Fonte: http://upload.wikimeida.org/wikipedia/commons/d/dc/Social_Network.png Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 35. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel ser a sua própria ou a do outro e não mais apenas daquele que detêm o poder ou o saber; com possibilidade de autoria, coautoria e de conteúdos abertos. Saiba mais sobre a abordagem acima lendo o texto: “A modelagem de unidades de aprendizagem usando recursos de Ambientes Virtuais”, disponível em: http://www.ggte.unicamp.br/ggte/ site_ggte/arquivos/publicacoes/Orientacoes2_04_10 _2007_final.pdf d) Outros critérios importantes que foram considerados no planejamento do Curso para as atividades à distância foram os seguintes: I. Análise da viabilidade; II. Alocação de recursos físicos e tecnológicos; III. Concepção de um Projeto Pedagógico que dê possibilidades de se criar uma equipe IV. Criação de um ambiente virtual, de fácil acesso, com interface amigável, com facilidade de manutenção e navegabilidade, capaz de controlar os cursos à distância e principalmente promover a interação entre os cursistas; V. Integração das atividades do Curso ao Portal da Rede como estratégia de divulgação. Para o planejamento das diversas unidades temáticas do curso várias escolhas foram feitas em função das limitações e potencialidades do projeto de cada unidade temática, assim como das competências dos instrutores e do tipo de conteúdo a ser trabalhado (conforme definido no Termo de Referência que orientou o desenho do Programa e curso). É importante ter em mente que assim como as tecnologias, os modelos de EAD não precisam ser olhados como excludentes. Um projeto a distância pode apresentar aspectos de modelos diferentes. Por exemplo, podemos utilizar um material produzido dentro de uma perspectiva instrucional com atividades que focam na colaboração. Claro que uma abordagem pedagógica principal irá nortear as escolhas a serem feitas, mas, junto a isso, outras variáveis irão influenciar as decisões da equipe de coordenação do curso. 34 multidisciplinar que promova o maior envolvimento de professore e alunos; Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 36. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Vale ressaltar, no que diz respeito à preparação dos conteúdos a serem trabalhados, que a tarefa enfrentada pelos instrutores desse curso não é tão distinta daquela enfrentada pelos instrutores que trabalham na modalidade presencial. Em ambas existe a necessidade de preparar um curso que desenvolva temas relevantes para uma determinada unidade temática, implementar propostas pedagógicas adequadas a cada contexto e necessidades dos alunos e conceber propostas de avaliação e desempenho condizentes com a proposta pedagógica do curso. A modalidade/tipo do curso foi definida a partir da interação entre a equipe da SETUR e os Consultores contratados. Podem ser destacadas as seguintes variáveis consideradas decisivas no momento da estruturação do curso: Necessidades dos Alunos, Filosofia do Programa QUALITUR, Propósitos da SETUR de trabalhar uma Rede de Inovação no Turismo e Estratégias Pedagógicas apresentadas pelos consultores. Uma vez estabelecido o plano inicial do curso na sua fase de Planejamento, a equipe gestora realizou o Diagnóstico Individual e Organizacional com o objetivo de delinear o perfil dos alunos e as necessidades (reais) dos Municípios. Após a avaliação dos Diagnósticos procedeu-se a adequação dos conteúdos para elaborar o desenho global do curso. Os materiais a serem disponibilizado para os alunos estão sendo selecionados criteriosamente para que os objetivos sejam alcançados. Os planos de ensino foram definidos a partir dos Eixos Temáticos e das mídias a serem utilizadas, a partir da estratégia de buscar, ao máximo, atender as demandas de capacitação dos alunos. Vejam abaixo as diferentes tecnologias e mídias que serão utilizadas no curso, na modalidade EAD: 35 2.6.2 Design do Curso Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 37. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Durante a Produção estão sendo criados procedimentos operacionais e técnicos que incorporem as tecnologias de EAD no processo de produção do material didático selecionado. A produção depende basicamente do design gerado que deve incluir: O instrutor responsável pela construção do conteúdo didático poderá também utilizar o AVA (Plataforma Moodle customizada para o curso) para orientar na execução das atividades pedagógicas da sua unidade temática, permitindo a adaptação de um método de ensino, além da realização de funções administrativas. A EAD proporciona ao aluno a possibilidade de estudo em novos ambientes de aprendizagem, liberando as pessoas da necessidade de frequentar uma sala de aula, um espaço fixo para estudo, ou seja, a educação pode ser levada onde o aluno quiser estudar. Não tendo mais espaço fixo para aprendizagem, o aluno fica livre para aprender quando e onde quiser. Estes podem ser considerados pontos-chave da flexibilidade que os cursos oferecidos à distância proporcionam aos seus alunos. 