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Efeito do processamento térmico nas
     características dos alimentos


                          Keysuke Muramatsu
                               Curitiba - 2011
Etapas no processamento de rações:
  moagem, peletização e expansão
Moagem

Ingredientes com 10-14% de umidade são fragmentados o que
favorece:

-aumento da superfície de contato com o vapor (> Absorção de água, >
temperatura, > gelatinização)
-ruptura de alguns grânulos de amido que passam ser consideradas
“danificadas”




                                                  Bigliani - 2007
Moinho




              Koch - 2002
Koch - 2002
Processo de peletização




                             Prensa Peletizadora
                             -Matriz da prensa
                             Rolo da prensa




      Cutlip et al. (2008)
Processo de peletização




                                     Fonte: OPERAÇÃO DE MATRIZES E CAPAS DE ROLO – 2005
Lara (200-)




              Fonte: BEHNKE - 2005
                                         Fonte: LOWE - 2005
Processo de peletização




Dados próprios (fotos Europa)- 2011
                                        Dados próprios (fotos Europa)- 2011




   •Condicionamento para peletização = cerca de 3-5% de adição de umidade
Processo de peletização




                          Stark e Ferket – S.D.

Stark e Ferket – S.D.
Expansão




           Adaptado de Kahl home page - Prestløkken, Felleskjøpet Fôrutvikling – 199-
Expansão




                      Adaptado de Kahl home page - Prestløkken, Felleskjøpet Fôrutvikling – 199-




 •Condicionador + expander = cerca de 4-6%
Processamento Térmico e
  desempenho animal
Kidd et al - 2005
Não
                                                                                                                                     melhorou
                                                                                                                                    digest. ENN

                                                                                                                                     O amido
                                                                                                                                   estaria aqui...



                                                                                                                Zelenka- 2003



Broiler finisher diet of the following composition (in g/kg): maize meal (600), wheat meal (110), soybean meal (170), sunflower meal (20),
meat-and-bone meal (50), torula yeast (30), supplementary premix (10), mineral premix (8), and sodium chloride (2). The mixture contained
949.6 g of organic matter, 216.2 g crude protein, 41.5 g crude fat, 26.6 g crude fibre, 665.3 g nitrogen-free extract and 20.750 MJ gross energy
per 1 kg dry matter.
Os aumentos na EM foram devido a
                      melhora na digestibilidade de qual
                                  porção?

                         Não foram publicado dados
                         adicionais sobre ensaio de
                               digestibilidade




Moritz et al - 2005
Temperatura, umidade e pressão x
  Características dos alimentos
De acordo com Serrano (S.D.) as seguintes alterações podem ocorrer nos
nutrientes durante o processamento de alimentos:


Amido

•Gelatinização, Retrogradação.

Proteína

•A proteína sofre desnaturação qdo submetida ao calor ou atrito
•Como consequência pode ocorrer insolubilização e inativação dessas proteínas (Urease,
Anti-Tripsina)
•Reações de Maillard


Lipidios

•Reações de oxidação e hidrogenação
•Processos onde existem forças de atrito consideráveis (extrusão) podem    romper as
estruturas celulares facilitando o acesso das enzimas digestivas

Fibra dietética

•Maior solubilização das fibras insolúveis com o processamento térmico.
Características do amido




                                                      Snyder – s.d.




No endosperma córneo e periférico os granulos de amido estão
envolvidos por uma matriz protéica (prolamina – zeína - e gluteínas)
Características do amido

                                                                         Grânulo
                                                                         de amido

              Endosperma
              córneo                         Aleurona            Cavidadade
  Pericarpo                                                      do amido


              Endosperma
              periférico


Secção do                                    Endosperma córneo
endosperma                                   Aumento de 1000 x
Aumento de 200 x

                           Adaptado de Rooney e Pflugfelder - 1986
Matriz
 protéica                     Corpúsculo
                              protéico



                                                      Endosperma farináceo - < protn.
                                                                Aumento de 4000 x


                Grânulo de
                amido


Endosperma córneo
Aumento de 2000 x




            Adaptado de Rooney e Pflugfelder - 1986
Características do amido
P a ra m e t ro s           Flint             Dent              Semi-dent        Farináceo
                         Zea mays          Zea mays                              Zea mays
  Especie
                          indurata          indenata                              amylacea
                         amarelo ou        branca ou
     Cor                                                        intermediário      branca
                          vermelha           amarela
                     endosperma duro      endosperma
                       ocupa grande      duro (51%) nos        Características   endosperma
 Caracter.
                    parte (72%), parte lados e farináceo,      intermediárias     farináceo
                    farinácea reduzida no centro do grão.
                                                 E. vitreo

