2. Surgimento
A arte pública é muito antiga, no passado era vista
inicialmente pelo público clássico pré-tecnológico, de modo
que através das obras de “arte”, as divindades tornavam-se
presenciais e adquiriam vida na vida das pessoas. A arte
pública foi assim adorada pelos cidadãos comuns do mundo
antigo. Eles conviviam em seu cotidiano com
templos, estátuas e tragédias que garantiam a presença dos
deuses, e a arte distribuída pela cidade era de tal maneira
inesperadas a eles, que nem conheciam o conceito de arte
pública como algo separado de suas vidas.
Posteriormente, já na modernidade, quando se deu a
separação entre a arte e a vida, a arte em geral tornou-se
meramente estética. Ela se refugiou nos museus e nas
galerias de arte.
3. As pessoas comuns não tinham mais aquela proximidade
com a arte que havia na época. Surgiu assim a
necessidade, por parte dos modernos e iniciada pelos
renascentistas, de levar aquela arte ao público em geral. No
século XX, com a modernidade não representacional, a arte
pública se deparou com novos desafios: levar obras
abstratas e conceituais à desfrutação pública em geral.
O desafio era trazer o grande público para as artes
modernas. A arte pública moderna contemplativa, no
entanto, não conseguiu, na maioria dos casos, o objetivo por
ela proposto e viu, pelo contrário, o grande público se afastar
ou ignorar tais manifestações, chegando em alguns casos à
pura aversão. Isto obrigou o poder público algumas vezes à
remoção de várias obras, por solicitação popular. As
multidões não detêm e nunca detiveram os códigos estético-
históricos da modernidade, monopólio da elite cultural
moderna e contemporânea. O resultado foi a rejeição
sumária das obras públicas, por parte das pessoas comuns.
4. Definição
Em sentido literal, seriam as obras que pertencem aos museus e acervos,
ou os monumentos nas ruas e praças, que são de acesso livre.
O sentido corrente do conceito refere-se à arte realizada fora dos espaços
tradicionalmente dedicados a ela, os museus e galerias. Fala-se de uma
arte em espaços públicos, ainda que o termo possa designar também
interferências artísticas em espaços privados, como hospitais e aeroportos.
A idéia geral é de que se trata de arte fisicamente acessível, que modifica a
paisagem circundante, de modo permanente ou temporário.
5. Diversos artistas sublinham o caráter engajado da arte pública, que
visaria alterar a paisagem ordinária e, no caso das
cidades, interferir na fisionomia urbana, recuperando espaços
degradados e promovendo o debate cívico. O iraniano Siah
Armajani afirma "O artista público é um cidadão em primeiro lugar “.
A arte pública deve ser pensada dentro da tendência da arte
contemporânea de se voltar para o espaço, seja ele o espaço da
galeria, o ambiente natural ou as áreas urbanas. Diante da
expansão da obra no espaço, o espectador deixa de ser
observador distanciado e torna-se parte integrante do trabalho.
6. O surgimento no Brasil
No Brasil, é possível pensar em arte pública por meio de iniciativas
individuais de artistas. Na década de 1960, as manifestações ambientais
de Hélio Oiticica (1937 - 1980), com suas capas, estandartes, tendas...
podem ser tomadas como exemplos de produção artística que interpela a
cena pública. Na década de 1970, podem ser lembradas as intervenções na
cidade realizadas por Antonio Lizarraga (1924) em parceria com Gerty
Saruê (1930), cujo primeiro resultado é Alternativa Urbana. A obra, definida
pelos autores como peça de "engenharia urbana“.
7. Cedro do Buçaco, ex-líbris do Jardim
França Borges – Príncipe Real
20. Srur - no rio Tietê 2008
As 20 garrafas de 11 metros de
comprimento cada, espalhadas pelo Rio
Tietê foram o ponto alto de um trabalho de
conscientização ecológica de 3 mil
crianças. Quando a obra foi desmontada, o
material plástico foi reciclado e se
transformou em mochilas ecológicas
distribuídas para estudantes da rede
pública.
30. Land Art
Land art é associado à arte pública. O espaço físico
são como desertos, lagos, planícies e planaltos.
Apresenta como campo onde os artistas realizam
grandes arquiteturas ambientais.
Apresenta duas tendências.
31. Uma das tendências é
mais delicada, o natural
como lugar de
experimentação, com
grande liberdade de ação.
Foi protagonizado pelo
holandês Marinus Bozem
e pelos ingleses Barry
Flannagam e Richard
Long, que realizaram
trabalhos com folhas e
pedras, colocados na
paisagem onde
pretendiam colocar em
paralelo e diferentes
formas naturais.
32. A outra tendência, centrada
nos Estados Unidos. É uma
forma mais radical e
espetacular. Uma das suas
experiências mais
conhecidas é a
“Espiral”(Spiral
Jetty), realizada por Robert
Smithson em 1970, no Great
SaltLake, construída com
terra e pedra sobre a
água, numa extensão
superior a quatrocentos
metros, posteriormente
destruída pela água.