36 • E-Books • Atividades de orientação dirigida no AVA • Vídeo • Fóruns • Entre outras modalidades 2.6.3 Produção • Editoração eletrônica do material selecionado; • Estabelecimento da interatividade do aluno; • Processamento e edição das mídias; • Definição da comunicação entre instrutor-aluno e aluno-aluno • Teste do sistema (ambiente) Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 38. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel Parte-se de um conceito muito simples: alunos e professores estão separados por certa distância e, às vezes, pelo tempo. A modalidade à distância modifica a ideia de que, para existir ensino, seria sempre necessário contar com a figura do professor em um mesmo local (sala de aula, trabalho, residência, centros de aprendizagem) que um grupo de alunos tradicionais. O Curso incorpora tecnologias que serão continuamente acompanhadas. Os gestores/consultores acompanharão a Aplicação do curso para garantir a sua operacionalidade durante todo o período em que as atividades estiverem ocorrendo. Algumas atividades como, divulgação, assinatura do termo de cooperação, diagnóstico, coordenação de matrículas e agendamento foram executadas antes do início do curso. Durante a Aplicação do curso, os gestores/consultores, deverão fornecer suporte aos instrutores, atuando da seguinte maneira: 37 2.6.4 Aplicação – Gerenciamento • Corrigindo problemas e implementando a comunicação; • Adicionando material ao curso; • Resolvendo problemas técnicos e operacionais. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 39. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel A cibercultura começa a se desenvolver a partir do momento em que os computadores saem do domínio dos grandes centros de processamento de dados - nas universidades e centros de pesquisas - e se transferem para as mesas dos cidadãos autônomos. Nessa direção, o curso atende aos requisitos da Cibercultura, na medida em que se tem a possibilidade de estar conectado em rede, podendo produzir e colaborar com os demais alunos que integram seu grupo de trabalho ou com outros grupos, assim como trocar mensagens com outros estudantes no interior de grupos, assim como participar de encontros virtuais e ter acesso às informações públicas disponibilizadas na rede, bem como construir e/ou participar de comunidades virtuais. 38 2.6.5 O Curso no Contexto da Cibercultura 2.6.5.1 Conceitos Básicos Ciberespaço Segundo Pierre Levy (1993), “Também chamado de rede, o ciberespaço é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores.”. Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 40. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel 39 Cibercultura Segundo Pierre Levy (1993) , cibercultura “Conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o ciberespaço.” Saiba mais. Vídeo de entrevista de Pierre Lèvy: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embeddedv=08rVXi55yje Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikimedia/commons/thumb/f/f1/Cibercultura.jpg/800px- Cibercultura.jpg Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014
  • 41. Fundamentos Metodológicos do Programa Profa. Elizabeth Matos Ribeiro e Márcia Rangel O conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem, comumente conhecido como AVA, surge no contexto da educação na cibercultura e se constitui num recurso muito utilizado e discutido na educação mediada pelas tecnologias de informação e comunicação. Surgiram com o advento da internet e a evolução das TICs. Na contemporaneidade, a Educação a Distância (EAD) faz uso intenso dos ambientes virtuais, lançando mão do seu potencial de comunicação para ampliar as possibilidades de interação e colaboração entre os participantes de cursos online. Os AVA´s trazem a possibilidade de romper com as distâncias espaços-temporais, típicas da EAD. Mas, o nível de interação e colaboração vai SEMPRE depender da concepção de educação adotada em cada projeto e das escolhas pedagógicas que são feitas. Para entender o que é e como pode ser utilizado um ambiente virtual de aprendizagem, precisamos ter clareza do que entendemos por ambiente de aprendizagem. Podemos dizer que um ambiente de aprendizagem é um espaço onde se constrói conhecimento. Nessa perspectiva, a escola, o trabalho, a família, os espaços culturais, todos podem ser entendidos como ambientes de aprendizagem. Quando falamos em ambientes VIRTUAIS de aprendizagem, dois aspectos aparecem associados a este conceito: o elemento POTENCIAL e o elemento REDE. O potencial vem da definição filosófica de VIRTUAL – virtual entendido como problematização, como potência. E o elemento REDE diz respeito ao ciberespaço, à conexão em rede. 40 2.6.6 Ambientes Virtuais de Aprendizagem Programa da Rede de Inovação em Gestão do Turismo – SETUR- 2014