 Estrutura                                       E. amilaceo
                                   Embrião




    Foto
Características do amido
A-Amilose linear chain: α 1-4 linkages
B-Amilopectin: ramified structure
C-Amilopectin: α 1-4 and α 1-6 linkages




http://www.life.uiuc.edu/ib/420/syllabus/exams/images/starch.GIF
                                                                   22
Características do amido




                  Ataque enzimático no
                 grânulo se inicia na zona
                         amorfa

                                                                    Averous- 2007


 Região Cristalina = parte linear das moléculas de amilopectina forma estruturas
   helicoidais duplas, estabilizadas por pontes de hidrogênio entre hidroxila.
    Região amorfa = cadeias de amilose e pelas ramificações da amilopectina
Características do amido



                              Cruz de malta ou Cruz de Nicols –
                     milho    resultante da birrefringência.

                              É uma característica de estruturas
                              esfero-cristalinas e com
                              organização molecular
                      trigo
                              Por isso apresentam uma
                              resistência a entrada de água e
                              ação enzimática




Starches - 2009
Características do amido


                           Os canais conectam a cavidade interna
                           do grânulo de amido ao meio externo.

                           Grânulos de amidos de diferentes
                           vegetais podem não apresentar esses
                           canais (ex. batata). Fanon et al. 2004

                           Como facilitam a comunicação entre o
                           meio interno e externo do grânulo e
                           aumenta portanto a sup. de contato,
                           influenciam a digestibilidade ou a
                           gelatinização do amido?




Fannon et al. - 2004
Características do amido
Dimensões dos grânulos de amido nas diferentes espécies vegetais
Starch Species       Granule Size Range (µm)     Average size (µm)
Waxy Rice                     2 - 13                    5.5
High Amylose Corn             4 - 22                    9.8
Corn                          5 - 25                   14.3
Sorghum                       3 - 27                    16
Wheat                         3 - 34                 6.5, 19.5
Potato                       10 - 70                    36
                                                             Satin - 2009



Percentual de amilose no amido de diferentes espécies
 Starch Source          % Amylose
 Waxy Rice                  0
 High Amylose Corn          70
 Corn                       28
 Waxy Sorghum               0
 Wheat                      26
 Potato                     20
                                Satin - 2009
Características do amido




Cereais tipo waxy:
•> amilopectina,
•< espessura do invólucro protéico
Características do amido

 Temperaturas de gelatinização do amido de diferentes plantas
  Amido                   Temperatura de gelatinização ºC
  Milho                                 70-75
  Sorgo                                 70-75
  Arroz                                 68-75
  Trigo                                 52-54
  Cevada                                61-62
  Batata                                56-69
                                                        Lauriston - 1996



Altas temperaturas ambientais no momento de enchimento do grão afetam
a síntese de amido (Tester - 1991):
•maior relação endosperma protéico:amido,
•grânulos menores,
•maior qtde de amilose
Etapas no processo de gelatinização do amido
Xie et al - 2006



Fase 1- Absorção lenta e reversível de umidade pelo grânulo de amido. Os
grânulos ainda mantém a birrefringência sob luz polarizada


Fase 2- Os grânulos continuam a absorver água e quando submetidos a um
aquecimento inicia-se o rompimento das interações intermoleculares. Quebra das
pontes de hidrogênio entre as duplas hélices, desorganização da zona cristalina



Fase 3 – Maior entrada de água, inchamento do grão, a água se liga aos grupos
hidroxila e o grânulo fica susceptível a ruptura pelo atrito.


Fase 4 – Rompimento da dupla hélice de amilopectina, fusão dos cristais,
rompimento dos grânulos com extravasamento da amilose
Temperatura de 30ºC Pouca
                mudança nos grânulos de amido de
                milho




                 Temperatura de 40ºC Início da
                 absorção de água pelos grânulos de
                 amido




Starch - 2009
Temperatura de 50ºC Ruptura das
                                           pontes de hidrogênio presentes
                                           entre as moléculas de amido e
                                           maior absorção de água pelo
                                           grânulo.


                           Starch - 2009



O processo de gelatinização se inicia na zona amorfa e vai gradativamente
se expandindo para a zona cristalina.


Qdo não existe água livre suficiente, a desestruturação da área cristalina é
menor e ocorre uma fusão do amido
Temperatura de 60ºC Absorção de
                água pelo grânulo continua ficando
                susceptível ao atrito




                Temperatura de 60-70ºC
                > Absorção de água, > extravasamento de
                amilose (> digest)
                Gelatinização de amido começa a ocorrer




Starch - 2009
Temperatura de 70-90ºC



                Perda da birrefringência, maior
                viscosidade, maior suscetibilidade a ação
                enzimática. “Implosão” do grânulo.




Starch - 2009
Efeito da Secagem de grãos




Adaptado de Bhuiyan et al. (2010)

•Secagem Natural = secagem de grãos a 23% de UM por 3 dias sob o sol até 13% UM

•Os demais TTMs = secagem em estufa com ventilação forçada a 80, 90 or 100 °C por 24 h
Efeito do condicionamento e peletização sobre o amido




                                                                       Abdollahi– 2010




A retrogradação (formação do amido resistente) ocorre quando as moléculas de
amido gelatinizado começam a se reassociar formando uma estrutura organizada
(Uribe et al. 2004). Na produção de rações ocorre quando existe um resfriamento da
massa.
Efeito do processamento sobre o amido




  Moritz et al - 2005

 Accordingly, all corn was ground through a hammer mill using a 1.59 mm (4/64 in.) screen prior to any
 processing. Corn used for pelleting was steam conditioned using a short-term conditioner [0.31 × 0.91 m (1 ×
 3 ft), 10 s retention time] set at a constant temperature of 65.6°C . Higher conditioning temperatures were
 avoided to prevent pellet mill roll slippage or die blockage or both. Pellets were formed using a California
 pellet mill [14] with a 4.76 × 31.75 mm (3/16 × 1.25 in.) die. Postpelleted corn was cooled for 10 min in a
 vertical cooler using forced ambient air.
Valores altos de
                        digestibilidade ileal
                              do amido
                        encontrados neste
                             trabalho...

                           Quase igual a
                        digestibilidade fecal


                        Se considerar esses
                         valores, para aves
                         haveria ganhos de
                        digestibilidade com
                          gelatinização do
                              amido?

                          Necessidade de
                            pesquisa...




Weurding et al - 2001
Efeito do processamento sobre o amido




        Peisker - 1996
Efeito do processamento sobre o amido




                                         Independente do coeficiente de digestibilidade do
                                           amido, um trabalho demonstra ganhos com o
     Adaptado de Mateos et al.- 2005   processamento térmico do amido de milho para aves.
                                          Duvida: será que o TTM térmico não favoreceu a
                                        fermentação cecal... Ou em aves jovens a flora cecal
                                       não estava tão desenvolvida para digerir o amido cru?
Efeito do processamento sobre amido e compostos nitrogenados




   Abdollahi– 2010   A temperatura no sorgo piorou a digestibilidade de compostos nitrogenados e amido
Efeito da processamento             sobre    amido     e   compostos
nitrogenados




Veloso et al. (2005)


Durante a tostagem e extrusão, pode ocorrer a ruptura de ligações covalente e pontes
dissulfeto resultando em desnaturação de proteínas. Isso aumenta a acessibilidade de
enzimas para catálise. Por outro lado o super processamento pode reduzir o valor
biológico da proteína pela formação de reações de Maillard (Marsman, 1997).
Reação de Maillard
Temperatura e Umidade Altas → grupo amino livre, grupos amino epsilon de lisina
ligada a proteínas, grupos amino da tiamina, folacina, etc = Vulneráveis a Reação de
Maillard
Destruição da lisina pela reação de Maillard é cerca de 5 a 15 vezes maior do que os
demais aminoácidos e por isso é usada como um indicador da reação

Produtos Primários da Reação de Maillard: conhecidos como bases de Schiff ou
compostos de Amadori
N- (1-deoxy-D-fructosyl) lisina
N- (1-deoxy-D-lactulosyl) lisina
São compostos são desaminados pela microflora intestinal e não estão disponíveis para
mamíferos e aves (0-15% de biodisponibilidade da lisina) - Rutherfurd, 2007

Produtos secundários da Reação de Maillard (melanoidins – coloração marrom)
surgem na estocagem de produtos processados e ocorrem em situações normais de
armazenamento e de criação de animais, porém aumentam quando submetidos ao
calor, umidade alta (velocidade máxima a 40-70% de UM), alcalinidade (linear entre pH
3 a 8)

•“Exposure of a pig starter diet for one week in a hot nursery environment reduced
lysine bioavailability by about 12% “ (Mavromichalis et al., 2000).
Rutherfurd, 2007

Durante a análise de aminoácidos via HPLC, as ligações peptídicas são
hidrolisada pelo aquecimento da proteína em solução concentrada de ácido (6
M-HCl) a 110ºC por 24 h.

Como os produtos primários da reação de Maillard são revertidos de volta a
lisina, esse procedimento não é interessante para quantificar a lisina “intacta”

Para isso existe a guanidinação ou método da Homoarginina.

A lisina reage com a metil-lis-uréia para produzir a homoarginina que é estável a
ácidos. Assim é possível quantificar a lisina “intacta” ou reativa.
Rutherfurd, 2007

Assim a Guanidinação deve ser feita antes da hidrólise ácida de forma que toda a
lisina reativa seja transformada em homoarginina (os produtos primários da reção
de Maillard não reagem com a metil-lis-uréia). A guanidinação ocorre na presença
concentrada de metil-lis-uréia e alto pH e leva vários dias.

Durante a hidrólise ácida alguns compostos de Maillard primários revertem de volta
a lisina e compostos inespecíficos.

Após a hidrólise ácida quantifica-se a homoarginina a qual representa a lisina
intacta ou reativa.
Efeito da processamento sobre compostos nitrogenados




Thomas et al. (1997)


  A desnaturação de proteínas requer água e calor (Smith and Circle 1978). Isto é
  demosntrado acima: o alto conteúdo de água e o aumento na quantidade de vapor
  adicionada promovem a perda na dispersibilidade e solubilidade protéica.
Efeito da processamento sobre compostos nitrogenados




Batal et al. (2000)
Efeito do processamento sobre compostos nitrogenados




Adaptado de Parson (S.D.)
Efeito processamento sobre extrato etéreo




            Freitas et al. (2005)
Efeito processamento sobre extrato etéreo




                                                         Mateos e Grobas et al. (1993)




Lipidios

•Processos onde existem forças de atrito consideráveis (extrusão) podem
romper as estruturas celulares facilitando o acesso das enzimas digestivas

•Melhoria da digestibilidade de componentes intracelulares tais como
lipídios
Efeito processamento sobre extrato etéreo




                                                          Bookwalter et al. (1987)




Estes dados demonstram a efetividade do tratamento térmico a 97°C da
farinha de milheto na inativação de enzimas (lipase, etc) o que reduz a
ocorrência de hidrólise dos lipídios.

Em outros momentos a exposição do lipídio (ruptura celular) e o calor
podem propiciar a formação de peróxidos.
De acordo com Borges (2000), o tratamento térmico produz as
seguintes alterações na fibra:



A extrusão modifica a proporção de fibra insoluvel e soluvel da dieta, aumentando
a quantidade dessa última.


Essa modificação leva a dois efeitos importantes. Os nutrientes encapsulados pela
fibra insolúvel tornam-se disponíveis com um consequente aumento da
digestibilidade da matéria seca e, a própria fibra torna-se mais digestível no colón e
ceco dos animais. Porém aumenta a viscosidade da digesta (< digestibilidade)


BJORCK et al. (1984) apud BORGES (2000) estudaram os efeitos da extrusão no
conteúdo de fibra dietética e na degradação intestinal de subprodutos do trigo. Na
farinha de trigo crua 40% eram solúveis, enquanto que na farinha de trigo extrusada
foram encontrados entre 50-75% de solubilidade da fibra.
Caprita et al. 2010



Insolúvel
Estrutural



Insolúvel / solúvel
Estrutural


Solúvel
Estrutural


Solúvel
Não Estrutural



Solúvel
Não Estrutural




Solúvel

Insolúvel
Estrutural
Adaptado de Marsman - 1997


The uSBM with an initial moisture content of 25% was extruded with a torpedo screw containing
zero (Ex-0), four (Ex-4), or eight (Ex-8) rows of flights on the screw, enabling an increase in shear
forces.

With heaters on the barrel wall, the temperature of the product at the die was adjusted to 120 C.
The throughput was about 12 to 14 kg/h. After extrusion the samples were dried for 2 d at 40 C.
Adaptado de Marsman - 1997


Extrusion solubilized more cell wall material than toasting, which resulted in a higher
apparent ileal NSP digestibility.

The apparent ileal digestibility of NSP increased as a result of extrusion compared with
toasting (26.7 vs 11.4%). As monogastric animals lack the proper enzymes to
breakdown cell wall materials, the higher NSP digestibility after extrusion may be the
result of improved fermentation of cell wall components by bacteria in the gut.

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Efeito do processamento térmico nas características dos alimentos 2011

  • 1. Efeito do processamento térmico nas características dos alimentos Keysuke Muramatsu Curitiba - 2011
  • 2. Etapas no processamento de rações: moagem, peletização e expansão
  • 3. Moagem Ingredientes com 10-14% de umidade são fragmentados o que favorece: -aumento da superfície de contato com o vapor (> Absorção de água, > temperatura, > gelatinização) -ruptura de alguns grânulos de amido que passam ser consideradas “danificadas” Bigliani - 2007
  • 4. Moinho Koch - 2002 Koch - 2002
  • 5. Processo de peletização Prensa Peletizadora -Matriz da prensa Rolo da prensa Cutlip et al. (2008)
  • 6. Processo de peletização Fonte: OPERAÇÃO DE MATRIZES E CAPAS DE ROLO – 2005 Lara (200-) Fonte: BEHNKE - 2005 Fonte: LOWE - 2005
  • 7. Processo de peletização Dados próprios (fotos Europa)- 2011 Dados próprios (fotos Europa)- 2011 •Condicionamento para peletização = cerca de 3-5% de adição de umidade
  • 8. Processo de peletização Stark e Ferket – S.D. Stark e Ferket – S.D.
  • 9. Expansão Adaptado de Kahl home page - Prestløkken, Felleskjøpet Fôrutvikling – 199-
  • 10. Expansão Adaptado de Kahl home page - Prestløkken, Felleskjøpet Fôrutvikling – 199- •Condicionador + expander = cerca de 4-6%
  • 11.
  • 12. Processamento Térmico e desempenho animal
  • 13. Kidd et al - 2005
  • 14. Não melhorou digest. ENN O amido estaria aqui... Zelenka- 2003 Broiler finisher diet of the following composition (in g/kg): maize meal (600), wheat meal (110), soybean meal (170), sunflower meal (20), meat-and-bone meal (50), torula yeast (30), supplementary premix (10), mineral premix (8), and sodium chloride (2). The mixture contained 949.6 g of organic matter, 216.2 g crude protein, 41.5 g crude fat, 26.6 g crude fibre, 665.3 g nitrogen-free extract and 20.750 MJ gross energy per 1 kg dry matter.
  • 15. Os aumentos na EM foram devido a melhora na digestibilidade de qual porção? Não foram publicado dados adicionais sobre ensaio de digestibilidade Moritz et al - 2005
  • 16. Temperatura, umidade e pressão x Características dos alimentos
  • 17. De acordo com Serrano (S.D.) as seguintes alterações podem ocorrer nos nutrientes durante o processamento de alimentos: Amido •Gelatinização, Retrogradação. Proteína •A proteína sofre desnaturação qdo submetida ao calor ou atrito •Como consequência pode ocorrer insolubilização e inativação dessas proteínas (Urease, Anti-Tripsina) •Reações de Maillard Lipidios •Reações de oxidação e hidrogenação •Processos onde existem forças de atrito consideráveis (extrusão) podem romper as estruturas celulares facilitando o acesso das enzimas digestivas Fibra dietética •Maior solubilização das fibras insolúveis com o processamento térmico.
  • 18. Características do amido Snyder – s.d. No endosperma córneo e periférico os granulos de amido estão envolvidos por uma matriz protéica (prolamina – zeína - e gluteínas)
  • 19. Características do amido Grânulo de amido Endosperma córneo Aleurona Cavidadade Pericarpo do amido Endosperma periférico Secção do Endosperma córneo endosperma Aumento de 1000 x Aumento de 200 x Adaptado de Rooney e Pflugfelder - 1986
  • 20. Matriz protéica Corpúsculo protéico Endosperma farináceo - < protn. Aumento de 4000 x Grânulo de amido Endosperma córneo Aumento de 2000 x Adaptado de Rooney e Pflugfelder - 1986
  • 21. Características do amido P a ra m e t ro s Flint Dent Semi-dent Farináceo Zea mays Zea mays Zea mays Especie indurata indenata amylacea amarelo ou branca ou Cor intermediário branca vermelha amarela endosperma duro endosperma ocupa grande duro (51%) nos Características endosperma Caracter. parte (72%), parte lados e farináceo, intermediárias farináceo farinácea reduzida no centro do grão. E. vitreo Estrutura E. amilaceo Embrião Foto
  • 22. Características do amido A-Amilose linear chain: α 1-4 linkages B-Amilopectin: ramified structure C-Amilopectin: α 1-4 and α 1-6 linkages http://www.life.uiuc.edu/ib/420/syllabus/exams/images/starch.GIF 22
  • 23. Características do amido Ataque enzimático no grânulo se inicia na zona amorfa Averous- 2007 Região Cristalina = parte linear das moléculas de amilopectina forma estruturas helicoidais duplas, estabilizadas por pontes de hidrogênio entre hidroxila. Região amorfa = cadeias de amilose e pelas ramificações da amilopectina
  • 24. Características do amido Cruz de malta ou Cruz de Nicols – milho resultante da birrefringência. É uma característica de estruturas esfero-cristalinas e com organização molecular trigo Por isso apresentam uma resistência a entrada de água e ação enzimática Starches - 2009
  • 25. Características do amido Os canais conectam a cavidade interna do grânulo de amido ao meio externo. Grânulos de amidos de diferentes vegetais podem não apresentar esses canais (ex. batata). Fanon et al. 2004 Como facilitam a comunicação entre o meio interno e externo do grânulo e aumenta portanto a sup. de contato, influenciam a digestibilidade ou a gelatinização do amido? Fannon et al. - 2004
  • 26. Características do amido Dimensões dos grânulos de amido nas diferentes espécies vegetais Starch Species Granule Size Range (µm) Average size (µm) Waxy Rice 2 - 13 5.5 High Amylose Corn 4 - 22 9.8 Corn 5 - 25 14.3 Sorghum 3 - 27 16 Wheat 3 - 34 6.5, 19.5 Potato 10 - 70 36 Satin - 2009 Percentual de amilose no amido de diferentes espécies Starch Source % Amylose Waxy Rice 0 High Amylose Corn 70 Corn 28 Waxy Sorghum 0 Wheat 26 Potato 20 Satin - 2009
  • 27. Características do amido Cereais tipo waxy: •> amilopectina, •< espessura do invólucro protéico
  • 28. Características do amido Temperaturas de gelatinização do amido de diferentes plantas Amido Temperatura de gelatinização ºC Milho 70-75 Sorgo 70-75 Arroz 68-75 Trigo 52-54 Cevada 61-62 Batata 56-69 Lauriston - 1996 Altas temperaturas ambientais no momento de enchimento do grão afetam a síntese de amido (Tester - 1991): •maior relação endosperma protéico:amido, •grânulos menores, •maior qtde de amilose
  • 29. Etapas no processo de gelatinização do amido Xie et al - 2006 Fase 1- Absorção lenta e reversível de umidade pelo grânulo de amido. Os grânulos ainda mantém a birrefringência sob luz polarizada Fase 2- Os grânulos continuam a absorver água e quando submetidos a um aquecimento inicia-se o rompimento das interações intermoleculares. Quebra das pontes de hidrogênio entre as duplas hélices, desorganização da zona cristalina Fase 3 – Maior entrada de água, inchamento do grão, a água se liga aos grupos hidroxila e o grânulo fica susceptível a ruptura pelo atrito. Fase 4 – Rompimento da dupla hélice de amilopectina, fusão dos cristais, rompimento dos grânulos com extravasamento da amilose
  • 30. Temperatura de 30ºC Pouca mudança nos grânulos de amido de milho Temperatura de 40ºC Início da absorção de água pelos grânulos de amido Starch - 2009
  • 31. Temperatura de 50ºC Ruptura das pontes de hidrogênio presentes entre as moléculas de amido e maior absorção de água pelo grânulo. Starch - 2009 O processo de gelatinização se inicia na zona amorfa e vai gradativamente se expandindo para a zona cristalina. Qdo não existe água livre suficiente, a desestruturação da área cristalina é menor e ocorre uma fusão do amido
  • 32. Temperatura de 60ºC Absorção de água pelo grânulo continua ficando susceptível ao atrito Temperatura de 60-70ºC > Absorção de água, > extravasamento de amilose (> digest) Gelatinização de amido começa a ocorrer Starch - 2009
  • 33. Temperatura de 70-90ºC Perda da birrefringência, maior viscosidade, maior suscetibilidade a ação enzimática. “Implosão” do grânulo. Starch - 2009
  • 34. Efeito da Secagem de grãos Adaptado de Bhuiyan et al. (2010) •Secagem Natural = secagem de grãos a 23% de UM por 3 dias sob o sol até 13% UM •Os demais TTMs = secagem em estufa com ventilação forçada a 80, 90 or 100 °C por 24 h
  • 35. Efeito do condicionamento e peletização sobre o amido Abdollahi– 2010 A retrogradação (formação do amido resistente) ocorre quando as moléculas de amido gelatinizado começam a se reassociar formando uma estrutura organizada (Uribe et al. 2004). Na produção de rações ocorre quando existe um resfriamento da massa.
  • 36. Efeito do processamento sobre o amido Moritz et al - 2005 Accordingly, all corn was ground through a hammer mill using a 1.59 mm (4/64 in.) screen prior to any processing. Corn used for pelleting was steam conditioned using a short-term conditioner [0.31 × 0.91 m (1 × 3 ft), 10 s retention time] set at a constant temperature of 65.6°C . Higher conditioning temperatures were avoided to prevent pellet mill roll slippage or die blockage or both. Pellets were formed using a California pellet mill [14] with a 4.76 × 31.75 mm (3/16 × 1.25 in.) die. Postpelleted corn was cooled for 10 min in a vertical cooler using forced ambient air.
  • 37. Valores altos de digestibilidade ileal do amido encontrados neste trabalho... Quase igual a digestibilidade fecal Se considerar esses valores, para aves haveria ganhos de digestibilidade com gelatinização do amido? Necessidade de pesquisa... Weurding et al - 2001
  • 38. Efeito do processamento sobre o amido Peisker - 1996
  • 39. Efeito do processamento sobre o amido Independente do coeficiente de digestibilidade do amido, um trabalho demonstra ganhos com o Adaptado de Mateos et al.- 2005 processamento térmico do amido de milho para aves. Duvida: será que o TTM térmico não favoreceu a fermentação cecal... Ou em aves jovens a flora cecal não estava tão desenvolvida para digerir o amido cru?
  • 40. Efeito do processamento sobre amido e compostos nitrogenados Abdollahi– 2010 A temperatura no sorgo piorou a digestibilidade de compostos nitrogenados e amido
  • 41. Efeito da processamento sobre amido e compostos nitrogenados Veloso et al. (2005) Durante a tostagem e extrusão, pode ocorrer a ruptura de ligações covalente e pontes dissulfeto resultando em desnaturação de proteínas. Isso aumenta a acessibilidade de enzimas para catálise. Por outro lado o super processamento pode reduzir o valor biológico da proteína pela formação de reações de Maillard (Marsman, 1997).
  • 43. Temperatura e Umidade Altas → grupo amino livre, grupos amino epsilon de lisina ligada a proteínas, grupos amino da tiamina, folacina, etc = Vulneráveis a Reação de Maillard Destruição da lisina pela reação de Maillard é cerca de 5 a 15 vezes maior do que os demais aminoácidos e por isso é usada como um indicador da reação Produtos Primários da Reação de Maillard: conhecidos como bases de Schiff ou compostos de Amadori N- (1-deoxy-D-fructosyl) lisina N- (1-deoxy-D-lactulosyl) lisina São compostos são desaminados pela microflora intestinal e não estão disponíveis para mamíferos e aves (0-15% de biodisponibilidade da lisina) - Rutherfurd, 2007 Produtos secundários da Reação de Maillard (melanoidins – coloração marrom) surgem na estocagem de produtos processados e ocorrem em situações normais de armazenamento e de criação de animais, porém aumentam quando submetidos ao calor, umidade alta (velocidade máxima a 40-70% de UM), alcalinidade (linear entre pH 3 a 8) •“Exposure of a pig starter diet for one week in a hot nursery environment reduced lysine bioavailability by about 12% “ (Mavromichalis et al., 2000).
  • 44. Rutherfurd, 2007 Durante a análise de aminoácidos via HPLC, as ligações peptídicas são hidrolisada pelo aquecimento da proteína em solução concentrada de ácido (6 M-HCl) a 110ºC por 24 h. Como os produtos primários da reação de Maillard são revertidos de volta a lisina, esse procedimento não é interessante para quantificar a lisina “intacta” Para isso existe a guanidinação ou método da Homoarginina. A lisina reage com a metil-lis-uréia para produzir a homoarginina que é estável a ácidos. Assim é possível quantificar a lisina “intacta” ou reativa.
  • 45. Rutherfurd, 2007 Assim a Guanidinação deve ser feita antes da hidrólise ácida de forma que toda a lisina reativa seja transformada em homoarginina (os produtos primários da reção de Maillard não reagem com a metil-lis-uréia). A guanidinação ocorre na presença concentrada de metil-lis-uréia e alto pH e leva vários dias. Durante a hidrólise ácida alguns compostos de Maillard primários revertem de volta a lisina e compostos inespecíficos. Após a hidrólise ácida quantifica-se a homoarginina a qual representa a lisina intacta ou reativa.
  • 46. Efeito da processamento sobre compostos nitrogenados Thomas et al. (1997) A desnaturação de proteínas requer água e calor (Smith and Circle 1978). Isto é demosntrado acima: o alto conteúdo de água e o aumento na quantidade de vapor adicionada promovem a perda na dispersibilidade e solubilidade protéica.
  • 47. Efeito da processamento sobre compostos nitrogenados Batal et al. (2000)
  • 48. Efeito do processamento sobre compostos nitrogenados Adaptado de Parson (S.D.)
  • 49. Efeito processamento sobre extrato etéreo Freitas et al. (2005)
  • 50. Efeito processamento sobre extrato etéreo Mateos e Grobas et al. (1993) Lipidios •Processos onde existem forças de atrito consideráveis (extrusão) podem romper as estruturas celulares facilitando o acesso das enzimas digestivas •Melhoria da digestibilidade de componentes intracelulares tais como lipídios
  • 51. Efeito processamento sobre extrato etéreo Bookwalter et al. (1987) Estes dados demonstram a efetividade do tratamento térmico a 97°C da farinha de milheto na inativação de enzimas (lipase, etc) o que reduz a ocorrência de hidrólise dos lipídios. Em outros momentos a exposição do lipídio (ruptura celular) e o calor podem propiciar a formação de peróxidos.
  • 52. De acordo com Borges (2000), o tratamento térmico produz as seguintes alterações na fibra: A extrusão modifica a proporção de fibra insoluvel e soluvel da dieta, aumentando a quantidade dessa última. Essa modificação leva a dois efeitos importantes. Os nutrientes encapsulados pela fibra insolúvel tornam-se disponíveis com um consequente aumento da digestibilidade da matéria seca e, a própria fibra torna-se mais digestível no colón e ceco dos animais. Porém aumenta a viscosidade da digesta (< digestibilidade) BJORCK et al. (1984) apud BORGES (2000) estudaram os efeitos da extrusão no conteúdo de fibra dietética e na degradação intestinal de subprodutos do trigo. Na farinha de trigo crua 40% eram solúveis, enquanto que na farinha de trigo extrusada foram encontrados entre 50-75% de solubilidade da fibra.
  • 53. Caprita et al. 2010 Insolúvel Estrutural Insolúvel / solúvel Estrutural Solúvel Estrutural Solúvel Não Estrutural Solúvel Não Estrutural Solúvel Insolúvel Estrutural
  • 54. Adaptado de Marsman - 1997 The uSBM with an initial moisture content of 25% was extruded with a torpedo screw containing zero (Ex-0), four (Ex-4), or eight (Ex-8) rows of flights on the screw, enabling an increase in shear forces. With heaters on the barrel wall, the temperature of the product at the die was adjusted to 120 C. The throughput was about 12 to 14 kg/h. After extrusion the samples were dried for 2 d at 40 C.
  • 55. Adaptado de Marsman - 1997 Extrusion solubilized more cell wall material than toasting, which resulted in a higher apparent ileal NSP digestibility. The apparent ileal digestibility of NSP increased as a result of extrusion compared with toasting (26.7 vs 11.4%). As monogastric animals lack the proper enzymes to breakdown cell wall materials, the higher NSP digestibility after extrusion may be the result of improved fermentation of cell wall components by bacteria in the gut.